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PROF. DR. JERÔNIMO ANTUNES

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Academic year: 2021

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUÍZ FEDERAL DA 17ª VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO DISTRITO FEDERAL:

Processo Nº:

Autor: BANCO Y.

Ré: UNIÃO FEDERAL e Outros

JERÔNIMO ANTUNES, Contador registrado no Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo sob nº. CRC 1 SP 143415/O-0, Assistente Técnico de Perícia Contábil indicado pelo Autor nos autos do processo em epígrafe, após analisar minuciosamente o Laudo Pericial Contábil elaborado pelo Contador Sr. ..., apresenta o seguinte PARECER PERICIAL CONTÁBIL PARCIALMENTE DIVERGENTE:

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PARECER PERICIAL CONTÁBIL PARCIALMENTE DIVERGENTE

ÍNDICE

Assuntos Página

1 - Considerações Iniciais 3

2 - Comentários às Respostas da Perícia Contábil aos

Quesitos do Autor 6

3 - Comentários às Respostas da Perícia Contábil aos

Quesitos do Réu - TCU 39

4 - Comentários às Respostas da Perícia Contábil aos

Quesitos do Réu - INSS 42

5 - Comentários às Respostas da Perícia Contábil ao

Quesito Complementar do Autor 46

6. Conclusões do Parecer Pericial Contábil 48

7. Termo de Encerramento 53

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1 - Considerações Iniciais

Na presente demanda, nos termos proposto da ação ajuizada pelo rito ordinário junto à 17ª Vara Federal da Seção Judiciária do Distrito Federal, o reú BANCO Y S.A pretende “...a desconstituição de título executivo formado em decorrência de decisão definitiva proferida pelo Tribunal de Contas da União no processo de tomada de contas TC- , em que se houve por irregulares pagamentos realizados pelo INSS (antes IAPAS/INPS) às instituições financeiras integrantes da sua rede arrecadadora e pagadora, nos meses de novembro de dezembro de 1991, à título de atualização monetária dos desembolsos por elas realizados, com recursos próprios, no pagamento de benefícios a segurados da autarquia.”

De acordo com o Ofício nº TCU/SEMAG-Gabinete, do Tribunal de Contas da União e datado de 6 de junho de 20xx, o montante de R$

1.226.976,72 (um milhão, duzentos e vinte e seis mil, novecentos e setenta e seis reais e setenta e dois centavos) deveria ser repassado ao INSS pelo BANCO Y S.A.

Os pedidos formulados pelo Autor foram os seguintes:

“(i) a anulação da decisão administrativa lavrada pelo tribunal de Contas da União, nos autos da TC- , com a consequente desconstituição do título executivo dela decorrente, declarando-se legítimos os pagamentos realizados pelo INSS (antes IAPAS/INPS) às instituições financeiras integrantes da sua rede arrecadadora e pagadora, nos meses de novembro e dezembro de 1991, a título de atualização monetária dos desembolsos por elas realizados, com recursos próprios, no pagamento de benefícios a segurados da autarquia; e, subsidiariamente, se, por absurdo, rejeitado esse pedido,”

“(ii) a redução do valor expresso no título executivo, tendo em vista os erros de cálculo contidos no procedimento de liquidação, no âmbito do Tribunal de Contas da União.”

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Para sustentar e comprovar a legitimidade dos pleitos, o Autor protestou pela produção de provas, em especial a realização de perícia econômica e contábil.

