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CONTAMINAÇÃO DE SOLOS E ÁGUAS SUBTERRÂNEAS

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CONTAMINAÇÃO DE SOLOS E ÁGUAS

SUBTERRÂNEAS

Profa. Andréa Sell Dyminski, Dr. Eng. asdymi@ ufpr.br

1) MECANISMOS E FATORES INTERVENIENTES NO

TRANSPORTE DE CONTAMINANTES PELO SUBSOLO

1.1 Introdução

Contaminantes chegam à água subterrânea através de diversas atividades humanas: - Agricultura;

- Mineração; - Energia Nuclear;

- Disposição de resíduos industriais e urbanos; - E outros.

Definições:

- CONTAMINANTE: produto encontrado em um

determinado meio, em concentração em níveis abaixo do tolerável em relação a critérios adotados.

- POLUENTE: produto encontrado em um determinado

meio, em concentração em níveis acima do tolerável em relação a critérios adotados.

Medidas de concentração de um produto em um meio:

lução VolumedaSo

uto MassadoSol

C = (Ex: mg/l)

Outras medidas: - Molaridade; - Molalidade;

- ppm = (gramas do soluto)/(gramas da solução x 10-6) - ppb = (gramas do soluto)/(gramas da solução x 10-9) - ppt...

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Os principais fatores que controlam a migração de contaminantes através de meios porosos (p. ex.: solos), podem ser classificados em:

- Processos Físicos

- Processos Químicos e Biológicos

1.2 Processos Físicos

1.2.1 Advecção

O transporte da substância se dá através do FLUXO do fluido no qual a mesma está dissolvida.

Se esta substância for inerte, o transporte se dá à velocidade média do solvente e na direção das linhas de fluxo.

1.2.2 Dispersão

É a combinação de dois mecanismos: 1.2.2.1 Difusão molecular

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1.2.2.2 Dispersão hidrodinâmica

Diferença de velocidade de fluxo nos canais (vazios) do solo faz com que a solução se disperse. É de difícil quantificação.

Pode ser escrita matematicamente como o parâmetro α , que pode ter diferentes valores nas direções longitudinal e lateral, dependendo das características do meio (solo ou rocha).

DISPERSÃO = DIFUSÃO + DISPERSÃO HIDRODINÂMICA

MECANISMOS DE TRANSPORTE = DISPERSÃO + ADVECÇÃO (regidos pelas Leis de Fick)

Em fluxos a altas velocidades de percolação, o processo predominante de transporte de contaminantes é a dispersão mecânica.

Já em baixas velocidades (v < 1,6 . 10-10 m/s (Gilhan et al, 1984)), o contaminante migra através da difusão molecular. A substância se espalha por difusão mesmo em condições hidrostáticas (v=0).

1.3 Processos Químicos e Bioquímicos

Muitas vezes, ocorrem reações entre o soluto e o solo, acarretando mudanças na concentração da solução. Estas reações podem acontecer totalmente na fase líquida ou na transferência de substâncias entre esta e a fase sólida do meio poroso ou a fase gasosa (no caso de solos não saturados).

- A constituição dos solos e sedimentos (tamanho e composição de partículas, estrutura do solo, presença e tipo de matéria orgânica, etc.) é muito importante.

- Reações soluto x solo mudam a concentração da solução

- Fração argila é a mais reativa, pois é composta de minerais secundários e pode apresentar matéria orgânica.

Os processos mais relevantes são aqueles que produzem acumulação do contaminante no solo, pela transferência de substâncias para a fase sólida, recebendo o nome genérico de sorção.

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ação a FrenteCont Velocidade olante FluidoPerc Velocidade R min

= (obtido da curva característica do material)

O retardamento é maior em solos mais ativos e diminui com o aumento da velocidade de percolação (tempo disponível para reações é menor).

A taxa de retenção de substâncias pelo solo vai diminuindo com o tempo, até tornar-se nula, atingindo aí sua capacidade de retenção.

Os principais tipos de reações que causam transferência de substâncias para a estrutura sólida (e portanto com retardamento da frente de contaminação) são as de:

- Adsorção e absorção - Sorção hidrofóbica

As principais reações causadoras de atenuação das substâncias no solo, por perdas ou transformação em outras substâncias, são:

- Biodegradação - Degradação abiótica - Volatização

- Decaimento radioativo

Existem também reações que aumentam a mobilidade dos contaminantes através do solo (efeito geralmente maléfico), entre elas:

- Dissolução

- Formação de complexos ou quelação - Co-solvência

- Ionização

1.3.1 Sorção (Adsorção + Absorção)

- Adsorção: As substâncias em solução aderem às

partículas por forças de atração elétrica, devido a substituições iônicas na estrutura cristalina dos minerais ou quebra de ligações moleculares. Isto ocorre principalmente na fração de argila dos solos, pois estas partículas possuem grande superfície específica e capacidade de atração de íons.

