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Turma e Ano: Master A (2015) Matéria/Aula: Direito Civil – Família e Sucessões – Aula 18 – Data: 18.06.2015 Professor: Andréa Amin Conteúdo: Sucessão (introdução); Espécies de sucessão; Lei aplicável; Saisine Monitora: Carmen Shimabukuro DIREITO DAS SUCESSÕESNa aula de hj começamos a trata do direito das sucessões, ultimo livro do código civil.
O que significa suceder? O suceder tem sentido de transmissão, de substituição, de ocupar o espaço que era ocupado por outra pessoa anteriormente.
O direito das sucessões cuida das regras que vão determinar quem vai suceder, quem vai substituir no âmbito de suas relações jurídicas patrimoniais uma pessoa que veio a falecer. A quem se destina esses bens? A que titulo se transmite essa herança? Como se divide essa parcela patrimonial? todas as essas regras são objeto do estudo do direito das sucessões.
Isso não quer dizer que a transmissão patrimonial só ocorra no âmbito das sucessões. Contudo qdo essa transmissão se dá com a morte de alguém, e isso se chama sucessão causa mortis, será objeto de estudo do lv das sucessões, cuja sistematização é realizada no sentido de responder a todas essas indagações.
Qdo a transmissão de patrimônio se dá por ato inter vivos é objeto de estudo do lv do direito das obrigações.
Se a sucessão patrimonial se dá por oportunidade da morte, por isso se chama sucessão causa mortis, as regras estão no lv das sucessões.
O direito de herdar não está apenas no CC. não é objeto de norma infraconstitucional apenas, e mais, pois a CF assegura o direito fundamental a herança e isso se encontra no art 5º, XXX da CF:
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O direito das sucessões tem por finalidade ultima a transmissão, devolução da herança a alguém. É um direito que prima pelo aspecto patrimonial. não há uma preocupação maior das relações pessoais do autor da herança. O âmbito das normas do direito das sucessões são as questões patrimoniais.
Assim já o era no CC de 1916, que era um código nitidamente patrimonial. no CC de 2002 que era projeto de 1974 foi seguindo a mesma linha de raciocínio. Mas se percebe uma ligeira preocupação com algumas outras questões que eram objeto de preocupação do legislador de 1916 e merece um pouco mais de destaque no CC de 2002. Guilherme Calmon diz que há certa maneira uma maior preocupação com as relações familiares, relações afetivas que cercam o autor da herança e que tb serão objeto de tutela jurídica no âmbito do direito das sucessões. A mudança que ele chama atenção no instituto chamado de “indignidade”.
Esse instituto é espécie do gênero exclusão do sucessor. Não basta ter legitimidade para herdar (parente ou convocado por lei ou vontade do autor da herança). Para receber a herança, primeiro tem que verificar se existe ou não alguma causa que impeça de reter a herança que caberia. São dois os institutos que levam a exclusão da sucessão:
x Deserdação, típica da sucessão testamentária; x Indignidade
Indigno é aquele que tem comportamento reprovável em relação ao autor da herança. Ex atentar contra a vida do autor da herança.
Mas se alguém atentar contra a vida do filho do autor da herança não era considerado indigno. E apesar de ter agido de forma muito reprovável em relação ao autor da herança e causando uma dor profunda, não era objeto de preocupação do legislador de 1916, mas no atual CC isso é. Por isso teve um alargamento e tevese preocupação com as relações familiares do autor da herança. Isso é perceptível qdo se alarga o rol das pessoas que pode ser vitimada por um ato de indignidade pois é tão indigno aquele que atenta contra a vida do autor da herança qto a vida daqueles que são próximos dele (filho, esposa, mãe, parentes próximos do autor da herança). Percebese maior preocupação com proteção de pessoas próximas ao autor da herança. Isso esta nítido no CC qdo outorga maior proteção ao cônjuge do autor da herança que foi elevada a categoria de herdeiro necessário e passa a poder concorrer com descendentes ou ascendentes do autor da herança.
Não é só o aspecto patrimonial que é levado em conta, como tb a valorização das relações pessoais do autor da herança foram objeto de tutela no âmbito do direito das sucessões.
