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A ÉDIC A M IC CLÍN CSI INFECTOLOGIA VOL. 1

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Academic year: 2021

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Autoria e colaboração

Durval Alex Gomes e Costa

Graduado em Medicina pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM). Especialista em Infectologia pelo Hospital Heliópolis. Doutor em Doenças Infecciosas pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Médico in-fectologista do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital Estadual Mário Covas, Santo André. Médico infectologista do Serviço de Moléstias Infecciosas do Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo.

Carolina dos Santos Lázari

Graduada em Medicina pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Especialista em Infectologia pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP). Ex-preceptora do Programa de Residência Médica em Infectologia da FMUSP. Médica infectologista do Serviço de Extensão ao Atendimento a Pa-cientes com HIV/AIDS da Divisão de Moléstias Infecciosas e Parasitárias do HC-FMUSP no período de 2006 a 2012. Médica assistente da Enfermaria da mesma Divisão.

Rodrigo Antônio Brandão Neto

Graduado pela Faculdade de Medicina da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas). Especialista em Clínica Médica, em Emergências Clínicas e em Endocrinologia pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP), onde é médico assistente da disciplina de Emergências Clínicas.

Ralcyon F. A. Teixeira

Graduado pela Faculdade de Medicina da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas). Especialista em Infectologia pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP). Mé-dico assistente do Hospital Universitário (HMCP) da PUC-Campinas. MéMé-dico Infectologista do Hospital Sírio-Libanês.

Maria Daniela Di Dea Bergamasco

Graduada em Medicina e especialista em Infectologia pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Mestranda na UNIFESP, fazendo parte do Grupo de Infecções em Onco-Hematologia e Transplante de Medula Óssea da Disci-plina de Infectologia.

Assessoria didática

Fabrício Martins Valois

Atualização 2017

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Apresentação

Os desafios da Medicina a serem vencidos por quem se decide pela área são tantos e tão diversos que é impossível tanto determiná-los quanto mensurá-los. O período de aulas práticas e de horas em plantões de vários blocos é apenas um dos antecedentes do que o estudante virá a enfrentar em pouco tempo, como a maratona da escolha por uma especialização e do ingresso em um programa de Residência Médica reconhecido, o que exigirá dele um preparo intenso, minucioso e objetivo.

Trata-se do contexto em que foi pensada e desenvolvida a Coleção SIC Principais Temas para Provas, cujo material didático, preparado por profis-sionais das mais diversas especialidades médicas, traz capítulos com inte-rações como vídeos e dicas sobre quadros clínicos, diagnósticos, tratamen-tos, temas frequentes em provas e outros destaques. As questões ao final, todas comen tadas, proporcionam a interpretação mais segura possível de cada resposta e reforçam o ideal de oferecer ao candidato uma preparação completa.

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Índice

Capítulo 1 - Imunologia – noções gerais e

aplicações em Infectologia...15

1. Introdução ...16

2. Defi nições básicas em Imunologia ...16

3. Tipos de imunidade ... 17

4. Imunodefi ciências ...21

5. Imunidade mediada por células ... 24

Resumo ... 26

Capítulo 2 - Patogênese do HIV e AIDS ...27

1. Introdução ... 28 2. Conhecendo o vírus ... 28 3. Transmissão do HIV...31 4. Epidemiologia ...31 5. Patogênese ...33 Resumo ...37