- Absorção: processo que envolve retenção de substâncias nos poros do solo.

1.3.2 Sorção Hidrofóbica

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1.3.3 Precipitação

Quando a concentração de um contaminante excede o seu grau de solubilidade no fluido, a sua quantidade em excesso sai de solução, precipitando.

1.3.4 Biodegradação

Microorganismos, através de seu metabolismo, transformam moléculas orgânicas em outras menores.

1.3.5 Degradação Abiótica

Envolve reações de oxidação (perda de elétrons), redução (ganho de elétrons), hidrólise (“quebra” de moléculas pela água) e isomerização.

1.3.6 Volatização

Difusão do contaminante na fase gasosa.

1.3.7 Decaimento Radioativo

Liberação de energia, de forma espontânea, de elementos radioativos, causando diminuição da concentração dos mesmos no solo.

1.3.8 Dissolução

Contrário de precipitação, podendo ocorrer, por exemplo, através de lixiviação.

1.3.9 Formação de Complexos

Também chamado de quelação. É a formação de uma ligação coordenada entre um cátion metálico e um ânion ou molécula polar (ligante), aumentando a mobilidade potencial do metal, ficando mais solúvel.

1.3.10 Co-Solvência

O contaminante é dissolvido em mais de um solvente.

1.3.11 Ionização

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1.4 Fatores Intervenientes

Pode-se dizer que os fatores que intervêm no transporte de substâncias em solos são: - Características do contaminante (solubilidade, densidade,

concentração, pH, D.B.O., D.Q.O, etc.);

- Características do solo pelo qual ele percola (granulometria, mineralogia da fração argila, permeabilidade, matéria orgânica, etc.);

- Características do ambiente (tempo de exposição do solo ao contaminante, presença de microorganismos, condições hidrogeológicas, condições aeróbicas/anaeróbicas e temperatura).

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A área atingida pelo contaminante, bem como a maneira como ele se desloca no subsolo, caracteriza a chamada “pluma de contaminação”. Levando-se em conta todos os aspectos citados anteriormente, podem-se ter os tipos de pluma mostrados na figura acima.

OBS: NAPLs = Non-Aqueous Phase Liquids = Fluidos orgânicos Imiscíveis com Água

2) CARACTERIZAÇÃO DO SÍTIO DE INTERESSE E SEU

SUBSOLO

2.1 Metodologia

Pode ser resumida em três fases:

a) Identificação do problema e desenvolvimento do escopo da investigação;

b) Definir a natureza e extensão do sítio de interesse, bem como as condições de seu subsolo, em termos qualitativos e quantitativos;

c) Realizar a caracterização detalhada do sítio e de seu subsolo.

2.2 Planejamento

O plano de investigação deverá incluir: a) Escopo e objetivos da investigação;

b) Sumário das informações já disponíveis sobre o local de interesse;

c) Contaminantes de interesse, para o caso de um local já contaminado ou para a deposição dos mesmos;

d) Tipos de amostras necessárias: solo (deformadas ou indeformadas), água (superficial ou subterrânea), ar e outras (resíduos, efluentes, vegetação, animais, etc.);

e) Locais de retirada de amostras e freqüência;

f) Procedimentos de amostragem e testes (ensaios) a serem realizados; g) Plano de operação;

h) Estimativa de custos; i) E outros...

2.3 Caracterização do Sítio

As formas mais utilizadas para a caracterização geral do sítio e de seu subsolo são: - Fotos aéreas;

- Plantas topográficas; - Mapas geológicos;

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2.4 Ensaios de campo e laboratório

Para um conhecimento mais detalhado do terreno de interesse, devem-se utilizar ensaios onde características do solo e água (superficial e subterrânea) serão estudadas com maior profundidade e precisão.

Os parâmetros físico-químicos e mecânicos que descrevem o meio poroso são: - Distribuição granulométrica;

- Mineralogia da fração fina; - Capacidade de troca iônica; - Tipo de cátions adsorvidos; - Micro-estrutura do solo; - Permeabilidade do solo;

- Tipo e quantidade de matéria orgânica presente.

