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III Fórum de Informática Aplicada a Pessoas Portadoras de Necessidades Especiais CBComp Silva, R. M. F, Medeiros, F. R. E. I.

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Academic year: 2021

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Aplicação de um Programa Computacional

Educativo para alunos com Necessidades Especiais que apresentem dificuldades na aprendizagem da

Leitura e da Escrita

Silva, R. M. F, Medeiros, F. R. E.

Resumo - O presente estudo verificou a eficácia de procedimentos baseados no paradigma de equivalência apresentados através do computador. Para tanto, utilizou-se um software de pesquisa (Mestre). Assim, investigou-se o surgimento de outras discriminações condicionais que não são diretamente ensinadas a quatro alunos necessidades especiais - paralisados cerebrais (PC) que apresentam dificuldade de aprendizagem na leitura e na escrita. Os mesmos pertencem a APAE/Itajaí. Assim, avaliou-se o impacto do ensino computadorizado a partir de tarefas de escolha de acordo com o modelo (Matching to sample). O presente trabalho tem como objetivo geral verificar a eficácia de procedimentos baseados no paradigma de equivalência apresentados através do computador com alunos com necessidades especiais. Observou- se que o Programa Mestre possibilita uma interação aluno/computador, bastante amigável, de forma, a facilitar o processo ensino-aprendizagem. Ressalta-se que em muitos casos a paralisia cerebral gera alguns problemas de coordenação motora fina. Desta forma, o aluno fica impossibilitado de escrever com o próprio punho, necessitando alguma ajuda externa para executar atividades de escrita.

Assim, o computador possibilitou, também, o desenvolvimento do comportamento de escrever, destes alunos., já que os movimentos no teclado são menos elaborados do que os movimentos necessários para escrever com lápis ou caneta.

Palavras chaves – Informática Educativa, Educação Especial, Equivalência de Estímulos.

Abstract - This study verified the effectiveness of procedures based on Equivalence Paradigm present itself through the computer. In this way it was used a research software called Master. Therefore, it was examined the appearance of other conditional discriminations that has not been taught to four children with special needs - with brain paralysis that present learning difficulties on reading and writing. The same children belong to APAE/ Itajaí. So, it was evaluated the impact of computerized teaching from choice tasks according to the model (Matching to Sample). The present work has as general goal to verify the effectiveness of procedures based on Equivalence Paradigm presented through computer with students with special needs. It was noticed that the Master software makes possible the interaction among student and computer, in a very friendly way to facilitate the teaching- learning process. It is important to emphasize that brain paralysis produces some fine motor coordination problems in lot of cases. In this way, as the student is unable to write, he/she needs any kind of help.

R. M. F. Silva, trabalha no NAPNE/PADEF na UNIVALI – Universidade do Vale do Itajaí (e-mail: napne@univali.br)

F. R. E. Medeiros cursa Relações Públicas na UNIVALI – Universidade do Vale do Itajaí, e é bolsista do artigo 170

Therefore, the computer also made the writing behavior development possible for this students, as the movements on the keyboard are less elaborated than the movements needed to write with a pencil or pen.

Keywords - Educative Computer Science, Special Education, Stimulus Equivalency

I. INTRODUÇÃO

informática Educativa é uma das propostas inseridas na Escola hoje, e esta se bem conduzida irá beneficiar, tanto o educador, como o educando, minimizando, assim o tão temido fracasso escolar (Weiss e Cruz, 1999). Segundo Duso (1999) o computador pode ser utilizado como instrumento na luta contra o abandono e mesmo a exclusão escolar.

Goyos (2000), Dube & MacIlvane (1989) citam a precisão e a eficiência como vantagem na utilização do computador, principalmente em pesquisas que beneficiam o processo ensino-aprendizagem. Goyos (2000) retoma estes dois aspectos explicando que tanto no material apresentado, quanto nas respostas do aprendiz, obtém-se a qualidade da precisão. Já, as sucessivas apresentações de exercícios e tarefas permitem a eficiência do ensino computadorizado.

