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LITERATURA CONTEMPORÃNEA

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Academic year: 2021

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Página 1 de 8 1. (Unesp 2016) Nenhum dos filmes que vi, e me divertiram tanto, me ajudou a compreender o labirinto da psicologia humana como os romances de Dostoievski – ou os mecanismos da vida social como os livros de Tolstói e de Balzac, ou os abismos e os pontos altos que podem coexistir no ser humano, como me ensinaram as sagas literárias de um Thomas Mann, um Faulkner, um Kafka, um Joyce ou um Proust. As ficções apresentadas nas telas são intensas por seu imediatismo e efêmeras por seus resultados. Prendem-nos e nos desencarceram quase de imediato, mas das ficções literárias nos tornamos prisioneiros pela vida toda. Ao menos é o que acontece comigo, porque, sem elas, para o bem ou para o mal, eu não seria como sou, não acreditaria no que acredito nem teria as dúvidas e as certezas que me fazem viver.

(Mario Vargas Llosa. “Dinossauros em tempos difíceis”. www.valinor.com.br. O Estado de S.

Paulo, 1996. Adaptado.)

Segundo o autor, sobre cinema e literatura é correto afirmar que

a) a ficção literária é considerada qualitativamente superior devido a seu maior elitismo intelectual.

b) suas diferenças estão relacionadas, sobretudo, às modalidades de público que visam atingir. c) as obras literárias desencadeiam processos intelectualmente e esteticamente formativos. d) a escrita literária apresenta maior afinidade com os padrões da sociedade do espetáculo. e) as duas formas de arte mobilizam processos mentais imediatos e limitados ao

entretenimento.

2. (Unicamp 2016) No livro Veneno Remédio - o futebol e o Brasil (São Paulo: Companhia das Letras, 2008, p. 14), o músico, compositor e ensaísta José Miguel Wisnik afirma que o futebol se tornou uma espécie de “língua geral”, válida para todos, que põe “em contato as populações de todos os continentes”. Leia a seguir dois trechos em que o autor explora essa analogia: “(...) Nada nos impede de dizer que os lances criativos mais surpreendentes não dispensam a prosa corrente do ‘arroz com feijão’ do jogo, necessário a toda partida. Ou de constatar, na literatura como no futebol, que a ‘prosa’ pode ser bela, íntegra, articulada e fluente, ou burocrática e anódina, e a ‘poesia’, imprevista, fulgurante e eficaz, ou firula retórica sem nervo e sem alvo.

(...) o futebol é o esporte que comporta múltiplos registros, sintaxes diversas, estilos diferentes e opostos, e gêneros narrativos, a ponto de parecer conter vários jogos dentro de um único jogo. A sua narratividade aberta às diferenças terá relação, muito possivelmente, com o fato de ter se tornado o esporte mais jogado no mundo, como um modelo racional e universalmente acessível que fosse guiado por uma ampla margem de diversidade interna, capaz de absorver e expressar culturas.”

a) O autor vê o futebol como formas de “prosa” e de “poesia”. Embora ambas as formas sejam consideradas necessárias, cada uma tem um lado negativo. Indique-os.

b) Apresente dois argumentos por meio dos quais o autor justifica sua afirmação de que o futebol é uma espécie de “língua geral”.

3. (Unicamp 2016) O poema abaixo é de autoria de Manoel de Barros e foi publicado no Livro

sobre nada, de 1996.

“A ciência pode classificar e nomear todos os órgãos de um sabiá mas não pode medir seus encantos.

A ciência não pode calcular quantos cavalos de força existem nos encantos de um sabiá. Quem acumula muita informação perde o condão de adivinhar: divinare.

Os sabiás divinam”.

(2)

Página 2 de 8 a) No poema há uma estrutura típica de provérbios com uma finalidade crítica. Aponte duas

características dessa estrutura.

b) Considerando que o poeta joga com os sentidos do verbo “adivinhar” e da sua raiz latina

divinare, justifique o neologismo usado no último verso.