Para tal, são usados ensaios de exploração direta e semi-direta do subsolo, com perfuração do terreno, introdução de equipamentos, execução de procedimentos (testes) e retirada ou não de amostras, deformadas ou indeformadas.

Estes ensaios permitem obter: tipo de material do subsolo e sua organização em camadas, cota do nível de água subterrâneo, resistência do material, permeabilidade de cada uma das camadas e do terreno, entre outras.

Os tipos mais comuns de ensaios de campo são: SPT (Standard Penetration Test), CPT (Cone Penetration Test), Ensaio da palheta (ou Vane Test), Dilatômetro, Pressiômetro, medida do nível de água subterrâneo in situ, Condutividade hidráulica in situ, etc.

Em laboratório, com a utilização de amostras indeformadas de solo, podem-se obter: resistência do material, permeabilidade com diferentes fluidos percolantes, reatividade do solo, e outros.

2.5 Poços de Monitoramento

No estudo da permeabilidade de terrenos (conjunto de camadas de solo com diferentes características), bem como da qualidade da água subterrânea, devem-se utilizar poços de monitoramento de nível de água. Geralmente os mesmos são utilizados no acompanhamento de exploração de aqüíferos, desenvolvimento de plumas de contaminação e na operação de aterros de resíduos ou lagoas de tratamento.

2.6 GIS ou SIG – Sistema de Informações Geográficas

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3) REMEDIAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE SOLOS E ÁGUAS

SUBTERRÂNEAS

Existem inúmeras técnicas disponíveis para a recuperação de solos e de águas subterrâneas contaminadas. A seleção da técnica apropriada constitui um processo complexo, envolvendo considerações detalhadas das características do local e do poluente, e um estudo da viabilidade técnico-econômica de aplicação das várias alternativas para o local específico. (Campos, 1994).

Considerações de ordem institucional, legal e política contribuem para a seleção final da técnica a ser utilizada, de acordo com a Agência Americana de Proteção Ambiental (EPA – USA – www.epa.gov).

Em princípio, requer-se uma remediação que seja adequada tanto à proteção da saúde humana quanto à do meio ambiente de um modo geral, levando-se em conta (Superfund Handbook, 1987):

a) incertezas no que se refere à disposição do poluente no terreno;

b) persistência, toxidez, mobilidade e tendência à bioacumulação das substâncias; c) riscos à saúde humana a curto e longo prazo;

d) custos de manutenção a longo prazo;

e) possibilidade de custos futuros de limpeza se a remediação não funcionar;

f) risco potencial à saúde e meio ambiente associado com escavação, transporte, redisposição ou confinamento.

De um modo geral, os métodos preferenciais de tratamento do conjunto água-solo são aqueles que reduzem permanentemente o volume, toxidez ou mobilidade das substâncias poluentes, como é o caso, por exemplo, da incineração. As alternativas menos desejáveis são usualmente as que envolvem transporte para outro local e disposição de substâncias perigosas sem tratamento.

3.1 Processos Físico-Químicos

Algumas das técnicas “off- site”, que consistem na remoção da água subterrânea do terreno para seu posterior tratamento (“pump and treat”), podem ser vistas nos itens 3.1.1 a 3.1.7. Os itens posteriores dizem respeito a técnicas “in situ”.

3.1.1 Air Stripping/Sparging

Processo de transferência de massa que implica na volatilização de compostos da água através da passagem de ar pela água, aumentando-se assim a transferência entre as fases gasosa e líquida do solo.

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Utilizam- se torres de armazenamento, sistemas de spray, aeração difusa ou aeração mecânica.

a) Unidade de air stripping; b) Sistema de SVE em construção.

3.1.2 Extração de gás do solo (SVE)

Também utilizada na extração de voláteis do solo, da zona não saturada (acima do NA) ou através de escavações.

Consiste na passagem de fluxo de ar através do solo, transferindo os contaminantes do solo para a corrente de ar.

O processo vai depender da locação do sistema de tratamento (p.ex.: “in situ” ou acima do solo) e o método de aplicação/geração da corrente de ar.

O sistema SVE é implementado instalando-se poços de extração na zona de contaminação e aplicando-se vácuo a fim de induzir o movimento de gases no solo.

3.1.3 Adsorção por carbono

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3.1.4 Injeção de vapor

Usada na remoção de compostos voláteis e algumas vezes semi- voláteis da água subterrânea ou servida. Tem capacidade de reduzir as concentrações dos contaminantes até o limite de detecção.

