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Relatório estágio profissional

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Academic year: 2021

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RELATÓRIO FINAL

ESTÁGIO PROFISSIONALIZANTE - 6º ANO

Mestrado Integrado em Medicina | 2013/19

Regente: Prof. Doutor Rui Maio | Orientadora: Dr.ª Ana Leitão

Nelson Rodrigo Melo Meneses

Nº de aluno: 2013262

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Índice

Introdução ... 3

Corpo de trabalho ... 3

1. Medicina Interna ... 4

2. Cirurgia Geral ………..….……… 4

3. Medicina Geral e Familiar ……….………..…… 5

4. Pediatria ……….. 5

5. Ginecologia e Obstetrícia ………. 6

6. Saúde Mental………..………. 6

Estágio Clínico Opcional ...7

Elementos Valorativos ... 7

Reflexão Crítica ... 8

Glossário ... 11

Anexos ... 12

I. iMed Conference 10.0 ... 12

II. Formação - Precauções Básicas em Controlo da Infeção .………..……… 18

III. Curso Trauma Evaluation and Management(TEAM) ..………..………. 19

IV. 6ªs Jornadas do Departamento de Cirurgia……….. 20

V. 10º Curso de Antibioterapia………. 21

VI. Grémio Académico da Faculdade de Ciências Médicas (GAFCM) ……… 23

VII. Associação Desportiva do Ensino Superior de Lisboa (ADESL) ……… 24

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Introdução

O estágio profissionalizante do 6º ano do Mestrado Integrado em Medicina constitui uma etapa fulcral no desenvolvimento de qualquer estudante de Medicina e na sua preparação para a prática clínica futura. É o resultado da conjugação das áreas mais abrangentes e essenciais da formação médica pré-graduada, proporcionando ao aluno a cimentação e aplicação de conhecimentos teóricos previamente adquiridos numa vertente prática orientada e supervisionada, com a finalidade de proporcionar a aquisição das variadas competências necessárias para o exercício autónomo da profissão ao jovem que brevemente se tornará médico. Nesta linha de pensamento, senti a necessidade de traçar objetivos pessoais que fossem inerentes a qualquer estágio parcelar, e que julgo serem transversais e coerentes com o que é pretendido nesta fase do meu percurso académico. Primeiramente, propus-me a colaborar de forma interessada e ativa com todos os

tutores e respetivas equipas de trabalho, tentando auxiliar os mesmos no desempenho das tarefas diárias, na

perspectiva de adquirir conhecimentos teórico-práticos relativos às várias especialidades que fossem importantes e úteis na minha prática clínica futura. Em segundo lugar, identificar na prática clínica diária as

várias lacunas teóricas que daí advinham, procurando o auxílio dos meus tutores para o esclarecimento de

dúvidas e reconhecendo a posterior necessidade de consolidar alguns conhecimentos. Por fim, tentei aprimorar

a relação médico-doente nos vários locais de estágio, observando algumas técnicas de comunicação dos meus

tutores e tentando colocá-las em prática sempre que solicitado, com a dupla finalidade de melhorar a minha postura clínica e humana para com os doentes e seus familiares, bem como tentar compreender o doente como um todo e não atentar apenas no problema de saúde per se.

Serve assim o presente relatório para descrever as várias atividades desenvolvidas ao longo deste ano letivo. Após esta introdução, abordarei os vários estágios efetuados numa breve análise retrospectiva dos mesmos. Farei também uma curta menção ao estágio clínico opcional que realizei e aos elementos que considero valorativos para este relatório e que tiveram uma importância acrescida no meu crescimento pessoal e profissional. Termino com uma reflexão crítica, na tentativa de resumir os aspetos positivos e negativos das várias vertentes do estágio profissionalizante, fazendo também uma espécie de introspeção, avaliando o meu desempenho nos vários estágios realizados. No final do relatório, anexo ainda alguns documentos que fazem parte dos elementos valorativos descritos anteriormente.

Corpo de trabalho

O estágio profissionalizante contempla a realização de seis estágios parcelares ao longo do ano letivo. Foram trinta e duas semanas de estágio, com início a 10/09/2018 e término a 17/05/2019. Nesta secção pretendo explorar sucintamente cada um dos estágios e as atividades desenvolvidas em cada um deles.

