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Rev. esc. enferm. USP vol.2 número1

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Academic year: 2018

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(1)

* Instrutora de Fundamentos de Enfermagem da E s c o l a de En

fermagem da Universidade de São P a u l o . ~~

P R I N C Í P I O S C I E N T Í F I C O S A P L I C A D O S À A R R U M A Ç Ã O D E

C A M A

Yoriko Harm*

1 - I N T R O D U Ç Ã O

P o r muitos anos, no ensino da enfermagem,as cha

madas "técnicas de enfermagem

1 1

foram ensinadas em seus m í

nimos detalhes, sem a explicação das r a z õ e s e da seqüência de

suas etapas. Com isto, o aluno, freqüentem ente executava-as

com perfeição sem compreender os motivos deste ou daquele

procedimento.

E s t a f o r m a de ensino dificultava a aprendizagem e

o desenvolvimento profissional dos estudantes, pois l i m i t a v a

-lhes o raciocino e a capacidade de adaptação à s diferentes situa

çôes.

Hoje, em l u g a r de detalhes, são ensinados o s prin

cípios científicos em que a enfermagem b a s e i a s u a s técnicas, o

nua facilita a atuação da enfermeira em qualquer situação e em

qualquer l u g a r .

Com a introdução desta nova f o r m a de ensino, no

tamos a facilidade com que o s estudantes compreendem e apreu

dem as técnicas básicas e s e desembaraçam na prática hospita

l a r .

Neste artigo, apresentamos o s princípios aplica

dos á técnica da a r r u m a ç ã o de c a m a vazia.

2,- T É C N I C A D A A R R U M A Ç Ã O D E C A M A V A Z I A

(2)

Sendo a c a m a o elemento principal da unidade do

paciente, onde ele p a s s a a m a i o r p a r t e do tempo» a maneira co

mo é a r r u m a d a é um cuidado de enfermagem importante, cujo

objetivo é p r o p o r c i o n a r - l h e conforto, bem e s t a r e s e g u r a n ç a .

Á técnica ensinada na E s c o l a de Enfermagem da

Universidade de Sao Paulo é a seguinte:

Material necessário - 3 lençóis; impermeável; um ou mais c o

b e r t o r e s , dependendo do paciente e da temperatura am

Mente; colcha e fronha.

Método - A b r i r portas e janelas p a r a a r e j a r o ambiente;

- L a v a r a s mãos c o m água corrente e sabão;

- A f a s t a r da c a m a a m estaba de cabeceira;

- C o l o c a r a c a d e i r a ao lado dos pés da cama, com o es

pai dar voltado p a r a a c a b e c e i r a da mesma;

- C o l o c a r as roupas s o b r e o espaldar da c a d e i r a , em o r

dem de uso: colcha, c o b e r t o r (ou c o b e r t o r e s ) , lençol

de c i m a , lençol móvel, impermeável e lençol debaixo;

todas a s peças a c i m a r e f e r i d a s , exceto o lençol móvel,

são dobradas em quatro partes, em sentido longitud!

nal e depois em duas, em sentido t r a n s v e r s a l . O leu

çól móvel é dobrado em dois no sentido t r a n s v e r s a l e

em quatro no longitudinal;

- N a a r r u m a ç ã o de c a m a , todas a s peças de roupa s e r ã o

colocadas s o b r e o colchão, em sentido longitudinal, fa

sendo coincidir a dobra que indica a metade de cada

peça com a linha média do colchão;

- C o l o c a r o lençol de baixo s o b r e a cama, com a bainha

estreita p a r a o s p é s . T r a b a l h a r só de um l a d o . Des

d o b r a r o lençol e r e v e s t i r com ele o colchão; p r e n d e

-- l o por baixo deste: 19 -- do lado da c a b e c e i r a , fazen

do uma dobra ao c o b r i r o canto, 29 - lateralmente em

toca a extensão;

- C o l o c a r o impermeável, transversalmente no terço

médio da cama;

- C o l o c a r o lençol móvel s o b r e o impermeável, prenden

do a m b o s , impermeável e lençol móvel, sob o colchão;

- Estender o lençol de cima, tomando o cuidado de co

(3)

e p r e n d e r o lençol sob o colchão fazendo u m a dobra « o

c o b r i r o canto;

