UNIVERSIDADE DE ÉVORA
BALANçO
DA ENERGIA CINÉTICA DE UMA ONDA DE
LESTE
NA
REGÉO
DA MONÇÃO
AFRTCANA
Dissertação submetida à Universidade de Évora para obtenção do grau de,Mestre em Ctima e Ambiente Atmosférico
Ester Aroújo de
Brito
Tese orientada por:
d
UNIVERSIDADE DE ÉVORA
BALANçO DA
ENERGIA CINÉTICA DE UMA
ONDA
DE
LESTE
NA
REGÉO
DA
MONçÃO
AFRICANA
Dissertação submetida à Universidade de Évora para obtenção do grau de Mestre em Clima e Ambiente Atmosférico
:,'
ü.i
<(
tr
'íEster Araúio de
Brito
Tese orientada Por:
Professor Doutor João Atexandre Medina Corte'Reat
)6o
Y33
Rrsumo
As
ondasde
leste
Africanas (OLA),cuja
variabitidadee
intensidade sãodeterminados
petas
transformações
energéticas, constituem
factor fundamental para o regime ptuviométrico de Cabo Verde, durante o verão dohemisfério norte. Deste modo,
o
cálcuto do batanço da energia cinética dasreferidas ondas,
na
regiãoda África
Ocidentate
o
Attântico
adjacente, constitui o principal propósito do estudo.Os termos
do
batanço
da
energia
cinética
da
corrente gerat
e
dasperturbações, determinados petas equações de energia (Masters e Kung, 1986)
caracterizam
as
transformações energéticas,as
quais alimentamas
Ol-Adurante
o
seu desenvotvimento. A anátise sinóptica dos campos dinâmicos e termodinâmicos permitiu identificar os principais parâmetros que participam na evolução da Ol-4.A
interpretaçãoe
anátise dos batanços de energia cinética obtidos para asdiferentes fases de desenvotvimento da onda, mostraram que, na fase iniciat,
a
energia cinética das perturbaçõesé
devida às conversões baroclínicas e barotrópicas na baixae
média troposfera, enquanto que na segunda fase édominante a conversão baroclínica. Na terceira fase de desenvotvimento da onda
junto
a
costa ocidentat Africana,e
sobreo
Attântico adjacente, asconversões baroctínicas enfraquecem-se
por
um [ado, contudoa
convecção intensifica-se.Nos batanços
de
energia cinética da corrente gerate
das perturbações, ostermos de geração e de dissipação de energia cinética identificaram-se como
os mais retevantes.
Dos
batanços
de
energia cinética
analisados,âs
fontes
de
energia determinantes no desenvotvimento das Ol-A na região em estudo, provêm dasconversões energéticas baroctínicas e barotrópicas, que se observam na baixa e na média troposfera e ao nível das correntes de jacto.
KNSIC
ENERGY BUDGET OF AN ATRICNN EASTERLY WAVE IN THEArrucan
MoNsooN
RecloN
The African
easterty waves
(AEW),which variabitity and
intensÍty
are determined by the energetic transformations, constitute a fundamental factorfor the
Capverdean ptuviometric regimen, duringthe
summer onthe
north hemisphere.ln
this way, the
calcutationof
the
kinetic
energyof
thesereferred
waves,in
the
WestAfrican
regionsand
the
adjacent
Atlantic,constitutes the main propose of the study.
The terms
of the
kinetic energy budgetof
the
regional ftow andthe
eddies, determined by the energetic equation (Masters and Kung, 1986), characterizethe
energetic
transformation
that
maintains
the
AEW throughout
itsdevelopment. The synoptic anatyses of the dynamic and thermodynamic fietds
enabted
us
to
identify
the
main
parametersthat
take part
in
the
AEWevotution.
The interpretatÍon and analyses of the resutts obtained in the different phases
of
the
wave devetopment fromthe
kinetic energy budget, indicatesthat
inthe initiat
phase,the
eddy
kinetic
energyis
due
to
the
baroctinic and barotropic energy conversion in the low and medium troposphereat
the sametime as in the second phase prevails the baroctinic conversion. ln the
third of
the
wave devetopmentin
the
west
coastof
Africa and overthe
adjacentAttantic,
the
baroctinic conversionsgrow
weak
and
the
other
hand
the convection enhances.ln
the
kinetic energy budgetof
the general flow and the eddies, the termsof
generation and dissipation
of the
kinetic energy wasidentified
asthe
most relevant.From
the
kinetic energy budget anallzed,the
determinant energies sourcesfor the AEW devetopment in the study region proceed from the baroctinic and
barotropic conversion observed in the low and medium troposphere and at the
jet
stream's levet.AcMOECIMENTOS
Ao
professorDoutor
João
AtexandreMedina
Corte-Reatpeta
atenção,dedicação,
incentivo,
disponibitidadee
amizade,e
petos conhecimentos transmitidos ao tongo da reatização deste trabatho.Aos professores Fernando Janeiro
e
Cétia Gouveia peta ajuda prestada nautilização do Mattab.
À todos os cotegas do curso do mestrado, peta amizade
e
por compartitharem momentos de dificutdades e êxitos juntos, em especiat à minha amiga SusanaMendes peta sua paciência
e
constante disponibitidadeem
momentos mais difíceis.À professora Doutora Ana Maria Atmeida e Sitva por todo o apoio e facilidades
dispensados durante o curso de mestrado.
À minha irmã Lídia, com muito carinho, peta valiosa ajuda na etaboração do retatório da dissertação.
Ao
IPAD(lnstituto
de
Apoioao
Desenvotvimento)peto
suporte financeiro durante o período da reatização da dissertação.A
todos que, com sua amizadee
colaboração me ajudarama
conctuir este trabalho.Á mtnha mãe L{día e à memofia do meu queddo pal
Aos meus inndos Euníte, Rute, LÓlde, Fbmlna, L{dta e Cífiaco
lNoíce
tNOíCg.... a.a...ao....ao...a.a...ra...aa...t ttt I INDÍCE DEF|GURAS...o...o...
lV INDíCE DETABELAS...V111
ABREVIATU RAS . . . X INTRODUçÃO...r... í
PARTEI
-
ENQUADRAMENTO TEÓruCO...
5 Capitulo l: Ondas de Leste da África do Norte...1. As ondas de teste - aspectos teóricos e observacionais
2. As ondas de leste Africanas (Olá)...
2.1. Origem das ondas de teste Africanas (Olá) ... 2.2 Característica e Estrutura das OtÁ
5
5
I
0
3
Capitulo ll: A energética das OL4... 1. Formação das ondas de [este...
Capitulo lll: ObJectivos e formu
1. Formulação do probtema... 2. Objectivos do estudo ...
lação do problema..
2. As conversões energéticas
2.1. As conversões energéticas nas Ol-A...
2.2. Equações gerais das conversões de energia...
1 1 20 20 22 22 24 ...28 ...28 ...31 ...32 3. Limitações do estudo
PARTE 2 -
i
ETODOLOGIA E DADOS...'...
33Capítulo l: Metodologia ... .33
í. Enquadramento do estudo
í.1 - Caso de Estudo
2. lnstrumentos utitizados...