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1. Medicina Interna

O estágio de Medicina Interna, regido pelo Prof. Doutor Fernando Nolasco, decorreu no HSAC, no serviço de Medicina 2.1, sob orientação da Dr.ª Madalena Lisboa, com uma duração total de oito semanas (de 10/09/2018 a 2/11/2018). Com a supervisão da minha tutora e restante equipa médica, tive a oportunidade de participar ativamente na rotina diária do serviço, ao observar autonomamente vários doentes por dia, realizando exame objetivo e escrita de diários clínicos, bem como notas de entrada, notas de alta, prescrição de exames complementares de diagnóstico e discussão terapêutica sempre que indicado. A enfermaria foi, de facto, o local onde passei a maior parte do tempo de estágio, aproveitando para desenvolver o raciocínio clínico através da colheita de história clínica sumária e realizando algumas técnicas como punções venosas e arteriais. Semanalmente acompanhei a minha tutora no Serviço de Urgência do Hospital de São José, onde pude observar alguns doentes no balcão e no Serviço de Observação, sempre sob a sua orientação e de outros elementos da equipa médica. A nível formativo pude presenciar vários seminários de Medicina Interna realizados semanalmente na faculdade, bem como participar na formação de Precauções Básicas em Controlo da Infeção, realizada anualmente no Hospital de São José. No final do estágio, apresentei em reunião de serviço um trabalho intitulado “Abordagem ao doente com Icterícia”, conjuntamente com dois colegas de estágio.

2. Cirurgia Geral

Realizei o estágio de Cirurgia Geral no Hospital Beatriz Ângelo, sob regência do Prof. Doutor Rui Maio e tutelado pela Dr.ª Rita Roque, durante oito semanas (de 5/11/2018 a 11/01/2019) que se subdividiram em quatro componentes principais: uma semana de sessões teórico-práticas, através da abordagem de situações clínicas e procedimentos técnicos que se consideram essenciais para a preparação do estágio, onde se inclui o curso TEAM, que visa a abordagem do doente politraumatizado; uma semana no Serviço de Urgência, através do contacto com as suas diversas valências, não só cirúrgicas como também médicas; duas semanas na Unidade de Cuidados Intensivos, onde pude observar o trabalho diário da equipa médica e, com a devida orientação, ajudar a mesma na realização de gasimetrias arteriais, colocação de cateteres venosos centrais e linhas arteriais; e quatro semanas no Serviço de Cirurgia Geral, variando entre a enfermaria, a consulta e o bloco operatório, destacando esta última atividade pelo facto de ter participado em diversas cirurgias como 2º ajudante da minha tutora, entre as quais a cirurgia a um doente cujo caso foi por mim apresentado no Minicongresso de Cirurgia Geral, em conjunto com duas colegas, e que nos valeu o prémio de melhor trabalho, intitulado “Gato escondido com rabo de fora! – Um raro caso de um caso raro”, que consistiu na abordagem cirúrgica de uma metástase ganglionar cervical de um microcarcinoma medular da tiróide.

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3. Medicina Geral e Familiar

Foi na USF Descobertas que realizei o meu estágio de MGF, cuja regente é a Prof.ª Doutora Maria Isabel Santos. Durante quatro semanas (de 21/01/2019 a 15/02/2019) acompanhei a minha tutora, a Dr.ª Márcia Gonçalves Lopes, e restante equipa de trabalho, que me deram a oportunidade de assistir aos seis tipos de consulta realizados nesta Unidade: Saúde do Adulto, Saúde Materna, Saúde Infantil e Juvenil, Planeamento Familiar, Consulta Aberta e Consulta de Cessação Tabágica. Pude também acompanhar e colaborar com a equipa de enfermagem na prestação de cuidados básicos de saúde, não só na Unidade como também no domicílio. Ao observar as consultas, tentava ajudar na colheita de informação clínica dos utentes, assim como praticar diariamente a realização de exame objetivo dirigido com a orientação do médico que acompanhava. Terminada a consulta, aproveitava para esclarecer qualquer dúvida que existisse no decorrer da mesma, na tentativa de aperfeiçoar o raciocínio clínico e a abordagem dos utentes, seguindo uma linha de pensamento organizada e adequada a cada um deles individualmente. No decorrer do estágio, realizei um Journal Club de um artigo intitulado The Pregnant Patient: Managing Common Acute Medical Problems, tentando rever algumas abordagens terapêuticas de problemas comuns de saúde e que são diferentes durante a gravidez.

