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.tÃJàL'/ ^«1^•«l^ .diiMlIMHí*^/!« < Jf 'ií ?y .rt ^^ s 4^ Uí
Sb
ELOGIO
UNEBRE
wmmtmmm
"%s
ELOGIO
FÚNEBRE,
QUE
NAS
EXÉQUIAS
CONSAGRADAS
PELOS
L'mãos da Irmandade do SantiíTimo
Sacramen-to da E^reguezia da Pena
A'
MEMORIA
DO
PIO, E EXCELLENTE FIDALGOFERNÃO
MARTINS
FREIRE
DE
ANDRADA
E
CASTRO,
SEU
JUIZ
PERPETUO^
recitou no dia 24 deJulho de 1771.
MANOEL
DE
MACEDO
PEREIRA
DE
VASCO
NCELLOSí
Presbytero Secular,DEDICADO
AO
P
RECLARISSIMO
SENHOR
ERNARDINO
FREIRE
DE
ANDRADA
E
CASTRO.
L
IS
B
OA:
Na
Officina deFR
ANCÍSCO BORGES
DE
SOUSA.
Anno DE MDCCLXXI.
>
.77> ^^^^^^^7?^^PRECLARISSIMO SENHOR.
ERIAMOS
feiamente
ingra-tos ás cinzas doSenhor
FER-NAM
MARTINS FREIRE
de
ANDRADA
eC
ASTRO,
fe
na^
déje-^mos
hiima
puhlica^huma
Jincera
prova
do nojfoagradecimento
nas
Exe^
(jiiias (jue
Ihe-confagramos.
Oamor^e
a
ohrigaça'o
foi
cjiiem nosmoveo.
Nem
a
nojfa ju/la
faudade podia
ter outromais
de
VI
i
t^
decente
^ eChri/la^ desafogo.
Aijiiel-Ias virtudes ^ de (]ue nos
fomos
goflo-zas
^ eoculares
te/lemunha§
^ pedia'ohum
elogio (jue confervajfena
pajleri-dade
amemoria
dehum
Fidalgo^
(juecom
asfuás acçoens
,nai
fóimmorta-Jizou o
feuNome^
mas
acrefcentouhum
novo
lujireao
explendor
da
fua
anti-ga
Caza.
Vofa
Senhoria
(jue as^imit-ia he (jue Ihes-faherà
dar
o devidolou-vor.
Seguindo
hum
exemplo
tai jujlo^tao
fanto
,nos
nos-lizongeamos
já
de
çue
veremos
continuada
anofa
Jelici-dade
ytendo
nailluftrePe/oa
deVof^
fa
Senhoria
quem
alivie a nojfa dor ^quem
repare
a
nojfa perda.Tudo'
côm
razai
efperamos
dehum
Filho
de talPai.
Deos
guarde
a
Voja.
Senhoria
como
Ihe-pedimos.DeVoJa
Senhoria.
Fieif creaãos , e attentos veneraãores.
i (
Os Irmãos doSS. Sacramento da Frcguezia da Pena.
«HM
ELOGIO
FÚNEBRE.
QUEM
nao conhece na
mo-deíh
pallidèzdos
voíTos roí-tos aaguda
^ a acerbador
,de
que
eJftaõgravemente
feridos^e traspaíTados os voílos
ânimos
?Nada
me-occorre:
aosmeus
olhosnadafe-me-propõem
^que
nao
excitenuma
v
mente
faudade.Sem
que
vós
com
anti-cipaçao
me
informaíTeisda
funeftaorigem
do
voíTofentimento,
íimplezmente
peloque
obfervoj
eu
aflentariacomigo
^
que
he
, fenaô irreparável,ao
menos
impor-tantiíiima a
perda
que
choraes.Porém
que
devo
eu
fazeragora
?Por
ventura
enfurecer^ e dezcfperar
mais
a voíTape-na
5lembrando-vos o
bem
de
que
parafempre
vos
achaes privados ? Éftanao
íeria
huma
efpeciede
tyranniainfopor-tavel ?
