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FACULDADE TECSOMA Curso de Fisioterapia. Jéssica Alves Vicente

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Jéssica Alves Vicente

BENEFÍCIOS DA FISIOTERAPIA PREVENTIVA, ATRAVÉS DO TREINO DE PROPRIOCEPÇÃO NA PREVENÇÃO DE LESÕES EM MEMBROS INFERIORES

(MMII) EM JOVENS FUTEBOLISTAS.

Paracatu 2013

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Jéssica Alves Vicente

BENEFÍCIOS DA FISIOTERAPIA PREVENTIVA, ATRAVÉS DO TREINO DE PROPRIOCEPÇÃO NA PREVENÇÃO DE LESÕES EM MEMBROS INFERIORES

(MMII) EM JOVENS FUTEBOLISTAS.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Fisioterapia da Faculdade TECSOMA, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Fisioterapia.

Profª.: M. Sc. Cecília Nascimento Profª.: M. Sc. Michele Faria Lima

Paracatu 2013

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Vicente, Jéssica, Alves

Benefícios da fisioterapia preventiva, através do treino de propriocepção na prevenção de lesões em membros inferiores (MMII) em jovens futebolistas./ Jéssica Alves Vicente. Paracatu, 2013.

82f.

Orientadora: Michelle Faria Lima

Monografia (Graduação) – Faculdade Tecsoma, Curso de Graduação em Fisioterapia.

1. Propriocepção. 2. Prevenção de lesões. 3. Jovens atletas. I. Lima, Michelle Faria. II. Faculdade Tecsoma. III. Título.

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Jéssica Alves Vicente

BENEFÍCIOS DA FISIOTERAPIA PREVENTIVA, ATRAVÉS DO TREINO DE PROPRIOCEPÇÃO NA PREVENÇÃO DE LESÕES EM MEMBROS INFERIORES

(MMII) EM JOVENS FUTEBOLISTAS.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Fisioterapia da Faculdade TECSOMA, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Fisioterapia.

____________________________________________ M. Sc. Michelle Faria Lima – Orientadora temática

Faculdade Tecsoma

____________________________________________ M. Sc. Cecília Nascimento – Orientadora metodológica

Faculdade Tecsoma

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Para concluir este trabalho foi preciso muito esforço, determinação, paciência, perseverança, ousadia e maleabilidade, mas nada disso eu consegui sozinha. Por estes motivos quero agradecer, em primeiro lugar, a Deus por ter me dado força e coragem durante toda esta longa caminhada. Agradeço também a direção, alunos e aos treinadores da escolinha de futebol do Jóquei clube de Paracatu, que prontamente disponibilizaram tempo e espaço para realização deste estudo.

A todos os professores, que contribuíram de forma direta durante a minha vida acadêmica e no desenvolvimento desta monografia.

A todos os meus colegas de classe, quero agradecer pelo companheirismo e por compartilharem os prazeres e as dificuldades desta jornada.

Se hoje comemoro uma conquista, esta se deve àqueles que estiveram ao meu lado em todos os momentos, que fizeram dos meus sonhos os seus e dos meus objetivos sua própria luta. Agradeço aos meus pais Jacira e Carlos, as minhas avós Eva (em memória) e Cristina, ao meu namorado Felipe, meus irmãos Carlos Júnior e Ramon, aos meus tios e tias e a todos os meus amigos.

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“Que os vossos esforços desafiem as impossibilidades, lembrai-vos de que as grandes coisas do homem foram conquistadas do que parecia impossível” (Charles Chaplin).

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O futebol é um esporte dinâmico, onde os seus atletas necessitam responder de maneira rápida e precisa a vários estímulos. Indivíduos com boa respostas proprioceptivas possuem melhores respostas aos mesmos. O presente estudo objetivou-se avaliar os benefícios da fisioterapia preventiva, por meio do treino de propriocepção em uma equipe de jovens futebolistas. A pesquisa é de caráter quantitativo do tipo experimental sem grupo controle, foi realizado com 10 alunos da categoria juvenil na escolinha de futebol, Jóquei Clube Paracatuense, localizada no município de Paracatu - MG. O trabalho ocorreu entre os meses de março a junho de 2013, a qual se aplicou um protocolo de exercícios proprioceptivos durante oito semanas com duas frequências semanais. Para avaliar a sensibilidade proprioceptiva foi realizado o teste de SPA e para avaliar a relação de lesões foram aplicados questionários. Os resultados demonstraram que 40% dos atletas praticam futebol de 8 a 10 anos; houve uma melhora na SPAD e SPAE dos atletas, as lesões ocorridas passaram de 80% para 30%, a entorse foi a lesão mais incidentes, o tornozelo foi o segmento mais acometido por lesões prévios ao tratamento e as coxas após o tratamento. Concluindo-se que o treinamento foi capaz de minimizar o índice de lesões musculoesqueléticas e de melhorar a resposta proprioceptiva dos indivíduos.

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Football is a dynamic sport where the athletes need to respond quickly and accurately to various stimuli, and individuals with good proprioceptive responses have better answers to this exercise. The present study aimed to evaluate the benefits of preventive physiotherapy through proprioception training in a team of young footballers. This research is quantitative character without an experimental control group was conducted with 10 students in the youth category Newbie Football, Jockey Club Paracatuense located in Paracatu - MG. The study was conducted between March to June 2013, where he applied a protocol proprioceptive exercises for eight weeks, with two weekly frequencies. To evaluate the proprioceptive sensitivity test was performed to measure the SPA and the relationship of injury was a questionnaire and orthopedic tests thus verifying whether they had previous injuries. The results showed that 40% of athletes practicing football between 8 to 10 years, with an improvement in the SPAD and SPAE each. The injuries occurred increased from 38% to 14%, with the highest incidence sprain, the ankle was the segment most affected by injuries prior to treatment and thighs after treatment. It is concluded that the training was able to minimize the level of musculoskeletal injuries and to improve the proprioceptive response of individuals.

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FIGURA 1 - Relação de presenças durante o protocolo preventivo ... 42 FIGURA 2 - Dados demonstrando o tempo em que a população estudada pratica o

futebol ... 44 FIGURA 3 - Dados demonstrando a incidência de lesões anteriores e durante o

protocolo de exercícios proprioceptivos... 47 FIGURA 4 - Dados demonstrando o tipo de lesões musculoesqueléticas ocorridas

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TABELA 1 - Análise da SPA de ambos os membros, no momento da avaliação e da reavaliação... 45 TABELA 2 - Dados demonstrando quais os seguimentos corporais acometidos por

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ADM - Amplitude de Movimento MG - Minas Gerais

MI- Membro Inferior

MID - Membro Inferior Direito MIE - Membro Inferior Esquerdo MMII - Membros Inferiores mmHg- Milímetro de mercúrio PA- Pressão Arterial

PAI- Pressão Arterial Inicial PAF- Pressão Arterial Final SNC- Sistema Nervoso Central SPA- Sensação de Posição Articular

SPAD- Sensação de Posição Articular Direita SPAE- Sensação de Posição Articular Esquerda TCC - Trabalho de Conclusão de Curso

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SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ... 14 2. JUSTIFICATIVA ... 16 3. OBJETIVOS ... 17 3.1. Objetivo Geral ... 17 3.2. Objetivos Específicos ... 17 4. REFERENCIAL TEÓRICO ... 18 4.1. Definições de Propriocepção ... 18 4.2. Receptores Proprioceptivos ... 19 4.2.1. Receptores Musculares ... 19 4.2.1.1. Fuso Muscular ... 20

4.2.1.2. Órgão Tendinoso de Golgi ... 20

4.2.2. Receptores Articulares ... 20

4.2.2.1. Corpúsculos de Rufini ... 21

4.2.2.2. Corpúsculos Paccini ... 21

4.3. Formas de Avaliar a Propriocepção ... 22

4.3.1. Avaliação da Cinestesia ... 22

4.3.2. Avaliação da sensação de posição articular ... 22

4.4. Futebol ... 23

4.5. Lesões em Adolescentes Praticantes de Futebol ... 24

4.5.1. Mecanismo de Lesões ... 25

4.5.1.1. Lesões por Macro traumatismos ... 26

4.5.1.2. Lesões por Micro traumatismos ... 26

4.6. Principais Lesões em Jovens Futebolistas ... 26

4.6.1. Entorse de Tornozelo ... 27

4.6.2. Lesões Musculares ... 28

4.7. Incidência das Lesões no Futebol ... 29

4.8. Principais Fatores de Risco ... 29

4.9. Fisioterapia Preventiva no Futebol ... 30

4.9.1. A Propriocepção na Prevenção de Lesões no Futebol ... 32

5. METODOLOGIA ... 40 5.1. Amostra Pesquisada ... 40 6. RESULTADOS E DISCUSSÕES ... 42 7. CONCLUSÃO ... 52 REFERÊNCIAS ... 53 APÊNDICES ... 61

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1. INTRODUÇÃO

O futebol possui sua origem ainda desconhecida, porém sabe-se que a sua forma moderna foi desenvolvida na Inglaterra. Este esporte foi trazido para o Brasil no ano 1894 por Charles Muller, um brasileiro que estudou na Inglaterra e trouxe consigo a paixão por essa prática esportiva (CALDAS, 1986; LEONCINI, 2001).