4. Pediatria

O estágio de Pediatria decorreu na Unidade de Infecciologia do HDE, sob orientação da Dr.ª Flora Candeias, com uma duração total de quatro semanas (de 18/02/2019 a 15/03/2019) e com a regência do Prof. Doutor Luís Varandas. Grande parte do tempo de estágio foi dedicado à enfermaria, numa rotina diária de realização de notas de entrada e/ou notas de alta que eram posteriormente discutidas com a minha tutora. Neste contexto, foi-me permitido observar autonomamente um a dois doentes por dia, consistindo essa observação na colheita de dados clínicos relevantes com os doentes e familiares e realização de exame objetivo sumário e dirigido. Durante o estágio, pude acompanhar semanalmente médicos internos da especialidade no Serviço de Urgência, bem como a minha tutora na consulta de Imunodeficiências, observando maioritariamente o seguimento de jovens com infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana. Numa vertente mais pedagógica, e além de assistir às sessões clínicas realizadas semanalmente por médicos especialistas das diversas áreas da Pediatria, tive a oportunidade de participar no “Workshop de Urgências Pediátricas” realizado para os alunos do 5º e 6º ano, simulando a abordagem de casos clínicos graves e urgentes, em contexto de Serviço de Urgência. No final do estágio foi efetuado um Seminário, onde apresentei com três colegas um trabalho sobre “Complicações da gripe na Idade Pediátrica”, que consistiu numa breve revisão teórica acoplada a uma abordagem estatística dos casos e complicações da gripe do presente ano, comparando estes dados com os registados no ano anterior no HDE.

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5. Ginecologia e Obstetrícia

O estágio de Ginecologia e Obstetrícia, regido pela Prof.ª Doutora Teresinha Simões, decorreu durante quatro semanas (de 18/03/2019 a 12/04/2019) na MAC, dividindo-se em duas partes: duas semanas dedicadas à Ginecologia, sob orientação da Dr.ª Patrícia Amaral, e duas semanas de Obstetrícia, sob tutela da Dr.ª Nádia Charepe. Na vertente ginecológica, pude observar as tarefas efetuadas no bloco operatório e na enfermaria, bem como nas consultas externas de Ginecologia Geral, Uroginecologia, Ecografia Ginecológica, Patologia do Colo e Patologia do Endométrio, passando ainda pelo Serviço de Procriação Medicamente Assistida. No âmbito da Obstetrícia, pude contactar com a enfermaria do Serviço de Medicina Materno-Fetal e bloco de partos, como também assistir a consultas externas de alto risco de Obstetrícia, Hipertensão Arterial e Gémeos. Acompanhei também as minhas tutoras no Serviço de Urgência, alternando entre gabinetes de atendimento de doentes e grávidas, sala de partos e bloco operatório, onde pude auxiliar frequentemente cada uma das minhas tutoras na realização de exame objetivo ginecológico e participar como 2º ajudante em partos por cesariana. Durante o estágio pude assistir a algumas sessões clínicas semanais, participando numa delas ao apresentar um trabalho de grupo intitulado “Hiperplasia Congénita da Suprarrenal na Gravidez”.

6. Saúde Mental

As últimas quatro semanas de estágio profissionalizante (de 22/04/2019 a 17/05/2019) decorreram no CHPL, com a regência do Prof. Doutor Miguel Talina, no âmbito da Saúde Mental. Colocado na Unidade de Alcoologia, tive como tutora a Dr.ª Joana Teixeira, contando ainda com o apoio da restante equipa médica do serviço. Antes do estágio, decorreram duas sessões teórico-práticas na faculdade, no sentido de preparar os alunos para a vertente prática do mesmo. Durante o estágio, contactei maioritariamente com as rotinas de trabalho da enfermaria, que consistiam em acompanhar o psiquiatra na observação diária dos doentes individualmente, avaliando a sua evolução no internamento através do feedback que transmitiam, numa comunicação empática que culminava na manutenção ou otimização terapêutica. Neste aspecto, pude dialogar com os doentes e realizar testes cognitivos, utilizando instrumentos de avaliação do estado mental, com acompanhamento de um médico especialista. Existiam também reuniões multidisciplinares semanalmente, onde participavam médicos, enfermeiros, psicólogos e assistentes sociais, em que se discutiam os doentes caso a caso e se delineavam as melhores estratégias terapêuticas para os mesmos. Observei ainda consultas externas de Alcoologia e de Psiquiatria Geral, bem como a atividade do Serviço de Urgência por duas ocasiões. Pude também observar as tarefas realizadas na Unidade de Tratamento e Reabilitação de Alcoologia, componente essencial no tratamento não farmacológico e reabilitação psicossocial dos doentes com patologia associada a consumos etanólicos.