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O estudo de transmissão patrimonial não é qq um. Se dá por um motivo que é a morte. Se trata de uma sucessão causa mortis. Por isso é um direito funesto, fúnebre, pois tem que partir de algo que não se gosta de pensar do fato jurídico natural: morte.
É a partir do momento da morte do autor da herança que se considera aberta a sucessão. É o momento exato da morte que se chama de abertura da sucessão que é o estopim para se começar a cuidar da devolução da herança, para quem se devolve e todas as regras inerentes ao direito da sucessão.
Dentro da parte geral temos a morte provada, com materialidade, com declaração de óbito, com registro desta, com a certidão de óbito, assim como temos a declaração de morte presumida sem ausência que tb leva ao registro daquela declaração que virá por uma sentença, em ação própria, e a emissão de uma certidão de óbito. Em ambos os casos temos a prova da morte, de forma clara.
A certidão de óbito traz informações importantes, diz que é o autor da herança, o momento exato em que ele morreu, dia, mês, ano, hora, era casado, deixou filhos. A hora é importante para haver a transmissão da herança, chamada Saizine.
A prova da morte é importante. Não basta presumir a morte, tenho que ter a prova da morte. Qdo se fala em morte presumida e sem a prova, ie, sem a certidão de óbito, sem declaração de morte presumida não é causa de sucessão causa mortis e sim sucessão especial que é a sucessão do ausente. Isso não é tratado no livro das sucessões. Esse lv é apenas para a sucessão causa mortis e o ausente não é morto. O ausente é não presente na sua sede como pessoa.
Todos nós somos sujeitos de direito, temos uma sede de onde irradia as relações jurídicas. Essa sede tem o nome de domicilio.
O ausente é aquele que sumiu de sua sede, não deu noticias mais. Não deixou procurador ou e deixou há dois anos pelos menos esse procurador não tem mais noticias deles. Deixou patrimônio e família. esses bens precisam ser devolvidos aos sucessores, por isso tem toda uma trajetória. Mas não estará no lv das sucessões porque não se trata de morte e sim de ausência. Por isso não esta no lv das sucessões e sim na parte geral do CC.
Voltando a certidão de óbito: ela precisa ter a data e hora da morte. é o momento exato da data e hora da morte que ocorre a abertura da sucessão. É a abertura que determina tb qual a lei aplicável aquela sucessão. O legitimado a concorrer aquela sucessão.
Qdo o CC atual entrou em vigor teve uma fase de transição. Vieram regras novas, entrou em vigor em 11 de janeiro de 2003. Para as sucessões abertas em 10 de janeiro de 2003 usava o CC de 1916; pós essa data é o atual CC.
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Se a pessoa morreu em 10 de janeiro de 2003 a esposa não é herdeira necessária. não vai concorrer com os descendentes. Se morreu após, será herdeira necessária e concorrerá com os descendentes.
O outro reflexo disso: se fulana é companheira e o autor da herança morre em 10 de janeiro de 2003 a sucessão era igual ao do cônjuge, pela lei 8971/94. Mas se for pós essa data, na vigência do atual CC a sucessão é nos termos do art 1790, um artigo esquisito que vamos examinar.
Nos aspectos tributários: sumula 112 do STF trata do imposto de transmissão causa mortis. Houve mudança na alíquota nesse ITCMD. A pessoa falece e a herança é devolvida aos herdeiros, só que depois tem que identificar o acervo deixado através do inventário, tudo individualizado. Depois que avaliou todos os bens foi para o Estado, depois temos o calculo do imposto. Da morte ate o calculo do imposto anda tempo, 1, 2 anos. então da abertura da sucessão tinha uma alíquota do imposta e no momento da cálculo era outra alíquota. Pago e depois vem a sentença de partilha. Ao tempo da abertura da sucessão a alíquota era menor ao tempo do pgto do imposto. A Fazenda calculava esse imposto com base na alíquota maior, por obvio. Mas o qual o fato gerador desse imposto? Era a ocorrência da morte. a herança já lhe foi transmitida qdo da abertura da sucessão por se adotar o principio de Saizine. O STF fiz que a alíquota é da data da abertura da sucessão por ser essa a lei aplicável a época. Essa mesma redação esta no art 1787 ao dizer que regula a sucessão e a legitimação a lei vigente ao tempo da abertura da sucessão. Ela que determina quem é chamado a suceder e determina a alíquota do imposto e as regras que regem essa sucessão.