Capítulo 3 - Infecção pelo HIV e AIDS ... 39

1. Tipos de infecção ...40

2. HIV agudo – síndrome do HIV agudo ...40

3. Diagnóstico ... 42

Resumo ...48

Capítulo 4 - Manifestações oportunistas na AIDS ... 49

1. Doenças oportunistas ...50

2. Doenças oportunistas específi cas ... 51

3. Sistemas nervosos central e periférico ... 52

4. Doenças pulmonares associadas ao HIV ... 62

5. Doenças gastrintestinais associadas ao HIV ....72

6. Manifestações dermatológicas ...76

7. Lesões oculares associadas ao HIV... 78

8. Outros órgãos acometidos ...80

Resumo ...81

Capítulo 5 - Tratamento do HIV/AIDS ... 83

1. Tratamento antirretroviral ...84

2. Síndrome de reconstituição imune ... 95

3. HIV e transmissão vertical ... 96

4. Profi laxias no HIV ... 102

5. E a cura? ... 102

Resumo ...104

Capítulo 6 - Doenças sexualmente transmissíveis ... 105

1. Sífi lis adquirida ...106

2. Cancro mole ... 115 3. Uretrite gonocócica ... 117 4. Linfogranuloma venéreo ... 120 5. Donovanose ... 121 6. Herpes genital ...123 7. Infecção pelo HPV ...125 8. Abordagem sindrômica ...126 Resumo ...132

Capítulo 7 - Meningite e outras infecções do sistema nervoso central ...135

1. Defi nição ...136 2. Fisiopatologia ...136 3. Apresentação clínica ...136 4. Etiologia ...139 5. Complicações e prognóstico ...144 6. Diagnóstico ...144 7. Tratamento ...148

8. Quimioprofi laxia das meningites bacterianas ...153

9. Imunização ativa ...153 Resumo ...155 Capítulo 8 - Sepse ...157 1. Introdução ... 158 2. Manifestações clínicas...163 3. Diagnóstico etiológico ...165 4. Tratamento ... 166

5. Febre de origem indeterminada ... 171

Resumo ...175 Questões: Organizamos, por capítulo, questões de instituições de todo o Brasil. Anote:

O quadrinho ajuda na lembrança futura sobre o domínio do assunto e a possível necessidade de retorno ao tema.

Questões

Cirurgia do Trauma

Atendimento inicial ao politraumatizado

2015 - FMUSP-RP

1. Um homem de 22 anos, vítima de queda de moto em ro-dovia há 30 minutos, com trauma de crânio evidente, tra-zido pelo SAMU, chega à sala de trauma de um hospital terciário com intubação traqueal pelo rebaixamento do nível de consciência. A equipe de atendimento pré-hos-pitalar informou que o paciente apresentava sinais de choque hipovolêmico e infundiu 1L de solução cristaloide até a chegada ao hospital. Exame físico: SatO2 = 95%, FC =

140bpm, PA = 80x60mmHg e ECG = 3. Exames de imagem: raio x de tórax e bacia sem alterações. A ultrassonografia FAST revela grande quantidade de líquido abdominal. A melhor forma de tratar o choque desse paciente é:

a) infundir mais 1L de cristaloide, realizar hipotensão permissiva, iniciar transfusão de papa de hemácias e en-caminhar para laparotomia

b) infundir mais 3L de cristaloide, aguardar exames labo-ratoriais para iniciar transfusão de papa de hemácias e encaminhar para laparotomia

c) infundir mais 3L de cristaloide, realizar hipotensão permissiva, iniciar transfusão de papa de hemácias e plasma fresco congelado e encaminhar para laparotomia d) infundir mais 1L de cristaloide, iniciar transfusão de papa de hemácias e plasma fresco congelado e encami-nhar o paciente para laparotomia

Tenho domínio do assunto Refazer essa questão Reler o comentário Encontrei dificuldade para responder

2015 - SES-RJ

2. Para avaliar inicialmente um paciente com traumatis-mo cranioencefálico, um residente utilizou a escala de Glasgow, que leva em conta:

a) resposta verbal, reflexo cutâneo-plantar e resposta motora

b) reflexos pupilares, resposta verbal e reflexos profundos c) abertura ocular, reflexos pupilares e reflexos profundos d) abertura ocular, resposta verbal e resposta motora

Tenho domínio do assunto Refazer essa questão Reler o comentário Encontrei dificuldade para responder

2015 - UFES

3. A 1ª conduta a ser tomada em um paciente politrau-matizado inconsciente é:

a) verificar as pupilas b) verificar a pressão arterial c) puncionar veia calibrosa d) assegurar boa via aérea e) realizar traqueostomia

