Andread Jó e a nova produção independente em FortalezaCE: reflexões sobre a indústria fonográfica em tempos de ciberespaço

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Tássio Ricelly Pinto de Farias

Mestre e5 C1ê6c1as S7c1a1s e Hu5a6as pe47 Pr7gra5a de C1ê6c1as S7c1a1s e Hu5a6as da U61vers1dade d7 Estad7 d7 R17 Gra6de d7 N7rte (PPGCISH/ UERN) e Graduad7 e5 F147s7ﬁ a. Pr7fess7r da Facu4dade Ev74uçã7 A4t7 Oeste P7t1guar (FACEP).

E6dereç7 p7sta4, pr7ﬁ ss176a4: Rua J7sé Pau4167 d7 Reg7, 45, Pau d7s Ferr7s/ RN. CEP: 59.900-000.

E6dereç7 e4etrô61c7: tass17r1ce44y@g5a14.c75.

Jean Henrique Costa

D7ut7r e5 C1ê6c1as S7c1a1s pe4a U61vers1dade Federa4 d7 R17 Gra6de d7 N7rte (UFRN). Pr7fess7r da U61vers1dade d7 Estad7 d7 R17 Gra6de d7 N7rte (UERN). E6dereç7 p7sta4, pr7ﬁ ss176a4: BR 110, 35 46, Rua Pr7fess7r A6tô617 Ca5p7s, s/6. Ba1rr7: C7sta e S14va. CEP: 59.633-010, M7ss7ró, RN.

INTRODUÇÃO

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s15bó41c7s, c76st1tue5 7s 67v7s desaﬁ 7s para se (re)pe6sar a atua4 d16â51ca de pr7duçã7-d1str1bu1çã7-c76su57 da 16dústr1a cu4tura4 e, 16ser1da 6e4a, c76-seque6te5e6te, a 16dústr1a f767gráﬁ ca. Para a4é5 de seu pre4úd17 h1stór1c7, h72e deve57s c76s1derá-4a c757 u5a 16dústr1a cu4tura4 de base 47ca4-g47ba4, d1a4et1ca5e6te pr7duz1da p7r apare4h7s d1vers7s de repr7duçã7 s15bó41ca das s7c1edades c76te5p7râ6eas. I6dústr1as cu4tura1s, 67 p4ura4, expressa5 7 67v7 te5p7 de 51d1at1zaçã7 e c1berespaç7. De c15a para ba1x7, de ba1x7 para c15a, vert1ca4 e tra6sversa45e6te a pr7duçã7 cu4tura4 ve5 se f7r2a6d7, f7rta4ece6d7, re16ve6ta6d7 e 15p76d7 f7r5as p4ura1s e heter7gê6eas de d1sputa p7r 4eg1t151dade cu4tura4 e ec76ô51ca.

Essa tã7 5e6c176ada indústria cultural p7de ser e6te6d1da, de f7r-5a ge6ér1ca, c757 a 47gíst1ca ad5161strat1va d7 5u6d7 cap1ta41sta se6d7 ap41cada a7s be6s cu4tura1s, de 57d7 a t7r6á-47s 5ercad7r1as, pr7dut7s cu4-tura1s. E5b7ra 7 prese6te e6sa17 atr1bua 5a17r ate6çã7 à pr7duçã7 5us1ca4 16depe6de6te – e6xerga6d7-a c757 p7ssíve4 saída para a heter76751a a6tes exerc1da hege5761ca5e6te pe4as majors d7 e6trete615e6t7 –, 1ss7 6ã7 s1g61ﬁ ca que, aut75at1ca5e6te, te6ha-se u5a v1sã7 ‘r75â6t1ca’ das 67vas rea41dades estrutura1s d7 5ercad7 5us1ca4. Este per5a6ece, e5 s1, 16dústr1a cu4tura4.

A arte se5pre f71 c75erc1a41zada1_{. O que 5uda 6a s7c1edade}

cap1-ta41sta é 7 seu caráter assu51da5e6te ‘abert7’ de 5ercad7r1a. O cas7 da 5ús1ca 6ã7 é d1fere6te. C757 d1sse The7d7r W. Ad7r67, “[...] a 5ús1ca atua4, 6a sua t7ta41dade, é d7516ada pe4a característ1ca de 5ercad7r1a: 7s ú4t157s resídu7s pré-cap1ta41stas f7ra5 e41516ad7s [...]; [7s be6s cu4tura1s] faze5 parte d7 5u6d7 da 5ercad7r1a, sã7 preparad7s para 7 5ercad7 e sã7 g7ver6ad7s segu6d7 7s cr1tér17s deste 5ercad7” (ADORNO, 1996, p. 77-78), ass15 c757 qua4quer 7utr7 pr7dut7. P7r 1ss7, é prec1s7 e6te6der que 5es57 a7 se fa4ar de u5a indústria fonográﬁ ca independente, trata-se de u5 6egóc17, u5 c75érc17 de be6s cu4tura1s; a16da que a4ter6at1v7 7u d1sta6te d7 gra6de cap1ta4, t7dav1a, per5a6ece de6tr7 da 4óg1ca c75erc1a4. O caráter de 6egóc17 da 5ús1ca te5 s1d7 a6a41sad7, 5u1tas vezes, de f7r5a d1c7tô51ca e 16gê6ua, c757 se 7s 16depe6de6tes 6ã7 f7sse5 ta5bé5 parte da 16dústr1a cu4tura4. C4ar7 que 7 sã7! P7r 5a17r que se2a 7 d1sta6c1a5e6t7 7rga61zac176a4 e 5ater1a4, a4gu6s e4e5e6t7s de repr7duçã7 da 4óg1ca 5er-ca6t14 prec1sa5 per5a6ecer para a suste6tab141dade d7 art1sta 67 5ercad7.

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e5 rede, p7rta6t7 refere5-se – a7 5es57 te5p7 – à c76exã7 e a7 seu su-p7rte 5ater1a4”. Daí que, 7 dese6v74v15e6t7 da 51cr7e4etrô61ca resu4t7u 67 aparec15e6t7 de 67v7s equ1pa5e6t7s tec674óg1c7s (Mp3 Player, IPod, Tablet, Smartphone, etc.) que susc1tara5, 2u6ta5e6te c75 a p7te6c1a41zaçã7 d7 acess7 à Internet, 67v7s háb1t7s de pr7duçã7 e c76su57 5us1ca4. D7-rava6te, a pr7duçã7 5us1ca4 c76te5p7râ6ea se dá, e5 sua 5a17r parte, p7r 5e17 de 5íd1a d1g1ta4. Nã7 ser1a arr1scad7 d1zer que, e5 p7ucas décadas, u5a substa6c1a4 rev74uçã7 7per7u 67s 5ercad7s 5us1ca1s. P7r c76segu16te, é 6este peque67 ca4de1rã7 51d1át1c7 e tec674óg1c7 que a de67516ada pr7duçã7 5us1ca4 16depe6de6te ve5 se tece6d7.

Outra pre51ssa 6ecessár1a à c75pree6sã7 dessa atua4 16dústr1a f767-gráﬁ ca, e 5a1s espec1a45e6te da N7va Pr7duçã7 I6depe6de6te (NPI), p7de ser expressa 67 c76ce1t7 de negócio em rede, d7 s7c1ó47g7 espa6h74 Ma6ue4 Caste44s. Parafrasea6d7-7, 7usa-se d1zer que a Internet se t7r67u 7 a41cerce 7rga61zac176a4 da cu4tura atua4. Ass15, se6d7 e4a a 16fraestrutura tec674óg1ca que p7ss1b141t7u 7 adve6t7 das 67vas f7r5as de pr7duçã7 e apr7pr1açã7 d7s be6s s15bó41c7s, é 51ster e6te6dê-4a c757 u5 “tec1d7 de 67ssas v1das” (CASTELLS, 2003, p. 8). D7rava6te, deve-se c75pree6der que a rede, p7r exce4ê6c1a, dessa NPI é, p7rta6t7, a galáxia da Internet.

Observa-se certa s15141tude e6tre as 1de1as de Caste44s e Hersc7v1c1, à 5ed1da que, para este ú4t157, a 5uda6ça 67s háb1t7s de c76su57 da 5ús1ca deve ser e6te6d1da c757 frut7 de u5 pr7cess7 de des5ater1a41zaçã7 d7s be6s s15bó41c7s u61d7 à sua d1fusã7 e5 rede. Para Hersc7v1c1, “67 â5b1t7 dessas redes, a 5ús1ca 76416e é u5 be5 41vre, à 5ed1da que 6ã7 é 5a1s escass7” (2007, p. 16). E aﬁ r5a a16da 7 5es57 aut7r que “a 6ã7 exc4usã7 [d7s 67v7s f7r5at7s de áud17 d1fu6d1d7s 6a rede] exp41ca-se a part1r da 15ater1a41dade d7 serv1ç7 e a part1r d7 fat7 que a cóp1a aprese6ta a 5es5a qua41dade téc61ca que 7 7r1g16a4” (idem, p. 11). L7g7, 2á 6ã7 faz se6t1d7 adqu1r1r u5 CD 7u u5 V1614 p7r questões de qua41dade. N7 5áx157, 7 16d1vídu7 1rá adqu1r1-47s p7r cert7 fet1che de c74ec176ad7r. Neste se6t1d7, te6tar exc4u1r 7u 5es57 4151tar as 5íd1as d1sp76íve1s e5 rede se t7r6a tarefa quase hercú4ea. A te6dê6c1a c76creta é a 15ater1a41dade e5 rede d7 be5 cu4tura4.

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das redes s7c1a1s 6a web c757 u5a f7r5a 15p7rta6te de re7rga61zaçã7 d7 5ercad7 [...]”.

H72e, as e5presas que c76tr74a5 as p4ataf7r5as d1g1ta1s de áud17 parece5 ter assu51d7 u5 d7s pape1s que 7utr7ra era exerc1d7 pe4as gra6-des pr7dut7ras: 7 pape4 de 5ed1ad7ras. Observa-se, p7rta6t7, u5 27g7 de 5uda6ças de p7s1ções. Se, p7r u5 4ad7, para P1erre Lévy, “a part1r de ag7ra 7s 5ús1c7s p7de5 c76tr74ar 7 c762u6t7 da cade1a de pr7duçã7 da 5ús1ca e eve6tua45e6te c747car 6a rede 7s pr7dut7s de sua cr1at1v1dade ‘se5 passar pe47s 16ter5ed1ár17s’” (LÉVY, 1999, p. 143, gr1f7 d7 aut7r), p7r 7utr7, 7b-serva-se 7 surg15e6t7 de u5a 16ﬁ 61dade de 16ter5ed1ár17s, a exe5p47 das p4ataf7r5as d1g1ta1s Youtube, Myspace, Last.fm, Spotify, iTunes e 7utras. C757 d1sse Yúd1ce,

Freque6te5e6te, d1z-se que 6a era da I6ter6et pr7dut7res e c76su51d7res p7de5 d1spe6sar 7s 16ter5ed1ár17s. Isso é um mito, p71s c757 acaba57s de ass16a4ar, p4ataf7r5as c757 Y7utube, Myspace e Last.f5 (e 7utras), as qua1s presu51ve45e6te d1spe6sa5 16ter5ed1ár17s, 6a rea41dade se c76st1tue5 e5 7utra geraçã7 de 16ter5ed1ár17s (2011, p. 45, gr1f7 67ss7).

L7g7, c757 be5 7bservara5 Hersch5a66 e K1sch16hevs3y (2011, p. 05), as “ve4has 16dústr1as f767gráﬁ cas” estã7 5uda6d7 suas p74ít1cas e t7r6a6d7-se, a7s p7uc7s, “c75pa6h1as 5us1ca1s”. O resu4tad7 gera4 desse 67v7 pr7cess7, aﬁ r5a5 estes aut7res, é que as e5presas busca5, “e5 5u1t7s cas7s, fra6quear 7 acess7 a seus acerv7s p7r 5e17 de parcer1as c75 67v7s 16ter5ed1ár17s”. P7rta6t7, 7s 16vest15e6t7s 5ass1v7s ag7ra se v74ta5 para ferra5e6tas de d1str1bu1çã7 v1a Web. Vê-se, de 476ge, u5 pr7cess7 de reestruturaçã7 67 6egóc17 da 5ús1ca.

Hersc7v1c1 (2007, p. 09) a2uda a e6te6der a s1tuaçã7 parad7xa4 que v1ve h72e a 16dústr1a f767gráﬁ ca, a7 aﬁ r5ar que “a ec76751a atua4 da 16-ter6et se base1a 6esta c75p4e5e6tar1dade e6tre at1v1dades apare6te5e6te 6ã7 5erca6t1s, e5 b7a parte gratu1tas e desce6tra41zadas, e a estrutura de quase 5767pó417 da 16f7-estrutura”. Ou se2a, se p7r u5 4ad7 7s art1stas au-tô6757s/16depe6de6tes tê5 h72e 5a17res p7ss1b141dades de d1fu6d1r – e5 rede – suas 5ús1cas, se5 a 6ecess1dade de ac7rd7s c75 gra6des gravad7ras; p7r 7utr7, as e5presas que c76tr74a5 esses 16ter5ed1ár17s (p4ataf7r5as d1g1ta1s) estã7 se t7r6a6d7 cada vez 5a1s f7rtes e 4ucra6d7 cada vez 5a1s c75 7 5ercad7 5us1ca4.