Se forem normas processuais vão pegando a coisa no curso. Já as normas materiais seguem a data da abertura da sucessão.
Alem da importância desse momentos para se determinar a lei aplicável a sucessão, esse momento tb é crucial pq por adotar o principio da Saizine, art 1784, ocorre a delação da herança imediatamente aos herdeiros do extinto ao tempo da abertura da sucessão:
Art. 1.784. Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros legítimos e testamentários.
Essa herança já passa a ser dos herdeiros, mesmo que desconheçam que são herdeiros, mesmo que desconheçam que o autor da herança morreu. Isso é para permitir que uma massa de bens fique acéfala, sem dono. a origem de Saisine vem do período feudal. Nessa época qdo o servo morria a terra voltada juridicamente ao senhor feudal. Os herdeiros do servo continuam a trabalhar na terra e tinham que recuperar a posse pagando. Mas para contornar essa situação ao certo injusta, criou
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se a ficção de Saisine. Tão logo ocorra a abertura da sucessão, a herança se transmite aos herdeiros legítimos ou testamentários.
Não há aqui a palavra transmitese aos sucessores, e sim transmitese aos herdeiros do autor da herança. O sucessor é gênero do qual temos duas espécies: herdeiros e legatários.
O direito de Saisine é direito que se aplica em favor de herdeiros e não em favor de legatários, sejam esses herdeiros legítimos ou herdeiros testamentários.
Berta a sucessão por ficção jurídica automaticamente a herança é transmitida aos herdeiros que são convocados pelo autor da herança para herdar, e deixa testamento. Esses herdeiros são chamados herdeiros testamentários.
Qdo a sucessão se dá por convocação legal isso é chamado de sucessão legitima. Logo temos duas espécies de sucessão: x Sucessão legítima x Sucessão testamentária Posso ainda ter a chamada sucessão mista. Esta envolve regras de sucessão legitima e de sucessão testamentaria. A sucessão é testamentária qdo o autor da herança tiver deixado testamento. Mas se por acaso ele não tiver contemplado a totalidade do seu patrimônio ou da sua herança, ou alguma das clausulas tiver caducado, sem tiver indicado substituto para dar eficácia das regras, então terá que fazer uso das regras da sucessão legitima. Isso se chama sucessão mista.
Sempre que existir herdeiros necessários (os indicados no art 1845) haverá uma qualificação maior, são herdeiros legítimos qualificados por lei, pois a eles a lei reserva uma fração, metade da herança deixada a titulo de herança necessária, chamada de legítima.
Art. 1.845. São herdeiros necessários os descendentes, os ascendentes e o cônjuge.
Logo qdo se tem herdeiros necessários, mesmo que exista testamento, a lei reserva a esses herdeiros uma cota necessária de herança chamada legitima, automaticamente se aplica a eles as regras da sucessão legítima.
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O momento de abertura e no momento da transmissão dos bens aos herdeiros legítimos e testamentários se dá ao mesmo momento. Essa transmissão é chamado de delação ou devolução da herança ou hereditária ou sucessória. Cada autobota uma qualificação, mas a ideia é de entrega a esses herdeiros. Nem sempre essa delação se dará no momento da abertura da sucessão. Tem situações excepcionais em que a delação é protelada. Abrese a sucessão, se é convocado a herdar, mas ainda assim a herança não é transmitida imediatamente. Ex chamo fulano por testamento e insiro condição suspensiva aquela herança, nesse caso a devolução é protelada aguardando o implemento da condição.Outro exemplo: o autor da herança deixa a titulo de testamento uma herança ou legado para prole eventual de terceiro, aberta a sucessão, deixa 10% do legado ao filho do melhor amigo. Abrese a sucessão e a criança nem foi concebida, daí somente qdo esta for concebida ou nascer é que a herança será transmitida. A delação será protelada.
Posso ser convocado a suceder por lei ou por testamento. Qdo é a lei que convoca a suceder, isso se chama sucessão legitima. Os legitimados estão noa RT 1829:
Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte:
I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se casado este com o falecido no regime da comunhão universal, ou no da separação obrigatória de bens (art. 1.640, parágrafo único); ou se, no regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado bens particulares;
II - aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge; III - ao cônjuge sobrevivente;
IV - aos colaterais.