Tenho domínio do assunto Refazer essa questão Reler o comentário Encontrei dificuldade para responder

2015 - UFG

4. Um homem de 56 anos é internado no serviço de emergência após sofrer queda de uma escada. Ele está inconsciente, apresenta fluido sanguinolento não coa-gulado no canal auditivo direito, além de retração e movimentos inespecíficos aos estímulos dolorosos, está com os olhos fechados, abrindo-os em resposta à dor, e produz sons ininteligíveis. As pupilas estão isocóricas e fotorreagentes. Sua pontuação na escala de coma de Glasgow é:

a) 6 b) 7 c) 8 d) 9

Tenho domínio do assunto Refazer essa questão Reler o comentário Encontrei dificuldade para responder

2015 - UFCG

5. Um homem de 20 anos foi retirado do carro em cha-mas. Apresenta queimaduras de 3º grau no tórax e em toda a face. A 1ª medida a ser tomada pelo profissional de saúde que o atende deve ser:

a) aplicar morfina b) promover uma boa hidratação c) perguntar o nome d) lavar a face e) colocar colar cervical

Tenho domínio do assunto Refazer essa questão Reler o comentário Encontrei dificuldade para responder

2014 - HSPE

6. Um pediatra está de plantão no SAMU e é acionado para o atendimento de um acidente automobilístico. Ao chegar ao local do acidente, encontra uma criança de 5 anos próxima a uma bicicleta, sem capacete, dei-tada no asfalto e com ferimento cortocontuso extenso no crânio, após choque frontal com um carro. A criança está com respiração irregular e ECG (Escala de Coma de Glasgow) de 7. O pediatra decide estabilizar a via aérea

Ci ru rgi a d o T ra um a Que st õe s Comentários:

Além do gabarito oficial divulgado pela instituição, nosso corpo docente comenta cada questão. Não hesite em retornar ao conteúdo caso se sinta inseguro. Pelo contrário: se achá-lo relevante, leia atentamente o capítulo e reforce o entendimento nas dicas e nos ícones.

Comentários

Cirurgia do Trauma

Atendimento inicial ao politraumatizado

Questão 1. Trata-se de paciente politraumatizado,

ins-tável hemodinamicamente, com evidência de hemope-ritônio pelo FAST. Tem indicação de laparotomia explo-radora, sendo que a expansão hemodinâmica pode ser otimizada enquanto segue para o centro cirúrgico.

Gabarito = D

Questão 2. A escala de coma de Glasgow leva em

con-ta a melhor resposcon-ta do paciente diante da avaliação da resposta ocular, verbal e motora. Ainda que a avaliação do reflexo pupilar seja preconizada na avaliação inicial do politraumatizado, ela não faz parte da escala de Glasgow.

Gabarito = D

Questão 3. A 1ª conduta no politraumatizado com

rebai-xamento do nível de consciência é garantir uma via aérea definitiva, mantendo a proteção da coluna cervical.

Gabarito = D

Questão 4. A pontuação pela escala de coma de Glasgow

está resumida a seguir:

Abertura ocular (O)

Espontânea 4 Ao estímulo verbal 3 Ao estímulo doloroso 2 Sem resposta 1

Melhor resposta verbal (V)

Orientado 5 Confuso 4 Palavras inapropriadas 3 Sons incompreensíveis 2 Sem resposta 1

Melhor resposta motora (M)

Obediência a comandos 6 Localização da dor 5 Flexão normal (retirada) 4 Flexão anormal (decor-ticação) 3 Extensão (descerebração) 2 Sem resposta (flacidez) 1

Logo, o paciente apresenta ocular 2 + verbal 2 + motor 4 = 8.

Gabarito = C

Questão 5. O paciente tem grande risco de lesão térmica

de vias aéreas. A avaliação da perviedade, perguntando-se o nome, por exemplo, é a 1ª medida a perguntando-ser tomada. Em caso de qualquer evidência de lesão, a intubação orotra-queal deve ser precoce.

