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Literatura. Pós-Modernismo: Guimarães Rosa. Teoria. Introdução

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Pós-Modernismo: Guimarães Rosa

Objetivo

Conhecer o estilo de autor do escritor João Guimarães Rosa, por meio da leitura de diferentes trechos de sua obra, da identificação dos principais recursos estilísticos nela empregados e da ressignificação da temática regionalista, que lhe conferem universalidade e atemporalidade.

Curiosidade

Guimarães Rosa refletia a personalidade supersticiosa de alguns de seus personagens. Assim, quando convidado a exercer posse na Academia Brasileira de Letras, adiou o quanto pôde, pois acreditava que algo ruim poderia lhe acontecer. Em 1967, assumiu a posição e, em seu discurso, afirmou que “a gente morre é para provar que viveu. (...) As pessoas não morrem, ficam encantadas”. O autor veio a falecer três dias depois.

Teoria

Introdução

Considerado por muitos como o maior criador, em prosa, do século XX no Brasil e um dos maiores da cultura ocidental moderna, João Guimarães Rosa nasceu em Cordisburgo, Minas Gerais, em 1908. Estudou medicina e trabalhou no interior de seu estado como médico da Força Pública.

Conhecendo mais de uma dezena de idiomas, em 1934 prestou concurso para o Itamaraty, onde trabalhou como diplomata e como embaixador. Faleceu aos 59 anos, no Rio de Janeiro, três dias após sua posse na Academia Brasileira de Letras.

Estreou com Sagarana (1946), que renova o conto brasileiro. Em 1956, aparecem as sete novelas poéticas de Corpo de baile e Grande Sertão: veredas, romance filosófico, mítico e poético, em que funde prosa e poesia, narrativa intensa e criação de ritmos, metáforas e alegorias.

Seus últimos livros compõem-se de histórias cada vez mais densas de poeticidade e simultaneamente mais breves. Primeiras estórias é um conjunto de contos nos quais as crianças, os velhos, os loucos - seres rústicos e em disponibilidade para a travessia existencial - vivem momentos de encantamento, de iluminação, de rara e ancestral poesia, que universalizam e reinventam literariamente o sertão, como ocorre em Tutaméia, Estas histórias e Ave palavra.

Em “O dorso do Tigre”, Benedito Nunes discorre sobre Guimarães Rosa e diz “Os espaços que se entreabrem, na obra de Guimarães Rosa, são modalidades de travessia humana. Sertão e existência fundem-se na figura da viagem, sempre recomeçada - viagem que forma, deforma e transforma e que, submetendo as coisas à lei do tempo e da causalidade, tudo repõe afinal nos seus justos lugares.” confirmando a complexidade das obras do autor.

(2)

Em “Campo Geral”, há a predominância do olhar infantil. Na novela, que apresenta um lirismo em sua narrativa, Guimarães apresenta o mundo através da personagem Miguilim, com caráter autobiográfico. Leia o trecho a seguir:

“(…) – “Miguilim está mesmo doente? Que é agora que ele tem?” Era Vovó Izidra, moendo pó em seu fornilho, que era o moinho-de-mão, de pedra-sabão, com o pião no meio, mexia com o moente, que era um pau cheiroso de sassafrás. Miguilim Agora em tudo queria reparar demais, lembrado. Pó, tabaco-rapé, de fumo que ela torrava, depois moía assim, repisando – a gente gostava às vezes de auxiliar a moer – o pó que ela guardava na cornicha, de ponta de chifre de boi, com uma tampinha segura com tirinha de couro, dentro dela botava também uma fava de cumarú, para dar cheiro… Vovó Izidra não era ruim, todos não eram ruins, faziam ele comer bastante, para fortalecer, para não emagrecer héctico, de manhãzinha prato fundo com mingau-de-fubá, dentro misturavam leite, pedacinhos de queijo, que derretiam, logo, despois comia gemada de ovo, enjoada, toda noite Vovó Izidra quentava para ele leite com açúcar, com umas folhinhas verdes de hortelã, era tão gostoso… A mãe vinha ver: - “Melhor se dar logo o sal-amargo a ele, senão o Bero vem, ele pensa que remédio para menino é doses, feito bruto p’ra cavalo…”. Mas Miguilim estava chorando simples, não era medo de remédio, não era nada, era só a diferença toda das coisas da vida. Só Drelina só era quem adivinhava aquilo, vinha se deitar na beira da cama. – “Miguilinzinho, meu irmãozinho, fala comigo por que é que você está chorando, que é que você está sentindo dôr?” Drelina pegara uma das mãos dele, de junto carinhava Miguilim, na testa. Drelina era bonita de bondade. – “Sossega, Miguilim, você não está com febre não, cabeça não está quente…” “- Drelina, quando eu crescer você casa comigo?” “- Caso, Miguilim, demais.(….)””

