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Relatório profissional: fatores motivacionais para a prática e não prática de atividades físicas e desportivas em jovens do 3º ciclo da Ilha de São Miguel: estudo comparativo entre meio rural e urbano

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Academic year: 2021

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Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

2º CICLO EM ENSINO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

NOS ENSINOS BÁSICO E SECUNDÁRIO

Relatório Profissional

Fatores Motivacionais para a Prática e Não

Prática de Atividades Físicas e Desportivas em

Jovens do 3º ciclo da Ilha de São Miguel:

Estudo Comparativo entre Meio Rural e

Urbano.

Mestranda Ana Sofia Livreira Raposo

Orientador Paulo Alexandre Vicente dos Santos João

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UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO

2º CICLO EM ENSINO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

NOS ENSINOS BÁSICO E SECUNDÁRIO

Relatório Profissional

Fatores Motivacionais para a Prática e Não Prática de

Atividades Físicas e Desportivas em Jovens do 3º ciclo

da Iha de São Miguel: Estudo Comparativo entre Meio

Rural e Urbano.

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Dissertação apresentada à UTAD, no DEP – ECHS, como requisito para a obtenção do grau de Mestre em Ensino de Educação Física dos Ensino Básico e Secundário, cumprindo o estipulado na alínea b) do artigo 6º do regulamento dos Cursos de 2ºs Ciclos de Estudo em Ensino da UTAD, sob a orientação do Professor Doutor Paulo Alexandre Vicente Dos Santos João.

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ÍNDICE Agradecimentos ... I Resumo ... II Abstract ... III Lista de Abreviaturas... IV Lista de Quadros ... V

CAPÍTULO 1 – RELATÓRIO DE EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL ... 2

1.Introdução ... 3

2. Análise Reflexiva da Atividade Profissional ... 5

2.1 Dimensão Social e Ética ... 5

2.2 Desenvolvimento do Ensino e de Aprendizagem ... 5

2.2.1 Preparação e Organização das Actividades Lectivas ... 6

2.2.2 Realização das Atividades Letivas ... 10

2.2.3 Cumprimento das Orientações Curriculares ... 13

2.2.4 Processo de Avaliação das Aprendizagens dos Alunos ... 15

2.2.5 Desenvolvimento de Práticas à Melhoria do Desempenho Escolar ... 17

2.3. Participação na Escola e Relação com a Comunidade Escolar ... 18

2.3.1. Participação nas Actividades do Plano Anual da Escola ... 18

2.3.2. Relação Ccm os Pais e Encarregados de Educação dos Alunos a Cargo ... 20

2.4. Desenvolvimento Profissional ... 22

3. Reflexão Final ... 23

CAPÍTULO 2 – ESTUDO DESENVOLVIDO ... 25

Resumo ... 26 Abstract ... 27 Introdução ... 29 1. Tema ... 30 2. Objetivos ... 31 2.1.Objetivo geral ... 31 2.2.Objetivo específico ... 31 3. Hipóteses ... 31 4. Variáveis ... 32 4.1.Variáveis Dependentes ... 32 4.2.Variáveis Independentes ... 32 5. Revisão da literatura ... 33 5.1 – Atividade Física ... 33

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5.1.1–Benefícios da Atividade Física ... 33

5.1.2–Riscos da Inatividade Física ... 35

5.1.3–Recomendações de Atividade Física ... 35

5.2. –Motivação ... 37

5.2.1 – Motivação para a Prática Desportiva ... 37

5.2.2 – Motivação para a Não Prática Desportiva ... 38

5.3. – Envolvimento Rural e Urbano ... 39

6. Metodologia ... 40

6.1.Participantes ... 40

6.2.Instrumento ... 40

6.3.Procedimentos ... 41

6.4.Tratamento dos dados... 41

7. Apresentação Resultados ... 42

7.1. – Prática de Atividades Físicas e Desportivas ... 42

7.1.1 - Caracterização da Amostra ... 42

7.1.2 - Caracterização da Atividade Física e Desportiva ... 42

7.1.3 –Meio de Residência e Atividade Física e Desportiva ... 43

7.1.4 – Análise dos Motivos em função do QMAD ... 44

7.1.5 –Fatores e Sexo ... 44

7.1.6 –Fatores e Ano de Escolaridade ... 46

7.1.7 –Fatores e Meio de Residência ... 48

7.2. – Não Prática de Atividades Físicas e Desportivas ... 49

7.2.1 - Caracterização da Amostra ... 49

7.2.2 - Caracterização da Não Prática de Atividade Física e Desportiva ... 50

7.2.3 –Meio de Residência e Não Prática Atividade Física e Desportiva ... 50

7.2.4 – Análise dos Motivos em função do IMAAD ... 50

7.2.5 –Fatores e Sexo ... 51

7.2.6 –Fatores e Ano de Escolaridade ... 52

7.2.7 –Fatores e Meio de Residência ... 54

8. Discussão dos Resultados ... 55

8.1. – Prática de Atividades Físicas e Desportivas ... 55

8.2. – Não Prática de Atividades Físicas e Desportivas ... 57

9. Conclusões ... 60

10. Bibliografia ... 62

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AGRADECIMENTOS

A realização de um trabalho desta natureza, só é possível quando contamos com a colaboração e empenho de várias pessoas. Deste modo gostaria de expressar os mais sinceros agradecimentos a todos aqueles que me acompanharam e de alguma forma contribuíram para a realização deste estudo:

Ao Professor Doutor Paulo Alexandre Vicente Dos Santos João, pela orientação, pela disponibilidade sempre demonstrada, pelo conhecimento transmitido e pelo fornecimento das diretrizes indispensáveis para a realização deste estudo.

A todos os alunos que constituem a amostra.

Aos docentes que disponibilizaram a sua aula e o seu tempo no acompanhamento e supervisão dos alunos, durante a realização do questionário.

Aos homens da minha vida, Tiago e Henrique, por compreenderem a minha ausência e pelo esforço e apoio, que muito contribuem para a minha realização pessoal e profissional.

Finalmente, às pessoas que, mesmo não tendo sido aqui nomeadas, me ajudaram na realização desta importante etapa do meu percurso académico.

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RESUMO

Ser professor permite compreender todos os seus mecanismos e significados pedagógicos que compõem a instituição escolar. A escola deverá surgir como um local onde o professor tem um papel importante na orientação e formação do aluno, mas também na formação social, visto que este está inserido numa comunidade educativa.

A reflexão sobre o meu desempenho profissional permite analisar aquilo que a Educação Física transmite há minha atividade docente, nas quatro dimensões em que a avaliação de docentes incide: Dimensão social e ética; Desenvolvimento do ensino e de aprendizagem; Participação nas atividades da escola e relação com a comunidade escolar; Desenvolvimento profissional.

Permitiu-me compreender quais as implicações das atividades que foram desenvolvidas ao longo da minha carreira e, ao mesmo tempo, criar uma base para desenvolvimento futuro das minhas competências e a melhorar a minha intervenção como docente.

O excelente relacionamento pedagógico com os meus alunos e colegas, tanto dentro como fora de sala de aula, contribuiu de certa forma para um melhor desenvolvimento destes jovens inseridos numa sociedade em constante mudança; da mesma maneira, todos os dias eles contribuem para me tornar melhor professora.

PALAVRAS-CHAVE: Educação Física, Ensino Aprendizagem, Desenvolvimento Profissional.

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ABSTRACT

Being a teacher enables us to understand all its pedagogical meanings and mechanisms that make up the educational institution. The school should emerge as a place where the teacher plays an important role in the guiding and training process of the student, but also in the social training, since he/she is involved in an educational community.

The reflection on my work performance allowed me to analyze what physical education transmits onto my teaching activity in the four dimensions in which the the evaluation of teachers is focused: Social and ethics dimension; Development of teaching and learning; Participation in school activities and relationship with the school community; and Professional development.

It enabled me to understand which implications of the activities that I’ve developed throughout my career and, simultaneously, to create a cornerstone for further development of my skills and to improve my contribution as a teacher.

