DIREITO DO TRABALHO
JORNADA DE TRABALHO CONCEITO
FUNDAMENTOS DA LIMITAÇÃO COMPOSIÇÃO DA JORNADA
Sonia Soares
Distinções relevantes
Duração de Trabalho: noção mais ampla = compreende lapso temporal de
trabalho/disponibilidade do empregado perante seu empregador em virtude do contrato de trabalho,
considerando parâmetros de mensuração: dia, semanas, mês e ano.
Jornada de Trabalho: tempo diário em que o
empregado tem que se colocar em disponibilidade perante seu empregador, o tempo delimitado que o empregador pode dispor da força do trabalho do empregado.
Horário de Trabalho: indica início e término do
horário de trabalho.
Importância do tema
Tema importante na atualidade em decorrência de outros significados:
Saúde (RT deu nova concepção);
Segurança;
Política de combate ao desemprego.
Tema pode ser estudado sob três significados:
jornada e salário;
Jornada e saúde do trabalhador e
Jornada e emprego.
Fundamentos, para limitação do tempo de trabalho
natureza biológica, uma vez que visa combater os problemas psicofisiológicos oriundos da fadiga e da excessiva racionalização do serviço.
caráter social, por isso que possibilita ao trabalhador viver, como ser humano, na
coletividade a que pertence, gozando os prazeres materiais e espirituais criados pela civilização,
entregando-se à prática de atividades recreativas, culturais ou físicas, aprimorando seus
conhecimentos e convivendo, enfim, com sua família;
natureza econômica, porquanto restringe o
desemprego e acarreta, pelo combate à fadiga, um
rendimento superior na execução do trabalho.
LIMITAÇÃO LEGAL JORNADA DE TRABALHO:
Art. 7º, XIII da CF. São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro
semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho;
Jornada ordinária: 8 horas diárias e 44 semanais (Art. 7º, XIII da CF). Jornada diária: 44 horas : 6 dias = 7h20’
JORNADA DE TRABALHO:
FIXADA NA LEI;
NORMA COLETIVA/ACORDO COLETIVO;
CONTRATO INDIVIDUAL DE TRABALHO.
ANTES DA REFORMA TRABALHISTA = Fixação da jornada ERA RELEVANTE
a) Tempo à disposição: artigo 4º da CLT
b) Horas “in itinere” art.58, par. 2º., CLT c.c.Súmulas 90
TST e 320
Art. 4º - Considera-se como de serviço efetivo o período em que o empregado esteja à disposição do empregador, aguardando ou executando ordens, salvo disposição especial expressamente consignada.
X INALTERADO
Nihil X § 1o Computar-se-ão, na contagem de tempo
de serviço, para efeito de indenização e
estabilidade, os períodos em que o empregado estiver afastado do trabalho prestando serviço militar e por motivo de acidente do trabalho.
TEMPO À DISPOSIÇÃO DO EMPREGADOR art. 4º.
ALTERAÇÃO:
Redação anterior Nova redação
Nihil X § 2o Por não se considerar tempo à disposição do empregador, não será computado como período
extraordinário o que exceder a jornada normal, ainda que ultrapasse o limite de cinco minutos previsto no
§ 1o do art. 58 desta Consolidação, quando o
empregado, por escolha própria, buscar proteção pessoal, em caso de insegurança nas vias públicas ou más condições climáticas, bem como adentrar ou permanecer nas dependências da empresa para
exercer atividades particulares, entre outras:
I - práticas religiosas;
II - descanso;
III - lazer;
IV - estudo;
V - alimentação;
VI - atividades de relacionamento social;
VII - higiene pessoal;
VIII - troca de roupa ou uniforme, quando não houver obrigatoriedade de realizar a troca na empresa.” (NR)
.
Redação anterior Nova redação Art. 58 - A duração normal do trabalho, para os
empregados em qualquer atividade privada, não excederá de 8 (oito) horas diárias, desde que não seja fixado expressamente outro limite.
X INALTERADO
§ 1o Não serão descontadas nem computadas como jornada
extraordinária as variações de horário no registro de ponto não excedentes de cinco minutos,
observado o limite máximo de dez minutos diários.
X INALTERADO
DURAÇÃO JORNADA E MINUTOS RESIDUAIS
Redação anterior Nova redação
§ 2o O tempo despendido pelo empregado até o local de trabalho e para o seu retorno, por qualquer meio de transporte, não será computado na
jornada de trabalho, salvo quando, tratando-se de local de difícil acesso ou não servido por transporte público, o empregador fornecer a condução.
X § 2o O tempo despendido pelo
empregado desde a sua residência até a efetiva ocupação do posto de trabalho e para o seu retorno, caminhando ou por qualquer meio de transporte, inclusive o fornecido pelo empregador, não
será computado na
jornada de trabalho, por não ser tempo à
disposição do empregador.
.
HORAS IN ITINERE
Redação anterior Nova redação Art. 59 - A duração normal do trabalho poderá
ser acrescida de horas suplementares, em número não excedente de 2 (duas), mediante acordo escrito entre empregador e
empregado, ou mediante contrato coletivo de trabalho.
X “Art. 59. A duração diária do trabalho poderá ser acrescida de horas extras, em número não excedente de duas, por acordo individual, convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho.
§ 1º - Do acordo ou do contrato coletivo de trabalho deverá constar, obrigatoriamente, a importância da remuneração da hora
suplementar, que será, pelo menos, 20%
(vinte por cento) superior à da hora normal.
X § 1o A remuneração da hora extra será, pelo menos, 50%
(cinquenta por cento) superior à da hora normal.
LIMITAÇÃO PRORROGAÇÃO JORNADA/ADICIONAL
HORAS EXTRAS
Art. 59 , suprimiu do “caput” a expressão
“escrito” , dando a entender que o acordo pode ser tácito.