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Estágio Clínico Opcional

Efetuei o meu estágio clínico opcional na USF Descobertas, onde pude contactar mais duas semanas com a realidade da Medicina Geral e Familiar. Esta opção baseou-se na minha necessidade pessoal de colmatar algumas lacunas práticas decorrentes do estágio parcelar, no gosto pela especialidade e nas boas relações que criei com a equipa médica aquando da minha passagem anterior pela USF Descobertas.

Elementos Valorativos

Passo agora a descrever algumas atividades que realizei não só durante este ano letivo como também ao longo do curso, de cariz formativo e extracurricular, que proporcionaram um conjunto de experiências importantes no meu crescimento como estudante de Medicina e como homem.

Vários foram os congressos em que estive presente e que de certa forma enriqueceram o meu estágio profissionalizante. Porém, estaria a ir contra os meus princípios se os descrevesse a todos neste relatório, pois alguns deles não corresponderam às minhas expectativas e não tenciono valorizar-me com a quantidade de certificados obtidos, mas sim com a qualidade dos eventos e das vivências que me proporcionaram. Dito isto, começo por destacar a participação no iMed Conference 10.0 e seus workshops, pois é uma conferência científica organizada por estudantes da NMS|FCM e na qual nunca tinha participado anteriormente, pelo que a curiosidade era grande e a dinâmica do evento superou as minhas expectativas. Durante o estágio de Cirurgia Geral pude participar nas 6ªs Jornadas do Departamento de Cirurgia do Hospital Beatriz Ângelo, local onde decorreu o meu estágio, e no 10º Curso de Antibioterapia do Hospital da Luz, eventos que merecem a minha referência pela qualidade organizacional e relevância científica.

Durante a minha formação pré-graduada, tive o privilégio de representar três instituições: o GAFCM, a ADESL e a AEFCM. Representei o GAFCM entre 2015 e 2017, participando e organizando diversos eventos praxísticos, que me deram a oportunidade de criar laços de amizade que ainda hoje mantenho. Na ADESL, exerci as funções de secretário do Conselho de Disciplina, cargo de grande responsabilidade no que toca à aplicação de sanções e promoção do respeito e do fair-play no desporto universitário de Lisboa. Na AEFCM, exerci o cargo de coordenador do desporto no mandato de 2016, estando responsável pelas equipas representativas da instituição e pela organização de eventos desportivos para a comunidade académica. Fui jogador da equipa de futsal da AEFCM no ano letivo 2013/14, e jogador da equipa de futebol da AEFCM entre 2014 e 2019, tornando-me capitão de equipa em 2016 e conquistando a subida de divisão na época 2017/18, feitos dos quais tornando-me orgulho imenso e que me auxiliaram a superar as adversidades diárias da vida académica, não só pela prática desportiva como também pelas distrações saudáveis que proporcionaram.

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Reflexão Crítica

É altura de olhar para trás e apreciar o caminho percorrido durante os seis anos de Mestrado Integrado em Medicina, mas sobretudo avaliar aquilo que experienciei durante o estágio profissionalizante do 6º ano. No que diz respeito aos objetivos pessoais a que me propus inicialmente, penso que consegui cumpri-los na globalidade dos estágios parcelares, uns mais do que outros em cada estágio separadamente, mas no geral acredito que alcancei as metas por mim impostas. Tive a sorte de encontrar equipas médicas muito profissionais e que me receberam como se fosse mais um elemento do grupo de trabalho com grande naturalidade. Identifiquei, com a prática clínica e com o auxílio dos meus orientadores, diversas situações que me obrigaram a atualizar conhecimentos teóricos que havia esquecido ou não havia aprendido até então. Deram-me ainda a autonomia e a confiança suficientes para interagir livremente com os doentes e seus familiares, numa perspectiva de crescimento pessoal e profissional, aprendendo com os meus erros e, sobretudo, com os doentes, adquirindo assim bases fundamentais para que no futuro possa aperfeiçoar ainda mais a relação médico-doente, componente que considero essencial em qualquer área da Medicina.

