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Direito Processual Penal Habeas Corpus

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Academic year: 2021

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Prof. JOCIANE LOUVERA

E-mail: jocianelouvera@globo.com

Direito Processual Penal

Habeas Corpus

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Habeas Corpus

Conceito → É uma garantia individual, ou seja, um remédio jurídico destinado a tutelar a liberdade de ir, ficar e vir, tendo por finalidade evitar ou fazer cessar a violência ou a coação à liberdade de locomoção decorrente de ilegalidade ou abuso de poder.

Para Frederico Marques é a ferramenta constitucionalmente assegurada, (art. 5º LXVIII CF), que almeja a tutela do direito liquido e certo de locomoção, contra ilegalidade ou abuso de poder, atual ou iminente, que comprometa bem próprio ou alheio.

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Habeas Corpus

Obs.: A doutrina brasileira do HC, capitaneada por Rui Barbosa, era uma chave mestra, foi superada em 1926, em admitir a tutela de outros direitos guarnecidos pelo Mandado de Segurança.

Previsão Legal → (infraconstitucional) arts. 647 e seguintes do CPP, e é tratado erroneamente como Recurso, pois tem natureza jurídica de de Ação Autônoma de Impugnação, de caráter constitucional e de viés popular, não só por inaugurar uma nova relação processual, assim como, por seu cabimento, mesmo após o trânsito em julgado.

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Espécies de Habeas Corpus

Habeas Corpus Repressivo ou Liberatório → destina-se a afastar constrangimento ilegal à liberdade de locomoção já existente. Nesse caso a autoridade que conceder a liberdade deverá expedir um Alvará de Soltura.

Habeas Corpus Preventivo É utilizado quando existe apenas uma ameaça a liberdade de locomoção e nesse caso expede-se um Salvo-conduto, assinado pela autoridade competente quando se comprovou um perigo iminente a liberdade de locomoção.

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Espécies de Habeas Corpus

Habeas Corpus Suspensivo “Luiz Flavio Gomes” → É quando o mandado de prisão foi expedido, mas o agente ainda não foi encarcerado, ou seja, está pendente de cumprimento. Pede-se uma contra ordem, um contra mandado de prisão. Nada mais é que um HC preventivo, com pedido diferente.

O êxito da ordem, acarretará a expedição de um contra mandado de prisão.

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Espécies de Habeas Corpus

Habeas Corpus Profilático É aquele impetrado quando o risco a liberdade de locomoção existe, mas é remoto, periférico, acidental e não iminente.

Ex.: Cabimento de HC em face da denegação de acesso aos autos da Investigação.

Habeas Corpus Trancativo “Tourinho Filho”→ É aquele impetrado para exterminar/extinguir sumariamente determinado procedimento persecutório, em virtude da ausência/falta de justa causa.

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Espécies de Habeas Corpus

Habeas Corpus Nulificador Nesse caso, a procedência da ordem importa na declaração de nulidade do ato viciado e dos demais atos que dele decorrem. Assim sendo, o processo será reconstruído a partir da ocorrência do vício.

Habeas Corpus ex officio „ação penal de ofício” → os Juízes e Tribunais podem conceder de ofício o HC, art. 654, §2º CPP.

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Espécies de Habeas Corpus

Habeas Corpus para Extinção da Punibilidade → As hipóteses de extinção da punibilidade estão disciplinadas no artigo 107 do CP, sendo cognoscíveis de ofício e em qualquer grau de jurisdição, art. 61 do CPP. Uma vez provida a ordem, o procedimento persecutório existente estará prejudicado, já que a extinção da punibilidade é promovida por decisão terminativa de mérito, com aptidão a coisa julgada material.

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Hipóteses de Cabimento do HC

O artigo 648 do CPP, de forma não exaustiva, apresenta as hipóteses de Coação Ilegal:

01 → Falta justa causa para a prisão Refere-se a ausência do fumus boni iuris (ausência de indícios de autoria e prova da materialidade) para a prisão, inquérito ou ação penal, ou, qualquer constrangimento ilegal a liberdade de locomoção.

