• Nenhum resultado encontrado

XIX SEMEAD Seminários em Administração

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "XIX SEMEAD Seminários em Administração"

Copied!
17
0
0

Texto

(1)

SUCESSÃO FAMILIAR: UMA ANÁLISE DOS ESCRITOS BRASILEIROS DO PERÍODO DE 2004 A 2015

ANDREIA APARECIDA PANDOLFI DOS SANTOS

UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA (UNISUL) FLORIANÓPOLIS

andripandolfi@yahoo.com.br

SIMONE SEHNEM

UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA (UNOESC) CHAPECÓ

simone.sehnem@unoesc.edu.br

JACIR LEONIR CASAGRANDE

UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA (UNISUL) TRAJANO

jacir.unisul@gmail.com

EVANDRO SCHUTZ

UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA (UNISUL) FLORIANÓPOLIS

(2)

1 INTRODUÇÃO

A importância das empresas familiares no mundo e inegável em diversas esferas como a econômica, política, social e cultural estando desta forma diretamente relacionada ao processo de transformação da sociedade. Na análise de Gersick (1997), aproximadamente 80% de todas as empresas no mundo são familiares. Dentre estas, muitas são representadas por micro e pequenas organizações, uma grande parte encontra-se também entre as maiores e mais bem-sucedidas empresas do mundo.

Já no Brasil de acordo com pesquisas da PwC (2014), o número de empresas familiares apresenta um índice que chega próximo de 90%, sendo que dentre os 300 maiores grupos empresariais privados do Brasil, 265 são de origem familiar. No contexto do tema das empresas familiares, a sucessão familiar é o foco deste estudo. A importância do estudo do tema Sucessão Familiar está relacionada ao fato de que a sobrevivência de empreendimentos familiares tem forte relação com o processo sucessório. Entende-se por processo de sucessão familiar: a primeira geração, o nascimento do negócio com seu fundador, a segunda geração, o herdeiro ou não herdeiro, e assim sucessivamente durante as outras gerações (OLIVEIRA, 2006).

O objetivo geral deste artigo é analisar os artigos que foram publicados no período de 2004 a 2015 e que versam sobre processo sucessório. Os objetivos específicos são a) mapear os artigos que foram publicados no período de 2004 a 2015 e que versam sobre processo sucessório, analisando os principais periódicos científicos; b) analisar o perfil dessas publicações que abordam o processo sucessório em empresas familiares; c) verificar os autores que publicam sobre o tema; d) verificar o perfil metodológico adotado; e) identificar as principais constatações, recomendações, e limitações da pesquisa. A pergunta de pesquisa investiga: Quais são as características dos artigos publicados no Brasil e que versam sobre a temática processo sucessório em empresas familiares?

A opção pelo tema de pesquisa justifica-se pelo fato da sobrevivência de empreendimentos familiares ter forte relação com o processo sucessório, com a profissionalização de quadros, com a falta de informação e com os conflitos entre integrantes da família. A seguir, apresenta-se a fundamentação teórica que destaca a sucessão familiar. Na sequência, o método utilizado para a condução da pesquisa é formalizado. Em decorrência disto, os dados são analisados e discutidos. Enfim, a conclusão e o referencial bibliográfico complementam esta pesquisa.

2 SUCESSÃO FAMILIAR

A evolução das pesquisas sobre empresas familiares em todo o mundo tornam-se essencial em função da sua representatividade para a economia mundial e, consequentemente, sua importância e significação para o crescimento e desenvolvimento da sociedade em geral.

No Brasil, as empresas familiares ocupam um papel de relevância na economia nacional, com representatividade girando em torno de 75% dentre as empresas do país (OLIVEIRA, 2006).

(3)

Consequentemente, figuram em torno de 90% da quantidade de empresas privadas do país (GRZESZCZESZYN; MACHADO, 2006).

Para Oliveira (2006), o processo de sucessão que ocorre em empresas familiares é um assunto bastante delicado, pois não se trata apenas do envolvimento de aspectos puramente lógico-racionais da gestão administrativa, mas também de um processo que envolve pontos afetivo-emocionais latentes, que se expressam através de relacionamentos que estão intimamente conectados a toda a estrutura familiar. Já de acordo com Sharma, Chrisman, Pablo e Chua (2001), o processo de sucessão é definido como as ações e os eventos que são desenvolvimentos que afetam a transferência de controle gerencial de um membro da família para outro membro. Quando nos referimos ao sucesso das organizações familiares por muitas vezes sabemos que isto é desejado por todos os integrantes da família, que esperam que naturalmente o negócio da família seja passado para os sucessores e que os mesmos possam dar continuidade ao empreendimento iniciado pelo proprietário.

Dyck, Mauws, e Mischke Starke (2002), salientam que o processo de sucessão é composto por uma série de elementos discretos de sequência, distribuição, técnica e de comunicação envolvendo múltiplos autores e efetuados ao longo de períodos de tempo alargados. E para que a sucessão seja eficaz é preciso uma forma de organizar todo o próprio processo de sucessão (BARACH; GANITSKY, 1995; HANDLER; KRAM, 2004; LANSBERG, 1999).

Entende-se também por processo de sucessão familiar segundo Oliveira (2006, p.26), “a primeira geração, o nascimento do negócio com seu fundador; a segunda geração, o herdeiro ou

não herdeiro, e assim sucessivamente durante as outras gerações” e consequentemente a

continuidade do empreendimento nas “mãos da família”.

Ainda de acordo com Leone (2005) e Oliveira (2006), os autores aderem à ideia de que há dois tipos de processos sucessórios: o primeiro deles está relacionado à sucessão familiar e o segundo está relacionado à sucessão profissional. A sucessão familiar acontece para esses autores em decorrência do momento em que há a mudança de geração no poder, ou seja, quando um membro da família ocupa o cargo deixado para a geração seguinte. Já a sucessão profissional, ocorre quando uma pessoa que não está relacionada diretamente a família passa a exercer o poder na gestão da empresa no lugar do fundador.

Jacobs (2006) acrescenta que a sucessão, pode ser feita a um membro da família ou para qualquer outra parte, podendo envolver uma transferência de propriedade para os membros da família, funcionários do proprietário, ou compradores externos. Já para Whatley (2011), o processo sucessório compete para a pessoa que está deixando sua posição e ou se aposentando para que um possível sucessor possa substituí-lo, dando continuidade para com os negócios da família.