The excellent pedagogical relationship with my students and colleagues, both inside and outside of the classroom, has contributed to a better development of these youngsters inserted in a society which is constantly changing; likewise, they too contribute everyday for the improvement of my teaching skills.

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LISTA DE ABREVIATURAS

ACSM – American College of Soport Medicine DGS – Direção Geral da Saúde

EBI – Escola Básica Integrada EBS – Escola Básica e Secundária ES – Escola Secundária

IMAAD - Inquérito de Motivações para a Ausência de Atividades Desportivas LBSE - Lei de Bases do Sistema Educativo

PAGAC - Physical Activity Guidelines Advisory Committee PEE – Projeto Educativo de Escola

PNEF – Programa Nacional de Educação Física

QMAD - Questionário de Motivação para as Atividades Desportivas RI – Regulamento Interno

SPSS - Statistical Package for the Social Sciences UTAD –Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Comparação entre meio de residência e tipo de atividade física e desportiva ... 44

Quadro 2: Análise descritiva em função dos fatores do QMAD. ... 45

Quadro 3: Média e Desvio Padrão do sexo em função dos fatores do QMAD. ... 45

Quadro 4: Coeficiente de correlação e significância da correlação dos fatores com o sexo. ... 46

Quadro 5: Análise Descritiva dos fatores do QMAD em função do ano de escolaridade. ... 46

Quadro 6: Teste Anova a um fator entre Dimensões e Ano de escolaridade. ... 47

Quadro 7: Coeficiente de correlação e significância da correlação dos fatores em função do ano de escolaridade. ... 48

Quadro 8: Análise descritiva do Meio de Residência em função dos fatores do QMAD. ... 48

Quadro 9: Coeficiente de correlação e significância da correlação dos fatores com o meio de residência. ... 49

Quadro 10: Comparação entre meio de residência e não prática atividade física e desportiva. ... 50

Quadro 11: Análise descritiva em função dos fatores do IMAAD. ... 51

Quadro 12: Média e Desvio Padrão do sexo em função dos fatores do IMAAD. ... 51

Quadro 13: Coeficiente de correlação e significância da correlação dos fatores com o sexo. ... 52

Quadro 14: Análise Descritiva dos fatores do IMAAD em função do ano de escolaridade. ... 52

Quadro 15: Teste Anova a um fator entre Dimensões e Ano de escolaridade. ... 53

Quadro 16: Coeficiente de correlação e significância da correlação dos fatores em função do ano de escolaridade. ... 53

Quadro 17: Análise descritiva do Meio de Residência em função dos fatores do IMAAD. ... 54

Quadro 18: Coeficiente de correlação e significância da correlação dos fatores com o meio de residência. ... 54

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1.INTRODUÇÃO

Este documento constitui o relatório de atividade dos meus anos de experiência profissional e foi desenvolvido no âmbito do Mestrado em Ensino da Educação Física, nos Ensinos Básico e Secundário, na Universidade de Trás os Montes e Alto Douro.

No presente relatório traduzo a minha experiência profissional enquanto docente na Região Autónoma dos Açores, comprometida com os objetivos da Educação Física e da organização escolar.

Desde o ano letivo 2007/2008, quando comecei a lecionar, que me encontro em situação de professora contratada na Região Autónoma dos Açores, sobretudo na Ilha de São Miguel, tendo lecionado por um ano na Ilha Terceira. A constante mudança de escola, ano após ano, permitiu-me conhecer diferentes realidades e desenvolver-me enquanto docente.

Procurarei ser crítica e explícita na análise e descrição das atividades desenvolvidas e vivenciadas, indo ao encontro da aquisição de competências que me permitam continuar a desempenhar as minhas funções com responsabilidade e competência, contribuindo para o crescimento e desenvolvimento da escola como organização educativa.

De acordo com Vieira (2007), “só com uma educação física de qualidade poderemos oferecer cidadãos conscientes, de atitudes e valores nobres, fisicamente ativos para uma sociedade em constante mudança.”

Como refere Onofre (1996), o “professor de Educação Física deve possuir um conhecimento científico e pedagógico profundo e ter uma capacidade reflexiva da sua atividade profissional, de modo a desenvolver e melhorar a eficácia do seu trabalho”.

Encaro esta reflexão como uma oportunidade para ponderar sobre a minha atividade profissional, corrigir aspetos menos positivos, mas também melhorar outros aspetos que possam contribuir para um cultivo ainda mais eficaz dos valores da Educação Física, adequada ao sistema de ensino atual, em conformidade com a população estudantil e comunidade educativa que me rodeia desde há vários anos.

Na minha opinião, ser professor de Educação Física constitui um complexo de funções, saberes, saberes/fazer e valores que exigem formação científica, profissional e formação para a cidadania no início e ao longo de toda a vida.

Tendo exercido a minha atividade escolar em várias escolas com realidades completamente distintas, acabo por estabelecer as comparações devidas.

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Apesar disso, julgo conseguir transmitir uma visão geral da minha atividade profissional, das principais caraterísticas das escolas e dos meios sociais e culturais em questão, das opções tomadas, dos caminhos escolhidos e dos resultados obtidos.

A análise e reflexão sobre a minha atividade profissional, será realizada de acordo com o disposto no Decreto Legislativo Regional n.º 11/2009/A, em vigor na Região Autónoma dos Açores, que estipula as diferentes dimensões em que a avaliação docente deve incidir:

 Dimensão social e ética;

 Desenvolvimento do ensino e de aprendizagem;

 Participação nas atividades da escola e relação com a comunidade escolar;

 Desenvolvimento profissional.

A dimensão social e ética diz respeito ao “nível de assiduidade, de participação nas atividades do departamento curricular e exercício de cargos no âmbito da escola”.

A dimensão de desenvolvimento do ensino e de aprendizagem dos alunos centra-se na “preparação e realização das atividades letivas, processo de avaliação de aprendizagens dos alunos e cumprimento das orientações curriculares”.

A participação nas atividades da escola e relação com a comunidade escolar, visa a “participação nas atividades do plano anual da escola e dinamização de atividades de apoio aos alunos”.

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2. ANÁLISE REFLEXIVA DA ATIVIDADE PROFISSIONAL

Ser professor é compreender o que abrange a instituição escolar, todos os seus mecanismos e significados pedagógicos. É integrar-se profissionalmente como docente e conhecer o seu envolvimento de forma profunda. A escola surge como um local onde, por um lado, o professor assume o papel de agente orientador e mentor de um processo educativo em torno do aluno e, por outro, da comunidade educativa que assume a responsabilidade pela formação social de todos os alunos.

2.1 DIMENSÃO SOCIAL E ÉTICA

Esta dimensão representa, acima de tudo, a vertente deontológica e de responsabilidade social da prática docente na qual se destaca a atitude face ao exercício da profissão.

Tenho o cuidado de ser sempre assídua e pontual, assumindo-me como referência ética para os meus alunos. Não poderia exigir aos meus alunos que fossem pontuais, assíduos e leais para com os colegas e os professores se não procurasse agir, também de acordo com esses valores.

Desempenhei todos os cargos para os quais fui designada sempre com o máximo de empenho e profissionalismo, consciente do valor transformador da minha ação.

Pelas diversas escolas onde lecionei, dinamizei atividades, colaborei e propus a concretização de projetos, envolvendo e motivando tanto os alunos como professores à participação ativa e empenhada. Desenvolvi trabalho interdisciplinar em diversos contextos.

Esta dimensão atravessa a totalidade do meu desempenho docente e a sua transversalidade reflete-se nas seguintes dimensões, desta análise reflexiva: desenvolvimento do ensino e de aprendizagem; participação nas atividades da escola e relação com a comunidade escolar; desenvolvimento profissional.