Justa causa, para LFG, a ausência de justa causa, tem mais de um significado, ou seja, falta lastro probatório mínimo ou ausência de legalidade lato senso, para a persecução penal.

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Hipóteses de Cabimento do HC

Consequências para Falta de Justa Causa:

→ Falta justa causa para a prisão → a prisão é ilegal, e deverá ser relaxada;

→ Falta de justa causa para o IP ou para AP → o Deve haver o trancamento;

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Hipóteses de Cabimento do HC

02 → Houver excesso de prazo na prisão → Isso ocorre quando alguém estiver preso por mais tempo do que determina a lei, ou seja, quando houver excesso de prazo no recolhimento ao cárcere.

Obs. A prisão temporária é a única prisão cautelar com prazo legal de encerramento. Esgotado o prazo e mantido o cárcere, constata-se a manifesta ilegalidade, exigindo-se o relaxamento.

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Hipóteses de Cabimento do HC

03 → A coação for efetuada por autoridade incompetente - Quando quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo.

Obs.1: Excluída a hipótese de flagrante delito, a prisão só pode ser determinada por despacho fundamentado da autoridade judiciária competente, caso contrário, a prisão será ilegal e deverá ser relaxada.

Obs.2: Se o IP for presidido por Delpol sem atribuição, é possível o trancamento do IP através do HC, contudo, nada impede que o MP o utilize para propor ação penal, quando não trancado.

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Hipóteses de Cabimento do HC

Obs.3: Se o Processo for presidido por Juiz incompetente, é possível o trancamento. Nesse caso, a procedência da ordem, nulifica os atos processuais, importando em remessa ao juízo competente.

Atenção! Segundo Ada Pelegrini, nas hipóteses de incompetência absoluta todos os atos são imprestáveis, e devem ser renovados, no juízo competente. Contudo, sendo incompetência relativa (territorial), os atos decisórios serão reputados nulos e os instrutórios podem ser aproveitados (art. 567 CPP).

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Hipóteses de Cabimento do HC

04 → Houver cessado o motivo que autorizou a coação - Nessa hipótese a causa da prisão cessou de produzir efeito, mas o paciente continua preso. Pode ocorrer por ter terminado de cumprir a pena, por ter sido anulado o auto de prisão em flagrante, por ter sido relaxada sua prisão, por ter sido impronunciado ou absolvido, por ter obtido sursis ou livramento condicional etc.

Obs.: essa hipótese retrata o fator necessidade como termômetro de justificação da manutenção da preventiva. Se a preventiva não mais se justifica pelo desaparecimento das hipóteses de cabimento, ela será revogada (art. 316 CPP), e para tanto, admite-se o manejo do HC.

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Hipóteses de Cabimento do HC

05 → Não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos em que a lei a autoriza → Nesse caso desrespeita-se a garantia constitucional prevista no artigo 5°, LXVI, da Constituição Federal de 1988.

A fiança deve ser tida como um direito e se o agente não se enquadrar nas restrições dos artigos 323 e 324 CPP, ele deve ser admitido a prestá-la.

Neste caso, a procedência da ordem, faz com que a fiança seja arbitrada (arts. 325, 326 do CPP) e o pagamento importa em na libertação do agente pela efetivação do alvará de soltura.

Obs.: Esse dispositivo também acomoda os artigos 310, p.ú. c/c 321 CPP (LP sem fiança).

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Hipóteses de Cabimento do HC

06 → O processo for manifestamente nulo → A nulidade pode decorrer de qualquer causa (falta de condição de procedibilidade, ilegitimidade de parte, incompetência do juízo, ausência de citação etc.), e, quando manifesta por ser reconhecida quando ainda se encontre em andamento o processo, cabe aqui também a hipótese de constrangimento ilegal em decorrência de nulidade do auto de prisão em flagrante.

Obs.: A procedência da ordem importa na declaração de nulidade do ato viciado e dos demais atos que dele decorrem (Princípio da Consequencialidade).

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Hipóteses de Cabimento do HC

07 → Extinta a punibilidade → As causas extintivas de punibilidade estão elencadas no artigo 107 do Código Penal ou em dispositivos específicos.