Primeiro convoca os descendentes, depois ascendentes, na sequencia cônjuge e colaterais.
Os descendentes e ascendentes podem ou não concorrer com o cônjuge. Todos são chamados de sucessores legítimos.
Dentre os herdeiros legítimos, os 3 primeiros são qualificados, são chamados de herdeiros necessários ou reservatários. A eles a lei assegura a chamada legitima que está prevista no art 1846:
Art. 1.846. Pertence aos herdeiros necessários, de pleno direito, a metade dos bens da herança, constituindo a legítima.
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O herdeiro necessário é um herdeiro legitimo mas qualificado.
O herdeiro colateral é um herdeiro facultativo. São facultativos pq se o autor não tiver ascendente, descendente e cônjuge ou companheiro, podese excluir esses herdeiros facultativos por meio de testamento.
Todo herdeiro necessário é herdeiro legitimo, pois cabe uma parcela de bens especifica chamada de legitima.
Outro herdeiro legítimo convocado por lei é o companheiro sobrevivente. A regra esta nas disposições gerais, art 1790 que é um artigo complicado.
Art. 1.790. A companheira ou o companheiro participará da sucessão do outro, quanto aos bens adquiridos onerosamente na vigência da união estável, nas condições seguintes:
I - se concorrer com filhos comuns, terá direito a uma quota equivalente à que por lei for atribuída ao filho;
II - se concorrer com descendentes só do autor da herança, tocar-lhe-á a metade do que couber a cada um daqueles;
III - se concorrer com outros parentes sucessíveis, terá direito a um terço da herança;
IV - não havendo parentes sucessíveis, terá direito à totalidade da herança.
É criticável esse dispositivo, mas isso tem uma razão de ser, pois o CC atual é um projeto de 1974 e aquela época não tínhamos o companheiro. O que se tinha é o concubino. Não tínhamos a CF para utilizar como filtro de interpretação.
Na sucessão legitima só temos a figura do herdeiro. Herdeiro é aquele que recebe herança, no todo ou em parte.
A herança tem, por natureza jurídica, uno indiviso, ate o momento da partilha, é uma universalidade de direito. A herança é uma universalidade de direito, pois é o patrimônio de uma pessoa que morreu. A natureza jurídica do patrimônio é uma universalidade de direito. Qdo a pessoa falece continua sendo universalidade mas recebe o nome de herança.
No caso de pessoa jurídica que faliu é massa falida. Mas tudo isso tem natureza de universalidade de direito.
O herdeiro recebe uma fração dessa universalidade de direito. Por isso se diz que o herdeiro herda a titulo universal, ie, ele recebe um pedaço de uma
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Mas o patrimônio é formado tanto por ativo como passivo. A herança é composta pelos creditos e pelos débitos. Qdo o herdeiro herda a titulo universal, ele herda uma universalidade composta por creditos e débitos. É da herança que se retira o pgto das dividas. O que ele herda é a herança liquidada, ie, satisfeitos os credores o que sobre é a herança.
Qdo os herdeiros recebem a herança, a recebem dentro das suas forças. É sempre intra vires hereditaris, ie, dentro das forças da herança. Quem responde pela divida da herança é a herança. Imagine que o autor da herança ele tem 3 filhos. por conta de Saizine 1/3 da herança vai para o filho 1, 1/3 para filho 2 e 1/3 para filho 3. Esse 1/3 é composto de ativo qto passivo. Isso será apurado na partilha, pois teremos o acervo identificado, os credores se habilitarão nos autos do inventario, os débitos pagos e o monte liquidado. No caso de sucessão testamentária é uma convocação para suceder por força da vontade do morto. É ato de ultima vontade onde ele dirá a quem deixará sua herança ou patrimônio, em que quantidade. É um negocio jurídico causa mortis, por isso ele é chamado de testador; e a sua sucessão é chamada de sucessão testamentária.
O herdeiro é aquele que recebe parte da herança. Se for por testamento é chamado de herdeiro testamentário.
Se o autor retirar bem específico, individualiza o que será recebido pelo sucessor isso é legado. O beneficiário do legado é chamado de legatário.
