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Um poema é a pedra duma escola com palavras a giz para a gente apagar ou guardar...

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Academic year: 2021

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ESCOLA SECUNDÁRIA COM 2º E 3º CICLOS ANSELMO DE ANDRADE Curso de Educação e Formação de Adultos (ensino básico) – Turma 2B 3A

FICHA DE TRABALHO Nº 38

Área: Linguagem e Comunicação - Português

Unidade de Competência: LC3B Critério de Evidência:

3 – Fazer juízos sobre as informações de um texto: analisar afirmações contraditórias e a fundamentação de argumentos.

Maio de 2009

Actividade 1

Um Poema – Há tantas definições de poema!... Leia as que Saul Dias escreveu.

Um poema é a reza dum rosário

imaginário.

Um esquema dorido.

Um teorema que se contradiz.

Uma súplica.

Uma esmola.

Dores,

vividas umas, sonhadas outras...

(inútil destrinçar).

Um poema é a pedra duma escola

com palavras a giz

para a gente apagar ou guardar...

Saul Dias, Essência

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1 - Neste poema, Saul Dias apresenta diferentes definições de poema.

1.1 - Faça o seu levantamento.

2 – Nas primeiras estrofes de dois poemas, Fernando Pessoa escreveu:

O poeta é um fingidor.

Finge tão completamente Que chega a fingir que é dor

A dor que deveras sente.

Dizem que finjo ou minto Tudo o que escrevo.Não.

Eu simplesmente sinto Com a imaginação.

Não uso o coração.

2.1 – Descobre em “Um poema” de Saul Dias uma afirmação concordante com o conteúdo das estrofes de Fernando Pessoa.

Actividade 2 – Leia, com atenção, o texto que se segue.

Vitória, Vitória

Ninguém na minha turma estava interessado em ouvir o que a doutora Vitória nos queria contar, todas as semanas, duas vezes por semana, com um sorriso muito lindo. Tocava a campainha e nós entrávamos na sala a arrastar os pés. Eu chegava quase sempre atrasada, e nem sequer pedia desculpa. Piscava o olho para os meus amigos, e eles riam-se. Nessa altura achávamos que já sabíamos tudo.

Ela falava de Física com amor, com alegria, com um carinho enorme. Mas, para nós, a Física era só uma disciplina muito chata que era preciso saber nos dias dos testes.

Ela falava de coisas lindíssimas, prodigiosas. Nós não estávamos a ouvir. Estávamos

a passar papelinhos uns aos outros, a ler livros aos quadradinhos abertos sobre os joelhos, a

fazer desenhos com as esferográficas nas capas dos cadernos, a mandar mensagens pelo

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telemóvel e a pensar na vida, na nossa vida inteira, que estava quase, quase a começar.

Inventávamos maneiras de convencer os nossos pais a deixarem-nos passar o fim de semana sozinhos num lado qualquer, cantávamos baixinho, às vezes fazíamos imenso barulho, outras vezes parecia que estávamos a dormir.

A doutora Vitória sabia quais as forças que fazem a Terra girar em torno do seu eixo e que governam o movimento de todos os objectos que se encontram sobre a sua superfície. Mas nós estávamos a pensar no que é que íamos vestir para ir ao cinema nessa noite. Depois, um ou dois dias antes dos testes, decorávamos a correr umas frases e uns números, umas fórmulas que para nós não queriam dizer nada. Durante um ano inteiro, a doutora Vitória falou-nos das leis fantásticas que governam maravilhas invisíveis e exactas. E nunca, nunca, nunca, nem uma única vez, alguém prestou atenção ao que ela disse. (...)

Agora gostava de pedir-lhe desculpa, mas não sei onde é que ela está. Não sei se ainda está num sítio onde eu possa chegar. Muitos anos depois dessa manhã de Maio, noutras manhãs de Maio em que já tudo tinha mudado muito, muitas vezes, na minha vida, pensei que ia procurá-la e ia pedir – lhe desculpa. Pensei que ia encontrá-la num lugar qualquer com aquela bata branca impecável, o sorriso muito lindo no rosto cheio de rugas, e ia murmurar doutora Vitória desculpe, desculpe, desculpe. Não esteja triste, não chore, que alguma coisa de tudo o que nos disse, durante aquele ano em que parecia que nunca ninguém a ouviu, de uma maneira qualquer conseguiu chegar até nós, e ficou connosco pelos anos fora.