2.1 Anátise sinóptica do caso de estudo... 2.2 Anátise das transformações energéticas
2.2.1 Equação de batanço da energia cinética
Capitulo ll. Descrição dos
dados
...'44PARTE 3 - APRESENTAçÃo E ANÁLISE INTERPRETATIVA Dos RESULTADOS 46
Capítuto !: Análise da estrutura
slnóptica
...,...47i.t
lnátise àsuperfície
...471.1.1 Campo de vento à
superfície
... 51í.1.2 Campo de divergência e vorticidade a
superfície
..""""
53 .35 .37 33 38 38 39,2.1.2 Campos de divergência e vorticidade...
.2.1.3 Campos da temperatura e da altura do geopotenciat
2 Estrutura verticat
Capítulo ll: Análise da energética...
1. Anátise da energia cinética específica
2. Fase inicial...
2.í Balanço de energia cinética da corrente gerat...
2.1.í Tendência da energia cinética
2.1.2 Termos de transporte da energia cinética
1 1 1.2. 60 64 66
2.1.3 Termo de geração da energia 2.1.4 Anátise do termo
-
[r.Or]
73 75 78 78 80 8í 84 91 92 93 98
2.2 Batanço de energia cinética das perturbações
2.2.1 Termo de geração adiabática das perturb"çoes
-[V
*.Y O*l2.z.Zrermos de transporte horizontut
-[V
.it
"l,e
verticat1+)
2.2.3 Termo conversão energia cinética zonal em energia cinética das perturbações 2.2.4 Fermo de dissipação.
2.3 Síntese do balanço da energia cinética na fase iniciat...
3. Fase de desenvoMmento baroclínico.
3.1 Batanço da energia cinética na corrente geral
3.í.í Termo de geração
-
[,
oa]
í00 101 102 103 í03 1M í08 110 111 112 114 í18 129 132 132 135 137
3.í.2 Termos de transporte de energia cinética
3.í.3. Termo de dissipação
3.1.4 A advecção da temperatura
-[uor]
3.2 Batanço de energia cinética das perturbações
3.2.2 Termos transporte da energia cinética das perturbações
3.2.3 Termo de conversão da energia cinética zonal em energia cinética das
120
3.3 Síntese do batanço da energia cinética na fase de desenvolvimento baroctínico... 121
4. Fase de desenvolümento junto à costa do continente
Africano....
... 122122
123 125 126
4.2.2Termos transporte da energia cinética das perturbações
3.2.1 Termo de geração
-[V *.V/
*l4.1 Batanço da energia cinética da corrente geral
4.1.1.Termo de geração adiabática -[U.OA]
4.í.2 Termos de transporte de energia cinética
4.2 Batanço de energia cinética das perturbações
5. Fase de desenvoMmento da depressão tropica[...
5.1 Batanço da energia cinética da corrente geral
5.2 Balanço da energia cinética nas perturbações
6. Evotução temporal dos termos da equação de balanço.
ANEXO
I...
...í551. Expressões matemáticas dos termos das equações de
energia
... 1562.
Notações
....158AND(O [r
...
... í62í. Método numérico de diferenças
finitas...
... 1632. Regras de integração numérica usadas no
estudo
...1642.í Regra de
Simpson
....1U
2.2 Regra dos
Trapéáos...
.... 164AND(O
tV...
... í65Campos de energia cinética especifica n =@'
+
u')lZ (J.kg''), nos instantes de T4 aT24, referentes ao período de 9 à 14 de Agosto de 20M, às 12:00UTC, nos níveis isobáricos de 1000hPa à
500hPa
... Í65INoÍcr
DE FIGURASFigura 1.í Modelo ctássico de uma onda de leste sobre as Caraíbas apresentado por Riehl em
1954...
...6Figura 1.2 Modeto de uma secção vertical de uma onda de leste (McGregor and Nieuwlot,
1998) 7
Figura 1.3 Vento médio zonal na região norte da África (3011/ a lO"E). O intervato dos
contornos são de 2.5m.s-t , e a tatitude=O corresponde a 12"N (Hotton,lgg?,l í3
Figura 1.4 Secções verticais dos seguintes parâmetros na tatitude de í2"N: (a) O vento meridional
(..r-'),
1bl o vento zonat(*.r-'),
(.) u vorticidade (ro{s-t) e (d) a divergência(ro*r')
(Reed et at.,19771...
... í 5 Figura 1.5 Secções verticais dos parâmetros termodinâmicos na latitude 12"N. (a) Avetocidade vertical thPa.h'I) e (b) anomatias da temperatura (oC), (Reed et at., 19771...16 Figura í.6 Trajectórias das ondas de [este de Agosto a Setembro de 1985 (Reed et. at., 1988)
17
Figura 2.1 A região de estudo na matha de 2.5o x 2.5o entre as tatitudes de 0o e 37.5oN e as
longitudes de 17.5oE e
45oW
..,.37Figura 3.1 DesenvoMmento sequencia[ da onda de leste nas cartas sinópticas de superfície(a) e nas imagens de satétite (b) de 9 a 16 de Agosto de 20M 50
Figura 3.2 Campos de pressão (hPa) e temperatura (K) à superfície no período de 9 a 12 de Agosto de 20M; ---- temperatura;
-
pressão 5í
Figura 3.3 Campo do vento horizontat (m.s'') e as linhas de corrente à superfície, de 9 a í4 de
Agosto, às
í2:00UTC
...53Figura 3.4 Campos da divergência em 10{ s-l (a) e vorticidade em I 0-s s-r (b), à superfície no
período de 9 a 14 de Agosto de 20M, às
í2:00UTC
...55Figura 3.5 Campos do vento horizontat (m.s-'), e tinhas de corrente, nos níveis de 850hPa (a) e
de 700hPa (b). 59
Figura 3.6 Campos da vorticidade nos níveis de 850hPa(a) e 700hPa (b), no período de 9 à 14
de Agosto de 20O4, às í2:00UTC. 61
Figura 3.7 Campos da divergência em
l0{s-r
nos níveis de 850hPa(a) e 700hPa (b), noperíodo de 9 à 14 de Agosto de 20M, às
í2:00UTC
...64Figura 3.8 Campos da temperatura (K) e da altura do geopotencial (m), nos níveis de
66
850hPa(a) e 500hPa (b), no período de 9 a 14 de Agosto de 2004 às í2:00UTC
Figura 3.9 Perfis tongitudinais(a) e tatitudinais (b) do vento zonal er (m.s'í), no período de 9 a
l4deAgostode2004às
í2:00UTC
...68Figura 3.í0 Perfis longitudinais (a) e tatitudinais (b) da componente meridional do vento v
(m.s-'), de 9 a 14 de Agosto de 20O4 às
í2:00UTC
...70Figura 3.11 Secções tongitudinais de vetocidade verticat, ro (Pa.s-í), de 9 a í4 de Agosto de
20M às í2:00UTC 71
Figura 3.'t2 Evotução temporat ae [,r(], nos níveis de í000, 850, 7OO, 600, 5OO e 300hPa no
período de 8 a 16 de Agosto de
20O4
...76Figura 3.13 Perfis tongitudinais da energia cinética específica
t
=fu' +
v')lZ em J.kg-r, nalatitude de 15oN, nos instantes T4(a) e T9
(b).