Substituiu a expressão ultrapassada de “contrato coletivo de trabalho” por “Convenção coletiva ou acordo coletivo”, mas, a leitura já era essa, eis que no Brasil jamais existiu contrato coletivo de trabalho.
O parágrafo primeiro adequa o percentual de 50% à
previsão constitucional neste sentido. Sem
novidade. Já era a leitura feita da CLT em
consonância com a Constituição Federal.
Redação anterior Nova redação
Art. 59 § 2o Poderá ser dispensado o acréscimo de salário se, por força de acordo ou convenção coletiva de trabalho, o excesso de horas em um dia for compensado pela correspondente
diminuição em outro dia, de maneira que não exceda, no período máximo de um ano, à soma das jornadas semanais de trabalho previstas, nem seja ultrapassado o limite máximo de dez horas diárias.
X INALTERADO
§ 3º Na hipótese de rescisão do contrato de trabalho sem que tenha havido a compensação integral da jornada extraordinária, na forma do parágrafo anterior, fará o trabalhador jus ao pagamento das horas extras não compensadas, calculadas sobre o valor da remuneração na data da rescisão.
X § 3o Na hipótese de rescisão do contrato de trabalho sem que tenha havido a
compensação integral da jornada extraordinária, na forma dos §§ 2o e 5o deste artigo, o trabalhador terá direito ao pagamento das horas extras não
compensadas, calculadas sobre o valor da
remuneração na data da rescisão.
Redação anterior Nova redação Art. 59 § 2o Poderá ser dispensado o
acréscimo de salário se, por força de acordo ou convenção coletiva de
trabalho, o excesso de horas em um dia for compensado pela correspondente diminuição em outro dia, de maneira que não exceda, no período máximo de um ano, à soma das jornadas semanais de trabalho previstas, nem seja ultrapassado o limite máximo de dez horas diárias.
X INALTERADO
ACORDO DE COMPENSAÇÃO DE HORAS/BANCO DE HORAS
Banco de Horas anual permaneceu
inalterado = mediante Acordo ou
Convenção Coletivos
§ 4o Os empregados sob o regime de tempo parcial não poderão prestar horas extras.
X REVOGADO.
Compensação
Foi destinado tratamento especial ao regime
de tempo parcial – será visto posteriormente
Redação anterior
Nova redação
Art. 59 NIHIL X § 5o O banco de horas de que trata o § 2o deste artigo poderá ser pactuado por acordo individual escrito, desde que a compensação ocorra no período máximo de seis meses.
NIHIL § 6o É lícito o regime de compensação de jornada estabelecido por acordo individual, tácito ou escrito, para a compensação no mesmo mês.”
Compensação
Banco de horas anual
Acordo coletivo ou Convenção coletiva.
Limite máximo de duas horas por dia. Compensação em outro dia até um ano da data do contrato. Somente paga horas extras se houver rescisão do contrato antes do término do acordo (um ano) e o saldo for positivo ou, se no término do período o empregado tiver horas não compensadas.
Banco de horas semestral
Acordo coletivo, Convenção Coletiva ou acordo individual escrito.
Limite máximo de duas horas por dia. Compensação em outro dia até seis meses da data do contrato. Somente paga horas extras se houver rescisão do contrato antes do término do acordo (um ano) e o saldo for positivo ou, se no término do período o empregado tiver horas não compensadas.
Acordo de
compensação mensal
Acordo coletivo, Convenção coletiva, acordo individual escrito ou acordo individual tácito
Limite máximo de duas horas por dia. Compensação em outro dia no mesmo mês. Somente paga horas extras se houver saldo positivo sem compensação ao término do mês.
Jornada 12 x 36 Acordo coletivo, Convenção Coletiva ou acordo individual escrito.
Quebra o limite máximo de duas horas por dia.
Compensação ilegal semana.
Sem requisitos. Compensação dentro da semana remunera apenas o adicional para as horas destinadas á compensação.
Compensação - RESUMO
DA LIMITAÇÃO LEGAL JORNADA DE TRABALHO:
Jornada extraordinária é a que excede a JORNADA PADRÃO, fixada por lei ou cláusula contratual.
JORNADA EXTRAORDINÁRIA gera o direito à HORA EXTRA remunerada, com adicional de no mínimo 50%
CFArt. 7º, XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do normal;
CLT Art.59 § 1º A remuneração da hora extra será, pelo menos, 50% (cinquenta por cento) superior à da hora normal.
ADICIONAL REMUNERA dano: indeniza a maior fadiga decorrente do trabalho em excesso à jornada normal.
JORNADA ESCALA 12 X 36 – INSERIDA COM A REFORMA NA CLT art.59-A
Regra anterior Nova redação
INEXISTENTE X Art. 59-A. Em exceção ao disposto no art. 59 desta Consolidação, é facultado às partes, mediante acordo individual escrito, convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, estabelecer horário de trabalho de doze horas
seguidas por trinta e seis horas ininterruptas de descanso, observados ou indenizados os intervalos para repouso e alimentação.
INEXISTENTE Parágrafo único. A remuneração mensal pactuada
pelo horário previsto no caput deste artigo abrange os pagamentos devidos pelo descanso semanal
remunerado e pelo descanso em feriados, e serão considerados compensados os feriados e as
prorrogações de trabalho noturno, quando houver, de que tratam o art. 70 e o § 5º do art. 73 desta Consolidação.”
12x36 por acordo individual em qualquer atividade é passível de crítica sob enfoque constitucional, esgotamento físico/mental submetendo o empregado a riscos ocupacionais/acidentes do trabalho;
Derruba a Súmula 444. O regime não é mais excepcional e sim normal.
Súmula nº 444 do TST
JORNADA DE TRABALHO. NORMA COLETIVA. LEI. ESCALA DE 12 POR 36.