Doutora Vitória, queria eu jurar-lhe, não foi por mal, era o nosso último ano no secundário e estava a começar o Verão, percebe? Doutora Vitória, queria eu dizer-lhe, nunca me esqueci de si, nunca nunca nunca me esqueci do seu sorriso, da sua paixão pela matéria que queria ensinar- nos, da sua delicadeza quando nós nos portávamos como um bando de selvagens. Doutora Vitória, diria eu nessa altura, sabe, lembra-se, olhe – eu agora sou mesmo uma cientista. E então dava-lhe um abraço muito grande, muito apertado, que era minha maneira de pedir desculpa quando já não tivesse mais palavras.

Mas na realidade nunca nada disto aconteceu, porque eu nunca cheguei a ir procurar a doutora Vitória. Pensei nisso algumas vezes, mas tinha sempre muito que fazer. Nunca tive tempo. E agora, provavelmente, já é tarde.

Era só isso que eu queria dizer – vos. (...) Provavelmente toda esta conversa para vocês é só conversa fiada, porque a única forma de percebermos as coisas que são realmente importantes é passarmos primeiro por elas. Mas, de qualquer maneira, pelo sim, pelo não, aqui vai a confissão da minha vergonha, e com ela vai o meu único pedido. Se puderem, não façam como eu. Não sejam maus para a senhora Vitória, porque depois nunca terão tempo para irem à procura e lhe pedirem desculpa.

Clara Pinto Correia, Vitória, Vitória, Publicações D. Quixote.

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1 - Nos três primeiros parágrafos remontam a que tempo do passado da autora?

2 – Nesses mesmos parágrafos predominam, expressos ou subentendidos, os pronomes “nós”,

“ela”. Aquem se referem?

2.1 – Que oposição se estabelece entre “nós” e “ela”?

3 – Regista a frase que marca o momento demudança de tempo.

3.1 - À mudança de tempo corresponde uma mudança de atitude por parte da autora. Identifique- a e explique-a.

4 – Alguma vez, no seu percurso escolar, teve as mesmas atitudes descritas no texto?

4.1 – Qual a justificação, que encontra, hoje em dia para o seu comportamento ou atitude perante a escola ou algum professor em particular?

4.2 – Tal como a autora, alguma vez sentiu necessidade de pedir desculpa a alguém? Conseguiu fazê-lo? Caso contrário, sente alguma angústia por não ter tido tempo para o fazer?

5 – A autora, não se sentindo no direito de dar conselhos ou não vendo utilidade nisso, fazum apelo.

5.1 – Aquem é dirigido esse apelo e com que intenção o faz?

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6 – Dentro de uma sala de aula , alunos e professor são obrigados a cumprir regras. Elabore um regulamento para o bom funcionamento das aulas onde registe três direitos e três deveres para cada uma das partes.

Lembre-se que um regulamento é um conjunto de regras que tem como objectivo regularo funcionamento de um grupo ou de uma determinada actividade.

Ao elaborar um regulamento deve-se:

registar direitos e deveres dos elementos do grupo;

prever todas as situações que possam ocorrer;

redigir as regras, com clareza, de forma a não causar qualquer tipo de dúvidas;

fazer corresponder a cada regra um parágrafo;

organizar as regras do mais geral para o mais particular.

7 – Analise e reflicta sobre a posição do professor dentro de uma sala de aula, tendo em conta os conflitos existentes (indisciplina, agressão, violência, falta de respeito, apatia, desinteresse).

Após esta breve reflexão, acha que é fácil ser-se um “bom professor”,nos nossos dias? Fundamente a sua resposta.

De seguida, defina o que é ser um “bom professor” para si.

Referências

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