Nesta transição alguns pontos devem ser avaliados para que a empresa atinja o sucesso. Destacam-se: a pessoa que será sucedida, o sucessor, a organização, a família, o mercado e a comunidade que devem ser analisados com cautela para que se possa atingir o sucesso da organização. Um ponto relevante no desenvolvimento da pesquisa, e observado na sucessão familiar é que conforme pesquisa do SEBRAE (2014), a cada 100 empresas familiares brasileiras 30% chegam à segunda geração e apenas 5% chegam à terceira;

Todas estas informações devem ser consideradas e o processo de sucessão deve ser planejado e adequado à melhor estratégia. Pois a estratégia da sucessão da empresa familiar precisa definir com certa objetividade como e de que forma os parentes estarão contribuindo para o sucesso organizacional, o que implica no desenvolvimento de um programa de avaliação e sucessão dos gestores. A empresa familiar precisa também identificar com clareza qual é a sua missão, visão,

(4)

negócio, para identificar um sucessor que tenha afinidade com as estratégias e a cultura organizacional. Ainda no que se refere a estratégia do processo de sucessão deve-se acompanhar a evolução e o desenvolvimento da organização e o seu planejamento e preparo do sucessor, passando a ser de suma importância para a sobrevivência e sustentabilidade da mesma. Constata-se, no entanto, que os gestores de empresas familiares nem sempre estão preparados para lidar com estas situações, já que a influência das famílias sobre os próprios negócios, muitas vezes misturam o lado pessoal e profissional, tomando decisões com bases no amadorismo (BETHLEM, 1999).

Sobre este aspecto deve-se levar em consideração que cada pessoa tem a sua própria personalidade e quando muda uma geração estamos falando de um novo indivíduo com personalidade diferente, habilidades, interesses e expectativas que não necessariamente pelo fato

de ter o mesmo “sangue”, agirá em conformidade com os interesses da família na sucessão. Por

isso, faz-se necessário um bom plano de profissionalização dos sucessores. A sucessão familiar deve assumir a responsabilidade de ser um processo de formação do sucessor, conciliando assim, interesses familiares e organizacionais e isto exige tempo e planejamento, objetivando um processo de escolha com regras claras e bem definidas, substituindo o fundador através da escolha mais eficiente e eficaz para a sustentabilidade do negócio, perpetuando os valores e patrimônio da família (CAPELÃO; MELO, 2001).

Outro aspecto importante é que “esse processo estará associado a duas disposições de

vontade: o sucedido deve ceder sua posição e o sucessor deve assumir o novo posto”, e esta é uma das questões que aparecem com maior frequência no âmbito organizacional, em se tratando de empresa familiar, e a possibilidade de escolher, entre os sucessores, o ideal, ou mais indicado para dar continuidade às atividades até então praticadas pela empresa (ADACHI, 2006, p.199).Conforme Oliveira (1999), o profissional ideal para o cargo de acordo com as suas habilidade e competências pode ser ou não um integrante da família para que a empresa atinja o resultado esperado na sucessão.

Uma das formas mais efetivas de profissionalização do processo de sucessão, segundo Oliveira (1999, 26) pode ser a profissionalização da empresa familiar, uma prática na qual, executivos passam a ocupar os cargos diretivos da empresa familiar, e os representantes da família ficam em um conselho, que pode ou não atuar como um conselho de administração, e a gestão da empresa familiar pelos membros da família, nesse caso, o mais importante é debater a questão da interação da empresa com a família e vice-versa. Para que isto ocorra, faz-se necessário o estabelecimento de alguns critérios como um plano de desenvolvimento de carreira para a sucessão familiar, facilitando assim, o processo de escolha no momento da transição para que ambas as partes entrem em acordo e assim, procurando a melhor opção para a passagem do cargo sem maiores conflitos.

3 METODOLOGIA

Para o estudo proposto, foi feita uma pesquisa bibliométrica, de natureza descritiva e documental por se tratar de uma análise de dados, caracterizando-se como exploratório e de perfil metodológico misto com predominância da abordagem quantitativa.

Esta pesquisa busca analisar o perfil das publicações científicas nacionais, que tratam o processo sucessório em empresas familiares. Para a delimitação dessa pesquisa, este estudo consistiu na busca de artigos na base de dados Business Source Complete (EBSCO Host), Spell, Scielo e Website da Anpad, abrangendo o período de janeiro de 2004 a janeiro de 2015.

(5)

No primeiro momento conforme demonstra a tabela 1, foi obtido um portfólio de 354 artigos científicos de cunho nacional, mapeados a partir dos termos de busca sucessão familiar, processo sucessório e empresa familiar.

Tabela 1: Número de artigos encontrados que versam sobre a temática pesquisada

Bases de Dados Sucessão Familiar Processo Sucessório Empresa Familiar

Spell 39 11 137 Scielo 16 10 62 Anpad 0 11 37 EBSCO 5 06 20 Total 60 38 256 Fonte: os autores (2016)

Verificou-se que 52,82% dos artigos encontrados sobre a temática sucessão e processo sucessório em empresas familiares concentraram-se na base Spell, ou seja, o maior percentual do PB. Já na base Scielo, a segunda em termos percentual obteve-se 24,86% dos periódicos, enquanto a website Anpad 13,56% e EBSCO com 8,76% representando o menor percentual encontrado.

Para a devida triagem dos artigos, foi utilizado o instrumento de pesquisa metodológico específico adaptado por Gerber et al. (2013), que usa um conjunto de critérios bibliométricos.

Após a definição da base de dados e das palavras-chave mencionadas acima, foi realizado o download, somente de artigos completos e disponibilizados na íntegra de forma gratuita. Para a realização dos refinamentos da amostragem do PB, foi necessário realizar 3 refinamentos sendo eles:

a) Primeiro refinamento- realização da leitura de todos os títulos, palavras-chave e resumos. Foram excluídos 194 artigos da população de 354, que não estavam de acordo com a temática desejada. b) Segundo refinamento - Leitura de títulos, palavras-chave, resumos e referencial teórico de 160 artigos finalizando o segundo refinamento com a exclusão de 39 artigos que não estavam coerentes com a temática.

c) Terceiro refinamento, após a leituras de todos os títulos, palavras-chave, resumos e referencial teórico obteve-se uma população de 121 artigos, mas, no entanto, alguns desses estavam repetidos entre as bases de dados, principalmente na Spell e Scielo.