VALIDADE. - É valida, em caráter excepcional, a jornada de doze horas de trabalho por trinta e seis de descanso, prevista em lei ou ajustada exclusivamente mediante acordo coletivo de trabalho ou convenção coletiva de trabalho, assegurada a remuneração em dobro dos feriados trabalhados. O empregado não tem direito ao pagamento de
adicional referente ao labor prestado na décima primeira e décima segunda horas.
Pode ser pactuado individualmente, desde que por escrito.
Com a concessão do intervalo ou indenização do período correspondente, ou seja, 12 horas de efetivo trabalho sem descanso algum, remunera:
Os DSR’s;
Os Feriados;
A redução da jornada noturna
Redação anterior
Nova redação
NIHIL X “Art. 59-B. O não atendimento das exigências legais para compensação de jornada, inclusive quando estabelecida mediante acordo tácito, não implica a repetição do
pagamento das horas excedentes à jornada normal diária se não ultrapassada a duração máxima semanal, sendo devido apenas o respectivo adicional.
NIHIL Parágrafo único. A prestação de horas extras habituais não descaracteriza o acordo de compensação de jornada e o banco de horas.”
.
Do não atendimento das exigências legais para
compensação de jornada
Redação anterior Nova redação Art. 60 - Nas atividades insalubres, assim
consideradas as constantes dos quadros mencionados no capítulo "Da Segurança e da Medicina do Trabalho", ou que neles venham a ser incluídas por ato do Ministro do Trabalho,
Industria e Comercio, quaisquer prorrogações só poderão ser acordadas mediante licença prévia das autoridades
competentes em matéria de higiene do trabalho, as quais, para esse efeito, procederão aos necessários exames locais e à verificação dos métodos e processos de trabalho, quer diretamente, quer por
intermédio de autoridades sanitárias federais, estaduais e municipais, com quem entrarão em entendimento para tal fim.
X INALTERADA
PRORROGAÇÃO DE JORNADA ATIVIDADE INSALUBRE
Redação anterior Nova redação
Art. 60 parágrafo único NIHIL X Parágrafo único. Excetuam-se da exigência de licença prévia as jornadas de doze horas de trabalho por trinta e seis horas ininterruptas de
descanso.” (NR)
Redação anterior Nova redação
Art. 61 - Ocorrendo necessidade imperiosa, poderá a duração do trabalho exceder do limite legal ou convencionado, seja para fazer face a motivo de força maior, seja para atender à realização ou conclusão de serviços
inadiáveis ou cuja inexecução possa acarretar prejuízo manifesto.
X INALTERADO.
§ 1º - O excesso, nos casos deste artigo, poderá ser exigido independentemente de acordo ou contrato coletivo e deverá ser comunicado, dentro de 10 (dez) dias, à autoridade competente em matéria de
trabalho, ou, antes desse prazo, justificado no momento da fiscalização sem prejuízo dessa comunicação.
X § 1o O excesso, nos casos deste artigo, pode ser exigido
independentemente de convenção coletiva ou acordo coletivo de
trabalho.
HORAS EXTRAS NECESSIDADE IMPERIOSA
Horas extras decorrentes de necessidade imperiosa de serviços (art.61 CLT)
1 - motivo de força maior;
2- para realização ou conclusão de serviços inadiáveis ou cuja inexecução possa acarretar prejuízo manifesto.
Nova redação § 1º, art. 61 da CLT, não é mais necessário que o empregador comunique o fato à autoridade local do Ministério do Trabalho e Emprego.
A lei é omissa no que se refere à quantidade de horas extraordinárias que se pode exigir do empregado nos casos de força maior; limitando, no entanto, 4 horas em se tratando de realização ou conclusão de serviços inadiáveis ou cuja inexecução possa acarretar prejuízo manifesto.
Alice Monteiro de Barros: empregado não poderá laborar mais de doze horas por dia, mesmo nos casos de necessidade
imperiosa por força maior, tendo em vista que deve ser
obedecido o intervalo intrajornada de no mínimo uma hora e, interjornada, de no mínimo 11 horas, completando, assim, 24 horas do dia (citado por José Cairo Júnior).
Em caso de interrupção do trabalho, decorrente de causas
acidentais ou de força maior, que determinem a impossibilidade de sua realização, a jornada de trabalho poderá ser delongada pelo tempo necessário até o máximo de duas horas, durante o número de dias indispensáveis à recuperação do tempo perdido.
A jornada diária total não poderá exceder de dez horas e o
período de prorrogação não poderá ultrapassar quarenta e cinco dias por ano, sujeita essa recuperação à prévia autorização do Ministério do Trabalho e Emprego (art. 61, § 3º, da CLT).
Turnos ininterruptos de revezamento- Art. 14, XIV da CF
Art. 7º, XIV- jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva;
O turno ininterrupto de revezamento pressupõe trabalho em horários com sucessivas modificações, em atividade empresarial contínua
Justificativa: a alternância de horários prejudica a saúde
Turno: divisão de trabalho dentro da jornada
Ininterrupto = Empregador que funciona 24 hs
Revezamento = troca contínua de horários de trabalho, de forma que um empregado trabalhe todos os horários de um dia em períodos diferentes. TST vem entendendo que o
trabalho em dois turnos caracteriza -Escalas fixas
OJ-SDI1-395. TURNO ININTERRUPTO DE REVEZAMENTO.
HORA NOTURNA REDUZIDA. INCIDÊNCIA. (DEJT divulgado em 09, 10 e 11.06.2010)
O trabalho em regime de turnos ininterruptos de revezamento não retira o direito à hora noturna reduzida, não havendo incompatibilidade entre as
disposições contidas nos arts. 73, § 1º, da CLT e 7º, XIV, da
Constituição Federal.
Súmula 360 - Turnos ininterruptos de revezamento. Intervalos intrajornada e semanal (Res. 79/1997, DJ 13.01.1998)
A interrupção do trabalho destinada a repouso e alimentação, dentro de cada turno, ou o intervalo para repouso semanal, não descaracteriza o turno de revezamento com
jornada de 6 (seis) horas previsto no art. 7º, XIV, da CF/1988.
