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PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Registro: ACÓRDÃO

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Academic year: 2021

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Registro: 2017.0000173236 ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação nº 1079581-19.2015.8.26.0100, da Comarca de São Paulo, em que são apelantes WALTER CARLOS CARDOSO HENRIQUE, LUCIANA DA COSTA AGUIAR ALVES HENRIQUE, JOÃO PEDRO ALVES HENRIQUE, EDUARDO ALVES HENRIQUE, ARTHUR ALVES HENRIQUE, MARIA CAROLINA ALVES HENRIQUE, ANTÔNIO MAGNABOSCO DOS REIS, BEATRIZ DA COSTA AGUIAR ALVES REIS, PEDRO HENRIQUE ALVES DOS REIS e JULIA ALVES DOS REIS, é apelada TAM - LINHAS AÉREAS S/A.

ACORDAM, em 15ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: "Deram provimento ao recurso. V. U.", de conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão.

O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores LUCILA TOLEDO (Presidente sem voto), JOSÉ WAGNER DE OLIVEIRA MELATTO PEIXOTO E MENDES PEREIRA.

São Paulo, 21 de fevereiro de 2017. Coelho Mendes

RELATOR Assinatura Eletrônica

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V O T O N º : 1 9 . 1 9 3 A P E L . N º : 1 0 7 9 5 8 1 - 1 9 . 2 0 1 5 . 8 . 2 6 . 0 1 0 0 C O M A R C A : S Ã O P A U L O O R I G E M : 2 7 º O F Í C I O C Í V E L F Ó R U M C E N T R A L J U I Z D E 1 ª I N S T Â N C I A : V I T O R F R E D E R I C O K Ü M P E L A P T E . : W A L T E R C A R L O S C A R D O S O H E N R I Q U E E O U T R O S A P D A . : A M E R I C A N A I R L I N E S I N C E T A M L I N H A S A É R E A S S . A .

INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. TRANSPORTE AÉREO. DEMANDA MOVIDA POR CONSUMIDORES EM FACE DE EMPRESAS AÉREAS. ACORDO ENTABULADO ENTRE AUTORES E A CORRÉ AMERICAN AIRLINES. CASO DE EXTINÇÃO PARCIAL DO PROCESSO EM RELAÇÃO À ESTA CORRÉ. HIPÓTESE DE LITISCONSÓRCIO SIMPLES. OBRIGAÇÃO QUE, EMBORA SOLIDÁRIA, NÃO IMPORTA EM RELAÇÃO JURÍDICA

UNA E INDIVISÍVEL - TRATANDO-SE DE REPARAÇÃO

PECUNIÁRIA, PORTANTO CINDÍVEL NA RELAÇÃO INTERNA EXISTENTE ENTRE OS CODEVEDORES, NÃO HÁ ÓBICE, EM

TESE, PARA QUE UM DELES CELEBRE TRANSAÇÃO,

RECONHECENDO ANTECIPADAMENTE SUA PARCELA DA OBRIGAÇÃO PLEITEADA E OBTENDO JUNTO AO CREDOR REMISSÃO PARCIAL DO DÉBITO, COM RENÚNCIA AO CARÁTER SOLIDÁRIO. ASSIM, COM A QUITAÇÃO DE SUA PARTE DA DÍVIDA, RESTARÁ EXTINTA, SOMENTE EM

RELAÇÃO A ELE, A DEMANDA CONDENATÓRIA. TAL

POSSIBILIDADE REPRESENTA CONSEQUÊNCIA LÓGICA DO DISPOSTO PELO ARTIGO 48 DA LEI PROCESSUAL CIVIL. PROSSEGUIMENTO DO FEITO EM RELAÇÃO À DEVEDORA RESTANTE, COM ABATIMENTO DO PARCELA OBRIGACIONAL ATINENTE AO DEVEDOR REMIDO ART. 277 DO CC. DECISÃO PARCIALMENTE REFORMADA. RECURSO PROVIDO

Vistos.

Trata-se de apelação interposta por WALTER CARLOS CARDOSO HENRIQUE E OUTROS em face de AM ERICAN AIRLINES INC E TAM LINHAS AÉR EAS S. A. con tra a r. sen ten ça de fls . 3 86/ 387 , p roferi da em Pri mei ra Ins tân cia no s auto s d e ação de in den ização po r danos m orais e m ateriais movida por WALTER CAR LOS CARDOSO HENRIQUE e outros, em face de AMERIC AN AIR LINES INC e TAM Li nhas Aéreas S.A, visando o recebi mento de indeni zação por má prest ação de s erviços por parte das requeridas, pela qual o il ust re Jui z de

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p rim eiro g rau , em s ede em bargos de declaração, es ten deu à req uerida TAM o decreto de ext inção do fei to, po r acordo (fl s. 302 /30 4) cel ebrado en tre os autores e a Am eri can Ai rli nes .

Os requerentes, inconformados com a r. decisão, apresentaram recurso de apelação a fls. 333/339 buscando a reforma da sentença, visando a continuidade do processo em relação à TAM LINHAS AÉREAS.