4. (Unicamp 2016) Considere que uma das funções da comédia é corrigir os costumes ou criticar os valores de uma sociedade em um período histórico. O cômico em Lisbela e o

prisioneiro é

a) progressista, porque as ações dramáticas das personagens afrontam a ordem policial e familiar e revelam a inconsistência moral dessa ordem.

b) liberal, porque visa a restaurar a ordem hierárquica das personagens de classe social superior em um mundo marcado por corrupção moral e religiosa.

c) radical, porque Citonho e Lisbela planejam a fuga dos presos, rompendo com o pacto da autoridade policial e com a norma do casamento monogâmico.

d) revolucionário, porque Frederico Evandro encarna a figura do justiceiro que desmoraliza a autoridade corrupta e os falsos sentimentos.

TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 4 QUESTÕES:

Instruções: Leia atentamente o texto abaixo para responder à(s) quest(ões). O tempo e suas medidas

1

O homem vive dentro do tempo, o tempo que ele preenche, mede, avalia, ama e teme. Para marcar a passagem e as medidas do tempo, inventou o relógio. A palavra vem do latim horologium, e 2se refere a um quadrante do céu que os antigos aprenderam a observar para se orientarem no tempo e no espaço. 3Os artefatos construídos para medir a passagem do tempo sofreram ao longo dos séculos uma grande evolução. No início 4o Sol era a referência natural para a separação entre o dia e a noite, mas depois os relógios solares foram seguidos de outros que vieram a utilizar o escoamento de líquidos, de areia, ou a queima de fluidos, até chegar aos dispositivos mecânicos que originaram as pêndulas. 5Com a eletrônica, surgiram os relógios de quartzo e de césio, aposentando os chamados “relógios de corda”. O mostrador digital que está no seu pulso ou no seu celular tem muita história: tudo teria começado com a haste vertical ao sol, que projetava sua sombra num plano horizontal demarcado. 6A ampulheta e a clepsidra são as simpáticas bisavós das atuais engenhocas eletrônicas, e até hoje intrigam e divertem crianças de todas as idades.

7

Mas a evolução dos maquinismos humanos 8que dividem e medem as horas não suprimiu nem diminuiu a preocupação dos homens com o Tempo, 9essa entidade implacável, sempre a lembrar a condição da nossa mortalidade. Na mitologia grega, o deus Chronos era o senhor do tempo que se podia medir, por isso chamado “cronológico”, 10a fluir incessantemente. No entanto, 11a memória e a imaginação humanas criam tempos outros: uma autobiografia recupera o passado, a ficção científica pretende vislumbrar o futuro. No Brasil, muito da força de um 12José Lins do Rego, de um Manuel Bandeira ou de um Pedro Nava vem do memorialismo artisticamente trabalhado. A própria história nacional 13sofre os efeitos de uma intervenção no passado: escritores românticos, logo depois da Independência, sentiram necessidade de emprestar ao país um passado glorioso, e recorreram às idealizações do Indianismo.

No cinema, uma das homenagens mais bonitas ao tempo passado é a do filme Amarcord (“eu me recordo”, em dialeto italiano), do cineasta Federico Fellini. São lembranças pessoais de uma época dura, quando o fascismo crescia e dominava a Itália. Já um tempo futuro terrivelmente sombrio é projetado no filme “Blade Runner, o caçador de androides”, do diretor Ridley Scott, no cenário futurista de uma metrópole caótica.

Se o relógio da História marca tempos sinistros, o tempo construído pela arte abre-se para a poesia: o tempo do sonho e da fantasia arrebatou multidões no filme O mágico de Oz estrelado por Judy Garland e eternizado pelo tema da canção Além do arco-íris. Aliás, a arte da música é, sempre, uma habitação especial do tempo: as notas combinam-se, ritmam e produzem melodias, adensando as horas com seu envolvimento.