Nao
baftaque
fobre os voíTos ternos 5 e agradecidoscoraçoens
car-n
i
ELOGIO
regafle
hum
golpe
taôpezado
; hei deeu
também
abrir~vos ^ e rafgar-vosmais
achaga
5dizendo-vos
,que
jánao
vereismais
entrevós
ahum homem,
que
hon-rando-vos
com
a fuacompanhia^
vos
af-fervorava
com
o
feuexemplo
?dizendo-vos
que
jámorreo
o Grande^ o
Pio^o
Ex*
cellente Fidalgo
FERNÃO
MARTINS
FREIRE
de
ANDRADA
, eCAS-TRO
?Nome
tâo refpeitavel pela fuanobreza
,como
pelas fuás [virtudes !NaÔ
,Senhores
,vós
fois Chrif-taos: aFe
5
que^om
o
leite bebeftes,derrama
fobrevós
mais
claras luzes : osfegredos
^ aindaque
recônditos ,da
ía-bia Providencia ,
que
nos
governa
,vós
os-adoraes.Para
efte fimnafcemos
to-dos
:do
berço parao
fepulchro vaihu-ma
eítradaque
todos trilhamos.A
mir-rada 5
mas
inexorávelmao
da
morte
, aninguém
perdoa
: arrancado
Throno
osPrincipes , affim
como
dacabsna
osPaf-tores : os Sceptros , e os cajados
igual-mente
quebra
, reduzindo-os a folto , e
FÚNEBRE.
5defprezlvel
pó,
que
o vento
leva.Se-gundo
aordem
dos
invariáveisDecretos
chegado
eftavao
tempo
,no
qualaquel-la
alma
5
(dkofa alma!
) foltando-fe das torpes prizoensda
carne, voaíTedo
Liba-no
ao
Impireo
a cingir a promettidaco-roa.
Que
confolaçâô poisnao
fera a voíTa , feouvindo
daminha
boca
asfu-blimes obras
com
que
fehabihtou
paraa poíTe
de
hum
premio
taovantajozo,
vós
vos-íentiresfuavemente
inflamma-dos
nao
fó para Ihe-dareso
louvor
de-vido
,mas
para feguires as íuas pizadas!
porque
eftahe
a aindole dasacçoens
boas : ainda ditas
fem
artificio ,fem
elo-quência
, (ditaspor
mim
fenhores )ge-rao
nos
noílbs peitoshuma
certaemu-lação
que
infenfivelmentenos
aítrahenipara as-praticar-mos,
Precioías cinzas !
eu
nao
perten-do
inquietaro
fantorepouzo
de
que
talvez gozais.
Nao
he
alizonjaquem
me
infpira.O
miniílerioque
exercito ,4
ELOGIO
profanalTe , e
corrompeíTe
aminha
voz
com
alguma
expreíTaômenos
pura.O
incenfo
de
huma
vil adulaçãonaô
fedeve queimar
na
facedos
(agradosal-tares.
A
fepulturahe
o
lugardos
de-zenganos.
Ati
,unicamente
ati,fobera-na
Verdade
,he que
reccorro.Baten-do
as cândidas azas defce fobre ami*
nha
tímida , e balbuciente lingoa :mo-ve-me
, ilíuftra-me ,anima-me.
Come^
cemos
5Senhores.
Pouco
he
neceílario refleélir paraco-nhecer
jSenhores
^que
ahonra de
hum
nome
illuílrehe o
principalobjedo
,aque
fempre
encapinhao
os feusdezejosaquél-les
homens^
que
dos
mais fe-diílinguempela elevação
dos penfamentos.
Eíla,he
eíla a
fecunda
raizde que
brotaõ , áíi-milhança
de
fazonados fruâos
, as proe-zas^
que
na
guerra intrépido executao
General
valente ,naó
temendo
amorte
que
defapercebido o-eípera ,ou
nos
fiosde
huma
eípada ,ou
na
bocade
hum
canhão.
Que
os lourosde
que
adorna
a
FUN
EBRE.
í
a viélorioza teíla eílejao
enfopados
no
íangue
,que
das rotas veias vertera,nada
,nada
importa.Aquelle
he o
mais
preciozo efmalte
da
brilhante coroaque
cinge.