Observou-se então, um percentual significativo de 39,66% em duplicidades, ou seja, houve uma exclusão de 48 artigos, restando 73 artigos alinhados com o tema, definindo-se assim a amostragem do Portfólio Bibliográfico (PB).

Com as devidas exclusões dos artigos que não estavam devidamente alinhados com o tema proposto, e aqueles em duplicidades entre uma base de dados e outra, uma predominância de 71,23% da amostragem do PB, locados na base de dados da Spell, em seguida de 23,29% dos artigos de eventos da Anpad e 2,74% das bases Scielo e EBSC. Na Tabela 2, são quantificados o número de artigos científicos publicados por ano, respeitando o limite de tempo proposto de onze anos de publicação.

Tabela 2: Ano de publicação dos artigos encontrados Bases de

Dados

2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 To

ta

(6)

Spell 4 3 2 1 5 6 3 4 6 10 7 51 Scielo 1 1 1 3 Anpad 3 1 3 4 1 3 1 1 17 EBSCO 1 1 2 Total 4 3 5 2 9 7 9 5 10 11 8 73 Fonte: os autores (2016)

Levando em conta que a realização dessa pesquisa se desenvolveu nos períodos de janeiro de 2015 a 05 de setembro de 2015, considerou-se os artigos científicos publicados em periódicos Qualis e os de evento da Anpad no período de 2004 a 2015. Sendo que os anos de 2012 e 2014 se destacaram com o maior número de publicações, representando 28,27% dos artigos analisados. Já o ano de 2007 não foi muito produtivo para o tema pesquisado, sendo o ano com menor quantidade de publicação representando apenas 2,74% dos artigos analisados. Observou-se que entre os anos de 2008 a 2014 houve uma predominância de artigos para o tema proposto.

Após mapeados, os artigos foram tabulados em uma planilha Microsoft Excel®, que serviu de suporte para a tabulação dos indicadores relevantes para este estudo, como: autor, ano de publicação, título, palavras-chave, abordagem metodológica – método de pesquisa adotado, técnica de coleta de dados, IES onde foi desenvolvido o estudo, teoria utilizada como basilar, principais conclusões do estudo, limitações da pesquisa, recomendações para futuros estudos, entre outras.

Após a coleta dos dados, partiu-se para a fase de tratamento dos dados. Foi usada a análise estatística descritiva, com cálculo das frequências absolutas, relativas e acumuladas. Estudos bibliométricos possuem o propósito de mapear o estado da arte do assunto, de retratar o que já foi investigado e principalmente de identificar lacunas de pesquisa e oportunidades futuras de investigações.

4 TABULAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS

Nesta seção descreve-se os resultados de acordo com os objetos propostos: realizar um apanhado bibliométrico propondo uma estrutura de análise do processo sucessório de empresas familiares a luz dos escritos recentes (período de 2004 a 2015).

4.1 Perfil dos artigos analisados

Para identificar os periódicos Qualis que publicam sobre a temática sucessão familiar, elaborou-se a Tabela 3 a seguir.

Tabela 3: Periódicos que publicam sobre a temática sucessão familiar Nome dos periódicos Fator de

Impacto Qualis Frequência Absoluta Frequência Relativa Frequência acumulada

(7)

Revista de Administração de São Paulo - A2 6 10,71% 10,71% RAC – Revista de Administração

Contemporânea - A2 5 8,93% 19,64%

O&S – Organização & Sociedade - A2 4 7,14% 26,79%

Cadernos EBAPE.BR (FGV) - A2 3 5,36% 32,14%

Rap- Revista de Administração Pública - A2 1 1,79% 33,93% RBGN- Revista Brasileira de Gestão de

Negócios –FECAP 0,192 A2 1 1,79% 35,71%

Revista Contabilidade & Finanças - A2 1 1,79% 37,50% RAM – Revista de Administração

Mackenzie - B1 2 3,57% 41,07%

READ - Revista Eletrônica de

Administração - Porto Alegre - B1 2 3,57% 44,64%

BBR – Brazilian Business Review - B1 1 1,79% 46,43%

JISTEM Revista de Gestão da Tecnologia

e Sistemas de Informação - B1 1 1,79% 48,21% Revista brasileira Est. Pop., Rio de

Janeiro 0,205 B1 1 1,79% 50,00%

RIAE Revista Ibero-Americana de

Estratégia - - B2 1 1,79% 51,79%

BASE – Revista de Administração e

Contabilidade da Unisinos - B2 1 1,79% 53,57% R. Adm. FACES Journal Belo Horizonte - B2 2 3,57% 57,14% RAI - Revista de Administração e

Inovação - B2 1 1,79% 58,93%

Rev. Adm. UFSM, Santa Maria - B2 3 5,36% 64,29% Revista de Administração da UNIMEP - B2 1 1,79% 66,07% Revista de Ciências da Administração - B2 2 3,57% 69,64% Revista Turismo Visão e Ação - B2 1 1,79% 71,43% Revista de Administração da UFLA - B2 1 1,79% 73,21% Revista Alcance – Eletrônica, UNIVALI - B3 2 3,57% 76,79% Contetux -Revista Contemporânea de

Economia e Gestão B3 1 1,79% 78,57%

Estratégia e Negócios, Florianópolis, -

UNISUL - B3 1 1,79% 80,36%

Gestão & Planejamento, Salvador - B3 1 1,79% 82,14%

Revista de Negócios - B3 1 1,79% 83,93%

Teoria e Prática em Administração - B3 1 1,79% 85,71% E&G - Revista Economia e Gestão - B4 2 3,57% 89,29% RAIMED - Revista de Administração

IMED - B4 1 1,79% 91,07%

Revista de Empreendedorismo e Gestão

de Pequenas Empresas – REGEPE - B4 1 1,79% 92,86% Revista Economia & Gestão - B4 1 1,79% 94,64% Gestão e Sociedade - Belo Horizonte - B5 2 3,57% 98,21%

(8)

REGE – Revista de Gestão - São Paulo - B5 1 1,79% 100,00%

TOTAL 56 100,00%

Fonte: os Autores (2016)

A amostragem analisada obteve um total de 56 artigos, na qual 17 artigos do composto do

“PB”, foram estudos provenientes de eventos da Anpad. Os periódicos, “Revista de Administração,

São Paulo, RAC, Rio de Janeiro e O&S “tiveram maior nível de relevância, com 10,71%, 8,93% e 7,14%, da produtividade dos artigos e o critério A2 foi o maior conceito dos periódicos Qualis analisados obtendo um percentual de 37,50% dos periódicos avaliados, logo contribuindo positivamente para esse estudo. Já em relação ao fator de impacto internacional averiguado na plataforma Scimago Journal &Country Rank, apenas dois periódicos forma mencionados na listagem dessa plataforma, Revista brasileira Est. Pop., Rio de Janeiro, com fator de impacto 0,205 e RBGN- Revista Brasileira de Gestão de Negócios –FECAP fator de impacto 0,192. O Brasil possui apenas 329 periódicos que compõem a plataforma internacional Scimago Journal &Country Rank e na sua maioria voltados para as ciências exatas. Identificou-se apenas 5 revistas da área Business, Management and Accounting, 7 para Econometrics and Finance e 50 para as revistas Social Sciences.