Outros pontos são citados por Goyos (2000) como benéficos: os registros são feitos automaticamente, desta forma o educador tem mais tempo para atender os alunos; a independência por parte dos alunos; os resultados podem ser impressos imediatamente após a conclusão das tarefas;

facilitando a análise e interpretação dos resultados.

Ressalta-se, assim, que a proposta desta pesquisa foi ensinar comportamentos de leitura e escrita, através de um software educacional (Goyos e Almeida, 1996) e desta forma, ilustrar o potencial de aplicação de computadores para o benefício do processo ensino-aprendizagem.

II. EQUIVALÊNCIA DE ESTÍMULOS

A equivalência permite o surgimento de um

"comportamento novo", que consiste na emissão de uma resposta específica que não tinha sido ensinada anteriormente. Desta forma, o ensino a partir de tarefas escolha de acordo com o modelo (Matching to sample) permite a emergência de novas discriminações condicionais não diretamente ensinadas, também chamadas de generalizações.

A nova resposta é produzida por combinações de operantes mínimos, de forma que, para produzir uma resposta nova (leitura de uma palavra desconhecida), a

A

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criança terá que possuir, em seu repertório, o conhecimento das unidades mínimas (sílabas e letras). Segundo Aiello (1995, p. 28) "Skinner (1957) propõe que a aquisição do controle verbal por certas unidades de estímulo pode ocorrer simultaneamente com a aquisição do controle por unidades menores do que aquelas". De Rose (1992, conforme citado por Aiello,1995, p. 29) ressalta que "pouca atenção experimental tem sido dada à noção de unidade mínima".

Para Barros (1996), o termo equivalência se refere ao estabelecimento de relações semânticas entre símbolos e eventos. A equivalência está no estabelecimento de uma espécie de relação semântica entre os símbolos (palavras ou não) e os eventos ou coisas aos quais esses símbolos se referem.

De Rose (1993) ressalta a importância dos estudos sobre equivalência de estímulos para ensino de novas relações condicionadas. Hübner (1990), realizou uma tentativa de estender o uso do paradigma de equivalência (Sidmam, 1986) ao ensino da leitura.

Hübner e Matos (1993) em um primeiro estudo ensinaram três palavras dissílabas e se propuseram verificar se os sujeitos seriam capazes de parear outras três novas palavras com as figuras correspondentes. Neste novo conjunto, uma das sílabas era nova para o sujeito, embora as suas letras não o fossem. Com este estudo, as autoras replicam os resultados dos estudos de Sidman e Cresson (1973), demonstrando a transferência para novas formas verbais.

Skinner (1957) afirma que o sistema alfabético possibilita o desenvolvimento de um repertório de unidades mínimas. Assim, a criança tendo aprendido este repertório pode recombiná-lo na leitura de novas palavras. A importância de unidades textuais mínimas na aquisição de leitura generalizada foi demonstrada, também, nos estudos de Souza e de Rose (1992). Seus resultados mostram que a unidades textuais mínimas podem ser estabelecidas quando unidades maiores (palavras) são reforçadas.

Também, De Rose (1993) partindo dos estudos de Sidman concebe também os repertórios de leitura e escrita como uma rede de relações. Em outro estudo, Aiello (1995) confirma a noção de rede envolvida em leitura e escrita, demonstrando que o treino de resposta construída leva à aquisição desta rede por crianças com historia de fracasso escolar.

De Rose, Souza, Rossito e de Rose (1992), trabalhando com crianças que apresentavam dificuldades de aprendizagem de leitura, demonstraram que "... à medida que o repertório de relações de equivalência se expandia para um numero maior de palavras, os sujeitos mostravam- se capazes de ler palavras não diretamente ensinadas - relações C`D" (conforme citado por de Rose, 1993, p.300) No estudo de 1989, de Rose e Cols. utilizaram paradigma de equivalência, ampliando a rede de relações de maneira a incluir a generalização.

Dixon (1977), utilizando um procedimento de exclusão, ensinou o desempenho (AC). Melchiori, Souza e De Rose (1992), replicam parcialmente o estudo e De Rose e cols.