De acordo com Leoncini (2001), inicialmente os futebolistas eram apenas pessoas de classes econômicas mais elevadas, se transformando em uma ocupação profissional em grande expansão econômica apenas durante a década de 1970.

O jogo caracteriza-se por um esporte coletivo, onde duas equipes compostas por onze jogadores se enfrentam com a finalidade de marcar gols no campo adversário. Cada atleta possui uma posição e função preestabelecida. Um jogo de futebol tem aproximadamente noventa minutos dividido em dois tempos (AMERICAN, SPORT EDCATION PROGRAM, 2000).

No Brasil o esporte está fortemente ligado ás questões culturais, os adeptos são das mais diferentes idades e níveis sociais (GIGLIO, 2008). A maior parte das crianças e adolescentes sonha em se tornar grandes atletas, reconhecidos profissionalmente e economicamente (SOUZA et al., 2008).

A prática esportiva durante a fase da adolescência é importante para o desenvolvimento saudável do indivíduo (WEINECK, 2005). Porém, jovens jogadores de futebol tendem a participar de diferentes competições e treinar por longos períodos de tempo (VELLOSO; MUNIS; BARBOSA, 2004), acarretando malefícios à saúde, uma vez que, quando os limites de tolerância ao exercício não são respeitados a atividade pode significar riscos, atuando negativamente sobre o organismo em crescimento e prejudicando o desenvolvimento musculoesquelético do indivíduo (PETERSON; RENSTRÖM, 2002; WEINECK, 2005).

Pode se entender por lesões desportivas qualquer tipo de ocorrência sofrida por um atleta durante uma competição ou treino, obrigando-o a interromper sua atividade esportiva (BRITO; SOARES; REBELO, 2009).

Especificamente no futebol a maior incidência de lesões ocorre em membros inferiores, devido a maior solicitação dos mesmos durante uma partida. No caso dos jovens atletas as lesões mais comuns são entorses de tornozelo e lesões musculares (MOTA et al., 2010, RENSTRÖM; LYNCH, 1999).

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Boa parte das lesões desportivas ocorre devido a erros durante o treinamento. A fisioterapia desportiva é uma ciência da saúde que se dedica tanto na reabilitação quanto na adoção de medidas preventivas, com intuito de reduzir a ocorrência de lesões. Um treino preventivo eficaz pode trazer grandes benefícios econômicos, pois muitas lesões desenvolvidas no futebol necessitam de cuidados médicos e de afastamentos (SILVA et al., 2005).

O fisioterapeuta deve atuar em conjunto com a equipe técnica, procurando identificar os fatores de risco para o desenvolvimento de lesões e elaborar um programa de exercícios que vise à prevenção de ocorrências futuras (SILVA et al., 2005).

Segundo Pertenson e Reström (2002), para elaboração de um protocolo preventivo em grupos de jovens atletas é necessário observar as características próprias de cada atleta.

O treino proprioceptivo é habitualmente utilizado em programas de reabilitação e prevenção no futebol, isso porque proporciona muitas informações sensoriais, permitindo que o indivíduo perceba em qual posição estão as suas articulações (MENEGHINI et al., 2009).

Meneghini e colaboradores (2009), em seu estudo afirmam que a noção da posição articular é fornecida ao ser humano sem que haja o auxílio da visão e que a propriocepção é de fundamental importância para o controle motor durante a prática desportiva.

O futebol é um esporte dinâmico os seus atletas necessita realizar mudanças bruscas e variadas de movimentos. É através da propriocepção que o indivíduo consegue manter a estabilidade articular durante a realização de movimentos dinâmicos (ARDILA; VILLEGAS 2007).

Assim, a função proprioceptiva é fundamental para um bom desempenho desportivo, proporcionando melhor nível de execução dos movimentos e melhores habilidades motoras (PORTELA, 2010).

Segundo Mota e colaboradores (2010), as atividades simples de propriocepção são capazes de prevenir importantes lesões em jogadores. É um treino prático e rápido, realizado com pouca frequência semanal, sem sofrer interferência na rotina de treinamentos dos atletas e programação da comissão técnica.

O presente estudo foi realizado com alunos de uma escolinha de futebol, localizada no município de Paracatu - MG. A equipe escolhida não possuía o serviço de fisioterapia e de treinos preventivos. A pesquisa tem como principal objetivo avaliar os benefícios proporcionados por um treino de propriocepção, durante oito semanas em uma equipe de futebol juvenil.

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2. JUSTIFICATIVA

O futebol é um esporte popular, com participantes de diferentes faixas etárias e níveis sociais. Devido ao contato entre seus praticantes, podem vir a serem desenvolvidos diversos tipos de lesões, sobretudo, em membros inferiores, pois são os mais solicitados durante uma partida. Inúmeros são os fatores predisponentes para o desenvolvimento de lesões em atletas, entre estes podem ser citados: o nível de competição, a idade, o sexo, o uso inadequado de equipamentos, a composição corporal, o histórico de lesões anteriores, a estabilidade postural, o estado nutricional e as condições psicológicas.

Existem poucos estudos acerca de lesões em jovens atletas, mas é sabido que adolescentes possuem predisposição para desenvolvê-las devido à iniciação ao esporte cada vez mais cedo e com maior frequência; e também por estarem em fase de crescimento que possui diminuição da resistência da cartilagem, o que os torna mais propensos a desenvolver lesões.

A fisioterapia preventiva é de grande importância em escolinhas de futebol, uma vez que por meio delas podem ser diagnosticados os fatores de risco de futuras lesões, e assim preveni-las.

O treino proprioceptivo é habitualmente utilizado na prevenção de lesões, isto porque é capaz de estimular múltiplos planos de movimento articular com apenas um apoio, o que amplia a sensação de posição articular (SPA) e melhora o controle postural minimizando o risco de lesões em seus praticantes.

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3. OBJETIVOS

3.1. Objetivo Geral

Avaliar os benefícios da fisioterapia preventiva, por meio do treino de propriocepção em uma equipe de jovens futebolistas.

3.2. Objetivos Específicos

 Verificar se há melhora na SPA dos alunos da escolinha de futebol do Jóquei Clube de Paracatu, após a aplicação de um protocolo proprioceptivo;

 Identificar qual o tipo de lesão musculoesquelética é mais incidente na população estudada;

 Identificar qual segmento corporal é mais acometido por lesões na população estudada.

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4. REFERENCIAL TEÓRICO

4.1. Definições de Propriocepção

Segundo Francisco (2008), a palavra propriocepção surgiu no latim no qual “proprius” significa “nós próprios”, “que pertence a…” “ou que é propriedade de…” e no verbo (re)ceptus que significa “ato de receber”.

A propriocepção é uma fonte fundamental de informação sensorial interna que dá ao ser humano a noção sobre as posições e movimentos das suas articulações em um determinado ambiente sem o uso da visão, auxiliando o controle motor principalmente nos esportes (MENEGHINI et al., 2009).

O termo propriocepção foi descrito pela primeira vez em 1906 por Sherington, como sendo o resultado das respostas aferentes oriundas dos tendões, articulações, músculos e proprioceptores de tecidos profundos associados. As inferências seriam transmitidas ao sistema nervoso central (SNC), para o seu processamento, levando a regulação de reflexos e do controle motor (LOBATO et al., 2005, LEPORACE; METSAVAHT; SPOSITO, 2009).