Diferenças entre injeção de vapor e injeção de ar:

- vapor, até mais do que o ar, é usado como gás de injeção; - o vapor é infinitamente solúvel na fase líquida (água);

- os “injetores” de vapor operam a temperaturas muito maiores que os “injetores” de ar;

- os orgânicos na água são reconhecidos como uma fase líquida separada.

3.1.5 Oxidação química

Visa “detoxicar” o resíduo através da adição de agente oxidante para a transformação química dos componentes do resíduo (p. ex. : molécula orgânica dióxido de carbono e água ou outros produtos menos tóxicos que o original).

Esta tecnologia é capaz de destruir uma boa gama de moléculas orgânicas e inorgânicas bastante perigosas.

Os agentes oxidantes mais utilizados são: ozônio, peróxido de hidrogênio e “chlorines”. A luz ultravioleta pode ser usada para acelerar o processo.

Geralmente este processo é o mais econômico quando os orgânicos estão em menor concentração que os outros contaminantes existentes.

A oxidação química é geralmente usada no tratamento de resíduos líquidos e água subterrânea, mas também pode ser aplicada em solos. Contudo, como o processo de escavação é caro, a tendência é de se utilizarem métodos “in situ”.

Este processo ocorre tipicamente em tanques misturadores ou reatores. A água contaminada é introduzida em um lado do equipamento e a água tratada sai do outro. O agente oxidante é introduzido na água logo após a entrada da mesma no tanque.

3.1.6 Fluidos Supercríticos (SCF)

Este tipo de extração representa uma tecnologia emergente. Os fluidos supercríticos são materiais que, em altas temperaturas e pressões, possuem propriedades entre líquido e gás.

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3.1.7 Processo da Membrana

Bastante usado na separação da água e contaminantes na indústria.

A membrana consiste numa barreira ao fluxo, que permite a passagem de água, íons ou moléculas pequenas (ou seja, é semipermeável).

Os processos utilizados podem ser: eletrodiálise, osmose reversa e ultra- filtração.

3.1.8 Barreira eletro-osmótica

É um método “in situ”, que consiste numa barreira eletro-cinética, criada pela aplicação contínua ou periódica de um potencial DC, que pode ser um meio efetivo de parar ou reverter a migração de contaminantes sob uma carga hidráulica. É aplicável a solo argiloso. Esta é uma técnica que se encontra em desenvolvimento.

3.1.9 Técnica da lavagem do solo por altas pressões

Tubulões de aço de 1,5 m de diâmetro são cravados no solo até a profundidade desejada. Uma bomba de alta pressão injeta água no solo a velocidades acima de 250 m/s (pressão de 500 bars e vazão de 300 l/min). Trabalhando com a bomba de cima para baixo, produz-se solo limpo com água com finos em suspensão e óleo. Esta mistura é bombeada para a superfície, para separação de sólidos- fluidos, usando-se uma bomba de dragagem.

O processo de separação sólidos-fluido, na superfície, envolve o uso de peneiradores e hidro-ciclones. O solo limpo (areia) é retornado ao furo. A água limpa é reutilizada no processo e a lama residual geralmente é tratada por processos biológicos.

3.2 Métodos Biológicos

Os tratamentos biológicos consistem na degradação de matéria orgânica contaminante por microorganismos, através da biotransformação (simplificação de um composto orgânico em outro) ou da mineralização (quebra completa de moléculas orgânicas em massa celular, dióxido de carbono, água e resíduo inorgânico inerte).

3.2.1 Aspectos da Microbiologia

Diversos fatores microbiológicos afetam este tipo de tratamento, entre eles:

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Algumas vezes, além de bactérias, podem ser utilizados organismos mais complexos para o tratamento biológico, tais como fungos e outros.

- Processos enzimáticos: para a degradação, o resíduo deve entrar em contato com o micro-organismo, servindo como substrato para o mesmo realizar seu metabolismo. Muitas vezes, deve-se escolher um tipo específico de bactéria ou organismo capaz de reagir/metabolizar determinado tipo de contaminante ou resíduo.

- Biodegradabilidade do resíduo (substrato): A maioria dos orgânicos sintéticos é biodegradável. Contudo, existem alguns que resistem à degradação biológica (compostos persistentes). Entre estes últimos podem ser citados o TCDD (dioxina) e PCBs (bifenil poli-clorinato – substânc ias utilizadas em transformadores e capacitores).