(1989) e demonstraram que os resultados foram satisfatórios, pois os sujeitos aprenderam, ao final do programa, o comportamento de leitura generalizada.

Sidman (1971) foi o pioneiro nos estudos sobre equivalência de estímulos. Seu primeiro estudo foi realizado com um jovem deficiente mental severo, de 17 anos. Ele não era capaz de responder a tarefas que envolviam palavras

escritas, mesmo já sabendo nomear objetos comuns (relação DB1) escolher figuras em respostas a nomes orais dados pelo experimentador (relação AB2). Desta forma, o experimento consistiu no ensino de vinte classes, cada uma envolvendo uma palavra ditada (A), juntamente com a figura (B) e a palavra impressa (C) correspondente, através de um procedimento de escolha de acordo com o modelo.

Após o ensino, e sendo o sujeito capaz de realizar, com êxito, as tarefas auditivas visuais, foram introduzidas sessões de testes. Os resultados demonstraram que novas relações BC, CB e CD3 emergiram, confirmando assim que o sujeito formou classes de estímulos envolvendo cada palavra impressa (C), justamente com as respectivas figuras (B) e as palavras ditadas (A), além da composição (D) das mesmas.

III. METODOLOGIA

A. População

Quatro alunos com necessidades especiais (P.C) que apresentem dificuldade de aprendizagem na leitura e na escrita.

O pré-requisito para a formação do grupo de alunos foi a ausência e/ou dificuldade de aprendizagem na leitura e na escrita. Os mesmo foram selecionados, pela Experimentadora (E), através de um teste de leitura composto por 20 palavras. Os participantes que obtiveram um desempenho de no máximo (20%) na leitura participaram do programa.

B. Procedimento

O procedimento principal foi o de ensino (exclusão), usando para expandir gradualmente, ao longo de uma seqüência de passos o repertório de pareamentos entre estímulos modelos (palavra ditada pelo computador) e estímulos escolha (palavras impressas na tela do computador). A base do procedimento de exclusão consiste na presença, em cada tentativa de pareamento, de dois estímulos modelo conhecido pelo sujeito, que foram apresentados juntamente com outro estímulo (desconhecido). Assim, neste programa o procedimento de exclusão permitiu a aprendizagem sem erro de pareamento de palavras ditadas com palavras impressas. O programa também envolveu a inserção de sondas para verificar a aquisição de leitura de palavras novas não diretamente ensinadas (referidas como palavra de generalização).

O estudo de Silva & Medeiros (2000) ressalta que, possivelmente, uma das causas dos baixos índices de leitura foi às dificuldades da língua, presentes nas palavras. Como:

dígrafos, acentos circunflexo, acento agudo e as questões fonéticas (som nasal/oral). Desta forma, as palavras de ensino e de generalização serão formadas por sílabas simples do tipo vogal-consoante. Todas as palavras de ensino do programa serão substantivos concretos que fazem parte do vocabulário da criança. As palavras de generalização serão palavras formadas, a partir da recombinação silábica das palavras de ensino. O objetivo foi verificar se os participantes conseguem ficar sob controle das sílabas ensinadas nas palavras de ensino.

O programa foi dividido em uma seqüência de passos.

Os dois primeiros passos fora, destinados à aquisição de uma linha de base inicial (ensino das três primeiras

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palavras), que foi posteriormente expandida com o emprego do procedimento de exclusão. O programa prosseguiu alternando passos de ensino (numerados seqüencialmente) com passos de equivalência nos quais foi verificada a formação de classes de equivalência entre palavras faladas, palavras impressas e figura. Testes adicionais foram inseridos no final do programa.

As tentativas corretas foram sempre reforçadas nos passos onde ocorrendo o procedimento de ensino de novas relações (palavras de ensino), através de expressões tipo

“muito bem”, “correto”, ótimo (e outras expressões que exprimam incentivo).