Atualmente Carvalho e colaboradores (2010), enfocam que a definição de propriocepção possui controvérsias na comunidade científica. Todavia, parece existir um consenso em considerar a propriocepção como a soma da cinestesia e do senso de posição articular. A cinestesia é definida coma a capacidade de detectar o movimento articular (componente dinâmico), e o senso de posição articular a consciência da posição da articulação no espaço (componente estático).

Recentemente foi criada outra definição para a propriocepção, na qual ela seria o input neural cumulativo enviado para o SNC pelas terminações nervosas especializadas, chamadas mecanorreceptores. As localizações dos mecanorreceptores são a pele, ventre muscular, tendões, cápsula articular e ligamentos (PETERSON; RENSTRÖM, 2002).

Alguns neurofisiologistas falam que os receptores vestibulares também fazem parte do sistema proprioceptivo, isto porque os impulsos do aparelho vestibular distribuem informações conscientes da localização e dos movimentos da cabeça (MARTIMBIANCO et al., 2008).

Antes e colaboradores (2009), disseram, em seus estudos, que a propriocepção, é uma variação especializada da propriedade organoléptica do tato. A propriocepção é a informação nervosa que vai até o SNC a partir de mecanorreceptores localizados nas cápsulas articulares,

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ligamentos, músculos, tendões e pele, envolvendo a identificação senso-receptora das características de movimento do corpo e dos membros.

4.2. Receptores Proprioceptivos

Foss e Keteyian (2000) descrevem os órgãos sensoriais que estão localizados dentro dos músculos e articulações como proprioceptores que possuem a função de conduzir informações sensoriais trazidos dos músculos, tendões, ligamentos e articulações para o SNC. Os proprioceptores são receptores mecânicos, também denominados como mecanorreceptores, sua ativação ocorre durante a deformação articular, levando informações sobre o ângulo e a velocidade do movimento (BACARIN et al., 2004).

Para Bacarin e colaboradores (2004), as atividades elétricas são transformadas pelos proprioceptores em estímulos mecânicos e posteriormente direcionadas aos componentes neurais das vias aferentes no SNC, que irá realizar o processamento e modulação das respostas motoras nos seus centros de forma consciente ou inconsciente.

A classificação dos receptores é feita quanto à sua localização. Logo, existem: receptores musculares (músculos, tendões e ligamentos), receptores articulares (presente nas articulações) e receptores cutâneos (presentes na pele). As estruturas proprioceptivas são: fuso muscular, órgão tendinoso de Golgi, corpúsculos de Rufini, Pacini, Meissner, Golgi, Mazzoni, dentre outras. O controle proprioceptivo permite ao indivíduo a melhor eficiência na utilização dos movimentos corporais com a menor possibilidade de ocorrer lesão (MARTIMBIANCO et al., 2008).

De acordo com Brito e Soares (2009), os proprioceptores realizam uma função determinante na capacidade do atleta efetuar de modo seguro, eficiente e tecnicamente ajustado os mais diferentes gestos desportivos.

4.2.1. Receptores Musculares

Existem dois diferentes tipos de órgãos sensoriais musculares que são: órgão tendinoso de Golgi e o fuso muscular (FOSS; KETEYIAN, 2000).

Segundo Martimbianco (2008), vários receptores proprioceptivos estão presentes no interior dos músculos, como por exemplo, o fuso muscular e o órgão tendinoso de Golgi, além de alguns receptores localizados nas fáscias musculares.

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4.2.1.1. Fuso Muscular

Segundo Wenieck (2005), os fusos musculares são importantes na regulação geral dos movimentos corporais. Possuindo a função de registrar alterações de comprimento do músculo e detectar mudança de posição do tronco e extremidades.

Os fusos musculares são mecanorreceptores que possuem complexa estrutura e localizam-se nas fibras musculares esqueléticas (FRANCISCO, 2008). Já Foss e Keteyian (2000), dizem que o fuso muscular é o tipo mais abundante de proprioceptor encontrado no músculo, o seu papel é enviar informações ao SNC sobre o grau de estiramento do músculo onde está localizada. Enquanto Weineck (2005), afirma que eles são receptores de alongamento menos ativados durante a contração muscular e inervados por via reflexa no alongamento.

4.2.1.2. Órgão Tendinoso de Golgi

O órgão tendinoso de Golgi é um receptor sensorial encapsulado, localizado na junção músculo-tendinosa. Eles enviam informações sobre a tensão do tendão ou a velocidade de alteração na tensão do músculo (GUYTON; HALL, 2006).

Assim como os fusos musculares o órgão tendinoso de Golgi também é sensível ao estiramento, porém com menor sensibilidade que o fuso, exigindo maiores estiramentos para

serem ativados (FOSS; KETEYIAN, 2000; BERNE et al., 2004).

A função básica dos órgãos tendinosos de Golgi é de proteção muscular contra possíveis lesões provocadas por uma excessiva sobrecarga. Isto porque são ativados pelo estiramento provocado pela contração muscular e após este estiramento é enviada uma informação ao SNC para provocar o relaxamento da musculatura contraída excessivamente

(FOSS; KETEYIAN, 2000).

4.2.2. Receptores Articulares

Os receptores articulares são um dos principais proprioceptores, formados por terminações livres e pelos corpúsculos de Ruffini, Paccini e Golgi, e relacionam-se com as sensações de posição e direção do movimento. Estes proprioceptores possuem sensibilidade às variações de amplitude e velocidade angular e também a pressão intra-articular. Seus receptores recebem estímulos através da deformação articular, por meio da tração ou

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cooptação articular. No interior dos ligamentos, a função destes proprioceptores é de proteger e informar a posição respectiva do membro e a tensão ligamentar (MARTIMBIANCO et al., 2008).

Foss e Keteyian (2000) descrevem receptores articulares como receptores que levam informações ao SNC acerca do ângulo articular, da aceleração da articulação e do grau de deformação produzida pela pressão. Essas informações em conjunto com as provenientes de outros receptores como, por exemplo, a visão, tato e audição são utilizados para fornecer as informações sobre a posição do corpo e dos membros, como também para produzir reflexos automáticos relacionados com a postura.

4.2.2.1. Corpúsculos de Rufini

Segundo Foss e Keteyian (2000), o corpúsculo de Rufini é um receptor localizado na cápsula de tecido conjuntivo e ligamentos dorsais. Já Guyton e Hall (2006), dizem que o corpúsculo de Rufini está localizado nas camadas mais profundas da pele, nos tecidos internos mais profundos e nas cápsulas articulares.

O corpúsculo de Rufini é uma terminação encapsulada multirramificada. Esta terminação se adapta lentamente, por este motivo é importante para a sinalização do estado contínuo de deformação do tecido como os sinais de tato e pressão intensa e prolongada (GUYTON; HALL 2006). Esse receptor responde de uma maneira melhor a movimentos extremos de uma articulação (BERNE et al., 2004).

Sua função é responder aos estímulos corelacionados com a pressão intra-articular (FOSS; KETEYIAN, 2000). Os corpúsculos de Rufini localizados nesta região sinalizam o grau de rotação articular e são ativados em todas as posições articulares mesmo em repouso

(GUYTON; HALL 2006).

4.2.2.2. Corpúsculos Paccini

O corpúsculo de Paccini para Weineck (2005) é um receptor assim como o corpúsculo de Rufine, localizado na cápsula de tecido conjuntivo e ligamentos dorsais, porém ele está presente em menor número (FOSS; KETEYIAN, 2000). Pra Guyton e Hall (2006), o tecido de Paccini se localiza imediatamente abaixo da pele e profundamente nos tecidos da fáscia muscular.

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Berne e colaboradores (2004), Weineck (2005) e Guyton e Hall (2006), chegaram a um consenso de que os corpúsculos de Paccini são mecanorreceptores de adaptação rápida. Sua estimulação é feita apenas pela compressão local e rápida dos tecidos, porque eles se adaptam ao estimulo em poucos centésimos de segundo. Logo, são importantes para a detecção de estímulos mecânicos como a vibração tecidual ou de outras alterações rápidas no estado mecânico dos tecidos.