Gabarito = C

Questão 6. O tiopental é uma opção interessante, pois é

um tiobarbitúrico de ação ultracurta. Deprime o sistema nervoso central e leva a hipnose, mas não a analgesia. É usado para proteção cerebral, pois diminui o fluxo sanguí-neo cerebral, o ritmo metabólico cerebral e a pressão in-tracraniana, o que é benéfico para o paciente nesse caso.

Gabarito = A

Questão 7. Seguindo as condutas preconizadas pelo

ATLS®, a melhor sequência seria:

A: via aérea definitiva com intubação orotraqueal, man-tendo proteção à coluna cervical.

B: suporte de O2 e raio x de tórax na sala de emergência.

C: garantir 2 acessos venosos periféricos, continuar a infusão de cristaloides aquecidos e solicitar hemoderi-vados. FAST ou lavado peritoneal caso o raio x de tórax esteja normal.

D: garantir via aérea adequada e manter a oxigenação e a pressão arterial.

E: manter o paciente aquecido. Logo, a melhor alternativa é a “c”.

Gabarito = C

Questão 8. O chamado damage control resuscitation, que

deve ser incorporado na próxima atualização do ATLS®, está descrito na alternativa “a”. Consiste na contenção precoce do sangramento, em uma reposição menos agressiva de cristaloide, mantendo certo grau de hipo-tensão (desde que não haja trauma cranioencefálico as-sociado), e no uso de medicações como o ácido tranexâ-mico ou o aminocaproico.

Gabarito = A

Questão 9. O tratamento inicial de todo paciente

poli-traumatizado deve sempre seguir a ordem de priorida-des proposta pelo ATLS®. A 1ª medida deve ser sempre garantir uma via aérea pérvia com proteção da coluna cervical. Nesse caso, a fratura de face provavelmente in-viabiliza uma via aérea não cirúrgica, e o paciente é can-didato a cricotireoidostomia. Após essa medida, e

garan-Ci ru rgi a d o T ra um a Com ent ár io s

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Capítulo 9 - Síndrome da mononucleose infecciosa ...177 1. Introdução ...178 2. Epidemiologia ...178 3. Virologia e fisiopatologia ...178 4. Manifestações clínicas ...180 5. Complicações ... 182 6. Diagnóstico ...184 7. Tratamento ...185 Resumo ... 186 Capítulo 10 - Toxoplasmose ...187 1. Introdução ... 188 2. Etiologia e transmissão ... 188 3. Imunocompetentes ... 189 4. Imunossuprimidos ... 190

5. Pacientes com AIDS ...191

6. Toxoplasmose ocular em imunocompetentes ...193

7. Toxoplasmose congênita ...193 8. Diagnóstico ... 194 9. Tratamento ...196 Resumo ... 198 Capítulo 11 - Citomegalovírus ...199 1. Introdução ... 200 2. Infecção aguda ... 201 3. Infecção em AIDS ...202 4. Infecção em transplantados ... 204 5. Infecção congênita...206 6. Tratamento ...207 Resumo ... 208

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Doenças

sexualmente

transmissíveis

Rodrigo Antônio Brandão Neto

Ralcyon F. A. Teixeira

Neste capítulo, serão abordados os principais tipos de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs), bem como os tratamentos indicados para cada uma delas. Den-tre as DSTs abordadas, tem-se a sífilis, causada pelo Treponema pallidum, cuja manifestação inicial é com um cancro duro, e seu tratamento é feito com penici-lina benzatina. Outra doença presente neste capítulo é o cancro mole, que se apresenta como lesão ulcerada de base mole, rasa, com bordas irregulares, envolta por halo eritematoso, constituindo um importante diagnóstico diferencial com sífilis primária. Além dessas 2 causas de DSTs, o texto aborda outras, como a dono-vanose, o linfogranuloma venéreo e o herpes genital. Há um enfoque no tratamento sindrômico dessas doenças (síndrome da úlcera genital, síndrome do corrimento uretral e síndrome do corrimento vaginal), uma vez que a presença de DSTs aumenta o risco de infecção conco-mitante pelo HIV.