Arrebatado
do
nobre
ardorque
o-eííimula ,
mais
do que
a vida eftimaa fama.
Nao
reprovo
eftas gentilezasde
eípirito: íaô juílos osapplauzos
que
univeríalmentealcançaõ.
O
brio, aPá-tria ,
o
Rei
merecem
efte facrificio.Mas
quem
obra tao heróicas façanhas para deixarno
mundo
huma
memoria,
que
o
tempo
volvendo
a veloz rodaulti-mamente
gaíla , coníom.e ,devora,
por-que
nao
infiftirá rezolutona
conquiftade
hum
bem
que
nos-fazgrandes
,nao
fó
na
terramas
no
Ceo
?de
hum
bem
puro,
fao,
permanente,
eterno?
Santa
Religião
,de que
luzesnao
cnriquecefte a
alma
do Varão
Pio
,do
Varão
Excellentede
quem
agora
teçoo
Elogio
?Eftendendo
a viíla pelalonga
ferie
dos
íeus eíclarecidosAvós,
de
que
foberbas ideas
nao
encheriaoao
íeuma*
gna-mtm
6
ELOGIO
gnanimo
coração
aquellespompozos
ap-pellidosde
MARTINS,
de
FREIRES
de
ANDRADAS,
ede
CASTROS
'
dos
qiiaes herdaracom
a Fidalguiao
va-lor?
Trasladando
fecom
a fua
coníide-raçaô aos paíTados feculos, quantas vezes veria
gemendo
debaixo
do
pezo
daquel-\qs robuftos braços a
Europa
, a
Azia
,a Africa , a
America
?Carregados de
def-pojos
, e
de
palmas
, a cujafombra
pla-cidamente
defcançaÕ
aindados
tri-unfos
que
corífeguiraõ, elle , elle
en-contraria a cada paíTo
na
hiftoria aos feuspreclaros
Afcendentes, já
falvando a
Na-ção
das inimigas guarras, já dilatando
os
dommjos
da
Portugueza
Coroa
,
de
que
foraõfempre
osmais
fegurosAtlan-tes.
Com
tudo
, efta
naô
he
avere-da
que
fegue
:fcm
degenerar
do
tron-co
de
que
he
legitimo , e florentera-mo
,naô
faõ asarmas
a proflíTaõque
abraça. Difllpando
o
fubtil , e
lizongei-ro
fumo
que
avaidade podia levantar,
demais
altas qualidadesfe-orna.
O
ze-loH
FÚNEBRE.
7Io da
honra de
Deos
,
o
fervor^ a ca« ridadedo
próximo
^ a magnifíceiícia , aliberalidade Chriftaã : eifaqui as
co-piozas fontes ,
de
que
dirivavatodo
o
íeumerecimento
dcíde a fua pueríciatenra.
De
huns
taoventurozos
princí-pios
,
quem
nao
efperahuns
rápidosprogreíTos ?
Se
eftes forao naprimei-ra idade
,
que
por
menos
experta ,he
mais
arriícada , os ordináriosempregos
do
Bom
,
do
llluftreFERNÃO
MAR-TINS FREIRE
de
ANDRADA
eCASFRO
: aíllflircom
frequênciaao
incruento Sacrifício
: repartir pelos
po-bres
pingues
efmolks
i ahuns
matando
a
fome
,
cubrindo
a outros avergonho-za
deínudez
: reprimir, caftigar a
ire-netica liberdade
dos
appetites,
que
nu-tiindo-fe dentro
de
nós
mefmos
á
ma-neira
de
peçonhentas
víborasnos
cor-rompem
,
nos
dilacerao : confervar-íefempre
tranquillo ,focegado
íempre
;MMtf
4
t
ELOGIO
dâ
terra fe defenfreao ,nunca
chegao
aperturbar a ferenidade
do
arque
allibrandamente
reíplrahum
agradávelZe*
firo ,
que
feria^
que
íeria depoisnos
adultos
annos
?fubindo
de
virtudeem
virtude
,
porque nao
fe-fortaleceriaca-da
vez
mais
com
o
eícudo
daquellagra-ça
y
que
communicando-nos
vigorozos
alentos para
fopear-mos
, para
vencer-mos
os aíTaltos das noíTas dezefperadas concupifcencias , infenfiveímentenos
pu«
rifíca das fezesde
huma
culpaque
da
cabeça
fe-diffundio , e efpalhou peloscorruptos
membros
?porque naô
fe«per-zevaria daquellas
manchas
^com
que
na
carreira da vida aíFeamos, e eícurece*mos
a cândida eftolada
original jufti*ça ?