São diferentes as qualidades do tempo e as circunstâncias de seus respectivos relógios: há o “relógio biológico”, que regula o ritmo do nosso corpo; há o “relógio de ponto”, que controla a presença do trabalhador numa empresa; e há a necessidade de “acertar os relógios”, para combinar uma ação em grupo; há o desafio de “correr contra o relógio”,

(3)

Página 3 de 8 obrigando-nos à pressa; e há quem “seja como um relógio”, quando extremamente pontual.

14

Por vezes barateamos o sentido do tempo, 15tornando-o uma espécie de vazio a preencher: é quando fazemos algo para “passar o tempo”, e apelamos para um jogo, uma brincadeira, um “passatempo” como as palavras cruzadas. Em compensação, nas horas de grande expectativa, queixamo-nos de que “o tempo não passa”. “Tempo é dinheiro” é o lema dos capitalistas e investidores e dos operadores da Bolsa; e é uma obsessão para os atletas olímpicos em busca de recordes.

Nos relógios primitivos, nos cronômetros sofisticados, nos sinos das velhas igrejas, no pulsar do coração e da pressão das artérias, a expressão do tempo se confunde com a evidência mesma do que é vivo. No tic-tac da pêndula de um relógio de sala, na casa da avó, os netinhos ouvem inconscientemente o tempo passar. O Big Ben londrino marcou horas terríveis sob o bombardeio nazista. Na passagem de um ano para outro, contamos os últimos dez segundos cantando e festejando, na esperança de um novo tempo, de um ano melhor. (Péricles Alcântara, inédito)

5. (Puccamp 2016) O autor,

a) na oração inicial, apresenta o assunto do texto, sendo que, no segmento o tempo que ele

preenche, mede, avalia, ama e teme, circunscreve o tipo de tempo sobre o qual ele vai

dissertar.

b) ao mencionar a origem da palavra “relógio”, logo no primeiro parágrafo, manifesta o compromisso de apresentar seus dados fundamentado em pesquisas etimológicas, como comprova ao tratar do cinema.

c) desenvolvendo o texto por meio do paralelo entre distintas qualidades do tempo e distintos artefatos para medi-lo, realiza esse confronto respeitando a cronologia da criação dos instrumentos e sua precisa descrição.

d) ao argumentar citando campos do conhecimento humano como literatura, cinema, música, história, e, em seguida, mencionar “Tempo é dinheiro”, denota opinião negativa sobre quem tem obsessão por esse lema.

e) caracterizando o tempo como algo a ser preenchido, faz ver que ele, em sua dimensão cronológica – associado a tempos esperançosos ou terríveis −, ou em sua dimensão imaginária, está inseparavelmente ligado à vida.

6. (Puccamp 2016) O texto motivou a construção das frases abaixo, que devem ser consideradas independentes dele. A formulação que atende à clareza e à norma-padrão escrita é:

a) Ainda que indispensável, como a vida contemporânea comprova à exaustão, os relógios acabam sendo símbolo de opressão e correria no mundo atual.

b) A peça (um relógio de quartzo), à qual se fez menção na aula, foi desmontada pelo tutor dos técnicos mais experientes, que queria demonstrar com minúcias a montagem do artefato. c) Pelo que diz-se nos textos especializados, devem haver, mesmo, diferentes qualidades do

tempo e das circunstâncias de seus respectivos relógios, em que todos devem dar atenção. d) Se o fotógrafo vir até aqui e não encontrar o responsável pela vitrine de relógios raros, será excessão se não abandonar o projeto e dar o contrato por encerrado, sem mesmo se despedir.

e) Continui ou não a polêmica sobre a relevância da adoção do horário de verão no país, é certo: que não é implantado sem prejuízo do nosso “relógio biológico”.

7. (Puccamp 2016) Sobre o que se tem no parágrafo 2, em seu contexto, é correto afirmar: a) (referência 7) O emprego da conjunção Mas sinaliza que um auxílio para que os homens

lidassem melhor com o Tempo poderia ser esperado da evolução dos citados maquinismos; essa ajuda não se efetivou .

b) (referência 8) Se o segmento que dividem e medem as horas fosse apresentado entre vírgulas, o sentido e a correção originais não seriam prejudicados.

c) (referência 11) Para provar que o tempo da autobiografia e o tempo da ficção científica são diferentes entre si, o autor usou a expressão tempos outros.

d) (referência 10) A substituição de a fluir incessantemente por “se fluísse incessantemente” não prejudica o sentido original.