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Durval A. G. Costa

(7)

sicinfectologia

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1. Sífilis adquirida

A - Introdução e definições

Trata-se de uma doença infecciosa, de transmissão sexual e, eventual-mente, transplacentária (representando, na criança, a síndrome da sífi-lis congênita). A doença caracteriza-se por longos períodos de silêncio clínico e pela capacidade de atingir múltiplos sistemas orgânicos. Além disso, apresenta evolução crônica, sujeita a surtos de agudização e pe-ríodos de latência.

Dica

A sífilis é uma doença de notificação compulsória quando durante a gesta-ção ou quando congênita.

Os casos de sífilis mantêm aumento no Brasil nos últimos 5 anos, o que preocupa o controle da doença. Algumas medidas estão sendo toma-das para melhorar o diagnóstico, que inclui a testagem rápida de sífilis, oferecida junto com a testagem rápida de HIV em centros de testagem anônima. O aumento de triagem pré-natal ainda é meta para o diagnós-tico durante a gestação e tratamento a tempo de evitar transmissão vertical da doença.

B - Etiologia

O agente etiológico é o Treponema pallidum, espiroqueta de trans-missão predominantemente sexual ou materno-fetal, podendo pro-duzir, respectivamente, forma adquirida ou congênita da doença. Sua transmissão sexual acontece por contato direto com lesões abertas e fluidos genitais. A transfusão de sangue contaminado também é via de transmissão, apesar de cada vez mais rara atualmente. O

Trepo-nema é capaz de penetrar na pele e nas mucosas íntegras, porém a

penetração é facilitada quando há solução de continuidade na pele ou mucosa.

Após alcançar tecidos subcutâneos em relações sexuais, devido às mi-croabrasões que ocorrem no ato, a infecção é iniciada com resposta local, que resulta na formação de uma lesão ulcerada considerada a forma primária da sífilis: o cancro duro. Em quase todos os casos no-vos, é adquirida por via sexual, e, após a manifestação inicial genital, a doença pode tornar-se sistêmica, com o aparecimento da sífilis secun-dária e de outras complicações.

Figura 1 - Espiroqueta vista à mi-croscopia: lembrar que as espiro-quetas (sífilis, leptospirose) são bactérias muito pequenas e de difícil visualização por métodos de Gram, motivo pelo qual têm diagnóstico mais complicado à

microscopia

C - Classificação segundo o Ministério da Saúde

A sífilis pode ser classificada de acordo com o tempo de evolução e com o tipo de transmissão. O Ministério da Saúde classifica, portanto, de acordo com a Tabela a seguir:

Tabela 1 - Classificação da sífilis segundo o Ministério da Saúde

Sífilis adquirida

Recente

Menos de 1 ano de evolução, também subdividida em tempo

Primária Lesão única em paciente que nunca teve lesão antes

Secundária Lesões em mãos (mais comum) em paciente com lesão primária anterior

Latente precoce (ou

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Meningite e outras

infecções do

sistema nervoso

central

Rodrigo Antônio Brandão Neto

Durval A. G. Costa

Carolina dos Santos Lázari

Este capítulo aborda um importante tema da Infecto-logia: as meningites, cuja etiologia pode ser bacteriana, viral ou fúngica, sendo as causadas por bactérias as mais graves. Em adultos, as principais bactérias cau-sadoras de meningite bacteriana são S. pneumoniae (mais frequente na maioria do país) e N. meningitidis, enquanto nas formas virais os agentes mais envolvidos são os enterovírus (ecovírus ou coxsackie tipos A e B). Os sintomas de meningite geralmente incluem cefaleia, prostração, letargia ou irritabilidade, febre, menin-gismo, náusea e vômitos, variando sua intensidade de acordo com a causa, bacteriana ou viral. O diagnóstico leva em conta o quadro clínico e os achados no exame do liquor, e o tratamento é feito com antibioticoterapia nas meningites bacterianas, com ceftriaxona 2g IV, 12/12h, ou cefotaxima 2g IV, 4/4h, em pacientes de até 50 anos, e com ampicilina 2g IV, 4/4h + ceftriaxona 2g IV, 12/12h, em pacientes acima de 50 anos.