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Esc74a de Fra63furt. N7 e6ta6t7, essas 5uda6ças 6ã7 t7r6ara5 7 c76ce1t7 de 16dústr1a cu4tura4 7bs74et7. C757 d1sse Caste44s, e5 sua 7bra A galáxia da Internet, “a 1de747g1a e a b7atar1a per5eara5 a c75pree6sã7 dessa d1-5e6sã7 [a I6ter6et] fu6da5e6ta4 das 67ssas v1das [...] A4gu5as vezes 1ss7 assu51u a f7r5a de pr7fec1as futur74óg1cas [...] 7utras vezes, aparece c757 d1st7p1as crít1cas” (2003, p. 8-9). Resta a6a41sar as 5uda6ças d1sta6c1a6d7-se d7 7t151s57 16gê6u7 que 16s1ste e5 te6tar 16va41dar 7 c76ce1t7 de 16dústr1a cu4tura4, be5 c757, a6a41sá-4a a6te suas 67vas c76ﬁ gurações. C757 aﬁ r57u R7dr1g7 Duarte (2014, p. 38):

E5 pr16cíp17, p7de-se d1zer que, 67 t7ca6te à 5a17r1a das característ1cas da 16dústr1a cu4tura4 cr1t1cadas p7r H7r3he15er e Ad7r67, sua essê6c1a c7erc1t1va per5a6ece a 5es5a, a16da que as c76d1ções p74ít1cas e ec7-6ô51cas d7 5u6d7 e 7s pressup7st7s tec674óg1c7s da cu4tura de 5assas te6ha5 se 57d1ﬁ cad7 rad1ca45e6te.

Nesse se6t1d7, d1sta6c1a6d7-se d7s e6tus1as57s pró 7u c76tra 7 c76ce1t7 ad7r61a67 de 16dústr1a cu4tura4, este e6sa17 7b2et1va c75pree6der a4gu5as estruturas s7c1a1s de u5 5ercad7 5us1ca4 16depe6de6te, e5 F7rta-4eza/CE, a part1r d7 art1sta 16depe6de6te A6dread Jó, busca6d7 descrever as pr16c1pa1s característ1cas d7 5ercad7 16depe6de6te d7 reggae, 6u5a c1dade e5 que pred7516a, 5ass1va5e6te, 67s espaç7s de s7c1ab141dade p7pu4ares, 7 f7rró e4etrô61c7, as estratég1as de 5ercad7 ad7tadas pe47 5ús1c7 e as f7r5as de c76su57 5us1ca1s ut141zadas pe47 seu púb41c7 7uv16te. Ade5a1s, 7bserva57s, 6as v1c1ss1tudes desta pr7b4e5át1ca, c757 se 5a61festa5 certas f7r5as de c76su57 5us1ca4 e repr7duçã7 s15bó41ca. As 7bras de Caste44s e Lévy 7cupa5 pape1s ce6tra1s 6a d1scussã7 d7 c76ce1t7 de 16dústr1a cu4tura4.

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A INDÚSTRIA FONOGRÁFICA EM TEMPOS DE CIBERESPAÇO

A Rev74uçã7 das Tec6747g1as de I6f7r5açã7, 7c7rr1da 6as ú4t15as décadas d7 sécu47 XX, acarret7u 5uda6ças s1g61fi cat1vas 67 57d7 de pr7du-çã7 cap1ta41sta, 16te6s1fi ca6d7 7 c75érc17 5u6d1a4 e pr7v7ca6d7 a4terações 67s 57d7s de pr7duçã7 e d1fusã7 da cu4tura (CASTELLS, 1999). Ma1s d7 que 6u6ca, h72e v1ve57s e5 rede. Espec1fi ca5e6te t75a6d7 7 5ercad7 5us1ca4, 7 fat7 é que as gravadoras independentes ex1ste5 67 Bras14 há a4gu5as décadas. Mu1tas de4as t16ha5 c76trat7s c75 gravad7ras trad1c17-6a1s 6as décadas de 1980 e 1990 e faz1a5 parte d7 c1rcu1t7 de pr7duçã7 das gra6des gravad7ras, v1st7 que estas terce1r1zava5 a4gu6s d7s seus serv1ç7s que e6v74v1a5 a pr7duçã7 d7s f767gra5as. Na v1sã7 de Caste44s (2003), 1ss7 2á caracter1zar1a u5a pr7duçã7 e5 rede.

C75 7 cresce6te dese6v74v15e6t7 da rede 5u6d1a4 de c75putad7res, e6tre as décadas de 1970 e 1990, e c76seque6te5e6te, c75 a p7te6c1a41zaçã7 d7 acess7 à Internet (que chega para 7 púb41c7 e5 gera4 e5 19952_{), a cu4tura}

v1rtua4 – 7u C1bercu4tura (LÉVY, 1999) – t75a 4ugar 6a v1da d7 h75e5 c76te5p7râ6e7. A s7c1edade e5 rede ag7ra estava pr7v1da de u5a 16fraes-trutura téc61ca 2a5a1s v1sta a6tes. A Internet surge, p71s, c757 67v7 pa4c7 de atuaçã7 d7 h75e5: se2a 6a d15e6sã7 d7s 6egóc17s, se2a 6a d15e6sã7 d7s be6s cu4tura1s, e4a passa a ser a 67va rede de 16ter-re4ações.

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s7c1a1s hege5ô61c7s dese6v74vera5 67vas estratég1as para se 5a6tere5 de pé d1a6te d7s 67v7s desaﬁ 7s.

A suprac1tada indústria cultural 5u1t7 te5 s1d7 a6a41sada 67s ú4t157s te5p7s. Para4e47 a7 gra6de boom d7s estud7s que a red1scute5, é p7ssíve4 7bservar u5 cresc15e6t7 67táve4 de estud7s 6a área de S7c1747g1a da Mús1ca. Nas pa4avras de T157thy J. D7wd (2007, p. 1), “the sociology of music has enjoyed a notable boom during the ﬁ nal decade of the twentieth century and the early years of the twenty-ﬁ rst century”3. E6treta6t7, é 6ecessár17 4e5brar que 6a era da s7c1edade e5 rede (CASTELLS, 2003), u5 estud7 de 5ercad7 c757 este 6ã7 p7de de1xar de c76s1derá-4a c757 cata41sad7r de 5uda6ças. Ou, c757 d1ssera5 A4b7r67z e Ga44eg7 (2011, p. 104), e5b7ra se2a “a16da c75p41cad7 ava41ar 7 cresc15e6t7 da pr7cura pe4a 5ús1ca a7 v1v7 e pe47s serv1ç7s 5us1ca1s 76416e, [...] qua4quer a6á41se s7bre as tra6sf7r5ações d7 5ercad7 5us1ca4 deve 4evar estes fat7res e5 c76s1deraçã7”.

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U5a ressa4va 5et7d74óg1ca a ser destacada d1z respe1t7 à ter516747g1a ad7tada 6este art1g7. A6a41sa57s 7 5ercad7 5us1ca4 de f7r5a ‘dua4’: p7r u5 4ad7, c76s1dera-se c757 16dústr1a f767gráﬁ ca trad1c176a4 u5a ga5a de e5presas que p7r décadas desfrutara5 de certa hege5761a 6a pr7duçã7 e prescr1çã7 d7s sucess7s 5us1ca1s: refer1d7s c757 majors, managers, mains-tream; p7r 7utr7, a6a41sa-se pr16c1pa45e6te a at1tude indie (16depe6de6te), de67516ada, ta5bé5, de underground, f7ra d7 mainstream. Ressa4ta-se, a5bas at1tudes (refere6c1adas pe4as f7r5as c1tadas) c76st1tue5 a indústria cultural, c76ce1t7 e4ab7rad7 p7r The7d7r W. Ad7r67 e Max H7r3he15er 67s a67s 19404_{. As d1fere6ças sã7 s75e6te ‘estrutura1s’: u6s estã7}

‘de6-tr7’, e6qua6t7 7utr7s ‘f7ra’ 7u 6as ‘b7rdas’ d7s mainstream musical. P7r c76segu16te, se é 6ecessár17 destacar que 5udara5 as f7r5as de pr7duçã7, ve6da e d1str1bu1çã7 da 5ús1ca, é 1gua45e6te 15p7rta6te 4e5brar que estas 5uda6ças f7ra5 7peradas, 6a 5a17r1a das vezes, 6a te6tat1va de se 15p4e-5e6tare5 67vas f7r5as de c76su57 5us1ca4, perpetua6d7, ass15, 7 status quo da 16dústr1a cu4tura4. Ou se2a, as 5uda6ças faze5 parte da reestruturaçã7 d7 5ercad7 5us1ca4, fe6ô5e67 que at16ge, de te5p7s e5 te5p7s, t7d7s 7s set7res d7s 5ercad7s.

Nesse í6ter15, a 16dústr1a cu4tura4 c76te5p7râ6ea se destaca pr16c1-pa45e6te pe4a 5uda6ça estrutura4 causada pe47 adve6t7 da Web 2.0, be5 c757 pe4a des5ater1a41zaçã7 (d1g1ta41zaçã7) d7s be6s s15bó41c7s e sua c76-seque6te d1str1bu1çã7 e5 rede. D7rava6te é p7ssíve4 s76har – 5es57 que a p7ss1b141dade per5a6eça utóp1ca – c75 7 ﬁ 5 da hege5761a d7s managers d7 e6trete615e6t7. T7r67u-se p7ssíve4, p7rta6t7, fa4ar 6u5a rea4 desce6-tra41zaçã7 da pr7duçã7 e d1str1bu1çã7 d7s be6s s15bó41c7s. C757 d1sse De March1 (2011, p. 151), “a d1g1ta41zaçã7 d7s f767gra5as e sua desv16cu4açã7 d7s sup7rtes fís1c7s dã7 16íc17, 6a verdade, a 7utra etapa [...]” de pr7duçã7 6a 16dústr1a f767gráﬁ ca. Para e4e, a 16dústr1a da 5ús1ca sa1u de u5a fase pr7pr1a5e6te 16dustr1a4, caracter1zada pe4a pr7duçã7 d7 f767gra5a fís1c7 – 7 d1sc7 de v1614, 7 K7 7u 7 CD/DVD) – e 16gress7u 6a fase pós-16dustr1a4, caracter1zada pe4a pr7duçã7 e d1str1bu1çã7 15ater1a4 e5 rede. E acresce6ta:

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Ass15, c75pree6de-se que, 161c1a45e6te, a 16dústr1a f767gráﬁ ca tra-d1c176a4 te6ha e6carad7 c75 5aus 74h7s essa 67va d16â51ca de d1str1bu1çã7 e5 rede d7s be6s s15bó41c7s. Fa47u-se até 5es57 e5 u5a sup7sta ‘cr1se’, dec7rre6te da queda 6as ve6das d7s CDs 67 perí7d7 que va1 de 5ead7s da década de 1990 até 7s d1as atua1s (DE MARCHI, 2006). N7 e6ta6t7, se, p7r u5 4ad7, essa sup7sta cr1se aba47u 7 5ercad7 das majors, p7r 7utr7, susc1t7u 67vas estratég1as de pr7duçã7 e c75erc1a41zaçã7 que, c4ar7, f7ra5 16c7rp7radas (e dese6v74v1das) e5 sua 5a17r1a pr15e1ra5e6te pe4as indies. Mas, p7uc7 dep71s, despert7u 7s 74hares das majors.

E5 seu escr1t7 16t1tu4ad7 Novas formas de prescrição musical Pérez (2011) ab7rda as 5uda6ças pr7p7rc176adas a7 5e17 5us1ca4 pe4a Web 2.0. Esta, e4e a deﬁ 6e 6ã7 c757 u5a ‘tec6747g1a’ e5 s1, 5as s15 c757 u5a ‘at1tude’. C76f7r5e Pérez,

[...] a Web 2.0 abarca característ1cas c757 16terat1v1dade, part1c1paçã7, 16tercâ5b17, c74ab7raçã7, redes s7c1a1s, bases de dad7s, usuár17, p4ataf7r-5a. Rea45e6te, passa-se de u5a c75u61caçã7 u61d1rec176a4 e c75p4exa à p7ss1b141dade de cr1ar u5 espaç7 própr17 e a rea41zar u6a 16teraçã7, u5a atuaçã7 5a1s part1c1pat1va (2011, p. 52-53).

Outr7s pe6sad7res ta5bé5 te7r1zara5 s7bre as 5uda6ças traz1das pe4a p7pu4ar1zaçã7 d7 acess7 à I6ter6et. C76s1dera6d7 que a Web 2.0 está 16ser1da 67 c76ce1t7 de Ciberespaço d7 ﬁ 4ós7f7 tu61s1a67 P1erre Lévy (1999), e6te6de57s 7 qua6t7 este teór1c7 ta5bé5 cabe 6a 41sta d7s ‘ap747g1stas’ dessa rede 16terat1va. Na te6tat1va de c76ce1tuar 7 c1berespaç7, Lévy aﬁ r5a:

O p76t7 de part1da fu6da5e6ta4 é que 7 c1berespaç7, c76exã7 d7s c75-putad7res d7 p4a6eta e d1sp7s1t1v7 de c75u61caçã7 a7 5es57 te5p7 c74et1v7 e 16terat1v7, 6ã7 é u5a 16fraestrutura: é u5a f7r5a de usar as 16fraestruturas ex1ste6tes e de exp47rar seus recurs7s p7r 5e17 de u5a 16ve6t1v1dade d1str1buída e 16cessa6te que é 16d1ss7c1ave45e6te s7c1a4 e téc61ca [...] O 6erv7 d7 c1berespaç7 6ã7 é 7 c76su57 de 16f7r5ações 7u de serv1ç7s 16terat1v7s, 5as a part1c1paçã7 e5 u5 pr7cess7 s7c1a4 de 16te41gê6c1a c74et1va (1999, p. 198, gr1f7 67ss7).