(4)

Página 4 de 8 e) (referência 12) O que justifica a aproximação entre José Lins do Rego, Manuel Bandeira e

Pedro Nava é o fato de todos serem autores brasileiros relevantes.

8. (Puccamp 2016) Considere o exposto em I, II e III.

I. No cinema, uma das homenagens mais bonitas ao tempo passado é a do filme Amarcord [...], do cineasta Federico Fellini. São lembranças pessoais de uma época dura, quando o

fascismo crescia e dominava a Itália. Seria compatível com o texto, no caso de agrupamento

dos dois períodos num só, a substituição do segmento sublinhado por “Fellini, apesar de serem”.

II. Em Com a eletrônica, surgiram os relógios de quartzo e de césio, aposentando os chamados

“relógios de corda”, a substituição do segmento destacado por “que teriam aposentado” não

prejudica o sentido original.

III. Em O mostrador digital que está no seu pulso ou no seu celular tem muita história: tudo teria

começado com a haste vertical ao sol, que projetava sua sombra num plano horizontal demarcado. A ampulheta e a clepsidra são as simpáticas bisavós das atuais engenhocas eletrônicas..., o pronome tudo, que expressa a ideia de totalidade, está posicionado antes

do elemento a que ele remete.

Está correto o que se afirma APENAS em a) I.

b) II. c) III. d) I e II. e) II e III.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

Atenção: A(s) quest(ões) a seguir remetem ao parágrafo abaixo, em seu contexto.

Se o relógio da História marca tempos sinistros, o tempo construído pela arte abre-se para a poesia: o tempo do sonho e da fantasia arrebatou multidões no filme O mágico de Oz estrelado por Judy Garland e eternizado pelo tema da canção Além do arco-íris. Aliás, a arte da música é, sempre, uma habitação especial do tempo: as notas combinam-se, ritmam e produzem melodias, adensando as horas com seu envolvimento.

9. (Puccamp 2016) Considere o parágrafo e o verbete extraído do Dicionário eletrônico Houaiss da língua portuguesa.

- aliás advérbio

1. de outro modo, de outra forma

Ex.: sempre ajudou o filho, a. seria mau pai se não o fizesse 2. além disso

Ex.: a., não era a primeira sujeira que ele fazia

3. emprega-se em seguida a uma palavra proferida ou escrita por equívoco; ou melhor, digo Ex.: estávamos em março, a., abril

4. seja dito de passagem; verdade seja dita; a propósito Ex.: não aceitou o emprego, que a. é muito cobiçado 5. no entanto, contudo

Ex.: andar muito é cansativo, sem, a., deixar de ser saudável

O sentido preciso com que a palavra aliás foi empregada no texto está indicado em a) 3. b) 2. c) 5. d) 4. e) 1.

(5)

Página 5 de 8 TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES:

Para responder à(s) questão(ões), leia o texto abaixo.

Seria ingenuidade procurar nos provérbios de qualquer povo uma filosofia coerente, uma arte de viver. É coisa sabida que a cada provérbio, por assim dizer, responde outro, de sentido oposto. A quem preconiza o sábio limite das despesas, porque “vintém poupado, vintém ganhado”, replicará o vizinho farrista, com razão igual: “Da vida nada se leva”. (...)

Mais aconselhável procurarmos nos anexins não a sabedoria de um povo, mas sim o espelho de seus costumes peculiares, os sinais de seu ambiente físico e de sua história. As diferenças na expressão de uma sentença observáveis de uma terra para outra podem divertir o curioso e, às vezes, até instruir o etnógrafo.