(ROSA, Guimarães. Campo Geral. São Paulo: Global, 2021. Pp. 52 – 53.)

Conforme apresentado no cabeçalho, em “Curiosidades”, Rosa, em 1963, ganha a concessão de uma cadeira na ABL (Academia Brasileira de Letras), mas a posse só ocorre quatro anos mais tarde. Em seu discurso, disse que “a gente morre para provar que viveu” – como uma confirmação de sua conquista. O autor ocupou a segunda cadeira por apenas três dias, falecendo logo em seguida do acontecimento.

Assinatura de Guimarães Rosa em sua função como vice-cônsul em Hamburgo.

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João Guimarães Rosa

Características das obras de Guimarães Rosa

Por ser um autor pós-modernista, é possível perceber certa particularização no estilo de escrita de Rosa, bem como nas temáticas abordadas ao longo de suas obras. Vejamos as principais características do autor:

● Regionalismo universal: Sertão → mundo.

● Vasculha com profundidade a natureza humana, captando seus anseios, inquietudes e desejos.

● Dialeto mágico → reinvenção da linguagem.

● Reprodução da fala do Sertanejo, a partir de vocábulos regionais.

● Sintaxe revolucionária, recorrendo a alterações na ordem direta dos termos da oração.

● Uso de neologismos.

● Emprego de recursos poéticos na prosa, como aliterações, assonâncias, ritmo, rimas.

É importante ter em mente que, apesar da temática regionalista se fazer presente em suas obras, Rosa não deixa de explorar temáticas universalistas, ou seja, questões comuns ao ser humano. Dentre elas: a dor, a morte, o ódio, o amor e o medo. O autor traz questionamentos de cunho existencial e filosófico a partir de seus personagens simples e sertanejos, evidenciando que tais complexidades são inerentes a todos os humanos.

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Obras de Guimarães Rosa que foram adaptadas

Veja, a seguir, uma lista com algumas adaptações artísticas de obras de Guimarães Rosa, produzidas, no Brasil, ao longo dos anos.

● A hora e a vez de Augusto Matraga (1965) – filme – dirigido por Gianfrancesco Guarnieri

● Grande sertão: veredas (1985) – minissérie – escrita por Walter George Durst, roteiro final e direção de Walter Avancini, com assistência de Luiz Fernando Carvalho.

● Grande sertão: veredas (2019) – teatro – peça dirigida por Bia Lessa.

● Grande Sertão: veredas (2014) – quadrinhos – quadrinhos elaborados por Eloar Guazzelli e Rodrigo Rosa.

Textos de apoio

Trecho de Grande sertão: veredas

De primeiro, eu fazia e mexia, e pensar não pensava. Não possuía os prazos. Vivi puxando difícil de difícel, peixe vivo no moquém: quem mói no asp’ro, não fantasêia. Mas, agora, feita a folga que me vem, e sem pequenos dessossegos, estou de range rede. E me inventei neste gosto, de especular ideia. O diabo existe e não existe? Dou o dito. Abrenúncio. Essas melancolias. O senhor vê: existe cachoeira; e pois? Mas cachoeira é barranco de chão, e água se caindo por ele, retombando; o senhor consome essa água, ou desfaz o barranco, sobra cachoeira alguma? Viver é negócio muito perigoso...

Explico ao senhor: o diabo vige dentro do homem, os crespos do homem - ou é o homem arruinado, ou o homem dos avessos. Solto, por si, cidadão, é que não tem diabo nenhum. Nenhum! - é o que digo. O senhor aprova? Me declare tudo, franco é alta mercê que me faz: e pedir posso, encarecido. Este caso – por estúrdio que me vejam é de minha certa importância. Tomara não fosse... Mas, não diga que o senhor, assisado e instruído, que acredita na pessoa dele?! Não? Lhe agradeço! Sua alta opinião compõe minha valia. Já sabia, esperava por ela - já o campo! Ah, a gente, na velhice, carece de ter sua aragem de descanso. Lhe agradeço.

Tem diabo nenhum. Nem espírito. Nunca vi. Alguém devia de ver, então era eu mesmo, este vosso servidor.

Fosse lhe contar...Bem, o diabo regula seu estado preto, nas criaturas, nas mulheres, nos homens. Até: nas crianças - eu digo. Pois não é ditado: “menino - trem do diabo"? E nos usos, nas plantas, nas águas, na terra, no vento... Estrumes...O diabo na, rua, no meio do redemunho...