4.3. Formas de Avaliar a Propriocepção

De acordo com Leite (2010) e Alonso e colaboradores (2010), a avaliação clínica da propriocepção pode ser realizada através de duas vias: as aferentes e eferentes. A via aferente é medida através da medida da cinestesia articular e da SPA.

4.3.1. Avaliação da Cinestesia

Para Foss e Keteyian (2000), a cinestesia é a sensação inconsciente da posição em que estão localizadas as partes do nosso corpo em relação ao meio ambiente. Ela influência na manutenção da estabilidade postural (equilíbrio), no controle dos movimentos e na avaliação da configuração de um objeto que esteja sendo apanhado.

A determinação da cinestesia articular é feita através do limite de detecção do movimento passivo, dessa forma é a capacidade de detecção do movimento passivo lento (LEITE, 2010). Assim, o teste que avalia a cinestesia é o de percepção do limiar de movimento passivo (CARVALHO et al., 2009).

O teste é realizado com o paciente na posição sentada e com olhos vendados. Realiza-se o movimento passivamente e com vários mecanismos. Ao apertar um botão ou a parar o movimento, o paciente deve sinalizar que o movimento iniciou; dependendo do tipo de medição utilizado, é anotado o tempo que se passou até a detecção do movimento ou o grau de deslocamento angular (ALONSO et al., 2010).

4.3.2. Avaliação da sensação de posição articular

O senso de posição articular é definido por Lobato e colaboradores (2005), como a consciência da verdadeira posição do membro ou a habilidade de reproduzir os mesmos ângulos articulares, ou também, a capacidade de avaliar a posição do membro sem o auxilio

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da visão. O senso de posição articular é controlado por mecanismos centrais e periféricos, com predominância de receptores musculares,tendinosos, articulares e cutâneos.

A SPA determina a capacidade do indivíduo de compreender um determinado ângulo articular, que quando for removido será reproduzido de forma passiva ou ativa (LEITE, 2010). O teste realizado para medir o senso de posição articular é o de reposicionamento articular (CARVALHO et al., 2009).

O teste de senso de posicionamento é realizado para documentar a habilidade do indivíduo em reproduzir um ângulo da amplitude de movimento (ADM), pré-estabelecido (ALONSO et al., 2010).

Esses testes podem ser realizados com diferentes instrumentos de medição angular, variando desde recursos computadorizados até a goniométrica tradicional. Em que a goniométrica tradicional é um método simples, objetivo e barato para avaliar a ADM articular (CARVALHO et al., 2009).

A realização do teste para medir o ângulo da movimentação articular (extensão e flexão), é feito utilizando-se o goniômetro fixado no membro inferior (MI), do voluntário, na posição sentada e em uma extremidade, então o goniômetro é fixado na parte distal da coxa e a outra na parte proximal da perna (ANTES et al., 2009).

Esse teste pode ser realizado de forma ativa ou passiva (ALONSO et al., 2011). O teste ativo é realizado com o indivíduo sentado olhos vendados e o examinador posiciona por alguns segundos o membro, retorna a posição inicial e o indivíduo deve realizar o reposicionamento ativo do MI (ANTES et al., 2009).

O teste passivo é parecido com o teste ativo, utiliza-se o mesmo posicionamento do teste ativo, todavia o examinador coloca o membro em vários ângulos, relatando ao paciente em que ângulo está sua articulação. Esperam-se alguns segundos para que haja o processamento mental, retorna-se a posição inicial e em seguida inicia o teste, colocando passivamente a articulação em um determinado ângulo e solicita-se ao paciente que relate em que ângulo está sua articulação (ALONSO et al., 2010).

4.4. Futebol

O futebol de campo foi trazido para o Brasil por Charles Muller, um brasileiro que concluiu seus estudos na Inglaterra, em 1894, e que trouxe consigo a paixão pelo esporte no mesmo ano (CALDAS, 1986; LEONCINI, 2001).

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Este esporte só se transformou em uma ocupação profissional com grande expansão econômica no país durante década de 1970 (LEONCINI, 2001).

Hoje os adeptos desta modalidade pertencem as mais diferentes idades e níveis sociais, isto se dá porque o ato de aprender futebol no Brasil faz parte de uma questão cultural. As crianças, principalmente do sexo masculino, desde a mais tenra infância são influenciadas a praticá-lo (GIGLIO, 2008).

Esta é uma modalidade esportiva complexa, existem jogadores de diversas posições e funções táticas (BALIKIAN, 2002). Atualmente o esporte exige qualidades físicas independentes da posição exercida pelo futebolista (SILVA, 2000).

O esporte possui como característica um elevado contato físico, a realização de movimentos curtos, rápidos e não contínuos (SILVA et al., 2005).

Nele o indivíduo necessita de grande capacidade de aceleração e desaceleração rápida, alta velocidade de corrida, boa habilidade para saltar, realizar mudanças bruscas de direção e força explosiva dos músculos de membros inferiores. Por esses motivos, o futebol é um esporte onde os seus atletas desenvolvem um alto índice de lesões (BALIKIAN, 2002).

4.5. Lesões em Adolescentes Praticantes de Futebol

Na atualidade o futebol brasileiro proporciona grande reconhecimento financeiro e profissional, logo, muitos jovens depositam grande expectativa no esporte com objetivo de possuírem melhores condições econômicas e também como meio de alcançar a fama (SOUZA, 2008).

Por estes motivos os adolescentes ingressam cada vez mais cedo, com maior intensidade e frequência a prática desportiva (PETERSON; RESNTÖN, 2002).

O esporte durante a adolescência é muito importante para o desenvolvimento harmonioso do indivíduo, é um pré - requisito para o bom estado da saúde. Porém, quando os limites de tolerância ao exercício não são respeitados, as atividades podem significar um risco, atuando negativamente sobre o organismo em crescimento (WEINECK, 2005).

Adolescentes que praticam o futebol tendem a participar de diferentes competições e a treinar por longos períodos. Sua estrutura osteoarticular ainda está em formação, por isso são frequentemente vítimas de traumas variados. Por estes motivos, atividades físicas que exigem maior esforço contínuo devem ser criteriosamente dosadas e cabe aos profissionais da área da saúde realizar medidas para prevenir ou diagnosticar precocemente estas lesões (VELLOSO; MUNIS; BARBOSA, 2004).

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Passos (2007), afirma que a definição de uma lesão desportiva não é universal, há vários estudos utilizando diferentes definições e metodologias. Assim, os critérios variam de investigador para investigador, podendo incluir múltiplos fatores que são desde fatores fisiológicos, até a incapacidade que determina o afastamento momentâneo da prática desportiva.

Segundo Giradeles e Soian citado por Almeida (2009), os autores classificam as lesões ocorridas no futebol de diferentes formas. Elas podem ser classificadas de acordo com a sua forma em: aguda ou crônica; de acordo com a origem: em primárias e secundárias, de acordo com a gravidade: em leves, moderadas e graves; e de acordo com a dinâmica: como sendo lesões intrínsecas e lesões extrínsecas.

Massada (2001) citado por Passos (2007), afirma que uma lesão pode ser descrita como qualquer problema de ordem física que ocorra em um treino ou jogo, necessitando de apoio médico e que impeça que o jogador contribua com a sua equipe. Uma recorrência é uma lesão do mesmo tipo que a anterior, ocorrendo no mesmo local, após o jogador ter retornado ao trabalho desportivo. As recorrências podem ser precoces (quando surgem nos primeiros meses após o regresso) ou tardias, após 12 meses.

Costa (2011) em seus estudos, disse que os tipos de lesões variam com a idade. Elas podem ser divididas em: entorses, estiramentos, fraturas, rupturas ligamentares, lesões nos meniscos e contusões, sendo as entorses e as contusões mais comuns nas camadas jovens.

Veiga, Daher e Morais (2011) destacam em seus estudos que a incidência de lesões é maior em atletas mais velhos, porém atletas com idade entre 16 a 18 anos apresentam incidência de lesões similares à de atletas adultos. Alguns tipos de lesões poderiam ter sido prevenidas através de exercícios apropriados.

Para Perterson e Renström, (2002), os meios utilizados para treinar pessoas adultas não podem ser aplicados diretamente a jovens e sim adaptados ao seu desenvolvimento. Os riscos que se pode sofrer permitindo que adolescentes participem de competições são vistos pelo ângulo fisiológico, psicológico e ortopédico.