...81Figura 3.14 Perfis tatitudinat ao termo-(V
YK
), nas tongitudes OoE e 7.51ff, nos instantesFigura 3.1 5 Perfis verticais médios dos termo - [V .Vf
]t.),
ê-
laatfl
aplp), nos instantes T4 eT9Figura 3.16 Períis tatitudinais do termo -(Oanlap), nas longitudes de OoE e 7.51il, nos
instantes T4 e T9
83
u
/:-
-
.\Figura 3.17 Perfis latitudinais do termo -\Y.Y0)nas longitudes de OoE e de 7.5oW, nos
instantes T4 e
T9...
...87Figura 3.18 Perfis tatitudinais do termo da conversã o
-lcoal,
nos instantes T4(a) e T9 (b),nas longitudes de OoE e 5oW 88
Figura 3. I 9 Perfis verticais médios dos termos ")
-
[V.V
/]
" o1 - [V .V7], no, instantes T4 e
T9 89
Figura 3.20 Perfis tongitudinais da vetocidade verticat do vento (ar)
e*
Pa.s'í e dacomponente zonat do vento horizontat
(r)
",
m.s'í, nos instantes T4(a) e T9 (b) ...90Figura 3.2'l Perfis tongitudinais do termo de advecção de temperatura em K.d-l nos instantes
f4
ef9
...91Figura 3.22 Perfis verticais médios do termo
-Ú
-.,
O*l no, instantes T4 e T9 95Figura 3.25 Perfis tatitudinais dos termos transporte de energia cinética; 99
Figura 3.26 Perfis tatitudinais da vetocidade vertica[ ómega (ar)
",
Pa.s'í, nos instantes T4 eT9, nas longitudes OoE e
7.51fl
... 100Figura 3.27 Perfis verticais das taxas de geração(a) e de dissipação (b) da energia cinética das
perturbações nos instantes T4 e
T9...
... 101Figura 3.28 Perfis verticais do termo médio -[V.OO], nos instantes T12 e Tí6 106 Figura 3.29 Perfis tatitudinais O"
-
(V.V/),
nos instantes T12(a) e T16 (b) (dias 11 e í2 deAgosto 20ü4, as
12:00UTC).
...107Figura 3.30 Perfis verticais médios dos termos
")
-
[V.Vf]
"»
-lô@klôp], no, instantesÍ12 eT16 í08
Figura 3.31 Perfis tatitudinais do termo transporte horizontat
-
(O.VU), nos instantesT12(a) e T16 (b), 11 e 12 de Agosto de 20M, às 12:00UTC í09
Figura 3.32 Perfis tatitudinais do termo
-
(aalrlap) nos instantes T12(a) e Tí6 (b), dia 1í e12 de Agosto de 2004, às 't2:00UTC 1í0
Figura 3.33 Perfis verticais das taxas de dissipação
-
[r]
e de geraçã"- [r.OAI
para osinstantes T12(a) e T16 (b) 111
Figura 3.34 Perfis tatitudinais da advecção da tempera,rru
-pVf],
na tatitude de í5oN,para os instantes T12 e T16 112
Figura3.35Perfisverticaismédiosdotermo -lV*.V6*],norinstantesT12e719...íí5
Figura 3.36 Perfis tatitudinais da taxa de conversão de energia potencial disponívet das
perturbações
-
(a* o *), nos instantes T12(a) e Tí6 (b) 116Figura 3.37 Perfis tatitudinais do termo de geração
-
(V *.OO *), no, instantes T í2 (a) e Tí6(b), dias 11 e 12 de Agosto de 2004 às 12:00UTC 117
Figura 3.38 Perfis tatitudinais da vetocidade vertical ómega (a)
",
Pa.s-l, nos instantes Tí2(a) e Tí6 (b) 118
Figura 3.39 Perfis tatitudinais do termo transporte horizontat perturbado,
-
(O VU, ), no,instantes T12(a) e T16 (b) 119
Figura 3.40 Perfis Latitudinais do termo transporte vertica[
-
(aa*,1ap), nos instantes120
Tí2(a) e T16 (b)
Figura 3.41 Perfit vertica[ médio do termo geração adiabática da energia cinética no instante
T20, dia 13 deAgosto às
12:00UTC...
... 123Figura 3.42 Perfis tatitudinais dos termos
-
(r.OO)f" 7, e-(aa)(b),
para o instante T20, nalongitude de
22.511
... í25Figura 3.43 Perfis latitudinais dos termos de transporte horizontat(a) e verticat (b) da energia
cinética da corrente gerat, no instante
T20...
....126Figura 3.44 Perfis verticais médios dos termos perturbados
-
[V-.O/
*] u-
[O .V - A *] , noinstante T20 128
Figura 3.45 Perfis tatitudinais dos termos de transporte horizontal
-
(V .Vf, ) (a) e verticat-(aalr,1ap) (U) no instante T20, na tongitude de 22.51ff í30
Figura 3.46 Advecção da temperatura em K.d-l (a), e vetocidade verticat ómega em ra.s-r (b)
na longitude de 22.51V no dia 13 de Agosto de 2004 às í2:00UTC 131
Figura 3.47 Perfis tatitudinais au - (V .VQ)tal e perfis verticais do termo médio
-
[U Of ](b), nos instantes T24 eT28, dia 14 e í5 de Agosto de 20M às 12:00 133
Figura 3.48 Perfis tatitudinais de
-fanlem
W.kg-í tal," [ar] em Pa.s-í1b;, no dia 14 deAgosto de 20M às
í2:00UTC
..134Figura 3.49 Evotução temporal dos termos
-[V.of],
-[o.VU]
"
-fanl,
no período de 8 a16 de Agosto de 20O4, de 6 em 6 horas, da corrente geral í38
Figura 3.50 Evotução temporat dos termos perturbados o"
-
[Í
*.V O *f, au-
[V .Vf" ] e o"Inoíce
DE TABELASTabeta í.1 Estatísticas médias de actiüdade das ondas de leste
Africanas...
...19Tabela 2.1 ldentificação da locatização da perturbação à superfície no período de 9 à í6 de Agosto de 20M
Tabeta 3.1 Balanço médio da energia cinética da corrente geral nos níveis de pressão em
W.kg-r , e o totat em W.m-2, no instante T4, dia 9 de Agosto de20M às 12:00UTC ...79
Tabeta 3.2 Batanço médio da energia cinética da corrente geral nos níveis de pressão W.kg-t, e o totat em W.m-2, no instante T9, dia í0 de Agosto às
í8:00UTC...
