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CD Pedro Santos

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Academic year: 2018

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(1)

ACADEMIA MILITAR

Direcção de Ensino

Curso de Infantaria da Guarda Nacional Republicana

Trabalho de Investigação Aplicada

AS IMPLICAÇÕES DA REORGANIZAÇÃO TERRITORIAL DA

GUARDA NACIONAL REPUBLICANA NO PROCESSO DE

RECOLHA E TRATAMENTO DE INFORMAÇÕES

AUTOR: Aspirante Pedro Lourenço Pereira dos Santos

ORIENTADOR: Tenente Bruno Vicente de Barros Cardoso Ribeiro

(2)

ACADEMIA MILITAR

Direcção de Ensino

Curso de Infantaria da Guarda Nacional Republicana

Trabalho de Investigação Aplicada

AS IMPLICAÇÕES DA REORGANIZAÇÃO TERRITORIAL DA

GUARDA NACIONAL REPUBLICANA NO PROCESSO DE

RECOLHA E TRATAMENTO DE INFORMAÇÕES

AUTOR: Aspirante Pedro Lourenço Pereira dos Santos

ORIENTADOR: Tenente Bruno Vicente de Barros Cardoso Ribeiro

(3)

Agradecimentos

Este trabalho de investigação aplicada só foi possível ser elaborado graças à ajuda e colaboração de um conjunto de pessoas que eu tenho de agradecer imenso.

Em primeiro lugar, gostaria de agradecer ao meu orientador por toda a ajuda, disponibilidade e vontade que teve desde o início do trabalho.

Gostaria de agradecer ao Capitão Lobo de Carvalho por todas as linhas orientadoras, pela sua valiosa ajuda e por todo o conhecimento que me ensinou.

Gostaria de agradecer ao Major Bolas, ao Major Letras, ao Tenente-Coronel Antunes, ao Major Rosa, ao Tenente-Coronel Mesquita Fernandes, ao Tenente-Coronel Miguéns, ao Tenente-Coronel Seixas, ao Tenente-Coronel Fernandes, ao Tenente-Coronel Albano Pereira, ao Major Pousa, ao Major Leal e ao Cabo Ferreira pelas entrevistas e por todo o apoio que me concederam.

Gostaria de agradecer aos camaradas do meu curso por toda a ajuda que me deram, em especial ao Eurico Nogueira e ao Pedro Ferreira que me ajudaram espectacularmente.

Finalmente, com grande carinho agradeço à minha mãe, ao meu pai, à minha irmã e à minha avó por todo o apoio que me deram.

A todos os que, de algum modo, contribuíram para a realização deste trabalho

(4)

O pessimista queixa-se do vento, o optimista espera que ele mude e o realista ajusta as velas.

(5)

Índice Geral

Agradecimentos ... 1

Índice Geral ... 3

Índice de Quadros ... 5

Lista de Siglas e Abreviaturas ... 6

Lista de Siglas e Abreviaturas ... 6

Resumo ... 8

Abstract ... 9

Introdução ... 1

Parte I

Enquadramento Teórico ... 3

Capítulo 1 - Reorganização Territorial da GNR ... 3

1.1 Comparação das organizações territoriais ... 3

1.2 Estrutura da Investigação Criminal ... 4

1.3 Possível Futura Estrutura de Investigação Criminal ... 6

Capítulo 2 - A Informação ... 7

2.1 O que é a informação? ... 7

2.2 Principais segmentos de Informações ... 8

2.3 Informações estratégicas e informações operacionais ... 8

2.4 O que é

Intellegence

? ... 9

2.5 Sistemas de Informação ... 9

Capítulo 3 - Informações na GNR ... 10

3.1 Fluxo de Informações policiais na GNR ... 10

3.2 Sistema Integrado de Informações Operacionais de Polícia (SIIOP) ... 11

3.3 Ciclo de Informação ... 12

3.4 Pesquisa de Notícias na Guarda ... 14

3.5 Processos de Recolha de Informações ... 14

3.6 Processos de Tratamento de Informações ... 14

Parte II

Trabalho de Campo ... 16

Capítulo 4 - Metodologia ... 16

Capítulo 5 - Resultados ... 18

5.1 Entrevistas com os Chefes das SIC das Brigadas Territoriais ... 18

5.2 Entrevistas com os Chefes das SOI das Brigadas Territoriais ... 24

5.3 Entrevista com Tenente-Coronel Albano Pereira Chefe da Chefia de Investigação

Criminal ... 30

5.4 Entrevista com Major Pousa, Adjunto da 2ª Repartição do Comando-Geral ... 32

Capítulo 6

Discussão de Resultados ... 36

Conclusões... 41

Sugestões ... 43

Bibliografia ... 44

Anexos... 46

Anexo A

Estrutura de Investigação Criminal ... 46

Anexo B

Fluxo de Informação ... 47

Anexo C

Ciclo de Informações ... 48

Anexo D

Analyst´s Notebook

... 49

Anexo E

Extracto da NEP/GNR 2.06 ... 50

Apêndices ... 51

(6)

Apêndice B

Entrevista com Major Letras, Chefe da Secção de Investigação Criminal da

Brigada Territorial 3, dia 30 de Junho de 2008, pelas 16H00 ... 55

Apêndice C

Entrevista com TenCor Antunes, Chefe da Secção de Investigação Criminal

da Brigada Territorial 4, dia 27 de Junho de 2008, pelas 14H30 ... 61

Apêndice D

Entrevista com Major Rosa, Chefe da Secção de Investigação Criminal da

Brigada Territorial 5, dia 20 de Junho de 2008, pelas 10H00 ... 66

Apêndice E

Entrevista com TenCor Mesquita Fernandes, Chefe da Secção de Operações

e Informações da Brigada Territorial 2, dia 4 de Julho de 2008, pelas 14H30 ... 74

Apêndice F

Entrevista com TenCor Miguéns, Chefe da Secção de Operações e

Informações da Brigada Territorial 3, dia 30 de Junho de 2008, pelas 14H00 ... 79

Apêndice G

Entrevista com TenCor Seixas, Chefe da Secção de Operações e Informações

da Brigada Territorial 4, dia 27 de Junho de 2008, pelas 16H00 ... 83

Apêndice H

Entrevista com TenCor Fernandes, Chefe da Secção de Operações e

(7)

Índice de Quadros

Quadro 1

Primeira pergunta do guião dirigido aos Chefes das SIC das Brigadas Territoriais

... 18

Quadro 2

Segunda pergunta do guião dirigido aos Chefes das SIC das Brigadas Territoriais

... 19

Quadro 3

Terceira pergunta do guião dirigido aos Chefes das SIC das Brigadas Territoriais

... 19

Quadro 4

Quarta pergunta do guião dirigido aos Chefes das SIC das Brigadas Territoriais 20

Quadro 5

Quinta pergunta do guião dirigido aos Chefes das SIC das Brigadas Territoriais 21

Quadro 6

Sexta pergunta do guião dirigido aos Chefes das SIC das Brigadas Territoriais .. 22

Quadro 7

Sétima pergunta do guião dirigido aos Chefes das SIC das Brigadas Territoriais 22

Quadro 8

Oitava pergunta do guião dirigido aos Chefes das SIC das Brigadas Territoriais 23