4.5.1. Mecanismo de Lesões

As lesões em jogadores de futebol podem surgir por dois diferentes tipos de mecanismos: os macros traumatismos e os micros traumatismos (GONÇALVES, 2000).

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4.5.1.1. Lesões por Macro traumatismos

Essas lesões comuns em atletas são fácies de se identificar e tratar. No futebol, a incidência desse tipo de lesão é elevada. Como o nome já diz, ela se desenvolve devido um trauma direto ou indireto. O atleta normalmente relata sentir uma dor súbita com desenvolvimento de edema (PERTERSON; RENSTRÖM, 2002).

As lesões macro traumáticas designam um acontecimento específico, na qual uma força significativa é capaz de causar dano efetivo em uma determinada estrutura (GONÇALVES, 2000).

Essas lesões ocorrem normalmente durante a prática desportiva e desencadeiam uma incapacidade funcional imediata do segmento afetado. As lesões ocorridas por macro traumatismos comuns em jovens atletas são entorse, contusão e estiramento excessivo (PORTELA, 2010).

4.5.1.2. Lesões por Micro traumatismos

As lesões por micro traumatismos ocorrem a partir da repetição exaustiva de elementos técnicos da modalidade sem que haja adequados períodos de recuperação e repouso, ou quando há execução incorreta de certos gestos (PORTELA, 2010).

Essas lesões também podem ser denominadas de lesões por sobrecarga ou lesões por overuse (PERTERSON; RENSTRÖM, 2002).

Nos jovens atletas este tipo de mecanismo adquire uma importância particular quando se aumenta de forma repentina o volume e a intensidade do treino numa fase em que o corpo biológico está em permanentes mudanças (PORTELA, 2010).

Essas lesões são de difícil diagnóstico e tratamento. Elas tornam-se comuns devido à prática desportiva mais intensa. Normalmente essas lesões têm como causa o excesso de cargas repetitivas, resultando em microscópicas lesões no sistema músculo esqueléticas

(PERTERSON; RENSTRÖM, 2002).

4.6. Principais Lesões em Jovens Futebolistas

A maioria das lesões desenvolvidas no futebol ocorre em MMII, como as entorses de tornozelo e as lesões musculares (PERTERSON; RENSTRÖM, 2002).

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Em jovens futebolistas as lesões se demonstram menor gravidade que nos adultos, talvez porque eles têm menor peso e força muscular. As lesões mais comuns na população jovem são as entorses de tornozelo e as lesões musculares (RENSTRÖM; LYNCH, 1999,

PERTERSON; RENSTRÖM, 2002, MOTA et al., 2010, COSTA, 2011).

4.6.1. Entorse de Tornozelo

A articulação do tornozelo (talocrural) é uma articulação sinovial em dobradiça, suportada por um encaixe estruturalmente forte, feito pelos maléolos tibial e fibular

(PERTERSON; RENSTRÖM, 2002).

O tornozelo, junto com a articulação talocalcânea é suportado medialmente pelo ligamento deltóide (ou ligamento colateral medial) e lateralmente pelos ligamentos talofibular anterior, talofibular posterior e calcaneofibular (PERTERSON; RENSTRÖM, 2002, KISNER; COLBY, 2005).

Peterson e Renström (2002) classificam a entorse de acordo com o mecanismo ou a gravidade de lesão. Conforme a classificação sobre o mecanismo de lesão ela pode ser lesão lateral de tornozelo (ocorre quando há um movimento de inversão excessiva da articulação tibiotalar) e lesão medial (ocorre em movimentos de eversão da articulação do tornozelo). A classificação de acordo com a gravidade é dividida em três graus. A entorse grau I ocorre quando há distensão e a presença de rupturas microscópicas, mínimo edema ou sensibilidade, perda funcional mínima e sem instabilidade articular.

Na entorse grau II há ruptura microscópica parcial do ligamento, com dor, edema, sensibilidade moderados e instabilidade articular leve ou moderada. Já na entorse de grau III ocorre ruptura completa do ligamento, edema, hemorragia, perda de função e grave instabilidade articular.

A entorse de tornozelo é uma lesão ligamentar macro traumática muito comum em atletas de futebol, principalmente entre os 15 e 35 anos de idade. Ela se caracteriza por um movimento exagerado da articulação em inversão (grande maioria dos casos) ou eversão. A lesão está normalmente associada a forças externas, porém também é causada por déficits proprioceptivos (RENSTRÖM; LYNCH, 1999).

A entorse mais comum ocorre no movimento de inversão, quando o tornozelo está em extensão leve e resulta em distensão dos ligamentos colaterais laterais. Normalmente o ligamento talofíbular anterior é o mais afetado (SACCO et al., 2004).

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O desenvolvimento de sequelas após lesões ligamentares do tornozelo é muito comum. Cerca de 10% a 30% dos pacientes com lesões ligamentares laterais desenvolvem sintomas crônicos. Os sintomas geralmente incluem sinovite ou tendinite persistente, rigidez do tornozelo, edema, dor, fraquezas musculares e frequentes falseios (RENSTROM; LYNCH, 1999).

4.6.2. Lesões Musculares

Os músculos são estruturas responsáveis por mover os segmentos do corpo, isso se dá por encurtamento e alongamento da distância que existe entre suas extremidades fixadas

(PERTERSON; RENSTRÖM, 2002).

As fibras musculares normalmente tem origem em um osso ou tecido conectivo denso e se inserem a outro osso através de uma inserção tendínea. Existem músculos que atravessam uma ou mais articulações para gerar movimento (MALONE; MCPOLI; NITZ, 2000).

As lesões musculares são quaisquer alterações que promova um mau funcionamento do músculo, seja ela morfológica ou histoquímica (SANTOS; MEIJIAN, 2012). Os músculos são lesionados com maior frequência durante os movimentos excêntricos, ou seja, quando um atleta está realizando um chute (TORRES, 2004).

As lesões musculares estão entre as principais lesões desenvolvidas por atletas. Essas possuem uma lenta recuperação que afasta o atleta dos treinamentos e competições, podendo desenvolver sequelas e recorrências. E podem ser causadas por contusões, estiramentos ou lacerações (BARROSO; THIELE, 2011).

É mais frequente a lesão dos músculos posteriores da coxa, os quais durante o chute estão sendo contraídos sem encurtamentos das fibras. Porém controlam a intensidade e velocidade do movimento (TORRES, 2004).

Os estiramentos musculares ou distensões musculares são lesões provocadas pela força tênsil exercida sobre o músculo, levando a um estiramento excessivo das miofibrilas e, como consequência, a uma ruptura próxima à junção miotendínea. Essas lesões são tipicamente observadas nos músculos superficiais que trabalham cruzando duas articulações, como os músculos semitendíneo e gastrocnêmico (FERNANDES; PEDRINELLI; HERNANDEZ, 2011).

As contusões musculares são causadas através do trauma de um objeto sobre o grupo muscular. Nela tanto a pele quanto as camadas mais profundas até a musculatura poderão sofrer graus variados de lesões (BARROSO; THIELE, 2011).

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A ruptura ou laceração muscular é um tipo de lesão causada por trauma grave ou por objetos penetrantes. Este tipo de lesão forma uma cicatriz fibrosa no tecido muscular, podendo levar a um quadro de restrição e dor nos movimentos desta musculatura (SANTOS; MEIJIAN, 2012).

4.7. Incidência das Lesões no Futebol

De acordo com o Relatório Final do Plano de Modernização do Futebol Brasileiro (2000), da Fundação Getúlio Vargas (FGV), citado por Leoncini e Silva (2005), o futebol mundial movimenta, cerca de 250 bilhões de dólares anuais. No Brasil, este esporte possui quinhentos e oitenta (580) mil participantes em treze (13) mil times que participam de jogos organizados (esporte formal).

Indivíduos que praticam essa modalidade estão sujeito a desenvolver vários tipos de lesões. Estima-se que 60% das lesões sofridas neste esporte ocorrem devido a erros de treinamento como alta intensidade, técnica inadequada de execução e avaliação inadequada das capacidades e das demandas dos atletas (SILVA et al., 2005).

A maior parte destas lesões não é considerada grave, aproximadamente 70% delas ocorrem em MMII. Em jovens atletas do sexo masculino as lesões que ocorrem com maior frequência são entorses de tornozelo e lesões musculares (MOTA et al., 2010, RENSTRÖM; LYNCH, 1999).