...,.79Tabeta 3.3 Geração adiabática da energia cinética nos níveis isobáricos em W.kg-r, e a total
em W.m-2 , no dia 9 de Agosto de 2004 às 12:00UTC 86
Tabeta 3.4 Geração adiabática da energia cinética nos níveis isobáricos em W.kg-r, e a total
em W.m-2 , no dia 10 de Agosto de 2004 às
í8:00UTC
...86Tabeta 3.5 Batanço da energia cinética das perturbações no níveis de pressão em W.kg-l, e o
totat em W.m-2 , no dia 9 de Agosto de 20M às
12:00UTC
...92 Tabeta 3.6 Balanço da energia cinética das perturbações no níveis de pressão em W.kg-r, e atota[ em W.m-2 no dia 10 de Agosto de2004 as
í8:00UTC
...93Tabela 3.7 Geração adiabática da energia cinética das perturbações nas superfícies
isobáricas, em W.kg-I, e a total em W.m-2, no dia 9 de Agosto de 20M às í2:00UTC...,,94
Tabeta 3.8 Geração adiabática da energia cinética das perturbações nas superfícies
isobáricas, em W.kg-I, e a total em W.m-2, no dia í0 de Agosto de 20M as 18:00UTC ...94
Tabeta 3.9 Batanço médio da energia cinética da corrente geral nos níveis de pressão W.kg-', e o totat em W.m-2, no instanteTl2, dia 1í de Agosto as í2:00UTC 103
Tabeta 3.10 Batanço médio da energia cinética da corrente gera[ nos níveis de pressão
W.kg-' , e o tota[ em W.m-2, no instante T16, dia 12 de Agosto de 2004 as í2:00UTC ... 1M
Tabeta 3.11 Geração adiabática da energia cinética nos níveis isobáricos em W.kg-r , e a total em W.m-2, no instanteTl2, dia 11 de Agosto deZOC/ às 12:00UTC
36
í05
Tabeta 3.12 Geração adiabática da energia cinética nos níveis isobáricos em W.kg-r, e a totat
106
em w.m-2, no instante T16, dia 12 de Agosto às í2:00UTC
Tabela 3.13 Bal,anço da energia cinética das perturbações em W.kg-l , e a total em W.m-2,
no dia í1 de Agosto de 2004 113
Tabeta 3.í4 Batanço da energia cinética das perturbações em W.kg-I, e a total em w.m-2,
no dia 12 deAgosto de 2004 113
Tabeta 3.í 5 Geração adiabática da energia cinética das perturbações nas superfícies
isobáricas, em W.kg-l , e a total em W.m-2, no dia í í de Agosto de 20M as 12:00UTC .... 114 Tabela 3.16 Geração adiabática da energia cinética das perturbações nas superfícies
isobáricas, em W.kg-l , e a total em W.m-2, no dia í2 de Agosto de 2003 as 12:00UTC .... 114 Tabela 3.í7 Batanço médio da energia cinética da corrente geral nos níveis de pressão
W.kg-r, e o total em W.m-2, no instante T20, dia í3 de Agosto de 2004 às í2:00UTC...122
Tabeta 3.í8 Geração adiabática da energia cinética nos níveis isobáricos em W.kg-I, e a total em W.m-2, no instante T20, dia 13 de Agosto de
20M...
...124 Tabeta 3.'19 Batanço da energia cinética das perturbações no níveis de pressão em W.kg-r, ea total em w.m-2, no dia 13 de Agosto de 20M às
12:00uTC
... 127Tabeta 3.20 Geração adiabática da energia cinética das perturbaçóes em W.kg-l, e a total
em W.m-2, no instante T20, dia 13 de Agosto de 20M às 12:00UTC 128
Tabeta 3.21 Batanço médio da energia cinética da corrente gerat nos níveis de pressão
W.kg-l, e o tota[ em W.m-2, no dia 14 de Agosto de 2004 às
12:00UTC
... 132Tabeta 3.22 Geração adiabática da energia cinética em W.kg-I, e a total em w.m-2, no dia
14 de Agosto de 20M às
í2:00UTC
... 134Tabeta 3.23 Batanço da energia cinética das perturbações em W.kg-' , e a totat em W.m-2,
no dia í4 deAgosto de 2004 às
12:00UTC
... 135Tabeta 3.24 Geraçâo adiabática da energia cinética das perturbações em W.kg-t, e a total em W.m-2, no dia 14 de Agosto de 20O4 às
í2:00UTC
... í36ASREV
TURASAEW - African Easterty Wave
ECMWF - European Centre for Médium-Range Weather Forecast CISK - Conditionat lnstabitity of the Second Kind
GATE - Globat Attantic Tropical Experiment
GrADS - Grid Anatysis and Display System JAL - Jacto Africano de Leste
JTL - Jacto Tropical de Leste lúATLab - lúATrix LABoratory
NCAR - Nacional Center
for
Environmental PredictionNCEP - Nacionat Center for Atmospheric Research NetCDF - Network Common Data Form
NCO - NetCDF operators
OLA - Ondas de Leste Africanas
UTC - Universat Time, Coordinated
ZCIT - Zona de Convergência lnter-tropical
INTRoDUÇÃO
lNrnoouÇÃo
ldentificados como
os
sistemas sinópticos dominantes duranteo
verão nohemisfério norte sobre a Africa Ocidentat e o Attântico tropicat, as ondas de
leste
Africanas, são caracterizadospor
apresentaremum
comprimento de onda na ordem de 3000km, com um período de 3-5diase
de se propagarem para o oeste com a vetocidade de fase de cerca de 7-8 graus de tongitude por dia(Hotton, 1992).Estas ondas tem um papel importante na determinação do período de chuvas
na Africa Ocidentat, e são considerados os principais precursores dos cictones
tropicais no oceano Attântico, peto que,
a
variabitidade do clima na região está relacionada com a variabitidade anual da intensidade das ondas de leste Africanas (OLÂ).Anteriormente,
antes dos
resuttadosdos
estudosde
Rieht (1954),
era assumido um cenário muito simples que definia a estação das chuvas na região da África Ocidentat, na qual as chuvas eram consequências das tempestades locatizadas, associadasà
zona de convergência inter-tropical (ZCIT)e
à
suamigração
sazonat.No
entanto,
estudoscom
a
descriçãodinâmica
etermodinâmica
da
região
mostrarama
presençade
outras
estruturas importantes que determinama
ctimatotogiada
região.A
presençade
umacorrente de
jacto
na média troposfera duranteo
verão, designada de jacto Africano de leste (JAL), pareceter
um papet mais importante que o ZCIT. Ossistemas nebutosos
e
as chuvas que se observam na região estão geratmente associadosa
uma onda transiente de escata sinóptica. Estas ondas são emgeral originadas devido
ao
mecanismo da instabÍtidade mista, baroctínica ebarotrópica no JAL nos níveis de 700-600hPa, associadas às perturbações nos
gradientes meridionais da vorticidade potenciat no núcleo
e
nos ftancos dojacto
e ao gradiente da temperatura potencia[ na baixa troposfera, na regiãoonde se
observamas
precipitações (Burpee, 1972,Thorncroft
e
Hoskins,lNrRoDUçÃo
A formação e o desenvotvimento de uma OLA dependem de diversos factores,
tais
como
as
poeirasdo
deserto
Sahara,a
magnitudedo
cisathamentohorizontal
e
vertical
no JAL,da
intensidadeda
libertaçãodo
cator latente (Norquistet a[.
19771, que associadas às conversões de energia barotrópicas ebaroclínicas contribuem para a manutenção da onda. A questão fundamental
reside
em
determinar
as
fontes
de
energia
responsáveispara
odesenvotvimento
e
manutenção daOlá.