Quadro 9

Primeira pergunta do guião dirigido aos Chefes das SOI das Brigadas Territoriais

... 24

Quadro 10

Segunda pergunta do guião dirigido aos Chefes das SOI das Brigadas Territoriais

... 25

Quadro 11

Terceira pergunta do guião dirigido aos Chefes das SOI das Brigadas Territoriais

... 26

Quadro 12

Quarta pergunta do guião dirigido aos Chefes das SOI das Brigadas Territoriais

... 26

Quadro 13

Quinta pergunta do guião dirigido aos Chefes das SOI das Brigadas Territoriais

... 27

Quadro 14

Sexta pergunta do guião dirigido aos Chefes das SOI das Brigadas Territoriais 28

Quadro 15

Sétima pergunta do guião dirigido aos Chefes das SOI das Brigadas Territoriais

... 29

Quadro 16

Primeira pergunta do guião dirigido ao Chefe da Chefia de Investigação

Criminal ... 30

Quadro 17

Segunda pergunta do guião dirigido ao Chefe da Chefia de Investigação

Criminal ... 31

Quadro 18

Terceira pergunta do guião dirigido ao Chefe da Chefia de Investigação Criminal

... 31

Quadro 19

Quarta pergunta do guião dirigido ao Chefe da Chefia de Investigação Criminal

... 31

Quadro 20

Quinta pergunta do guião dirigido ao Chefe da Chefia de Investigação Criminal

... 32

Quadro 21

Primeira pergunta do guião dirigido ao Adjunto da 2ª Repartição ... 33

Quadro 22

Segunda pergunta do guião dirigido ao Adjunto da 2ª Repartição ... 33

Quadro 23

Terceira pergunta do guião dirigido ao Adjunto da 2ª Repartição ... 34

Quadro 24

Quarta pergunta do guião dirigido ao Adjunto da 2ª Repartição ... 34

Quadro 25

Quinta pergunta do guião dirigido ao Adjunto da 2ª Repartição ... 35

(8)

Lista de Siglas e Abreviaturas

AM

Academia Militar

BTer

Brigada Territorial

Cap.

Capitão

CG

Comando Geral

CMDT

Comandante

CO – Comando Operacional

etc. – entre outros

GNR – Guarda Nacional Republicana

GTer – Grupo Territorial

INTREP

Relatório de Informações

INTREQUEST

Ordem/Pedido de Pesquisa

LOIC

Lei da Organização da Investigação Criminal

MAI

Ministério da Administração Interna

NAIC

Núcleo de Análise da Informação Criminal

NEP/GNR

Normas de Execução Permanente/GNR

NTIC

Núcleo de Tratamento de Informação Criminal

PERINTREP

Relatório Periódico da Informação

PJ

Polícia Judiciária

PSP

Polícia de Segurança Pública

RELIM

Relatório Imediato

RELNOT/RELINF

Relatório de Notícia/Relatório de Informação

SCAIC – Secção Central de Análise de Informação Criminal

SEF – Serviço de Estrangeiros e Fronteiras

SI – Sistemas de Informação

(9)

SIIOP/GNR – Sistema Integrado de Informações Operacionais de Polícia

SIS – Serviço de Informações e Segurança

SITREP

Relatório de Situação Diário

SOI

Secção de Operações e Informações

TIA

Trabalho de Investigação Aplicada

TenCor

Tenente-Coronel

(10)

Resumo

O presente trabalho encontra-se subordinado ao tema: “As implicações da reorganização territorial da Guarda Nacional Republicana no processo de recolha e tratamento de informações”.

As informações, actualmente, têm uma importância cada vez maior para o desempenho e desenvolvimento de qualquer instituição ou organização. As Forças e Serviços de Segurança não são excepção, pois necessitam de informações para planear e desenvolver as respectivas actividades e preparar melhor o futuro.

Tendo em conta o tema atribuído, pretendeu-se com a elaboração deste trabalho investigar e saber, face à reorganização territorial que a Guarda atravessa no presente, quais serão as vantagens/desvantagens para os processos de recolha e tratamento de informações policiais das Unidades Territoriais.

Para a concretização deste trabalho de investigação aplicada utilizou-se, como principais instrumentos ou técnicas de investigação, a pesquisa documental e a entrevista. Na pesquisa documental, procurou-se adquirir os conhecimentos principais relacionados com a reorganização territorial da GNR; vários conceitos das matérias de informações e outros relacionados com a Instituição objecto de estudo do trabalho.

Resultaram como principais conclusões: a reorganização territorial na Guarda não vai causar alterações nos processos de recolha de informação; a difusão de informação policial não ficará mais rápida; deixará de existir análise de informação criminal a um nível regional para apoiar os investigadores assim como para auxiliar no apoio à decisão; e não haverá coordenação do tratamento de informação ao nível regional.

No final do trabalho, puderam ser desenvolvidas as seguintes sugestões principais: criar Comandos Territoriais “Directores” ou “Coordenadores” com órgãos que assumam as responsabilidades e funções semelhantes às SOI e NAIC das Brigadas Territoriais; aumentar o empenhamento de esforços para acelerar a implementação do SIIOP por todo o dispositivo; e unir as duas estruturas ou canais de informações criminais e policiais.

Palavras-chave: INFORMAÇÕES; PROCESSOS DE TRATAMENTO DE

(11)

Abstract

The present work is subordinated to the subject: "The implications of the territorial reorganization of the Guarda Nacional Republicana in the process of gathering and treatment of informations ”.

The informations, at present, are every time bigger for the performance and development of any institution or organization. The Forces and Services of Security are not an exception, since they need informations to plan and to develop the respective activities and to prepare better the future.

I take into account the attributed subject, one intended with the preparation of this work to investigate and knowledge, face to the territorial reorganization that the GNR crosses in the present, what the advantages / disadvantages will be for the processes of gathering and treatment of law-enforcement information of the Territorial Unities.

For the realization of this work of applied investigation it was used, like principal instruments or techniques of investigation, the documentary search and the interview. In the documentary search, there tried to acquire the principal knowledges connected with the territorial reorganization of the GNR; several concepts of the matters of informations and intelligence and others connected with the Institution object of study of the work.

They resulted these principal conclusions: the territorial reorganization in the GNR is not going to cause alterations in the processes of gathering of information; the diffusion of law-enforcement information will not be quicker; there will be no more analysis of information at a regional level to support the investigators as well as to help in the support to the decision; and there will not be co-ordination of the treatment of information at the regional level.

(12)

Introdução

Este Trabalho de Investigação Aplicada (TIA) surge no âmbito do plano curricular de estudos para obtenção do grau de Mestre em Ciências Militares, especialidade Guarda Nacional Republicana (GNR), Ramo – Infantaria. Constitui um elemento importante do Tirocínio para Oficiais (TPO), pois materializa uma prova final em que são utilizados os conhecimentos que foram adquiridos ao longo de cinco anos de formação na Academia Militar (AM) e desenvolve uma aproximação à instituição GNR através da investigação.

O presente trabalho tem como tema atribuído: “As implicações da reorganização territorial da Guarda Nacional Republicana no processo de recolha e tratamento de informações”.

As informações são vitais para manter a existência e possibilitar o desenvolvimento de uma instituição. Associado a esta premissa encontram-se os processos de recolha e tratamento de informação. Sendo uma reestruturação uma origem de consequências para qualquer organização, torna-se necessário estudar os possíveis impactos nos processos afectos a esta.

Este trabalho é muito importante e pertinente para a Guarda1 porque se pretende saber quais são as consequências para os processos de recolha e tratamento de informação da organização em causa, fruto da reorganização territorial que está actualmente a decorrer.

Verificando o tema do trabalho, revela-se claramente a evidente abrangência do referido tema. Como tal, extraiu-se o seguinte problema que serviu de ponto partida: devido à reorganização territorial na GNR, quais serão as vantagens/desvantagens nos processos de recolha e tratamento de informações policiais das Unidades Territoriais. Deste problema surgiram várias perguntas pertinentes:

 Com a eliminação do escalão Brigada, ficará a difusão de informação policial mais rápida?