Na tabela 4, foram apresentados os autores com maior número de publicações sobre a temática sucessão familiar, ou seja, autores ordenados, que estudam e perpetuam com maior frequência esse assunto.

Tabela 4: Nome de autores por artigo publicado sobre a temática sucessão familiar

Nome do autor Frequência Absoluta Frequência Relativa Frequência Acumulada Janete Lara de Oliveira 7 3,55% 3,55%

Juvêncio Braga de Lima 7 3,55% 7,11%

Rafael Diogo Pereira 6 3,05% 10,15%

Alex Fernando Borges 5 2,54% 12,69%

Denize Grzybovski 5 2,54% 15,23%

Ana Luiza Albuquerque 4 2,03% 17,26%

Daniela Meirelles Andrade 4 2,03% 19,29% Nilda Maria de C. Pinto Guerra Leone 4 2,03% 21,32%

Carolina Lescura 3 1,52% 22,84%

Emerson AntonioMaccari 3 1,52% 24,37%

Marlene Catarina de Oliveira Lopes Melo 3 1,52% 25,89%

Outros 2 ou 1 74,11% 100,00%

Total 197 100,00%

Fonte: os Autores (2016).

Com sete trabalhos publicados e percentual de 9,58% do total de 73 artigos compostos pelo

“PB”, a Dra. Janete Lara de Oliveira possui graduação em Administração pela Universidade

FUMEC (1981), mestrado em Administração pela Universidade Federal de Minas Gerais (1987) e doutorado em Administração pela Universidade Federal de Minas Gerais (2000). É professora adjunta do Departamento de Ciências Administrativas da Universidade Federal de Minas Gerais.

(9)

Coordenou o Programa de Pós-graduação em Administração e o Centro de Pós-graduação e Pesquisas em Administração (CEPEAD) no período 2009-2013. Seus interesses de pesquisa contemplam basicamente os seguintes temas: governança e gestão de empresas familiares, estratégias gerenciais, estratégia e competitividade, estratégias corporativas, governança corporativa, entre outros.

Neste caso, por se tratar de um instrumento para o mapeamento desta bibliometria, na Tabela 5, a seguir, são apresentadas as palavras chaves localizadas nos artigos pesquisados, de acordo com a temática estudada.

Tabela 5: Palavras-chaves adotadas nos escritos sobre sucessão familiar Palavras-chave Frequência Absoluta Frequência Relativa Frequência Acumulada Empresa Familiar 49 21,59% 21,59% Sucessão familiar 27 11,89% 33,48% Não informada 19 8,37% 41,85% Processo sucessório 13 5,73% 47,58% Cultura organizacional 6 2,64% 50,22% Outras 113 49,78% 100,00% Total 227 100,00% Fonte: os autores (2016)

Para a busca de palavras chaves relaciona-se a frequências de ocorrência dessas em um dado estudo conforme a Lei de Zipf, que desenvolveu e estendeu uma lei empírica conforme observado por Estoup (1916), estabelecendo uma relação entre a posição de uma palavra e a frequência de seu aparecimento em um texto longo. No qual “r” é a posição da palavra e “f” é a frequência.

Considerando que o tema principal deste estudo é Sucessão Familiar, e que o maior número de artigos encontradas, referem-se a terminologia “Empresa Familiar”, não há surpresa em identificar que a palavra chave que mais se repete dentre os trabalhos é “Empresa Familiar”, representando 21,59% do total de 227 palavras-chaves. Em seguida destacam-se também

“Sucessão Familiar” com 11,89%. Obteve-se também um percentual de 8,37% “não informada”,

provenientes dos artigos de eventos da Anpad, os quais na sua maioria não informam. Também foi considerado um percentual de 49,78% para as demais palavras chaves evidenciadas que respectivamente apareceram menos de 5 vezes citadas nos artigos analisados.

Verificou-se uma tendência de palavras-chave relacionadas com a temática ‘Sucessão Familiar’ e ‘empresa familiar’, pulverizando para assuntos como gestão, planejamento, conflitos, herdeiros, governanças, característica organizacional entre outras respectivamente. Na Tabela 6, apresenta-se o tema central dos artigos publicados.

Tabela 6: Tema central dos artigos publicados sobre sucessão familiar

Tema Central Frequência

Absoluta Frequência Relativa Frequência Acumulada Sucessão Familiar 8 10,96% 8,22%

(10)

Empresa Familiar e as Dificuldades Enfrentadas pelos

Membros da 3ª Geração 2 2,74% 10,96%

Empresa Familiares e a profissionalização da Gestão 2 2,74% 13,00% Governança Corporativa e a Empresa Familiar 2 2,74% 19,18% Um estudo sobre o modelo de gestão e o processo sucessório

em empresas familiares 2 2,74% 21,92%

Outros 57 78,08% 100,00%

Total 73 100,00%

Fonte: os Autores (2016)

De modo geral a sucessão familiar tem sido investigada considerando o seu processo, seus dificultadores, sua governança, seu modelo de gestão, sua profissionalização. Um agrupamento de 57 artigos remetem a outros temas, todos mencionados apenas uma vez e pouco representativos para o contexto de análise deste artigo. Na Tabela 7, são identificadas as possíveis teorias ou

abordagens utilizadas para o desenvolvimento dos artigos do “PB”. Tabela 7: Teoria ou abordagem utilizada como suporte para desenvolvimento do artigo