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caracter1zá-4a c757 ‘veícu47 de 5assa’, c757 a TV e 7 rád17. “E6qua6t7 as 5íd1as de 5assa, desde a t1p7graﬁ a até a te4ev1sã7, fu6c176ava5 a part1r de u5 ce6tr7 e51ss7r para u5a 5u4t1p41c1dade recept7ra 6a per1fer1a, 7s 67v7s 5e17s de c75u61caçã7 s7c1a4 16terat1v7s fu6c176a5 de muitos para muitos e5 u5 espaç7 desce6tra41zad7” (LÉVY, 2010, p. 13). E5 7utras pa4avras, se a6t1ga5e6te se t16ha 5íd1a de ‘5ã7 ú61ca’, c75 recept7res sup7sta5e6te pass1v7s, h72e se te5 5íd1a de ‘5ã7 dup4a’, c75 recept7res at1v7s (at1v1dade de 5ú4t1p4as f7r5as de recepçã7 e dec7d1ﬁ caçã7 d7 que se c76s75e). Le57s esc4arece a d1fere6ça:

Na estrutura 5ass1va d7 c76tr74e da e51ssã7 – a 16dústr1a cu4tura4 c4áss1ca – a 16f7r5açã7 ﬂ u1 de u5 p747 c76tr74ad7 para as 5assas (7s recept7res). C75 7 surg15e6t7 e a expa6sã7 d7 c1berespaç7, esse 57-de47 está se6d7 te6s176ad7 pe4a e5ergê6c1a de fu6ções “pós-5ass1vas”. Aqu1 a 41beraçã7 da e51ssã7 6ã7 é ape6as 41berar a pa4avra 67 se6t1d7 de u5a pr7duçã7 16d1v1dua4, 5as c747car e5 5archa u5a pr7duçã7 que se estabe4ece c757 c1rcu4açã7 e c76versaçã7 [...] O s1ste5a pós-5ass1v7 per51te a pers76a41zaçã7, 7 debate 6ã7 5ed1ad7, a c76versaçã7 41vre, a desterr1t7r1a41zaçã7 p4a6etár1a (LEMOS, 2010, p. 26, gr1f7 d7 aut7r).

Ressa4te-se que, “d1fere6te d7 que d1ze5 7s 5a1s af71t7s, 7 s1ste5a de c75u61caçã7 de 5assa 6ã7 va1 acabar” (LEMOS, 2010, p. 26). O que se te5 teste5u6had7 sã7 5uda6ças de perspect1vas pr7p7rc176adas pe47 c1berespaç7. Se a6tes se t16ha u5 púb41c7-5assa e6charcad7 de ta6ta 16f7r-5açã7 u61d1rec176a4, despr7v1da de c76versaçã7; h72e, te5-se u5 púb41c7 (5assa 7u 6ã7, 6ã7 cabe aqu1 quest176ar) que te5 6as 5ã7s ferra5e6tas de c76versaçã7 5u4t1d1rec176a1s, c757 as redes s7c1a1s d7 c1berespaç7. Os aut7res reaﬁ r5a5 a 1de1a de ‘5uda6ça de at1tude’:

“Web 2.0” é u5 ter57 cr1ad7 e5 2004 p7r T15 O’Re144y para d1fere6c1ar a pr15e1ra fase d7 dese6v74v15e6t7 d7 c1berespaç7, 76de as pág16as 6a I6ter6et era5 5a1s estát1cas, para a fase atua4, 76de d1versas ferra5e6tas e 67vas fu6c176a41dades f7ra5 ad1c176adas a7s websites, faze6d7-7s 5a1s abert7s e part1c1pat1v7s (LEMOS e LÉVY, 2010, p. 38, gr1f7 d7s aut7res).

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Nessa perspect1va, ap76ta-se a 5a17r part1c1paçã7 d7 c76su51d7r/ 16ter6auta 67 6egóc17 da 5ús1ca c757 resu4tad7 15ed1at7 dessa 67va 5íd1a. Se a6tes 7s gra6des managers da 16dústr1a cu4tura4 prescrev1a5 hege5761-ca5e6te 7 g7st7 5us1ca4, h72e se percebe u5a sup7sta desce6tra41zaçã7 da pr7duçã7 e pr757çã7 de deter516ad7s hits. O que se 7uve e vê 6as gra6des e51ss7ras de rád17 e te4ev1sã7não corresponde, 6ecessar1a5e6te, a7 g7st7 d7s c76su51d7res (YÚDICE, 2011). Este t1p7 de asséd17 2á 6ã7 te5 a 5es5a eﬁ c1ê6c1a de 7utr7ra; se é que 2á teve 7 tã7 s76had7 p7der.

Ot151s57s à parte, rec76hecer que a 5uda6ça de at1tude característ1ca d7 c1berespaç7 te5 s1d7 fat7r re4eva6te para que 7s 16depe6de6tes c76c7rra5 c75 as gravad7ras trad1c176a1s, é 2ust7; e6treta6t7, per5a6ece a4gu5a hege-5761a, p71s 5es57 qua6d7 ba6das asce6de5 através das 67vas ferra5e6tas da Web 2.0, a te6dê6c1a é fechare5 c76trat7s c75 gravad7ras trad1c176a1s, 16tegra6d7-se, dessa f7r5a, a7 catá47g7 das majors. As aﬁ r5ações de Pérez 6este trech7 sã7 esc4areced7ras:

Já dura6te 7s a67s de 1980, ba6das c757 U2 7u REM cruzara5 a 416ha que separava 7s fãs 5a1s underground que escutava5 as “c744ege rad17s” para se tra6sf7r5are5 e5 fe6ô5e67s de 5assa ass1514ad7s pe4a cu4tura mainstream. A16da 67s a67s de 1990, f7r5ações c757 N1rva6a, Pear4 Ja5 7u Red H7t Ch141 Peppers ta5bé5 cruzara5 essa barre1ra, e f71 e6tã7 que 7s gra6des se47s c75eçara5 a perceber 7 p7der destas mídias não tradicionais (2011, p. 51, gr1f7s d7 aut7r).

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Se a6tes a prescr1çã7 d7s g7st7s 5us1ca1s se dava ‘de c15a para ba1-x7’, ag7ra e4a ac76tece e5 t7das as d1reções; enão se deve esquecer que 7 7uv16te ca516ha 5a1s ‘41vre5e6te’ pe47s ap41cat1v7s da Web 2.0, e 1ss7 per51te que ba6das e art1stas até e6tã7 abafad7s pe4a trad1c176a4 16dústr1a cu4tura4 ga6he5 espaç7 6esse c76c7rr1d7 5ercad7 16depe6de6te. Esse “67v7” espaç7 fav7rece u5a 5u4t1p41c1dade de 67v7s at7res s7c1a1s 67s 5ercad7s 5us1ca1s, 15pacta6d7 67 surg15e6t7 de 67v7s e d1vers1ﬁ cad7s art1stas, be5 c757, 6a d16a51zaçã7, frag5e6taçã7 e c75p4ex1ﬁ caçã7 d7s púb41c7s 7uv16tes. Nas pa4avras de Pérez,

[...] se 7 rád17 7cup7u u5 pape4 ce6tra4 67 ce6ár17 5us1ca4, atua45e6te cabe à Web 2.0 ap7rtar 7utras ferra5e6tas que per51ta5 a7 7uv16te r75per as h1erarqu1as e e6trar 67 5u6d7 da prescr1çã7 5us1ca4. Já c75e6ta57s ta5bé5 s7bre 7 podcasting, que per51te a7 usuár17 da I6ter6et fazer seus pr7gra5as de rád17 e5 casa, d1fu6d16d7 5u6d1a45e6te a 5ús1ca que 5a1s 4he 16teressa (2011, p. 55, gr1f7 d7 aut7r).

Esta c1taçã7 é 14ustrat1va de ‘u5’ d7s ‘5u1t7s’ ap41cat1v7s da Web 2.0, 7 podcasting. Essa ferra5e6ta per51te 6ã7 s75e6te que ba6das e art1stas cr1e5 pr7gra5as de rád17 que p7de5 ser 7uv1d7s off-line (após 7 d7w647ad), 5as ta5bé5 que 16d1vídu7s cr1e5 41stas de 5ús1cas prefer1das e c75part14he5 6a rede. A4é5 d7 podcasting, ex1ste5 d1vers7s ap41cat1v7s/ ferra5e6tas que a5p41a5 7 acess7 à 5ús1ca. Atua45e6te, 7bserva-se expa6sã7 da cu4tura 5us1ca4 até 5es57 67 Facebook, à 5ed1da que 5u1t7s d7s ap41-cat1v7s para s1ste5as Android, IOS e Windows Phone p7ss1b141ta5 a7s seus p7rtad7res c75part14hare5 e5 redes s7c1a1s 16f7r5ações s7bre as 5ús1cas 7uv1das. H72e, acessa5-se 5u1t7s p7rta1s bras14e1r7s de 5ús1ca online que pr7p7rc176a5 7 c76su57 v1a streaming; e6tre e4es: S7513, Garage5Mp3, S75Bras14 (p176e1r7 67 país), P4a6etaMús1cas, Vaga4u5e, Pa4c7Mp3. Há 67 Bras14 ta5bé5 a prese6ça de sites 16ter6ac176a1s espec1a41zad7s 6esse t1p7 de d1str1bu1çã7 de 5ús1ca, a exe5p47 d7s 5a17res d7 5u6d7: iTunes, Spotify, Rdio, SoundCloud, Last.Fm, e6tre 7utr7s.

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5ús1cas e víde7s de f7r5a gratu1ta, resp76sáve4 p7r pr757ver 514hares de indies – rece6te5e6te res74veu traba4har c75 a estratég1a de c75erc1a41za-çã7 streaming, a5eaça6d7 b47quear 7s víde7s d7s 16depe6de6tes que 6ã7 fechasse5 ac7rd7s c75 7 site. A at1tude f71 cr1t1cada pe4a 7rga61zaçã7 que represe6ta 7s indies 67 Bras146.

C75 base 6essas 16f7r5ações, p7de57s d1zer que, pe47 5e67s, a Internet t7r67u-se a 67va rede de pr7duçã7-d1str1bu1çã7-c76su57 da 5ús1ca. Ela“pass7u a ser a base tec674óg1ca para a f7r5a 7rga61zac176a4 da Era da I6f7r5açã7: a rede”. P7rta6t7, e5 u5 5u6d7 76de as “at1v1dades ec76ô51cas, s7c1a1s, p74ít1cas, e cu4tura1s [...] estã7 se6d7 estruturadas pe4a I6ter6et e e5 t7r67 de4a” (CASTELLS, 2003, p. 8), é 16d1spe6sáve4 a sua c75pressã7 6a te6tat1va de te7r1zar s7bre 7s 67v7s 5ercad7s 5us1ca1s.

Va4e a16da 4e5brar que, e5b7ra a Internet te6ha p7ss1b141tad7 5ú4t1-p4as f7r5as de d1str1bu1çã7 da 5ús1ca e5 rede, 1ss7 6ã7 s1g61ﬁ ca 7 ﬁ 5 d7s 16ter5ed1ár17s. C757 d1ssera5 Hersch5a66 e K1sch16hevs3y (2011, p. 10), “c7rre-se [a16da] 7 r1sc7 de c76ce6traçã7 e5presar1a4 se5 precede6tes 67 5ercad7 da 5ús1ca, dev1d7 à asce6sã7 de 67v7s 16ter5ed1ár17s que se4a5 parcer1as 514176ár1as c75 as majors [...]”. O cap1ta4 6ã7 d7r5e!

Para 7 e6te6d15e6t7 das 5u1tas te6dê6c1as aqu1 5e6c176adas, apre-se6ta57s, a segu1r, u5 breve estud7 de cas7 c75 u5 art1sta f7rta4eze6se que faz us7 das 67vas tec6747g1as para pr757ver sua carre1ra 67 5ercad7 5us1ca4. A 67ss7 ver, e4e é exe5p47 c76cret7 da cé4ebre aﬁ r5açã7 de Cas-te44s (2003, p. 78): “ta4e6t7 é a chave da pr7duçã7 e5 6egóc17s e4etrô61c7s”. ‘Ta4e6t7’ aqu1 é ap41cad7 67 se6t1d7 de ‘fazer b75 us7 das redes c757 5e17 de 6egóc17s’, 7u se2a, sua capac1dade de art1cu4açã7 a6te 7 5ercad7 5us1ca4 v1rtua4. Ade5a1s, se perceberá que a ut141zaçã7 da rede te5 s1d7 7 seu gra6de d1fere6c1a4.

ANDREAD JÓ: OUTSIDER E UNDERGROUND (?!)

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[...] va4e a pe6a destacar que quase t7d7s 7s c75e6tár17s 6as 5atér1as d7s 27r6a1s e a16da 67s estud7s de 5ercad7 d1vu4gad7s e6fat1za5 espec1a45e6te 7 e6c74h15e6t7 d7 5ercad7 trad1c176a4 (ve6da de CDs) e ressa4ta5 que 7 gra6de desaﬁ 7 é 7 16tercâ5b17 de f767gra5as 6a I6ter6et (cha5ad7 de p1ratar1a pe4a gra6de 16dústr1a da 5íd1a trad1c176a4).

C76f7r5e d1t7 a6ter17r5e6te, 7 prese6te estud7 prete6deu, 67 pr1-5e1r7 575e6t7, v1sua41zar u5a resu51da parte da 41teratura pr7duz1da s7bre a Nova Produção Independente (NPI), caracter1zada, esse6c1a45e6te, pe4a 7p7rtu61dade de expa6sã7 c75erc1a4 susc1tada pe47 adve6t7 das 67vas es-tratég1as de pr7duçã7, d1vu4gaçã7 e c75erc1a41zaçã7 da 5ús1ca v1a Internet. Neste segu6d7 575e6t7, 7 16tu1t7 é aprese6tar u5 estud7 de cas7 rea41zad7 c75 7 ca6t7r e c75p7s1t7r ceare6se A6dread Jó. Ass15, aqu1, a6a41sa57s u5a d15e6sã7 d7 5ercad7 5us1ca4 16depe6de6te de reggae e5 F7rta4eza/ CE, a ﬁ 5 de c75pree6der u5a ce6a quase 1s74ada que, acred1ta57s, p7ssa ser c76s1derada, de certa f7r5a, c757 outsider. Esta ce6a é, ta5bé5, un-derground. Esses ter57s se refere5 a u5 art1sta que, a4é5 de autô6757/ 16depe6de6te, represe6ta u5 gê6er7 p7uc7 exp47rad7 c75erc1a45e6te 6a cap1ta4 ceare6se, se c75parad7, p7r exe5p47, a7 f7rró e4etrô61c7, gê6er7 5us1ca4, a pr17r1, d7516a6te.