 Qual será a solução para colmatar a extinção dos Núcleos de Análise de Informação Criminal e Secções de Operações e Informações das Brigadas Territoriais?

 Não será prejudicial para a futura Direcção de Informações do Comando-Geral receber a enorme quantidade de informações dos futuros Comandos Territoriais?

A resposta a cada uma delas corresponde a objectivos fundamentais neste trabalho. A estrutura deste trabalho é constituída por duas partes principais. A primeira parte corresponde ao enquadramento teórico que é constituída por três capítulos cujos conteúdos são a reorganização territorial da GNR, alguns conhecimentos de informações e as

1 Denominação vulgarmente utilizada para designar de forma mais sucinta a GNR Guarda Nacional

(13)
(14)

Parte I

Enquadramento Teórico

Capítulo 1 - Reorganização Territorial da GNR

Actualmente, a Guarda Nacional Republicana está a passar por um processo de reorganização.

O Decreto-Lei n.º 231/93 de 26 de Junho constituía a anterior Lei Orgânica da GNR. No entanto, a actual organização territorial permanece de acordo com a que está estabelecida neste Decreto-Lei.

A Lei n.º 63/2007 de 6 de Novembro constitui a actual Lei Orgânica da GNR, mas a organização territorial que está prevista nesta Lei corresponde à futura organização territorial que será implementada em breve.

Em suma, a actual organização territorial corresponde à anterior Lei Orgânica e a futura organização territorial corresponde à actual Lei Orgânica.

A actual e futura organizações territoriais estão descritas nos Apêndices L e M respectivamente.

1.1 Comparação das organizações territoriais

Tendo em consideração as duas bases legais que sustentam a actual e futura organização territorial, tornam-se claramente referenciáveis as diferenças que originam a reestruturação da Organização da Guarda. Interessa referir e comparar apenas as diferenças ou alterações que são mais importantes relativamente ao tema do trabalho.

O Decreto-Lei nº 231/93 de 26 de Junho corresponde à anterior Lei Orgânica da Guarda na qual menciona que o Comando da Guarda compreende o Comando-Geral entre outras partes constituintes. O Estado-Maior Geral ou Coordenador, que é uma parte constituinte do Comando Geral, é composto por cinco repartições. A 2ª Repartição é o órgão que está no topo da hierarquia da cadeia ou estrutura de informações e tem a responsabilidade nas actividades de informação e contra-informação (ver Apêndice N) de interesse para o cumprimento da missão da Guarda.

(15)

ou Coordenador da anterior Lei Orgânica. O CO trabalhará em todas as áreas cuja responsabilidade, no presente, está atribuída às repartições e chefias da actual organização da Guarda, entre elas encontram-se as áreas das informações e investigação criminal.

As Unidades Territoriais estavam organizadas em quatro Brigadas Territoriais com as respectivas áreas de responsabilidade. As Brigadas dividem-se Grupos Territoriais que estão maioritariamente localizados nas capitais de Distrito. Os Grupos subdividem-se em Destacamentos Territoriais e estes são constituídos por Postos Territoriais.

A nova Lei Orgânica tem prevista a extinção das Brigadas Territoriais e a criação dos Comandos Territoriais. Estes Comandos Territoriais equivalem aos Grupos Territoriais. Também são divididos em Subunidades Operacionais que equivalem aos Destacamentos Territoriais e estes permanecem a ser constituídos por Postos Territoriais (e/ou Subdestacamentos Territoriais).

Analisando de uma forma evidente, destaca-se que a nova Lei Orgânica prevê a extinção do escalão Brigada nas Unidades Territoriais. Os futuros Comandos Territoriais (equivalentes aos actuais Grupos Territoriais) ficam todos subordinados ao Comando Operacional.

1.2 Estrutura da Investigação Criminal

A Investigação Criminal é uma das responsabilidades da GNR prevista na missão geral da Guarda e na Lei nº 21/2000, de 10 de Agosto – Lei da Organização da Investigação Criminal (LOIC).

O Despacho nº 7/03 – OG define a estrutura de investigação criminal e respectivas competências. De acordo com o ponto dois do despacho em causa, a actividade de investigação criminal materializa-se nas três vertentes que constituem a função de polícia criminal: investigação criminal operativa, criminalística e informação criminal. Estas três vertentes estão perfeitamente definidas na estrutura de investigação criminal como verificaremos seguidamente, salientando principalmente os órgãos de investigação criminal que trabalham com informações (nomeadamente a informação criminal).

(16)

na Guarda e supervisar a participação em idênticos sistemas em que a Guarda esteja representada (Apêndice 2 ao Anexo B do Despacho n º7/03 – OG). A Chefia de Investigação Criminal é constituída pela Secção Central de Investigação Criminal, Secção Central de Criminalística, Secção Central de Análise de Informação Criminal, Secretaria e Gabinete de Criminologia (Apêndice 2 ao Anexo B do Despacho nº7/03 – OG) (ver Anexo A). A Secção Central de Análise de Informação Criminal (SCAIC) tem a competência de efectuar a análise de informação criminal táctica e apoiar, neste âmbito, os demais órgãos (Apêndice 2 ao Anexo B do Despacho nº7/03 – OG).

Nas Brigadas Territoriais existem Secções de Investigação Criminal que têm como principais competências levar a efeito as actividades de investigação criminal operativa, de criminalística e de análise de informação criminal, consoante os meios de que dispõe, competências e certificação, e satisfazer os pedidos das Subunidades no âmbito da investigação criminal (Apêndice 2 – Competências da Secção de Investigação Criminal da Bter – ao Anexo C do Despacho nº7/03 – OG). São constituídas por um Núcleo de Apoio Operativo, por um Núcleo de Criminalística e por um Núcleo de Análise de Informação Criminal. O Núcleo de Análise de Informação Criminal (NAIC) efectua a análise de informação criminal ao nível da BTer e apoia, neste âmbito, os demais órgãos (Apêndice 2 – Competências da Secção de Investigação Criminal da BTer – ao Anexo C do Despacho nº7/03 – OG).

Nos Grupos Territoriais, existem Secções de Investigação Criminal cujas competências são muito semelhantes em relação às competências das Secções de Investigação Criminal das Brigadas Territoriais (Apêndice 2 – Competências da Secção de Investigação Criminal do GTer – ao Anexo D do Despacho nº7/03 – OG). São constituídas por uma Subsecção de Investigação Criminal, por um Núcleo de Apoio Técnico e por um Núcleo de Tratamento de Informação Criminal. Os Núcleos de Tratamento de Informação Criminal (NTIC) têm a responsabilidade de efectuar o tratamento de informação, inserindo no sistema de dados com interesse para a investigação criminal operativa, e apoiar, neste âmbito, os demais órgãos (Apêndice 2 – Competências da Secção de Investigação Criminal da GTer – ao Anexo D do Despacho nº7/03 – OG).

(17)

1.3 Possível Futura Estrutura de Investigação Criminal

A proposta que foi realizada pela Chefia de Investigação Criminal é em muitos aspectos semelhante à actual estrutura de Investigação Criminal.

Salientando apenas os aspectos mais relevantes para o trabalho, começo por referir que o topo da hierarquia da estrutura de Investigação Criminal está previsto denominar-se por Direcção de Investigação Criminal e ficará dependente do futuro Comando Operacional.

Na Divisão de Investigação Criminal, foi proposto ser mantido um órgão cujas funções e competências são equivalentes à actual SCAIC que será a Divisão Central de Análise de Informação Criminal.