Esta questão pode ser interpretadatendo em consideração as magnitudes da energia cinética média zonal
e
aenergÍa cinética das perturbações.
A
tendênciade
um aumento da energiacinética
das perturbações numa mesma região podeser
devidoa
atgunsfenómenos,
tais
como
a
instabitidade barotrópica,
ao
mecanismo de lnstabilidade condicionatda
segunda espécie (CISK) (Thorncrofte
Hoskins,19941,
a
instabitidade baroclínicae o
trabalho das forçasde
pressão nasparedes laterais da região.
Rieht
(1967), sugeriuque as
OLA são sistemas físicoscom
manutenção própria,i.e.,
geram a sua própria energia cinética. A existência de um núcteoquente
na atta
troposferaque
testemunhaa
ocorrênciade
movimentos convectivos nestas regiões, indicaa
presença de uma circutação directa. Eteainda sugere que a circulação directa também se observa nos níveis baixos da
troposfera, onde sob a influência da evaporação a partir das precipitações, o
movimento
do
ar
frio
é
subsidente. Esta energiacinética
é
gerada pela conversão da energia potencia[ disponívet. Contudo, Estoquee
Lin
(1977),Norquist et at.
(9n)
mostraram que esta conversão não pode ser consideradadeterminante
na
geraçãode
energiacinética,
e
que ambas as conversõesbarotrópicas
e
baroclínicas contribuem iguatmente paraa
manutenção daenergia cinética da onda.
No
entanto,
atguns estudosforam
realizados incidindo sobreas
principais fontes e formas de energia em perturbações tropicais no Pacífico, com basena anátise do batanço energético. Destaca-se neste contexto, os estudos de
Kung
e Merritt
(19741e
de
kung (1975), dedicadosà
anátise do batanço daenergia cinética da corrente geral
e
das perturbações, da circutação tropicatlurnoouçÃo
sobre
o
Oceano Pacífico,onde
mostraramque
estasformas
de
energia cinética são mantidas tanto petas fontes internas como petas fontes externas, sendoque
as internastêm
maior contribuiçãona
manutençãoda
energia cinética das perturbações. É nesse enquadramento contextuat e com base naanátise do batanço da energia cinética da corrente geral
e
das perturbações na região que abrange parte da África Ocidentate
o Attântico tropical que, duranteo
estudo, procuraremosidentificar
as diferentes formas de energia que contribuem para a manutenção das ondas de leste Africanas.Considerando que
o
clima
das ithasde
Cabo Verde, localizados no oceanoAt[ântico
junto à
costa ocidental Africana,entre
as latitudesde
14.5oN e 17.5oN, e as longitudes de 22.5oW e 25.5oW, dos meses de Julho à Outubro, édeterminado principatmente
peta
passagemdas
ondasde
teste,
e
guê, dependendoda
Íntensidadeda
onda,
essa passagempode ser
ou
nãoacompanhada de precipitações, as quais determinam
o
regime ptuviométrico na região, motivou-nos para a reatização deste estudo.Com
a
determÍnaçãodas
transformaçõesde
energia
que
garantem odesenvotvimento
e
manutenção das ondas durantea
sua destocação para oeste,é
possível avaliar se as condições energéticas são ou não favoráveis à sua intensificação na região de estudo.O relatório do estudo
foi
estruturado em quatro partes.A
primeira parte édedicada
à
revisãobibtiográfica,
com
o
objectivo
da
identificação
do probtema e encontra-se organizada em três capítulos. No primeiro capítulo éfeita
uma
revisão sobreos
principais aspectosda
origeme
da
estrutura dinâmica e termodÍnâmÍca das ondas de teste em gerat,e
das ondas de leste Africanas em particutar. O segundo capítuto refere-se aos estudos reatizados sobre a energética das ondas,e
no terceiro capítuto formutamoso
probtema do estudo. Na segunda parteé
apresentada os procedimentos metodotógicos utitizados no estudo e encontra-se estruturada em dois capítulos. O primeiro capítuloé
dedicado ao enquadramento contextual da metodotogia adoptadalrrnoouçÃo
instrumentos utitizados. No segundo capítuto faz-se
a
descrição dos dadosrecothidos para o estudo.
A apresentação
e
anátise interpretativa dos resuttados constituem a terceira parte do estudo, e encontram-se organizados em dois capítulos, sendo que, noprimeiro
é
apresentadaa
anátise dinâmicae
termodinâmicada
estrutura sinóptica da onda. O segundo capítuto incide sobre a interpretaçãoe
anátisedos dados obtidos referentes aos batanços da energia cinética na região de
estudo. Esta anátise é
feita
para as quatro fases de desenvotvimento da ondade teste definidos em regiões diferentes de acordo com a localização da onda
durante a sua propagação para oeste.
Na quarta parte procuramos apresentar as possíveis conctusões do estudo, e as recomendações propostas para estudos futuros.
Eleuaomurx'ro Teónrco Aspgcros reorucos E oBsERvAcroNAs
PARTE
í
-
ENqUADRAMENToTEoRtcoCpnuto
l:
Ovons DE LEsrE oa Árarcn Do NoRrEí.
As oNDAs DE LEsTE - AsPEcTos TEÓRIcos E oBsERvAcIoNAtsAs ondas de leste, segundo Hotton (1992), são perturbações ondulatórias de escata sinóptica, que ocorrem
em
diversas regiões tropicaise
se destocam com os alísios para oeste, na zona de cisathamento cictónico a sut do jactoAfricano
de
teste
na
baixa
troposfera,
apresentando configurações ondutatórias nos campos do vento e da pressão.Estas ondas
já
tinham sido
identificadaspor
Dunn (19401, como centros isalobáricos na superfície movimentando-se para oeste, sobre as ithas, nasregiões tropicais. Com maior quantidade
de
dados disponíveis, Riehl (1954')notou que
as
mudançasna
direcçãodo
vento
acompanhavamos
centrosisatobáricos,
sugerindo
que
essescentros seriam
a
manifestação dapropagação
de
ondasde
leste para oeste.A
condição fundamental para odesenvotvimento das ondas de leste segundo Rieht (19791seria a existência de um ftuxo de leste profundo
e
bem definido desde os níveis baixosaté
a atta troposfera, semethante às ondas nas correntes de oeste.O primeiro modelo clássico de descrição da estrutura de uma onda de leste foi
proposto
por
Rieht (19541, baseado em observações reatizadas na região doCaribe
(figura 1.1).
A
ondaé
representada como umvale
depressionário, inserido no escoamento dos atísios; o vale estende-se na direcção dos pótos eé
orientadona
direcção sudoeste-nordesteno
hemisférionorte,
com
umainclinação para leste em attitude. A onda é mais intensa na baixa troposfera onde geralmente existe uma fraca circulação cictónica (Hastenrath, í991). Na
troposfera o núcleo de temperaturas mais baixas encontra-se
junto
ao eixo daENquonmlruro TEóRrco Aprcros reorucos E oBsERYAcloNAts
movimentos descendentes (downdrafts)
nas
nuvensde
grande actividade convectiva. lO---EODA 22 SIPEflCE B 12-_ 80w 70w 60w N N 30 3 2 20 I to 80w 7()w 60wFigura
í.í
Modelo clássico de uma onda de leste sobre as Caraíbas apresentado por Riehl em í954As
ondas
de
leste
apresentam características simitaresàs
depressõesobservadas nas tatitudes médias (Barry
e
Chortey, 1998). Estes sistemas sãoem geral formados por uma depressão fraca em forma de onda, com
o
eixo inctinado na vertical para teste,e
a presença do desenvolvimento de nuvenscumutiformes que provocam a ocorrência de chuvas principalmente na parte leste do eixo do vate da onda (figura
í.2).