A6dré August7 Ap741a67, 35 a67s, 675e artíst1c7 Andread Jó, 6as-ceu e5 F7rta4eza/CE 67 d1a 22 de abr14 de 1979. É c75p7s1t7r, ca6t7r e gu1tarr1sta. Seu ú4t157 á4bu5, 4a6çad7 e5 2012, cha5a-se Andread Jó Sings Bob Marley. À ép7ca da rea41zaçã7 da pesqu1sa que fu6da5e6ta este art1g7 (2014), 7 art1sta – e6tã7, s75a6d7 quase dez71t7 a67s de 5ercad7 –, e6c76trava-se pr7duz16d7 7 quart7 d1sc7 da carre1ra solo. T7d7s 7s trech7s c1tad7s aqu1, de dep715e6t7s de4e, data5 desse perí7d7. C75eç7u 6a 5ús1ca, pr7ﬁ ss176a45e6te, a7s dezessete a67s. N7 pr16cíp17, part1c1p7u de 7utr7s pr72et7s; e5 u5 de4es, 7 Projeto Roots, ca6tava blues e reggae. A7 fa4ar desse pr72et7, A6dread re4eva:

[...] era eu e u5 a51g7, 161c1a45e6te, t7ca6d7 gu1tarra e ca6ta6d7; u5 p7uc7 de ga1ta, dep71s 6ós c747ca57s ‘ba1x7’ e bater1a, e 7 repertór17 era esse: b4ues e reggae, b4ues e reggae... Até 7 p76t7 e5 que eu che-gue1 [...] a ﬁ car só 6a 5ús1ca reggae, que f71 qua6d7 surg1u a D76a4eda [pr15e1ra ba6da].

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haver va47r1zad7 a 5ús1ca 6egra p7r sua capac1dade de de6ú6c1a de certas des1gua4dades e ta5bé5 p7r ser ut141zada c757 f7r5a de ‘4a5e6t7’. Re1tera que c75eç7u a “curt1r” 7 reggae 6ã7 s75e6te pe4a s767r1dade, 5as pe4a 5e6sage5, e aﬁ r5a: “t7das as 5ús1cas que eu curt7, ass15 – b7a parte de4as, 67 cas7 – a que eu traba4h7, pr16c1pa45e6te é v74tad7 pra questã7 da 5e6sage5”.

A6dread 161c17u 67 5ercad7 d7 reggae c75 u5 projeto e5 que t7cava ape6as 5ús1cas d7 Bob Mar4ey, p7r ser este u5 art1sta que t7d7s 6a ba6da – 6a ép7ca – “2á curt1a5”. N7 c75eç7, d1z e4e: “a ge6te te6t7u fazer u5 repertór17 be5 gra6de, eu chegue1 a dec7rar 5a1s de c16que6ta 5ús1cas/4etras d7 B7b Mar4ey”. D7 c76tat7 c75 as 4etras d7 “re1 d7 reggae”, acresce6ta 7 art1sta, surg1u a 6ecess1dade ta5bé5 de “d1zer a4gu5a c71sa”. F71 e6tã7 que, 2u6ta5e6te c75 a4gu6s 16tegra6tes d7 grup7, c75eçara5 a br7tar as pr15e1ras c75p7s1ções. Segu6d7 7 e6trev1stad7, 67 575e6t7 161c1a4, “f71 fu6da5e6ta4 a 5ús1ca de B7b Mar4ey 6esse pr7cess7 de c75p7s1çã7”.

Após 7 c76tat7 c75 7s gra6des 675es d7 reggae, 5a1s espec1a45e6te Bob Marley, A6dread fa4a d7 sucess7 da sua pr15e1ra c75p7s1çã7:

A pr15e1ra ba6da que t7que1 f71 a D76a4eda, e5 2001, e a pr15e1ra 5ús1ca que a ge6te escreveu f71 u5a 5ús1ca 516ha ‘6é’! Letra e 5ús1ca 516ha que cha5a Luz de Jah, e... p7r 16críve4 que pareça, f71 a 5ús1ca 5a1s ve6d1da até h72e, ta6t7 6a D76a4eda qua6t7 6a 516ha carre1ra s747... Essa 5ús1ca cheg7u a ﬁ car e5 pr15e1r7 4ugar 6a rád17 5a1s 7uv1da de F7rta4eza dura6te 5a1s de três 5eses, até c75 as 6ac176a1s e 16ter6ac176a1s. E6tã7, ass15... f71 u5 4a6ce 5u1t7 4ega4, a ge6te c75eç7u be5, 5u1t7 be5.

V1ve6d7 exc4us1va5e6te da 5ús1ca, A6dread 16f7r5a que seu ú4t157 e5preg7 “de carte1ra ass16ada” – 4e1a-se c75 ví6cu47 e5pregatíc17 – f71 a7s dez71t7 a67s de 1dade. Na 7cas1ã7, d1z e4e, a7 perceber que seu ga6h7 c757 5ús1c7 2á se 1gua4ava a7 sa4ár17 que receb1a 6a e5presa, 4arg7u 7 traba4h7 e pass7u a se ded1car s75e6te à carre1ra artíst1ca. E c75p4e5e6ta: “p7rque era 1ss7 que eu quer1a [...] Eu 2á t16ha fe1t7 facu4dade de 4etras; 6ã7 chegue1 a 5e f7r5ar, p7rque 6esse í6ter15 eu c75ece1 a t7car 6a D76a4eda, 47g7 [...], f71 u5a c71sa 5u1t7 ráp1da, a ge6te 5a4 4a6ç7u 7 d1sc7 e 2á surg1u tur6ê 67 N7rte e N7rdeste [...]. Eu acabe1 te6d7 que tra6car [a 5atrícu4a] e5 fu6çã7 da 5ús1ca”. Daí e5 d1a6te, segu6d7 e4e:

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6u5 país 76de as pess7as 6ã7 va47r1za5 a cu4tura, 76de 6ã7 ex1ste u5a cu4tura de a2udar 7 art1sta, c75pra6d7 d1sc7, part1c1pa6d7 de 7utras c71sas que p7ssa5 trazer u5 ‘s74d7’ [4e1a-se 4ucr7] pr7 art1sta p7der s7brev1ver, 4a6çar d1sc7, gravar DVD, e ‘ta4’... E6tã7, é u5a parada 5u1t7 c75p41-cada! [...] E a ge6te te5 que ‘se v1rar’, 2u6tar d16he1r7 de ca1x16ha de sh7ws ‘pra’ pr7duz1r u5 d1sc7, 4a6çar 7 d1sc7, e 7 d1sc7 v1ra 7 cartã7 de v1s1tas d7 5ús1c7, ta6t7 d1sc7 qua6t7 a 5ús1ca, é 7 cartã7 de v1s1tas. O sh7w é 76de v7cê va1 c75eçar a receber sua re6da, t1rar 7 seu suste6t7.

Segu6d7 A6dread Jó, 7 fat7 de haver s1d7 estuda6te d7 curs7 de Letras (c75 hab141taçã7 e5 16g4ês e p7rtuguês), 4he p7ss1b141t7u se apr7fu6dar 67 estud7 de 4í6guas estra6ge1ras, 16teresse que 2á t16ha qua6d7 cr1a6ça. H72e, fa4a 16g4ês, fra6cês e espa6h74. O art1sta reve4a certa v1sã7 e5pree6ded7ra a7 v1s4u5brar 7 5ercad7 16ter6ac176a4, 7 que se ev1de6c1a 6ã7 s75e6te 67 estud7 de 7utras 4í6guas, 5as ta5bé5 p7r ter gravad7 5ús1cas c75 trech7s e5 espa6h74, a exe5p47 de u5a fa1xa cha5ada Capitalismo selvagem (d7 á4bu5 We Are One), e 5u1tas 7utras fa1xas e5 16g4ês, 16c4us1ve, te6d7 4a6çad7 e5 2012 u5 d1sc7 c75p4eta5e6te gravad7 e5 4í6gua 16g4esa – Andread Jó Sings Bob Marley –, ca6ta6d7 5ús1cas d7 cha5ad7 re1 d7 reggae. Essas característ1cas pr7p7rc176ara5 a7 5ús1c7 a e6trada 67 5ercad7 eur7peu, te6d7 fe1t7 sua pr15e1ra tur6ê 67 exter17r e5 2006, a67 e5 que per5a6eceu p7r quase d71s 5eses 6a Fra6ça.

C76f7r5e c76sta 67 site, “Após ser c76v1dad7 pe4a Ce6tra4 Ú61ca das Fave4as (CUFA), A6dread Jó v74ta à Eur7pa e5 2008” (2015), desta vez, 16d7 para a Suéc1a, 76de f71 tradut7r e teste5u6ha d7 traba4h7 dese6v74v1d7 pe4a CUFA 67 Bras14, 67s eve6t7s de gra6de 15p7rtâ6c1a c757 7 The National Cuncil of Swedish Youth Organizations, “d1scut16d7 c75 41dera6ças 2uve61s de vár17s países a questã7 da 5uda6ça c415át1ca” (ANDREAD, 2015). Part1-c1p7u ta5bé5 de se516ár17s 6as c1dades de Est7c7457 e Uppsa4a, ab7rda6d7 as d1ﬁ cu4dades e desaﬁ 7s d7s 27ve6s que hab1ta5 6as fave4as bras14e1ras.

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a c76segu1r aut7r1zaçã7 7ﬁ c1a4 da fa5í41a Mar4ey para gravar u5 d1sc7 c75 ca6ções d7 re1” (ANDREAD, 2015). Ressa4ta-se: t7d7s estes f767gra5as f7ra5 pr7duz1d7s c757 art1sta 16depe6de6te e e5 gravad7ras 16depe6de6tes.

A7 ser quest176ad7 s7bre a pr7duçã7 d7s d1sc7s 5e6c176ad7s, A6-dread Jó resp76deu:

T7d7s esses d1sc7s f7ra5 gravad7s 67 5es57 estúd17, c75 7 5es57 cara, que é u5 cara que eu c75ece1 a traba4har desde 7 pr15e1r7 d1sc7, que é 7 M71sés Ve47s7. E... 7 pr7cess7 e4e é u5 pr7cess7 u5 p7uc7 c75p4ex7 p7rque tud7 é gravad7 de f7r5a separada. A ba6da se reú6e pra t7car u5a 5ús1ca e é gravad7 pr15e1r7 a bater1a, dep71s c747ca-se só 7 ba1x7, a gu1tarra, 7s tec4ad7s... ‘b4á b4á b4á’... e, ‘67s ﬁ 6a45e6tes’, 7 v7ca4 pr16c1pa4 e dep71s 7s back vocals. E 7 pr7cess7 pra ge6te c76c4u1r esse d1sc7 e pre6sá-47, f71 exata5e6te c757 eu d1sse a6ter17r5e6te: a ge6te 2u6t7u gra6as de sh7ws, pag7u 7 estúd17, t7d7s 7s 5ús1c7s f7ra5 gravar, é c4ar7! Faz1a5 parte d7 pr72et7 – ta6t7 6a 516ha carre1ra c75 a D76a4eda, qua6t7 6a 516ha carre1ra s747, eu ach7 que só t1ve que pagar 5ús1c7s ‘pra’ gravar 5eta1s (que é sax, tr75b76e e tr75pete). [...] N7 67ss7 5e17 artíst1c7 6ã7 ex1ste5 5u1t7s 5ús1c7s de s7pr7 que sã7 d7 reggae, de fat7; e6tã7, e4es sã7 art1stas, 5ús1c7s c76tratad7s, que 6ã7 16teressa qua4 est147 e4es vã7 t7car; e4es quere5 receber a gra6a de4es e pr76t7! Já 7s de5a1s 16tegra6tes, 6ã7! C76hece5 a 516ha h1stór1a, e ‘ta4’... A4gu6s chega5 a dar até desc76t7 (desses ‘caras’ d7s 5eta1s) p7r saber que é 5ús1ca reggae, que é 16depe6de6te, e ‘ta4’... que 6ã7 te5 5u1ta gra6a, e ‘b4á b4á b4á’ – 5as 7 pr7cess7 é ass15, fu6c176a dessa f7r5a! (2014).

C76f7r5e se p7de 7bservar 6este trech7, t7d7s 7s cust7s de pr7duçã7 e gravaçã7 d7s d1sc7s sã7 d7 própr17 art1sta, 6ã7 have6d7 16vest15e6t7s de e5presár17s 7u pr7dut7ras. A6dread Jó reve4a ta5bé5 a ut141zaçã7 de estúd17s a4ugad7s e de 5ús1c7s freelancer (67 cas7, 7s 5eta1s); a7 5es57 te5p7, 5e6c176a haver, 6essas re4ações de pr7duçã7, cert7 t1p7 de ‘ca5a-radage5’, característ1ca da 5ús1ca 16depe6de6te, 7 que reduz deter516ad7s cust7s e6v74v1d7s 67 pr7cess7. F7ra d7 mainstream 5us1ca4 as re4ações de pr7duçã7, 5u1tas vezes sã7 16f7r5a1s, se6d7 c75u5 a ‘tr7ca de fav7res’: 5ús1c7 X grava 5a1s barat7 para ba6da Y, p7r esta ser 16depe6de6te; ba6da Y se pred1spõe a a2udar ba6da X 6a pr7duçã7 de u5 á4bu5, e5 tr7ca, p7r exe5p47, da part1c1paçã7 6a abertura de u5 sh7w, 67 futur7.

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ut141zada desde a ép7ca das ﬁ tas K7. N7 e6ta6t7, c757 7 cust7 era c76s1de-rave45e6te e4evad7, se c75parad7 a7 atua4, faz1a-se t1rage5 4151tada. H72e, c757 7 cust7 5éd17 d7 cha5ad7 ‘CD v1rge5’ e de u5 gravad7r de CD/ DVD é c76s1derave45e6te ba1x7 – se5 c76tar que a qua41dade 5ater1a4 da cóp1a é prat1ca5e6te a 5es5a da 5íd1a 7r1g16a4 –, 7s 5ús1c7s 16depe6de6tes, 5es57 terce1r1za6d7 7 estúd17 de gravaçã7, p7de5, 6a p7sse de u5 s15p4es 51cr7c75putad7r, repr7duz1r 7s seus traba4h7s e d1str1bu1r para 7 púb41c7. Sa41e6te-se, a16da, que a própr1a repr7duçã7 d7 CD ve5 se6d7 subst1tuíd7 pe4a cóp1a e5 pe6 dr1ve v1a download das 5ús1cas 6a Internet, 7 que d16a-51za 7 c76su57 e t7r6a a pr7duçã7 5e67s 76er7sa para 7 art1sta.

