CONQUISTA E COLONIZAÇÃO
DE SERGIPE
Fazenda no povoado Milagres-Ribeirópolis/SE.
Foto do autor: Serra de
Em se tornando província foram instalados o governo e os partidos
políticos então designados de Liberal e Corcunda. O Partido Corcunda era composto por senhores de engenho e portugueses a eles ligados e residentes em Sergipe.
O Partido Liberal era formado por senhores do gado, embora fosse
o predileto dos habitantes urbanos que alimentavam grande sentimento anti-lusitano. As eleições eram marcadas pela violência e pela fraude : “Perseguições, assassinatos, raptos, uso de força policial, falsificação de documentos e outros crimes que
ficaram impunes, valia tudo para ganhar a eleição” . Essa
truculência estendia-se aos homens livres pobres, escravos, dentre outros.
Em 1836 um fato marcou a história política local. O Partido Corcunda
visando não se lograr perdedor das eleições da época, promoveu uma adulteração em documentos e invadiu a Vila de Santo Amaro reduto dos Liberais. Tal fato resultou em assassinatos, roubos e perseguições aos habitantes locais. A partir disso, os partidos em Sergipe tiveram seus nomes modificados para Rapina (Corcunda) e Camundongo ( Liberal).
Em 1850, acompanhando o movimento nacional mais uma vez
alteraram-se alteraram-seus nomes para Conalteraram-servador e Liberal.
Em 1870 as ideias republicanas chegaram a Sergipe, onde Estância recebeu o Clube Republicano. Após a abolição o Partido Republicano foi organizado em laranjeiras ( 1888). Era formado por profissionais liberais ( Republicanos Históricos).
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Em 1860 o Imperador D. Pedro II e sua esposa a Imperatriz Teresa Cristina estiveram em Sergipe e visitaram além de Aracaju, Laranjeiras, São Cristóvão, Estância, Maruim, Propriá, Vila Nova (Neópolis), Porto da Folha, Itaporanga e o povoado de Barra dos Coqueiros. Para recebê-los, várias obras foram executadas: Imperial Instituto Sergipano de Agricultura, a Ponte do Imperador, entre outras melhorias.
Nessa época aumentava o número de sergipanos nos cursos superiores. Esses jovens realizavam seus estudos na Bahia, Recife, Rio de Janeiro ou mesmo no exterior. Dentre eles podemos citar
Tobias Barreto, ilustre jurista consagrado a nível nacional, Mestre sergipano da faculdade de Direito do Recife, onde lecionou. Sílvio Romero ( primeiro folclorista sergipano),
Fausto Cardoso, Felisbelo Freire, Manoel Bomfim, João Ribeiro. Esses homens escreveram obras sobre Direito, Literatura, História, Folclore, Política etc. destacou-se nesse período o pintor Horácio Hora (laranjeirense) que estudou em Paris.
Nos últimos anos do século XIX surgem novos jornais, teatros, e escolas femininas. São criados o Atheneu Sergipense (1870) e a Escola Normal (1874).
O escravismo sergipano foi um dos mais
violentos do Brasil;
Principais áreas onde existiam mocambos:
Matas do Vale do rio Real, na serra e nas
Matas de Itabaiana, na serra Negra, no Alto
Sertão, e no vale do rio São Francisco;
Povoados que no passado foram mocambos:
Mocambo em Frei Paulo ...
Alguns mitos: Leite com manga faz mal?
A Oligarquia Olimpista (1899- 1906)
Nos primeiros anos do século XX, a política sergipana foi marcada pela
presença de dois partidos políticos: Partido Republicano de Sergipe (cabaús) e pelo Partido Republicano Sergipense (pebas). A partir de 1900 o Monsenhor Olímpio Campos membro do Partido Republicano de Sergipe, conseguiu impor-se aos velhos políticos cabaús e tornou-se líder de seu partido. O Monsenhor foi Presidente do Estado, indicou os seus sucessores no governo, influiu poderosamente na eleição de deputados e elegeu-se senador da República.
