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Dois tipos de mosaico d o algodoeiro (Gossypium hirsutum L . ) foram des- critos e m trabalhos anteriores (

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Academic year: 2021

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F E V . , 1 9 5 4 N O T A N . ° 1 i

UM MOSAICO D O A L G O D O E I R O C A U S A D O PELO V l R U S D A NECROSE

B R A N C A D O F U M O (*) A. S. COSTA, A. J. D ' A N D R E A PINTO e OSWALDO S. NEVES.

Dois tipos de mosaico d o algodoeiro (Gossypium hirsutum L . ) foram des- critos e m trabalhos anteriores (

1 > 2

) . U m deles, o mosaico das nervuras, é bastante raro ; o outro, o mosaico c o m u m , embora presente em quase todas as plantações de algodão no Estado de São Paulo, manifesta-se apenas em pequena porcentagem de plantas. A m b o s são de pouca ou nenhuma importância econômica.

Nos últimos dois anos, uma terceira forma de mosaico d o algodoeiro vem sendo observada e m plantações feitas na Estação Experimental Central d o Instituto Agronômico em Campinas. A o contrário d o que acontece com os outros tipos de mosaico, este é bastante infeccioso e afeta elevada porcentagem de plantas nos algodoais atacados. E m observações efetuadas em cinco algodoais na Estação Experimental Central durante o ano agrícola 1952/53, determinaram-se as porcentagens de mosaico c o m u m e d o n o v o tipo. Os resultados obtidos pelo exame de amostras de 500 plantas em cada algodoal estão apresentados n o quadro 1. Note-se que essas obser-

QTJADHO 1. — Porcentagens de mosaico comum e de um novo tipo de mosaico em cinco algodoais da Estação Experimental Central em Campinas no ano agrícola 1 9 5 2 / 5 3

P L A N T A Ç Ã O Mosaico Novo comum mosaico

% %

1

0,4 39,0

2 . . _ 1,2 60,6 3 2,4 59,2 4 1,4 54,8 5 0,4 53,2

vações foram feitas aproximadamente quando as plantas estavam na me- tade de seu ciclo vegetativo. Observações posteriores, n o fim d a plantação, mostraram que o n o v o tipo de mosaico afetava quase todas as plantas.

Não foi ainda possível efetuar u m levantamento relativo ao ataque deste n o v o tipo de mosaico em plantações de algodão efetuadas en> dife- rentes zonas algodoeiras d o Estado. Entretanto, a julgar pelo que tem sido observado em Campinas, este mosaico poderá causar prejuízos apre- ciáveis nas plantações atacadas.

(*) Recebido para publicação em 17 de Outubro de 1953.

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1

) C O S T A , A . S. Nota sôbre o mosaico do algodoeiro. R e v . A g r i c , Piracicaba 12:453-470. 1937.

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2

) C O S T A , A . S. Nota preliminar sobre uma nova moléstia de vírus do algodoeiro, mosaico das ner-

vuras. R e v . A g r i c , Piracicaba 13:187-191. 1938.

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I I B R A G A N T I A V O L . 1 3

S i n t o m a s : A s plantas afetadas pelo n o v o tipo de mosaico têm o porte ligeiramente diminuído ; as folhas são menores que as de plantas sadias e a produção t a m b é m é reduzida. O mosaico presente nas folhas consiste geralmente e m áreas verde-claras entre as nervuras secundárias, c o m áreas verde-escuras, geralmente empoladas, ao longo das nervuras (est. 1 ) . Certas plantas mostram tendência para produzir brotação axilar mais abundante que a usual, composta de galhos c o m folhas d e tamanho bastante reduzido. Estes sintomas são mais tardios, sendo encontrados principalmente n o fim da plantação. E m certas ocasiões, durante o cresci- mento da planta, p o d e haver tendência para recuperação, produzindo a planta folhas sem sintomas aparentes.

O n o v o tipo de mosaico é facilmente diferenciado d o mosaico das ner- vuras, pois, neste caso, apenas as nervuras, ou pequenas áreas a o longo destas, são d e côr verde-clara ou verde-amarelada. A s diferenças entre o mosaico c o m u m e o n o v o tipo de mosaico são menores. N o caso d o m o - saico comum, há tendência para que as áreas afetadas sejam mais amare- ladas ou douradas, sem relação c o m as nervuras, ao lado de áreas verde- normais, a o passo que o n o v o tipo d e mosaico ocorre principalmente entre as nervuras, o u nas ilhotas d o parênquima. N ã o é difícil separar plantas típicas de cada u m a destas formas de mosaico, mas casos há em que os sintomas são mais ou menos intermediários, necessitando-se de testes de inoculação para que se possa efetuar a diagnose.