IV. RESULTADOS Sujeito1 (12 anos)

O Suj.1 freqüenta a APAE/Itajaí desde pequeno, sua 1º avaliação (conforme visto no prontuário 11/90) mostrou dados de quando ele nasceu, como tamanho, peso, dificuldades que a mãe teve quando estava com ele no ventre. Tem um tio materno com Síndrome de Down. Teve momentos complicados na fase de separação dos pais no ano de 1998, desencadeou comportamento agressivo com relação a outros, mas teve evolução na área perceptiva e cognitiva, mostra quem tem um nível social econômico baixo.

Segundo a ultima avaliação feita pela APAE, o Suj. 1:

imita gestos e ações por solicitação, discrimina cores, percebe e possuí conceitos de igualdades quanto a tamanhos, formas geométricas, texturas e sons. Responde corretamente os sons, texturas e temperaturas. Quando está bem disposto olha para a atividade e se concentra pelo tempo necessário, possui memória seqüencial a continuidade das atividades e a rotina da área de trabalho, possui noção de tempo e espaço dentro da escola. Á área motora ampla é bem definida. O Suj.1 conhece todas as letras do alfabeto, conhece formas e cores, só que só faz o que ele tem vontade, e tem uma fala complicada., é bem inteligente, e apresenta facilidade nas tarefas de copia. Conhece a diferença entre as letras maiúsculas e minúsculas, se soletrar ele escreve o que for solicitado, mas não consegue juntar as silabas, por isso não lê, tem uma fala bem complicada, de difícil compreensão, adora desenvolver tarefas no computador Já tem uma noção onde estão localizadas as letras no teclado. È capaz de soletrar uma frase letra por letra, mas não consegue fazer a junção das mesmas (leitura). Não gosta de ser mandado, por isso, a tarefa tem que parecer um desafio ou até mesmo uma brincadeira

O Suj. 1 mostrou cerca de 100% de acertos no que se refere às palavras de treino, manteve ótimos resultados, mas com que se refere as palavras de generalização somente consegue mostrar um bom desempenho a partir das três últimas sessões da fase 3 (conforme gráfico acima), onde uma nova situação foi colocada, placas indicadoras das respectivas figuras usadas mostravam as novas palavras que eram utilizadas com as silabas trabalhadas.

As dificuldades que o Suj 1, demonstrou nas palavras de treino, foram o esquecimento das consoantes ou das vogais, em algumas palavras, como por exemplo: no esquecimento da consoante na palavra gato, ele escrevia gao, ou quando esquecia a vogal, escrevia gt.

Nas palavras de generalização não demonstrou um bom desempenho. Após algumas tentativas foi colocada uma nova situação, começamos a usar placas com a figura das

palavras de generalização, visto a mesma não possuir uma figura nesta parte do exercício, 1º perguntava-se que figura era, como o Suj. 1 não estava conseguindo memorizar tais palavras, foi ensinado (mostrando a figura/placa) e depois aplicado a questão (o que está escrito?). Após alguns dias foi observada a melhora do desempenho do Suj. 1.

Sujeito 2 (13 anos)

O Suj. 2 freqüentou a APAE/Santos desde pequena.

Está na APAE/ Itajaí desde 1998. Seus pais são muito carinhosos com ela, mas lhe impõem limites, já as irmãs a mimam bastante. A gravidez do Suj. 2, foi delicada, visto com dilatação precoce aos seis meses. Assim, a mesma nasceu com oito meses. Somente no quinto dia perceberam que a criança não sugava, não queria mamar, não chorava, apenas dormia. O fato foi comunicado ao medico imediatamente, mas a criança só foi examinada pelo medico após 12 horas. Ao consulta-la o médico constatou, na criança, perda dos reflexos e mobilidade. Efetuaram a transfusão de sangue emergencial. O Suj 2 permaneceu internado por um mês. Até o diagnóstico da paralisia cerebral, teve muitas crises convulsivas, o neurologista afirmou que a paralisia cerebral foi uma conseqüência da transfusão de sangue não ter sido feita imediatamente após o nascimento.