Hem? Hem? Ah. Figuração minha, de pior pra trás, as certas lembranças. Mal haja-me! Sofro pena de contar não... Melhor, se arrepare: pois, num chão, e com igual formato de ramos e folhas, não dá a mandioca mansa, que se come comum, e a mandioca-brava, que mata? Agora, o senhor já viu uma estranhez? A mandioca-doce pode de repente virar azangada -motivos não sei; às vezes se diz que é por replantada no terreno sempre, com mudas seguidas, de manaíbas - vai em amargando, de tanto em tanto, de si mesma toma peçonhas. E, ora veja: a outra, a mandioca-brava, também é que às vezes pode ficar mansa, a esmo, de se comer sem nenhum mal. E que isso é? Eh, o senhor já viu, por ver, a feiúra de ódio franzido, carantonho, nas faces duma cobra cascavel? Observou o porco gordo, cada dia mais feliz bruto, capaz de, pudesse, roncar e engulir por sua suja comodidade o mundo todo? E gavião, corvo, alguns, as feições deles já representam a precisão de talhar para adiante, rasgar e estraçalhar a bico, parece uma quicé muito afiada por ruim desejo. Tudo. Tem até tortas raças de pedras, horrorosas, venenosas -que estragam mortal a água, se estão jazendo em fundo de poço; o diabo dentro delas dorme: são o demo. Se sabe? E o demo - que é só assim o significado dum azougue maligno - tem ordem de seguir o caminho dele, tem licença para campear?!

(5)

Arre, ele está misturado em tudo.

Que o que gasta, vai gastando o diabo de dentro da gente, aos pouquinhos, é o razoável sofrer. E a alegria de amor - compadre meu Quelemém diz. Família. Deveras? É, e não é. O senhor ache e não ache.

Tudo é e não é... Quase todo mais grave criminoso feroz, sempre é muito bom marido, bom filho, bom pai, e é bom amigo-de-seus-amigos! Sei desses. Só que tem os depois - e Deus, junto. Vi muitas nuvens.

(ROSA, J. G. Grande Sertão: veredas. 15. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1962 p. 11-12.)

Trecho de A Terceira Margem do Rio

“Nosso pai era homem cumpridor, ordeiro, positivo; e sido assim desde mocinho e menino, pelo que testemunharam as diversas sensatas pessoas, quando indaguei a informação. Do que eu mesmo me alembro, ele não figurava mais estúrdio nem mais triste do que os outros, conhecidos nossos. Só quieto. Nossa mãe era quem regia, e que ralhava no diário com a gente — minha irmã, meu irmão e eu. Mas se deu que, certo dia, nosso pai mandou fazer para si uma canoa.

Era a sério. Encomendou a canoa especial, de pau de vinhático, pequena, mal com a tabuinha da popa, como para caber justo o remador. Mas teve de ser toda fabricada, escolhida forte e arqueada em rijo, própria para dever durar na água por uns vinte ou trinta anos. Nossa mãe jurou muito contra a idéia. Seria que, ele, que nessas artes não vadiava, se ia propor agora para pescarias e caçadas? Nosso pai nada não dizia. Nossa casa, no tempo, ainda era mais próxima do rio, obra de nem quarto de légua: o rio por aí se estendendo grande, fundo, calado que sempre. Largo, de não se poder ver a forma da outra beira. E esquecer não posso, do dia em que a canoa ficou pronta.

Sem alegria nem cuidado, nosso pai encalcou o chapéu e decidiu um adeus para a gente. Nem falou outras palavras, não pegou matula e trouxa, não fez a alguma recomendação. Nossa mãe, a gente achou que ela ia esbravejar, mas persistiu somente alva de pálida, mascou o beiço e bramou: — “Cê vai, ocê fique, você nunca volte!” Nosso pai suspendeu a resposta. Espiou manso para mim, me acenando de vir também, por uns passos. Temi a ira de nossa mãe, mas obedeci, de vez de jeito. O rumo daquilo me animava, chega que um propósito perguntei: — “Pai, o senhor me leva junto, nessa sua canoa?” Ele só retornou o olhar em mim, e me botou a bênção, com gesto me mandando para trás. Fiz que vim, mas ainda virei, na grota do mato, para saber.

Nosso pai entrou na canoa e desamarrou, pelo remar. E a canoa saiu se indo — a sombra dela por igual, feito um jacaré, comprida longa.”

(Disponível em: http://contobrasileiro.com.br/a-terceira-margem-do-rio-conto-de-guimaraes-rosa/.)

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Exercícios de fixação

1.