A procedência da ordem importa em decisão terminativa de mérito com força de coisa julgada material.

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Competência para Julgar o Habeas Corpus

A competência para julgar o HC, em regra, é definida por quem seja a autoridade coatora.

Autoridade Coatora Competência para julgar o HC

Particular

Delpol Estadual

Delpol Federal

MPE – 1º grau

MPU – 1º grau

Juiz Estadual

Juiz Federal

→ Juiz Jecrim

→Turma Recursal E/F

Membro do TJ ou TRF

Membro do MPU – 2ª grau

Superior Tribunal de Justiça

Juiz de 1º grau/singular

Juiz Estadual de 1º grau/

singular

Juiz Federal de 1º grau/singular

Tribunal de Justiça

Tribunal Regional Federal

Tribunal de Justiça

Tribunal Regional Federal

→ Turma Recursal

→TJ/TRF

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Supremo Tribunal Federal

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Competência para Julgar o Habeas Corpus

Obs.1: Os membros do MP pode funcionar como autoridade coatora quando requisitam a instauração de IP, art. 5º, II CPP.

Assim como, quando presidem Procedimento Investigativo Criminal (PIC), nesses casos, o pedido de trancamento deve ser perante o Tribunal.

Obs.2: Os meros detentores não funcionam como autoridade coatora, e por isso, não podem figurar no polo passivo da ação de HC.

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Competência para Julgar o Habeas Corpus

Atenção!!! Competência do Supremo para julgar o HC Quando o paciente está submetido a jurisdição do Supremo, competirá a Suprema Corte o julgamento do HC, artigo 102, I,

“d”, CRFB/88. O mesmo se aplica quando o coator estiver submetido a jurisdição do Supremo, mesmo que o coator, não integre a estrutura do Poder Judiciário, art. 102, I, “i” CRFB/88.

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Obs. → Vale lembrar que esta hipótese deve respeitar a competência do STJ para julgar o HC. A exceção nos é apresentada pelos Ministros de Estado e pelos Comandantes das Forças Armadas, que ao praticarem crime são julgado pelo STF, mas a competência para o HC ao atuarem como coatores, é do STJ.

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Competência para Julgar o Habeas Corpus

Cuidado!!! Competência do Superior Tribunal de Justiça Quando o paciente estiver submetido a jurisdição do STJ, competirá a este Tribunal o julgamento do HC, artigo 105, I,

“d”, CRFB/88. O mesmo se aplica quando o coator estiver submetido a jurisdição do STJ, mesmo que o coator, não integre a estrutura do Poder Judiciário, art. 105, I, “c” CRFB/88.

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Obs. → Vale lembrar que os Ministros de Estado e Comandantes das Forças Armadas, ao praticarem crime são julgado pelo Supremo, mas a competência para o HC ao atuarem como autoridades coatoras, é do STJ.

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Condenação da autoridade coatora nas custas (art. 653, Código de Processo Penal):

A condenação da autoridade coatora nas custas está condicionada a ter-se ela havido com má-fé ou abuso de poder. Como a Constituição Federal, quanto ao artigo 5°, LXIII, referente à assistência da família e do advogado ao preso, e ao inciso LXII do mesmo artigo, relativo à comunicação imediata ao juiz competente e

"à família do preso ou à pessoa por ele indicada", não especifica que tais exigências devam constar expressamente do auto de prisão em flagrante, presume-se que os requisitos constitucionais tenham sido cumpridos.

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Condenação da autoridade coatora nas custas (art. 653, Código de Processo Penal):

Não há que se falar, portanto, em abuso de poder ou ilegalidade por parte da autoridade quando não consta de texto expresso que regulamente tais assuntos, não se vislumbra no caso de omissão da autoridade má-fé ou abuso de poder. Lembre-se, porém, que, normalmente, conforme legislação local, o processo de habeas corpus está isento de custas.

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Legitimidade

Legitimidade Ativa para impetrar o habeas corpus – PF e PJ (art. 654, CPP): O direito constitucional de impetrar habeas corpus é atributo da personalidade. Qualquer pessoa do povo, independentemente de habilitação legal ou de representação por advogado, de capacidade política, civil ou processual, de idade, sexo, profissão, nacionalidade ou estado mental, pode fazer uso do remédio heroico, em benefício próprio ou alheio.