As Brigadas Territoriais serão extintas e como estas também serão extintas as respectivas Secções de Investigação Criminal (SIC). Como tal, também serão extintos os Núcleos de Análise de Informação Criminal.

Para além destas alterações, não estão previstas outras de grande relevância. Os restantes órgãos da estrutura serão mantidos e possivelmente haverá mais elementos distribuídos por toda a estrutura.

(18)

Capítulo 2 - A Informação

2.1 O que é a informação?

Na vida quotidiana de qualquer pessoa, existe inúmeras aquisições de dados de natureza diversa (profissional, social, familiar…). Estes dados poderão ser notícias ou informações, que são dois conceitos muito diferentes embora aparentem significar o mesmo. Sendo assim, torna-se impreterível distinguir notícia de informação.

O conceito de notícia de acordo com o Regulamento de Campanha de Informações do Exército Português é todo o dado não processado de qualquer natureza (facto, documento ou material) que pode ser usado na produção de informações. É um comunicado sobre o estado da situação que existe, ou que existiu, num determinado momento ou espaço. É de natureza indiscutível e pode estar relacionada com acontecimentos do passado ou do presente, sendo histórico ou actual (2006, p. I – 1 – 3). Segundo o Núcleo de Táctica e Investigação Criminal, notícia é qualquer facto, documento ou material cujo conhecimento se revele susceptível de interesse. Pode aumentar o conhecimento acerca do Adversário ou da sua área de acção (2007, p. 5). Uma notícia pode ser falsa ou verdadeira; precisa ou imprecisa; positiva ou negativa; e pertinente ou não pertinente (2007, p. 5).

Portanto, uma notícia constitui dados ou matéria de qualquer natureza ainda não processada e simultaneamente constitui a base de toda a informação como analisaremos seguidamente.

De acordo com o mesmo, a informação é algo mais que notícia; é o resultado do conjunto de actividades de Pesquisa, Estudo e Interpretação de notícias, que tem por finalidade o conhecimento dos adversários e da sua zona geográfica de acção (2007, p. 6).

A confrontação de mais de uma notícia entre si ou com uma base de dados e as conclusões obtidas por parte de analistas é o “processo” analítico, que está na base da produção de

informações a partir da notícia (Regulamento de Campanha de Informações do Exército Português, 2006. p. I – 1 - 4).

Resumindo, a informação é a matéria resultante do processamento de notícias, conjugada com a informação já existente (apontamentos do Capitão Lobo de Carvalho). As informações são verdadeiras, precisas e pertinentes. Para melhor compreensão existe um bom exemplo no Manual de Informações da GNR: se considerarmos a construção de um muro de pedra, podemos dizer que as diversas pedras correspondem às notícias e que depois de construído corresponderá à informação (2007, p.7).

(19)

2.2 Principais segmentos de Informações

Dentro do mundo de informações existem quatro grandes segmentos: militares e de segurança; políticas e sociais; económicas e empresariais; e científicas e tecnológicas

(Moreira et al., 2004 p. 223).

Destes segmentos, destaca-se um, que muito provavelmente é o mais importante e é sobre este com que o trabalho se relaciona: o segmento de informações militares e de segurança. Este segmento é tido como o mais tradicional e o de explicitação teórica mais directa: está directamente ligado com as questões nucleares de soberania, segurança, defesa e afirmação dos Estados (Moreira et al., 2004 p. 223).

As informações militares e de segurança incluem as informações policiais que são o principal objecto de estudo e de investigação deste trabalho. O conceito de informações policiais não é estanque, mas está necessariamente relacionado com segurança interna e com a actividade policial. Como tal, poderemos definir o conceito de informações policiais como matéria resultante do processamento de notícias, conjugada com a informação já existente (apontamentos do Cap Lobo de Carvalho) com vista a obter um conhecimento intrínseco à prossecução dos fins inerentes à missão policial (Medeiros, 2002 p.9).

As informações policiais traduzem-se no conjunto de dados, notícias, indícios ou provas, necessárias por forma a garantir a ordem e a tranquilidade pública, para realizarem a prevenção e a actuação ao nível da criminalidade (Martins, 2007 p.6). Uma grande parte das informações policiais é constituída por matéria ou conteúdo que origina investigações criminais. Desta forma, evidencia-se um grupo de informações de grande interesse dentro das informações policiais que são as informações de investigação criminal ou informações criminais que pelas características próprias que possuem, poderão originar a adopção de determinadas acções, inseridas nas actividades próprias da investigação criminal

(apontamentos pessoais do Cap Lobo de Carvalho).

2.3 Informações estratégicas e informações operacionais

Dependendo do fim para que são utilizadas as informações, podemos classificar dois tipos de informações: estratégicas e operacionais.

(20)

As informações estratégicas constituem uma tentativa de fornecer uma perspectiva global do espectro e dimensão das actividades criminosas, no sentido de permitir às forças policiais a adopção de estratégias – medidas de longo prazo, portanto – com o intuito de fazer face aos custos e efeitos globais do comportamento criminoso na sociedade. Estas informações permitem orientar políticas criminais e, assim, a actividade policial, bem como através da análise estatística da criminalidade estabelecer informações prospectivas

(Medeiros, 2002 p.9).

2.4 O que é

Intellegence

?

A tradução literal do conceito de intellegence seria inteligência, mas, no entanto significa algo mais complexo e diferente do que a simples palavra inteligência. Assim como a tradução de information não significa necessariamente informação, mas sim notícias ou dados. Intellegence é um conceito americano que está mais relacionado com os temas de segurança e defesa de um Estado. Existem vários conceitos de intellengence que impossibilitam a escolha ideal de uma definição absoluta. Considerando o conceito de informação ou de informações que foi anteriormente mencionado, o conceito de intellegence

é equivalente. De uma forma simplificada e para melhor compreensão dos conceitos relacionados com o trabalho, intellegence significa dados ou notícias depois de terem sido analisados2. Portanto, quando se fizer referência a informações, a ideia relaciona-se obrigatoriamente com intellegence e vice-versa.

2.5 Sistemas de Informação

O aumento crescente do volume de dados e de informação é reflexo directo da cada vez maior complexidade das organizações e da sociedade em geral. Daqui radica a necessidade absoluta da existência de sistemas que assegurem a recolha, armazenamento, processamento, consulta e comunicação da informação necessária para o desenvolvimento desejado das suas actividades (Varajão, 2005 p.56).

O termo “sistemas de informação” – SI – significa que são um conjunto de aplicações que partilham dados entre si, podendo ser fornecidas como parte de um pacote de gestão integrado ou adquiridas separadamente e depois integradas umas com as outras.

Os sistemas de informação serão mais úteis para o utilizador de acordo com o número de integrações que tiverem com outras aplicações, ou seja, quantas mais integrações tiverem mais eficaz será (Martins, 2007 p.4).

2 como está definido, em traços sumários, pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos da América no site

(21)

Capítulo 3 - Informações na GNR

3.1 Fluxo de Informações policiais na GNR

Na GNR, como na maioria das organizações, existe um fluxo de informações. O fluxo da informação pode ser definido como um processo de transferência da informação de um emissor para um receptor.

Nesta parte do trabalho, encontra-se explanado de uma forma geral o funcionamento do fluxo de informações policiais.