Sobre as características da prosa de Guimarães Rosa, é correto afirmar:

I. Observa-se o tratamento estético dado à matéria-prima da literatura: a palavra. Para Guimarães Rosa, a forma, o metro e o ritmo são elementos indispensáveis às suas narrativas.

II. A linguagem de Guimarães Rosa é permeada por neologismos, arcaísmos e pela exploração sonora, sintática e semântica do português.

III. Uma das principais características da obra de Guimarães Rosa é a reflexão sobre a criação artística.

Para o escritor, a poesia é fruto de um trabalho árduo, racional, que implica fazer e desfazer o texto até que ele alcance a sua forma mais adequada.

IV. O escritor apresenta momentos de intenso intimismo, apresentados por meio de uma linguagem elevada e abstrata e com imagens recorrentes, retomando assim os ideais dos escritores simbolistas.

a) Todas estão corretas.

b) Apenas II está correta.

c) I, III e IV estão corretas.

d) I e II estão corretas.

Leia o texto a seguir e responda às questões 2 e 3:

"E desse modo ele se doeu no enxergão, muitos meses, porque os ossos tomavam tempo para se ajuntar, e a fratura exposta criara bicheira. Mas os pretos cuidavam muito dele, não arrefecendo na dedicação.

- Se eu pudesse ao menos ter absolvição dos meus pecados! ...

Então eles trouxeram, uma noite, muito à escondida, o padre que o confessou e conversou com ele, muito tempo, dando-lhe conselhos que o faziam chorar.

- Mas, será que Deus vai ter pena de mim, com tanta ruindade que fiz, e tendo nas costas tanto pecado mortal? - Tem, meu filho. Deus mede a espora pela rédea, e não tira o estribo do pé de arrependimento nenhum...

E por aí a fora foi, com um sermão comprido, que acabou depondo o doente num desvencido torpor."

(ROSA, Guimarães. cc)

2.

O trecho acima representa a seguinte possibilidade entre os caminhos da literatura contemporânea.

a) ficção regionalista, em que se reelabora o gênero e se revaloriza um universo cultural localizado.

b) narrativa de cunho jornalístico, em que a linguagem comunicativa retoma e reinterpreta fatos da história recente.

c) ficção de natureza politizante, em que se dramatizam as condições de classes entre os protagonistas.

d) prosa intimista, psicologizante, em que o narrador expõe e analisa os movimentos da consciência reflexiva.

e) prosa de experimentação formal, em que a pesquisa linguística torna secundária a trama narrativa.

(7)

3.

Liga-se a este trecho de Guimarães Rosa a seguinte afirmação:

a) É um exemplo de crise da fala narrativa, dissolvendo-se a história num estilo indagador e metafísico.

b) É uma arte marcada pelo grotesco, pela deformação, que coloca em cena tipos humanos refinadamente exóticos.

c) O autor recolheu lendas de interesse folclórico, que sabe recontar de modo documental, isento e objetivo.

d) Um universo rude e um plano místico se cruzam com frequência em sua obra, fundindo-se um no outro.

e) A miséria arrasta as personagens para a desesperança, reavendo-se ainda na pobreza de sua expressão verbal.

Leia o texto a seguir e responda às questões 4 e 5:

UAI, EU?

Se o assunto é meu e seu, lhe digo, lhe conto; que vale enterrar minhocas? De como aqui me vi, sutil assim, por tantas cargas d’água. No engano sem desengano: o de aprender prático o desfeitio da vida.

Sorte? A gente vai nos passos da história que vem. Quem quer viver faz mágica. Ainda mais eu, que sempre fui arrimo de pai bêbedo. Só que isso se deu, o que quando, deveras comigo, feliz e prosperado.

Ah, que saudades que eu não tenha... Ah, meus bons maus-tempos! Eu trabalhava para um senhor Doutor Mimoso.

Sururjão, não; é solorgião. Inteiro na fama – olh’alegre, justo, inteligentudo – de calibre de quilate de caráter. Bom até-onde-que, bom como cobertor, lençol e colcha, bom mesmo quando com dorde- cabeça: bom, feito mingau adoçado. Versando chefe os solertes preceitos. Ordem, por fora; paciência por dentro. Muito mediante fortes cálculos, imaginado de ladino, só se diga. A fim de comigo ligeiro poder ir ver seus chamados de seus doentes, tinha fechado um piquete no quintal: lá pernoitavam, de diário, à mão, dois animais de sela prontos para qualquer aurora.