Povo marítimo, o português assinala semelhança grande entre pai e filho, lembrando que “filho de peixe, peixinho é”. Já os húngaros, ao formularem a mesma verdade, não pensavam nem em peixe, nem em mar; ao olhar para o seu quintal, notaram que a “maçã não cai longe da árvore”.

Paulo Rónai, Como aprendi o português e outras aventuras.

10. (Fuvest 2016) No texto, a função argumentativa do provérbio “Da vida nada se leva” é expressar uma filosofia de vida contrária à que está presente em “vintém poupado, vintém ganhado”. Também é contrário a esse último provérbio o ensinamento expresso em:

a) Mais vale pão hoje do que galinha amanhã. b) A boa vida é mãe de todos os vícios. c) De grão em grão a galinha enche o papo. d) Devagar se vai ao longe.

e) É melhor prevenir do que remediar.

11. (Fuvest 2016) Considere as seguintes afirmações sobre os dois provérbios citados no terceiro parágrafo do texto.

I. A origem do primeiro, de acordo com o autor, está ligada à história do povo que o usa. II. Em seu sentido literal, o segundo expressa costumes peculiares dos húngaros.

III. A observação das diferenças de expressão entre esses provérbios pode, segundo o pensamento do autor, ter interesse etnográfico.

Está correto apenas o que se afirma em a) I.

b) II. c) III. d) I e II. e) I e III.

(6)

Página 6 de 8 Gabarito:

Resposta da questão 1: [C]

[Resposta do ponto de vista da disciplina de Português]

É correta a opção [C], pois, no último período do texto, Mario Vargas Llosa afirma que a literatura é elemento fundamental para a sua formação: “sem elas, para o bem ou para o mal, eu não seria como sou, não acreditaria no que acredito nem teria as dúvidas e as certezas que me fazem viver”.

[Resposta do ponto de vista da disciplina de Sociologia]

A análise sociológica possível de ser feita em consonância com o argumento do texto é considerar a leitura de obras literárias um elemento de socialização. Assim, a única alternativa que está de acordo com essa linha argumentativa é a [C], dado que todo processo de formação é também um processo de socialização.

Resposta da questão 2:

a) Segundo José Miguel Wisnik, tanto a prosa quanto a poesia podem apresentar marcas negativas. A primeira pode seguir automaticamente regras e procedimentos sem entusiasmo e criatividade e a segunda, usar floreio de palavras, com linguagem vazia de conteúdo que não desperte emoção.

b) O fato de o futebol seguir regras entendidas racionalmente em qualquer contexto cultural e ser praticado em quase todo o mundo permite que as diferenças culturais se diluam e

configurem uma espécie de código linguístico comum e universal. Resposta da questão 3:

a) Os provérbios são textos sucintos, ricos em imagens, que expressam suposta sabedoria popular e com sonoridade agradável, fator essencial na sua difusão e sua memorização. O verso “Quem acumula muita informação perde o condão de adivinhar: divinare” contém ritmo marcante realçado na rima interna dos termos “informação” e “condão”, a aliteração na consoante “m” (acumula muita informação) e a assonância na vogal “u” (acumula muita ). b) O neologismo “divinar” remete ao verbo latino divinare, que significa intuir, por meios

sobrenaturais ou por astúcia, fatos desconhecidos ou ocultos do presente, passado e futuro. Ao contrário do ser humano que busca explicações através da ciência, desvalorizando assim a sua intuição primitiva, os sabiás conservariam o dom de adivinhar, pois são seres guiados pelo instinto natural como se orientados por entidades divinas.

Resposta da questão 4: [A]

Lisbela e Leléu contrariam as normas de uma sociedade patriarcal, pois a personagem feminina contraria a vontade do pai, autoritário e machista e, ao invés de casar com o Dr. Noémio, rebela-se para se ligar a um prisioneiro. Ao enfrentar o pai, militar responsável pela cadeia de Vitória de Santo Antão, Lisbela desmascara a hipocrisia social, visível nos

comportamentos de outros personagens como Inaura, uma mulher casada e sedutora que trai o marido, valentão e matador e o Cabo Citonho, sempre pronto a satisfazer os seus

apetites. Assim, a comédia “Lisbela e o prisioneiro” cumpre a sua função de criticar os valores da sociedade, assumindo uma postura progressista, como se afirma em [A].