Favaret7, Abra57vay e Maga4hães (2007) afi r5a5 que as tec6747g1as d7s Long Players (LPs), be5 c757 das fi tas K7, p7ss1b141tara5 67s a67s 1960 a f7r5açã7 de 5ercad7s 5us1ca1s de a5p47 a4ca6ce. O gra6de pr7b4e5a era que 7s 16vest15e6t7s estrutura1s era5 5u1t7 a4t7s e, p7r 1ss7, 7s 5ercad7s se estruturava5 de f7r5a 5u1t7 c76ce6trada e5 t7r67 de u5 peque67 6ú5er7 de gravad7ras que p7ssuía5 c76d1çã7 sufi c1e6te para adqu1r1r equ1pa5e6t7s téc61c7s de a4t7 cust7. C757 d1ssera5 C7sta e Far1as (2014, p. 11),

C75 7 4a6ça5e6t7 d7 Compact Disc (CD), que cheg7u a7 5ercad7 5u6d1a4 e5 1983 e pass7u a ser p7pu4ar1zad7 67 Bras14 67s a67s 1990, e c75 7 p7ster17r dese6v74v15e6t7 de 5eca61s57s de regravaçã7 16de-pe6de6te (p1ratar1a), 161c17u-se a p7ss1b141dade de desce6tra41zaçã7 d7 5ercad7 f767gráﬁ c7 [...] L7g7, 7 de67516ad7 ‘CD p1rata’ (pr7duz1d7 à 5arge5 das estruturas 4ega1s) p7ss1b141t7u a4g7 que 7 ‘CD 7r1g16a4’ (4ega4) 2á estava 4e6ta5e6te 15p4e5e6ta6d7: 7 cresc15e6t7 de gê6er7s 5us1ca1s a6tes abafad7s pe4a c76ce6traçã7 d7 5ercad7 5us1ca4 6as 5ã7s de p7ucas e gra6des e5presas. Ju6ta5e6te c75 7 CD p1rata – repr7duz1d7 se5 a per51ssã7 d7s se47s f7r5a1s –, 7 surg15e6t7 e 7 cresc15e6t7 de pr7duções 5us1ca1s 16depe6de6tes ta5bé5 c76tr1buíra5 para a desc76-ce6traçã7 d7s 5ercad7s 5us1ca1s p7pu4ares.

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Estud7s reve4a5 que 7 5ercad7 16f7r5a4 (f7ra d7 mainstream 5us1ca4) ve5 pr7p7rc176a6d7 7 cresc15e6t7 exp76e6c1a4 de est147s a6tes ‘abafad7s’ pe4as gravad7ras trad1c176a1s, c757 7 f7rró e4etrô61c7 67 R17 Gra6de d7 N7rte (COSTA, 2012), 7 tec67brega 67 Pará (LEMOS; CASTRO, 2008), 7 cha5ad7 ‘reggae das rad174as’ 67 Mara6hã7 (SANTOS, 2009), e6tre 7utr7s, c757 7 ‘axé Bah1a’, 7 g7spe4 e até 5es57 7 serta6e27 u61vers1tár17, que atra1u 67s ú4t157s te5p7s 7s 16vest15e6t7s 5ass1v7s da gra6de 16dústr1a cu4tura4 bras14e1ra.

A6dread Jó ta5bé5 é exe5p47 de que as pr7duções 16depe6de6tes t1vera5 e tê5 t1d7 u5 pape4 fu6da5e6ta4 6a cr1açã7 e 6a estruturaçã7 de 67v7s grup7s 5us1ca1s, s7bretud7 daque4es 5a1s d1sta6c1ad7s de 5ercad7s c76s741dad7s e5 deter516adas reg1ões. Ressa4te-se que a cresce6te d1vu4ga-çã7 de 5ús1cas pe4a Internet f71 e está se6d7 u5 d7s 5a17res vet7res dessa superexp7s1çã7 5us1ca4 (COSTA, 2012), c757 se pôde c76f7r5e atesta 7 prese6te estud7. Observa-se que A6dread Jó se ut141za de 5ú4t1p4as estratég1as de d1vu4gaçã7 v1a Internet, de6tre as qua1s se destaca a d1sp761b141zaçã7 de t7das as suas 5ús1cas, de f7r5a gratu1ta, e5 sites e ap41cat1v7s v1a streaming, a4é5 de p7ssu1r u5 site própr17, 1gua45e6te abert7 a gravações / repr7duções. Ret75a6d7 a a6á41se da e6trev1sta, a7 ser quest176ad7 s7bre ‘p1ra-tar1a’, A6dread Jó (2014) reve47u a segu16te c76cepçã7: “eu s7u a fav7r da d1vu4gaçã7 gratu1ta das 5ús1cas, p7rque eu e6te6d7 que a 5e4h7r f7r5a de – 67 5eu cas7, d7 reggae, c757 e4e te5 u5 pr7pós1t7 – a 5e4h7r f7r-5a ‘da’ 5e6sage5 chegar até 7 p7v7, e4a te5 que ser de f7rf7r-5a gratu1ta”. Vê-se, s7bretud7, que A6dread 6ã7 é exceçã7, 7u se2a, e4e segue a 4óg1ca d7s 67v7s 5ercad7s 5us1ca1s, 7u 5e4h7r, da N7va Pr7duçã7 I6depe6de6te (NPI). Essa NPI 161c1a45e6te 7perava c75 gra6de a5ad7r1s57. Passad7s a67s, h72e e4a c76ta c75 certa exper1ê6c1a, s75ada à fac141dade d7 acess7 a equ1pa5e6t7s de gravaçã7 e repr7duçã7. Desta f7r5a, u4t15a5e6te e4a te5 buscad7 5a17r aut76751a e pr7cura ev1tar parcer1as desfav7ráve1s c75 as majors. Na v1sã7 de De March1 (2006, p. 08), a pr16cíp17 a rec76ﬁ guraçã7 d7 5ercad7 f767gráﬁ c7 (16íc17 d7 sécu47 XXI) susc1t7u, p7r u5 4ad7, 7 se6t15e6t7 de ‘cr1se’ de6tr7 d7 mainstream musical; p7r 7utr7, ger7u ex-pectat1vas p7s1t1vas para a NPI, que passava a ser v1sta 6aque4e 575e6t7 c757 7 ‘futur7 da 5ús1ca bras14e1ra’.

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E5 2004 eu receb1 7 c76v1te da S75 L1vre, da G47b7, e eu 6ã7 ass16e1 7 c76trat7! Eu 6ã7 ass16e1 p7rque a4gu5as c4áusu4as 6ã7 ﬁ cara5 c4aras, c757, p7r exe5p47, a data de 4a6ça5e6t7 d7 d1sc7, e a4gu6s 7utr7s ques1t7s. As gravad7ras, e4as às vezes e4as traba4ha5 de u5a f7r5a su2a. E4as pega5 u5 art1sta que está c75 u5 p7te6c1a4, 16depe6de6te, e4e 2á te5 u5 pr7dut7 c75 e4es, que e4es quere5 ve6der, e e4es c75pra5 7 traba4h7 daque4e art1sta só pra p7der b7tar 6a prate4e1ra, e 6ã7 atrapa-4har 7 pr7dut7 de4es, que e4es quere5 4a6çar. E6tã7, é u5 4a6ce 5u1t7 c75p41cad7 e su27, esse 5ercad7 de gravad7ras. Eu ass16ar1a c75 u5a gravad7ra se f7sse 6u5 â5b1t7 16ter6ac176a4; pra 515 16teressar1a. Pr7 Bras14, 6ã7 5e 16teressar1a! Até p7rque, aqu1, esse traba4h7 é 5u1t7 su27! É u5a c71sa 5u1t7 su2a! E, eu ass16ar1a, 6a c76d1çã7 de ter u5 praz7 ‘pra’ 4a6ça5e6t7 d7 5eu d1sc7, ‘6é’? Pra e4es 6ã7 tere5 p7deres s7bre a 516ha 5ús1ca, c757 67 cas7... c757... qua6d7 67 cas7, v7cê ass16a p7r u5a gravad7ra, v7cê ass16a p7r u5a 7bra, p7r u5 d1sc7, e6tã7 e4es ﬁ ca5 c75 7 p7der s7bre esse seu d1sc7 dura6te u5 cert7 perí7d7. O da S75 L1vre era5 c16c7 a67s. E6tã7, 15ag16a v7cê 6ã7 p7der pre6sar 6e6hu5 d1sc7 se5 a aut7r1zaçã7 da tua gravad7ra. Iss7 é r1dícu47! U5a 5ús1ca que v7cê escreveu, u5 pr7dut7 que v7cê cr17u, ‘6é’? Que é u5 ‘4a6ce teu’. F1car pres7 6a 5ã7 d7 7utr7 p7r causa de u5 c76trat7, e p7r causa de u5 va47r 1rr1sór17 de d16he1r7.

L7g7, 7 des16teresse e5 fechar ac7rd7 c75 u5a gravad7ra trad1c176a4, s75ad7 à re4at1va aut76751a pr7p7rc176ada pe4a exper1ê6c1a 5us1ca4 de dez71t7 a67s de 5ercad7 e a fac141dade de gravaçã7 e pr757çã7 v1a c1beres-paç7, 2ust1ﬁ ca5 7 fat7 de 7 art1sta suste6tar-se 67s 5ercad7s abert7s (‘open business’). Segu6d7 Le57s e Castr7 (2008, p. 21, gr1f7 67ss7),

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Ret75a6d7 a questã7 da ‘p1ratar1a’, ressa4ta-se que A6dread reve47u p7s1c176a5e6t7 ‘bra6d7’ e5 re4açã7 à repr7duçã7 d7s seus f767gra5as:

[...] se 7 cara qu1ser pegar 5eu d1sc7 e ve6der ‘pra’ ga6har 7 pã7 de4e, pra 515 6ã7 te5 pr7b4e5a 6e6hu5, eu ach7 que ‘pra 515’ é até u5a f7r5a de d1vu4gaçã7... ‘tá 4á’, 7 cara chega 4á 67 Ce6tr7 [da c1dade], te5 u5a barraqu16ha che1a de CD, e 5eu CD ‘tá 4á’ 67 5e17 – c757 eu 2á v1 e5 F7rta4eza, e 2á v1 e5 7utr7s estad7s. Nã7 5e 16c757da 6e6hu5 p7uc7!” (2014).

Apesar de d1verg1r e5 re4açã7 à ﬂ ex1b141zaçã7 d7s d1re1t7s aut7ra1s, c76f7r5e se ev1de6c1a 5a1s ad1a6te, A6dread Jó reve4a ut141zar-se de es-tratég1as característ1cas d7s ‘5ercad7s abert7s’. Ass15, s7bre a prát1ca de “p1ratar1a” aﬁ r5a:

[...] de u5a f7r5a gera4, eu s7u adept7 dessa f7r5a de d1vu4gaçã7, eu ach7 que te5 que ser gratu1t7 5es57, eu ach7 que 7 púb41c7 te5 que ter d1re1t7 a esse acess7, ‘6é’! ‘Pra’ c76hecer. E aí 7 púb41c7 va1 2u4gar se é 16teressa6te 7u 6ã7, se é b75 7u 6ã7, ‘6é’! E 1ss7 aí 2á va1... 2á é u5a questã7 d7 púb41c7! Acho que cada artista tem que fazer o seu papel, que é investir no seu trabalho, colocar a música de todas as formas possíveis, e a pirataria é uma delas, não posso negar! C757 2á 4he d1sse, 6ã7 s7u c76tra! Ag7ra, ex1ste5 a4gu6s p76t7s que 5e faz ser c76tra, e ‘f71’ 7s que eu fa4e1 aqu1, a4gu6s de4es (2014, gr1f7 67ss7).

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5ercad7s abert7s t7r6a5 ec76751ca5e6te v1áve4 a d1str1bu1çã7 gratu1ta das 5ús1cas. Ora, c757 a ve6da de CDs 2á 6ã7 gera rece1ta suﬁ c1e6te para 7s art1stas s7brev1vere5, estes dec1de5 d1str1buí-47s gratu1ta5e6te 67 16tu1t7 de p7te6c1a41zar 7 acess7 às suas 5ús1cas, v1s4u5bra6d7, ass15, u5 p7ssíve4 au5e6t7 de púb41c7 67s sh7ws.