Vindo a gente a par, nas ocasiões, ou eu atrás, com a maleta dos remédios e petrechos, renquetrenque, estudante andante. Pois ele comigo proseava, me alentando, cabidamente, por norteação a conversa manuscrita. Aquela conversa me dava muitos arredores. Ô homem! Inteligente como agulha e linha, feito pulga no escuro, como dinheiro não gastado. Atilado todo em sagacidades e finuras é de fímplus!

de tintínibus... latim, o senhor sabe, aperfeiçoa... Isso, para ele, era fritada de meio ovo. O que porém bem.

(ROSA, João Guimarães. Tutaméia: terceiras estórias. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985.)

A obra de Guimarães Rosa, citado como grande renovador da expressão literária, é também reconhecida pela contribuição linguística, devido à utilização de termos regionais, palavras novas, nãodicionarizadas, o que chamamos NEOLOGISMOS, especialmente para expressar situações ou opiniões de seus personagens.

4.

Retire do primeiro parágrafo um exemplo de neologismo e explique, em uma frase completa, o seu sentido no texto.

5.

Compare o adjetivo "inteligentudo" (par. 2) com "barbudo", "barrigudo", "sortudo". Escreva duas formas da língua padrão - a primeira com duas palavras; a segunda com uma palavra - que equivalem semanticamente ao neologismo "inteligentudo".

(8)

Exercícios de vestibulares

1.

(Enem – 2011) Quem é pobre, pouco se apega, é um giro-o-giro no vago dos gerais, que nem os pássaros de rios e lagoas. O senhor vê: o Zé-Zim, o melhor meeiro meu aqui, risonho e habilidoso.

Pergunto: — Zé-Zim, por que é que você não cria galinhas-d‘angola, como todo o mundo faz?

— Quero criar nada não… — me deu resposta:

— Eu gosto muito de mudar… […]

Belo um dia, ele tora. Ninguém discrepa. Eu, tantas, mesmo digo. Eu dou proteção.

[…]

Essa não faltou também à minha mãe, quando eu era menino, no sertãozinho de minha terra.

[…]

Gente melhor do lugar eram todos dessa família Guedes, Jidião Guedes; quando saíram de lá, nos trouxeram junto, minha mãe e eu. Ficamos existindo em território baixio da Sirga, da outra banda, ali onde o de Janeiro vai no São Francisco, o senhor sabe.

(ROSA, J. G. Grande Sertão: Veredas. Rio de Janeiro: José Olympio (fragmento).)

Na passagem citada, Riobaldo expõe uma situação decorrente de uma desigualdade social típica das áreas rurais brasileiras marcadas pela concentração de terras e pela relação de dependência entre agregados e fazendeiros. No texto, destaca-se essa relação porque o personagem-narrador:

a) relata a seu interlocutor a história de Zé-Zim, demonstrando sua pouca disposição em ajudar seus agregados, uma vez que superou essa condição graças à sua força de trabalho.

b) descreve o processo de transformação de um meeiro — espécie de agregado — em proprietário de terra.

c) denuncia a falta de compromisso e a desocupação dos moradores, que pouco se envolvem no trabalho da terra.

d) mostra como a condição material da vida do sertanejo é dificultada pela sua dupla condição de homem livre e, ao mesmo tempo, dependente.

e) mantém o distanciamento narrativo condizente com sua posição social, de proprietário de terras.

(9)

2.

(UNICAMP – 2018) O brasileiro João Guimarães Rosa e o irlandês James Joyce são autores reverenciados pela inventividade de sua linguagem literária, em que abundam neologismos. Muitas vezes, por essa razão, Guimarães Rosa e Joyce são citados como exemplos de autores “praticamente intraduzíveis”. Mesmo sem ter lido os autores, é possível identificar alguns dos seus neologismos, pois são baseados em processos de formação de palavras comuns ao português e ao inglês.

Entre os recursos comuns aos neologismos de Guimarães Rosa e de James Joyce, estão:

I. Onomatopeia (formação de uma palavra a partir de uma reprodução aproximada de um som natural, utilizando-se os recursos da língua); e

II. Derivação (formação de novas palavras pelo acréscimo de prefixos ou sufixos a palavras já existentes na língua).

Os neologismos que aparecem nas opções abaixo foram extraídos de obras de Guimarães Rosa (GR) e James Joyce (JJ). Assinale a opção em que os processos (i) e (ii) estão presentes:

a) Quinculinculim (GR, No Urubuquaquá, no Pinhém) e tattarrattat (JJ, Ulisses).

b) Transtrazer (GR, Grande sertão: veredas) e monoideal (JJ, Ulisses).

c) Rtststr (JJ, Ulisses) e quinculinculim (GR, No Urubuquaquá, no Pinhém).

d) Tattarrattat (JJ, Ulisses) e inesquecer-se (GR, Ave, Palavra).