O expert contábil nomeado pelo Exmo. Sr. Dr. Juiz da contenda foi o Contador , que apresentou o seu Laudo Pericial Contábil datado de 2 de dezembro de

20xx e que na seção I – Introdução, muito bem resumiu as os objetivos dos trabalhos periciais, a saber:

a) Comparação dos índices/indexadores econômicos no período de abril de 1990 a dezembro de 1991;

b) Descrição dos tipos de serviços prestados pelo BANCO Y S.A. ao IAPAS/INPS e das tarifas de remuneração pactuada, em valores originais e atualizados monetariamente, tomando como base o contrato de prestação de serviços firmado entre as partes, à época dos fatos da lide;

c) Demonstração dos impactos econômico-financeiros ocorridos a partir de março de 1990, em decorrência da edição da Medida Provisória nº.164 , “mediante apuração das Receitas de Floating sobre arrecadações, comparando-as com as que seriam devidas se calculadas sem considerar as alterações ocorridas a parti de abril/90”;

d) Comparação dos diversos quadros demonstrativos por serem elaborados pela perícia contábil para atendimento do item “c”

anterior, com os quadros apresentados nos autos pelo Autor como prova do desequilíbrio econômico-financeiro do contrato de prestação de serviços em tela, considerando o período de 1º de agosto de 1989 a 31 de dezembro de 1991, para subsidiar a manifestação da perícia contábil a respeito de eventuais divergências encontradas nesse processo comparativo;

e) Atualização monetária dos valores originais ressarcidos pelo INSS ao BANCO Y, para as datas-bases de junho de 2008 e novembro

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de 2011, tomando como referência a Tabela da Justiça Federal, e manifestação sobre o resultado da comparação com os valores atualizados apresentados pelo Autor nos autos.

Preliminarmente, se faz relevante enfatizar que o trabalho pericial atingiu plenamente os seus objetivos e foi retratado de forma clara e holística no laudo pericial datado de 2 de dezembro de 2011.

Na opinião desta assistência técnica pericial, com discordância apenas quanto à atualização monetária do valor do título executivo, todas as demais provas de natureza econômico-financeira demandadas ao expert contábil foram objetos de trabalhos minuciosos e diligentes e retratadas com propriedade no seu laudo pericial.

Na sequência, serão expressos os comentários pertinentes às respostas da perícia contábil aos quesitos formulados pelas partes litigantes e, após, as considerações finais e conclusões.

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2. Comentários às Respostas da Perícia Contábil aos Quesitos do Autor

2.1 – Esclarecimentos Iniciais Relevantes

Como fruto dos seus minuciosos e detalhados exames, a perícia contábil apresentou diversos quadros compilando extensos volumes de números, dados e informações.

A minudência e a extensão detalhada dos cálculos e das formulações dos quadros apresentados nas respostas da perícia contábil aos quesitos, a bem da verdade, decorreu das demandas do Autor, impostas como meio de configurar as robustas provas periciais para sustentação das suas legítimas alegações de anulação da decisão administrativa do Tribunal de Contas da União e, portanto, da desconstituição do título executivo pertinente.

Visando racionalizar o conteúdo deste parecer pericial e, principalmente, tornar a leitura e compreensão mais objetiva e concisa, os comentários desta assistência técnica serão realizados sem a reprodução integral dos textos das respostas da perícia contábil aos quesitos formulados pelas partes litigantes.

Em decorrência, apenas serão reproduzidos excertos dos citados textos, quando julgados relevantes para a compreensão da opinião e comentários desta assistência técnica sobre as manifestações da perícia contábil.

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2.2 – Comentários às Respostas da Perícia Contábil

I.1 DOS QUESITOS DE NATUREZA ECONÔMICO-FINANCEIRA (RELACIONADOS À VERIFICAÇÃO DA ESTRUTURA DA RELAÇÃO JURÍDICA MANTIDA ENTRE O BANCO E O INSS ENTRE MARÇO DE 1990 E DEZEMBRO DE 1991)

Quesito

1. Para a realização de pagamentos nos meses de novembro e dezembro de 1991, o INSS adotou como parâmetro de recomposição financeira dos recursos próprios despendidos pelos bancos (pagamentos a descoberto) a Taxa Referencial Diária – TRD (“o mais baixo parâmetro de captação de dinheiro”, nos termos do item 67, p. 25, da inicial).

a. Para fins de verificação do custo de oportunidade envolvido na utilização de recursos próprios, pelos bancos, no pagamento de valores em nome do INSS, informe o Sr. perito quais as taxas médias praticadas, à época, pelas instituições financeiras nas suas operações ativas de curto prazo, identificando, em termos percentuais, a diferença existente entre elas e a TRD e os reflexos financeiros que decorreriam para a quantificação dos valores pagos, se adotadas (em lugar da TRD), na ocasião dos pagamentos realizados, como fator de recomposição financeira das importâncias por eles despendidas.