S7bre d1re1t7s aut7ra1s, A6dread 5a61festa 7p161ã7 5u1t7 part1cu4ar: “aí 2á é u5a questã7 5a1s sér1a, p7rque e6v74ve d1re1t7 16te4ectua4. E6tã7, c757 c75p7s1t7r, [...] eu ach7 que t7d7 art1sta te5 esse d1re1t7. [...] A 5ús1ca d7 5es57 2e1t7 [...]” (2014). P7r ser ca6t7r e c75p7s1t7r, 7 art1sta reve4a c76cepções – até cert7 p76t7 – d1st16tas, 67 que d1z respe1t7 à repr7duçã7 d7 seu d1sc7 (p1ratar1a) e à regravaçã7 de suas 5ús1cas. Ou se2a, e4e ad51te que seus d1sc7s se2a5 repr7duz1d7s se5 que 4he repasse5 qua4quer qua6t1a, p71s d1z ser esta, ta5bé5, u5a f7r5a de d1vu4gaçã7; 67 e6ta6t7, 67 cas7 de a4gué5 regravar u5a c75p7s1çã7 sua, 7u de u5a rád17 ve1cu4ar suas 5ús1cas, e4e d1z ser sua a dec1sã7 de c7brar, 7u 6ã7, 7s d1re1t7s aut7ra1s:

[...] a questã7 d7 d1re1t7 aut7ra4 e6v74ve u5a questã7 5u1t7 s15p4es. Pr15e1r7, se e4e f7r só t7car, e4e p7de t7car qua6tas 5ús1cas 516has e4e qu1ser! Ag7ra, se e4e f7r gravar aí e4e te5 que ped1r aut7r1zaçã7! Eu 6u6ca c7bre1 p7r 6e6hu5a aut7r1zaçã7 ‘pra’ 6e6hu5 cara d7 Bras14 que 2á qu1s gravar u5a 5ús1ca 516ha, eu 6u6ca c7bre1 u5 ce6tav7! Já ve17 ge6te d7 R17 Gra6de d7 Su4, d7 R17 de Ja6e1r7, de vár17s estad7s, gravara5 5ús1cas 516has; ge6te de Igre2a eva6gé41ca, eu 41ber7 ‘6u5a b7a’! A questã7 é: a 5ús1ca c76t16ua se6d7 516ha, se aque4a ba6da – qua6tas vezes aque4a 5ús1ca f7r t7cada 6a rád17, 7s d1re1t7s d7 c75p7s1t7r vã7 ca1r pra 515 – e ‘pra 515 tá’ ót157! É d1fere6te v7cê gravar, e é d1fere6te v7cê t7car a7 v1v7. Sã7 duas s1tuações c75p4eta5e6te d1fere6tes. D1z respe1t7 a7 5ercad7r 5us1ca4, c4ar7! (ANDREAD, 2014).

C76f7r5e 7 e6trev1stad7 de1xa c4ar7 6este trech7, e5b7ra acred1te que a execuçã7 a7 v1v7 de u5a de suas 5ús1cas se2a 41vre de qua4quer tar1façã7 p7r parte d7 executa6te, a Le1 6º 9.610, de 19 de fevere1r7 de 19988_{– que}

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[...] as art15a6has d7 5ercad7 sã7 a5p4as e a facu4dade de eﬁ các1a da 4eg1s4açã7 é 4151tada fre6te a7s 15perat1v7s das 67vas c76ﬁ gurações e ex1gê6c1as d7s 5ercad7s 5us1ca1s abert7s. Legalmente essas bandas não poderiam executar as músicas que não são de sua autoria sem a autorização prévia do titular do direito autoral (nem mesmo ao vivo) [...].

Observa-se, p7rta6t7, que 67 cer6e dessa rea41dade estrutura4 da ec76751a 15ater1a4 e das 67vas tec6747g1as d1g1ta1s, 7 c76su57 5us1ca4 se 51d1at1za d1g1ta45e6te e/7u v1rtua45e6te. L7g7, a 5íd1a fís1ca duráve4 (CD/DVD) e 7 d1re1t7 de pr7pr1edade 16te4ectua4 (d1re1t7 aut7ra4) de1xa5 de ser deter516a6tes para 7 suste6t7 d7 5ús1c7 16térprete. Nas pa4avras de C7sta (2012, p. 153): “6ã7 é que 7 d1re1t7 de pr7pr1edade 16ex1sta, ta5p7uc7 que 7s age6tes e6v74v1d7s 6ã7 7 re1v16d1que. Ape6as deve-se ate6tar que essa pr7pr1edade 16te4ectua4 (aut7ra4) 6ã7 se t7r6a u5 fat7r re4eva6te para a suste6tab141dade da ba6da” e/7u d7 art1sta.

S7bre essa 67va rea41dade c75erc1a4 d7 5ercad7 da 5ús1ca, d1ssera5 C7sta e Far1as (2014, p. 12): “deve-se destacar que 6ã7 se trata ape6as de u5a deter516açã7 ec76ô51ca pe4as 5ã7s da 167vaçã7 tec674óg1ca. Trata-se, ta5bé5, de u5a 5uda6ça 6a própr1a d16â51ca d7 c76su57”. P7rta6t7, 7s us7s e desus7s d7 c76su51d7r ta5bé5 sã7 c76d1c176a6tes 6essa 67va fase da ec76751a d7 e6trete615e6t7. E, c757 7s art1stas f7ra d7 mainstream estã7 faze6d7 ‘b75 us7’ (c757 d1z 7 d1tad7 p7pu4ar) das 67vas f7r5as de c76su57 5us1ca4 (1ss7 se deve às suas c76ﬁ gurações: ba1x7s 16vest15e6t7s e re4at1va aut76751a) é c75u5 que passe5 a c76d1c176ar a4gu5as te6dê6c1as d7 5ercad7 5us1ca4 online. P7r 1ss7, é 67táve4 a efervesce6te (e pred751-6a6te) part1c1paçã7 desses indies e5 a4gu5as p4ataf7r5as d1g1ta1s que 6ã7 gera5 rece1ta, c757 Pa4c7Mp3, S7513 e 7utr7s.

A7 ser quest176ad7 s7bre qua1s 7s 5e17s de c75u61caçã7 (5íd1a) que 5a1s ut141za para a d1vu4gaçã7 d7s traba4h7s, A6dread resp76deu:

B75, atua45e6te, a Internet e4a é 7 5e4h7r veícu47 de d1vu4gaçã7 e d1sse516açã7 [...] pra u5 art1sta. Eu ach7 que 6ã7 só 6a 5ús1ca, c757 de 7utr7s 5e17s. [...] a Internet 16c757da 5u1t7 5a1s a te4ev1sã7 d7 que aque4a própr1a br1ga e6tre 7s ca6a1s [...].

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ex1s-te5 5u1tas ‘web rád17s’, as rád17s de Internet, e, ta5bé5, te4ev1sões da Internet. E6tã7, t7d7s esses 5e17s eu part1c1p7! P7ré5, 7 que eu est7u 5a1s at1v7, que é t7d7s 7s d1as, é a Internet! P7ré5, eu traba4h7, e5 t7d7s 7s estad7s que eu v7u, as c1dades que eu v7u, v7u ‘e5’ te4ev1sã7, v7u ‘e5’ rád17, part1c1p7 de tud7! P7ré5, ‘a7’ 5eu ver, pra u5 art1sta que v1ve da 5ús1ca 16depe6de6te, a Internet a16da é 7 p76ta pé 161c1a4 e 7 que va1 5a6ter 7 ‘cara’ 4á se6d7 v1st7, ‘6é’? (2014).

Na c76cepçã7 de Cate44s, “C757 67ssa prát1ca é baseada 6a c75u61-caçã7, e a I6ter6et tra6sf7r5a 7 57d7 c757 67s c75u61ca57s, 67ssas v1das sã7 pr7fu6da5e6te afetadas p7r essa 67va tec6747g1a da c75u61caçã7” (2003, p. 10). Nã7 é d1fere6te c75 7 5ercad7 5us1ca4. A cresce6te part1c1paçã7 das pess7as 67 c1berespaç7 tra6sf7r5a 7s be6s s15bó41c7s a6tes restr1t7s a u5a c4asse pr1v14eg1ada e5 be6s 41vres: surge aí a c1bercu4tura.

Para Mart16s (2012, p. 02), 7 c1berespaç7 deve ser “caracter1zad7 c757 u5a 5u4t15íd1a d1g1ta4 baseada 6as TIC’s [Tec6747g1as da I6f7r5a-çã7 e C75u61caI6f7r5a-çã7] que c76verge text7s, áud17 e víde7 [e] p7de ser v1st7 c757 u5 s1ste5a de c75u61caçã7 g47ba4 e 16terat1v7”. C75 a Rev74uçã7 Tec674óg1ca da I6f7r5açã7 (CASTELLS, 1999), surge a c1bercu4tura (LÉVY, 1999), p7de6d7 ser e6te6d1da c757 “[...] u5 67v7 57d7 de repr7dut1b141dade tec674óg1ca d7 5u6d7 s15bó41c7, 7u d7s be6s cu4tura1s” (MARTINS, 2012, p. 02). T7d7 esse pr7cess7 a4ter7u pr7fu6da5e6te a d16â51ca da pr7duçã7--d1str1bu1çã7-c76su57 da 5ús1ca, v1st7 que e4a é ta5bé5 ‘16f7r5açã7’. É c75u5, p7rta6t7, se fa4ar e5 (re)estruturaçã7 d7 5ercad7 5us1ca4.

Ret75a6d7 7 estud7 de cas7 c75 A6dread, a pesqu1sa 67s fez c76s-tatar que, a4é5 de p7ssu1r perﬁ s e5 a4gu5as redes s7c1a1s c757 Facebook, MySpace e Twitter (51cr7 blog c76s1derad7 c757 rede s7c1a4)10_{, este art1sta}

ut141za ta5bé5 c757 estratég1a de d1vu4gaçã7 7s DJs, 67 Bras14 e ta5bé5 67 exter17r. Ta4 estratég1a se asse5e4ha a7 reggae das radiolas e5 Sã7 Luís/ MA, c757 7bserv7u Sa6t7s (2009), e5 que as 67vas pr7duções (51xage6s) sã7 p7stas 6as 5ã7s d7s DJs das gra6des rad174as, p71s e4es (67 cas7 de Sã7 Luís/MA) sã7 7s pr16c1pa1s age6tes da ‘pr7duçã7 d7 sucess7’. A4g7 parec1d7 ac76tece 67 tec67brega parae6se(FAVARETO; ABRAMOVAY; MAGALHÃES, 2007).

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5u-s1ca1s. F1ca ev1de6te que e5 te5p7s de v1rtua41zaçã7 d7 patr15ô617 cu4tura4 “7 d1sc7 v1ra 7 cartã7 de v1s1tas d7 5ús1c7, ta6t7 d1sc7 qua6t7 a 5ús1ca” (ANDREAD, 2014).

C757 be5 7bserv7u Yúd1ce, e5 re4açã7 a7s 5ús1c7s perua67s:

Os 5ús1c7s ga6ha5 5u1t7 p7uc7 c75 7s f767gra5as gravad7s (7s preç7s d7s CDs sã7 5u1t7 ba1x7s, cerca de 60 ce6tav7s de dó4ar) e 7s vár17s 16ter5ed1ár17s – pr7dut7r, c7p1ad7r e 7 ca5e4ô/ve6ded7r – fi ca5 c75 quase t7d7 7 4ucr7; 5as eles funcionam mais especifi camente para a promoção do cardápio principal que são os concertos, onde propriamente os artistas realizam a maioria dos seus ganhos [...] Na ausê6c1a de se47s f767gráfi c7s que f7r6eça5 serv1ç7s a7s art1stas, 7s 5ús1c7s perua67s tê5 que fazer sua própr1a pr757çã7. Para 1ss7, e4es pr7cura5 e6trar 6as redes de d1str1bu1çã7 de CDs e DVDs, be5 c757 d1sp761b141zar seus víde7s 67 Y7utube e Myspace” (YÚDICE, 2011, p. 27).

Dec7rre6te dessa te6dê6c1a de d1fusã7 das 5ús1cas e5 rede, v1a In-ternet, e da fl ex1b141zaçã7 d7s d1re1t7s aut7ra1s, a f76te de re6da das ba6das e/7u art1stas resu5e-se a prat1ca5e6te a ve6da d7s shows. Reafi r5a6d7 c75 A6dread (2014), “7 sh7w é 76de v7cê va1 c75eçar a receber sua re6da, t1rar 7 seu suste6t7”. E6tre5e6tes, é p7ssíve4 c75pree6der que, e6qua6t7 as majors v1s4u5brava5 6a d1vu4gaçã7 v1a rád17 a ve6da fís1ca de d1sc7s (CD/ DVD) – que sã7 7s pr16c1pa1s pr7dut7s das e5presas d7 mainstream –, 7s pr7dut7res e e5presár17s das ba6das 16depe6de6tes, be5 c757 7s art1stas autô6757s, esc74hera5 7s shows c757 recurs7s estrutura1s de ve6das. Ga-bbay (2007) e Sa6t7s (2009) 1de6t1fi cara5 essa te6dê6c1a, respect1va5e6te, 67s 5ercad7s d7 tec67brega (Pará) e d7 reggae das rad174as (Mara6hã7). Percebera5 6essas ce6as que 7 5ercad7 t16ha se reestruturad7 e e4e1t7 a aprese6taçã7 a7 v1v7 c757 pr16c1pa4 pr7dut7 c75erc1a4.

Nesse ce6ár17 c75pet1t1v7 de 4uta p7r ace1taçã7, 76de t7d7s d1sputa5 ‘u5 4ugar a7 s74’, 7 5a1s v1áve4 para 7s grup7s e/7u art1stas 5us1ca1s é a adesã7 a7 57de47 de 5ercad7 5arcada5e6te ‘abert7’. P7rta6t7, 7 d1re1t7 aut7ra4 t7r6a-se ‘carta se5 va47r’. E4e até ex1ste, 5as 6ã7 é re1v16d1cad7 p7r 6ã7 ser 5a1s 7 pr16c1pa4 ‘5e17’ de suste6t7 d7 5ús1c7. A6dread esc4arece: “Eu 6u6ca c7bre1 p7r 6e6hu5a aut7r1zaçã7 ‘pra’ 6e6hu5 cara d7 Bras14 que 2á qu1s gravar u5a 5ús1ca 516ha, eu 6u6ca c7bre1 u5 ce6tav7!”.

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a7s 67v7s padrões de pr7duçã7 e c76su57 da 16dústr1a d7 e6trete615e6t7 5us1ca4. É 6ecessár17 4e5brar, 67va5e6te, que 7s 5ús1c7s que de4e faze5 parte5 15pr151ra5 “67r5as” e estratég1as de d1vu4gaçã7 e c75erc1a41zaçã7. H72e, é c75u5 perceber a prese6ça de ba6das estabe4ec1das 67 5ercad7 mainstream, que, 5es57 te6d7 c76trat7 c75 gravad7ras trad1c176a1s, d1s-p761b141za5 seus f767gra5as e5 p4ataf7r5as d1g1ta1s de f7r5a gratu1ta. Esse háb1t7 deve-se à adaptaçã7 dessas ba6das às te6dê6c1as surg1das f7ra d7 maistream. O c1berespaç7 é c76d1çã7 ta5bé5, e cada vez 5a1s, para a suste6tab141dade d7s 5ús1c7s 6ã7 16depe6de6tes.