Existem diversos documentos de difusão de notícias que fazem parte do fluxo de informações da GNR. Segundo o Manual de Informações da GNR, de alguns destes documentos poderemos destacar: o Relatório Imediato (RELIM), o Relatório de Notícias/Relatório de Informações (RELNOT/RELINF), o documento Ordem/Pedido de Pesquisa (INTREQUEST), o Relatório de Informações (INTREP), o Relatório Periódico de Informações (PERINTREP) e o Relatório de Situação Diária (SITREP) (Núcleo de Táctica e Investigação Criminal, 2007 p.17).

O RELIM é uma mensagem que contém notícias ou informações de valor táctico imediato e é referente a apenas um só assunto (Núcleo de Táctica e Investigação Criminal, 2007 p.17).

O RELNOT/RELINF é elaborado por todos os escalões de comando a partir de Destacamento Territorial. Consiste num relato pormenorizado relativamente ao conhecimento de uma notícia recolhida (RELNOT) ou relativamente ao desenrolar de qualquer acontecimento (RELINF). Normalmente este tipo de relatórios é precedido pela elaboração do RELIM. A sua difusão não deve prejudicar o envio do RELIM para a 2ª Repartição (Repartição de Informações) (Núcleo de Táctica e Investigação Criminal, 2007 p.19)

O INTREQUEST é um documento a ser elaborado por qualquer escalão de comando, a partir de Destacamento Territorial. Pode ser designado por Ordem de Pesquisa se for destinado a um escalão subordinado em relação àquele que o envia. É designado por Pedido de Pesquisa se o destinatário se encontrar em escalão igual ou superior àquele que o envia (Núcleo de Táctica e Investigação Criminal, 2007 p.19).

O INTREP é elaborado pela 2ª Repartição e é difundido aos comandos até ao escalão de Destacamento Territorial e contém as notícias e informações mais importantes sobre todo o país (Núcleo de Táctica e Investigação Criminal, 2007 p.20).

(22)

exteriores à Guarda (tais como PSP, MAI, PJ, SEF, SIS, etc) (Núcleo de Táctica e Investigação Criminal, 2007 p.20).

O SITREP é um relatório elaborado pelas Unidades/Subunidades operacionais, onde é dado conhecimento ao escalão imediatamente superior dos principais factos de interesse operacional nas 24 horas precedentes (Núcleo de Táctica e Investigação Criminal, 2007 p.20).

A difusão dos documentos acima descritos pode seguir dois canais dentro do fluxo de informações da Guarda: o canal hierárquico e o canal técnico (ver Anexo B). Os Postos Territoriais elaboram Autos (de Notícia/Denúncia/Ocorrências); SITREP; RELNOT/RELINF e Pedidos de Informação que enviam para o respectivo Destacamento Territorial através do canal hierárquico. O Destacamento Territorial recebe os documentos (anteriormente indicados) pelos Postos Territoriais e envia Autos, Processos Crime, SITREP, Pedidos de Informação, RELIM e RELNOT/RELINF para o Grupo Territorial através do Canal hierárquico. À semelhança dos Postos Territoriais, os Destacamentos também enviam RELIM e RELNOT/RELINF para a respectiva Brigada Territorial e para a 2ª Repartição através do canal técnico. Os Grupos Territoriais recebem os documentos anteriormente mencionados através do canal hierárquico e também os envia para a Brigada. Através do canal técnico pode requerer RELNOT/RELINF ou Ordens de Pesquisa aos Postos. A Brigada Territorial recebe documentos do Grupo e através do canal técnico pode requerer RELNOT/RELINF, Ordens de Informação e RELIM através do canal técnico. Envia para a 2ª Repartição todos os documentos anteriormente mencionados dos quais um se torna particular – o PERINTREP (apontamentos do Cap Lobo de Carvalho).

Para além do fluxo de informação acima descrito, também são utilizados outros meios de comunicação de informações policiais (que são o principal objecto de estudo do trabalho). Estas formas de comunicar ou de difundir informações ou notícias poderão ser efectuadas através da rede rádio ou de ligações telefónicas independentemente da hierarquia dos escalões que transmitem a mensagem e os que a recebem. Tudo isto é realizado em consideração da urgência e conteúdo da notícia ou informação em causa.

3.2 Sistema Integrado de Informações Operacionais de Polícia (SIIOP)

A dispersão da informação relevante e proveniente da actividade operacional levou à criação de um sistema que centralizasse essa mesma informação, tornando-a aplicável e reutilizável. Surge assim o SIIOP/GNR, criado pelo Decreto Regulamentar 2/95, de 25 de Janeiro.

(23)

informação recolhida na sua origem (através da implementação do SIIOP/GNR irá haver uniformização da recolha de informação); preservar a necessidade de saber (só acede à informação quem dela necessita e quem a ela tem direito); permitir o cruzamento de informação; disponibilizar o Sistema a toda a hierarquia da GNR; garantir a inter-operacionalidade entre sistemas de diferentes organismos, assegurada pela integração e exportação de dados (Pereira, 2007 p.19-20).

A implementação deste sistema tem sido bastante problemática. O alargamento para todo o dispositivo da Guarda estava previsto para 2007. Contudo, constata-se que até à data de realização do presente trabalho o sistema apenas foi implementado nos Grupos Territoriais de Matosinhos e de Gaia.

3.3 Ciclo de Informação

A existência de informação implica também a existência de um respectivo ciclo. Este denomina-se por ciclo de informação e é composto por cinco fases sequenciais que formam uma cadeia contínua: a recolha; a avaliação da informação; o tratamento de toda a informação recolhida e avaliada; a análise; e a difusão da informação (ver Anexo C).

Na primeira fase do ciclo de informações, a recolha, temos que ter em consideração os dados ou notícias (alvo da recolha), as respectivas fontes e o plano de recolha. Como verificámos anteriormente, dados ou notícias têm um significado diferente de informação porque podem ser factos, rumores, opiniões inferências, etc. Desta forma, quando falamos em recolha de informações, não estamos a falar (maioritariamente) de informação propriamente dita mas sim de dados ou notícias. As fontes de dados ou notícias poderão ser oficiais ou pessoais. As oficiais subdividem-se em públicas – locais ou entidades públicas, nomeadamente organismos do Estado – e privadas – locais ou entidades privadas que se encontram obrigadas por lei a registar determinados dados, notícias ou eventos. As fontes pessoais poderão ser de apoio – indivíduos cuja profissão permite o acesso a determinados dados, quer por os presenciarem, quer por estarem perto dos criminosos – ou de acção – indivíduos ligados directamente à actividade criminal e que colaboram de alguma forma com os suspeitos investigados. O Plano de recolha especifica os dados ou notícias que são essencial para a análise, centrando-se no que é verdadeiramente necessário. Não obstante tal, deve ser suficientemente flexível para se adaptar a outras necessidades. O plano de recolha de informação permitirá: determinar os dados específicos necessários à análise; evitar a perda de tempo que se verifica quando se recolhem dados desnecessários; aumentar a eficácia; e simplificar a coordenação.

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informação. O conteúdo da informação consiste basicamente na veracidade da informação, ou seja, a informação pode ser verdadeira sem quaisquer reservas, a fonte da informação pode ser conhecida mas não há confirmação ou o acontecimento contrário, ou a informação não é conhecida pela fonte e não pode ser corroborada de qualquer forma. A fonte de informação tem que ser sujeita a uma avaliação de confiança a fim de poderem ser classificadas de confiança absoluta; confiança relativa; sem confiança; ou de confiança impossível de avaliar.

O tratamento da informação constitui a terceira fase do ciclo de informações. Consiste na organização dos dados recolhidos numa forma estruturada, informatizada ou manual, permitindo que os mesmos sejam recuperados de uma forma rápida e eficaz. Nesta fase é fundamental a existência de ordenamento para possibilitar a obtenção útil de dados disponíveis. Igualmente importante é o cruzamento para confrontar os dados provenientes de várias fontes. Os dados devem ser registados de forma estruturada constituindo um arquivo o qual permite uma fácil recuperação (rentabilização de dados previamente registados).