Comentários da Assistência Técnica Pericial

A perícia contábil apresentou quadros com as taxas de juros bancários diárias, praticadas nas operações ativas (Hot Money) e das variações diárias da Taxa Referencial Diária - TRD, para o período de 01.11.1991 a 01.01.1992, ambas obtidas de fontes públicas idôneas.

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Para atender a solicitação do quesito, no sentido de identificar em termos percentuais, a diferença existente entre as taxas de juros de operações ativas e as variações da TRD, a perícia contábil apresentou o seguinte quadro comparativo:

Mês/ano

Taxa Média Mensal de Hot Money

(A)

TRD MENSAL

(B)

DIFERENÇA NOMINAL (Hot

Money– TRD) (A) – (B)

DIFERENÇA REAL (Hot Money – TRD)

((A)/(B))-1

nov/1991 43,30% 30,52% 12,78% 41,87%

dez/1991 39,53% 28,42% 11,11% 39,09%

Com base nas informações acima, a perícia contábil assim concluiu corretamente:

“Consoante demonstra o quadro acima, são significativas as diferenças entre as taxas mensais da TRD e as taxas mensais de Hot Money, diante das quais, caso o INSS houvesse remunerado o BANCO Y com o uso das taxas médias mensais de juros praticados nas operações bancárias ativas de curtíssimo prazo (Hot Money), ao invés de ter utilizado as TRDs, os reflexos financeiros decorrentes seriam representados por uma remuneração superior em 41,87%

(diferença real entre as taxas) no mês de novembro de 1991 e de 39,09% (real) no mês de dezembro de 1991.” (grifo nosso).

Enfatiza-se que a perícia contábil constatou e assim pode asseverar que a remuneração que o INSS fez ao BANCO Y seria cerca de 40% superior se utilizada as taxas de juros médias praticadas no período de novembro e dezembro de 1991 para as operações ativas de curtíssimo prazo, ao invés daquelas efetivamente utilizadas, que foram as taxas da TRD.

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Os custos de oportunidade incorridos pelo Autor, representado pelos efeitos financeiros decorrentes da aplicação de uma ou outra taxa de juros, foram apresentados, também corretamente, pela perícia contábil no seguinte quadro:

“Considerando os valores originariamente ressarcidos pelo INSS, teríamos os seguintes reflexos financeiros:

Mês e Ano

Valor Original Ressarcido –

Cr$ (A)

Taxa TRD Mensal

(B)

Taxa Hot Money

Mensal (D)

Diferença Real entre as Taxas ((B) - (C ) = (D))

- 1

Diferença em Moeda Corrente Cr$

(A) * (D) 11.1991

44.539.455,72 30,52% 43,30% 41,87%

18.650.532,24

12.1991

67.192.923,79 28,42% 39,53% 39,09%

26.267.184,49 Totais

111.732.379,51

44.917.716,74

Em resumo: a assistência técnica pericial contábil concorda com a resposta ao quesito oferecida pela perícia contábil.

Quesito

b. Para fins de verificação tão somente dos custos diretos de captação envolvidos com a utilização de recursos próprios, pelos bancos (em especial pelo BANCO Y), no pagamento de valores em nome do INSS, informe o Sr. perito quais eram à época os parâmetros de remuneração de depósitos realizados no âmbito do mercado interbancário (atualmente, CDI).