(9)

sicinfectologia

136

1. Definição

Importante

A presença ou ausência de função cerebral normal é importante para dis-tinguir entre meningite e encefalite. Pacientes com meningite apresentam função cerebral normal. Na encefalite, é esperada alteração da função cerebral, incluindo estado mental alterado, déficit motor ou sensorial, alte-rações de personalidade e/ou comportamento e hemiparesias.

As meninges são membranas de tecido conjuntivo que revestem o Sis-tema Nervoso Central (SNC), a fim de lhe conferir proteção mecânica e barreira físico-química. De fora para dentro, compreendem a dura--máter, a aracnoide e a pia-máter.

A meningite é uma doença inflamatória das leptomeninges (pia-máter e aracnoide), que acomete esses envoltórios e o espaço subaracnóideo, que contém o líquido cerebrospinal. O processo é craniospinal, compro-metendo o sistema ventricular, o canal vertebral e as cisternas da base do crânio, e pode acometer os nervos cranianos. Os principais agentes são as bactérias e os vírus, mas podem ainda ser ocasionadas por pa-rasitas e fungos. As encefalites, por sua vez, são infecções agudas do parênquima nervoso que determinam febre, cefaleia, confusão mental, rebaixamento do nível de consciência, sinais de acometimento focal ce-rebral (déficits motores, afasia, assimetria de reflexos, alterações da coordenação etc.) São causadas, principalmente, por infecções virais.

2. Fisiopatologia

Em situações propícias, os agentes de infecção ou colonizantes das vias aéreas invadem a mucosa respiratória e, por via hematogênica, alcançam as meninges, onde se multiplicam e estimulam um processo inflamatório.

Figura 1 - Disposição das meninges e ilustração de uma meninge inflamada, neste caso, com acometimento encefálico

Além disso, as infecções do trato respiratório superior, otite aguda (ou mastoidite) ou pneumonia podem acompanhar ou anteceder o quadro clínico. Em crianças, otite, sinusite, pneumonia e celulite periorbitária são situações predisponentes.

3. Apresentação clínica

Dica

Deve-se pensar em meningite sempre que um paciente apresenta febre e manifestações

neuroló-gicas, sobretudo se existe uma história pregressa de outra moléstia infecciosa ou de traumatismo cranioencefálico (TCE). O prognóstico depende do intervalo entre o apare-cimento da enfermidade e a instituição da terapia antimicrobiana.

A manifestação clínica usual é o início agudo de febre, cefaleia holo-craniana, rigidez de nuca e vômitos. Em geral, a doença progride de maneira rápida. Ocasionalmente, o início é menos agudo, com sinais meníngeos presentes por alguns dias ou 1 semana. A tríade de febre, rigidez de nuca e alteração de estado mental, que é a manifestação clássica da meningite bacteriana, acontece em apenas 60% dos casos.

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Índice

QUESTÕES

Cap. 1 - Imunologia – noções gerais e aplicações

em Infectologia ...213

Cap. 2 - Patogênese do HIV e AIDS ...214

Cap. 3 - Infecção pelo HIV e AIDS ...215

Cap. 4 - Manifestações oportunistas na AIDS ...216

Cap. 5 - Tratamento do HIV/AIDS ...220

Cap. 6 - Doenças sexualmente transmissíveis ... 222

Cap. 7 - Meningite e outras infecções do sistema nervoso central ...227

Cap. 8 - Sepse ...230

Cap. 9 - Síndrome da mononucleose infecciosa ....235

Cap. 10 - Toxoplasmose ...237

Cap. 11 - Citomegalovírus ... 238

COMENTÁRIOS Cap. 1 - Imunologia – noções gerais e aplicações em Infectologia ... 239