Costa (2011), afirma que majoritariamente as lesões no futebol, ocorrem nos MMII, com especial incidência no tornozelo e no joelho. As mesmas têm uma incidência superior a nível competitivo, sendo o sexo masculino o mais afetado.

No sexo masculino o local mais acometido é o tornozelo. Os mecanismos lesionais mais comuns ocorrem por contato indireto e a maioria das lesões são entorses, estiramentos e contusões (PETERSON; RENSTRÖM, 2002).

4.8. Principais Fatores de Risco

A ocorrência de lesões esportivas é comum em qualquer programa de treinamento, e a incidência das mesmas pode estar relacionada com diferentes fatores de risco. Existem os fatores de risco intrínsecos congênitos, muitas vezes incontroláveis, e aqueles resultantes de fatores extrínsecos adquiridos por aspectos ambientais, como situações de treinamento e

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Os fatores de risco intrínsecos são características individuais que podem deixar o atleta vulnerável ao desenvolvimento de lesões. Alguns exemplos são: idade, sexo, histórico de lesões prévias, capacidades físicas desenvolvidas e presença de alterações biomecânicas (SILVA et al., 2005).

Os fatores de risco extrínsecos são aqueles originados externamente, mas que agem sobre o corpo humano, como por exemplo, a condição do gramado, regras do jogo, quantidade e tipo de treinamento, erros nos gestos técnicos, opções de treino inadequadas, tempo e formas de recuperação do esforço não eficazes e uso inadequado de calçado e equipamento de proteção (SILVA et al., 2005, PORTELA, 2010, GONÇALVES, 2000).

4.9. Fisioterapia Preventiva no Futebol

Na área desportiva a fisioterapia dedica-se não apenas a reabilitação do atleta, mas também, à adoção de medidas preventivas, a fim de reduzir a ocorrência de lesões. Lembrando que a prevenção é de fundamental importância do ponto de vista socioeconômico, porque muitas das lesões desenvolvidas neste esporte necessitam de cuidados médicos intensos, algumas vezes com períodos variáveis de afastamento (SILVA et al., 2005).

Todos os desportistas estão expostos ao risco de contrair lesões, e no futebol não é diferente, sendo importante conhecer esse risco para, se possível, evitá-los e controlá-los. Deste modo toda a estrutura de um clube, desde atletas, treinadores, departamento médico e departamento diretivo, devem cooperar entre si para que seja elaborado um plano de promoção e prevenção de lesões efetivo (ALMEIDA, 2009).

O planejamento feito durante a pré-temporada é fundamental para a prevenção de lesões futuras. Nesta altura é de extrema importância o nível físico dos atletas, com pouca utilização do aspecto táctico (COSTA, 2011).

O perigo da lesão tem aumentado não somente entre atletas de competição, que são caracterizados por superar continuamente seus limites, mas também nos esportes praticados popularmente. Esses últimos, praticados em escolas, como um hobby ou recreação, mostram um aumento no risco e frequência das lesões (TORRES, 2004).

O fisioterapeuta é um profissional da área de saúde que atua diretamente na prevenção de lesões em futebolistas, isso ocorre através da identificação e dos fatores de risco que revelam se o atleta é susceptível a desenvolver determinadas lesões (SILVA et al., 2005).

Nascimento e Takanashi (2012), afirmam que existe um alto índice de lesões em atletas no futebol devido diversos fatores. A fisioterapia atua através da elaboração de

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programas preventivos, juntamente com o preparador físico, buscando a melhora do desempenho físico e o bem-estar geral desses atletas.

A fisioterapia esportiva é de fundamental importância para os atletas e para os clubes. Todos os atletas deveriam submeter-se a uma avaliação específica, principalmente visando à prevenção de lesões e assim conseguindo um resultado final importante para o desempenho do esporte específico, sempre partindo do princípio da individualidade biológica e de uma avaliação minuciosa de cada caso (SILVA, 2005).

De acordo com Silva (2000), no futebol, o fisioterapeuta trabalha em equipe passando informações constantes à comissão técnica sobre as condições funcionais dos jogadores; realizando avaliações sistemáticas dos atletas; acompanhando longitudinalmente as adaptações funcionais em decorrência do treinamento e realizando a capacidade de investigação e reflexão sobre diversos aspectos do futebol.

Existem ainda poucas pesquisas sobre o tratamento preventivo em jovens futebolistas. Tal fato não parece ser muito compreensível porque o jovem atleta se encontra em uma etapa muito importante da sua preparação e formação (SEABRA; MAIA; GARGANTA, 2001).

O processo de prevenção pode ser dividido em fases, primeiro, a extensão do problema de dano de esporte deve ser identificada e descrita; depois, os fatores e mecanismos que influenciam na ocorrência dos danos também são explicitados, isto é seguido pela introdução de estratégias preventivas, e então, retornando para a primeira fase, o ciclo é completado (SILVA et al., 2005).

Para elaboração de um protocolo preventivo em futebolistas é necessário observar quais são as características próprias de cada atleta, principalmente nos atletas em formação, pois uma prática inadequada é potencialmente prejudicial para o desenvolvimento músculo esquelético do indivíduo (MOTA et al., 2010).

Uma prevenção de lesões eficaz necessita preconizar a identificação dos fatores de risco através de uma avaliação diagnóstica. A melhor maneira para que isso ocorra é através da realização de treinos periódicos, abrangendo como áreas-chave de intervenção os treinos neuromusculares, flexibilidade e de proprioceptividade (PASSOS, 2007).

Costa (2011) concorda com o autor anterior e acrescenta que os fatores de risco presentes na população devem ser identificados precocemente visando à prevenção objetiva destas lesões. Caso tenham ocorrido lesões prévias, as mesmas se transformam em um fator de risco maior.

Costa (2011) ainda afirma que o futebol é um esporte que valoriza a heterogeneidade. Logo, cada medida a se tomada deve ter em conta as características próprias de cada atleta,

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especialmente em escalões de formação, porque uma prática inadequada é potencialmente prejudicial para o desenvolvimento musculoesquelético.

São necessários mais estudos para se identificar até que ponto, os programas de treino que confirmaram a redução de lesões em atletas seniores são aplicáveis aos escalões jovens, podem-se delinear estratégias que sensibilizem e eduquem jogadores jovens. Para isso, estes, devem ter a capacidade de entender e aceitar que a equipe técnica, incluindo o fisioterapeuta é qualificada para programar as melhores abordagens para treinos e jogos (CARVALHO, 2009).

4.9.1. A Propriocepção na Prevenção de Lesões no Futebol

Durante a prática do futebol é necessário à realização de mudanças variadas de movimentos; normalmente essas mudanças inesperadas ocorrem a cada seis segundos (COHEN et al., 1997).

As informações sobre o grau de modificação mecânica das estruturas articulares captadas pelos mecanorreceptores são enviadas ao SNC, sendo processadas, auxiliando na detecção do movimento e no conhecimento da posição da articulação no espaço (FOSS; KETEYIAN, 2000).

A propriocepção é formada por informações e mecanismos que contribuem para a estabilidade articular e para diversas sensações conscientes (FOSS; KETEYIAN, 2000). Os proprioceptores são estruturas base dessa capacidade e desempenham um papel determinante para o atleta efetuar de forma segura, eficiente e tecnicamente ajustada os diferentes gestos desportivos (BRITO; SOARES; REBELO, 2009).

A propriocepção está relacionada com a consciência postural, onde informações dadas ao sistema nervoso através de vias aferentes que indicam o grau de tensão muscular, grau de alongamento muscular e posição do corpo são captadas por mecanorreceptores presentes nas articulações (MARTIMBIANCO et al., 2008).

Segundo Souza e colaboradores (2006), em condições normais, o equilíbrio postural se faz pela integração de impulsos sensoriais visuais, vestibulares e proprioceptivos nos centros superiores do SNC, ativando, o sinergismo muscular apropriado para a execução da atividade desejada. Os proprioceptores articulares demonstraram papel importante na percepção de posição articular, no aumento da atividade motora, e na evolução clínica de indivíduos com instabilidade funcional.