Súmula 423 - Turno ininterrupto de revezamento. Fixação de jornada de trabalho mediante negociação coletiva. Validade.
(Conversão da Orientação Jurisprudencial nº 169 da SBDI-1- Res.
139/2006, DJ 10/10/2006)
Estabelecida jornada superior a seis horas e limitada a oito horas por meio de regular
negociação coletiva, os empregados submetidos a turnos ininterruptos de revezamento não têm direito ao
pagamento da 7ª e 8ª horas como extras.
Tese Jurídica Prevalecente 11 do TRT da Segunda Região:
11 – Turnos ininterruptos de revezamento.
Caracterização. Validade da jornada de oito horas prorrogada por acordo coletivo. Pagamento de horas extras. (Res. TP nº 06/2016 - DOEletrônico 31/05/2016) I) O labor em apenas dois turnos de trabalho, não abarcando totalmente o ciclo de vinte e quatro horas do dia, não descaracteriza o turno ininterrupto de revezamento .
II) A prestação habitual de horas extras
além da 8ª diária invalida a negociação
coletiva que instituiu turno ininterrupto
de revezamento de 8 horas diárias .
RECURSO DE REVISTA. TURNOS ININTERRUPTOS DE REVEZAMENTO.
NORMA COLETIVA. FIXAÇÃO DE JORNADA SUPERIOR A OITO HORAS.
SÚMULA Nº 423 DO TST 1. A jornada especial reduzida de seis horas para os empregados submetidos a turnos ininterruptos de
revezamento é ditada por razões de higiene, saúde e segurança. 2.
Apenas excepcionalmente, em observância à parte final da norma do inciso XIV do art. 7º da Constituição Federal e à autonomia privada coletiva dos sindicatos, é válida norma coletiva que estipule, para tais empregados, jornada diária de oito horas. Incidência da Súmula nº 423 do TST. 3. Não se revela válida, portanto, por frustrar a
proteção constitucional (inciso XIV do art. 7º), norma coletiva que fixa jornada diária em turnos ininterruptos de revezamento superior a oito horas. Precedente da SbDI-1 do TST. 4. Recurso de revista do Reclamante de que se conhece e a que se dá provimento. (TST - RR:
9478420115030026, Relator: João Oreste Dalazen, Data de Julgamento: 09/03/2016, 4ª Turma, Data de Publicação: DEJT 22/03/2016)
RECURSO DE REVISTA. HORAS EXTRAS. TURNOS ININTERRUPTOS DE
REVEZAMENTO. I. A Orientação Jurisprudencial nº 360 da SBDI-1 desta Corte consagra o entendimento de que faz jus à jornada especial prevista no art. 7º, XIV, da Constituição Federal, o trabalhador que exerce suas atividades em sistema de alternância de turnos, ainda que em dois turnos de trabalho, desde que
compreendam, no todo ou em parte, o horário diurno e o noturno. II. No caso dos autos, o Reclamante trabalhava em turnos ininterruptos de revezamento com jornada superior a 8 horas diárias. Extrai-se do acórdão regional que o Autor laborou em dois turnos distintos, um essencialmente diurno e outro parcialmente
noturno. Nesse contexto, o trabalho em turnos ininterruptos de revezamento está caracterizado, pois incontroverso que o Reclamante exerceu suas atividades em sistema de alternância de turnos entre os horários diurno e noturno. III. Por outro lado, esta Corte Superior firmou jurisprudência no sentido de que o
elastecimento da jornada de trabalho além da 6ª diária no trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento somente é permitido quando previsto em negociação coletiva e desde que não seja ultrapassada a jornada de oito horas diárias (Súmula nº 423 do TST). IV. Recurso de revista de que se conhece, por
contrariedade à Súmula nº 423 do TST e à OJ/SBDI-1 nº 360 desta Corte, e a que se dá provimento.(TST - RR: 102123920135030027, Data de Julgamento: 17/02/2016, Data de Publicação: DEJT 19/02/2016)
Redação anterior Nova redação Art. 58-A. Considera-se trabalho em regime de tempo
parcial aquele cuja duração não exceda a vinte e cinco horas semanais
X “Art. 58-A. Considera-se trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja duração não exceda a trinta horas semanais, sem a possibilidade de horas suplementares semanais, ou,
ainda, aquele cuja duração não exceda a vinte e seis horas
semanais, com a possibilidade de acréscimo de até seis horas suplementares semanais.
§ 1o O salário a ser pago aos empregados sob o regime de tempo parcial será proporcional à sua jornada, em relação aos empregados que cumprem, nas mesmas funções, tempo integral.
X INALTERADO.
§ 2o Para os atuais empregados, a adoção do regime de tempo parcial será feita mediante opção manifestada perante a empresa, na forma prevista em instrumento decorrente de negociação coletiva. .
X INALTERADO
TRABALHO EM REGIME DE TEMPO PARCIAL
Redação anterior
Nova redação
NIHIL X § 3o As horas suplementares à duração do trabalho semanal normal serão pagas com o acréscimo de 50% (cinquenta por cento) sobre o salário-hora normal.
NIHIL X § 4o Na hipótese de o contrato de trabalho em regime de tempo parcial ser estabelecido em número inferior a
vinte e seis horas semanais, as horas suplementares a este quantitativo serão consideradas horas extras para fins
do pagamento estipulado no § 3o, estando também limitadas a seis horas suplementares semanais.
NIHIL. . X § 5o As horas suplementares da jornada de trabalho normal poderão ser compensadas diretamente até a semana imediatamente posterior à da sua execução, devendo ser feita a sua quitação na folha de pagamento do mês subsequente, caso não sejam compensadas.