• C o l o c a r o c o b e r t o r (on cobertores) de maneira a c o

b r i r os o m b r o s do paciente e p r o c e d e r como no lençol

de cima;

- Estender a colcha e c o b r i r com ela o c o b e r t o r (ou co

b e r t o r e s ) , prendendo-a do mesmo modo c o m o foram

arrumados o lençol de c i m a e o cobertor ( on coberto

r e s ) ;

- P a s s a r p a r a o outro lado da c a m a . D o b r a r peça p o r

peça, s o b r e a m e s m a e c o m e ç a r a d e s d o b r á - l a s pren

dendo-as sob o colchão, como foi feito no lado j á des

crito;

- P o r a frouba no t r a v e s s e i r o e r e c o s t á - l o na g u a r d a da

c a m a com a abertura da frouba p a r a o lado oposto à

porta principal da enfermaria;

- R e p o r a mesinha de c a b e c e i r a e a c a d e i r a em seus lu

g a r e s ;

- D e i x a r a unidade l i m p a e em o r d e m .

Nota - E v i t a r encostar a roupa l i m p a no chão, no próprio

uni-f o r m e , nos uni-fómites de outros pacientes*

3 - P R I N C Í P I O S C I E N T Í F I C O S A P L I C A D O S À A R R U M A Ç Ã O D E

C A M A V A Z I A

Apresentamos a seguir, os princípios básicos da

técnica acima descrita, com a s suas respectivas aplicações.

Estes princípios devem s e r observados durante toda a

execu-ção do trabalho.

Princípios

1. de Anatomia e Fisiología

1.1.0 a r fresco contém maior

quantidade de oxigênio,pre

vine e diminui a fadiga e

auxilia na t e r m o r e g u l a

-ção do o r g a n i s m o .

Aplicação

(4)

1.2« M a n t e r - s e proximo a o t r a

balfao. Executa-lo de fren

te.

12. Manter aa partes do corpo

o mais proximo possível

do eixo vertical e u s a r os

músculos maiores e mais

fortes.

1.4. Quanto maior a b a s e de

sustentação, m a i o r s e r a o

equilíbrio do-corpo.

1.5. Levantar um corpo pesado

significa f a z e r um esfór

ço contra a ação da g r a v i

dade, com grande despreu

dimento de energia. P a r a

economizar forças, f a z e r

deslizar um objeto pesa

do, evitando e r g u ê - l o .

1.6. A melhor posição p a r a o

indivíduo, em qualquer de

cubito, ê a posição funcio

nal.

P a r a t r a b a l h a r próximo a c a

ma, afastar a mesinha de cabe

c e i r a e a c a d e i r a . A r r u m a r

p r i m e i r o um lado da'cama e

depois 6 outro. Estender a s

roupas de c a m a e p r e n d ê - l a s ,

mantendo s e m p r e o -corpo de

frente p a r a o local de trabalho.

P r e n d e r a s roupas de c a m a fle

xionando o s joelhos e manten

do a coluna ereta.

P a r a a r r u m a r o outro lado da

c a m a , esticar a s roupas,peça

por peça, apoiando um dos joe

lhos no estrado da cama e a

baixando o c o r p o . Com isto,

consegue-se distribuir o peso

entre o s grandes músculos ,

principalmente dos membros

inferiores.

Todas aa atividades da técnica

devem s e r desenvolvidas man

tendo-se os pés afastados, um

a frente do outro.

A f a s t a r a mesinha de cabecei

r a e a cadeira a r r a s t a n d o - a s ,

p a r a evitar a ação da gravidade.

(5)

tráacAas e saliências que f o r

c e m

MM

cui velures naturais

da coluna, há nece—idade de

t r o c á - l o p a r a oferecer confor

to a o paciente, prevenindo de

formidadea.

F a s e r a "prega de conforto*

1

p a r a evitar que a cobertura

esticada force p a r a baixo a

ponta dos pás, desse medo

previne—se o pé equino*

C o l o c a r a s roupas de modo a

c o b r i r o s o m b r o s do paciente

p a r a evitar que e\e p r e c i s a en

c o l h e r s e a fim d e s e a g a s a

-l h a r e tome uma postara defei

tuosa.