Hoje é uma criança que participa de tudo, lê textos e tudo que é de seu interesse, discrimina cores, tamanhos, formas, reconhece todas as partes do corpo, é tem uma boa concentração. A fala foi um pouco afetada, mas é compreensível. O Suj. 2 é muito comunicativo e sociável.

O grau de alfabetização do Suj. 2 equivale ao da 2º ou 3º série, mas S2 não freqüenta a escola regular. È super inteligente, assimila bem os conteúdos e tem boa compreensão. Mas, apresenta problemas na coordenação motora, desta forma, na aula de computação tem dificuldades em mexer com o mouse. É uma criança surpreendente, tem boa percepção da realidade, pois conta o que acontece em sua casa e fala muito do que gosta.

O Sujeito 2 manteve seu desempenho durante os dois testes, (palavras de treino e generalização) em 100% para as tarefas solicitadas. Demonstrou um ótimo desempenho em todo o período de aplicação do programa. Os únicos problemas analisados foram na escrita (digitação), visto a mesma ter problema motor, era freqüente o erro de apertar em outra tecla no computador. Como é uma criança dinâmica queria fazer rapidamente os exercício e isso a deixava mais nervosa, com isso os erros eram mais fáceis de acontecer. Começou-se então a incentiva-la a trabalhar mais devagar, assim sua coordenação foi sendo trabalhada e os resultados foram melhores.

Sujeito 3 (07 anos)

O Suj. 3 freqüentou a APAE/Itajaí por um ano, passou um tempo longe e retornou . Tem paralisia cerebral parcial, conforme prontuário. O parto foi normal, mas a criança nasceu prematura de sete meses, ficando trinta dias internada. O desenvolvimento da linguagem oral foi tardio, pois começou a falar somente aos cinco anos. A guarda da criança está com os avós paternos há três anos. Neste ano, faltou bastante durante o desenvolvimento do trabalho, possivelmente em função de problemas de saúde.

O Suj. 3 não está alfabetizado, mas conhece bem cores, desenhos e figuras. Adora animais. Não conhece o alfabeto, mas adora mexer no teclado do computador, tem uma certa

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coordenação motora ao teclar, mas não a tem com o mouse.

Na maioria das vezes é rebelde, não faz e não se concentra naquilo o que é pedido para ele fazer.

O Sujeito 3 mostrou 50% de acertos para teste 1 (palavras de treino) e 50% de acertos no final do trabalho com palavras de generalização, porém não passou da Frase 1. Demonstrou um grande desempenho, mas pouquíssima concentração, não conseguia se concentrar no exercício, e dificilmente fixava olhar, por isso, não desempenhou muitos bem os exercício. Na maior parte das vezes adivinhava a resposta do que podia ser a palavra. Quase sempre respondia o que lhe era colocado olhando para o lado, nas palavras de Generalização também encontrou dificuldade, e a mesma situação que foi colocada para o sujeito 1, foi desenvolvida com o sujeito 3, começamos a usar placas com a figura das palavras de generalização, visto a mesma não possuir uma figura nesta parte do exercício, 1º se perguntava que figura era, como o Sujeito 1 não estava conseguindo memorizar tais palavras, foi ensinado (mostrando a figura/placa) e depois aplicado a questão (o que está escrito?). Observou-se que a partir de então seu desempenho melhorou.

Sujeito 4 (12 anos)

O Sujeito 4 tem a entrada na Apae/Itajai em 06/00, sofreu traumatismo craniano encefálico e miosite ossificante em quadril direito, devido uma queda da laje, onde caiu de 3 metros, aos 9 anos de idade. Antes era uma criança completamente normal, a queda ocorreu em 09/99, passou um tempo fora do estado, onde fez tratamento em Brasília, O Suj. 4 comunica-se através do olhar e gestos, pois não tem a linguagem oral, oferecendo respostas positivas e negativas, gosta de estar em movimento e no meio dos amigos, interage bem com seus colegas e sabe se defender apontando o perigo. Reconhece letras e números, consegue relacionar número e quantidade com materiais concretos.