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Comentários da Assistência Técnica Pericial

Na sua resposta, a perícia contábil apresentou uma tabela com as variações diárias, no período de 01.11 a 30.12.1991, das taxas de juros do CDI, obtidas diretamente do Banco Central do Brasil e efetuou a comparação entre tais taxas com as variações mensais da TRD (que foi usada para remunerar o Autor no período em tela), resultando nas seguintes diferenças apuradas pelo expert contábil:

As corretas conclusões da perícia contábil indicaram que, as “...taxas mensais de CDI nos mesmos meses aponta que estas últimas foram superiores, em termos reais, em 4,78% e 7,18%, respectivamente.”.

Portanto, restou patente e comprovado pelas provas periciais, que o Autor incorreu em custos de captação de recursos financeiros (CDI) superiores, em média de 4,78% para novembro de 1991 e de 7,18% para dezembro de 1991, quando comparado com a remuneração recebida, no mesmo período de tempo, tendo como base as taxas mensais da TRD.

Quesito

2. Pede-se ao Sr. Perito descrever os tipos de serviços prestados pelo BANCO Y ao atual INSS, por força dos contratos de prestação de serviços firmados entre essas partes, em 1988.

Comentários da Assistência Técnica Pericial

A perícia contábil respondeu ao quesito, de forma indubitável, reproduzindo o texto pertinente às cláusulas sobre prestação de serviços, do contrato firmado entre o Autor e o INSS, vigente à época dos fatos. Portanto, concorda-se com a resposta oferecida ao quesito.

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Quesito

3. Pede-se ao Sr. Perito descrever qual era a base da remuneração contratual pactuada entre o BANCO Y e o atual INSS quanto a cada um dos serviços contratados, tendo por parâmetro o último instrumento contratual formalizado, de 1988.

Comentários da Assistência Técnica Pericial

Também para este quesito, a resposta da perícia contábil reproduziu o texto das cláusulas contratuais que tratam da base de remuneração, informando que as tarifas estabelecidas eram de CZ$ 95,72 por documento de arrecadação e de CZ$ 108,80 por documento de pagamento de benefícios. Assim, não cabe qualquer objeção à correta resposta apresentada pela perícia contábil.

I.2 DOS QUESITOS DE NATUREZA CONTÁBIL (RELACIONADOS À VERIFICAÇÃO DA IDONEIDADE DOS CÁLCULOS FEITOS PELO TCU PARA LIQUIDAR A CONDENAÇÃO)

Quesito

3. Queira o Sr. Perito informar quais os critérios de cálculo utilizados pelo TCU e qual a sua correspondência com os utilizados pela Justiça Federal (Manual de Cálculos da Justiça Federal).

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Comentários da Assistência Técnica Pericial

Não há qualquer divergência com relação à resposta da perícia contábil.

Quesito

4. Queira o Sr. Perito elaborar planilha de evolução de débito tendo por base os critérios utilizados pela Justiça Federal (Manual de Cálculos da Justiça Federal).

Comentários da Assistência Técnica Pericial

A demanda do quesito foi satisfeita pela perícia contábil com a apresentação dos resultados dos cálculos considerando quatro situações, a saber:

✓ Uso da Tabela da Justiça Federal sem Selic, considerando o período de dezembro de 1991 a junho de 2008 e com juros de 1% ao mês (adotado pelo TCU);

✓ Uso da Tabela da Justiça Federal sem Selic, considerando o período de dezembro de 1991 a junho de 2008 e com juros de 0,5% ao mês (defendido pelo Autor);

✓ Aplicação da Tabela da Justiça Federal sem Selic, considerando o período de dezembro de 1991 a novembro de 2011 e com juros de 1%

ao mês (adotado pelo TCU);

✓ Aplicação da Tabela da Justiça Federal sem Selic, considerando o período de dezembro de 1991 a novembro de 2011 e com juros de 0,5% ao mês (adotado pelo Autor).

A justificativa para a apresentação dessas quatro opções de cálculos decorreu do que a perícia contábil entendeu por “falta de definição de todos os parâmetros pelo Juízo”.

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Discorda-se, todavia, dos cálculos e dos valores apresentados pela perícia contábil, uma vez que estes não representam a correta aplicação das referidas tabelas, em pleno atendimento do “Manual de Orientação de Procedimentos para os Cálculos na Justiça Federal”.