- Inibição e toxicidade: determinadas substâncias orgânicas podem ser biodegradáveis a uma concentração, servindo de substrato, e persistentes em concentrações mais altas, inibindo o crescimento da colônia de bactérias. Algumas vezes, em concentrações ainda maiores, estas substâncias podem até ser tóxicas às bactérias.

- Comunidade/colônia microbiológica: Geralmente, utilizam-se “misturas” de diversos tipos de bactérias em tratamentos biológicos. Isto porque o processo de degradação pode ser mais eficiente, tendo-se em vista que um tipo de bactéria pode aproveitar o subproduto gerado pelo outro e vice-versa, formando uma “corrente vital”.

3.2.2 Fatores Relativos à Engenharia

O tratamento biológico consiste em promover e manter uma população microbiológica (biomassa) que metaboliza o resíduo “alvo”. Muitos fatores influenciam nesta taxa de metabolismo (biodegradação) e as condições favoráveis para tal devem ser identificadas para poder serem mantidas. Estes fatores incluem:

- Receptor de elétrons: Depende do tipo de “respiração” do organismo: se aeróbica, o receptor é o oxigênio, se anaeróbica, os receptores podem ser nitratos, sulfatos ou dióxido de carbono.

- Umidade: deve existir para o crescimento celular, deve ser de 75 a 80%, e como meio de movimentação dos micro-organismos.

- Temperatura: geralmente entre 10 e 50 C (ótima – entre 20 e 45C). - pH: usualmente, o ótimo está próximo da neutralidade (entre 6 e 8). - Total de sólidos dissolvidos (TDS): Regras práticas:

o TDS < 40000 mg/l;

o TDS: não deve variar mais do que um fator 2,0 em pequenos intervalos. - Nutrientes: os principais são o nitrogênio e o fósforo;

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3.2.3 Sistemas de Tratamento

a) Tratamento Convencional (Fase Líquida):

Originário do tratamento de efluentes (resíduos) industriais, consiste na passagem do efluente através de um reator, onde o mesmo vai interagir com a biomassa, em condições aeróbicas ou anaeróbicas.

Geralmente faz-se um pré-tratamento do efluente que irá para o bio-reator. Pode-se recolher o gás que resultado do processo metabólico (biogás).

b) Remediação in-situ

O contaminante poderá se apresentar no solo de três formas: livre (produto livre e puro), adsorvido (preso nas partículas) ou dissolvido na água subterrânea. O tipo de remediação dependerá de como o contaminante se encontra no solo, sendo que a bio-remediação poderá tratar o contaminante diretamente nas três fases.

A bio-remediação “in situ” poderá ser utilizada em conjunto com outras formas de tratamento (p.ex.: “pump and treat” ).

A bio-remediação ideal para tratamento dos contaminantes adsorvidos seria aquela que aconteceria naturalmente, mas que pode ser estimulada. Este estímulo pode ser através de injeções de água contendo nutrientes e oxigênio, por exemplo. Porém, deve-se ter muito cuidado, pois isso também pode afetar o fluxo de água subterrânea e espalhar ainda mais o contaminante.

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a) Uso da infiltração no tratamento; b) Lagoa de Tratamento do lodo.

c) Tratamento da Fase “Lama”:

É similar ao tratamento convencional, com a diferença que a biomassa não é reciclada. Neste tipo de tratamento, o resíduo é tratado em suspensão em água, sendo misturado num reator para a formação da lama. O resíduo pode ser lodo, sólidos ou solo contaminado.

Esta agitação da mistura não serve somente para homogeneizar a lama, mas também promove:

- quebra das partículas sólidas;

- dessorção do contaminante das partículas sólidas; - contato entre contaminante e microorganismos; - oxigenação da mistura;

- volatização dos contaminantes.

d) Tratamento da Fase Sólida

Tratamento de lodo, sólidos ou solo contaminado, na mínima presença de água livre. Pode ser de três tipos:

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- Compostagem: ocorrerá na presença de microorganismos apropriados, aeração adequada, temperatura ótima, nutrientes, pH e umidade necessários. Pode ser no sistema “windrows” (resíduo + mat. orgânica são “revirados” uma a duas vezes por semana), pilhas estáticas (montes de resíduos não são mexidos, mas colocados sobre um sistema de tubos perfurados para aeração) ou reator fechado (processo otimizado).