Esse c1berespaç7 c76ta c75 d1versas interfaces que p7ss1b141ta5 a ráp1da e efi caz d1g1ta41zaçã7 d7s 5a1s var1ad7s arqu1v7s (LÉVY, 1999). Desta f7r5a, c75 u5 s15p4es notebook equ1pad7 c75 u5a p4aca de captura de áud17, as ba6das p7de5 gravar 7s seus e6sa17s e c75 7 auxí417 de softwares c757 7 Nuendo, 7 Audacity e 7utr7s, p7de5 51xar e pr7duz1r seus própr17s CDs. P7der-se-1a afi r5ar que, e5b7ra p7ssa5 gravar seus traba4h7s, esses 6ã7 estar1a5 67 padrã7 de qua41dade estabe4ec1d7 pe4as pr7dut7ras 5a1s espec1a41zadas. N7 e6ta6t7, 7 f7r5at7 Mp3 t7r67u prat1ca5e6te 15percep-tíve4 as var1ações de qua41dades e5 u5a gravaçã7. Acred1ta-se ser quase 15p7ssíve4 u5 16d1vídu7, 5es57 pr7v1d7 da 5e4h7r capac1dade aud1t1va, 7uv1r u5a e 7utra 5ús1ca e d1zer: esta f71 gravada e5 padrã7 de qua41dade 2563bps e aque4a 1283bps. As var1ações, 67 5áx157, 1r1a5 ser dec7rre6tes da qua41dade d7s 5ús1c7s, questã7 que p7de ser res74v1da a6tes d7 575e6t7 de gravaçã7. P7rta6t7, 7 pr7cess7 de gravaçã7 e5 s1 f71 substa6c1a45e6te s15p41fi cad7.

A ba6da car17ca Det76autas p7de ser t75ada c757 exe5p47 de estratég1as de d1vu4gaçã7 v1a c1berespaç7. Atua45e6te 7 grup7 se e6c76tra c76fecc176a6d7 seu 67v7 d1sc7, p7ré5, a6tes d7 4a6ça5e6t7 7ﬁ c1a4, d1sp7-61b141za links e5 sua pág16a; ass15, as 5ús1cas que 2á gravara5 p7de5 ser 7uv1das9_{. Percebe-se 6este exe5p47 que a ba6da ‘abr1u 5ã7’ d7 cha5ad7}

4a6ça5e6t7 d7 CD ‘67s 574des’ que 7c7rr1a trad1c176a45e6te. A7s p7uc7s, as 5ús1cas vã7 se6d7 27gadas 6a Web e 7s fãs vã7 ac75pa6ha6d7 e part1-c1pa6d7 at1va5e6te da pr7duçã7 d7 d1sc7.

C75 exceçã7 de rád17s 47ca1s, percebe-se que A6dread Jó 6ã7 te5 acess7 à gra6de 5íd1a (rád17s e TVs 6ac176a1s). A pesqu1sa reve47u a16da que a pr757çã7 e d1vu4gaçã7 d7 art1sta 7c7rre5, esse6c1a45e6te, v1a Internet 7u e5 aprese6tações a7 v1v7.

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[...] t7d7s esses dã7 d1re1t7 ta5bé5 de, a4é5 de v7cê 7uv1r 76416e, v7cê ta5bé5 ba1xa gratu1ta5e6te. A4é5 d7 5eu s1te, 76de v7cê p7de ba1xar 7s [...] d1sc7s de f7r5a gratu1ta. Te5 u5 4163 ‘pra’ d7w647ad... e6tã7, a ge6te te6ta ut141zar 7 5áx157. N7 cas7, 7 Pa4c7Mp3 é 7 5a1s... d7 Bras14, é 7 5a1s acessad7... e6tã7 a ge6te ﬁ ca f7cad7 5a1s 67 Pa4c7Mp3. I6c4us1ve, 6ós 2á f757s capa d7 Pa4c7Mp3 u5as dez vezes 2á, 6é... pe47 6ú5er7 de acess7s que 6ós te57s... e 1ss7, graças a Deus, te5 a2udad7 basta6te a d1vu4gaçã7 d7 67ss7 traba4h7 aqu1 (2014).

F1ca ev1de6te, p7rta6t7, que e5b7ra se ut141ze5 de rád17s e e51ss7ras de te4ev1sã7 47ca1s, as ba6das 16depe6de6tes, pred7516a6te5e6te, ut141za5-se 5a1s d7 c1berespaç7 para d1vu4gare5 7s seus traba4h7s, te6d7 e5 v1sta 7 cust7 e a fac141dade de acess7. É cert7, p7rta6t7, que 7 ava6ç7 das téc61cas de repr7duçã7 s75adas a7 5a17r acess7 à Internet, que ve5 cresce6d7 exp76e6c1a45e6te 67s ú4t157s a67s, d7tara5 7s art1stas undergrounds de re4at1va aut76751a. C757 resu4tad7, 4eva6ta-se a h1pótese de esses art1stas tere5 adqu1r1d7 5a17r 41berdade de expressã7, 2á que 6ã7 prec1sa5 se adaptar a7s padrões estabe4ec1d7s pe4as managers da pr7duçã7 5us1ca4.

A exper1ê6c1a pr7p7rc176ada pe47 estud7 rea41zad7 c75 A6dread Jó p7de ser resu51da 6a segu16te fór5u4a: repr7dut1b141dade téc61ca (fac141dade de repr7duçã7 d7s f7r5at7s d1g1ta1s) + c1berespaç7 (ferra5e6tas da Web 2.0 ut141zadas para d1str1bu1çã7 das 5ús1cas) = 5a17r capac1dade cr1at1va de pr7duçã7 e pr757çã7 5us1ca4. Ou se2a, a s75a d7s e4e5e6t7s e6u6c1ad7s pr7p7rc1767u a7s indies 5a17r aut76751a e p7ss1b141dade de c76c7rrê6c1a e5 re4açã7 a7s majors. O resu4tad7 5a1s a5p47 desse pr7cess7 se 5ater1a41za 6a 5a17r qua6t1dade de art1stas/ba6das a4ca6ça6d7 certa p7pu4ar1dade; 5es57 7s que a6tes era5 esquec1d7s 7u abafad7s pe4a 16dústr1a cu4tura4 trad1c176a4. Te57s, p71s, 7 adve6t7 de u5 4eque cada vez 5a1s p4ura4 e heter7gê6e7 de 5ús1cas se6d7 pr7duz1das e prescr1tas v1a Internet.

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pr7duçã7 5us1ca4 16depe6de6te, a d1fusã7 e a p7te6c1a41zaçã7 d7 acess7 a7s be6s s15bó41c7s, p7r 5e17 d7 c1berespaç7, c76tr1bue5 para 5a17r pr7duçã7 cu4tura4 (heter7gê6ea e p4ura4), d1fere6te da cu4tura de 5assa ve1cu4ada pe4a gra6de 5íd1a, que ca516ha e5 seu s76h7 1dea4 de padr761zaçã7, abafa6d7 deter516ad7s gê6er7s (c757 7 reggae) e superva47r1za6d7 7utr7s (c757 7 serta6e27 u61vers1tár17).

Fecha6d7 a a6á41se s7bre as estratég1as de d1vu4gaçã7 ut141zadas p7r A6dread Jó, quest1767u-se 7 art1sta s7bre c757, 6a sua 7p161ã7, 7 seu pú-b41c7 t16ha acess7 à sua 5ús1ca. E4e resp76deu: “Na verdade, ach7 que v1a Internet... E... shows! Eu ach7 que 7s shows [...] Os shows! P7rque 5u1tas pess7as até h72e vã7 através de u5 a51g7 que c76hece 67 traba4h7”.

Mu1t7 se te5 fa4ad7 e5 16dústr1a cu4tura4 7u, 5a1s espec1fi ca5e6te, e5 ‘16dústr1a f767gráfi ca’; 67 e6ta6t7, é 15per17s7 4e5brar que 7 5ercad7 5us1ca4 deve ser e6te6d1d7 c757 ‘p4ura4’ e ‘heter7gê6e7’. L7g7, deve-se abster de ge6era41zações. Cada 5ercad7 – apesar de certas se5e4ha6ças – é d7tad7 de característ1cas part1cu4ares. C757 d1sse A6dread, cada gê6er7 te5 suas característ1cas de 5ercad7 específi cas, e 7 reggae se d1fere6c1a de t7d7s 7s 7utr7s 5ercad7s. E acresce6t7u:

[...] 67s 7utr7s 5ercad7s, p7r exe5p47, 7 5ercad7 da 5ús1ca serta6e2a, d7 f7rró, e4es sã7 be5 5a1s estruturad7s, e4es p7ssue5 e5presár17s que 16veste5 67s traba4h7s... só que ta5bé5 se t7r6a5 pr7pr1etár17s das ba6das. N7 cas7 d7 reggae, 6ã7! O reggae, e4e é u5 est147 5us1ca4 a4ter6at1v7 e 16depe6de6te, p7uc7s sã7 7s art1stas que ass16a5 c75 gra-vad7ras. Quando assinam, a gravadora já quer se envolver dentro do trabalho musical ‘pra’ tirar o estigma de ser ‘música reggae’, e já levar ‘pra’ outro lado, ‘pra’ se tornar uma coisa mais popular e mais vendável, claro! P7rque e4es [7s 16vest1d7res] v1sa5 a gra6a. E6tã7, 7 reggae a16da é u5a 5ús1ca p7pu4ar s15! É u5a 5ús1ca de fác14 acess7! T7ta45e6te d1fere6te d7 b4ues, d7 2azz, 6é... até d7 r7c3 5a1s pesad7, aque4e r7c3-16-r744. O reggae... e4e é 5a1s p7pu4ar. P7ré5, e4e se d1fere6c1a p7r 1ss7! P7r a16da 7s art1stas querere5 v1ver de f7r5a 16depe6de6te. E 1ss7 d1ﬁ cu4ta 5u1t7 7 67ss7 traba4h7! (2014, gr1f7 67ss7).

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u5a gravad7ra trad1c176a4. A6dread destaca a4gu6s p76t7s p7s1t1v7s da sua c76d1çã7 de art1sta 16depe6de6te:

O pr16c1pa4, é que v7cê c76t16ua se6d7 v7cê! Você não se torna um produto! U5 pr7dut7 que eu d1g7... a 5ús1ca é u5 pr7dut7, 7 art1sta, e4e é u5 pr7dut7. P7ré5, eu c76t16u7 se6d7 que5 eu s7u! Eu p7ss7 exp7r 516has 7p161ões, eu p7ss7 exp7r 5eus pe6sa5e6t7s. Se5 ter 5ed7 de s7frer a4gu5 t1p7 de 2u4ga5e6t7. Já qua6d7 v7cê e6tra 6u5a gravad7ra, v7cê va1 ser 574dad7 ‘pra’ v1ver de6tr7 d7s parâ5etr7s da te4ev1sã7, d7 rád17, da f7r5a de se c75p7rtar, 7 que v7cê deve d1zer, 7 que v7cê 6ã7 deve d1zer. E6tã7, d1ga57s, e4es c75eça5 a ‘c7rtar as as16has d7 art1s-ta’! V7cê se t7r6a u5 pr7dut7! [...] E6tã7, ass15... te5 u5 preç7! Paga esse preç7 que5 quer! Eu ach7 16teressa6te, se v7cê... se 7 art1sta, te5 c76d1ções de s7brev1ver – 6ã7 é 6e5 v1ver, é s7brev1ver – 16depe6de6te, eu ach7 que é 5e4h7r e4e 5es57 ad5161strar a sua carre1ra! C4ar7, que c75 u5a equ1pe dece6te d7 seu 4ad7, pess7as que ta5bé5 curte5 7 teu traba4h7 e acred1ta5 6e4e. P7ré5, se aparecer u5a b7a pr7p7sta – que v7cê p7ssa c76t16uar se6d7 v7cê – eu ach7 16teressa6te v7cê ace1tar (2014, gr1f7 67ss7).

E6cerra6d7 esta refl exã7 s7bre a fac141dade traz1da pe4a 167vaçã7 tec674óg1ca, d1ría57s que, a7s p7uc7s, 7 resu4tad7 te5 s1d7 a cresce6te des-5ater1a41zaçã7 da 5ús1ca (HERSCOVICI, 2007). O CD te5 s1d7 subst1tuíd7 p7r 5ús1cas e5 f7r5at7s d1g1ta1s arqu1vadas e5 pen drives. Na década de 1990, qua6d7 7 CD t7r67u-se 5a1s c75erc1a41záve4 d7 que 7 LP e a fi ta K7, 7 5ercad7 f767gráfi c7 pass7u p7r u5a c75p4eta 5uda6ça de háb1t7s, pr7-p7rc176ada pe4a fac141dade da repr7dut1b141dade da 5íd1a fís1ca. D7rava6te, c75 a pred7516â6c1a d7 f7r5at7 MP3, que cheg7u a7 5ercad7 p7r v74ta de 1995, p7pu4ar1za6d7-se 67s a67s 2000, 7s háb1t7s de c76su57 f7ra5 67va5e6te se rec76fi gura6d7: as ve6das d7 CD caíra5 substa6c1a45e6te; e 5es57 qua6d7 se c75pra 7 Compact Disc, p7de-se “tra6sf7r5á-47” para 7 f7r5at7 MP3, sa4va6d7-7 e5 5e5ór1as 5a1s p7rtáte1s c757 cartões e pen drives, p71s 7s própr17s apare4h7s de repr7duçã7 de 5íd1as estã7 chega6d7 a7 5ercad7 – a 5a17r1a de4es – se5 4e1t7res de d1sc7. Surge5, p7rta6t7, 67v7s háb1t7s. O c76su57 de 5ús1ca online – v1a streaming – t7r6a-se ‘a 67va 7rde5 d7 d1a’.