2.2 DESENVOLVIMENTO DO ENSINO E DE APRENDIZAGEM

No processo de ensino-aprendizagem, o ato de ensinar liderado pelo professor não assume, por si só, um caráter vinculativo à simples transmissão de conhecimentos aos alunos. A sustentação prévia da construção de uma estratégia de intervenção, orientada por objetivos pedagógicos que visem otimizar o processo de formação integral do aluno, resulta num desempenho docente mais eficiente.

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No processo de ensino, as tarefas de conceção, planeamento, realização e avaliação assumem uma relevância extrema na formulação de metodologias, objetivos e metas, concretas e exequíveis, tendo sempre em conta as condições existentes no meio escolar e as caraterísticas dos alunos.

Tendo em conta o Formulário e Relatório de Avaliação de Desempenho do Pessoal Docente em vigor nos Açores, a dimensão desenvolvimento do ensino e da aprendizagem engloba cinco domínios: preparação e organização das atividades letivas; realização das atividades letivas; cumprimento das orientações curriculares; processo de avaliação das aprendizagens dos alunos; desenvolvimento de práticas conducentes à melhoria do desempenho escolar tendo em conta o contexto sócio-educativo do aluno.

2.2.1 PREPARAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DAS ACTIVIDADES LECTIVAS

Relativamente à preparação e organização das atividades letivas, sinto a necessidade de garantir unidade e coerência em todos os documentos do planeamento, independentemente do nível onde se inserem, visto esta unidade contribuir grandemente para a qualidade das aulas e do processo ensino-aprendizagem. A unidade entre todos os documentos do planeamento é a base e, em última análise, o que confere uma estrutura e uma sequência lógica às aulas.

A desculpabilização por falta de condições espaciais e materiais, não pode ser nunca assumida como uma posição de “deixa andar”, para que nada mude e tudo continue na mesma. O professor tem de ser proactivo e dinâmico, adaptando e ajustando sempre que necessário as tarefas motoras, de forma a superar as adversidades e constrangimentos climatéricos, espaciais ou até mesmo materiais. O compromisso do professor é diligenciar um ensino que dê resposta às necessidades evidenciadas pelos alunos, regulando e orientando um processo de ensino-aprendizagem adequado e elevador das competências humanas e motoras.

A necessidade de confrontar as minhas conceções com a realidade vivenciada, de perceber o que poderia esperar do ensino e até onde conseguiria ir, conduziram-me a um ato reflexivo premente e consistente ao longo destes anos.

Tudo isto levou também a uma análise reflexiva sobre os programas educativos da disciplina de Educação Física. Ou seja, saber “o que ensinar” e “como ensinar” aos alunos, tendo em conta a sua diversidade e o contexto escolar. No início de cada ano letivo, a fim de cumprir os princípios orientadores e competências específicas emanados pelos PNEF, faço uma análise cuidada ao PEE e ao RI. Esta pesquisa revelou-se fundamental para a adequação do programa à realidade escolar.

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O estudo referente ao currículo nacional de Educação Física surgiu como uma tarefa na qual atribuí especial dedicação, dada a relevância que tem para todo o processo de ensino-aprendizagem. Nesta tarefa tenho vindo a fazer alguns ajustes do programa à realidade das escolas onde lecionei e às caraterísticas dos alunos. Pretendo articular os objetivos, os conteúdos e as finalidades da disciplina a uma formatação rigorosa dos critérios de avaliação, elaborando Plano Anual de Turma e Unidades Didáticas e procedendo a uma Avaliação Diagnóstica dos alunos de todas as minhas turmas.

Procuro articular a elaboração do Plano Anual de Turma, Unidade de Didática e Planos de Aula, com o PNEF e concretizar as finalidades e objetivos identificados no Projeto Educativo de Escola para a participação dos alunos na disciplina. Estes documentos são essenciais enquanto orientadores do processo ensino-aprendizagem e permitem a sua regulação através da elaboração das Unidades Didáticas, com os consequentes reajustes nas formas de organização da aula, nos grupos de trabalho entre alunos, das situações de prática lecionadas e da gestão do clima da aula, sendo por isso fatores determinantes para a eficácia e qualidade do processo ensino-aprendizagem.

As atividades da turma orientam-se ao longo do ano para a realização de um conjunto de objetivos das matérias nucleares e algumas alternativas do PNEF, consoante as caraterísticas dos alunos, das turmas e de acordo com os conteúdos e critérios definidos.

Produzi sempre toda a documentação de planeamento, fazendo adaptações conforme a avaliação constante da sua aplicação e a recolha constante de novos dados dos alunos.

O meu planeamento anual depende muitas vezes das matérias dadas por outros colegas. Isto deve-se à pouca polivalência das instalações desportivas ou à falta de recursos materiais. A título de exemplo, enquanto docente da Escola Básica e Secundária de Povoação senti no início do ano letivo alguma dificuldade na organização das matérias a lecionar nas minhas turmas, uma vez que a escola apenas dispõe do pavilhão gimnodesportivo municipal para a realização das aulas, no qual estão a trabalhar em simultâneo três turmas (3ºciclo e Secundário) e onde o material é muito reduzido ou está danificado. Neste sentido, tínhamos de fazer uma “ginástica” para conseguir transmitir alguns conteúdos das várias modalidades, outras vezes não foram abordadas matérias devido ao mau estado do material. Nesta mesma escola, por exemplo, o planeamento anual teve de ser alterado devido à falta de segurança do pavilhão escolar, sendo o refeitório escolar o espaço disponível para “entreter” os alunos.

Caso oposto passei na Escola Básica e Secundária Tomás de Borba, onde as instalações eram novas e os recursos materiais permitiam uma planificação anual mais

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estruturada, abordando os conteúdos de uma forma específica, facilitando a evolução dos alunos (Anexo 1).

Faço o planeamento das várias Unidades Didáticas tendo em conta o nível inicial dos alunos, o nível final pretendido, o calendário escolar (os períodos letivos e as interrupções letivas), as características das instalações disponíveis (de acordo com rotação dos espaços) e as condições climatéricas previstas ao longo do ano. A utilização das instalações disponíveis é planificada no início do ano, através de um sistema de rotação das turmas pelos vários espaços de aula (Anexo 2).

Apesar da minha formação universitária incidir num ensino por etapas, reconheço que o meu modelo de ensino acaba por ser um modelo misto, uma vez que cada ano que passa tenho uma escola nova e há que adaptar a minha prática docente à realidade escolar encontrada. Tento usar os aspetos positivos do ensino por blocos e colmatar alguns dos defeitos do ensino por etapas.

Não tendo a oportunidade de assegurar a continuidade, confesso que esta carência não me permite ter um conhecimento das capacidades motoras e aptidão da maioria dos alunos no início de cada ano letivo. Assim, utilizo mais tempo na realização da avaliação diagnóstica e na revisão das rotinas de aula e de recuperação do nível de aptidão física. Este fator dificulta um pouco mais as decisões de planeamento, mas vão-se criando ao longo de cada Unidade Didática hábitos de trabalho, havendo uma melhor adaptação dos alunos, uma maior rentabilização do tempo de aula, potenciando o tempo de aprendizagem e melhorando a eficácia motora perante os exercícios propostos.

A Unidade Didática tem assim como finalidade facilitar a elaboração de um Plano de Aula. Nunca esquecendo a minha experiência no estágio profissional na execução deste documento, e com o meu acumular de experiência, este foi sendo simplificado até chegar a uma estrutura simples, de apoio e registo, que me auxilia relativamente aos assuntos mais importantes a abordar nas aulas e nas situações didáticas a aplicar (Anexo 3).

É nele que registo ainda a avaliação das situações que se desenrolaram, as aquisições adquiridas pelos alunos, as dificuldades detetadas, e as estratégias de melhoramento. Neste particular assumem relevância as opiniões dos alunos para me ajudar em situações futuras de exercícios e/ou de organização das aulas.

Resumindo, o plano de aula organiza a minha prática letiva, tendo em atenção o espaço onde vou lecionar, selecionando objetivos e conteúdos da Unidade Didática, a organização dos alunos, o material necessário, o tempo dado aos exercícios programados e

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informações pertinentes para a avaliação. No decurso da aula, efetuo as alterações necessárias para conduzir os alunos ao sucesso, através de exercícios critério, com outras progressões.