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Através da propriocepção o indivíduo consegue manter a estabilidade articular durante movimentos dinâmicos, logo ela proporciona o controle de movimento desejado e estabilidade articular (ARDILA; VILLEGAS 2007).

A função proprioceptiva é fundamental para um bom desempenho desportivo, porque melhora o nível de execução dos movimentos e as habilidades motoras. Indivíduos com déficits nestas características tendem a possuir menor rendimento desportivo (PORTELA, 2010).

Exercícios de condicionamento neuromuscular e treinamento proprioceptivo podem ser utilizados como meio para a prevenção de lesões desportivas (BALDAÇO et al., 2010). Existe evidência de que o treino reduz a incidência significativa de algumas lesões (DOMINGUES, 2008).

O risco de se desenvolver lesões existe em todas as práticas desportivas (DOMINGUES, 2008). Em modalidades com aquisições técnicas elevadas como o futebol, o desafio sistemático dos atletas, passa por dominar as suas próprias ações. Logo a função proprioceptiva é fundamental no desempenho desportivo, porque proporciona ao atleta a evolução para níveis de execução mais elaborados e suportar a emergência de novas habilidades motoras, sendo que a quebra dessa função representa diminuição do rendimento desportivo (PORTELA, 2010).

A capacidade proprioceptiva do indivíduo pode ser alterada negativamente em situações de lesões ou de fadiga muscular, causando maior risco para desenvolvimento de alterações posturais, quedas e no surgimento de novas lesões por instabilidade articular (ANJOS, 2011).

Pesquisas relacionando a fadiga ao desequilíbrio em jogadores de futebol ainda são escassas, porém pode-se afirmar que a fadiga imposta durante uma partida de futebol afeta o equilíbrio estático em jogadores de futebol (GOMES et al., 2013).

Isto porque a fadiga é capaz de diminuir a capacidade de propriocepção a partir de esforços extenuantes, levando a diminuição de percepção da posição articular (RIBEIRO; OLIVEIRA, 2008). Logo, esse procedimento pode ser um possível mecanismo para as alterações do equilíbrio em situações de fadiga em atletas de futebol (GOMES et al., 2013).

Barroso e Thiele (2011), também afirmam que a propriocepção humana pode ser deteriorada pela fadiga e acrescentam dizendo que teoricamente isso se torna uma das causas para a diminuição das respostas motoras.

Ribeiro e colaboradores (2008) concordam com os autores anteriores e ainda resaltam que devido ao fato da fadiga muscular alterar negativamente a propriocepção e o controle

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postural há consequentemente um aumento na possibilidade de ocorrência de lesões. Nos esportes, a propriocepção pode ser alterada por um período agudo de exercício, de maneira que mudanças transitórias no controle neuromuscular podem, posteriormente, exacerbar o risco de lesão.

De acordo com Silvestre e Lima (2008), o comprometimento do sistema proprioceptivo leva a um déficit na estabilização articular neuromuscular, que pode contribuir para a ocorrência de lesões como distensão excessiva das cápsulas e ligamentos articulares e, consequentemente, para a desestabilização postural. Em futebolistas, o déficit proprioceptivo é observado principalmente nas lesões articulares de tornozelo, causados por mecanismos comuns como a entorse ou por contusões em traumas diretos por outro adversário.

Estudos também revelam que a existência de déficits na propriocepção podem ocorrer devido, principalmente, a lesões cápsula-ligamentares e musculoesqueléticas decorrentes de traumas, entorses e fraturas (BONFIM; PACCOLA, 2000), provavelmente resultam em alterações do “input” neural oriundos dos mecanorreceptores localizados nos ligamentos, articulações, tendões e músculos, capaz de influenciar o controle da postura, tônus muscular e programas de ação motora (RIBEIRO; OLIVEIRA, 2008).

Esses déficits nos mecanismos proprioceptivos estão associados a um declínio do desempenho funcional, predispondo o atleta ao desenvolvimento de lesões ou a recorrência da mesma (BALDAÇO et al., 2010).

Carvalho e colaboradores (2009) concordam com os autores anteriores e também dizem que déficits proprioceptivos predispõem ao desenvolvimento de distúrbios musculoesqueléticos por alterar o controle dos movimentos e impor estresse anormal nos tecidos relacionados.

Souza e colaboradores (2010), também concordam com os outros autores e afirmam que há existência de alguma perturbação do sistema proprioceptivo se torna um fator importante para a ocorrência de instabilidade articular e perda de desempenho funcional, principalmente em atletas. Porém, ainda existem lacunas na literatura com relação aos métodos de avaliação da propriocepção, assim como as medidas de intervenção fisioterapêutica e a sua aplicação preventiva mais eficiente.

Alguns tipos de lesões que ocorrem durante o desporto podem ter sua incidência reduzida através de exercícios apropriados como, por exemplo, os exercícios de condicionamento proprioceptivos (SOUZA et al., 2010).

Programas de treinamento proprioceptivo têm sido bastante utilizados no meio esportivo tanto na prevenção, como na reabilitação das lesões (BALDAÇO et al, 2010). Há

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uma concordância entre as afirmações dos autores anteriores e a de Antes e colaboradores (2009), porém o presente autor acrescenta dizendo que devido ao fato de proporcionar uma maior estabilidade dinâmica (caracterizada pela capacidade de retomar uma posição após uma alteração), os programas de exercícios proprioceptivos são indicados tanto para a manutenção do equilíbrio quanto para a prevenção de lesões.

O uso do treino proprioceptivo demonstra eficiência na prevenção de lesões em diferentes estudos, por proporcionar maior proteção articular e muscular dos membros inferiores. A prevenção se mostra eficiente em reduzir o número de lesões por temporada ou reduzir o tempo de afastamento dos atletas (MONTENEGRO, 2012). Grandes clubes europeus há muito tempo utilizam no seu treinamento algumas medidas com objetivo de prevenir futuras lesões (PASSOS, 2007).

Uma pessoa que possui boas respostas proprioceptivas tem a maior capacidade dos segmentos corporais em perceber por si próprio sua posição (ângulo) no espaço e a velocidade de modificação de seu esquema motor, logo a incidência de lesões em uma população bem treinada provavelmente será menor (MOTA et al., 2010).

Esta explanação tem sido confirmada na literatura por meio da ideia de que o risco de lesão no esporte está associado a parâmetros de propriocepção, controle neuromuscular, flexibilidade, habilidades, força e equilíbrio. Assim, estratégias de prevenção são primariamente recomendadas e aplicadas para modificar estes fatores de risco (MOTA et al., 2010).

Galeazzi (2010) afirma que o treino proprioceptivo proporciona maior estabilidade articular durante os movimentos desportivos, podendo reduzir a incidência de lesões, melhorar os gestos desportivos. Com isso ele pode melhorar a eficiência técnica e a economia do movimento.

Montenegro (2012) em sua revisão de literatura observou que uso do treinamento proprioceptivo é eficiente em diferentes estudos para a prevenção de lesões, por trazer maior proteção articular e muscular dos MMII. Mesmo que não se possa impedir que a lesão ocorra devido aos diferentes mecanismos que geram lesões, a prevenção se torna eficiente em reduzir o número de lesões por temporada ou reduzir o tempo de afastamento do atleta.

Lopes (2008), diz que o treino proprioceptivo pode ser utilizado na prevenção do surgimento de lesões além de ser eficiente na prevenção de recorrência das mesmas. Todavia ele resalta a importância durante a prevenção de recorrências, porque esse treino tem mostrado bons resultados, por estar direcionado para uma estruturação da zona lesionada, fortalecendo novamente os músculos e ligamentos, consequentemente fortalecendo a

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proprioceptividade das estruturas danificadas, permitindo ao SNC uma resposta mais rápida frente aos vários estímulos.

Não existe na literatura divergências com relação à importância do treino proprioceptivo no esporte. Há evidência de que o treino seja eficiente na prevenção de lesões como a entorse de tornozelo. Logo, o treino proprioceptivo é indispensável na abordagem terapêutica, principalmente na prevenção de lesões que causem instabilidades (RESENDE; SOUZA, 2012).

O treino proprioceptivo tem demonstrado eficiência na prevenção de lesões de ligamento cruzado anterior em futebolistas. Esse treinamento deve procurar enfatizar sempre a adoção da técnica ajustada na execução das habilidades (BRITO; SOARES; REBELO, 2009).