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pr757veu 5uda6ças ta6t7 67 c76su57 qua6t7 67s pr7cess7s de pr7duçã7 da 5ús1ca. C757 d1sse 7 própr17 A6dread Jó a7 ser quest176ad7 s7bre a gravaçã7 d1g1ta4:

B75, fac141t7u basta6te! H72e e5 d1a 2á te5 Home Studio... Vár17s art1stas que eu c76heç7 até 6e5 vã7 5a1s e5 estúd17 gravar u5a 5ús1ca; até pe47 fat7 da... de tere5 vár17s pr7gra5as gratu1t7s 6a Internet, de gravaçã7. Basta v7cê c75prar u5a p4aca de s75, e ‘ta4’, ‘pr7’ seu c75putad7r; ter b7as ca1xas de referê6c1a, u5 b75 51cr7f76e. Eu ach7 que esse pr7cess7 f71 b75 pra 5ús1ca, p7rque 5u1t7s art1stas a6tes prec1sar1a5 de u5a b7a gra6a pra u5 estúd17, 7u de u5a gravad7ra ‘pra’ gravar u5 traba4h7, 6é... e h72e 2á p7de5 ter acess7, 6é... através desses pr7gra5as, e ‘ta4’. E6tã7, esse pr7cess7 de d1g1ta41zaçã7, 6esse se6t1d7 da pr7duçã7 5us1ca4, eu ach7 7 5áx157, [...] barate7u 7 cust7, deu acess7 a7s art1stas a tere5... a p7dere5 gravar de f7r5a c75 que ﬁ casse 5a1s barat7 e 5a1s ráp1d7, ta5bé5(2014).

Atua45e6te, d1z 7 e6trev1stad7, e4e própr17 te5 t7cad7, 67s shows, as 5ús1cas d7 d1sc7 Andread Jó Sings Bob Marley, a4é5 de 5ús1cas d7 pr15e1r7 e segu6d7 d1sc7s s747, ass15 c757 a4gu5as ca6ções 16éd1tas, d7 d1sc7 a ser 4a6çad7. D1sse, a16da, que seu pr16c1pa4 5ercad7 h72e te5 s1d7 7 N7rte/N7rdeste. S7bre 7 t1p7 de púb41c7, e4e d1z: “[...] é 7 púb41c7 5es57 41gad7 5a1s à 5ús1ca reggae... Eu t7c7 ta6t7 pra ga4era da per1fer1a qua6t7 pra ga4era da ‘c4asse A’ [...] t7d7s esses púb41c7s g7sta5 d7 5eu traba4h7, 16depe6de6te de 76de se2a. E6tã7, eu t7c7 e5 qua4quer 4ugar que eu f7r c76v1dad7!”. A6dread reve47u ter t7cad7 “desde 7 Macapá até a Bah1a” (Fe1ra de Sa6ta6a), e5 d1versas c1dades, d7 N7rte até F7rta4eza; a4é5 de R17 de Ja6e1r7, V1tór1a d7 Espír1t7 Sa6t7, e e5 vár17s países da Eur7pa. Ass15 d1sse: “7 púb41c7 que eu quer7 at16g1r é 7 5áx157! Se 5e c747care5 6u5 eve6t7 que 6ã7 te5 6ada a ver c75 reggae [...] e que eu p7ssa estar 6esse eve6t7, eu v7u estar! P7r que eu quer7 estar represe6ta6d7 5eu est147 e ta5bé5 4eva6d7 a 5e6sage5, c4ar7!” (2014).

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da I6ter6et pe4as e5presas”. Ou se2a, 7bserva57s, h72e, ta6t7 7 cresc15e6t7 das indies qua6t7 a apr7pr1açã7 p7r parte das majors das suas estratég1as. P7rta6t7, qua4quer 7t151s57 16gê6u7 p7de 15p41car r1sc7 de desgaste de u5a p7ss1b141dade teór1ca r1ca e5 ter57s de a6á41se de expressã7 p7pu4ar.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A ce6a a6a41sada esc4arece 7 qua6t7 é atua4 fa4ar e5 reestruturaçãodo mercado musical. De ag7ra e5 d1a6te, c757 7s ava6ç7s 6a 51cr7e4etrô61ca e 6a 16f7r5át1ca, a4é5 de sere5 c76sta6tes, 7pera5 c757 revoluções – e5 5éd1a, a cada 18 5eses as 5e5ór1as e 7s pr7cessad7res d7bra5 as suas capac1dades –, é 51ster 7bservar suas c76sequê6c1as a6te a 16dústr1a cu4-tura4. Ora, 7s 67v7s háb1t7s de pr7duçã7-d1str1bu1çã7-c76su57 da 5ús1ca sã7 c76d1c176a6tes de e c76d1c176ad7s p7r essas 5uda6ças 6a 16fraestrutura tec674óg1ca. C757 4e5bra Caste44s (2003), a Internet6ã7 és75e6te aqu147 que f71 pr72etad7 para ser; é, ta5bé5, 7 que 7s seus usuár17s faze5 de4a. P7rta6t7, p7r per51t1r cert7 grau de 41berdade 67 at7 d7 fazer, a c1bercu4-tura traz c76s1g7 u5a d16â51ca d1fere6te das 5íd1as de 5assa, à 5ed1da que p7ss1b141ta 6ã7 ape6as 7s usuár17s se adaptare5 a7 que é pr7p7st7 pe4a 16dústr1a f767gráﬁ ca, 5as ta5bé5, 15pr151re5 67vas te6dê6c1as (67vas f7r5as) de c76su57 5us1ca4. P7r 1ss7 tê5-se v1st7 hits que a4ca6ça5 sucess7 esp76ta6ea5e6te, e só dep71s sã7 ve1cu4ad7s e ass1514ad7s pe4a trad1c176a4 16dústr1a cu4tura4.

E5b7ra se fa4e e5 ‘cr1se’, prefere-se aqu1 16terpretar essa 67va rea41dade c757 u5 575e6t7 de reestruturaçã7; ta6t7 de6tr7, qua6t7 f7ra (e 6as b7rdas) d7 maistream 5us1ca4. Equ1pad7s c75 tec6747g1as que 4hes pr7p7rc176a5 5a17r aut76751a, 7s 16depe6de6tes ag7ra p7de5 gravar c75 cust7s reduz1d7s e ut141zar p4ataf7r5as v1a streaming que gera5, 7u 6ã7, rece1tas a7 sere5 7uv1das as suas 5ús1cas. O que de fat7 c76ta é a fac141-dade de exp7r 7 que estã7 pr7duz16d7 se5 a 6ecess1fac141-dade de parcer1as tã7 desfav7ráve1s c757 as que 7s art1stas estabe4ec1a5 a6tes c75 as majors. Ressa4te-se que 6ã7 se ext16gu1ra5 7s 16ter5ed1ár17s; 67 e6ta6t7, 7s 67v7s 16ter5ed1ár17s 7ferece5 5a17r fac141dade de acess7 às suas 5ús1cas e c75 5e67res ex1gê6c1as. Sites c757 Pa4c7Mp3, e 5u1t7s 7utr7s,sã7 abert7s; qua4quer art1sta p7de cr1ar u5a c76ta de acess7 e rea41zar 7upload das suas 5ús1cas 41vre5e6te. Outras p4ataf7r5as, c757, p7r exe5p47, 7 Spotify, Rdio e Deezer, a16da gera5 a4gu5a rece1ta (cerca de R$ 0,02 p7r execuçã7)11

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Se5 dúv1da, A6dreadJó é exe5p47 c76cret7 de c757 7streaming tr7uxe à t76a art1stas a6tes abafad7s pe47 mainstream 5us1ca4. Através d7 Pa4c7Mp3, e4e au5e6t7u 7 seu púb41c7 s1g61ﬁ cat1va5e6te, 7 que 4he pr7p7r-c1767u 5a17r recepçã7 67 ce6ár17 reggae d7 Bras14. Ut141za6d7-se ta5bé5 d7 SoundCloud, f71 p7ssíve4 estabe4ecer c76tat7s 15p7rta6tes e chegar a7 púb41c7 16ter6ac176a4, se6d7, p7r exe5p47, c76v1dad7 para abr1r 7 show d7 Alpha Blond 67 Bras14. Ass15, 7 art1sta e6c76tra p7te6c1a4 d7 c1berespaç7 a7 ut141zar, pr16c1pa45e6te, a Internet c757 veícu47 51d1át1c7 de exp7s1çã7.

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1 “O 67v7 6ã7 é 7 caráter 5erca6t14 da 7bra de arte, 5as 7 fat7 de que, h72e, e4e se dec4ara de41berada5e6te c757 ta4, e é 7 fat7 de que a arte re6ega sua própr1a aut76751a, 16c4u16d7-se 7rgu4h7sa5e6te e6tre 7s be6s de c76su57 [...]” (ADORNO; HORKHEIMER, 1985, p. 130).

2 “As 7r1ge6s da I6ter6et p7de5 ser e6c76tradas 6a Arpa6et, u5a rede de c75putad7res 576tada pe4a Adva6ced Research Pr72ects Age6cy (ARPA) e5 sete5br7 de 1969. A ARPA f71 f7r5ada e5 1958 pe47 Departa5e6t7 de Defesa d7s Estad7s U61d7s c75 a 51ssã7 de 57b141zar recurs7s de pesqu1sa, part1cu4ar5e6te d7 5u6d7 u61vers1tár17, c75 7 7b2et1v7 de a4ca6çar super17r1dade tec674óg1ca 5141tar e5 re4açã7 à U61ã7 S7v1ét1ca 6a este1ra d7 4a6ça5e6t7 d7 pr15e1r7 Sput613 e5 1957” (CASTELLS, 2003, p 13).

3 “A S7c1747g1a da Mús1ca te5 desfrutad7 de u5 cresc15e6t7 67táve4 dura6te a ú4t15a década d7 sécu47 XX e 7s pr15e1r7s a67s d7 sécu47 XXI” (traduçã7 67ssa).

4 “[...] 7 ter57 16dústr1a cu4tura4 f71 e5pregad7 pe4a pr15e1ra vez 67 41vr7 D1a4e3t13 der Auf34ãru6g, que H7r3he15er e eu pub41ca57s e5 1947, e5 A5sterdã” (ADORNO, 1971, p. 287).

5 Ver ta5bé5 Yúd1ce (2011, p. 44): “Ta6t7 a Last.f5 qua6t7 7 Faceb773 sã7 7 t1p7 de p4ataf7r5a que faz 6egóc17s c75 gra6des e5presas. Na rea41dade, 7 Last.f5 f71 adqu1r1d7 pe4a CBS e 7 Y7utube, pe47 G77g4e.” 6 Ver e5: http://7g47b7.g47b7.c75/cu4tura/se47s-16depe6de6tes-cr1- t1ca5-y7utube-p7r-ac7es-16defe6save1s-e5-67v7-serv1c7-de-strea-516g-12584553. (Acess7 e5 08.12.2014).

7 Os 7utr7s d71s f7ra5, respect1va5e6te, Tr1b7 de Jah e G14bert7 G14 (ANDREAD, 2015). Va4e sa41e6tar que, 5u1t7s art1stas e ba6das gravara5 7 B7b Mar4ey 67 Bras14, c76tu6d7, se5 aut7r1zaçã7 7ﬁ c1a4 da gravad7ra e da fa5í41a d7 Re1 d7 Reggae.

8 “Art. 68. Se5 prév1a e expressa aut7r1zaçã7 d7 aut7r 7u t1tu4ar, 6ã7 p7-derã7 ser ut141zadas 7bras teatra1s, c75p7s1ções 5us1ca1s 7u 4íter7-5us1ca1s e f767gra5as, e5 represe6tações e execuções púb41cas”.

“§ 2º C76s1dera-se execuçã7 púb41ca a ut141zaçã7 de c75p7s1ções 5us1ca1s 7u 4íter7-5us1ca1s, 5ed1a6te a part1c1paçã7 de art1stas, re5u-6erad7s 7u 6ã7, 7u a ut141zaçã7 de f767gra5as e 7bras aud17v1sua1s, e5 47ca1s de freqüê6c1a c74et1va, p7r qua1squer pr7cess7s, 16c4us1ve a rad17d1fusã7 7u tra6s51ssã7 p7r qua4quer 57da41dade, e a ex1b1çã7 c16e5at7gráﬁ ca”.

“§ 3º C76s1dera5-se 47ca1s de freqüê6c1a c74et1va 7s teatr7s, c16e5as, sa4ões de ba14e 7u c76cert7s, b7ates, bares, c4ubes 7u ass7c1ações de qua4quer 6atureza, 472as, estabe4ec15e6t7s c75erc1a1s e 16dustr1a1s, estád17s, c1rc7s, fe1ras, restaura6tes, h7té1s, 57té1s, c4í61cas, h7sp1ta1s, órgã7s púb41c7s da ad5161straçã7 d1reta 7u 16d1reta, fu6dac176a1s e

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estata1s, 5e17s de tra6sp7rte de passage1r7s terrestre, 5arít157, ﬂ uv1a4 7u aére7, 7u 76de quer que se represe6te5, execute5 7u tra6s51ta5 7bras 41terár1as, artíst1cas 7u c1e6tíﬁ cas”.

I6: BRASIL. Le1 6º 9.610, de 19 de fevere1r7 de 1998. A4tera, atua41za e c76s741da a 4eg1s4açã7 s7bre d1re1t7s aut7ra1s e dá 7utras pr7v1dê6-c1as. Pres1dê6c1a da Repúb41ca, Casa C1v14, Subcheﬁ a para Assu6t7s Juríd1c7s. D1sp76íve4 e5: http://www.p4a6a4t7.g7v.br/cc1v14_03/4e1s/ L9610.ht5. Acess7 e5: 13. 2a6. 2015.

9 Ver: http://www.det76autas.c75.br/41brary/2P4ayer/s7u6dc47ud.php. Acess7 e5 12 2a6. 2015.

10 Ver: http://www.a6dread27.c75/. Acess7 e5 22 fev. 2015.

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