ENquoumrxro Teónrco Âsprcros reorucos E oBsERvÂcroNÂts (kÍn) AFgfir m Eooovltgotma 7,5 6.0 4.6 3.0 1.5 0 250 (km) 0
.-osccçIo DE moPÂÉaçÂo ot ottra
250 Âlffimmmwum 500 !R§ACO6T.3SEqlE L':)
)
) ) \-Í\
n1 ( I ) --Í\ Rl'm§m ) )Figura í.2 Modelo de uma secção veÉical de uma onda de leste (McGregor and Nieuwlot, íe98)
A leste do eixo do vate da onda verifica-se a convergência nos níveis baixos e
a
predominânciade fortes
movimentos ascendentese
convecção profunda, enquantoque, na
parte
oestedo eixo vate há
divergênciae
movimentos subsidentes nos baixos níveis. Estes processos podem ser expticados através daequação de conservação da vorticidade potencial (equação
1.1),
admitindo que o movimento horizontat é, em cada níve[, isentrópico.
{t-r '.'{t-r
=k
(í.1)
Lp
onde
Í
éo
parâmetrode Coriotis, Çavorticidade
retativaeÂp
a alturada
coluna de
ar
na troposfera. Quandoo
ar se destoca na direcção dos pótos(f
aumenta) numa zona com a curvatura cictónica
((
aumenta), então Âp deve aumentar, seo
primeiro membroda
equação deve permanecer constante. Como consequência verifica-se uma expansãovertical
da colunade
ar
queprovoca
convergêncianos níveis baixos.
De
maneira recíproca
existe divergênciaà
frente do vale. A
zonade
dÍvergênciaé
caracterizada por subsidência, ar seco e uma pequena camada de ar húmidojunto
à superfície,ENeuaonalaruro Teónrco Aprcros reontcos E oBsERvAcloNAts
A
passagemde
uma ondade
lesteé
em geral acompanhada das seguintes sequências no tempo real:í.
Na crista e à frente do vate da onda observam-se bom tempo, presença de cúmutos dispersos e alguma nebtina;2.
Junto do eixo
do
vale
verifica-se cúmutosbem
desenvolvidos, chuva ocasionat e methoramento da visibilidade3. Atrás do vale verifica-se variação na direcção do vento, cúmutos profundos
e
cumulonimbos,a
ocorrênciade
chuva moderadae
fortes
tempestades, aguaceiros e descida de temperatura à superfície.As ondas
de
leste existemna
regiãotropical de
ambos os hemisférios, noentanto
são mais marcadas duranteo
períodode
Junhoa
Setembro nohemisfério
norte.
No Pacífico Oeste Central, as ondasde
teste orÍginam-se como fracos sistemas depressionários, pertodo
ZCIT (zona de convergênciainter-tropical), desenvolvendo-se para depressões tropicais
e
ocasionalmentepara tufões
que afectam as
Fitipinas,o
sut
do
Marda
China, Vietname, sudeste da Chinae
Japão. Podem também ser detectadas sobreo
norte do Continente Africano,a
oeste dos 30oE, intensificam-seà
medida que movem para oeste, atingindo o seu máximo desenvotvimento antes de cruzar a costaoeste
da
Africa.
No
Oceano
Attântico,
em
gerat,
enfraquecemconsideravelmente,
mas
ao
atingir
o
At[ântico Central
e
Oeste,
sãogeralmente intensificadas
e
propiciamo
desenvolvimento dos furacões que afectam o Gotfo do México e a costa sudeste dos EUA.Enquaoumex-ro TEóHco As ONols oe Leçrs ArruaNls
2.
As oNDAs DE LEsrE ArRrclNas (OLA)Durante
o
verão do hemisférionorte,
no continente Africano, na região do Sahara, devidoao
intenso aquecimentoda
superfície, originam-se fortes gradientes de temperatura entre o equador e a latitude 25oN. O vento térmicoresuttante é responsável peta existência de um núcteo intenso da corrente de
jacto
de teste perto da tatitude de 16oN. A sul do núcteo dojacto,
formam-se perturbações de escala sinóptica, que se propagam para oeste no regime dosventos atísios (Hotton, 1992),.
Estas perturbações são conhecidas como ondas
de
[este Africanas (Olá).Tipicamente, etas têm um período de 3-5 dias, com um comprimento de onda
de
cerca de 2000-4000km,
e
destocam-se para oeste com uma vetocidade média de6-7" de tongitudepordia
(7-9 ms'11 na tatitude médiade í1oN sobreo
continentee
í2oN sobreo
oceano (Reed, Norquiste
Recker, 1997), que frequentemente atingem as Caraíbase
mesmoo
oceano PacíÍico. Também,são conhecidas
peta
sua contribuição,não
só na
ciclogénesetropical
noAttântico
e
Caraíbas (Rieh[,1954; Frank,1970), mas tambémna
bacia do Pacífico (Avita e Pash, 1992).Enquaou,uerro Teóruco Onrcrm ols Olá
2.1.
Origem das ondasde
lesteAfricanas
(OLA)A formação das ondas de leste sobre a Africa Ocidental
foi
objecto de vários estudos teóricos e observacionais, mas a questão da origem dasOlá,
tanto em relação aos mecanismos físicos como a região geográfica da sua formação teve maior ênfase nos estudos de Burpee (1972, 19741. Através da análise espectratde
uma série de dadosde
observações sinópticas dealtitude
reatizadas em atgumas estações meteorológicas da Africa Centrat e Ocidental durante cinco anos, determinoua
região com condições mais propícias para formação de perturbações, nas proximidades de Fort Lamye
Khartoum entre 1SoEe
30oE.Burpee (1974')
foi
o
primeiroa
sugerir que asOlá
podiam estar associadas à instabitidade dinâmica dojacto
africano de leste (JAL) na média troposfera. Ele demonstrou, usando o critério de instabitidade de Charney e Stern (19621,que
a
corrente dejacto
de
[este na média troposfera permanecea
su[ deSahara durante o período de Junho a Outubro, e que é instável em quase toda
a
sua extensão. Ambos os efeitos decorte,
lateral e verticat, verificados noftuxo médio zonat, são importantes fontes de energia para as ondas de leste, e as Ol-A desenvotvem-se a sul do núcteo do JAL na regÍão onde o ftuxo médio zonal é mais instávet.
lguatmente, Atbignat e Reed (1980), usando o método da análise espectral nos
dados observados
durante
a
fase
lll
do
GATE (GtobatAt[antic
Tropical Experiment), demostraram que as ondas de leste bem definidas sobre a Africa Ocidental e o Atlântico teste observadas durante este período, se formam em gerat entre 1OoE e OoE, notando também que nesta região o JAL, apresenta amáxima instabitidade, sendo que as instabitidades barotrópica
e
baroclínicaconstituíam as
fontes
de
energias das ondas.Junto
à
costa ocidenta[ docontinente Africano as OLA atingem
a
intensidade máxima,que
pode serresultado
da
reduçãodo atrito da
superfície quando as ondas passam docontinente para
o
oceano, associadosà
forte
instabitidadedo
jacto
e
aoefeito
da
instabitidadedevido
à
convecçãonas ondas.