Nos municípios eram eleitos para os cargos eletivos os homens ligados a Olímpio Campos e os empregos públicos eram distribuídos entre seus correligionários. Manteve controladas as classes subalternas através do esquema de poder e repressão, apoiado nos coronéis. Procurou contemplar as classes dominantes, principalmente os senhores de engenho, com um plano de recuperação da economia açucareira.
A Revolta foi uma tentativa de golpe para derrubar o governo olimpista. Motivos: a longa permanência dos olimpistas no poder; a formação de um
grupo mais radical da oposição; a criação do Partido Progressista: oposição radical ao olimpismo.
Causa Imediata: visita pela primeira vez depois de eleito pelo partido dos pebas, do deputado federal Fausto Cardoso (natural de Divina Pastora e residente no Rio de Janeiro, foi professor e escritor.)
O Cangaço em Sergipe
O movimento do Cangaço aglutinou homens e mulheres através do sertão nordestino em peleja contra a polícia.
As principais causas desse movimento se encontram na fome, falta de terras, dominação dos poderosos latifundiários.
Esses homens e mulheres se embrenhavam pelo sertão a pé ou a cavalo, armados de facas, facões, revólveres e espingardas. Praticavam vingança, roubos, atacavam cidades para conseguir dinheiro e alimentos.
Em 1928, Lampião e seu bando começaram a agir em Sergipe. Tendo como lugares preferenciais os municípios do sertão e do agreste. Entre eles: Porto da Folha, Poço Redondo, Monte Alegre, Canindé, Gararu, Carira, Frei Paulo, Pinhão, Aquidabã e Capela.
Durante o segundo conflito mundial houve um ataque da marinha alemã em águas sergipanas. O submarino U –507 comandado por Harro Schacht afundou cerca de nove embarcações na costa sergipana. Os ataques eram noturnos e os torpedos do submarino atingiram os navios mercantes.
Os principais navios afundados foram: Baependy, Araraquara, Aníbal Benevolo, Bagé, Itagiba e Arara.
Morreram aproximadamente 652 pessoas. Os cadáveres forma sepultados nas dunas dos Mosqueiro, dando origem ao primeiro cemitério de náufragos da América Latina.
Procurou trazer recursos para Sergipe e conseguiu o início da exploração
de petróleo em 1963, implantou várias escolas no interior. Incorporou-se à luta pelas reformas de base do presidente João Goulart ; Participou do comício de 13 de maio no Rio de Janeiro, no qual anunciou a realização da reforma agrária em Sergipe. Essas atitudes provocaram inquietação nos grupos conservadores. O golpe militar de 31 de março de 1964, que derrubou João Goulart, também depôs Seixas Dórea.
Durante o período dos governos militares foram indicados de forma
indireta (biônica) alguns governantes para Sergipe. Dentre eles: Lourival Batista (1967-1970), Paulo Barreto (1975-1979) e Augusto Franco (1979- 1982).
Preocupados com os movimentos de esquerda, as autoridades militares
realizaram em 1975 a “Operação Cajueiro” que consistia na caça e prisão aos políticos, estudantes e intelectuais contrários ao regime. A tortura fazia parte do prato do dia.
- A partir de 1982 todos os governadores de Sergipe foram eleitos pelo voto
popular:
* João Alves Filho – PFL (1983 – 1987);
* Antônio Carlos Valadares – PFL (1987 – 1991);
* João Alves Filho – PFL (1991 – 1995);
* Albano Franco – PSDB (1995 – 1999); * Albano Franco – PSDB (1999 – 2003);
* João Alves Filho – PFL (2003 – 2007);
Referências Bibliográficas:
CORRÊA, Antônio Wanderley de Melo, ANJOS, Marcos Vinícius dos e
CORRÊA, Luiz Fernando de Melo. Sergipe nossa história. Aracaju: Infographic’s, 2005.
CORRÊA, Antônio Wanderley de Melo. Sergipe sociedade e cultura.
Aracaju: Ed. do autor, 2007.
SANTOS, Lenalda Andrade e OLIVA, Terezinha Alves. Para Conhecer
a História de Sergipe. Aracaju: Opção Gráfica, 1998.
SILVA, Francisco de Assis. História do Brasil: Colônia, Império,
República. São Paulo: Moderna, 1992.