3.

(ENEM, PPL, 2014) Há o hipotrélico. O termo é novo, de impensada origem e ainda sem definição que lhe apanhe em todas as pétalas o significado. Sabe-se, só, que vem do bom português. Para a prática, tome-se hipotrélico querendo dizer: antipodático, sengraçante imprizido; ou talvez, vicedito: indivíduo pedante, importuno agudo, falta de respeito para com a opinião alheia. Sob mais que, tratando-se de palavra inventada, e, como adiante se verá, embirrando o hipotrélico em não tolerar neologismos, começa ele por se negar nominalmente a própria existência.

(ROSA, G. Tutameia: terceiras estórias. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001) (fragmento).

Nesse trecho de uma obra de Guimarães Rosa, depreende-se a predominância de uma das funções da linguagem, identificada como:

a) metalinguística, pois o trecho tem como propósito essencial usar a língua portuguesa para explicar a própria língua, por isso a utilização de vários sinônimos e definições.

b) referencial, pois o trecho tem como principal objetivo discorrer sobre um fato que não diz respeito ao escritor ou ao leitor, por isso o predomínio da terceira pessoa.

c) fática, pois o trecho apresenta clara tentativa de estabelecimento de conexão com o leitor, por isso o emprego dos termos “sabe-se lá” e “tome-se hipotrélico”.

d) poética, pois o trecho trata da criação de palavras novas, necessária para textos em prosa, por isso o emprego de “hipotrélico”.

e) expressiva, pois o trecho tem como meta mostrar a subjetividade do autor, por isso o uso do advérbio de dúvida “talvez”.

(10)

4.

(ENEM – 2018)

A imagem integra uma adaptação em quadrinhos da obra Grande sertão: veredas, de Guimarães Rosa.

Na representação gráfica, a inter-relação de diferentes linguagens caracteriza-se por a) romper com a linearidade das ações da narrativa literária.

b) ilustrar de modo fidedigno passagens representativas da história.

c) articular a tensão do romance à desproporcionalidade das formas.

d) potencializar a dramaticidade do episódio com recursos das artes visuais.

e) desconstruir a diagramação do texto literário pelo desequilíbrio da composição.

(11)

5.

(FUVEST – 2005) Sim, que, à parte o sentido prisco, valia o ileso gume do vocábulo pouco visto e menos ainda ouvido, raramente usado, melhor fora se jamais usado. Porque, diante de um gravatá, selva moldada em jarro jônico, dizer-se apenas drimirim ou amormeuzinho é justo; e, ao descobrir, no meio da mata, um angelim que atira para cima cinqüenta metros de tronco e fronde, quem não terá ímpeto de criar um vocativo absurdo e bradá-lo – Ó colossalidade! – na direção da altura?

(João Guimarães Rosa, “São Marcos”, in Sagarana) prisco = antigo, relativo a tempos remotos.

gravatá = planta da família das bromeliáceas

Neste excerto, o narrador do conto “São Marcos” expõe alguns traços de estilo que correspondem a características mais gerais dos textos do próprio autor, Guimarães Rosa. Entre tais características só NÃO se encontra

a) o gosto pela palavra rara.

b) o emprego de neologismos.

c) a conjugação de referências eruditas e populares.

d) a liberdade na exploração das potencialidades da língua portuguesa.

e) a busca da concisão e da previsibilidade da linguagem.

6.

Leia o texto a seguir:

A terceira margem do rio

(12)

Vocabulário:

1 encalcar – comprimir 2 matula – saco com comida 3 bubuiar – flutuar

4 tororoma – corrente fluvial forte e ruidosa 5 proar – pôr a proa em uma dada direção

(UERJ – 2007) “Sofri o grave frio dos medos, adoeci. Sei que ninguém soube mais dele. Sou homem, depois desse falimento?” (l. 60 - 62). Ao utilizar o vocábulo falimento, o personagem assume sua incapacidade para:

a) prever o futuro b) substituir o pai c) esquecer a infância d) encontrar a verdade

7.

(UERJ – 2018) Guimarães Rosa afirmou, em uma entrevista, que somente renovando a língua é que se pode renovar o mundo. Visando a essa renovação, recorria a neologismos e inversões pouco usuais de termos, explorando novos sentidos em seus textos.

Um exemplo dessas inversões encontra-se em:

a) Nossa mãe era quem regia,

b) Nossa mãe muito não se demonstrava.

c) Nossa mãe terminou indo também, de uma vez, d) Nossa mãe, vergonhosa, se portou com muita cordura

8.

(Enem, PPL, 2016) Naquele tempo eu morava no Calango-Frito e não acreditava em feiticeiros.