Julgo ter feito um planeamento da melhor maneira possível para obter uma evolução muito positiva nos alunos perante o percurso das suas aprendizagens. Planifiquei de forma antecipada as aulas tendo em consideração a maturidade, o interesse, as dificuldades dos alunos e os seus pré-requisitos, as suas experiências anteriores, bem como a avaliação diagnóstica.

É fundamental para a planificação das aulas o uso das competências gerais definidas para cada turma em sede de Conselho de Turma. A planificação teve em conta a lógica vertical de ciclo letivo inerente à disciplina de Educação Física, sempre em estreita colaboração com os colegas de grupo disciplinar e de departamento.

A título de exemplo, enquanto docente da Escola Básica e Secundária Tomás de Borba, na Ilha Terceira, deparei-me com duas alunas de cadeiras de rodas inseridas numa turma de currículo regular. Na abordagem ao voleibol e, numa aula mais específica, em vez de adaptar exercícios mais exclusivos às alunas em questão, adaptei os exercícios a toda a turma de modo a poderem fazer juntamente com as alunas Voleibol Adaptado, com a rede mais baixa e sentados no chão.

É da minha responsabilidade enquanto docente, proporcionar aquisições e domínio de saberes, instrumentos e capacidades ao desenvolvimento de valores, atitudes e práticas que contribuam para a formação dos alunos enquanto cidadãos conscientes e responsáveis.

Tenho por hábito explicitar os objetivos aos alunos “negociando” com eles os níveis de desempenho. Considero imprescindível que os alunos conheçam o que espero deles e, simultaneamente, a distância a que se encontram da sua concretização.

Sempre que necessário, ajusto a planificação, respeitando os diferentes ritmos de aprendizagem. Procuro em cada atividade utilizar o material mais adequado ao objetivo específico.

Enquanto docente da Escola Básica e Secundária da Povoação, tive a necessidade de reajustar a planificação anual das minhas turmas, uma vez que devido à falta de condições de segurança do pavilhão escolar foi interditado, devido ao risco de ruir. Assim, todas as aulas práticas que tinha nessa instalação foram transformadas em aulas teóricas. Aqui, até os critérios de avaliação tiveram de ser ajustados à nova realidade.

Procuro também ter atenção aos períodos de férias para que, no reinício das aulas, haja oportunidade de revisão das matérias tratadas no período anterior, bem como de recuperação do nível de aptidão física eventualmente diminuído pela interrupção letiva.

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Ao longo destes anos, através de uma constante análise e reflexão do trabalho que vou desenvolvendo, sinto que a minha capacidade de planear é mais eficaz. Este planeamento tem-me possibilitado e facilitado uma tem-melhor gestão e organização do tempo de aula, a promoção de um ensino diferenciado, conduzindo a um clima de aula onde a disciplina esteja presente e os alunos se sintam seguros e motivados para as aprendizagens.

2.2.2 REALIZAÇÃO DAS ATIVIDADES LETIVAS

A realização prática do ensino significa conjugar corretamente a conceção e o planeamento, com vista a conduzir à eficácia da ação pedagógica. Tendo sempre os alunos como o centro do processo formativo, é necessário proporcionar aprendizagens que realmente sejam significativas.

Ao longo da minha atividade letiva coloquei em primeiro plano de atuação a formação global dos meus alunos como indivíduos sociais, culturais, biológicos e afetivos.

Tendo em conta que a inatividade física representa uma das preocupações das sociedades modernas, procuro sempre transmitir aos alunos, desde o primeiro dia de aulas, de forma clara, a importância da disciplina de Educação Física, levando-os a adquirir hábitos de vida saudável, contrariando desta forma as tendências de sedentarismo cada vez mais enraizadas na nossa sociedade.

Começo cada aula com um período de instrução, fazendo-o de forma clara e explícita. Transmito-lhes os objetivos e critérios de êxito das tarefas, tentando, durante a aula, não interromper o fluxo de trabalho e assegurando que a intensidade do esforço desenvolvido seja relevante.

Explico as rotinas de organização da aula: as estações onde incluo exercícios critério e circuitos, solicitando a colaboração de alguns alunos para a demonstração de exercícios, enquanto reforço as componentes críticas e os critérios de êxito a abordar; a organização do material; do espaço anteriormente preparado; dos tempos de transição; bem como a organização dos diversos grupos de trabalho. Posteriormente procedo a um questionamento sobre a matéria a desenvolver e eventuais dúvidas, de forma a garantir e a assegurar a compreensão da informação recebida.

Ao longo da aula, vou acompanhando os alunos no seu geral, posicionando-me e deslocando-me no espaço de aula para que estejam dentro do meu campo de visão, evitando assim comportamentos fora da tarefa. Tento controlar as dificuldades das tarefas incentivando-os, proporcionando situações de aprendizagem conducentes à promoção de autoconfiança, dando-lhes feedbacks corretivos e específicos.

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Como estratégia de observação, em todas as aulas, escolho previamente um grupo diferente para ser observado; para tal utilizo documentos, nos quais vou registando as aquisições e dificuldades que os alunos vão demonstrando.

Outra estratégia que frequentemente utilizo é ir controlando os alunos à distância conforme me vou deslocando no espaço, corrigindo-os se tal for necessário.

Sempre que vejo que um ou vários alunos não estão a conseguir realizar determinada tarefa, tenho a preocupação de ajustar o plano, quer ao nível do exercício proposto, quer ao nível dos grupos de trabalho.

Relativamente às estratégias de ensino e aprendizagem, procuro que sejam diversificadas e adequadas aos conteúdos programáticos, ao nível de ensino e às características etárias, sociais e culturais dos alunos; procuro desenvolver na prática um conjunto de condições e ações que me permitam potencializar a aquisição de competências.

Procuro ter sempre conhecimento das dificuldades evidenciadas pelos alunos, bem como a preocupação de introduzir a lecionação de um novo conteúdo sempre que possível, incentivando os alunos a participarem de forma mais motivada.

No final de cada aula, após o retorno à calma e à arrumação do material, realizo um período de avaliação no qual é feito um balanço das atividades realizadas, das dificuldades sentidas e formas de as ultrapassar, motivando-os para a aula seguinte.

Considero que é necessário estabelecer grupos de trabalho, homogéneos e/ou heterogéneos de acordo com os níveis de desempenho dos alunos. Em algumas modalidades, coletivas ou individuais, é inevitável a ajuda dos mais hábeis para com os menos hábeis; nesse sentido crio grupos heterogéneos. Por outro lado, se pretendo ensinar gestos técnicos mais avançados, estabeleço grupos homogéneos por forma a ajustar os exercícios a grupos específicos.

Ao longo dos anos tive alunos com deficiência, que sofriam de problemas ao nível motor, outros ao nível cognitivo.

Relativamente ao meu trabalho com alunos portadores de deficiência, procuro fazê-los sentirem-se integrados, na turma e na escola, respeitando a sua vida social e o seu direito à plena cidadania.

Ao professor cabe a responsabilidade de criar, na escola, um ambiente educativo propício ao diálogo sobre as diferenças entre indivíduos, destacando sempre que essas diferenças são normais e que fazem parte da experiência humana. Todas as pessoas diferentes da “norma”, quer pela sua deficiência, imagem, raça, orientação sexual, crença religiosa ou pensamento, desenvolveram características e experiências de vida únicas e diferentes. Estas

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devem ser aceites, partilhadas e valorizadas, permitem o “crescimento” interior, cívico, solidário e afetivo de uma comunidade e de cada um dos seus elementos. A inclusão deve ser uma integração “afetiva” e não “caridosa” de alguém mais frágil ou diferente.

Tentei sempre desenvolver as aulas numa perspetiva de inclusão e de desenvolvimento motor, apesar de durante a minha formação inicial nunca ter tido preparação específica para lecionar aos alunos portadores de deficiência.