A análise é a quarta fase do ciclo de informações e é uma das mais importantes fases do ciclo pois o entrosamento entre a análise e a investigação é essencial para concretizar um trabalho profícuo e a actuação desta deve verificar-se o mais cedo possível. A análise consiste na construção de um todo inteligível, visando dar coerência a um conjunto de notícias ou dados dispersos. É composta por duas fases: a integração – harmonização de todas as informações provenientes de múltiplas fontes; e pela interpretação – ir para além dos factos, especular com consistência e colocar questões. Na fase de análise também se verifica a necessidade ou não de adquirir mais dados, notícias ou informação. A maioria dos trabalhos de análise são suportados por meios informáticos, tais como o analyst´s notebook

(ver Anexo D). Portanto a análise pode remeter à fase inicial do ciclo de informações (a recolha).

A última fase do ciclo é a difusão de informações que se rege pelo princípio da necessidade, ou seja, a difusão do trabalho de análise é sempre efectuada em consideração às necessidades dos destinatários. Respeitando este princípio, os sistemas de informação devem classificar os níveis de acesso (livre, reservado, confidencial e secreto) à informação assim como o respectivo conteúdo. A difusão poderá ser efectuada de forma oral – apresentação oral estruturada com apoio de documentação, reuniões de trabalho entre equipas de análise e investigação – ou de forma escrita – relatórios formais estruturados, boletins semanais com informação resumida.

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3.4 Pesquisa de Notícias na Guarda

Todos os elementos das forças e serviços de segurança são potenciais órgãos de pesquisa de notícias assim como outros elementos, entidades ou organizações que obtêm e/ou processam notícias (Núcleo de Táctica e Investigação Criminal, 2007 p.9).

A pesquisa de notícias pode ser concretizada de inúmeras formas ou processos. Alguns dos processos que são efectuados na Guarda através de: interrogatório/ entrevista; exame de documentos/ material; postos de observação ou de escuta; vigilâncias; reconhecimentos; escutas telefónicas; etc...

O principal processo de pesquisa de notícias reside no militar da Guarda, pois considerado individualmente é um elemento base de informação (Núcleo de Táctica e Investigação Criminal, 2007 p.12). É o patrulheiro que no seu dia-a-dia deve pesquisar e recolher notícias e depois transmiti-las através da Guia de Patrulha (de acordo com a alínea c) n.º2 do Artigo 26.º da III Parte do Regulamento Geral do Serviço da GNR) ou oralmente ao seu comandante.

3.5 Processos de Recolha de Informações

Tendo em conta o que foi referido anteriormente acerca da primeira fase do ciclo de informação, a recolha, e relacionando este conceito com a pesquisa de notícias poderemos concluir que esta está incluída na fase de recolha. Logo a pesquisa como parte integrante do plano de recolha, pertence ao ciclo de informações.

No entanto, frequentemente quando se fala de processos de recolha de informação, não se tem em consideração o plano de recolha direccionado para adquirir determinados dados ou notícias (como acontece numa investigação). Pode não existir um plano de recolha numa determinada acção e entretanto surgem notícias ou dados que são totalmente pertinentes e devem ser registados.

Neste trabalho, considerou-se mais flexível a definição do processo de recolha de informações não tomando como absoluto o entendimento da primeira fase do ciclo de informações (anteriormente explanado). Contudo importa salientar, mais uma vez, que a pesquisa de notícias faz parte do processo de recolha de informações.

3.6 Processos de Tratamento de Informações

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Na elaboração deste trabalho, considerou-se que o “tratamento de informação” seria algo mais complexo do que a organização dos dados recolhidos numa forma estruturada, informatizada ou manual (como foi mencionado no ciclo de informação). Entendeu-se que o processo de tratamento de informação seria algo mais complexo e elaborado do que o tratamento como terceira fase do ciclo de informação.

(27)

Parte II

Trabalho de Campo

Capítulo 4 - Metodologia

Devido à complexidade do tema e ao consequente desconhecimento da maioria das pessoas que constituem a instituição GNR (que é alvo principal do tema deste trabalho), optou-se por abordar as “pessoas-chave” para lhes extrair as valiosas contribuições para a concretização deste trabalho.

Esta abordagem foi realizada através de inquéritos por entrevista. O facto de existirem hipóteses ou problemas relevantes cujas respostas não se encontram em documentação foi a principal razão que levou à realização deste tipo de inquéritos.

Quanto ao formato que as entrevistas teriam que revestir, decidiu-se elaborar entrevistas semi-directivas, ou seja, entrevistas que são conduzidas por um guião de perguntas que possibilitam aos entrevistados falar com maior liberdade sem estarem limitados a poucas hipóteses de resposta. Apesar da existência do guião, o entrevistador também poderia colocar outras questões que pudessem surgir consoante o conteúdo ou pertinência das respostas dos entrevistados.

As pessoas seleccionadas para serem alvos de entrevista foram todos os Chefes das SIC e todos os Chefes das SOI de todas as Brigadas Territoriais; o Chefe da Chefia de Investigação Criminal; e um oficial a desempenhar funções na 2ª Repartição do Comando-Geral.

Tendo em consideração o conteúdo do Capítulo 1, considerou-se necessário entrevistar os Chefes das SOI e das SIC das Brigadas Territoriais porque são pessoas com muitos conhecimentos e experiência e para além de possuírem uma visão pormenorizada sobre o tema do trabalho, desempenham funções que requerem bastante trabalho relacionado com informação. Para os Chefes das SIC foi elaborado um guião de entrevista diferente do guião de entrevista utilizado para os Chefes das SOI (embora contenham algumas perguntas semelhantes).

Entendeu-se fundamental entrevistar o Chefe da Secção de Investigação Criminal assim como um oficial da 2ª Repartição do Comando-Geral porque são duas pessoas que estão colocadas no topo da hierarquia das estruturas de informações da Guarda. Considerando estes factos, torna-se óbvio que a valorosa reflexão crítica destas pessoas é decisiva para a concretização do trabalho.

(28)

pessoa seleccionada foi o Cabo Ferreira da SCAIC da Chefia de Investigação Criminal e a entrevista efectuada encontra-se no Apêndice K.

(29)

Capítulo 5 - Resultados

Neste capítulo estão apresentados os resultados provenientes de todas as entrevistas efectuadas com excepção da primeira entrevista de carácter exploratório. Procurou-se organizar a apresentação dos resultados em quadros cujos conteúdos são as respostas respectivas a uma pergunta de um guião. Estas foram sintetizadas para melhor compreensão do leitor. Todas as entrevistas foram transcritas e encontram-se nos Apêndices A a J.

5.1 Entrevistas com os Chefes das SIC das Brigadas Territoriais

Foi utilizado um guião com oito perguntas para inquirir os Chefes das SIC de todas as Brigadas Territoriais.

Quadro 1 – Primeira pergunta do guião dirigido aos Chefes das SIC das Brigadas Territoriais

1. Como caracteriza as informações na Guarda?

Major Bolas Chefe da SIC da BTer 2

Não existe um fluxo constante de informações. Estas informações que circulam, são na sua maioria, informações criminais e não informações policiais na sua génese.

Major Letras Chefe da SIC da BTer 3

As informações na Guarda estão ainda muito aquém do desejável, estão ainda muito burocratizadas.

Os militares não estão sensibilizados relativamente à importância de recolha e transmissão de informação.