Trata-se de Ação Penal Popular não Condenatória.

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Legitimidade

Obs.1 → Não se admite HC apócrifo (anônimo).

Atenção! Os menores, os deficientes mentais, a pessoa jurídica e o analfabeto podem impetrar HC.

Obs.2 Os juízes e tribunais têm competência para expedir de ofício ordem de habeas corpus quando no curso do processo verificarem que alguém sofre ou está na iminência de sofre coação ilegal.

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Legitimidade

Importante O HC exige Capacidade Processual? Sim. Porque capacidade processual é o gênero que tem como espécies:

postulatória e de ser parte. Para impetrar HC se exige capacidade de ser parte.

Legitimidade Passiva em regra, autoridade pública, funcionário público, contudo, tem se admitido, particular como autoridade coatora, notadamente nas relações médico hospitalares.

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Legitimidade

Paciente → É a pessoa beneficiada, que vai usufruir do HC.

Obs. → Na Doutrina, majoritariamente, não cabe HC em favor de Pessoa Jurídica e de animais, contudo, há precedentes jurisprudenciais, STF, admitindo HC em favor da Pessoa Jurídica.

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Habeas Corpus e Condições da Ação

Legitimidade ad causam É a pertinência subjetiva da ação, segundo Alfredo Busaid. Logo, no polo ativo, teremos qualquer pessoa, ratificando o HC como ação popular não condenatória e no polo passivo teremos o autor da ilegalidade ou do abuso de poder;

Interesse de Agir → “interesse necessidade” é revelado pela demonstração da existência de violência ou coação que comprometa a liberdade de locomoção.

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Habeas Corpus e Condições da Ação

Percebe-se que no processo de HC não haverá dilação probatória e a prova é pré-constituída, trata-se de direito líquido e certo.

Obs.: Dentro do fator necessidade, não se admite HC para impugnar ato normativo em tese (STJ, HC 140.861)

“Interesse Adequação” → O HC é adequado quando existir risco a liberdade de locomoção. Caso contrário o HC estará peremptoriamente afastado (sumulas 693, 694 e 695 STF)

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Habeas Corpus e Condições da Ação

SÚMULA 693 →Não cabe habeas corpus contra decisão condenatória a pena de multa, ou relativo a processo em curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a única cominada.

SÚMULA 694 →Não cabe habeas corpus contra a imposição da pena de exclusão de militar ou de perda de patente ou de função pública.

SÚMULA 695 Não cabe habeas corpus quando já extinta a pena privativa de liberdade.

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Habeas Corpus e Condições da Ação Possibilidade Jurídica → Restrições:

1ª → De acordo com o artigo 142, §2º da CF → Não cabe habeas corpus para impugnar a punição disciplinar do militar, respeitando- se assim a hierarquia.

Obs. Para STF o mérito da punição não pode ser discutido, mas a legalidade pode ser objeto do HC (STF RE 338.840).

→ Não cabe HC para impugnar Prisão Administrativa, segundo o artigo 650, §2º CPP. Contudo, segundo Tourinho Filho, como a legitimidade para decretar a prisão é do judiciário

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Habeas Corpus e Condições da Ação

E não de autoridade do Executivo, tal restrição perdeu a sua razão de existir, o que foi ratificado pela Lei 12.403/2011.

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Sistema Recursal do Habeas Corpus

HC impetrado perante o juiz de primeiro grau. Da Sentença pela procedência ou não da ordem, caberá RESE, art. 581, X, CPP.

A procedência do HC ainda se submete ao Recurso Ex Officio, art. 574, I CPP c/c Súmula 423 STF, de forma que, ocorrerá a remessa ao tribunal, mesmo que as partes não recorram, e sem isso, a decisão não transita em julgado.

SÚMULA 423Não transita em julgado a sentença por haver omitido o recurso ex officio, que se considera interposto ex lege.