TRABALHO EM REGIME DE TEMPO PARCIAL
Redação anterior
Nova redação
NIHIL. . X § 6o É facultado ao empregado contratado sob regime de tempo parcial converter um terço do período de férias a que tiver direito em abono pecuniário.
NIHIL. . X § 7o As férias do regime de tempo parcial são regidas pelo disposto no art. 130 desta Consolidação.” (NR)
.
ANTES DA RT, as férias eram disciplinadas pelo art. 130-A;
consideravam a jornada para estabelecer os dias de gozo: I - 18 dias, para a duração do trabalho semanal superior a vinte e duas horas, até vinte e cinco horas; II - 16 dias, para a duração do
trabalho semanal superior a vinte horas, até vinte e duas horas; etc – Art. 130-A FOI REVOGADO
TRABALHO EM REGIME DE TEMPO PARCIAL
Não exceda de 30 horas na semana
Não pode laborar em horário extra
Não exceda de 26 horas na semana
Pode laborar até 6
horas extras
semanais
Podem ser compensadas diretamente até a semana imediatamente posterior à da sua execução, devendo a quitação na folha de pagamento ocorrer no mês subsequente
RESUMO TRABALHO EM REGIME DE TEMPO
PARCIAL
Descanso Semanal Remunerado
Origem histórica:
o Historicamente o descanso semanal tem origem religiosa.
o repouso semanal remunerado é encontrado na Bíblia, a palavra sábado (sabbath), possuindo o significado de descanso. De acordo com a Bíblia, Deus, ao criar o mundo, trabalhou seis dias e no sétimo o abençoou e repousou (Gênesis).
o descanso semanal foi substituído do sábado para o domingo, do latim dies domini, que significa celebrar o dia do Senhor, recordando a ressurreição de Jesus Cristo, que ocorreu em um Domingo. O Imperador Constantino, proibiu o trabalho aos domingos, no ano de 321 d.C.
No estado moderno, foi instituído pela Convenção 14 da OIT em 1.921.
É regulado no direito brasileiro pela Lei 605/49.
Está também garantido no art. 7º, inciso XIV
da Constituição Federal e é de 24 horas
consecutivas.
Conceito: “É o período de tempo, de vinte e quatro
horas consecutivas, preferencialmente coincidente com o domingo, em que o empregado deixa de prestar
serviços ao empregador, bem como de se colocar à disposição deste.” Ricardo Resende (g.n.)
Repouso semanal
Periodicidade deve coincidir com a semana
24 horas podendo iniciar a qualquer hora( não um dia)
Ex: Gema sujeita a TIR trabalhou sábado até 8h; usufrui do dsr de 8h de sábado até 8 de domingo, mais o intervalo interjornada até 19h de domingo para iniciar nova jornada. Gema usufruiu de 24 horas de d.s.r. e não um dia inteiro
OJ 410 SDI1 TST
REPOUSO SEMANAL REMUNERADO. CONCESSÃO APÓS O SÉTIMO DIA CONSECUTIVO DE TRABALHO. ART. 7º, XV, DA CF. VIOLAÇÃO. (DEJT divulgado em 22, 25 e 26.10.2010)
Viola o art. 7º, XV, da CF
a concessão de repouso
semanal remunerado após o sétimo dia consecutivo de trabalho
, importando no seu pagamento em dobro. DSR tem por objetivo a reconstituição das energias físicas e mentais do trabalhador, despendidas no curso de uma semana. Tem ainda, importante objetivo de possibilitar a inserção social, política, familiar e
comunitária do trabalhador empregado. Amauri
Cesar Alves.
A cada 6 dias de trabalho, intervalo intersemanal de 24 horas consecutivas, respeitado o intervalo de
interjornadas;
Se Gema encerra atividade às 20h do sábado, somente
será exigível novo serviço a partir das 7h de 2ª. Feira
(intervalo total de 35 horas)
Fontes Normativas:
art.7º., XV
XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;
art. 67 CLT:
Art. 67 - Será assegurado a todo empregado um descanso semanal de 24 (vinte e quatro) horas consecutivas, o qual, salvo motivo de conveniência pública ou necessidade imperiosa do serviço, deverá coincidir com o domingo, no todo ou em parte.
Parágrafo único - Nos serviços que exijam trabalho aos domingos, com exceção quanto aos elencos teatrais, será estabelecida escala de revezamento, mensalmente
organizada e constando de quadro sujeito à fiscalização.
Lei 605/49:
Art. 1º Todo empregado tem direito ao repouso semanal remunerado de vinte e quatro horas consecutivas, preferentemente aos domingos e, nos limites das exigências técnicas das
empresas, nos feriados civis e religiosos, de acordo com a tradição local.
D.s.r. = coincidência com o domingo,
salvo se a atividade explorada pelo empregador estiver autorizada a
funcionar aos domingos.
Empregadores autorizados a funcionar aos domingos:
Em regra, o trabalho aos domingos e feriados não é permitido
Contudo, existem empresas que, em razão do interesse público, ou pelas condições peculiares às suas atividades ou ao local onde se estabeleceram, são legalmente
autorizadas a funcionar nesses dias. Nessa hipótese, o empregador deverá elaborar escala de revezamento, de forma que o d.s.r. coincida com o domingo, observando o disposto:
o Art.386 CLT: em se tratando de mulheres, “será organizada escala de revezamento quinzenal, que favoreça o repouso dominical”;
o para o comércio em geral, a Lei 10.101/2000 anuncia:
Art. 6o Fica autorizado o trabalho aos domingos nas atividades do comércio em geral, observada a legislação municipal, nos termos do art. 30, inciso I, da Constituição
Parágrafo único. O repouso semanal remunerado deverá coincidir, pelo menos uma vez no período máximo de
três semanas, com o domingo, respeitadas as demais normas de proteção ao trabalho e outras a serem estipuladas em
negociação coletiva.