O herdeiro testamentário herda universalidade, ele herda a titulo universal, pois recebe herança e herança é universalidade. Já o legatário não recebe herança, ele sabe desde logo o que lhe cabe. Ex deixa a cristaleira, deixa para a afilhada a cômoda antiga. Por isso diz que ele recebe a titulo singular, por ser bem singularizado.
Ao contrario do herdeiro que recebe ativo e passivo; o legatário não. Recebe bem especifico, não arca com dividas. Quem paga divida é herdeiro. O pgto se retirara da herança, mas se ela não bastar, vai ter que reduzir os legados, vendendo os legados para então pagar os credores. Não posso receber uma herança, um legado, bens que eram garantias de dividas.
Ex legatório recebe um apto no Flamengo, mas tem divida de IPTU para pagar. Se o testador nada falar tem que ser pago pelo monte. Mas se falar dizendo que o legatário terá que pagar, caberá a ele pagar.
O legado só aparece no caso de sucessão testamentária.
Só tenho direito de Saisine em favor de herdeiros. Legatário não faz jus ao direito de Saisine.
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Aberta a sucessão, a herança é transmitida aos herdeiros. Eles já se tornam por força de Saisine automaticamente donos da cota ideal que a lei lhes confere ou o que o autor da herança lhes conferiu.
Em relação aos herdeiros como isso funciona? Essa ficção importara na sub rogação de pleno direito do autor da herança pelos seus herdeiros. O herdeiro não precisa de nenhuma conduta ou ato de vontade para se imitir na posse que era do autor da herança. Porque se ele assume de pleno direito a mesma condição do autor da herança, ele se imite por força de lei na posse do autor da herança. Se o autor era locador de determinado imóvel, seus herdeiros passam a ser possuidores indiretos desse imóvel. Consequência disso é que os herdeiros podem fazer uso das ações possessórias, se precisarem tomar alguma medida, ou ato de desforço próprio.
Suponha que o autor da herança tenha deixado 3 filhos: f1, f2, e f3. Ele morreu as 11h37 e nesse momento exato 1/3 ideal vai para cada filho. Ele morreu no acidente com f3 que morreu às 11h39. Aberta a sucessão do autor, por força de lei 1/3 da herança foi entregue a f3 que momentos depois veio a falecer. Este, ao falecer abrese a sucessão de f3. Sua herança é composta de patrimônio pessoal mais 1/3 da herança deixada por seu pai. Isso tudo forma o patrimonio em vida de f3 que agora será chamado de herança de f3.
Existe uma regra no direito sucessório, que ninguém é obrigado a herdar. Saisine confere 1/3 dessa herança por ficção legal. A pessoa pode aceitar ou renunciar a herança. No exemplo f3 não teve tempo de aceitar ou renunciar a herança. mas f3 deixou filhos. Os netos do autor da herança, filho de f3, serão beneficiados com a cota que cabia ao pai deles, passou a eles por direito próprio na sucessão do pai. Isso se chama direito de transmissão. Qdo eles figurarem no formal de partilha, por exemplo, ou nas primeiras declarações eles não aparecem ali representando o pai, pq não se trata de direito de representação. o direito de representação de descendentes de um descendente pré morto, o f3 não é pré morto e sim pós morto. Os netos estão ali a titulo de transmissão pela sucessão de f3. E assim se dá pq existe Saisine. Qdo eles recebem a herança, depois eles precisam dizer se vão confirmar ou repudiar o efeito de Saisine.
Mas os netos só podem aceitar ou repudiar a herança do avô se aceitaram a herança do pai. Se eles renunciam a herança do pai, automaticamente eles repudiam a herança do avô.
Agora se eles aceitam a herança do pai, agora abrese a possibilidade de manifestar em aceitar ou repudiar a herança do avô.
Agora se os netos forem chamados a suceder f3 que seria pré morto, eles receberiam esse 1/3 na representação de f3. Vão pagar um imposto de transmissão apenas. Diferentemente se o faleceu dois minutos depois que o avô, pois nesse caso
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Próxima aula – começaremos a falar sobre o ultimo efeito de Saisine: na medida em que recebe a cota ideal, essa cota tem vl patrimonial, por isso veremos a cessão de direitos hereditários.