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Sistema Recursal do Habeas Corpus

HC impetrado perante o Tribunal →Deliberação Monocrática na Apreciação da Liminar A procedência ou improcedência do HC comporta Agravo Regimental .

Não cabe um novo HC para impugnar a denegação da liminar, resta a defesa agravar ou aguardar o julgamento do mérito do HC pelo órgão colegiado no Tribunal.

Súmula 691 STF →Não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer de habeas corpus impetrado contra decisão do Relator que, em habeas corpus requerido a tribunal superior, indefere a liminar.

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Sistema Recursal do Habeas Corpus

Obs.: O Supremo mitigou os rigores da Súmula 691, quando existir manifesta ilegalidade (STF, HC 109.167).

Deliberação Colegiada no Tribunal → Quando o Tribunal julga o mérito do HC procedente, não há Recurso Previsto, salvo se violar a Lei Federal ou a Constituição, que seria o caso de cabimento do RESP (STJ) ou RE (STF), se for compatível.

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Sistema Recursal do Habeas Corpus

Deliberação Colegiada no Tribunal → Quando o Tribunal julga o mérito do HC Improcedente, cabe Recurso. Para o STF o prejudicado pelo julgamento do HC deve se valer do Recurso aplicável a hipótese, ao invés de impetrar HC substitutivo (STF HC 109.956).

Improcedência do HC

TJ/TRF → cabe ROC perante o STJ (art. 105, II, a CF);

STJ → cabe ROC perante o STF (art. 102, II, a, CF);

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Sistema Recursal do Habeas Corpus

Art. 102 CF → Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: II julgar, em recurso ordinário:

a) o habeas corpus, o mandado de segurança, o habeas data e o mandado de injunção decididos em única instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória a decisão;

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Sistema Recursal do Habeas Corpus

Art. 105 CF/88 → Compete ao Superior Tribunal de Justiça: II julgar, em recurso ordinário:

a) os habeas corpus decididos em única ou última instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão for denegatória;

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Multas para autoridades e funcionários no hábeas corpus (art.

655, Código de Processo Penal)

- Havendo mora ou embaraço à expedição da ordem, à soltura do paciente, às informações, condução e apresentação do paciente, a autoridade coatora e os funcionários responsáveis podem ser condenados à multa, segundo o dispositivo.

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Apresentação do paciente no habeas corpus (art. 656, Código de Processo Penal)

Preenchidas as formalidades legais da petição de habeas corpus, o juiz a recebe, podendo determinar que o paciente lhe seja apresentado em dia e hora designada. A recusa da autoridade implica a expedição de mandado de prisão contra essa autoridade, instaurando-se inquérito para apuração dos motivos, sem prejuízo da apresentação do paciente.

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Falta de apresentação do paciente no habeas corpus (art. 657, Código de Processo Penal)

- Determinada à apresentação do paciente pelo juiz, somente não será apresentado se estiver gravemente enfermo ou não estiver sob a guarda da autoridade a quem for dirigida à ordem. Estando enfermo e impossibilitado de ser conduzido até o juízo, o juiz pode ir ao local em que o paciente se encontra.

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Informação do detentor do paciente no hábeas corpus (art.

658, Código de Processo Penal)

- Estando o paciente sob a guarda de determinada autoridade ou funcionário, mas à disposição de outrem, deve declarar ao juiz, quando requisitada sua presença ou nas informações, à ordem de quem está ele preso.

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Pedido de habeas corpus prejudicado (art. 659, Código de Processo Penal)

- Verificado, em especial pelas informações, que já cessou a violência ou a coação, como, por exemplo, a prolação da sentença condenatória ou a soltura do réu em caso de excesso de prazo na instrução criminal, o juiz ou tribunal declara que o pedido está prejudicado. Deixou de existir legítimo interesse no remédio heroico e o impetrante é, agora, carecedor da ação. Quando a ilegalidade da coação alegada não existia no momento da impetração, ou não existia tal constrangimento, a ordem deve ser denegada.