Apresentado o recurso, foi ele regularmente processado, sem resposta da parte contrária.

Às fls. 400/402 sobreveio manifestação do d. representante do Ministério Público.

É o relatório.

O recurso comporta provimento.

Cuida-se de ação de indenização por danos morais proposta pelos apelantes, narrando que contratou os serviços da ré, adquirindo passagens aéreas da corré American Airlines para viagem de férias no período entre 21 de dezembro de 2014 e 06 de janeiro de 2015. O destino escolhido foi Orlando nos Estados Unidos.

Na data da partida, chegaram ao aeroporto de Guarulhos para o check-in e foram informados de que não haveria possibilidade de marcar assentos próximos e que teriam de viajar separados no avião. Ocorre que dois casais viajavam com seus filhos, crianças de 5, 6, 8, 11 e 12 anos à época dos fatos.

Além disso, ao final da viagem, quando retornaram ao aeroporto de Orlando, no afã de embarcar de volta ao Brasil, passaram novamente por constrangimentos. Em virtude do cancelamento do vôo de volta, da corré American Airlines, foram relocados para voo da cia aérea TAM, e após inúmeros desencontros, as bagagens foram extraviadas, resultando em mais desconfortos aos requerentes.

Às fls. 302/304 a parte autora e a corré AMERICAN AIRLINES, noticiaram a celebração de acordo, tendo o juízo homologado o acordo, extinguindo a ação com relação as corrés às fls. 386/387, decisão contra qual se

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insurgem os autores.

Entretanto, não há se falar em necessidade de extinção integral. Note-se que o acúmulo subjetivo passivo formado no caso em tela não se enquadra nas hipóteses de litisconsórcio unitário - que demandaria solução idêntica para todos os réus, obstando a extinção parcial do pleito -, mas de litisconsórcio simples, pois, a despeito de cuidar-se de obrigação solidária, não se tem aqui relação jurídica una e indivisível.

Sobre o tema, válida a lição de Fredie Didier Jr.:

“Diz-se que há litisconsórcio unitário quando o provimento jurisdicional de mérito tem que regular de modo uniforme a situação jurídica dos litisconsortes, não se admitindo, para eles, julgamentos diversos. O julgamento terá de ser o mesmo para todos os litisconsortes. (...) Para que assim se caracterize o litisconsórcio, dependerá ele da natureza da relação jurídica controvertida no processo: haverá unitariedade quando o mérito do processo envolver uma relação jurídica indivisível. É imprescindível perceber que são dois os pressupostos para a caracterização da unitariedade, que devem ser investigados nesta ordem: a) os litisconsortes discutem uma única relação jurídica; b) essa relação jurídica é indivisível. Vejamos o caso da solidariedade. É possível o surgimento de litisconsórcio em que se discuta uma obrigação solidária. Neste casos, haverá o preenchimento do primeiro pressuposto: os litisconsortes discutem uma relação jurídica. Sucede que nem sempre a obrigação solidária é indivisível, embora toda obrigação indivisível com pluralidade de credores/devedores seja solidária. Assim, é importante frisar que a solidariedade não implica, necessariamente, unitariedade. Credores/devedores solidários podem ser litisconsortes unitários (se a obrigação solidária for indivisível) ou simples (se divisível).” (in “Curso de Direito Processual Civil”, Vol. 1, 14ª ed.,

Ed. Jus Podium, pg. 334)

Evidente que a obrigação de indenizar pleiteada na minuta, embora exigível de forma conjunta em razão da solidariedade, subdivide-se em duas relações jurídicas diversas, cada qual entabulada entre a parte autora e uma das corrés, tendo por objeto a reparação de parte dos danos infligidos à requerente, observada a presunção trazida pelo artigo 257 do Código Civil.

Desta feita, tratando-se de reparação pecuniária, portanto cindível na relação interna existente entre os codevedores, não há óbice, em tese, para que um deles celebre transação, reconhecendo antecipadamente sua parcela da

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obrigação pleiteada e obtendo junto ao credor remissão parcial do débito, com renúncia ao caráter solidário. Assim, com a quitação de sua parte da dívida, restará extinta, somente em relação a ele, a demanda condenatória. Tal possibilidade representa consequência lógica do disposto pelo artigo 48 da lei processual civil.

Nesta hipótese, havendo remissão em relação a apenas um dos corréus, comporta incidência a regra trazida pelo artigo 277 do Código Civil, prosseguindo-se o feito em relação aos demais devedores, abatida a parcela do devedor perdoado.

Finalmente, apenas para evitar futuros questionamentos desnecessários observo que tenho por expressamente ventilados, neste grau de jurisdição, todos dispositivos legais e constitucionais citados em sede recursal.

Saliento ainda que a função do julgador é decidir a lide de modo fundamentado e objetivo, portanto, desnecessário o enfrentamento exaustivo de todos os argumentos elaborados pelas partes.

Pelo exposto, DOU PROVIMENTO ao recurso, anulando-se a extinção do processo com relação à corré TAM LINHAS AÉREAS S.A., determinando-se o retorno dos autos à primeira instância para prosdeterminando-seguimento da demanda.

COELHO MENDES Relator

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