Teoria ou abordagem Frequência Absoluta Frequência Relativa Frequência Acumulada Empresa Familiar 8 5,30% 5,30% Processo sucessório 7 4,64% 9,94% Sucessão Familiar 4 2,65% 12,59% Avaliação de Maturidade do Processo Sucessório 2 1,32% 13,91% Conceitos e características de Empresa Familiar

2 1,32% 15,23% O Modelo de Gestão, o processo de gestão

2 1,32% 16,55%

Outras 126 83,44% 100,00%

Total 151 100,00% 12,97

Fonte: os Autores (2016)

Os artigos analisados não adotaram uma teoria específica para a realização das análises. A maioria fez uso de uma abordagem teórica condizente com o assunto abordado na pesquisa descrita. Dentre as abordagens e teorias que mais se correlacionaram com o estudo sobre a temática Sucessão familiar destacam-se as seguintes: ‘Empresa Familiar’ com 5,30%. Para Gersick, Davis, Hampton e Lansberg (1997), a empresa familiar apoia-se na coexistência de três eixos ou sistemas independentes e superpostos: propriedade, família e gestão e nas inter-relações entre eles. As empresas familiares ocupam grande parte da economia brasileira, representando um total de aproximadamente 75% dentre as empresas do país (OLIVEIRA, 2006). Além disso, representam mais de 90% da quantidade de empresas privadas no Brasil (GRZESZCZESZYN; MACHADO, 2006). Contribuindo em grande parcela para o desenvolvimento socioeconômico, gerando fontes de trabalhos, oportunidades de melhoria de vida, e consequentemente o crescimento sustentável financeiro.

(11)

Na sequência, ‘Processo sucessório’ e ‘Sucessão Familiar’ com 4,64% e 2,65% respectivamente, onde segundo Leone (1992, p.12), Sucessão “É o rito de transferência do poder e do capital entre a atual geração dirigente e a que virá a dirigir”. Já para Bornholdt (2005), é preciso preparar os herdeiros para a sucessão familiar, pois o planejamento do processo sucessório contribui para uma melhor adesão dos herdeiros perante os desafios da empresa. Ainda, o percentual de 83,44%, aponta as abordagens que foram referenciadas apenas uma única vez.

As perguntas de pesquisa, os objetivos, e as conclusões abordam os problemas de pesquisa voltados à sucessão familiar e a análise dos trabalhos mapeados, permitem verificar como o tema Sucessão familiar se desdobra entre os artigos científicos, e quais são as principais constatações, limitações e sugestões para estudos futuros. No gráfico 1, é apresentado o perfil das perguntas de pesquisa dos artigos mapeadas.

Gráfico 1: Perguntas de pesquisa apresentadas pelos artigos

Fonte: os autores (2016)

O total de perguntas analisadas é de 27, num composto de 73 artigos do total do “PB”. Por outro lado, 46 artigos que corresponde 63,01%, não explicitaram as perguntas em seu problema de pesquisa, mas otimizaram em seu objetivo geral.

Verificou-se que dentre estas 27 perguntas de pesquisa, 17 que correspondem a 23,29% remetem a estudos qualitativos, pois procuram analisar, descrever e compreender algo, procurando através de uma investigação determinar um julgamento, compreender situações, descrevendo o significado dos fatos e iniciam suas perguntas com a palavra como.

Outros 9,59% artigos analisados remetem a estudos quantitativos, que procuram mencionar, calcular a quantidade, averiguar números e quais são os fatos. Percebe-se que o perfil predominante dos artigos analisados, é de análise qualitativa, o que possibilitam o entendimento dos mais variados campos ou áreas de pesquisa.

São as perguntas de pesquisas, que demonstram no estudo o problema que será abordado. É baseado nelas que os objetivos das pesquisas são elaborados. Os objetivos norteiam e orientam a pesquisa para o alcance dos dados esperados.

Através de uma análise superficial, identifica-se que o perfil predominante dos objetivos dos artigos mapeados, é de “analisar”, com 36,99%, na sequência o perfil de “identificar” com

1,37% 1,37% 1,37% 9,59% 23,29% 63,01% 0,00% 100,00% Se Em que Medida De que forma Qual/quais Como Não apresentaram pergunta de pesquisa

(12)

19,18% e em seguida “compreender” com 9,59%, investigar com 5,48%, não mencionados e discutir com 4,11%, e já ampliar, descrever e evidenciar com 2,74% e as demais colocações verbais com 1,37% se caracterizam com o propósito de apresentar, expor, refletir, contribuir, traçar, apontar, aferir, e estudar de diferenciados temas. Na tabela 8, são analisados os tipos de pesquisa mais frequentes entre os artigos do “PB”.

Tabela 8: Tipo de pesquisa desenvolvido

Tipo de pesquisa Frequência Absoluta Frequência Relativa Frequência Acumulada Qualitativa 54 73,97% 73,97% Quantitativa 2 2,74% 76,71% Mista 6 8,22% 84,93%

Não foi citado 11 15,07% 100,00%

Total 73 100,00%

Desvio Padrão da População 20,89

Fonte: Os Autores (2016)

As pesquisas classificam-se quanto a abordagem em sua maioria em qualitativas, com 73,97%, no qual, entende-se que os estudos procuram analisar e identificar uma situação, descrevendo fatos, situações e inserindo análises dos autores. As demais, destacam informações textuais, de interpretação e remetem a estudos em profundidade sobre determinadas temáticas. No entanto, observou-se um percentual de 15,07% dos artigos analisados do “PB”, que não mencionaram o tipo metodológico de pesquisa desenvolvida. Na tabela 9, identifica-se o perfil metodológico dos artigos analisados.

Tabela 9: Perfil metodológico dos artigos analisados

Perfil Metodológico Frequência Absoluta Frequência Relativa Frequência Acumulada Descritiva e exploratória 17 23,29% 23,29% Descritiva 14 19,18% 42,47% Exploratória 14 19,18% 61,64% Explicativa 1 1,37% 63,01%

Não foi citado 27 36,99% 100,00%

Total 73 100,00%

Fonte: Os autores (2016)

Considerando que nas pesquisas qualitativas, deve haver algum tipo de descrição e exploradas as respectivas abordagens, não há surpresa em observar que o perfil metodológico dos artigos analisados é descritivo e exploratório, com o total de 23,29%. Neste caso o perfil que predomina é descritivo e exploratório, o registro de um fenômeno, situação ou fator. Observou-se

também que 36,99% dos artigos que compõem o “PB”, não citaram os perfis metodológicos

(13)

Quando há uma predominância para pesquisas qualitativas, é comum o uso de entrevistas, questionários e observações, para o desenvolvimento da pesquisa, podendo assim obter dados com variáveis relevantes para a formalização da análise. Portanto, acompanhando a análise anterior, a

forma de coleta de dados mais utilizada nos artigos do “PB”, foi entrevista com 33,90%, na

sequência dados documentais com 17,80% e posteriormente observação com 15,25%, finalizando com os questionários em 11,02%.