T r a n s m i s s ã o : É indubitável que o n o v o tipo de mosaico está sendo disseminado naturalmente p o r u m vetor. M u i t o s ensaios estão sendo efe- tuados c o m o fito d e se determinar qual a espécie responsável pela disse- minação da moléstia. Várias espécies de afídios, cigarrinhas, moscas brancas e tripes j á foram ensaiadas, mas até agora nenhum resultado positivo foi obtido. T o d o s esses ensaios foram feitos durante o inverno, em época p o u c o favorável a o crescimento de algodoeiros. Serão repetidos novamente d u - rante o verão.

O vírus responsável pelo n o v o tipo de mosaico é facilmente transmi- tido por métodos mecânicos, principalmente quando o inoculo obtido d e algodoeiro é aplicado e m plantas d e fumo. A inoculação de algodoeiros c o m inoculo o b t i d o d e algodoeiros é extremamente difícil, mas, utilizando- -se inoculo obtido de fumo, obtem-se transmissão c o m relativa facilidade, para algodoeiros.

N o caso de algodoeiros inoculados artificialmente, obtêm-se lesões

locais, nas folhas inoculadas, que p o d e m ser manchas necróticas o u man-

chas de forma indefinida, de coloração amarelada. Os sintomas sistêmicos

iniciam-se geralmente s o b a forma d e forte necrose de u m a ou duas folhas

novas, ou até mesmo da haste, e m casos de plantinhas novas. Os sintomas

de mosaico só aparecem bastante mais tarde e, freqüentemente, plantas

que mostram sintomas de infecção não desenvolvem sintomas d e mosaico,

parecendo que o vírus permanece localizado nas folhas inoculadas e na-

quelas que manifestam a necrose sistêmica inicial.

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F E V . , 1954 N O T A N . ° 1 n i

V í r u s c a u s a d o r : o vírus causador da nova forma de mosaico á o mesmo que causa a moléstia d o fumo denominada necrose branca ou couve (

3

) . Corresponde ao vírus conhecido na literatura inglesa pela deno- minação " t o b a c c o streak" (

4

) . Ê u m vírus que tem grande círculo de hospe- deiras, afetando plantas de diversas famílias tais c o m o Leguminosse, Compo- sitse, Chenopodiacese, e t c . Nenhum caso de mosaico d o algodoeiro causado por este vírus é conhecido, mas Fulton (

5

) relatou que conseguiu infectar algodoeiros c o m o vírus semelhante que ocorre nos Estado Unidos, obtendo lesões necróticas nas folhas inoculadas.

C o n t r o l e : Desconhecendo-se ainda o vetor d o vírus causador deste n o v o tipo de mosaico d o algodoeiro, torna-se difícil formular medidas de controle tendentes a diminuir a propagação da moléstia. A s observações efetuadas até o presente, sobre a susceptibilidade ao mosaico, das varie- dades comerciais de algodoeiros atualmente plantadas no Estado, indicam que todas são bastante susceptíveis. Estudo sobre a resistência relativa de uma grande coleção de variedades d o grupo Upland, e de outras espécies do gênero, estão sendo feitos presentemente. SECÇÃO DE G E N É T I C A E SECÇÃO DE ALGODÃO DO INSTITUTO AGRONÔMICO.

A COTTON M O S A I C CAUSED B Y T H E TOBACCO S T R E A K VIRUS SUMMARY

A new type of mosaic caused by the Brazilian tobacco streak virus has been noted during the last two years in cotton plantings in the State of São Paulo. This mosaic is distinct from two previously described types of cotton mosaic and seems to be of greater economic importance. Its incidence in some fields may be as high as 50 per cent or even higher.

Inoculum from cotton mosaic plants applied mechanically onto Turkish tobacco seedlings induced typical streak symptoms. When inoculated onto cotton seedlings the same inoculum usually failed in causing infection, but mosaic in cotton plants was repro- duced by inoculation with tobacco streak virus obtained from tobacco plants that had been infected with the virus from cotton.

The symptoms induced by mechanical inoculation of cotton plants consisted of local necrotic or chlorotic spots, usually followed by necrosis of young leaves. Mosaic symptoms were not consistently developed in plants that showed early necrotic symptoms and only a few of the infected plants showed mosaic later.

Transmission tests with common cotton insects have failed so far in disclosing the vector of this disease.

(

3

) COSTA, A . S., L I M A , A . R . & FORSTER, R . Necrose branca — uma moléstia de vírus do fumo (Nicotiana tabacum L.) e "fumo couve" como sintoma tardio. J. Agron., Piracicaba 3:1-25. 1939.

(

4

) JOHNSON, JAMES. Tobacco streak, a virus disease. Phytopathology 26 :285-292. 1936.

(

5

) FULTON, R . W . Hosts of the tobacco streak virus. Phytopathology 38:421-428. 1948.

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