Teve
nunca
eftadoque
nao
fanti-ficaíTe
com
o
feuexemplo
?Para
pro-mover
o
culto daquelieDeos
Sacramen-tado ,
de
quem
vós
foisIrmãos
,pou-pou-fe
jamais
aalguma
defpeza
aindaque
grande
?Xefe
de
hum
corpo
taodiílinâo
naô
foifempre
a fua jóia apri-
FÚNEBRE.
9
meira
, e amais
vantajoza ? Qiierde
dia y
quer
de
noite :ou
eíliveílèacor-dado
yOU dormindo
ejftiveíTe,naõ
largavatudo
paraacompanhar
ao
Sagrado
Via-tico ?
Se
o
enfermo
aquem
fe-dillri-buia aquelle
Pao
Celelle eraneceíTita-do
naõ
lhe deixavacom
que
fublevaíTea fua indigência talvez
extrema?
Além
do
dinheirocom
que
o
foccorrianao
ihe facilitava a aíTiftencia
do
Medico
^
do
Cirurgião
, eda
boticapor todo
o
curfo
da
moleília, poílo
que
dilatado ?Nada
vos digo
,Senhores
^de que
vós
naô
foíTeis oculares teílemunhas. Eíías eraõhumas
obras,que
por mais
que
re-catalãs quizeíTe, cobrindo-as
com
o
àen--fo
véo
da
fua modeííia , reverberavaonaõ
íeique
faifcasque davaõ
nos
vof-íos olhos :
que
as-publicavaÕ.Ânimos
ha
taõ famintos , taõam-biciozos
de
fazerbem,
que andaõ
como
efpreiíando as occafioens para as-apro-veiíarem.
Naõ
efperaõo
clamor
do
ro-go
ique
ás vezes culta maiso
pedir,
IO
ELOGIO
que o
padecer
: confta-Ihes daneceUida-de
^ remedèíaó-na.O
defejo,o
ardor,
a anciã
que
tem
de
íerem
úteisao
pró-ximo
nunca
fe fatisfaz :eu
os-comparo
ao hydropico
,
que
,com
aagoa
que
be-be
accende
, irrita , exaípera mais afe-de
5
que
o^braza ^que
o-feca ,que
o
mirra»
Neíla
claíTequem
nao
colloca-rá ao
Bom
5 ao ílluftreFERNÃO
MARTINS
FREIRE
de
ANDR
ADA
eCASTRO
?Reduzido
a cinzaso
Hoí
pitaiReal
de
Todos
osSantos
nao
fez
conduzir
para fua caza todos osdo-entes da enfermaria
do
Amparo
? Elle ,elle
mefmo
nao
trouxe amuitos
fobreos íeus
hombros
?A
huns nao
faz ascamas
?náô
applica a outros ospreci-zos
remédios
?Nao
he
infeparavelda
fua
prezença
?Nao
os-anima
,nao
osconforta para
levarem
com
reíignaçaoaquelle trabalho ?
Os
íeus vulgaresex-ercícios
nao
fao curar a eftes asaíque-rozas
chagas
, difpor aquelles pararece-berem
osSacramentos
?Emulo
da
cari-dade
FÚNEBRE.