Art. 6o-A. É permitido o trabalho em feriados nas atividades do comércio em geral, desde que autorizado em
convenção coletiva de trabalho e observada a legislação municipal, nos termos do art. 30, inciso I, da Constituição.
Autoriza trabalho aos domingos e feriados nas atividades do comércio em geral. PARA OS FERIADOS deve haver convenção coletiva
o Portaria 417, 10/06/1966 folga deve coincidir no domingo a cada 7 semanas:
Art. 2º - Os agentes da Fiscalização do Trabalho, no tocante ao repouso semanal limitar-se-ão a exigir:
b) das empresas legalmente autorizadas a funcionar, nesses dias, a organização de escala de revezamento ou folga, como estatuído no parágrafo único do mesmo artigo, a fim de que, pelo menos em um período máximo de 7 (sete) semanas de trabalho, cada empregado usufrua um domingo de folga.
Críticas sobre a admissibilidade da Portaria, com a edição
da Lei 10.101/2000, muito embora se destine ao comércio
em geral
o Art. 68 CLT:
Art. 68 - O trabalho em domingo, seja total ou parcial, na forma do art. 67, será sempre subordinado à permissão prévia da autoridade competente em matéria de trabalho.
Parágrafo único - A permissão será concedida a título
permanente nas atividades que, por sua natureza ou pela conveniência pública, devem ser exercidas aos domingos, cabendo ao Ministro do Trabalho, Industria e Comercio, expedir instruções em que sejam especificadas tais atividades.
Nos demais casos, ela será dada sob forma transitória, com discriminação do período autorizado, o qual, de cada vez, não excederá de 60 (sessenta) dias.
Permissão permanente: Encontram-se listadas Decreto 27.048/49 atividades autorizadas a funcionar de forma permanente aos domingos e feriados
Casos excepcionais trabalho aos domingos e feriados – atividade do empregador:
o Além das empresas legalmente autorizadas, de forma permanente, excepcionalmente, admitir-se-á o
trabalho em dia de repouso nos seguintes casos:
a) quando ocorrer motivo de força maior;
b) quando, para atender à realização ou conclusão de serviços inadiáveis ou cuja inexecução possa acarretar prejuízo manifesto, a empresa obtiver da autoridade regional do trabalho autorização prévia, com
discriminação do período autorizado, o qual, de cada vez, não excederá de 60 dias.
Nos dias de repouso, em que for permitido o trabalho, não é permitida a execução de serviços que não se enquadrem nos motivos determinantes da permissão.
Requisitos para pagamento do d.s.r.:
frequência e pontualidade:
Lei 605/49: Art. 6º Não será devida a remuneração
quando, sem motivo justificado, o empregado não tiver trabalhado durante toda a semana anterior, cumprindo integralmente o seu horário de trabalho.
Pode ser descontado se o empregado faltar injustificadamente durante a semana;
Faltas justificadas art. 473 CLT e outras abonadas
Perde a remuneração, mas o repouso é mantido.
Feriados: Lei 9093, de 12/09/1995:
Art. 1º São feriados civis:
I - os declarados em lei federal;
II - a data magna do Estado fixada em lei estadual.
III - os dias do início e do término do ano do centenário de
fundação do Município, fixados em lei municipal. (Inciso incluído pela Lei nº 9.335, de 10.12.1996)
Art. 2º São feriados religiosos os dias de guarda,
declarados em lei municipal, de acordo com a tradição local e em número não superior a quatro, neste
incluída a Sexta-Feira da Paixão.
Lei 662/49:
Art. 1o São feriados nacionais os dias 1o de janeiro, 21 de abril, 1o de maio, 7 de setembro, 2 de novembro, 15 de novembro e 25 de dezembro. (Redação dada pela Lei nº 10.607, de 19.12.2002) Art. 2º Só serão permitidas, nos feriados nacionais, atividades
privadas e administrativas absolutamente indispensáveis.
Art. 3º Os chamados “pontos facultativos”, que os Estados,
Distrito Federal ou os Municípios decretarem, não suspenderão as horas normais do ensino, nem prejudicarão os atos da vida forense, dos tabeliães e dos cartórios de registro.
Lei 6.802, 30/06/1980 “feriado nacional o dia 12 de outubro, para culto público e oficial a Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil”
Particularidades:
o Carnaval não é feriado, salvo se declarado por lei municipal por exemplo;
o Caso o feriado coincida com o descanso
semanal remunerado, as remunerações não se
cumulam
Trabalho realizado descanso semanal remunerado/feriados:
O trabalho em domingos e feriados sem folga
compensatória na mesma semana deve ser remunerado com adicional de 100% (em dobro) -
Lei 605/49, art. 9º.
Súmula nº 146 do TST
TRABALHO EM DOMINGOS E FERIADOS, NÃO COMPENSADO (incorporada a Orientação
Jurisprudencial nº 93 da SBDI-1) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
O trabalho prestado em domingos e feriados, não compensado, deve ser pago em dobro, sem prejuízo da remuneração relativa ao repouso semanal.
FÉRIAS:
Conceito:
“As férias constituem direito do empregado de abster- se de trabalhar durante um determinado número de dias consecutivos por ano, sem prejuízo da remuneração e após cumpridas certas exigências, entre elas a assiduidade.” Alice Monteiro de Barros Fundamentos:
fisiológico, relacionado ao cansaço do corpo e da mente;
econômico, no sentido de que o empregado descansado produz mais;
psicológico, que relaciona momentos de relaxamento com o equilíbrio mental;
cultural, segundo o qual o espírito do trabalhador, em momentos de descontração, está aberto a outras
culturas; o político, como mecanismo de equilíbrio da relação entre empregador e trabalhador; e
social, que enfatiza o estreitamento do convívio familiar.