Segundo o item 2. Ações Condenatórias em Geral, daquele capítulo do referido Manual, e “caso não haja decisão judicial em contrário” os Indexadores por serem utilizados para cálculo de correção monetária dos débitos são:

✓ Em dezembro de 1991 – IPCA série especial (art. 2º, parágrafo 2º da Lei nº. 8.383/91);

✓ De janeiro de 1992 a dezembro de 2000 – UFIR (Lei nº. 8.383/91);

✓ De janeiro de 2001 a dezembro de 2002, deve-se utilizar o IPCA-E, divulgado pelo IBGE, em razão da extinção da UFIR como indexador, pela MP nº. 1973-67/2000, art. 29, parágrafo 3º.

Obs. O percentual a ser utilizado em janeiro de 2001 deverá ser o IPCA- E acumulado no período de janeiro a dezembro de 2000. A partir de janeiro de 2001, deverá ser utilizado o IPCA-E mensal;

✓ A partir de janeiro de 2003 – Taxa Selic, aplicada nas seguintes condições:

o Deve ser capitalizada de forma simples, sendo vedada sua incidência cumulada com os juros de mora e com a correção monetária;

o Deve ser aplicada a partir do mês seguinte ao da competência da parcela devida até o mês anterior ao pagamento, e 1% no mês do pagamento.

Aplicando-se tais regras de atualização monetária e considerando, por ser justo, a aplicação pro rata temporis da correção monetária pelo índice IPCA-E no mês inicial de dezembro de 1991 (23,71% - mensal), já que os

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ressarcimentos do INSS ocorreram em 10/12/1991 (índice de IPCA-E proporcional de 14,714%) e 30/12/1991 (índice IPCA-E proporcional de 1,382%), apuram-se os seguintes montantes:

Valores Originais

Cr$

Valores Atualizados Monetariamente em

02/6/2008 R$

44.539.455,72 215.318,83

67.192.923,79 283.168,31

Total Geral 498.487,14

Com relação a aplicação de encargos moratórios, o item 2.2 Juros de Mora do citado Manual, assim orienta:

“Os juros são contados a partir da citação, salvo determinação judicial em outro sentido, excluindo-se o mês de início e incluindo-se o mês da conta, conforme os seguintes critérios:

- Até dez/2002: 6% ao ano ou 0,5% ao mês, de forma simples, contados a partir da citação, salvo determinação judicial em outro sentido (arts. 1.062, 1.063 e 1.064 do antigo Código Civil);

- A partir de jan/2003: taxa SELIC, salvo determinação judicial em sentido contrário (art. 406 da Lei n. 10.406/2002 – Código Civil).”

Os cálculos realizados pela perícia contábil DESPREZARAM essa orientação, já que o expert contábil computou, nas quatro hipóteses demonstradas, juros de mora desde dezembro de 1991 e não a partir da data da citação, em 5 de setembro de 2000.

Considerando, então, corretamente a data da citação do TCU ao BANCO Y para aplicação do termo inicial de incidência de juros de mora e, ainda, que a partir de janeiro de 2003 foi aplicada a taxa Selic nos cálculos de atualização monetária realizados anteriormente, se obtém, então, os seguintes valores a

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título de juros de mora para o período ...

Quesito

5. Queira o Sr. Perito informar, tendo em conta os critérios fixados nos cálculos elaborados pelo TCU, se a aplicação do índice mensal pleno de correção monetária (IPCA) nos valores referentes ao mês de dezembro de 1991 (em que se realizaram pagamentos no dia 30), seguido da incidência de UFIR diária a partir do primeiro dia do mês subsequente (1º de janeiro de 1992) está correto.