Resposta da questão 5: [E]

Péricles Alcântara discorre sobre a preocupação dos homens em mensurar o Tempo, criando maquinismos que dividem e medem as horas, na obsessão de controlar cronologicamente os períodos a que o ser humano está sujeito pela sua condição de mortal. Mas a memória e a imaginação encarregam-se também de medir o Tempo de forma subjetiva, o que é registrado, muitas vezes, nos mais diversos gêneros artísticos. Assim, é correta a opção [E], pois o tempo,

(7)

Página 7 de 8 em sua dimensão cronológica ou em sua dimensão imaginária, está inseparavelmente ligado à vida.

Resposta da questão 6: [B]

As frases das opções [A], [C], [D] e [E] apresentam desvio ao padrão da norma culta, devendo ser substituídas por

[A] Ainda que indispensáveis, como a vida contemporânea comprova à exaustão, os relógios acabam sendo símbolo de opressão e correria no mundo atual.

[C] Pelo que se diz nos textos especializados, deve haver, mesmo, diferentes qualidades do tempo e das circunstâncias de seus respectivos relógios, a (ao) que todos devem dar atenção.

[D] Se o fotógrafo vier até aqui e não encontrar o responsável pela vitrine de relógios raros, será exceção se não abandonar o projeto e der o contrato por encerrado, sem mesmo se despedir.

[E] Continue ou não a polêmica sobre a relevância da adoção do horário de verão no país, é certo que não será implantado sem prejuízo do nosso “relógio biológico”.

Resposta da questão 7: [A]

As opções [B], [C], [D] e [E] são incorretas, pois

[B] Se o segmento que dividem e medem as horas fosse apresentado entre vírgulas, o sentido e a correção originais seriam prejudicados, pois a oração adjetiva restritiva passaria a explicativa, atribuindo à expressão “mecanismos humanos” um caráter genérico;

[C] o autor usou a expressão tempos outros para se referir a outro tipo de medição do tempo que não a cronológica, ou seja, a que pode ser medida subjetivamente;

[D] a introdução da conjunção subordinativa “se” emprestaria à oração uma ideia de condição, alterando o sentido original;

[E] o que justifica a aproximação entre os escritores José Lins do Rego, Manuel Bandeira e Pedro Nava é o fato de todos terem desenvolvido narrativas literárias baseadas em suas recordações pessoais ou em memórias de uma época.

Assim, é correta apenas [A]. Resposta da questão 8:

[A]

Apenas a primeira proposição é correta. Na segunda, a substituição da oração reduzida de gerúndio pela subordinada adjetiva restritiva não respeita o tempo verbal, sendo que o correto seria “aposentaram”. Na terceira, o pronome “tudo” refere-se a “muita história”, posicionado, portanto, depois do elemento a que ele remete. Assim, é correta a opção [A].

Resposta da questão 9: [D]

No início do último período do excerto, o advérbio “aliás” introduz, por associação instantânea de ideias, um pensamento que, provocado por situação presente, evoca outro que confirma e reforça a tese defendida, significando “por falar nisso”, “a propósito”, “por sinal”. Assim, é correta a opção [D].

Resposta da questão 10: [A]

(8)

Página 8 de 8 O provérbio da opção [A] enfatiza a importância do ato momentâneo, oposto ao que se infere de “vintém poupado, vintém ganhado”, que visa à economia no presente como estratégia para atender a necessidades no futuro.

Resposta da questão 11: [E]

A proposição II é incorreta, pois o ditado a “maçã não cai longe da árvore” não faz referência a costumes peculiares dos húngaros, apenas sugere, conotativamente, a semelhança entre pai (árvore) e filho (maçã). Como as demais são corretas, é válida a opção [E].

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