Arnaldo Sussekind e Mozart Victor Russomano ttps://tst.jusbrasil.com.br/noticia
FÉRIAS : natureza jurídica
Para o contrato é uma interrupção no contrato de trabalho;
Para o empregado é uma obrigação negativa porque ele está proibido de trabalhar para o empregador que o afastou;
Para o empregador uma obrigação cumulativa de dar e fazer, porque imposto o pagamentoda remuneração e o afastamento do trabalho
Para o empregador, quanto à escolha do momento da concessão é uma faculdade condicionada, porque pode, unilateralmente, determinar o início do repouso, sob a sanção de remuneração em dobro e da concessão pela autoridade judicial
OBRIGAÇÃO NEGATIVA PARA O EMPREGADO:
Está proibido de trabalhar no período de férias, sob pena de justa causa
Art. 138 - Durante as férias, o empregado não poderá prestar serviços a outro empregador, salvo se estiver obrigado a fazê-lo em virtude de contrato de trabalho regularmente mantido com aquele
JUSTA CAUSA
FÉRIAS : PERÍODO DE GOZO
O período de gozo é fixado a critério do EMPREGADOR.
Razões: subordinação jurídica do empregado x comprometimento da atividade econômica
Período concessivo = 12 meses
subsequentes ao término do período
aquisitivo
Redação anterior Nova redação Art. 134 - As férias serão concedidas por ato do
empregador, em um só período, nos 12 (doze) meses subseqüentes à data em que o empregado tiver adquirido o direito.
X INALTERADO
§ 1º - Somente em casos excepcionais serão as férias concedidas em 2 (dois) períodos, um dos quais não poderá ser inferior a 10 (dez) dias corridos.
X § 1o Desde que haja concordância do empregado, as férias poderão ser usufruídas em até três períodos, sendo que um deles não poderá ser inferior a quatorze dias
corridos e os demais não poderão ser inferiores a cinco dias
corridos, cada um.
§ 2º - Aos menores de 18 (dezoito) anos e aos maiores de 50 (cinqüenta) anos de idade, as férias serão sempre concedidas de uma só vez.
X § 2o (Revogado).
NIHIL X § 3o É vedado o início das férias
no período de dois dias que
antecede feriado ou dia de repouso semanal remunerado.”
EMPREGADOR - DESRESPEITO À CONCESSÃO NO PRAZO LEGAL = SANÇÕES
PAGAMENTO DOBRADO da remuneração de férias (Art. 137 – é automática;
Concessão judicial ao empregado com remuneração dobrada (Art. 137, §§1º a 3º)
MULTA diária de 5% do salário mínimo, por dia de descumprimento da decisão judicial + SANÇÃO ADMINISTRATIVA do Art. 153 da CLT
Se o empregador desrespeita o período concessivo:
(a) Pagamento em dobro;
(b) Fixação judicial
Art. 137 - Sempre que as férias forem concedidas após o prazo de que trata o art. 134, o empregador pagará em dobro a respectiva remuneração. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977)
§ 1º - Vencido o mencionado prazo sem que o empregador tenha concedido as férias, o empregado poderá ajuizar reclamação pedindo a fixação, por sentença, da época de gozo das mesmas.
(Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977)
§ 2º - A sentença cominará pena diária de 5% (cinco por cento) do salário mínimo da região, devida ao empregado até que seja
cumprida. (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977)
§ 3º - Cópia da decisão judicial transitada em julgado será remetida ao órgão local do Ministério do Trabalho, para fins de aplicação da multa de caráter administrativo.
concessão das férias:
Art. 136 - A época da concessão das férias será a que melhor consulte os interesses do empregador.
§ 1º - Os membros de uma família, que trabalharem no mesmo estabelecimento ou empresa, terão direito a gozar férias no mesmo período, se assim o desejarem e se disto não resultar prejuízo para o serviço.
§ 2º - O empregado estudante, menor de 18 (dezoito) anos, terá direito a fazer coincidir suas férias com as férias escolares.
FÉRIAS : COMUNICAÇÃO DO EMPREGADOR:
Art. 135 - A concessão das férias será participada, por escrito, ao empregado, com antecedência de, no mínimo, 30 (trinta) dias. Dessa participação o
interessado dará recibo.
Precedente Normativo 116 do TST
No cancelamento ou adiantamento das férias
comunicadas somente poderá ocorrer por necessidade imperiosa e, ainda assim, mediante o ressarcimento ao empregado dos prejuízos financeiros por este
comprovados.
Súmula 81 do TST - Férias (RA 69/1978, DJ 26.09.1978) Os dias de férias gozados após o período legal de
concessão deverão ser remunerados em dobro.
EXEMPLO.
Trabalhador adquire o período de férias e goza 20 dias dentro do período concessivo e 10 dias após o prazo legal.
O cálculo da dobra deve ser sobre 10 dias.
PAGAMENTO DAS FÉRIAS
Art. 145 - O pagamento da remuneração das férias e, se for o caso, o do abono referido no art. 143 serão efetuados até 2 (dois) dias antes do início do
respectivo período.
Parágrafo único - O empregado dará quitação do
pagamento, com indicação do início e do termo das
férias.
Súmula 450. Férias. Gozo na época própria.
Pagamento fora do prazo. Dobra devida. Arts. 137 e 145 da CLT.
É devido o pagamento em dobro da remuneração de férias, incluído o terço constitucional, quando, ainda que gozadas na época própria, o empregador tenha
descumprido o prazo previsto no art. 145 do mesmo diploma legal
Na hipótese as férias foram concedidas no prazo
legal, mas não foram pagas no prazo de até 2 (dois)
dias antes do início do respectivo período
FÉRIAS : aquisição
A aquisição é progressiva e proporcional, pela verificação da frequência no serviço, dia a dia, ao longo de todo o ano do contrato – ART. 130 CLT
Até 5 faltas = 30 dias De 6 a 14 faltas = 24 dias De 15 a 23 faltas = 18 dias De 24 a 32 faltas = 12 dias A partir de 33 faltas = nihil
PERÍODO AQUISIÇÃO: 2 DIAS E MEIO PARA CADA MÊS OU PERÍODO SUPERIOR A 15 DIAS
§ 1º - É vedado descontar, do período de férias, as faltas do empregado ao serviço.