Há alguns fatores que podem influenciar negativamente neste tipo de coleta de dados, como por exemplo, a indução à resposta do entrevistador para o entrevistado, ou no caso dos questionários, a falta de interesse pelo responsável de responder.

Entre os artigos mapeados 44,05%, tabularam seus dados com a técnica de análise de conteúdo, tendo como uma das maiores precursoras no assunto Laurence Bardin, que é professora de Psicologia na Universidade de Paris V e aplicou as técnicas de Análise de Conteúdo na investigação psicossociológica e nos estudos das comunicações de massas. O que condiz com as análises anteriores, já que para análises qualitativas deve-se descrever a realidade ou situação do estudo. Para o tratamento dos dados, foi utilizada a técnica de Estatística descritiva com 11,90% e 10,71% não mencionaram a técnica de análise dados utilizados.

Entre as principais constatações mencionadas que não houve preparação prévia para a sucessão , destaca-se as seguintes: não houve preparo a entrada, não foi discutida com antecedência, não foi bem sucedido, o sucessor não seguiu os passos do sucedido; os permissores além de não prepararem seus filhos também não se prepararam para desligarem-se da banca; foram pegos de surpresa na terceira geração; questão de gênero - as mulheres não recebem as mesmas oportunidades de participarem da sucessão; o planejamento da sucessão veio a ocorrer apenas na terceira geração; maiores problemas para prepararem-se para a terceira geração na sucessão; geração de conflitos; decisões do proprietário para com os herdeiros, as vezes os mesmos não estão de acordo; as empresas se preocupam, mas não se preparam; não planejam a sucessão; empresas menores têm predominância em não preparar seus sucessores; centralização patriarcal e fator de gênero; esvaziamento do mestre, pai permanece na sucessão; com morte do sucessor foram pegos de surpresa; divergências nas ideias entre sucessores e sucedido; capital social como fenômeno; profissionalização, mas na prática a gestão está centralizada nas mãos dos familiares; herdeiros não tem intenção de serem sucessores; preponderância de valores patriarcais; conflitos, contradições para preparação do sucessório, não houve preparação, o processo ocorreu de forma natural, governança para estruturar a empresa para capital aberto pois não houve interesse por parte dos sucedidos; a condução do processo sucessório ocorreu de forma contingencial e não planejada; cultura paternalista com uma liderança forte que personaliza o poder e dificulta o processo de profissionalização; conflitos originados das relações familiares afetam diretamente as operações da organização e atinge as relações comerciais; os negócios estão estagnados por não prepararem a sucessão;

Em síntese de modo geral as constatações, apresentam similaridade entre si, pois trata-se de empresas familiares e seus respectivos portes, onde na sua maioria envolve sentimentos, o que estreita a relação entre valores familiares e valores organizacionais, que muitas delas a sucessão é pensada sim, mas no entanto não é instalado um planejamento estruturado para com seus sucessores, e alguns casos apresentam os conflitos como prejudicial a gestão da organização, ocorrendo disputa de poder para legitimar-se.

Em síntese a maioria das constatações apontaram que o processo sucessório não é planejado em empresas de pequeno porte, pois há um desapego do dono fundador em deixar a organização, e no que tange a aspectos organizacionais, pois no processo sucessório, muitas dessas organizações

(14)

apresentam mudanças na parte cultural, o que dificulta o relacionamento com seus stakeholders, pois no passado eram acostumados com as diferentes formas de gestão dos fundadores.

De acordo com os 73 artigos compostos pelo “PB” 68,49% não mencionaram suas limitações, constatando-se que não houve limitações. Já em contrapartida 27,39% dos artigos evidenciaram limitações de ordem metodológica, compostas por falta de tempo por parte dos empresários, em responderem os questionários e entrevistas, como também restrições a nível de informações, acesso a empresas que estejam ou já passaram pelo processo de sucessão, mas que não disponibilizaram a entrada dos pesquisadores para avaliarem os seus estudos. Ainda assim, na sua maioria, os artigos citados são de perfil metodológico qualitativo baseados em estudos de casos. Já em termos de ordem de conteúdo 4,12% dos artigos analisados aparecem com possíveis limitações de estudos como a falta de aprofundamento em algumas fundamentações teóricas específicas dentro das pesquisas reportados para as empresas familiares, sejam eles de ordem antropológicos, psicanalistas ou a multiplicidade de conceitos e definições sobre empresas familiares, a amplitude temática, a falta de foco das pesquisas e a pouca utilização de estudos teóricos.

Essas limitações e fragilidades, por sua vez, representam desafios científicos, na medida em que as soluções de tais problemas podem contribuir para o avanço e desenvolvimento das futuras pesquisas. Por fim, são apresentadas as recomendações para futuros estudos na área, referente aos artigos mapeados, compostos no “PB”. Em 42,47% dos artigos mapeados não há recomendações para futuros estudos e 57,53% mencionaram recomendações para investigações científicas vindouras. As principais oportunidades mencionadas pelos autores do “PB”, para futuros estudos, dentro da temática, destacam as seguintes sugestões: Melhorar a compreensão da dimensão sócio empresarial que envolve a sucessão na empresa familiar; Planejamento da troca de comando, para possíveis desgastes emocionais; Estudos abordando situações conflituosas; Estudos abordando representações familiares; Resistência dos membros da organização em relação a mudanças; Pesquisas mais amplas sobre a sucessão em diferentes portes e segmentos de empresas familiares; Discutir sobre a questão de gênero com diferentes olhares; Aprofundar estudos como se opera a questão sucessória junto aos coadjuvantes do processo; Futuras pesquisas de gênero, observando o aumento do número de mulheres nas empresas; Ampliação das pesquisas com números de empresas que passam pelo processo de sucessão; Estudar o processo de gestão após a ocorrência da sucessão; Confrontar a governança corporativa entre empresas familiares e empresas de capital aberto; Estudos que enfocam o planejamento no aspecto do processo sucessório específico; Dificuldades enfrentadas pela 3ª geração e Aprofundamento na rivalidade entre irmãos; a escolha entre seguir o negócio da família e trilhar um caminho “solo”; realizar um acompanhamento do processo sucessório de várias empresas no decorrer dos anos e comparar a diferença entre a formação da carreira dos sucessores de gerações diferentes; entrevistar as esposas dos herdeiros para identificar as perspectivas futuras quanto a seus filhos na empresa da família, como também a visão da empresa herdada pelo marido; acompanhar a forma como estas crianças são conduzidas ou não e partilhar o sonho em comum da empresa percebendo como a imagem da empresa e da família é passada nas gerações sucessoras fazendo uma relação entre estes fatores e a permanência destas empresas familiares no mercado.