Em determinados momentos, foi muito difícil conseguir envolver e motivar estes alunos para que pusessem em jogo as estruturas emocionais, mentais e motoras, sem alterar o ritmo de aprendizagem dos restantes alunos da turma.

Recordo-me de uma experiência inovadora para os alunos de uma turma de PROFIJ nível III de 2º ano da EBI de Ginetes, que puderam fazer goalball com uma equipa de cegos da ACAPO/Açores. Apesar de na turma não existir qualquer aluno com deficiência visual, o facto de jogarem de olhos vendados permitiu aos alunos colocarem-se numa situação pouco habitual e de desconforto, fazendo com que tivessem mais atenção/concentração e dando mais valor a gestos e sons a que normalmente não prestam atenção.

Por outro lado ainda, recordo-me de uma turma na EBS de Nordeste que tinha um aluno com Síndrome de Asperger, que apesar de bem inserido na turma recusava-se a dançar com os colegas. Via-me como um modelo e eu tinha de ser sempre o seu par quando era abordada a Dança. Senti, sem dúvida, que a minha função enquanto docente ultrapassava os limites da lecionação e o que predominava era a relação humana para o sucesso educativo deste aluno.

Para mim, o clima de aula é de fulcral importância. Este engloba as interações pessoais, as relações humanas e o ambiente que condiciona. Criar um bom clima de sala de aula é, fundamentalmente, realizar um conjunto de ações coerentes e eficazes para que os alunos se sintam bem dentro da mesma e para que possa haver as melhores condições, ao nível das interações pessoais, relações humanas e ambiente, para que estes tenham sucesso educativo.

A organização em grupos heterogéneos, permite-me facilitar a interação de alunos com níveis de aptidão física e conhecimentos diferentes, privilegiando os processos de jogo cooperativo.

Para além de contribuir para a melhoria do desempenho físico, contribui também para o desenvolvimento de valores como a solidariedade, a responsabilidade, e o espírito de entreajuda. Altero os grupos em cada Unidade Didática, ajudando assim a incrementar os conhecimentos que a heterogeneidade promove no desenvolvimento dos alunos.

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Relativamente aos alunos que não podem participar na parte prática das aulas por uma razão pontual (exemplo: faltas de material) ou continuada (exemplo: indicação médica), estabeleci critérios de atuação e de avaliação próprios. Nestes casos, os alunos desenvolvem um trabalho colaborativo com o professor durante a aula assumindo por vezes funções de árbitro/juiz, ou ajudando os colegas.

Relativamente aos alunos que apresentam atestado médico de longa duração, procuro sempre informar-me dos problemas físicos que estão na origem desse atestado e se é possível ou benéfica para o aluno, a realização de algum tipo de atividade física. Durante as aulas, estes alunos colaboram comigo na organização das tarefas, registo do comportamento dos colegas, registo dos conteúdos abordados e arbitragem de jogos.

Em aulas específicas encaminho estes alunos para a biblioteca com uma tarefa para realizar, relacionada com o tema da aula. Por vezes peço que apresentem aos colegas a matéria prevista para lecionar nessa aula. A avaliação destes alunos realiza-se apenas ao nível do domínio dos conhecimentos e justifica-se pelos trabalhos realizados, realização de fichas de avaliação e pela atitude e predisposição para ajudar e intervir de forma pertinente e coerente na aula.

Para os alunos que têm falta de material ou comportamentos desviantes defino-lhes tarefas que sejam entendidas como sanções, para os inibir de voltarem a adotar comportamentos semelhantes.

Procuro também favorecer a transdisciplinaridade, promovendo a interação entre conteúdos da minha disciplina e conteúdos de outras disciplinas. Neste contexto, valorizo os recursos e instrumentos disponíveis na escola: Centro de Recursos, Auditório, Salas de Informática.

Para trabalhos específicos, promovo a utilização das Tecnologias de Informação e Comunicação, sem prejuízo do carácter prático da disciplina de Educação Física, recorrendo a computadores portáteis para a apresentação de trabalhos realizados pelos alunos.

2.2.3 CUMPRIMENTO DAS ORIENTAÇÕES CURRICULARES

Enquanto profissionais do ensino da Educação Física, devemos projetar as atividades de gestão e operacionalização de uma forma mais ajustada e próxima daquilo que realmente potenciará um incremento das competências motoras e humanas dos alunos. A conceção do processo de ensino antevê uma análise dos planos curriculares, tendo por base o contexto educativo específico, a instituição escolar e a turma, que assumem caraterísticas particulares, únicas e exclusivas.

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A Educação Física assumida como disciplina pertencente ao currículo do ensino básico e secundário, tem por base um conjunto de aprendizagens e competências a serem desenvolvidas pelos alunos, de acordo com os objetivos consagrados na LBSE.

As intenções educativas e pedagógicas relativizadas no projeto educativo de Educação Física de cada escola, devem atender à aquisição de competências por parte dos alunos, numa prática diária das habilidades motoras e dos conceitos e valores adquiridos. Esta adaptação às diferentes conjunturas é um dos pontos positivos destes projetos educativos, dada a especificidade e individualidade da disciplina de Educação Física e ao desenvolvimento das diferentes modalidades que são contempladas no programa, mesmo quando subsistem diferentes condições de estruturas físicas na escola.

Numa análise aos Projetos Curriculares de Educação Física de cada escola onde lecionei, considero importante destacar dois fatores que considero problemas curriculares. Em primeiro lugar, a existência de uma abordagem muito diversificada de modalidades desportivas ao nível do ensino básico em que, muitas vezes, o Edifício Escolar não tem meios físicos para a sua prática. Em segundo lugar, a existência de um nível avançado demasiado irrealista, que a maioria dos alunos não consegue alcançar.

Centrando-me no primeiro problema, considero que a estruturação e composição curricular das modalidades desportivas individuais e coletivas, se repetem durante os três anos do 3º ciclo do ensino básico e posteriormente no ensino secundário. Além desta falta de diversidade, verifica-se pouca ou nenhuma progressão nos níveis de aprendizagem apresentado para os diferentes anos escolares, tanto do 3º ciclo como do secundário.

Relativamente ao segundo dilema, o facto dos alunos estarem constantemente a abordar as mesmas modalidades faz com que permaneçam no mesmo nível, não atingindo níveis mais avançados das aprendizagem motoras propostas nos últimos anos escolares (11º e 12º anos). O desajustamento das exigências nas diferentes modalidades, consagradas para os diferentes anos escolares, pressupõe ainda a existência de um elevado número de conteúdos a ensinar, que não serão abordados.

Desta forma – e não descurando as orientações curriculares – sempre cumpri com o que estipulei para cada turma. Reconheço, no entanto, que por diversas vezes senti dificuldades na elaboração de unidades didáticas ou planos de aula.

Considero, que as maiores dificuldades que senti centram-se na falta de evolução ou aquisição de competências por parte dos alunos. Isto ocorre devido à falta de recursos físicos e materiais para a prática desportiva.

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Dou o exemplo, enquanto docente da EBS Povoação, onde o espaço único de Educação Física (40x20) era ocupado três turmas de diferentes níveis de ensino em simultâneo (3ºciclo e Secundário). Deparei-me com uma turma de 9º ano que tinha conhecimentos muito reduzidos ao nível dos desportos coletivos, por não ter espaço suficiente para evoluírem a sua prática. Estes alunos, na minha opinião, nunca atingiram o nível avançado proposto pelo PNEF.

2.2.4 PROCESSO DE AVALIAÇÃO DAS APRENDIZAGENS DOS ALUNOS

Para que o processo de organização e gestão do ensino e da aprendizagem esteja completo, para além da conceção, do planeamento e da realização, é necessária a concretização de uma avaliação.

Em relação à avaliação, considero que deve ter acima de tudo uma função reguladora, orientadora, contínua e sistemática. Deste modo, procurei melhorar as minhas metodologias de trabalho, de forma a permitir responder às necessidades encontradas em cada momento e dar respostas adequadas a cada situação.