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Informação de autoridade coatora (art. 660, Código de Processo Penal)

- Dispõe-se que o juiz, ouvido o paciente e efetuadas eventuais diligências, decidirá, fundamentadamente, dentro de 24 horas. Entretanto, na prática, não se expede ordem de apresentação nem se interroga o paciente, o juiz apenas requisita informações a autoridade apontada como coatora, embora tal providência só seja prevista expressamente quando se trata de impetração perante o tribunal (art. 662, Código de Processo Penal). O fornecimento, por parte da autoridade, de informações capazes de esclarecer o alegado na impetração, constitui dever indeclinável, sob pena de multa. Devem ser elas prestadas no prazo fixado pelo magistrado, e em seu retardamento também é aplicável a multa.

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É inadmissível, salvo em hipóteses excepcionais, a dispensa de informações à autoridade, em se cuidando de hipótese em que se alega falta de justa causa, ou esteja o paciente preso, não se podendo conceder a ordem simplesmente porque não foram elas prestadas no prazo. As informações, porém, podem ser dispensadas quando os documentos que instruem a petição evidenciam, desde logo, a ilegalidade da coação, julgando o juiz de plano.

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Efeitos da concessão da ordem

- A concessão da ordem, tratando-se habeas corpus liberatório, implica que o paciente seja posto em liberdade, salvo se por outro motivo deva ser mantido preso. Será incontinenti enviada cópia da decisão à autoridade que tiver ordenado a prisão ou tiver o paciente a sua disposição, a fim de ser juntada aos autos do inquérito ou processo. Tratando-se de pedido relativo a arbitramento da fiança, o juiz deve arbitrar o valor desta, que poderá ser prestada perante ele, remetendo, nesse caso, à autoridade os respectivos autos, para serem anexados aos do inquérito policial.

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Encaminhamento do processo de habeas corpus ao tribunal (art. 661, Código de Processo Penal) - Tratando-se de pedido de habeas corpus impetrado perante o tribunal de justiça, a petição entregue ao secretário deve ser encaminhada por este imediatamente ao presidente do tribunal, câmara ou turma, conforme as atribuições previstas nos regimentos internos dessas Cortes. Dada a preferência no julgamento desse processo, deve ser encaminhada ao órgão que estiver reunido ou primeiro venha a reunir-se. Não se afasta, porém, a possibilidade de distribuição, conforme a organização do tribunal, desde que não se prejudique a preferência de julgamento do mandamus.

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Indeferimento do pedido de liminar de habeas corpus (art. 663, Código de Processo Penal) - O presidente poderá entender serem desnecessários o pedido de informações e a ordem para complementar a petição se entender que o pedido deve ser indeferido in limine. Segundo o Código, o indeferimento deve ser confirmado pelo órgão competente para julgar o pedido, alguém encaminhará os autos. Entretanto, tem se entendido que, em decorrência do artigo 68 da LOMN, é apenas do presidente a decisão, da qual cabe recurso ao próprio tribunal. O mesmo procedimento deve ser aplicado se, determinada a complementação do pedido, na forma do artigo anterior, não for ela providenciada pelo impetrante.

(52)

Intervenção do Ministério Público (art. 664, Código de Processo Penal)

- Recebidas às informações, o Ministério Público terá sempre vista dos autos do processo de habeas corpus, quando impetrado em qualquer tribunal, pelo prazo de dois dias. O Ministério Público de segundo grau manifesta-se então livremente a respeito do pedido.

(53)

Expedição da ordem de habeas corpus (art. 665, Código de Processo Penal)

Concedida à ordem pelo tribunal, será ela lavrada pelo secretário e assinada pelo presidente do órgão julgador. Será então dirigida por ofício ou telegrama ao detentor, ao carcereiro ou a autoridade coatora. Tratando-se de telegrama, a assinatura deve ser autenticada no original na agência telegráfica, mencionando-se tal circunstância no instrumento.

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SÚMULA 690 Compete originariamente ao Supremo Tribunal Federal o julgamento de habeas corpus contra decisão de turma recursal de juizados especiais criminais.

SÚMULA 692 Não se conhece de habeas corpus contra omissão de relator de extradição, se fundado em fato ou direito estrangeiro cuja prova não constava dos autos, nem foi ele provocado a respeito.

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