2. de Microbiología e Parasitología

2.1. O s m i c r o r g a n l s m o s estao

dispersos na atmosfera e

em todas a s superficies,

principalmente no chao.

Dorante o trabalho, nap éneos

t a r a s roupas de c a m a no uai

f o r m e , fómites de outros pa

cientes e no chão da enferma

r i a p a r a p r e v e n i r a contami

nação e cooeeqoeutemeuiepoe

sfveis inf©ecoes.

2.2. N a s mãos, há a flora bac

t e r i a a a t e m p o r á r i a e r e s i

dente. A s bactérias tem

p o r á r i a s s ã o removidas

quando s e l a v a a s mãos

c o m água e sabão; quando

elas permanecem nas

mãos p o r multo tempo, po

dem transformar—se em

residentes, que são de djl

iícü r e m o ç ã o .

L a v a r a s mãos com água e s a

bão, antes e depois da a r r u

mação de c a m a e s e m p r e que

n e c e s s á r i o , p a r a que e l a s não

s e tornem veículos de conta

(6)

2.3. Grande quantidade de nu

crorganismoa ¿eliminada

pela boca e n a r i z .

2.4. A umidade ó um dos fato

r e s essenciais à vida dos

m i c r o r g a n i s m o s .

2.5. Alguna parasitas (pulgas,

percevejos, etc.) s ã o he

matófagos, nao necessitan

do de out r o s elementos a

não s e r sangue, p a r a s u a

nutrição.

2.6. A p o e i r a em movimento é

um dos principais meios

de contaminação; a l e m de

s e r a l é r g e n a p a r a alguns

indivíduos.

3. de F í s i c a

3 . 1 . 0 atrito s e desenvolve p e

l o deslocamento de um

corpo paralelamente a um

plano. Quanto menos r u

gosas a s superfícies, m e

nor s e r á o atrito produzido.

N ã o f a l a r , não t o s s i r e nem es

p i r r a r diretamente s o b r e a s

roupas p a r a não contaminá-las.

U s a r roupas s e c a s p a r a o con

fôrto do paciente e p a r a evitar

a proliferação de microrganis

m o s .

V e r i f i c a r s e há nas costuras

do colchão • nas frestas de ca

ma, percevejos ou seus ovos;

encontrados e s s e s parasitas

ou outros u s a r inseticida. F a

s e r a l i m p e z a d a unidade, não

deixando condições p a r a o

crescimento e reprodução de

p a r a s i t a s .

D o b r a r e estender a s roupas

8 em movimentá-las muito, di

minuindo a possibilidade da

movimentação de p o e i r a .

A p ó s a a r r u m a ç ã o de cama,

l i m p a r com um pano úmido, a

mesinha de c a b e c e i r a , a s g u a r

das da c a m a e a c a d e i r a .

E s t i c a r multo bem a s roupas,

principalmente o lençol de b a l

xo e o lençol móvel. Este últi

mo deve s e r dobrado de modo

a f i c a r com a s costuras das

bainhas, do lado interno da do

b r a e p a r a os pós da c a m a .

Estes cuidados conseguimos

(7)

3 . 2 . 0 M b í o diminui a tensão

superflcisl da ágna,anmeg

tando o seo poder de pene

t r a ç ã o e r e m o ç ã o de m i

ex-organismos e i m p a r e

z a s .

P a r a que ceja realmente e f i

-ciente, a lavagem das mãos de

v e s e r feita com água e s a b ã o .

3.3. O a r é man condutor de

c a l o r , e os espaços cheios

de a r , do c o b e r t o r , atuam

como isolante, impedindo

a p e r d a de c a l o r c o r p o r a l .

P a r a p r o t e g e r o paciente con

t r a o f r i o , c o b r i - l o .com um ou

mais c o b e r t o r e s , dependendo

da temperatura ambiente, de

s u a s .condições e de s e n s hábi

tos.

4. de Qnfmics

4 . 1 . O s tecidos á s p e r o s s a o i r

rttantes â p e l e . A l ã , a l e m

de s e r á s p e r a , poderá s e r

alérgena p a r a algumas

p e s s o a s .

4.2. A água quente e o sabão

modificam, pelo encurta

mesto permanente, a e s

t r a t a r a e s p i r a l a d a das p r o

teínas que constituem a s

fibras da l á .