Comentários da Assistência Técnica Pericial

A perícia contábil endossa o entendimento, mesmo que indiretamente, de que é incorreta a aplicação do índice mensal pleno de correção monetária pelo IPCA nos valores referentes a dezembro de 1991, ao invés da adoção de critério pro rata temporis, muito embora tal impropriedade conste das instruções equivocadas contidas no Manual de Orientação de Procedimentos para os Cálculos na Justiça Federal – CJF, como se se verifica da assertiva lavrada no seu laudo pericial contábil, em resposta a este quesito:

“Dessa forma, apesar de causar estranheza do ponto de vista econômico-financeiro, o fato de se considerar, nas atualizações monetárias, o mesmo termo inicial e o respectivo coeficiente para valores devidos em qualquer dia do mesmo mês calendário principalmente na época aqui tratada (dezembro/91), quando as variações mensais de todos os índices/indexadores econômicos foram significativas – tal procedimento (adotado pelo TCU) encontra amparo nas Tabelas disponibilizadas pela Justiça Federal, que, repita-se, sempre se referem ao MÊS/ANO, tanto para o termo inicial como para o termo final das atualizações monetárias, resultando, desse procedimento, a aplicação do mesmo coeficiente sobre valores atinentes

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ao dia 1º, 15 ou 30 do mesmo mês e apontando resultado que também vale para qualquer dia do mês até o qual os valores foram atualizados.”

(grifos nossos)

6 – Conclusões do Parecer Pericial Contábil

O presente parecer pericial contábil foi qualificado como “parcialmente divergente”, em razão da discordância especificamente com relação aos cálculos dos valores contestados dos ressarcimentos demandados pelo TCU (título executivo), com o uso da Tabela da Justiça Federal.

E tal discordância se impôs porque esta assistência técnica pericial contábil possui convicção da INJUSTIÇA e, principalmente, da IMPROPRIEDADE TÉCNICA contida nos mecanismos de cálculo da referida Tabela, que desprezam a proporcionalidade (o denominado pro rata temporis) na aplicação dos índices mensais de atualização monetária.

A perícia contábil também acusou e reprovou tal impropriedade técnica, registrando-a, por exemplo, na resposta ao quesito do Autor, de número 6, da segunda série, in verbis:

“Consoante resposta oferecida ao quesito anterior, este Perito concorda que, do ponto de vista econômico-financeiro, o procedimento defendido pelo Autor (aplicação do índice “pro rata temporis”) mostra-se mais coerente, principalmente na época de que se trata (dezembro/91), quando as variações mensais de todos os índices/indexadores econômicos foram significativas.”.

Entretanto, como frisou a perícia contábil em resposta ao quesito nº 5 da segunda série do Autor, os cálculos por ela realizados com a aplicação da Tabela da Justiça Federal, limitaram-se a seguir as instruções contidas no

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“Manual de Orientação de Procedimentos para os Cálculos na Justiça Federal – CJF”, sem lhe opor qualquer alteração.

...

Ademais, esta assistência técnica CONCORDA com as conclusões e asserções relevantes expressas pela perícia contábil em diversas respostas dos quesitos formulados - e devidamente comprovada por esta - e que merecem ser aqui enfatizadas, como segue:

✓ A remuneração que o INSS fez ao BANCO Y seria cerca de 40%

superior se utilizada as taxas de juros médias praticadas no período de novembro e dezembro de 1991 para as operações ativas de curtíssimo prazo, ao invés daquelas efetivamente utilizadas, que foram as taxas da TRD. A diferença à menor, em prejuízo do Autor, foi da ordem de Cr$

44.917.716,74, em moeda corrente;

✓ O Autor incorreu em custos de captação de recursos financeiros (CDI) superiores, em média de 4,78% para novembro de 1991 e de 7,18%

para dezembro de 1991, quando comparado com a remuneração recebida, no mesmo período de tempo, tendo como base as taxas mensais da TRD;

✓ A análise de viabilidade e a decorrente aceitação pelo INSS das condições estabelecidas no último contrato vigente (o pagamento de tarifas específicas para os serviços de pagamento e recebimento e o prazo de repasse dos recursos arrecadados e de ressarcimento dos valores pagos) levaram em consideração os dois fatores (tarifas e comparação de prazos para ressarcimento e repasse de recursos);