E o contrassenso mais avultava, porque, já então, - e excluída quanta coisa-e-sousa de nós todos lá, e outras cismas corriqueiras tais: sal derramado; padre viajando com a gente no trem; não falar em raio:

quando muito, e se o tempo está bom "faísca"· nem dizer lepra" só o "mal"· passo de entrada com o pé' esquerdo; ave do pescoço pelado; risada renga de suindara; cachorro, bode e galo, pretos; [...] - porque, já então, como ia dizendo, eu poderia confessar, num recenseio aproximado: doze tabus de não uso próprio; oito regrinhas ortodoxas preventivas; vinte péssimos presságios; dezesseis casos de batida obrigatória na madeira; dez outros exigindo a figa digital napolitana, mas da legítima, ocultando bem a cabeça do polegar; e cinco ou seis indicações de ritual mais complicado; total: setenta e dois - noves fora, nada.

(ROSA, J. G. São Marcos. Sagarana. Rio de Janeiro: José Olympio, 1967 (adaptado).)

João Guimarães Rosa, nesse fragmento de conto, resgata a cultura popular ao registrar:

a) trechos de cantigas.

b) rituais de mandingas.

c) citações de preceitos.

d) cerimônias religiosas.

e) exemplos de superstições.

(13)

9.

(Enem – 2002) Miguilim ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀

De repente lá vinha um homem a cavalo. Eram dois. Um senhor de fora, o claro de roupa. Miguilim saudou, pedindo a bênção. O homem trouxe o cavalo cá bem junto. Ele era de óculos, corado, alto, com um chapéu diferente, mesmo.

Deus te abençoe, pequenino. Como é teu nome?

Miguilim. Eu sou irmão do Dito.

E o seu irmão Dito é o dono daqui?

Não, meu senhor. O Ditinho está em glória.

O homem esbarrava o avanço do cavalo, que era zelado, manteúdo, formoso como nenhum outro.

Redizia:

Ah, não sabia, não. Deus o tenha em sua guarda… Mas que é que há, Miguilim?

Miguilim queria ver se o homem estava mesmo sorrindo para ele, por isso é que o encarava.

Por que você aperta os olhos assim? Você não é limpo de vista? Vamos até lá. Quem é que está em tua casa?

É Mãe, e os meninos…

Estava Mãe, estava tio Terez, estavam todos. O senhor alto e claro se apeou. O outro, que vinha com ele, era um camarada.

O senhor perguntava à Mãe muitas coisas do Miguilim. Depois perguntava a ele mesmo: … Miguilim, espia daí: quantos dedos da minha mão você está enxergando? E agora? ⠀

⠀⠀ (ROSA, João Guimarães. Manuelzão e Miguilim. 9ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984.)

Esta história, com narrador observador em terceira pessoa, apresenta os acontecimentos da perspectiva de Miguilim. O fato de o ponto de vista do narrador ter Miguilim como referência, inclusive espacial, fica explicitado em:

a) O homem trouxe o cavalo cá bem junto.

b) Ele era de óculos, corado, alto (…).

c) O homem esbarrava o avanço do cavalo, (…).

d) Miguilim queria ver se o homem estava mesmo sorrindo para ele, (…).

e) Estava Mãe, estava tio Terez, estavam todos.

(14)

10.

(Enem, PPL, 2019) O mato do Mutúm é um enorme mundo preto, que nasce dos buracões e sobe a serra. O guará-lobo trota a vago no campo. As pessôas mais velhas são inimigas dos meninos. Soltam e estumam cachorros, para ir matar os bichinhos assustados — o tatú que se agarra no chão dando guinchos suplicantes, os macacos que fazem artes, o coelho que mesmo até quando dorme todo- tempo sonha que está sendo perseguido. O tatú levanta as mãozinhas cruzadas, ele não sabe — e os cachorros estão rasgando o sangue dele, e ele pega a sororocar. O tamanduá. Tamanduá passeia no cerrado, na beira do capoeirão. Ele conhece as árvores, abraça as árvores. Nenhum nem pode rezar, triste é o gemido deles campeando socôrro. Todo choro suplicando por socôrro é feito para Nossa Senhora, como quem diz a salve-rainha. Tem uma Nossa Senhora velhinha. Os homens, pé-ante-pé, indo a peitavento, cercaram o casal de tamanduás, encantoados contra o barranco, o casal de tamanduás estava dormindo. Os homens empurraram com a vara de ferrão, com pancada bruta, o tamanduá que se acordava. Deu som surdo, no corpo do bicho, quando bateram, o tamanduá caiu pra lá, como um colchão velho.