IIdade
do
Apoftolo, que
ninguém
adoe-cia
que nao
adoeceíTetambém
,nao
lhesdava
perennes
^ e inconteílaveis provasda
fuapiedade
5 da íua ternura ,do
feuamor
?No
tempo
do
terremoto
( triftetempo
!)
quando
pareceque
todostra-ziamos
efcurecidoo acordo,
que
proezasnao
executou
? aquaes
mandava
conf-truir decentes barracas ; a
quaes prover
do
quotidianopaõ
,o
íeu Palácio , a fuaquinta era
hum
afylocommum:
fede
alguém nao
cuidava, eraunicamente de
íi ^ eíla ,
nao
he
efla avoz
que
fempre
fe lhe ouvia: Falte-fe
a
tudo :nai fe
Jalte
aospobres
?Mal
podiao
permanecer
virtudestao
abahzadas
fenao
deícançaíTemna
fuaFe,
como
fobrehuma
firme, e incontraf-tavel baze.Aquelle
dom
aque
osTheo-logos
chamao
gratuito, já
mais
eíleveociofo ,
ou
fuffocadono
feu illuflrepei-to.
Para
vo-lo-moílrar efficazmente amim
nao
me-he
precizovagar
, e cor-rerpor
todas asacçoens
da
fuavi-12
ELOGIO
da.
Nao
,eu
nenhuma
neceífidadcte-nho
de
vo-Io-pintarcom
os joelhoscur-vados
no
chaó, abforto , eembebido
na
doce contemplação
dos
myfteriosreve-lados :
menos
,muito
menos
vo-lo-re-prezentarei caftigando
com
a fua efpada^em
pubhco combate
^ atemerariaouzadia
com
que
dous
Cavalheiros
proteítantespertendiao
abuzar
do
refpeitodevido
aosnoííbs
Templos.
De
maior
qualibrehe
a
prova
aque
me-cinjo.Com
que
ren-das
começaftes
a reparar efte Santuário ?Tmheis
por
ventura
mais
que
hum
eA
caço
forode
fete toftoens ?naô
jazeraâpor longo
tempo no
chão
as fuáseílra-gadas
paredes ,fem
terem
os voflbsbra-ços íuiíicientes forças para as levanta*^
rem
?quem
vos-animou?
quem
accendeo
avoíTa crença
^fenao
morta,
enfraquecida,para
emprehenderes
huma
obrade
tantocufto?
Naô
foio
Bom
5nao
foio
II*luftre
FERNÃO
MARTINS
FREI-RE
de
ANDR
AD
A
eCASTRO
?con-fiado
na
Providencia;,
que
aninguém
/
FÚNEBRE.
n
defampara
^concorrendo
da
fua partecom
o
que
podia , elle , ellemefmo
to-mando
a fua capanao fe-p6em
á portado
arruinado edifício a pedir efmollas?A
authoridade
da
fua Peílba , a efficaciadas fuás palavras
,
que,
como
agudas
fet-tas hiao a bater todas
nos
coraçoens
da
quelles a
quem
recorria,
que
fruftosnao
colherão? Jogo
no
primeiro dianao
vie-rao
dous
Padres
da
Congregação do
O-ratorio fazer-lhe
huma
reftituiçaode
qua-trocentos mil reis ?
O
concurfo dos
do-nativos
nao
foi taocopiozo
como
vós
viftes ?
como
nós
conhecemos
refle£l:in-do
na
brevidade
com
que
fe-adiantou acomeçada
obra ?Affim
honrou
Deos
afua
Fe
: aílimdevemos
nós
exaltar a fuamemoria.
Nao
era razão ,Senhores
,que
eu
envolvefle
em hum
profundo
filenciohu»
ma
circunftancia,
que
fazfummamente
refpeitavel a
fama
daquelleshomens, que
defempenhaó
as eftreitasobrigaçoens
de
bons
Paisde
familias.Quem
nao
íabeque
«
K-u
ELOGIO
da
íantaeducação
dos
filhosprovem
áRepublica
utilidades vantajozas?Serem
bons
you
ferem
máos
;preverteremna
^ou
honrarem-na
daqui
nafce,O
Bom
^o
lUuftreFERNÃO
MARTINS
FREI-RE
de
ANDRADA
eCASTRO,
que
diligencias
nao
fezfempre
paraque da
fua efclarecida prole fe-formalTem vaíTal-los,que nao
fó acrefcentaíTemao
explen-dor
da
fua antigaCaza
hum
novo
luf-tre 3mas
que
no
ferviçodo
Rei
, eda
Pátria
deííem
hum
claroteftemunho de
que
nao degeneravao
da
Origem,
de
que
derivavao
juntamente
com
o
fer ano-breza
que
tinhaô ?Prevendo
que
aosprincípios
de
ordinárioconreíponde
o
fim , era
como
hum
deftro , e íolicitoagricultor,
que
nunca defamparaa
tenra plantaque
defeja vercoroada
atempo
oportuno de
dourados
pomos.
