Desordens do aparelho digestivo
OBJECTIVO GERAL:
Conhecer os protocolos de prevenção e
terapêutica da Doença Inflamatória Intestinal.
Doença Inflamatória Intestinal
• A doença inflamatória intestinal idiopática surge sob duas formas:
– Colite ulcerosa : Inflamação da mucosa confinada ao colon e reto
– Doença de Crohn: Inflamação transmural da mucosa GI que pode ocorrer em qualquer parte do trato GI
Aspetos Epidemiológicos
Etiologia
• Combinação de fatores:
Resposta Inflamatória •Regulação anormal da resposta imunológica
•Reação auto-imune contra os próprios anticorpos
•Microflora ambiental do trato GI
Patofisiologia
• Colite ulcerosa e doença de Crohn diferem em dois aspetos importantes:
– Localização anatómica
– Extensão do envolvimento da parede intestinal
• Pode existir sobreposição das duas patologias numa pequena percentagem de doentes
Colite Ulcerativa
• Confinada ao colon e reto afetando
predominantemente a mucosa e submucosa
• Complicações locais envolvendo o colon, ocorrem na maioria dos doentes. Complicações menores: Hemorróidas e fissuras anais
• Complicação major: Colon megatóxico (febre alta, taquicardia, abdomen e colon distendidos,
leucocitose)
Colite Ulcerativa
• Complicações hepatobiliares em cerca de 11% dos doentes (fígado gordo, coliangite, hepatite crónica ativa, cirrose…)
• Artrite assintomática e migratória (uma ou várias grandes articulações…)
• Complicações oculares (irite, conjuntivite…) em cerca de 10% dos doentes
• Complicações dermatológicas e mucosas em 5 a 10 % dos doentes
Doença de Crohn
• Processo inflamatório transmural. Ocorre em qualquer local do GI com predomínio do ileon terminal
• Envolvimento do colon em 2/3 dos doentes • A doença é habitualmente descontínua (afeta
diferentes segmentos anatómicos)
• As complicações podem envolver o trato GI ou outros orgãos. Estenose e obstrução do delgado podem
ocorrer e obrigar a ato cirúrgico. Fístulas
• Complicações sistémicas semelhantes às da colite ulcerativa
Colite Ulcerosa - Clínica
• Grande parte dos doentes pode experimentarintervalos de tempo livres de sintomas
• A doença pode classificar-se em ligeira, moderada e severa, consoante o número de evacuações diárias, presença de sangue nas fezes, sinais sistémicos…. • E extensão da doença determina a porção de colon
afetado
• O diagnóstico é feito com base na clínica e, confirmado por biópsias, exames de fezes,
colonoscopia…manifestações extra intestinais podem ajudar a estabelecer.
Doença de Crohn- Clínica
• A doença pode manifestar-se de forma contínua, ou por episódios de agravamento
• Em função dos sintomas, também se pode classificar de ligeira a severa
• Caracteriza-se por surtos de remissão que podem durar anos e exacerbações
• Habitualmente a diarreia e dor abdominal estão presentes, bem como lesões periretais e perianais.
Doença Inflamatória Intestinal-
Tratamento
• Objectivos:
– Resolução do processo inflamatório agudo
– Resolução de complicações associadas (fístulas e abcessos)
– Alívio de manifestações sistémicas (artrite..) – Manutenção do estado de remissão
Doença Inflamatória Intestinal- Tratamento
• Fármacos mais utilizados:
– Aminosalicilados – Glucocorticóides – Antibióticos
– Imunosupressores – Imunomoduladores
• Indicações cirúrgicas: Obstrução, perfuração, hemorragia, Falha de toda a farmacoterapia, prevenção ou tratamento de Ca do Colon
Doença Inflamatória Intestinal- Tratamento
• Suporte nutricional:
– Os doentes são frequentemente malnutridos
– As necessidades individuais podem ser adequadamente cobertas com suplementos. Doença severa pode obrigar a recorrer a nutrição parentérica.
– Os probióticos têm demonstrado alguma eficácia na manutenção dos estados de remissão (colite ulcerativa) – Dietas pobres em hidratos de carbono e ácidos gordos
insaturados (Crohn)
– Dietas ricas em fibras e vegetais
– Suplementos de ácido fólico, ferro e vitaminas do complexo B
Doença Inflamatória Intestinal- Tratamento • Tratamento de suporte: – Antiespasmódicos: • Butilescopolamina • Mebeverina – Anticolinérgicos – Antidiarreicos
Não usar em formas severas da doença
Aminosalicilados: efeitos secundários
• Sulfassalzina:
– Dose-dependentes:
• Náuseas, vómitos, diarreia, anorexia, cefaleia e artralgia • Inibe a absorção de ácido fólico, pelo que os doentes
devem ser suplementados com ácido fólico oral
– Não dependentes da dose:
• Rush, febre e hepatotoxicidade
• Mielosupressão, trombocitopenia, nefrite intersticial..
• Messalazina:
Glucocorticóides: efeitos secundários
• Hiperglicemia • Hipertensão • Osteoporose
• Retenção de fluídos e electrólitos • Suscetibilidade a infeções
Imunosupressores- efeitos secundários
• Supressão medular • Linfomas
Infliximab – Efeitos secundários
• Reações durante a infusão • Sepsis
• Reativação de Tuberculose latente • Também para Adalimumab
Manutenção da remissão
• A prevenção da recorrência é mais difícil no Crohn do que na colite ulcerativa
• Embora carecendo de confirmação por
ensaios, há evidência da efetividade de alguns fármacos na manutenção da remissão da
Doença de Crohn:
– Azatioprina, Mercaptopurina, Metotrexato – Infliximab
•Pharmacotherapy Handbook. 7th Edition. Wells BG, DiPiro JP. 2008. New York.McGraw Hill Inc. Cap. 26.
•Pharmacotherapy. A Pathophysiologic
approach. 7th Edition. Wells BG,