No
oceano, ao destocarem-separa
o
oeste,
ambasas
instabilidades,a
do
jacto
e
aENquaonmrx'ro TEóRrco OruczuorsOl-A
convectiva diminuem. Com
o
enfraquecimento da baroclinicidade nos níveis baixos as OLA tem a tendência a diminuir de intensidade.Thorncroft
e
Hoskins (1994ae
b)
realizaram estudos teóricos, simutando ocomportamento das
OIá,
nos modoslinear
e
não linear,
e
os
resuttados confirmaram que asOlÁ
podem desenvotver-se através do mecanismo mistode
instabilidade barotrópica-baroctínica, sendoque
a
tibertaçãodo
calorlatente
desempenhaum
papel importante
no
aumento
da
conversão baroclínica de energia em retação a conversão barotrópica. Contudo, mesmoconsiderando
o
efeito
de catorlatente, a
conversão barotrópica de energia continua sendo a fonte de energia dominante na instabitidade.Viltard, de Fetice e OubuÍh (1997), com dados das reanátises do NCEP/NCAR e
do ECMWF ao nível de pressão de 700hPa, definiram dois tipos de ondas com
estrutura
e
vetocidade de fase diferentes, que se desenvolvemtanto
a
sutcomo a norte do JAL (Diedhiou, Janicot, Viltard e de Fetice, 1999\. As OLA a
sul do
jacto
são caracterizadaspor
possuírem uma inctinação horizontal de sudoeste-nordeste indicandoa
existência
da
conversãobarotrópica
deenergia.
A
norte
do jacto,
as
Ol-Asão
caracterizadaspela
conversão baroctínica de energia expressa na inctinação oposta da onda em retação aoefeito de corte vertical.
Todavia, as
Olá
não podem ser vistas simptesmente como perturbações aos700hPa
na
região
chuvosada Africa
Ocidentat. Pytharoutise
Thorncroft (19991, examinarama
estruturae
características das OLA, baseando-se nahipótese que as OLA se formam devido à instabitidade do gradiente meridional da vorticidade potencial de Ertel (PV;
041ü)
negativa ao nível do JAL, e do gradienteda
temperatura potencial@Alôy)
nos níveis baixos,a
condição necessária de instabitidade, de Charney e Stern. Os resuttados mostraram que as Ol-A não se formam apenasjunto
ao ftanco su[ ao nívet dojacto,
mas,Exeuonrururo Teómco OrucEm oas Ol-A
junto ao
ftanco
norte
do
JAL,
propagam-separa
o
oeste
seguindoperpendicularmente
o
gradiente
da
temperatura potencial
à
superfície, enquanto quea
onda que se forma ao sut do JAL se propagano
nível de 700hPa seguindo perpendicutarmenteo
gradiente de vorticidade potenciat,tanto sobre
o
continente como também sobreo
oceano. Ao aproximarem-se da costa ocidental Africana as suas trajectórias convergeme
a
estrutura da onda torna-se mais profunda.As conctusões dos diversos estudos acima mencionados mostram que as OLA
são sistemas sinópticos
com
uma estrutura
complexa compostapor
dois centros de circulação, um nos níveis baixos a norte dojacto
e outro no nível dojacto.
Podem aindater
regimes diferentes que depende da região do JALonde se formam. Continuam sendo uma área com muito ainda por investigar, sendo
o
estudo das transformações energéticas nas OLAe
na região da suaorigem um dos indicadores que permitem determinar as causas da formação e desenvolvimento das Olá.
Enquaommrrro Tróruco CamcrenÍsrrca e Esrnurum oas OLA
2.2
Característicae
Estrutura
das OLAVários estudos foram reatizados sobre a estrutura das OtÁ baseados tanto em dados observacionais como
em
simutaçôes com modetos numéricos, dando maior ênfase à estrutura das OLA a sul e ao nívet do JAL.Cartson (1969) usando os dados das anátises sinópticas diárias e as cartas das
linhas de corrente de 2000-ft
e
10 000-ft (700hPa) retativasa
1968, e Burpee(1972,1974\,
através
da
análise espectrat
de
dados
observacionais, identificaram perturbações ondutatórias aos 700hPa sobre a Africa Central eOcidentat, QUê
se
propagampara
oestecom
uma vetocidadede
fase
de8 m.s-r, e um comprimento de onda entre 2000 e 4000km, com um período de
3 a 5 dias.
Contudo, a estrutura de uma onda de leste apresentada por Reed
et
at.(gnl
foi
a que mais se aproximou das características mais comuns que definam umsistema sinóptico do tipo da onda de leste. Também apresentaram os campos médios
da
troposfera,no
seio dos quais estão embebidosos
movimentos ondutatórios.§
<s
Opa) (kml ,4 -E LAITIT'DE O -II1{ENquaonÀueuro TEóRrco Canacrenísnca e Esrnrmlna ons
Olj
A
figura
1.3
representauma
secção
meridionatdo
campo médio
dacomponente zonal do
vento,
ana]isado duranteo
GATEentre
íOoEe
31oW,região provável
da
formaçãoe
desenvotvimento das OLA,onde
podemosidentificar os aspectos essenciais que caracterizam a corrente geral sobre a
Africa Ocidentat durante o verão:
no
nível
de
600hPao
JAL locatizadoperto
de
15oNcom
um
pico
de vetocidade entre 12 - 15 m.s'í;a corrente de jacto tropicat de leste (JTL) no níve[ de 200hPa;
a corrente de jacto de oeste das latitudes médias;
os ventos de oeste da monção nos níveis baixos, aproximadamente a 6oN,
onde atingem a vetocidade média de 6m.s'1;
Os
jactos,
JALe
JTLe
os ventosde
oeste nos níveis baixos atingem aintensidade máxima durante o verão do hemisfério norte. São características típicas da monção de verão na Africa Ocidentat. Estas características mostram ctaramente que o ftuxo nesta região é muito comptexo.
Reed
et a[.
(9n)
apresentam ainda, no estudo referido,a
uma estrutura vertical de uma onda de leste, ao anatisar a variação das componentes zonal e meridionaldo vento, da
divergência, da vorticidade, da temperaturae
dahumidade retativa.