Que
mef-tres Ihes-naõ bufcava ?
que exemplos
Ihe^nao propunha
,temperando
com
abran-dura
a feveridade para Ihes-fazer ,mais
que
pezada
, apetecida a difciplina ?Se
nos
FÚNEBRE.
5 Nnós
podemos
feguramente
confiar naseí-peranças
que
concebemos
, os feusFi-lhos feraô
algum
diaquem
alivie avof-fa faudade
,
quem
repare a voflaper-da.
Agora
dizeime
: podia fer ahum
homem
taóPio
, tao Chriftaô ^ taôjuP-to y violenta a
morte
?A
ouvires eftenome
naõ
feique
funefta pallidez feeí-palha pelas voíTas faces
,
que
me
dá
aentender
,
que
eu
renovo
^que
eude-íefpero
mais
a vofla dor.Serenae
^Se-nhores
, ferenae a voflamagoa
^na
con-íideraçao
do
fublimepremio de
que
go-zará ,
como
piamente
creio.A
morte
he
hum
echo
da vida :morre
bem quem
vi-ve bem.
Faltarão osCeos:
faltaráater-ra :
Deos
nao
falta ás fuás promeflas.A
paz, a alegriacom
que
tolera aquel[egolpe
o
Bom
,o
IlluftreFERNÃO
MARTINS
FREIRE
deANDRADA,
e
CASTRO
,
he
hum
como
reflexoantecipado da fua futura fehcidade.
Ter-no
prantoda
Conforte
chara ^.*^:^^Èj£^x^''m.:^^;^^m^.^m^íAl.ix'^,i>ií:l^r^ JiM:"JJiSj:fet?A*.jal'..-SJÍ-rJyí._.*Í£-«JC1K->»*».^.Í.
í6
ELOGIO
È
tes lagrimas
dos
queridos Filhinhos ^na-da,
nada
o^altera.Já
pareceque
refpirahum
ardo
Paraizo :o
íeupé,
já pareceque
entra triunfantepor
aquellas magef-tozas portas.Coberto
com
o
manto
da
Santa
Virgem,
de
quem
foraíempre
cor-deal
devoto
,em
hum
íabbado
, entregaplacidamente
nasmãos
do
feuJESUS
aília alma.
Grande
alma
,
que
inveja tetenho
!
Ao
efpalhar-fe a noticia daquellamorte,
entrevós
ha
autorizadasteftemu-nhas
do
brado
que
a orfaãpobreza
le-vantou
ao redordo
feu Palácio :„
Mor-jj^reo ( dizia ) já
o-nao
havemos
ver
55
mais
:morreo
o
Fidalgo
fanto. Elle55
nos-matava
afome
: elle nos-cobria a55
defnudez
: as noíTas lagrimas , elle as55
enxugava.
Sem
Valedor
5fem
Pai 5que
fera
de
nós
?corramos
,corramos
ao
menos
a beijar-lhe a friamao
de
que
tantos
bens
nos
vierao.Em
quanto
acampa
naô
cobre
o
íeucadáver
, nao,nao
nos-apartemos
delle. ,,Oh
Deos
^im-3>
55
FÚNEBRE.
17immortal
,
quem
te«na6 ferve , ainda pe-la retribuiçãoque
dásna
terra?Quem^
Senhor^
quem
nao
eílimamais
eft^cla-mor^
aindaque lúgubre,
que
as Eíía-tuas,que
os Obelifcos,que
asPirâmi-des
com
que
o
mundo
coftuma honrara
memoria
dos
íeusHeroes
?Só
Deos,
he
que he
o
Author
de
tanta gloria ! fó aquem
o
ferve fielmentehe que
fazpartici-pante
de
tantahonra
!Defcança
,em
paz
defcança,
efpirito ditofo.m
-WÊÊm