✓ A utilização do mecanismo de floating permitia a redução do valor nominal das tarifas de arrecadação e pagamento, pois “...Do ponto de

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vista econômico/financeiro, o resultado do “floating” compunha as receitas (ou despesas) das instituições financeiras e, dessa forma, logicamente, era computado, juntamente com os valores nominais das tarifas fixadas, na análise da viabilidade do contrato.” (grifos nossos);

✓ As mudanças impostas pela Resolução nº 60, pela Ordem de Serviço INSS/DSS nº 35 e Circular BACEN nº 2075, “certamente provocou para a rede bancária, entre o 6º e 9º dias úteis de cada mês, uma concentração de funcionários para atendimento de acréscimo de pessoas a serem atendidas, de recursos financeiros para efetuarem o pagamento e até mesmo ampliação de espaço físico.” (grifos nossos).

✓ Apesar de julgar impossível a sua mensuração, as alterações das rotinas de trabalho, a concentração de funcionários e os acréscimos dos desembolsos de recursos financeiros, “representaram custos adicionais para a Instituição”;

✓ As diferenças encontradas pela perícia contábil na comparação dos resultados numéricos do seu trabalho, com aquele apresentado nos autos pelo Autor e elaborado pelo Prof. Dr. Nelson Carvalho foram insignificantes, já que não ultrapassaram a 1% (um por cento);

✓ As tarifas dos serviços prestados ao INSS vigentes atualmente (entre R$0,40 e R$1,39, cuja média é de R$0,895) “...supera, na média, as tarifas originais atualizadas até NOV/11 (R$0,75 e R$0,86 – média de R$0,805), em R$0,09 (nove centavos) por documento de arrecadação/pagamento.”;

“A forma como se realizam os pagamentos e recebimentos de contribuições do INSS é hoje substancialmente diferente daquela que se realizava à época dos pagamentos discutidos nos autos, seja porque

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a conjuntura econômica era outra, sobretudo em relação aos elevados níveis de inflação, seja porque o relacionamento dos bancos com os beneficiários era outro: antes, de simples pagamento e hoje, de algo próximo de relações de clientela.” (grifos nossos)

Esta assistência técnica também CONCORDA com as sintéticas e objetivas conclusões apresentadas na parte final do laudo pericial contábil, como segue:

“Dessa forma restam evidenciados, em conformidade com os demonstrativos elaborados, essencialmente aqueles constantes das Planilhas 11 a 52, que:

a) a Receita Líquida apurada pelo BANCO Y ao se adotar, no período de abril de 1990 a dezembro de 1991, as normas vigentes antes da edição da Medida Provisória nº 164/90 para calcular o floating sobre arrecadação de benefícios do INSS supera, em valores atuais (corrigidos desde o mês de arrecadação até novembro/2011 pela Tabela da Justiça Federal) aquela realmente auferida (calculada com as alterações introduzidas a partir da MP 164/90) em R$ 51.627.482,94.

b) utilizando-se a mesma Tabela de Justiça Federal, apura-se que o citado valor de R$ 51.627.482,94, em novembro/2011, correspondia, em dezembro/1991, a Cr$ 12.394.852.397,07.

c) assim, os valores ressarcidos ao BANCO Y em dezembro/91 (Cr$ 44.539.455,72 no dia 10 e Cr$ 67.192.923,79 no dia 30) somam apenas Cr$ 111.732.379,51, equivalentes a 0,901% de Cr$ 12.394.852.397,07.”.

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7. Termo de Encerramento

Nada mais tendo para acrescentar, encerro este Parecer Pericial Parcialmente Divergente constituído de 53 (cinquenta e três laudas), digitadas de um só lado, sendo todas rubricadas e esta última assinada.

De São Paulo para Brasília, 30 de abril de 20xx.

________________________________

JERÔNIMO ANTUNES

CONTADOR CRC 1 SP 143415/O-0

Assistente Técnico de Perícia Contábil do Autor

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