(ROSA, G. Noites do sertão (Corpo de baile). Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2016.)

Na obra de Guimarães Rosa, destaca-se o aspecto afetivo no contorno da paisagem dos sertões mineiros. Nesse fragmento, o narrador empresta à cena uma expressividade apoiada na

a) plasticidade de cores e sons dos elementos nativos.

b) dinâmica do ataque e da fuga na luta pela sobrevivência.

c) religiosidade na contemplação do sertanejo e de seus costumes.

d) correspondência entre práticas e tradições e a hostilidade do campo.

e) humanização da presa em contraste com o desdém e a ferocidade do homem.

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Gabaritos

Exercícios de fixação

1. B

A única alternativa correta é a II, visto que tais elementos relacionados à linguagem do texto são recorrentes aos textos de Guimarães Rosa. A afirmativa I está errada porque “forma, o metro e o ritmo”

são elementos comuns ao texto poético, não prosaico; a III, porque Guimarães Rosa é famoso por sua produção narrativa e não poética; por fim, a IV, porque linguagem “elevada e abstrata” que retoma o Simbolismo não é um traço estético comum ao autor.

2. A

O conto “A Hora e a vez de Augusto Matraga”, situado na obra Sagarana, de Guimarães Rosa, narra uma história localizada no sertão, trazendo como personagem principal um filho de fazendeiro. Além disso, sabe-se que Rosa explora a temática regionalista em seus textos, como uma maneira de valorizar este universo cultural.

3. D

O universo rude consiste no cenário sertanejo, composto por personagens de origem simples; enquanto o plano místico faz referência à presença do padre e seus conselhos espirituais.

4. A palavra é “desfeitio”. O prefixo “des” expressa algo “extraído” e “feitio” indica configuração. Dessa forma, o neologismo configura a ideia de retirada da feição da vida, a sua indefinição.

5. Poderia ser “muito inteligente”, “bastante inteligente”, “deveras inteligente”, “demasiadamente inteligente”, entre outras. A segunda palavra seria “inteligentíssimo”.

Exercícios de vestibulares

1. D

O texto apresenta uma grande contradição por meio dos relatos do personagem-narrador, pois, ao mesmo tempo em que ele promove uma denúncia social ao expor a questão da concentração de terras e a desigualdade que isso gera, esse também possui uma relação de dependência para com o seu patrão, pois é ele quem o protege.

2. D

Trata-se da tentativa de reprodução de sons, no caso: “Tattarrattat”, portanto, uma onomatopeia e

“inesquecer-se” é uma derivação prefixal (adição de “in”).

3. A

A função metalinguística se dá quando se recorre ao código para explicar o próprio código. Aqui, por exemplo, Guimarães Rosa recorre a vários sinônimos e expressões para dissertar sobre a língua portuguesa.

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4. D

A imagem ilustra de maneira expressiva a fala, potencializando o caráter dramático do episódio. Isso fica claro pelos tamanhos diferentes das figuras em função da narrativa.

5. E

Uma das principais características roseanas é o uso de neologismos, ou seja, a invenção de novas palavras. Dessa forma, não há previsibilidade da linguagem nas obras de Guimarães Rosa.

6. B

O personagem entra em conflito quando se vê confrontado pela possibilidade de substituir o pai (na canoa) e foge.

7. B

Na frase “Nossa mãe muito não se demonstrava”, nota-se a inversão sintática. Se esta sentença estivesse posicionada canonicamente, o advérbio estaria após o verbo “demonstrava”: “Nossa mãe não se demonstrava muito”.

8. E

O trecho “passo de entrada com o pé' esquerdo; ave do pescoço pelado; risada renga de suindara;

cachorro, bode e galo, pretos”, por exemplo, ilustra elementos populares que podem desencadear azar e a expressão “dezesseis casos de batida obrigatória na madeira;” exemplifica a atitude popular em

“isolar”, bloquear tais superstições.

9. A

O enunciado da questão ressalta que a história é contada em terceira pessoa. Entretanto, ao empregar o advérbio "cá" (alternativa A), que geralmente indica proximidade espacial da 1a. pessoa do discurso, Guimarães Rosa transfere o eixo narrativo para a perspectiva de Miguilim.

10. E

Quando o narrador apresenta o tamanduá, por exemplo, que é uma presa, atribui traços humanos ao animal, como os choros de socorro direcionados a Nossa Senhora. Em contraste, apresenta a brutalidade do ser humano que “empurraram com a vara de ferrão, com pancada bruta, o tamanduá que se acordava.

Deu som surdo, no corpo do bicho, quando bateram, o tamanduá caiu pra lá, como um colchão velho”.

Referências

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