Cap. 2 - Patogênese do HIV e AIDS ...240

Cap. 3 - Infecção pelo HIV e AIDS ...241

Cap. 4 - Manifestações oportunistas na AIDS ... 242

Cap. 5 - Tratamento do HIV/AIDS ... 246

Cap. 6 - Doenças sexualmente transmissíveis ...248

Cap. 7 - Meningite e outras infecções do sistema nervoso central ... 252

Cap. 8 - Sepse ...255

Cap. 9 - Síndrome da mononucleose infecciosa ....261

Cap. 10 - Toxoplasmose ... 262

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Questões

Infectologia

Imunologia – noções gerais e aplicações em Infectologia

2016 - UFPR

1. Assinale a alternativa em que todos são critérios diagnósticos para imunodefi ciência primária:

a) amigdalites de repetição, infecção de vias aéreas su-periores frequentes, mais de 3 pneumonias em 1 ano b) diarreia crônica, infecção urinária de repetição, otite

crônica com derrame, meningite e artrite séptica c) história familiar, poliendocrinopatias, diarreia

crôni-ca, candidíase persistente e linfopenias

d) plaquetopenias com plaquetas pequenas, ausência de cicatriz do BCG, pneumonia por bactérias atípicas, osteomielite

e) infecção urinária de repetição, amigdalites com pouca resposta ao tratamento com antimicrobianos, pre-sença de estigmas genéticos, abscesso he pático

Tenho domínio do assunto Refazer essa questão

Reler o comentário Encontrei difi culdade para responder

2016 - MEDCEL

2. Analise as 2 radiografi as a seguir, de 2 pacientes com tuberculose:

Paciente A: com HIV, CD4 = 35, cultura de sangue com crescimento de M. tuberculosis após escarro negativo. O padrão é miliar na radiografi a, sem cavitações.

Paciente B: etilista, HIV negativo, com baciloscopia po-sitiva no escarro e cultura popo-sitiva para M. tuberculosis, além de cavitação no ápice direito.

Do ponto de vista imunológico, assinale a alternativa que melhor explica a diferença entre os pacientes/per-fi s de radiograpacientes/per-fi a:

a) a resposta imunológica predominante no paciente B é a humoral, levando à produção de gamainterferona, IL-2 e IL-10

b) a falta de resposta do tipo Th1 leva ao padrão do pa-ciente A, com produção das interleucinas 4, 5, IL-6, IL-9, IL-10 e IL-13

c) a cavitação no paciente B ocorre porque a resposta pre-dominante é a Th2, com produção de macrófagos que destroem o invasor (micobactéria), mas destroem em conjunto os alvéolos, levando à formação das cavitações d) a opsonização de anticorpos é predominante na

res-posta Th2, levando ao padrão do paciente A

e) para bactérias intracelulares, o que se espera é uma resposta Th1, com predomínio das lesões no paciente A

Tenho domínio do assunto Refazer essa questão

Reler o comentário Encontrei difi culdade para responder

2016 - MEDCEL

3. Sobre os conceitos na imunidade inata e adquirida, assinale a alternativa correta:

a) as barreiras naturais do organismo como a pele e as mucosas fazem parte da imunidade inata, que tam-bém compreende a ação de várias células, entre elas de linfócitos NK (Natural Killers) e das imunoglobuli-nas, contra a invasão de antígenos no corpo

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Comentários

Infectologia

Imunologia – noções gerais e aplicações em Infectologia

Questão 1. Analisando as alternativas:

a) Incorreta. O que é mais importante na defi ciência de imunodefi ciência primária é a história familiar, que está em falta nessa alternativa. As infecções descritas podem ocorrer nas defi ciências de imunoglobulinas.