O manancial de informações é tão grande que tem que ser trabalhado através de sistemas informáticos.

Tenente-Coronel Antunes Chefe da SIC

da BTer 4

As informações na GNR têm corrido bem e a difusão tem sido bem feita na generalidade por todo o dispositivo.

No entanto, com a evolução da criminalidade, o papel das informações torna-se cada vez mais importante e tem que ser cruzada e/ou difundida o mais rapidamente possível.

O SIIOP foi um grande investimento e será uma mais valia para o trabalho das informações e consequentemente para a actividade operacional.

Major Rosa Chefe da SIC da BTer 5

A Guarda está espalhada por todo o território nacional de uma forma que poucas organizações ou instituições estão e como tal tem a possibilidade de ser a maior fonte de informação.

No entanto não somos pois a recolha de informação não é efectuada como deveria ser.

(30)

Quadro 2 – Segunda pergunta do guião dirigido aos Chefes das SIC das Brigadas Territoriais 2. Como diferencia as informações policiais das informações criminais?

Major Bolas Chefe da SIC da BTer 2

As informações criminais estão associadas a crimes ou a notícias de ocorrências ou infracções criminais.

As informações policiais têm na sua génese as informações criminais mas tratam de outros assuntos, que não estando directamente relacionados com crimes, podem resultar em crime.

Major Letras Chefe da SIC da BTer 3

As informações policiais são mais estratégicas, mais preventivas e estão mais relacionadas com os programas especiais de policiamento.

As informações criminais são algo mais concreto das quais existem dois tipos: estratégica e operacional.

Tenente-Coronel Antunes Chefe da SIC

da BTer 4

As informações criminais são aquilo que estivemos a falar, ou seja, informações relacionadas com o combate ao crime, grupos criminosos organizados altamente preparados e treinados, locais

nocturnos de crime (como as boites)…

As informações policiais estão mais relacionadas com problemas de alteração de ordem pública, problemas de terrorismo, atentados, ligações com outras polícias, movimentos de

indivíduos… E têm que ser preparadas e analisadas antes dos

acontecimentos.

Major Rosa Chefe da SIC da BTer 5

A grande diferença entre informação policial e a informação criminal é que a informação criminal é tudo o que diz respeito ao crime (relacionada com a Lei Penal) enquanto toda a restante informação será informação policial. Ambas devem ser passadas ou partilhadas a quem necessita.

Quadro 3 – Terceira pergunta do guião dirigido aos Chefes das SIC das Brigadas Territoriais 3. Como caracteriza os processos de recolha de informações na GNR?

Major Bolas Chefe da SIC da BTer 2

Existem duas estruturas que trabalham em paralelo: há e estrutura de informações (2ª Repartição até ao Posto) e há a estrutura de Investigação Criminal (desde a Chefia de Investigação Criminal até ao Posto).

Major Letras Chefe da SIC da BTer 3

Este assunto está dependente da cultura de informação e o patrulheiro, que é a base de informações na Guarda, é quem está menos sensibilizado para esta cultura de informação.

A política de possuir a informação e mandá-la para cima é muito escassa, pois o órgão inferior devia sentir necessidade de enviar a informação para cima e muitas vezes, acontece o contrário; é o órgão superior que ordena a pesquisa de informação.

Questão Entrevistado

(31)

Tenente-Coronel Antunes Chefe da SIC

da BTer 4

A pesquisa de notícias não pode ser efectuada apenas pelos nossos militares. As pessoas que também têm que estar sensibilizada para recolher notícias e informar as Forças de Segurança, principalmente os proprietários de estabelecimentos cuja probabilidade de serem furtados ou assaltados é maior. Quanto à recolha de informação relacionada com a informação criminal, quando a estrutura de investigação criminal estiver completamente implementada e a funcionar a com os NTIC completos, poderemos fazer melhores trabalhos pois eles irão recolher informação ao Posto.

Major Rosa Chefe da SIC da BTer 5

A recolha de informações é aquela que é feita todos os dias por cada um de nós e cada qual ao seu nível.

Infelizmente não estamos despertos e conscientes para fazer a recolha desejada. Se fizéssemos mais recolha de informação, nós seríamos a força policial mais bem informada deste país e tínhamos a informação em tempo real sem problemas nenhuns.

Quadro 4 – Quarta pergunta do guião dirigido aos Chefes das SIC das Brigadas Territoriais 4. Como caracteriza os processos de tratamento (avaliação, tratamento, análise e difusão) de informações na GNR?

Major Bolas Chefe da SIC da BTer 2

A difusão é tardia, pouco oportuna e a informação que é transmitida pela Chefia de Investigação Criminal não contém conteúdo que permita criar actividades preventivas (pois a informação já é conhecida).

Os restantes processos são muito arcaicos. O tratamento e a análise elaborada pelos NTIC e pelos NAIC é muito pobre. Isto é, em parte, fruto da falta de formação e de habilitações académicas dos nossos militares.

Com o tempo, o cenário ficará melhor.

Major Letras Chefe da SIC da BTer 3

A Guarda tem informação mas não consegue trabalhá-la e direccioná-la para casos concretos. Existe uma grande falta de efectivos nos NTIC pois a maioria destes têm apenas um militar. No entanto, os processos de tratamento têm vindo a melhorar.

Tenente-Coronel Antunes Chefe da SIC

da BTer 4

O NAIC da BTer 4 está a funcionar de uma forma ainda muito aquém do desejado. Os NTIC não estão completos e por isso não estão cem por cento operacionais. Ainda não existe o número ideal de militares com formação adequada (por exemplo analistas de informações) apesar de esta ter sido feito.

A aposta no SIIOP é fundamental para auxiliar nestes processos (principalmente na difusão de informação).

O tratamento de informação é feito de uma forma muito

(32)

Major Rosa Chefe da SIC da BTer 5

displicente.

A 2ª Repartição e a Chefia de Investigação Criminal já fazem algum tratamento, embora em pequena quantidade.

As Brigadas Territoriais são meras “caixas de correio”; não há análise de informação. Na BTer 5 faz-se alguma análise talvez devido a motivos antecedentes que colocaram esta Brigada em melhor posição para efectuar este trabalho.

A atenção e preocupação para este processo surgiu muito tarde, pois a LOIC é de 2000 e o primeiro curso de analistas de informação foi no ano passado (2007).

Quadro 5 – Quinta pergunta do guião dirigido aos Chefes das SIC das Brigadas Territoriais

5. Como caracteriza o fluxo de informações na GNR?

Major Bolas Chefe da SIC da BTer 2

Nas actividades de informações das estruturas de Investigação Criminal e de operações e informações verificam-se trabalhos demasiado autónomos e isto não é futuro para o fluxo de informações. Deveria existir uma maior aproximação entre as duas estruturas.

Major Letras Chefe da SIC da BTer 3

O fluxo de informações tem lugar em dois níveis (vertical e horizontal) e funciona nos moldes que todos conhecemos. Permite uma difusão rápida através de telemóvel, mensagem, rádio ou outro tipo de comunicação.

Tenente-Coronel Antunes Chefe da SIC

da BTer 4

Acredito que com a implementação do SIIOP originará passos qualitativos importantes e desta forma fará melhorar o fluxo de informações.

Major Rosa Chefe da SIC da BTer 5

O fluxo deveria ser biunívoco, isto é, de baixo para cima e de cima para baixo, num movimento constante (...do patrulheiro até ao Comando-Geral e do Comando-Geral até aos patrulheiros...). Neste momento, como na nossa organização não está instituída uma cultura de informação, talvez porque nunca foi sentida essa necessidade, na Guarda existem alguns (poucos) dados que são transmitidos de baixo para cima, através dos documentos em vigor (RELIM, RELNOT/RELINF, etc.), e alguma informação (para ser informação é porque já foi tratada) também pouca, que vem de cima para conhecimento dos militares que têm funções operativas.