N a o deixar o c o b e r t o r em con

tato direto com o paciente; co

l o c á - l o s o b r e o lençol de cima

p a r a evitar i r r i t a ç ã o da pele

e fenómenos a l é r g i c o s .

P a r a evitar que o cobertor s e

suje,e consequentemente s e j a

lavado, d e v e - s e c o l o c á - l o en

t r e a colcha e o lençol de c i

m a .

5. de P s i c o l o g i a , Pedagogia e <

5.1. A eficiencia profissional,

a segurança, compreen_

s ã o , solicitude e simpatia

são importantes fatores

. que fazem i n s p i r a r con

fiança em um indivíduo.

encías Sociais

Durante a a r r u m a ç ã o de c a

-ma, manter b o a comunicação

com a s pessoas que estão na

e n f e r m a r i a . Demonstrar s e

gurança, rapidez e bom acaba

mento no trabalho.

5 . 2 . 0 s e r humano r e a g e posi

tlvamettte a um estímulo

percebido como a g r a d á

-v e l . Há -v á r i o s padrões de

(8)

beleza* mas a maioria das

pessoas responde f a v o r á

velmente ao que é "harmo

nioso" e ' l i m p o " .

5.3. Cada profissional tem um

dever social e este deve

s e r desempenhado de mo

do a c o r r e s p o n d e r à es

pectativà de todos.

5.4. A repetição freqüente de

uma atividade l e v a o indi

víduo ao automatismo.

6. de Ética

6.1. Todo homem é responsa

vel pelos seus atos e tem

o dever m o r a l de cultivar

a s virtudes e praticar o

b e m .

7. de Administração

7.1. P a r a o bom rendimento do

trabalho,há necessidade da

determinação dos objetivos

e escolha dos meios p a r a

atingi-los.

7.2. E m qualquer tarefa, é im

portante t r a b a l h a r em o r

dem, seguindo a seqüência

nao deve estar v i r a d a p a r a o

lado da entrada principal da

enfermaria.

A unidade e a enfermaria de

vem f i c a r l i m p a s e em ordem

p a r a c u a s a r boa impressão e

o f e r e c e r conforto aos pacien

t e s .

A r r u m a r a c a m a com eficien

cia, rapidez e e s m e r a r - s e no

acabamento p a r a atender á ex

pectativà dos pacientes em r e

l a ç ã o á e n f e r m e i r a .

T r a b a l h a r consciente de todas

a s r a z õ e s e obedecer a me

qttência da técnica da a r r u m a

ção d ê cama, p a r a estabelecer

hábitos c o r r e t o s .

A a r r u m a ç ã o de c a m a é uma

das responsabilidades da en

f e r m e i r a e como tal deve s e r

executada de modo a p r o p o r

clonar conforto e segurança

ao paciente.

Refletir s o b r e o s objetivos da

a r r u m a ç ã o de cama,

planejá-- l a e executáplanejá--la aplicando os

princípios científicos adapta

dos à s diversas situações.

(9)

l ó g i c a e economizando

r u m a r p r i m e i r o a m lado da ca

tempo e energia.

m a e depois o outro.

Finalizamos estas nossas considerações, integran

do os conhecimentos das ciências b á s i c a s e deduzindo, na enfer

magem, os seguintes principios fundamentais:

- Respeitar a Integridade do homem atendendo-o e con

siderando-o como um todo físico-ps ico-espiritual e

social.

- £ responsabilidade da enfermeira proporcionar segu

rança, a o s pacientes a protegê-los contra o s agentes

a g r e s s o r e s físicos, biológicos, químicos e p s i c o - s o

c i a i s .

- £ responsabilidade da enfermeira, o r g a n i z a r e manter

um ambiente q u e ofereça conforto aos pacientes.

R E F E R E N C I A S B I B L I O G R Á F I C A S

F U E R S T , E . | y | W O L F F , L . V . - Principios fundamentales de en

f e r m e r í a . Mexico, L a P r e n s a Medica Mexicana, 1958.

G R A G G , S. I and | M c C L A I N , E . - Principios científicos da enfer

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r i c a y practica. 2

a

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S Ã O P A U L O . U N I V E R S I D A D E . E S C O L A D E E N F E R M A G E M

-Apostila de técnicas básicas de enfermagem.

Referências

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