O Despacho Normativo nº 14/2011, que regula a avaliação das aprendizagens dos alunos prevê três tipos de avaliação: Diagnóstica, Formativa e Sumativa.

Inicialmente, a minha maior dificuldade estava na conceção das grelhas de observação, e na definição dos critérios a observar para cada conteúdo. Ao longo dos anos construí instrumentos de avaliação práticos e exequíveis, recorrendo muitas vezes às Tecnologias de Informação e Comunicação.

Privilegiei sempre a relação de trabalho com os colegas, trocando experiências e informações, aproveitando para adquirir novas visões de cada situação. Essa partilha ajuda-nos a que sejamos melhores e que adaptemos outros exercícios e instrumentos de avaliação de forma mais adequada aos nossos alunos.

Na minha opinião, a perceção que o professor adquire sobre os seus alunos, juntamente com os registos e anotações que executa, permitem analisar a eficácia da sua intervenção e ajustar as estratégias à evolução dos alunos.

O PNEF refere-se à avaliação abrangendo as três grandes áreas de avaliação da Educação Física (Atividades Físicas, Aptidão Física e Conhecimentos). No entanto, nas escolas onde lecionei ainda realizam a avaliação por domínios: psicomotor, cognitivo e afetivo.

Tendo como base estes domínios, criei grelhas de observação em Excel, para observação e registo da avaliação das atividades física, aptidão física, atitudes e

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conhecimentos. Ao longo do ano vou realizando a avaliação formativa, a qual é feita através de uma observação e registo dos alunos, que tento que seja o mais rigoroso possível, com o objetivo de verificar a aplicabilidade das práticas/metodologias utilizadas e a consolidação dos conhecimentos.

Considero a avaliação formativa fulcral, pois permite a deteção das lacunas evidenciadas, ajudando-me na orientação de um processo de aprendizagem mais individualizado e próximo das necessidades dos alunos.

Para as avaliações das habilidades motoras recorri a uma ficha de registo (lista de verificação), construída e elaborada com os critérios de avaliação definidos inicialmente na Avaliação Diagnóstica. Esta ficha permitiu formalizar todo o processo de avaliação e aferir a evolução dos alunos com mais precisão.

A avaliação sumativa, engloba todos os domínios de ação definidos pelas escolas, como referido anteriormente, o domínio psicomotor, o domínio sócio-afetivo e o domínio cognitivo. Assim, a avaliação sumativa foi realizada no fim de cada Unidade Didática e de cada período e, no final do ano letivo, resumindo o progresso efetuado pelo aluno.

O domínio psicomotor é calculado de forma prática, através de uma escala de apreciação, na qual o foco centra-se no nível de desempenho do aluno. Ou seja, centra-se na identificação do nível em que se encontravam os alunos, tendo em conta as componentes críticas estabelecidas.

O domínio cognitivo (cultura desportiva) foi estimado através de fichas sumativas e do conhecimento evidenciado pelos alunos, ao longo das aulas (avaliação contínua), nomeadamente no cumprimento.

O domínio sócio-afetivo foi avaliado ao longo das aulas de forma contínua, através de registos escritos numa grelha, em que procurei especificar os comportamentos e atitudes demonstradas pelos alunos.

No âmbito da avaliação dos alunos, cumpri sempre rigorosamente os critérios definidos pelo grupo disciplinar. Participei com responsabilidade profissional no trabalho do grupo disciplinar para o aperfeiçoamento e aferição dos critérios de avaliação. Orientei-me pelos princípios da imparcialidade, do rigor e da justiça.

Considero que construí instrumentos de avaliação práticos e exequíveis no contexto de aula prática, recorrendo às Tecnologias de Informação e Comunicação, compostos por grelhas de observação e registo de competências para as várias matérias lecionadas, meios auxiliares de ensino (figuras demonstrativas e explicativas da técnica específica de algumas modalidades), a elaboração de grelhas que fomentem a auto e a heteroavaliação.

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Importa referir, neste capítulo, a importância da autoavaliação, como um processo auto regulador da perceção dos alunos sobre a sua avaliação e os parâmetros avaliativos que necessitam melhorar. A autoavaliação permite aos alunos diagnosticarem a sua situação avaliativa, permitindo-lhes identificar os seus pontos fortes e as matérias em que precisam de melhorar a sua prestação. Esta avaliação permite ainda aferir a perceção avaliativa dos alunos com a avaliação do professor.

2.2.5 DESENVOLVIMENTO DE PRÁTICAS À MELHORIA DO DESEMPENHO ESCOLAR

No desenvolvimento da minha atividade pedagógica, procurei sempre contribuir para o desenvolvimento global do aluno, através da identificação constante dos seus interesses, capacidades e aptidões, para que possam progredir e enriquecer-se enquanto cidadãos, criando altos valores éticos.

Ao longo destes anos tenho mantido sempre um excelente relacionamento pedagógico com os meus alunos, dentro e fora de sala de aula, sempre com base no respeito, solidariedade e responsabilidade.

A forma de ser e de estar que o professor assume diariamente durante as sessões de ensino está diretamente relacionada com o maior ou menor interesse que consegue despertar nos alunos para a aprendizagem. A relação criada entre o professor e o aluno é determinante para um ambiente propício a um desenvolvimento harmonioso e fluido do discente.

Um clima de aprendizagem favorável ao desenvolvimento integral dos alunos é mais significativo se nele existir um ambiente positivo, que favoreça essa evolução de competências. O ensino eficaz por parte do professor requer o estabelecimento de regras e rotinas organizativas, pois sem estas, sobressai o caos e a desordem pela falta de regulação na direção pedagógica.

Sempre que possível promovi o ensino pela descoberta, dando oportunidade aos alunos de realizarem trabalhos de pesquisa, tendo as tecnologias de informação e comunicação como suporte.

Apesar de não estar programado, decidi proporcionar uma experiência diferente e inovadora aos alunos da EBI Ginetes em contexto de aula. Esta experiência centrou-se na atividade de Geocaching, onde o objetivo é fazer um determinado percurso em torno da escola com recurso à orientação por GPS. A realização desta atividade permitiu aos alunos experimentarem uma nova atividade, saindo da sua zona de conforto. Revelou-se uma experiência a repetir.

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Na minha opinião, considero que o sucesso escolar dos alunos, independentemente de ser em atividades curriculares ou extracurriculares, depende muito das relações e do espírito de equipa. Essas relações devem assentar numa convivência saudável com base no respeito mútuo e cooperação.

Enquanto docente da EBS Tomás de Borba levei as minhas turmas a realizar uma atividade com o Regimento de Guarnição nº1 do exército Português, em Angra do Heroísmo, no final do 2º Período. Os alunos realizaram um circuito de tarefas de grupo, em que todo o grupo tinha de ajudar na superação das provas, cumprindo-as no menor tempo possível. Após esta atividade, criou-se um ambiente de trabalho mais saudável, onde imperou a cooperação e a entreajuda entre todos os discentes até ao final do ano letivo.

2.3.

PARTICIPAÇÃO

NA

ESCOLA

E

RELAÇÃO

COM

A

COMUNIDADE ESCOLAR

Considero que atualmente a atividade do docente não se pode limitar unicamente à disciplina que leciona. Para mim, o docente assume diversidade de funções na instituição de ensino. Cumpre ao professor compreender o meio educativo que o engloba e, através das suas capacidades e competências, participar ativamente no mesmo.

2.3.1. PARTICIPAÇÃO NAS ACTIVIDADES DO PLANO ANUAL DA ESCOLA

Como disse anteriormente, o sucesso escolar depende muito das relações interpessoais e da equipa que se estabelece entre todos os que a compõem, assente numa convivência saudável com base no respeito mútuo e cooperação de todos os intervenientes no processo educativo.