Observou-se que a maior parte das recomendações analisadas se reportam a assuntos e abordagens semelhantes, relacionadas a sentimentos, emoções, conflitos, disputas, gênero, planejamento para a sucessão, características de diferentes portes e segmentos, mas com objetivos semelhantes de dar continuidade a organização, estudando as futuras gerações herdeiras e o

(15)

processo de gestão após a sucessão. Fica evidenciado que essas recomendações se reportam acentuadamente a aspectos internos institucionais.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O tema sucessão familiar vem sendo objeto de estudo da área organizacional desde a década de 50. Com o início da pesquisa de Christensen (1953), no entanto, num contexto geral, os resultados indicam que a sucessão familiar, é um tema pouco abordado em pesquisas científicas brasileiras. Os artigos científicos disponíveis em bases nacionais evidenciam mais os temas relacionados a empresa familiar.

Os resultados, de modo geral, apontam para a importância de dar continuidade a pesquisar sobre o tema sucessão familiar, preparando os seus herdeiros, avaliando as consequências dos conflitos gerados, as vantagens e desvantagens do processo e discorrendo como ocorre o processo sucessório na sua integralidade, evidenciado assim os autores que abordam essa temática e, diante disso, contribuindo teoricamente com o sucesso das empresas familiares. Sobretudo, a profissionalização da gestão e a criação de uma estrutura de governança transparente e eficiente.

O objetivo principal desta pesquisa foi de analisar os artigos que foram publicados no período de 2004 a 2015 e que versam sobre processo sucessório. O perfil mapeado permite destacar que 38,36% foram publicados em periódicos de alto impacto (qualis A2 e B1); as palavras-chaves mais citadas nos artigos analisados foram sucessão familiar, sucessão e sucessório; a ênfase dos estudos analisados encontra-se na análise do processo sucessório, das dificuldades, da profissionalização da gestão e da governança corporativa. Além disso, 63,01% dos estudos analisados não explicitam a pergunta de pesquisa. Daqueles que descrevem a pergunta de pesquisa 23,29% iniciam a pergunta com o termo como. Analisar, identificar e compreender são os principais verbos adotados pelo elaborar o objetivo geral do estudo. Quanto a abordagem de pesquisa 73,97% dos estudos são qualitativos. Com relação aos procedimentos 23,29% são descritivos e exploratórios. A realização de entrevistas e a análise documental foram as principais fontes de coleta de dados dos estudos analisados e 44,05% dos estudos realizaram a análise de conteúdo. Predominaram a apresentação de limitações de ordem metodológica – presentes em 27,39% dos artigos analisados.

No que diz respeitos as principais constatações, evidenciou-se que as mesmas apresentam similaridade entre si, pois trata-se de empresas familiares com seus respectivos portes, onde na sua maioria envolve sentimentos representativos e que envolve a relação entre valores familiares e valores organizacionais, sendo que em muitas delas a sucessão é pensada, mas, no entanto, não é instalado um planejamento estruturado para com os seus sucessores. Alguns casos apresentam os conflitos como prejudiciais a gestão da organização, ocorrendo disputa de poder para legitimar-se.

Entre as principais limitações, foram evidenciadas limitações de ordem metodológicas, compostas por falta de tempo por parte dos empresários em responderem os questionários e entrevistas, e até mesmo restrições de informações e acesso a empresas que estejam ou já passaram pelo processo de sucessão, mas que não disponibilizaram a entrada para os pesquisadores, para que os mesmos tornassem os seus estudos mais coerentes. Também se verificou a falta de aprofundamento em algumas fundamentações teóricas específicas para o aprofundamentos das pesquisas reportadas para as empresas familiares, sejam eles de ordem antropológicas, psicanalistas ou com multiplicidade de conceitos e definições sobre empresas familiares, a amplitude temática, a falta de foco das pesquisas, ou a pouca utilização de estudos teóricos.

(16)

Em relação as recomendações de futuros estudos, entre as principais sugestões podem ser destacadas as seguintes: melhorar a compreensão da dimensão sócio empresarial que envolve a sucessão na empresa familiar; planejamento da troca de comando, para diminuição de possíveis desgastes emocionais; estudos abordando situações conflituosas; estudos abordando sobre representações familiares; resistência dos membros da organização em relação as mudanças; pesquisas mais amplas sobre a sucessão em diferentes portes e segmentos de empresas familiares; discutir sobre a questão de gênero sobre outros olhares; aprofundar estudos de como se opera a questão sucessória junto aos coadjuvantes do processo; futuras pesquisas de gênero, já que vem aumento o número de mulheres nas empresas; ampliar as pesquisas com números maiores de empresas que passam pelo processo de sucessão; estudar o processo de gestão após a ocorrência da sucessão; confrontar governança corporativa entre empresas familiares e empresas de capital aberto; estudos que enfocam o planejamento no aspecto do processo sucessório especifico; dificuldades enfrentadas pela 3ª geração; aprofundamento da rivalidade entre irmãos; a escolha entre seguir o negócio da família e trilhar um caminho “solo”; realizar um acompanhamento do processo sucessório de várias empresas no decorrer dos anos e comparar a diferença entre a formação da carreira dos sucessores de gerações diferentes, entre outras.

A pesquisa contribuiu para verificar as deficiências de estudos que versam sobre a temática sucessão familiar e processo sucessório em empresas familiares, identificando a importância e a representatividade das empresas familiares para a economia brasileira, e para todos os beneficiados delas a sua volta ou seja seus stakeholders.