Há um consenso entre os autores em relação à importância do treinamento proprioceptivo na prevenção de lesões em MMII (SOUZA et al., 2010). Resende e Souza (2012) concordam com os autores anteriores e resaltam que apesar de haver consenso sobre a importância do treinamento proprioceptivo na abordagem preventiva e conservadora de lesões desportivas, mais estudos devem ser realizados para se encontrar qual treino proprioceptivo é mais eficaz.

No Brasil a maior parte dos treinos proprioceptivos é realizada para recuperar a musculatura lesionada. Poucos profissionais utilizam o treino como forma de prevenção. Existem poucos estudos revelando a importância do treino proprioceptivo na prevenção de lesões em atletas, porém os estudos existentes revelam que os resultados são cada vez mais relevantes, pois demonstram uma significativa diminuição de lesões em MMII na população estudada. Deve-se resaltar a importância do treino ser direcionado a modalidades específicas para que os resultados se mostrem mais eficientes (SILVA, 2011).

Programas de treino baseados em equilíbrio e propriocepção devem ser incorporados em equipes de futebol, objetivando que os atletas possuam melhor resposta articular frente os exercícios dinâmicos realizados durante uma prática desportiva, prevenido assim o desenvolvimento de lesões desportivas e as suas complicações (COSTA, 2011).

Infelizmente muitos atletas profissionais e principalmente de categorias amadores não possuem conhecimento acerca dos benefícios que o treino proprioceptivo proporciona. Isto pode sugerir uma falta de atenção e interesse sobre a importância da utilização destes tipos de exercícios na prevenção e no tratamento de lesões por parte dos atletas e da equipe de profissionais que fazem parte desses clubes no contexto esportivo do futebol (VIEIRA; SIQUEIRA; SILVA, 2009).

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Souza e colaboradores (2010) ao final do seu estudo ressaltam a existência de diversos métodos clínicos para o treinamento proprioceptivo, como um ponto positivo no processo de prevenção devido a grande variedade de gestos atléticos.

O treino proprioceptivo tem vindo a assumir um papel decisivo como fator integrante dos programas de prevenção de lesões no futebol (BRITO; SOARES; REBELO, 2009).

O sistema proprioceptivo pode condicionar-se através de exercícios específicos para responder com maior eficácia de forma a melhorar a força, a coordenação motora, o equilíbrio e tempo de reação a determinadas situações (CONDUTA, 2012).

Estes exercícios baseiam-se em situações nas quais a variabilidade e a instabilidade são dois fatores constantes, pelo que se sugere que decorram em superfícies móveis, com diferentes graus de dureza, com apoio unipodal e ainda com e sem referências visuais (BRITO; SOARES; REBELO; 2009).

Segundo Passos (2007), esse tipo de treino tem como base a ativação de grupos musculares, tendões, ligamentos e cápsulas articulares, tendo especial preponderância em um programa de aquecimento antes de um jogo ou treino, visando à estabilização das estruturas envolvidas e o melhoramento do controle postural.

Para Costa (2011), um treino de equilíbrio proprioceptivo baseia-se na ativação adequada de grupos musculares, tendões, ligamentos e cápsulas articulares. O uso de placas oscilatórias durante este treino tem a capacidade de reduzir o número de lesões nos membros inferiores.

Antes e colaboradores (2009) dizem que esse treino é capaz de proporcionar uma maior estabilidade dinâmica, que é caracterizada pela capacidade de retomar a uma posição após uma alteração. Esse programa de exercícios é indicado tanto para a manutenção do equilíbrio quanto para a prevenção de lesões.

Plentz (2008) afirma que o treino proprioceptivo aplicado por um curto período de tempo, com pouca frequência semanal é eficiente para diminuição da incidência de lesões musculoesqueléticas em MMII, quando se utiliza um protocolo de exercícios buscando o aprimoramento do nível proprioceptivo dos atletas, submetendo-os a desequilíbrios oferecidos por instrumentos que sejam instáveis.

Brito, Soares e Rebelo (2009), destacam que o treino proprioceptivo é um treino prático, rápido e que não necessita da utilização de equipamentos de alto custo se tornando um fator importante em programas de prevenção de lesões no futebol. Eles ainda sugerem que esse treino deve ser composto por três sessões de treino por semana, com duração de 15 a 30 minutos por sessão.

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Antes de cada sessão de treino, propõe-se a realização de um aquecimento dinâmico, que incorpore movimentos específicos da modalidade, realizados em baixa intensidade para melhor preparar o organismo para as exigências do treino.

Mota e colaboradores (2010) realizaram um estudo mostrando que o treino proprioceptivo é eficaz na prevenção de lesões em MMII durante uma temporada competitiva. Eles ainda destacam que intervenções pequenas e de baixo custo, podem aumentar e melhorar a participação dos atletas durante uma temporada.

Cumps, Verhagen e Romain (2007), em seu estudo observaram que a implementação de um programa de treinamento proprioceptivo resulta em efeitos benefícios na prevenção de entorses de tornozelo em atletas. Eles relatam que a complexidade dos exercícios deve evoluir ao longo das semanas, iniciando o treinamento com exercícios mais simples e com maior facilidade para serem executados, normalmente sem a utilização de equipamentos e terminando o protocolo utilizando exercícios melhor elaborados e com maior grau de dificuldade na sua realização.

Atividades simples de propriocepção podem prevenir importantes lesões em jogadores, sem que haja necessidade de muita frequência semanal e tempos mínimos de sessões que não interferem na rotina de treinamentos dos atletas, nem na programação da comissão técnica (MOTA et al., 2010).

Baldaço e colaboradores (2010) concordam com afirmação de que os exercícios proprioceptivos devem possuir diferentes graus de dificuldade, evoluindo para a etapa posterior apenas quando os exercícios anteriores se tornarem de fácil execução. Para o autor esse treinamento é um método efetivo para melhorar o equilíbrio e a estabilidade postural e também na prevenção de lesões corporais dos praticantes. Estes exercícios podem ser realizados de diferentes formas utilizando vários tipos de equipamento ou até mesmo sem a necessidade de nenhum recurso externo, na posição unipodal ou bipodal e ainda com e sem a referência visual.

Galeazzi (2010) também concorda que o treino proprioceptivo deve ser progressivo evoluindo de exercícios mais simples, para exercícios de alta complexidade e que existem vários métodos de se realizá-los. O autor ainda afirma que um protocolo de exercício aplicado por um período de 10 semanas é eficiente para a melhora da coordenação neuromuscular e da estabilidade articular em atletas.

Botelhos e Bonfim (2012), ao final do seu estudo também chegaram à conclusão de que o treino proprioceptivo deve possuir evolução gradativa no grau de dificuldade dos exercícios. Eles acrescentam dizendo o treinamento sensório-motor é eficaz para a melhora do

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controle postural do indivíduo e que esses exercícios podem possuir o acréscimo de informações adicionais como, por exemplo, a tira subpatelar, maximizando estes efeitos benéficos.

O treinamento proprioceptivo realizado de maneira controlada e progressiva gera adaptações sensório-motoras adequadas para estimular a capacidade e confiança do atleta. Os mecanismos de propriocepção envolvem tanto vias conscientes como vias inconscientes. Desta maneira, os exercícios prescritos devem conter tanto estímulos conscientes, para estimular a cognição, assim como alterações repentinas e inesperadas na posição articular, para iniciar a atividade reflexa da musculatura. Os exercícios prescritos devem envolver equilíbrio em superfícies instáveis, enquanto o indivíduo realiza atividades funcionais (LEPORACE; METSAVAHT; SPOSITO, 2009).

Portela (2010) ressalta que vários estudos afirmam a importância do treino proprioceptivo realizado em superfícies instáveis, porém existem controvérsias com relação à direção e volume de treinamento, quais os aparelhos de instabilidade usados, quais testes devem ser realizados antes e após a aplicação do protocolo de treinamento e características específicas das amostras. Porém há um consenso na literatura com relação à eficiência dos exercícios realizados em diferentes superfícies instáveis para o equilíbrio, estabilidade e oscilação postural.

O autor também concorda com a afirmação de que o protocolo de treinamento deve conter diversos exercícios que devem variar em relação ao grau de dificuldade no decore do treinamento.

Referências

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