Deste modo, procurei sempre uma colaboração dinâmica, em termos de trabalho pedagógico, com os colegas do meu grupo disciplinar, com os coordenadores departamento e com os conselhos executivos das escolas onde lecionei, com as quais sempre partilhei as informações necessárias, o que contribuiu de forma muito importante para o meu desempenho como docente. O relacionamento que mantenho com os membros da Comunidade Escolar, em ambiente de respeito e de amizade, permitiu-me promover e participar de uma forma empenhada e com qualidade nos diversos projetos e atividades.

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As atividades dinamizadas em que participei foram relativas ao Plano Anual de Atividades, onde participo na organização de todas as atividades do Grupo de Educação Física e de outros grupos curriculares. É de congratular a aceitação dos contributos da Educação Física para Plano Anual de Atividades e o suporte dado à concretização, pelas direções das escolas, o que demonstra a confiança no trabalho desenvolvido pelos Departamentos de Educação Física.

Destaco as atividades realizadas ao longo destes anos com impacto positivo nas escolas e que envolvem maioritariamente a participação da comunidade escolar:

a) A organização de torneios de Futebol, que decorrem geralmente no final de cada período. Formam-se equipas de alunos contra professores, ou de ex-alunos contra professores. Toda a comunidade educativa acaba por assistir e participar em tom de festa nestes torneios.

b) Organização de torneios de Ténis de Mesa: enquanto docente da ES Ribeira Grande, EBI Ginetes e EBS Tomás de Borba dinamizei núcleo de ténis de mesa como atividade extracurricular, organizando no final do ano letivo um torneio escolar da modalidade. Ainda enquanto docente da EBI Ginetes, o núcleo de ténis de mesa foi convidado a participar nas Festas da Cidade da Ribeira Grande, onde os alunos/atletas alcançaram excelentes resultados numa altura em que a modalidade era exclusivamente amadora, uma vez que não existia enquadramento competitivo.

c) Corta-mato escolar: esta atividade é realizada e organizada no final do primeiro período pelo Grupos de Educação Física de todas as escolas onde lecionei, assumindo-se como tradição. Recordo um aluno da EBI Ginetes que, após ter ganho a prova ao nível de escola, representou a sua ilha numa fase regional e voltou a ganhar, conquistando uma classificação de relevo na fase nacional;

d) Mega Sprinter e Mega Salto: esta atividade é realizada e organizada normalmente no início do segundo período pelo grupo de educação física de todas as escolas onde lecionei; o objectivo é apurar os três melhores atletas masculinos e femininos nos escalões de Infantis A e B, bem como de iniciados;

e) Maratonas de dança;: por diversas vezes colaborei juntamente com os meus colegas de grupo na dinamização desta atividade. Ocorrendo normalmente no Carnaval funcionando sobretudo como um baile de máscaras;

f) Dia ou Semana da Educação Física: organização e dinamização de atividades alusivas à Educação Física. A título de exemplo: Torneios Tribol (futebol, basquetebol e

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voleibol), demonstrações de Skate, tiro com arco e Beisebol. Feira da saúde, entre outras atividades;

g) Jogos Desportivos Escolares – Fases Zonais e Regionais: organização e participação nos jogos desportivos escolares de 2º e 3º ciclo;

h) Dia da Alimentação: com caminhadas e rastreios de saúde nas várias escolas onde lecionei;

i) Viagem de finalistas de alunos do 9º ano da ES Ribeira Grande, a Vila Nova de Cerveira;

j) Taça Coca-Cola: com equipa feminina da ES Ribeira Grande e com equipas masculinas e femininas EBI Ginetes. No caso da equipa feminina da ES Ribeira Grande, por ter vencido a etapa Açores, esta deslocou-se a Lisboa para disputar a fase nacional do torneio;

k) Percursos de Cicloturismo: organização e dinamização de passeios de cicloturismo na EBI Ginetes.

l) Fui responsável pelo núcleo desportivo de Futebol e Ténis de Mesa na ES Ribeira Grande, EBI Ginetes e EBS Tomás de Borba: organização e dinamização de treinos e torneios internos das modalidades.

Sinto que ao longo destes anos, consegui estabelecer uma relação de cooperação e respeito com todos os elementos da comunidade educativa, tendo manifestado sempre iniciativa nas atividades que organizei e participei, valorizando e promovendo uma escola mais ativa.

Considero que um profundo conhecimento do contexto escolar e do PEE, bem como uma constante reflexão sobre as atividades desenvolvidas, são fundamentais para a construção de planos de ação e atividades que sejam realmente pertinentes e ajustados a cada população escolar. Assim, conseguimos alcançar, não só os objetivos intrínsecos de cada ação e atividade, como também os valores e missão de cada escola. Só assim podemos criar uma verdadeira cultura de escola que potencie o sucesso educativo de cada aluno.

2.3.2. RELAÇÃO COM OS PAIS E ENCARREGADOS DE EDUCAÇÃO DOS ALUNOS A CARGO

Com exceção ao presente ano letivo, a minha relação com pais e encarregados de educação era essencialmente através do Diretor de Turma, uma vez que nunca tinha assumido

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estas funções. Considero, dentro das minhas competências, que procurei estabelecer um contacto eficaz com os Encarregados de Educação dos alunos através da caderneta do aluno e/ou do respetivo Diretor de Turma.

Desta forma, e enquanto docente da disciplina de Educação Física, um dos motivos – se não o principal – que levam à necessidade de contactar os pais/encarregados de educação dos alunos é a baixa percentagem de aulas com prática efetiva, ou seja, as faltas de material. A indisciplina é outro dos motivos; os responsáveis pelos alunos poderão ter, em conjunto com os docentes, um papel preponderante no controlo do comportamento do aluno. A entrega das avaliações intercalares ao diretor de turma também foi um elo de ligação determinante com os Encarregados de Educação pois esta informação fez com que os pais ficassem com uma ideia mais exata de como o seu educando esteve na disciplina de Educação Física. Esta colaboração significa cooperar e coadjuvar com o diretor de turma, na promoção de princípios que permitam ao aluno uma integração plena na sociedade.

No presente ano letivo, foi-me atribuída uma direção turma. Assim, acompanho cada aluno de forma individual e realizo um contato regular e constante com o seu encarregado de educação. Importa que os encarregados de educação estejam sempre a par da prestação escolar do seu educando e colaborem de forma ativa e dinâmica na vida escolar.

Para que o processo ensino-aprendizagem possa ser desenvolvido de forma adequada e contextualizada, é essencial que o Diretor de Turma obtenha um conhecimento aprofundado da turma. Estas informações revelam-se fundamentais na prevenção ou resolução de problemas/situações, de forma rápida e eficaz. Esta foi a minha principal tarefa logo no início do ano letivo.

Procuro diariamente ter a noção do desempenho e comportamento dos alunos e faltas, para poder ter uma perceção mais realista acerca do papel e das funções e conhecer melhor os problemas da turma. Creio que, através deste acompanhamento, posso ajudar a construir um processo de ensino-aprendizagem mais voltado para as necessidades individuais, tendo sempre presente as suas dificuldades momentâneas.

Considero ter uma turma excelente em termos de comportamento e até aproveitamento, o que facilita as minhas tarefas enquanto Diretora de Turma, bem como os contatos com os Encarregados de Educação. O acompanhamento e dos Encarregados de Educação tem sido bom, demonstrando envolvimento nas tarefas escolares dos seus educandos. Procuro estabelecer com eles uma relação de respeito e confiança fornecendo-lhes todas as informações necessárias.

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Na minha opinião, o Diretor de Turma é então o professor que atende aos aspetos de desenvolvimento, maturação, orientação e de aprendizagem da turma e dos alunos em particular, coordena a ação dos professores da turma, conhece o meio escolar e relaciona-se com os encarregados de educação.

2.4. DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Encaro a realização deste mestrado na UTAD como um desafio e uma motivação para complementar a minha formação, aprofundando os meus conhecimentos sobre Educação Física, contribuindo para o meu desenvolvimento profissional e para um exercício docente responsável e eficaz.