Quanto a limitação desse estudo há o uso de base de dados de artigos publicados em periódicos e também da base Anpad que publica artigos do principal evento científico de administração do Brasil – mas que é entendida por alguns pesquisadores como sendo estudos embrionários e incompletos. A mistura das diferentes bases de dados pode ser considerada uma limitação, já que os artigos mapeados na Anpad podem ser considerados incompletos, na percepção de alguns cientistas.

Por fim, neste estudo investigou-se somente um pequeno extrato denominado de portfólio bibliográfico, na intenção de compreender melhor como ocorre o processo sucessório em empresas familiares. Recomenda-se para futuros estudos a ampliação do número de pesquisas na intenção de aprofundar o debate sobre questões cientificamente relevantes. Também, realizar a comparação da produção científica brasileira com a internacional, apontando as principais fragilidades em nossos estudos, os avanços centrais a serem realizados e especificidades do contexto brasileiro que poderiam ser abordados em pesquisas futuras. E a elaboração de uma agenda de pesquisa que evidencie as principais potencialidades de investigações para estudos relacionados as temáticas sucessão familiar e processo sucessório.

REFERÊNCIAS

ADACHI, P. P. Família S.A.: gestão de empresa familiar e soluções de conflitos. São Paulo: Atlas, 2006.

BARDIN, L. Análise de conteúdo. São Paulo: edições 70, 2009.

BARACH, J.A.; GANITSKY, J.B. Successful succession in family business. Family Business Review, 1995, 8(2), 131–155.

BETHLEM, A. Estratégia Empresarial: Conceito, Processos e Administração Estratégica. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1999.

(17)

CAPELÃO, L. G. F.; MELO, M. C. de O. L. Relações de Poder no Processo de Sucessão em Empresa Familiar: o caso das Indústrias Filizola S.A. In: ENCONTRO DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO, 25, 2001, Campinas. Anais... Campinas: ANPAD, 2001.

DYCK, B., MAUWS, M., STARKE, F.A., & MISCHKE, G.A. Passing the baton: The

importance of sequence, timing, technique and communication in executive succession. Journal of Business Venturing, 2002, 17, 143–162.

CHRISTENSEN, C. R. Management succession in small and growing enterprises. Boston: Harvard University, 1953.

ESTOUP, J. B., Gammes sténographique, París, Institut Sténographique, 1916. GERBER, J. Z., et al. ORGANIZAÇÃO DE REFERENCIAIS TEÓRICOS SOBRE

DIAGNÓSTICO PARA A PREVISÃO DE DEMANDA-Organizing Theoretical Frameworks on Diagnosys for Demand Forecasting.GESTÃO. Org-Revista Eletrônica de Gestão

Organizacional, 2013, 11.1.

GERSICK, K. E.; LANSBERG, I.; DAVIS, J. A.; HAMPTON, M. M. De geração para geração, ciclos de vida das empresas familiares. São Paulo: Negócios, 1997.

GRZESZCZESZYN, G.; MACHADO, H. V. Empreendedorismo e empresas familiares: reflexões sobre a pesquisa. In: SEMEAD – SEMINÁRIOS EM ADMINISTRAÇÃO. 9., 2006, São Paulo, Anais...São Paulo: USP, 2006.

HANDLER, W.C. & KRAM, K.E. Succession in family firms: The problem of resistance. Family Business Review, 1(4), 361–381. 2004.

HARTMANN, J. Empresa Familiar: Negócio em Extinção? Empreendedor Oportunidades de Negócios. Mulher de Negócios. Vol. 2 Nº25, p. 48, Novembro/1997 Interview no. 170 pág 43 Fev. 94.

IP, B.; JACOBS, G. Business succession planning: a review of the evidence. Journal of Small Business and Enterprise Development, v. 13, n. 3, p. 26, 2006.

LANSBERG, I. Succeeding generations: Realizing the dream of families in business. Boston: Harvard Business Press, 1999.

LEONE, N. A. A sucessão não é tabu para os dirigentes da PME. In: Enanpad, 1991, Belo Horizonte. Anais... Belo Horizonte, p 243-247. 1991.

LEONE, N. M. de C. P. G. Sucessão na empresa familiar: preparando as mudanças para garantir sobrevivência no mercado globalizado. São Paulo: Altas, 2005.

LODI, J. B. A empresa familiar. 5. ed. São Paulo: Pioneira, 1998 OLIVEIRA, D. de P. R. de. Empresa familiar. São Paulo: Atlas, 1999. OLIVEIRA, D. de P. R. Empresa familiar: como fortalecer o

empreendimento e otimizar o processo sucessório. 2.ed. São Paulo: Atlas, 2006. PWC, Pesquisa global sobre empresas Familiares. Disponível em: <

http://www.pwc.com.br/pt/publicacoes/setores-atividade/pcs/2014/empresas-familiares-2014.html Acesso em: 15 mai. 2016.

SEBRAE, Empresas familiar. Disponível em: <http://www.sebrae.com.br/empresafamiliar>. Acesso em: 30 set. 2015.

SHARMA, P., CHRISMAN, J. J., PABLO A. L., & CHUA, J. H. Determinants of initial

satisfaction with the succession process in family firms: A conceptual model. Entrepreneurship Theory and Practice, 25(3), 17–35. 2001.

WHATLEY, L. A new model for family owned business succession. Organization

Referências

Documentos relacionados

Código e Descrição Qtde e Valor de Venda Código e Descrição fato_vendas dim_produto dim_fornecedor Gerar Consultas Dinâmicas Gerência. Interface de Consulta Código e

Pileus cor clara de canela, manchado de escuro; focinho creme, imaculado, até margem anterior do frontal, este com mancha preta cen- tral; mancha supralabial branca, alon- gada

Jerônimo Monteiro, 348, Centro,

Assim as características de um polímero PU dependem diretamente da natureza do isocianato e do poliól utilizados na síntese, podendo ser preparados para aplicações

O scanner automotivo MaxiDAS DS808 foi pensado para fornecer a melhor experiência em usabilidade, baseando-se no sistema operacional Android e com uma ampla capacidade

O aproveitamento das competências essenciais depende da capacidade da empresa em promover a integração, comunicação e a cooperação entre as áreas (CARLETO et al., 2005). Uma

O aproveitamento das competências essenciais depende da capacidade da empresa em promover a integração, comunicação e a cooperação entre as áreas (CARLETO et al., 2005). Uma

Esta forma de executar a contabilidade, onde o julgamento está intensamente presente, traz à tona a preocupação sobre o preparo dos profissionais e com o entendimento de