b) Incorreta. Novamente, faltou falar de história fa-miliar de infecções de repetição. Convém lembrar que quadros de artrites sépticas podem ocorrer nas agama-globulinemias.

c) Correta. É essa a resposta, principalmente porque, além das infecções de repetição, o ponto-chave é a his-tória familiar, 1º aspecto para investigação de uma imu-nodefi ciência primária.

d) Incorreta. Faltou a história familiar, mais uma vez. e) Incorreta. Estigmas genéticos não são o mesmo que história familiar. Algumas imunodefi ciências são acom-panhadas de síndromes, o que pode ocasionar estigmas genéticos. Isso, entretanto, é diferente de história fa-miliar.

Gabarito = C

Questão 2. Analisando as alternativas:

a) Incorreta. A resposta predominante no paciente B é a celular, que leva mesmo à produção das citocinas des-critas.

b) Correta. O paciente A é aquele em que predomina a resposta humoral, por isso não há formação de cavitação. c) Incorreta. A cavitação do paciente B se dá porque a resposta predominante é a Th1.

d) Incorreta. A opsonização predomina na resposta ce-lular ou Th1.

e) Incorreta. Para bactérias intracelulares, realmente a resposta celular é a predominante, mas as lesões seriam com cavitação, como do paciente B.

Gabarito = B

Questão 3. Analisando as alternativas:

a) Incorreta. A imunidade inata compreende as barreiras naturais do organismo, e isso inclui os linfócitos NK. En-tretanto, as imunoglobulinas são da resposta adquirida. b) Incorreta. A imunidade passiva é mesmo temporária, mas já faz parte da adquirida (adaptativa). É o que acon-tece quando se recebe soro com antígenos prontos, por exemplo.

c) Correta. As células descritas são as principais na res-posta imune inata. Essa é a resres-posta correta.

d) Incorreta. Os receptores toll-like fazem parte da res-posta imune inata.

e) Incorreta. A IgA realmente age nas mucosas e é impor-tante nas imunodefi ciências pelo contato com antígenos intestinais adquiridos após alimentação, levando a qua-dros atópicos. Entretanto, quem se liga a mastócitos são as IgE, levando a quadros alérgicos, e não a IgA.

Gabarito = C

Questão 4. Analisando as assertivas:

I - A IgA é a responsável pela defesa de mucosas, com grande ação no intestino contra os antígenos intestinais. Por esse motivo, quando uma criança tem defi ciência de IgA, uma das primeiras coisas que aparecem é a hipe-restimulação de antígenos alimentares no intestino, le-vando a quadros de atopias, diarreia e posteriormente quadros infecciosos de repetição.

II - A IgD é a principal imunoglobulina na sinalização celu-lar para a identifi cação de antígenos, por isso é expressa na membrana celular após a produção pelos linfócitos B. III - Quando se pensa em reação alérgica, a IgE deve ser lembrada. Ela medeia hipersensibilidade imediata e re-ações alérgicas, além de ter papel importante na ani-quilação de helmintos intestinais, como o Schistosoma mansoni.

IV - A IgG possui 4 subclasses, importantes pela imuno-defi ciência específi ca de classes. A imuno-defi ciência de IgG2 aumenta a chance de germes capsulados.

V - A IgM é muito importante na resposta aguda de infec-ções (tanto que é usada como marcador de doença aguda) porque ela estimula o complemento, apresentando baixa afi nidade ao antígeno e, portanto, com resposta efetiva.

Gabarito = D

Questão 5. Analisando as alternativas:

a) Incorreta. As células NKT nada mais são do que os linfócitos natural killers iniciais no processo de respos-ta imunológica inarespos-ta, que não tem estímulo celular por CD4.

b) Incorreta. As células apresentadoras de antígenos recebem o nome de APC (Antigen-Presenting Cells) e também fazem parte da resposta inata para gatilho da célula.

c) Correta. As células Th1 medeiam a resposta celular que ocorre a partir do CD4 naive. São elas as

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Referências

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