O Suj. 4 demonstrou um desempenho mediano no teste 1 (palavras de treino) e não conseguiu desempenhar as tarefas Teste 2 (palavras de generalização). Assim não conseguiu passar da fase 2. Observa-se que dificilmente estava disposto a fazer os exercícios, parava muito e conseqüentemente levava mais tempo para desenvolver as tarefas, e algumas vezes não queria termina-las.

V. CONCLUSÕES

Observa-se que a pesquisa pode identificar e analisar o grau de dificuldade de crianças portadoras de necessidades especiais e rever conceitos aplicados na alfabetização das mesmas. A APAE/Itajaí possui uma ótima direção e coordenação, onde o trabalho pode ser realizado com o máximo de empenho e colaboração.

A. Dificuldades encontradas

A APAE/Itajai é um ótimo exemplo de boa infra- estrutura, mas infelizmente não foi disponível uma sala especial, para a aplicação das tarefas era utilizada a sala de computação, aonde vinham sendo realizadas as aulas diariamente. Esta sala era utilizada também para as aulas de informática, não sendo disponibilizado um horário para que se pudesse trabalhar individualmente com os alunos da pesquisa. Com isso a dispersão por parte dos sujeitos analisados era grande.

No decorrer da pesquisa houve a falta de uma funcionária, durante 2 semanas, neste período a pesquisa ficou suspensa. Este fato atrapalhou um pouco, visto não termos autorização de utilização da sala de computação sem a mesma estar presente.

B. Considerações Gerais

Pode-se observar o grau de progresso que os alunos tiveram no final deste trabalho, descrito abaixo:

O Suj. 1, não conseguia juntar as silabas, as conhecia mas não fazia a junção das mesmas. No final do trabalho percebemos a diferença, ele não só juntava as silabas e palavras ensinadas como identificava as palavras quando estava em hora de aula, segundo relatou sua professora. A dificuldade de manuseio com o mouse também era grande e foi superada, visto antes, o mesmo se recusar a mexer com o tal equipamento. No final desta pesquisa o referido sujeito não apresentava mais problemas no manuseio do mouse.

O Suj 2, poucas dificuldades demonstrava, a única dificuldade era motora. No começo como queria mostrar que sabia, tentava fazer rápido. Este comportamento o deixava agitado e com isso não tinha controle de seus movimentos. No final da pesquisa não só tinha melhor controle de sua motricidade ampla, como também demonstrou maior agilidade na digitação.

Pode-se analisar o desenvolvimento na aprendizagem do Suj. 3, mesmo este não tendo passando da 1º fase. Observa- se que no dia que o teste foi realizado com a sala vazia, o Suj. 3, apresentou um nível elevado de respostas corretas.

Outro ponto que pode prejudicar o trabalho foi o número elevado de faltas deste participante, visto que teve alguns problemas de saúde.

O Suj. 4 apresenta uma ótima compreensão das tarefas, mas por algumas vezes se recusou a faze-las. No final de tal pesquisa analisou-se que o uso repetitivo das tarefas pudesse deixa-lo sem motivação. Mesmo com o grau de dificuldade de alguns sujeitos, devido ao comprometimento motor dos mesmos, houve um grande percentual de progresso nas atividades realizadas e desenvolvidas com os mesmo, sendo assim demonstrando que tal pesquisa teve seu objetivo alcançado.

Sendo assim ressalta-se a importância de projetos como este, para avaliação e revisão de métodos de aprendizagem na leitura e escrita de crianças com necessidades especiais.

VI. REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO

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Rosária Maria Fernandes da Silva, Graduada em Psicologia pela UNIVALI e em Letras pela UFSC, Especialização em Psicologia Educacional pela UNIVALI, Mestre em Psicologia, UFSC. Atua como professora da UNIVALI no Núcleo de Apoio Psicopedagógico a Pessoas com

Necessidades Especiais (NAPNE/PADEF) e no curso de Pedagogia. Realiza

pesquisas sobre adaptação de materiais pedagógicos para inclusão de pessoas com necessidades especiais.

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