§ 2º - O período das férias será computado, para todos os efeitos, como tempo de serviço.
CAUSAS IMPEDITIVAS DA AQUISIÇÃO DE FÉRIAS:
Art. 133 da CLT
Deixar o emprego e não for readmitido no prazo de 60 dias;
Licença remunerada por mais de 30 dias;
Paralisação do serviço da empresa por mais de 30 dias, com remuneração;
Percepção da Previdência Social de prestações de
acidente do trabalho ou auxílio-doença por mais de 6 meses;
Empregado que deixar o serviço e não for readmitido no prazo de 60 dias (pode ser em qualquer situação: dispensa imotivada, rescisão por justa causa ou pedido de demissão)
permanecer em gozo de licença, com percepção de salários, por mais de 30 (trinta) dias;
deixar de trabalhar, com percepção do salário, por mais de 30 (trinta) dias, em virtude de paralisação parcial ou total dos serviços da empresa (ex. quando a empresa possui estoque);
tiver percebido da Previdência Social prestações de acidente de trabalho ou de auxílio-doença por mais de 6 (seis) meses, embora descontínuos.
§ 2º - Iniciar-se-á o decurso de novo período aquisitivo quando o empregado, após o implemento de qualquer das condições previstas neste artigo, retornar ao
serviço.
FÉRIAS COLETIVAS
Artigos 139 e 140
Previsão do Art. 140 da CLT;
Pode abranger a totalidade da empresa, ou setores; pode ser gozada em 2 períodos anuais
Comunicação prévia de 15 dias, com cópia da comunicação enviada ao sindicato;
Quem não tiver completado o período aquisitivo anual,
gozará das férias coletivas, na proporção do direito adquirido, permanecendo à disposição do empregador nos dias que
sobejarem, sendo considerados em licença remunerada se não forem convocados. O empregador poderá considerar que as férias coletivas trata-se de concessão antecipada das férias, também;
Para o caso do empregado que não tiver 12 meses de contrato de emprego, inicia-se novo período aquisitivo
As férias podem ser divididas em até dois períodos, mas UM deles não podera ser inferior a 10 dias (§1º do art. 134 da CLT)
EXEMPLO: 25 dias + 5 dias!!!
ABONO PECUNIÁRIO:
Art. 143 - É facultado ao empregado converter 1/3 (um terço) do período de férias a que tiver direito em abono pecuniário, no valor da remuneração que lhe seria devida nos dias
correspondentes.
§ 1º - O abono de férias deverá ser requerido até 15 (quinze) dias antes do término do período aquisitivo.
§ 2º - Tratando-se de férias coletivas, a conversão a que se refere este artigo deverá ser objeto de acordo coletivo entre o empregador e o sindicato representativo da respectiva
categoria profissional, independendo de requerimento individual a concessão do abono.
§ 3º - O disposto neste artigo não se aplica aos empregados
sob o regime de tempo parcial.
Esse prazo tem natureza DECADENCIAL!!!
Portanto, trata-se de exercício de DIREITO POTESTATIVO do trabalhador!!!
Não é o empregador quem decide se paga ou não 1/3 do período de férias (10 dias) em dinheiro.
Nas férias coletivas, o abono deve ser objeto de ACORDO COLETIVO
No trabalho a regime parcial, não cabe a conversão de 1/3 das férias em ABONO!!
ACRÉSCIMO CONSTITUCIONAL:
No Art. 7º, XVII da CF, garante-se aos trabalhadores o gozo de férias anuais remuneradas, com pelo menos, um terço a mais do que o salário normal;
Possui caráter acessório: durante o contrato possui natureza salarial; na rescisão contratual, natureza indenizatória;
Súmula 328 do TST- Férias. Terço constitucional (Res.
20/1993, DJ 21.12.1993)
O pagamento das férias, integrais ou proporcionais,
gozadas ou não, na vigência da CF/1988, sujeita-se ao
acréscimo do terço previsto no respectivo art. 7º, XVII.
FÉRIAS E RESCISÃO CONTRATUAL
EMPREGADOS COM MAIS DE 1 ANO = Art. 146, parágrafo único
Art. 146 - Na cessação do contrato de trabalho, qualquer que seja a sua causa, será devida ao empregado a
remuneração simples ou em dobro, conforme o caso, correspondente ao período de férias cujo direito tenha adquirido.
Parágrafo único - Na cessação do contrato de trabalho, após 12 (doze) meses de serviço, o empregado, desde que não haja sido demitido por justa causa, terá direito à
remuneração relativa ao período incompleto de férias, de acordo com o art. 130, na proporção de 1/12 (um doze avos) por mês de serviço ou fração superior a 14 (quatorze) dias.
EMPREGADOS COM MENOS DE 1 ANO= Art. 147 e Súmula 171 do TST
Art. 147 - O empregado que for despedido sem justa causa, ou cujo contrato de trabalho se extinguir em prazo
predeterminado, antes de completar 12 (doze) meses de serviço, terá direito à remuneração relativa ao período incompleto de férias, de conformidade com o disposto no artigo anterior
Súmula nº 171 do TST
FÉRIAS PROPORCIONAIS. CONTRATO DE TRABALHO.
EXTINÇÃO (republicada em razão de erro material no registro da referência legislativa), DJ 05.05.2004
Salvo na hipótese de dispensa do empregado por justa causa, a
extinção do contrato de trabalho sujeita o empregador ao pagamento da remuneração das férias proporcionais, ainda que incompleto o período aquisitivo de 12 (doze) meses (art. 147 da CLT)