(33)

Quadro 6 – Sexta pergunta do guião dirigido aos Chefes das SIC das Brigadas Territoriais 6. Como é a partilha de informação entre a SIC e a SOI na respectiva BTer?

Major Bolas Chefe da SIC da BTer 2

É excelente porque o oficial SIC é também oficial da SOI. No entanto, quando era apenas oficial de operações e não fazia parte da SIC, havia uma total ausência de interacção entre a Investigação Criminal e as Informações que não me parecia nada correcto e nem podia ser futuro.

Major Letras Chefe da

SIC da BTer 3 É óptima. Existe sempre partilha de informações.

Tenente-Coronel Antunes Chefe da SIC

da BTer 4

Fazemos reuniões, trocamos informação e estamos interligados pois a SIC é uma subsecção de Estado Maior da Brigada em que há briefings permanentes, há contactos permanentes e temos que diariamente nos corresponder e vice-versa com a SOI. Nós recolhemos, analisamos e transmitimos informação. Esta é sempre partilhada com a SOI.

Major Rosa Chefe da SIC da BTer 5

Temos um bom relacionamento e ao longo destes anos nunca houve nenhum problema, é natural que tenha acontecido uma ou outra falha mas por norma, aquilo que eu entendo que interessa à SOI entrego e dou-lhes cópias e vice-versa.

Quadro 7 – Sétima pergunta do guião dirigido aos Chefes das SIC das Brigadas Territoriais 7. Devido à reorganização territorial da GNR, quais serão as vantagens/desvantagens para os processos de tratamento de informação nas respectivas BTer?

Major Bolas Chefe da SIC da BTer 2

Teoricamente, retirando um escalão à estrutura de informações, esta passará a fluir mais rápido. No entanto, não será tratada pelos escalões intermédios o que implica que as futuras Direcções terão uma maior quantidade de trabalho a lidar com a grande quantidade de inputs que serão enviados dos futuros Comandos Territoriais.

O SIIOP não resolverá a maioria das dificuldades porque está ser demasiado demorado e problemático no processo de implementação. Deveria ser encontrada uma resposta intermédia.

Major Letras Chefe da SIC da BTer 3

Uma das vantagens é o facto de o processo se tornar mais célere. Outra das vantagens é o preenchimento dos órgãos dos Comandos Territoriais (como os NTIC) e do Comando-Geral com militares com mais e melhores formações e habilitações. Esta realidade estará dependente da reorganização ser efectuada de

forma a conseguir colocar todas as “pedras” nos respectivos

lugares previstos.

Se o SIIOP ficar operacional também será uma grande vantagem.

Questão Entrevistado

Questão

(34)

A grande desvantagem que surge é o facto de o Comando-Geral trabalhar com informações sem ter a proximidade e conhecimento da região que existe nas Brigadas Territoriais.

Tenente-Coronel Antunes Chefe da SIC

da BTer 4

Se não existir um Grupo “Coordenador” que coordene a

informação policial na região (semelhante a uma Brigada Territorial) será prejudicial para todos. Pois a informação não pode ficar só ao nível do distrito; tem que haver quem coordene, quem analise a informação a nível regional para depois chamar a atenção a possíveis incidentes e enviar ao dispositivo todo.

O Grupo “Coordenador” tem que existir com um NTIC operacional

com pessoal a trabalhar permanentemente 24 horas. O combate ao crime não pode parar, assim como o trabalho de informações. Temos que acompanhar e manter ao mesmo nível ou superior a criminalidade se não perdemos o controle.

Major Rosa Chefe da SIC da BTer 5

Acabando a Brigada Territorial e consequentemente serão extintos os NAIC, os futuros Comandos Territoriais necessitarão de alguém que faça a análise de informação a nível regional. No entanto a transformação dos NTIC poderá ser uma mais valia para os futuros Comandos Territoriais.

O grande problema é o facto de as pessoas não serem integradas na mudança nem serem ouvidas nem participam na mudança e isso é um erro terrível. A transformação dos Grupos em Comandos Territoriais obriga a que, mais do nunca, conversem entre si e partilhem a informação porque senão existir partilha de informação e não havendo uma órgão congregador de toda essa informação e um pólo dinamizador que partilhe a informação, esta em vez de ser partilhada passará a ser espartilhada. Se existir uma consciência de partilha, conseguiremos caminhar continuamente no bom sentido. Não havendo esta consciência

continuamos a ter “quintas”; continuamos a ter a informação espartilhada; continuamos a ter subprocessos de processos…

Quadro 8 – Oitava pergunta do guião dirigido aos Chefes das SIC das Brigadas Territoriais 8. Nas Brigadas Territoriais verifica-se dois canais de informação nos quais a SOI detém informação policial e a SIC detém informação criminal. Não seria mais vantajoso unir os órgãos responsáveis por trabalhar as informações (policiais e criminais) num só órgão?

Major Bolas Chefe da SIC da BTer 2

Sendo a informação criminal a grande base de informação para o nosso dispositivo, a estrutura de informações policiais poderá ficar

“seca”. É muito importante unir os dois canais de informações.

Questão

(35)

Major Letras Chefe da SIC da BTer 3

De facto não há razão para existirem em paralelo dois sistemas de informação, essencialmente devido à sobreposição de gastos em meios humanos, materiais, perda de tempo em burocracias, duplicação de informação… A investigação criminal precisa sempre ter conhecimento dos dois campos da informação e por isso deve ser concentrada num único órgão toda a informação.

Tenente-Coronel Antunes Chefe da SIC

da BTer 4

Não existe necessidade de estarem juntos, existe sim necessidade de troca informação. A SIC trata informação táctica operacional, confidencial, que não é a informação estratégica do outro canal, essa sim pode ser e deve ser divulgada.

Major Rosa Chefe da SIC da BTer 5

Não vejo necessidade de se proceder á união dos órgãos.

Uma das três vertentes em que assenta a investigação criminal na Guarda é a análise e tratamento de informação criminal, como tal, é necessário apoiar os órgãos operativos, através da análise e tratamento da informação. Temo que havendo a união como alguns defendem se descaracterize a Investigação, deixando-a amputada e claramente prejudicada.

5.2 Entrevistas com os Chefes das SOI das Brigadas Territoriais

Para inquirir os Chefes das SOI de todas as Brigadas Territoriais foi utilizado um guião composto por sete perguntas.

Quadro 9 – Primeira pergunta do guião dirigido aos Chefes das SOI das Brigadas Territoriais

1. Como caracteriza as informações na Guarda?

Tenente-Coronel Mesquita Fernandes Chefe da SOI da BTer

2

Nos últimos dois anos passou a haver um maior cuidado tanto a nível da avaliação, do próprio tratamento, como da análise e com a difusão das informações.

Na generalidade das Brigadas, a escolha para o cargo de oficial de informações passou a ser de uma forma mais cuidada tendo em consideração a escolha dos elementos ideais para trabalhar nesta área.

No entanto, na generalidade do trabalho de informações, ainda não atingimos um patamar de excelência.

Tenente-Coronel Miguéns Chefe da SOI

da BTer 3

O sistema de informações da Guarda é arcaico e neste momento julgo que não funciona.

Actualmente, as informações na Guarda estão a ser tratadas pelas SIC (detêm a maioria da informação) e esta situação deverá ser alterada.

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