- “Heaping”: combinação dos dois primeiros tipos. Implica em colocar o solo em montes, geralmente sobre um sistema de tubos.

3.3 Estabilização e Solidificação

A solidificação pode ser:

- física: encapsulamento das partículas/vazios contaminados.

- química: fixação química via reações do poluente com a matriz sólida. Os métodos de encapsulamento podem ser:

a) Macro (p.ex.: containers): aplicável a contaminantes muito solúveis. Trata-se de um processo caro e podem ocorrer vazamentos.

b) Micro: encapsulamento a nível molecular. Todas as técnicas deste tipo de baseiam na redução da razão superfície-volume do poluente, com a formação de uma massa monolítica dura, de baixa permeabilidade.

Para o encapsulamento, podem ser utilizados:

- Métodos termoplásticos (p. ex. com: asfalto, “tar”, poliolefinos e epoxies): são mais caro que o uso de substância silicáceas. A sua biodegradabilidade pode ser um problema potencial. São bons para o encapsulamento de contaminantes orgânicos tais como PCBs, dioxinas e outras substâncias químicas persistentes, carcinogênicas.

- Resinas de polímeros orgânicos (p.ex.: poliacrilatos e poliacrilamidos): são passíveis de serem utilizadas em material seco ou úmido. Contudo, problemas com biodegradação são possíveis.

- Cimento Portland: é apropriado para resíduos tóxicos industriais e inorgânicos. Não deve ser utilizado para resíduos orgânicos e ânions tóxicos.

- Cal e Flyash (rejeito da combustão de carvão): Forma um produto pozolânico duro. As aplicações são similares às do cimento Portland, sendo, em alguns casos, passíveis de uso com substâncias orgânicas.

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3.4 Métodos Térmicos

Podem ser do tipo “off site” ou do tipo “in situ”.

O primeiro consiste em retirar o contaminante do local de origem e levá- lo à combustão ou incineração em equipamento apropriado.

O segundo tipo procurará remediar o problema no próprio local da cont aminação. Uma das técnicas deste tipo de remediação “in situ” é a da vitrificação. Trata-se de tratamento termal que derreto o solo contaminado e matéria sólida, in situ, com corrente elétrica, formando um produto vítreo inerte.

Colocam-se eletrodos até a profundidade desejada. Uma trajetória condutora, constituída por grafite e fragmentos de vidro, é colocada entre os eletrodos para iniciar o processo. Os eletrodos são eletrificados, a trajetória condutora se aquece, o vidro derrete e o material contaminado em contato com o vidro começa a derreter.

O solo derretido (Temperaturas de 1400C a 1600C) torna-se condutor e a massa derretida cresce da superfície para baixo e dos eletrodos para dentro da área sendo tratada.

Após desligar a eletricidade, a massa resfria no local, formando um vidro monolítico com características físicas e químicas parecidas com as o vidro vulcânico. Um sistema coletor de gás é utilizado para processar o efluente gasoso e propiciar emissão limpa. Esta técnica é utilizada com sucesso em solo contaminado com mercúrio, arsênico, pesticidas organo-clorinos e PCBs. Também é utilizada com resíduos radioativos.

A estabilidade química alcançada por este método é suficiente para manter os integrantes químicos e físicos por mais de um milhão de anos.

3.5 Aterros (Land Disposal)

Consistem numa técnica muitíssimo utilizada para a disposição final de resíduos de diversos tipos, origens e graus de contaminação.

São necessários porque:

a) Outras técnicas de tratamento (tais como incineração ou tratamento biológico) produzem resíduos que devem ser dispostos em algum local;

b) Outras tecnologias de manejos de contaminantes não conseguem eliminar totalmente a presença de substâncias tóxicas.

Contudo, consiste num capítulo extenso de manejo/tratamento de resíduos, merecendo um capítulo especial para sua abordagem.

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Bibliografia

La Grega, M., Buchingham, P.L. & Evans, J.C. (1994) “Hazardous Waste Mangement” McGraw Hill Int. Ed.

Freeze, R.A. & Cherry, J.A. (1979) “Groundwater” Prentice Hall Inc.

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Avaliação

Trabalho em equipe de três componentes:

Coletar de jornais ou revistas de grande circulação

(nacional/estadual) um artigo referente à gestão do meio ambiente e

tecer comentários sobre a relação deste artigo com a geotecnia

ambiental, podendo-se inclusive sugerir soluções para eventuais

problemas citados no mesmo.

Referências

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