O estágio de Medicina Interna propunha aos alunos a aquisição de competências teórico-práticas e autonomia para avaliar, diagnosticar e prescrever as medidas terapêuticas para as situações clínicas mais prevalentes, assim como identificar e hierarquizar as situações clínicas mais urgentes que requerem transferência emergente dos doentes para áreas diferenciadas de diagnóstico e terapêutica. Apesar de nesta fase ser difícil cumprir totalmente estes objetivos, senti que foram sendo gradualmente alcançados ao longo das oito semanas de estágio, com a rotina diária de trabalho e o entrosamento entre os profissionais de saúde do serviço, bem como com as idas ao serviço de urgência, onde se observam casos clínicos agudos e de sintomatologia mais exuberante. A vivência da enfermaria fez-me perceber melhor a dificuldade que é estar internado durante semanas e daqui retiro a principal crítica, não ao estágio em si, mas à gestão do doente após a alta clínica. É necessário que as entidades competentes comecem a redefinir as suas orientações de trabalho para que precocemente se encaminhem os doentes para lares e redes de cuidados continuados de saúde, alicerçado à necessidade de cuidadores de saúde domiciliários e de melhorar as suas condições de trabalho, para desta forma aumentar o rendimento dos cuidados de saúde hospitalares e domiciliários.

O estágio de Cirurgia Geral tinha como principais objetivos a aquisição de competências clínicas no sentido de reconhecer as principais patologias cirúrgicas e as situações com indicação cirúrgica eletiva ou urgente, aprimorar a colheita de história clínica de forma sistemática para formular as hipóteses de diagnóstico e requisitar os exames complementares de diagnóstico necessários a cada caso clínico, e colocar em prática as técnicas de pequena cirurgia mais comuns, conhecendo as técnicas de anestesia e de assepsia necessárias. Assim, penso que os objetivos foram globalmente atingidos, contribuindo para isso o tempo de estágio e o

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dinamismo do mesmo. Neste sentido, a experiência da enfermaria, da UCI e do SU foram fundamentais para alcançar a maior parte dos objetivos, pois foram os locais onde obtive maior contacto com os doentes numa perspectiva mais médica do que cirúrgica, reservando-se esta última em grande parte para o bloco operatório. Neste, pude auxiliar por diversas vezes a minha tutora durante as cirurgias, contribuindo para isso o rácio tutor-aluno de 1:3, algo que a nossa instituição de ensino felizmente nos vem habituando. A experiência do bloco operatório apenas pecou pelo facto de ter uma tutora especialista em cirurgia da tiróide, pelo que só pontualmente pude assistir a outros tipos de cirurgia. Por outro lado, a cirurgia tiroideia era uma das lacunas deixadas pelos estágios cirúrgicos anteriores, pelo que fiquei a conhecer melhor este tipo de abordagem.

Para o estágio de MGF estavam traçados alguns objetivos como identificar e gerir os problemas de saúde mais comuns na comunidade, perceber como se coordenam os diferentes recursos de prestação de cuidados de saúde, realizar uma abordagem centrada na pessoa, prescrever corretamente os medicamentos mais utilizados e identificar situações de risco para adotar as devidas medidas preventivas. Creio que a maior parte dos objetivos foram cumpridos de uma forma natural, pois as consultas de MGF são um excelente método de aprendizagem graças à variedade de doentes e de patologias observadas, o que obriga a um exercício mental diário mais abrangente. O ponto negativo do estágio foi não ter tido a autonomia desejada para iniciar ou realizar consultas, situação que justificou a realização do estágio clínico opcional no mesmo local, onde pude atingir esse objetivo. Com estas duas experiências, percebi que a promoção da saúde e a educação dos doentes para a mesma, conjugadas com os diversos tipos de prevenção aplicados pelos médicos de família, são, talvez, as tarefas mais importantes nesta área da Medicina. Aprendi a valorizar ainda mais o papel do médico de família no seguimento contínuo dos doentes, algo que por vezes não é apreciado por quem desconhece a importância da profissão.

O estágio de Pediatria perfilava objetivos muito semelhantes aos adotados para a MGF, como conhecer e saber como atuar perante as principais patologias da criança e do adolescente, comunicar com os doentes e família, efetuar anamnese e exame físico, reconhecer critérios de gravidade, interpretar exames complementares e discutir hipóteses de diagnóstico e terapêutica mais comuns na idade pediátrica. Penso que atingi os objetivos propostos, uma vez que pude estagiar no serviço de Infecciologia, que é uma área bastante vasta da Pediatria, permitindo-me conhecer melhor esta realidade e auxiliar a minha tutora no dia-a-dia. Infelizmente, a duração e a logística do estágio não permitem o contacto com as várias vertentes da especialidade, o que talvez fosse benéfico para o aluno do 6º ano.