A minha formação inicial, realizada na Faculdade de Motricidade Humana no período de 2001-2006, permitiu-me obter uma formação de base bastante completa. Iniciei e completei essa formação no curso chamado “Ciências do Desporto - Menção Educação Física e Desporto Escolar”. Realizei o estágio integrado na ES Antero de Quental, em Ponta Delgada.

A formação contínua e desenvolvimento profissional ao longo da minha carreira docente resultam do reconhecimento de que o meu exercício na profissão docente se encontra associado ao conhecimento específico da disciplina que leciono. Ser autónomo, criativo e inovador são características que considero necessárias para mim e para todos os que exercem a profissão, associadas, é claro, a uma satisfação pessoal por lecionar a disciplina, pois esta obriga-nos a uma permanente atualização do conhecimento.

Penso que um professor deverá estar em constante atualização profissional com o objetivo principal de contribuir para o sucesso escolar e educativo. Sou exigente comigo própria, porque acredito que não podemos deixar que o comodismo nos coloque em estagnação profissional.

Procuro manter-me atualizada nos meus conhecimentos científicos e pedagógicos apesar de, enquanto professora contratada, raramente ter oportunidade de realizar ações de formação nas diferentes janelas de formação existentes na Região Autónoma dos Açores. Tenho procurado esta atualização através das poucas formações contínuas de professores que vou frequentando, das pesquisas que faço e nas discussões entre pares.

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Nestes anos de lecionação tive a oportunidade de frequentar apenas três ações de formação: Oficina da Raquete (Badminton); Insegurança na escola: formas sociais de identificação e de controlo; Excel nível avançado (Anexo 4).

Tenho necessidade de atualizar os meus conhecimentos científicos e pedagógicos em modalidades nas quais não me sinto tão à vontade. Assim sendo frequentei o curso de treinadores de nível I de Ténis de Mesa, Natação e Badminton e tive a oportunidade ainda de frequentar uma formação interna de Desporto Adaptado.

Considero que a cada professor cabe escolher as metodologias de ensino que se adequam aos seus alunos de acordo com as respetivas características, o programa a desenvolver, a formação recebida, o seu trajeto profissional, as características de personalidade, o seu pensar relativamente à educação e ainda a sua filosofia de vida.

Concordando plenamente com essa troca de impressões e partilha de conhecimentos. Após ter feito o curso de treinadores de nível I de Ténis de Mesa, de ter assumido um núcleo ténis de mesa na ES Ribeira Grande para promoção da modalidade junto dos alunos, fui convidada pelo Coordenador de departamento de Educação Física a abordar, em modelo de formação interna, a modalidade e instruir os colegas nos aspetos fundamentais para a iniciação da modalidade na escola.

A partilha de conhecimentos levou-me enquanto docente da EBI Ginetes, a integrar o centro de formação daquela escola, onde dinamizei uma ação de formação intitulada “Sensibilização em Atividade física na Promoção da Saúde e Qualidade de Vida” (2 horas), destinada a toda a comunidade escolar incluído pais e encarregados de educação.

3. REFLEXÃO FINAL

A constante atualização na minha ocupação profissional é uma exigência que faço a mim própria e estou consciente que nem sempre tomei as melhores decisões, mas pensar e analisar os erros que fui cometendo beneficia-me como professora de Educação Física. Assumi, desde que iniciei a minha atividade docente, a responsabilidade de promover a aprendizagem e o desenvolvimento dos meus alunos, procurando ultrapassar as dificuldades através de formação complementar.

Desde que iniciei a minha atividade docente, no ano letivo 2007/2008, todas as minhas Avaliações de Desempenho Docente, nas várias escolas onde lecionei, tiveram a menção de

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“Bom”. Sempre cumpri com o serviço que me foi distribuído, quer ao nível da componente letiva, quer ao nível da não letiva, cumprindo todos os objetivos propostos.

A minha aprendizagem ao longo dos anos enquanto docente foi enorme. Isso é-me agora mais claro do que a consciência que tinha até então. No decorrer do presente, achamos sempre que nada acontece connosco, que o mundo se movimenta à nossa volta e que se vai alterando sobre a nossa intervenção e o nosso olhar. No entanto, quando refletimos acerca do passado e temos a capacidade para olhar de fora, compreendemos que as alterações se processaram, essencialmente, em nós, e que o mundo até nem mudou assim tanto.

Passei por escolas onde as condições para a prática de Educação Física eram menos boas em termos de instalações e de apetrechamento; passei por outras escolas onde me sentia num paraíso devido aos seus excelentes recursos. Pessoalmente, senti-me sempre envolvida nas escolas, onde clima e o relacionamento pessoal e profissional sempre foram muito bons.

O mais importante para mim, é que ao longo destes anos tenho mantido sempre um excelente relacionamento pedagógico com os meus alunos e colegas, tanto dentro como fora de sala de aula, baseado sempre no respeito, solidariedade e responsabilidade. Sinto que de certa forma contribuí para um melhor desenvolvimento destes jovens inseridos numa sociedade em constante mudança; da mesma maneira, todos os dias eles contribuem para me tornar melhor professora.

Independentemente do local em que um professor exerce a sua atividade, julgo que o maior desafio com que se confrontará é o da falta generalizada de motivação por parte dos alunos para a aprendizagem. Lamentavelmente, este parece ser o caminho mais comum na escola dos nossos dias.

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CAPÍTULO 2 – ESTUDO DESENVOLVIDO

Fatores Motivacionais para a Prática e Não Prática de Atividades Físicas e Desportivas em Jovens do 3º ciclo da Ilha de São Miguel: Estudo Comparativo entre Meio Rural e Urbano

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RESUMO

Ter o conhecimento do fatores motivacionais para a prática ou não prática de Atividade Física e Desportiva dos jovens, é fundamental para “traçar o caminho mais correto”, na organização da oferta desportiva.

Hábitos de vida saudáveis adquiridos em idades jovens permite aumentar a possibilidade do ser humano se tornar num adulto mais ativos. A amostra do estudo foi constituída 424 participantes, dos quais 202 praticam atividades físicas e desportivas e 222 não praticam qualquer tipo de atividade física e desportivas com idades compreendidas entre os 11 e os 17 anos.

Nesta investigação foi utilizado o questionário QMAD e IMAAD como o instrumento de recolha de dados para aferir os fatores motivacionais.

A “Aprendizagem Técnica” é, independente do sexo, ano de escolaridade e meio, a motivação principal para a prática de atividades físicas e desportivas. Por outro lado, o “Estatuto” é o fator motivacional menos importante quando se pensa na prática de atividades físicas e desportivas.

Analisando o questionário IMAAD, foi possível verificar que a “Falta de Tempo” é, independente do sexo, ano de escolaridade e meio de residência, o fator principal para a não prática de atividades físicas e desportivas, sendo a “Estética/Insatisfação” é o fator motivacional menos importante.

PALAVRAS-CHAVE: Atividade Física e Desportiva, Prática Desportiva, Motivação e Meio de Residência.

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ABSTRACT

To hold the knowledge of the motivational factors for practice or non practice of Physical Activity and Sports by youngsters is a key to "draw the most correct path" in the organization of sporting options.

Healthy lifestyles acquired at an early age can increase the possibility of children and youngsters to become a more active adult. The study sample was comprised of 424 participants, from which 202 practice physical and sports activities and 222 do not practice any kind of physical activity and sport, aged from 11 to 17 years old.

In this investigation we used the QMAD and IMAAD questionnaire as the data collection tool to assess the motivational factors.

The "Technical Learning" is, regardless of gender, grade and environment, the main motivation for the practice of physical and sporting activities. On the other hand, the “Status” is the least important motivational factor when considering the practice of physical and sporting activities.

Analyzing the IMAAD questionnaire, we found that "Lack of Time" is, regardless of gender, grade and residential environment, the main factor for the non practice of physical and sports activities, while "Aesthetics/Dissatisfaction" is the least important motivational factor.

Keywords: Physical Activity, Sports, Sports Practice, Motivation and Residential Environment.

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