O estágio de Ginecologia e Obstetrícia foi talvez o que mais me surpreendeu, uma vez que o iniciei sem grandes expetativas e acabei a considerar a possibilidade de ingressar na especialidade no futuro, fruto do dinamismo que as minhas tutoras aplicaram para que aproveitasse ao máximo a experiência na Maternidade Dr. Alfredo da Costa. Como objetivos fundamentais destacam-se a aquisição de atitudes e competências que

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resultassem em ganho de maior autonomia e que são indispensáveis à boa prática médica, e compreender a prática clínica hospitalar acompanhando sempre que possível o tutor na sua atividade, observando-o e auxiliando-o na realização de procedimentos que se consideram fundamentais para o exercer da profissão. Considero que cumpri os objetivos pretendidos, pois sempre me senti útil para as minhas tutoras, auxiliando-as nas diferentes tarefas diárias, sobretudo na prática de exame objetivo ginecológico e na participação como 2º ajudante em partos por cesariana, lacunas que haviam sido deixadas pelo estágio do 4º ano.

O estágio de Saúde Mental impunha vários objetivos como identificar sintomas de perturbação psiquiátrica e elementos patológicos na personalidade, nos comportamentos e no relacionamento interpessoal dos doentes, avaliar as suas capacidades funcionais, perceber as situações individuais e sociais de risco e aprender alguns conceitos básicos para referenciar indivíduos com problemas de saúde mental. Penso que consegui alcançar estes objetivos, sobretudo pela observação de diferentes situações no Serviço de Urgência com a minha tutora, uma vez que estive inserido na Unidade de Alcoologia e a diversidade de situações psiquiátricas não é tão evidente como em outras áreas da especialidade, pelo que considero este aspecto como a grande desvantagem deste estágio parcelar. Por outro lado, contactei com uma realidade que até então era inexistente no meu percurso académico e que será certamente útil no futuro, porque existem doentes com dependência de substâncias como o álcool que são seguidos em qualquer especialidade médica.

Não poderia deixar de realçar a importância que o desporto teve ao longo da minha formação pré-graduada, sobretudo no que diz respeito à minha grande paixão: o futebol. Faz parte da minha vida desde os seis anos de idade e, ao longo do curso, sobretudo neste último ano, funcionou como um mecanismo de escape e libertação de emoções menos positivas e pressão acumulada diariamente, ao mesmo tempo em que promovia em mim um estilo de vida física e psicologicamente saudável. Poder ter participado na reconstrução da equipa de futebol da AEFCM, bem como em cargos desportivos ligados ao desporto universitário de Lisboa, foi para mim uma honra e um prazer, pelo crescimento interpessoal e extracurricular que estas experiências me proporcionaram.

Reconheço humildemente que ainda tenho um longo caminho a percorrer no que diz respeito à aprendizagem de conhecimentos teórico-práticos inerentes à Medicina, pois é uma área científica em constante evolução e uma arte que se deseja aplicada com respeito e em total benefício dos que mais necessitam dela – os doentes. O estágio profissionalizante do 6º ano é simultaneamente uma meta atingida como aluno e um ponto de partida como futuro profissional de saúde, mais um entre tantos outros que trabalham em prol da otimização, manutenção e promoção da saúde na comunidade, dando a cada dia que passa um pouco de si, num exercício conjunto que visa cuidar e tratar dos mais enfermos, dando-lhes novamente a possibilidade de usufruir, na plenitude das suas capacidades, do maior dom que existe no Mundo: a vida humana.

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Glossário

ADESL – Associação Desportiva do Ensino Superior de Lisboa

AEFCM – Associação de Estudantes da Faculdade de Ciências Médicas

CHPL – Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa

GAFCM – Grémio Académico da Faculdade de Ciências Médicas

HDE – Hospital Dona Estefânia

HSAC – Hospital de Santo António dos Capuchas

MAC – Maternidade Dr. Alfredo da Costa

MGF – Medicina Geral e Familiar

NMS|FCM – NOVA Medical School |Faculdade de Ciências Médicas

SU – Serviço de Urgência

TEAM – Trauma Evaluation and Management

UCI – Unidade de Cuidados Intensivos

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Anexos

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