Nas figuras seguintes uma onda de [este
é
representada ao longo do eixo das abcissas, com os indicadores N (vento de direcção norte), T (vate), S (vento de direcção su[) e R (crista) respectivamente.Euquaonmrex'ro TEóRrco Camcrenísrrca e Esrnrm;m oas Olá 0B! g @.) ã il Í I a) c)
Figura 1.4 Secções verticais dos seguintes meridional divergência
,
(b)o
vento zonal (Reed et al., 19771 b) hPr E g E I d)(-.r-')
(,0*,'
parâmetros na latitude de 12oN: (a) O vento
(-.r-'),
{.)
a
voÉicidade(ro-r')
e
(d) aAs componentes meridiona[
e
zonat(figura
1.4a,b)do
vento,
apresentam ambas uma grande ftutuação na superfície de 650hPa atingindoa
magnitudede Sm.s-r, e o segundo máximo nas proximidades do nível de 200hPa. As duas figuras mostram que os ventos de leste e de oeste estão bem corretacionados como os ventos de norte e sut, o que é indicativo de que as ondas transportam
para
sul
a
imputsãode
oeste.O
eixo da
onda encontra-se quase-verticat abaixo do nível 700hPa, inctinado para oeste (Burpee, 1974\.O campo da vorticidade (figura 1.4c) mostra um máximo perto do nível de 650hPa. Uma vorticidade bastante pronunciada é locatizada
junto
do nívet deB.
ENeumnarururo Trónrco CaucrenÍsncl e Esrntmrm oas OLA
O campo de divergência é mais complexo (figura 1.4d). Perto da superfície, à
frente do eixo do vale,
ocorre
forte
convergência,com os
movimentos verticais ascendentes a atingirem o valor máximo de 1-2m.s-', ê â divergência máxima ocorre acima dos níveis de 200-
250hPa. A subsidência é muito fracae é
observadajunto
da crista aos 850hPae
na atta troposfera. O núcteo deprecipitação mais intensa
está
geralmente associadocom
o
máximo dosmovimentos
verticais
ascendentes.A
composiçãodas
anomalias
datemperatura indica um núcteo
frio
no vatejunto
ao nível de 700hPa,e
umnúcleo retativamente quente
entre
os níveis de 300hPae
de 400hPa (figura1.5).
A
humidade retativatem o
vator
máximo nos níveis baixos onde osventos predominantes são de su[,
e
nas regiões onde os ventos são de norte atinge o vator mínimo.tlpr
€
a)
b)Figura
í.5
Secções verticais dos parâmetros termodinâmicos na latitude í2"N. (a) A vetocidade verticat (hPa.h'í) e (b) anomatias da temperatura (oC), (Reed et a[., 19771Estas
perturbações,com
estrutura
aparentementesimptes,
são
ondascomptexas que apresentam grande variabitidade nas características, estrutura e regime. Dos estudos revistos, foram identificados dois regimes nas ondas de [este, que passamos a referir adiante.
Reed, Hotlingsworth, Hecktey e Detsot (í988) notaram que estas perturbações
formadas nestas regiões,
se
propagamcom
duastrajectórias
diferentes,lú.
Ê
ENquaomaremo TEóRrco CanacrenÍsrrcl e Esrnwuna ors
Olj
quando atingem
a
costa Ocidental Africana, fundem-se, deslocando-se noAttântico ao longo da tatitude 1soN (figura
í.6).
(a)
lt
I
c
Figura í.6 Trajectórias das ondas de leste de Agosto a Setembro de í985 (Reed et. al., í 988)
De Fétice
et
a[.
(1990,1993) usando os dados do ECMWF descreveram outra perturbação de escata sinóptica sobre a Africa Ocidental duranteo
verão de1981, caracterizada por um período de 6 - 9 dias e a vetocidade de fase de 8.5 graus de longitude por
dia,
propagando-se para oeste, com um comprimentode
ondade
cercade
6000km. Diedhiouet
at.
(1999\, continuando com amesma
tinha
de
investigação,determinaram
pormenorizadamente ascaracterísticas das OLA de regime de 3-5 e de 6-9 dias de período:
Ondas com 3-5 dias
de
período-
o
comprimento de ondaé
de cerca de 3000kma
í7.5oNe
aumenta para 4500km sobrea
costasut
a
5oN. A vetocidadede
fasevaria
de
8-9m.s-1a
15oN para 12m.s-t nos 5oN. Apropagação
é
principatmente zonate
para oeste entre 30oN e 20oN. Entreos
vatesda
onda,
as
cristas são
caracterizadaspor
uma
circutação anticictónica moderada;Ondas com 6-9 dias de período
-
o
comprimento de ondaé
praticamente constante, entre 4500 e 5000km no domínio 10oN - 30oN. A vetocidade fase para oeste entre 6 e 7m.s-r. Ao contrário das ondas de 3-5 dias de período, a circutação anticictónica nas cristas é bastante desenvotvida, e estende-seENeunouluuro Teónrco Camcrrnísnca e Esrnrmru oas OLA
Estas ondas estão directamente relacionadas
com a
convecção profunda e ocorrência das chuvas na região da Africa Ocidentat (Diedhiou eta[.,
1999). Asondas
de
regimede
3-5 dias estão associadasa
uma anomatia positiva de precipitação que se estende na meridionat, locatizado àfrente e
no eixo dovale da onda, que é consistente com a extensão meridional da onda. As ondas
de 6-9 dias estão retacÍonadas com um dipóto meridionat das anomatias de precipitações zonal sobre a África Ocidentat, com anomatias de sinat contrário sobre Sahet/Sudão
e
a
costada
Guiné. Neste regimea
convecçãoé
mais profundano eixo
e
antesdo vate,
e
está associadaa
ventosde
sul
com advecçãode
ar
húmÍdo. Atrásdo
eixo
do
vate da
ondaa
vetocidade nacircutação ciclónica
é
intensa, [evandoao
aumentodo
efeito
de
corte
navertical entre os níveis baixos e médios. Estas condições podem ser favoráveis
ao desenvotvimento
de
linhasde
instabitidade expticandoa
locatização de convecção profunda antes do eixo dovale.
O grande comprimento de ondaneste
tipo
de
regime
pode também [evarao
desenvotvimentode
atgunssistemas convectÍvos comptexos
de
meso-escatano
mesmo sector da onda, locatizados na mesma tatitude a dÍferentes longitudes. As OLAs de regime de 6-9 dias sobre a Africa Ocidentat, podem também ser interpretadas como uma interacção entre fortes cétutas anticic[ónicas que se desenvolvem em altitudesobre a baixa térmica de Sahara e os sistemas depressionários que se formam no lado norte do JAL, no regime das OLA de 3 - 5 dias, (Diedhiou et at. 2002).
A Tabeta
1.í
sintetiza as estatísticas da variação interanual dos parâmetros das Ol-4, obtidasa
partir
do
estudo reatizadopor
Cook, Patricotae
Vi4y(20041, onde estabeteceram a ctimatotogia das actividades das OLAs, usando as ReanátÍses ll do NCEP - DOE ArtrllP de 1979 a2002, para os períodos de Jutho a Setembro (JAS).
ENeuaouueuro Trómco CanacrrnÍsrrca e Esrnunlu ols Olá
Tabela 1.í Estatísticas médias de actividade das ondas de leste Africanas
(Cook et al., 2OO4l
Ondas, regime 3-5
dias,
centradasentre
7.5oN
eíOoW durante JAS
Ondas, regime 3-5
dias,
centradasentre 20oN e íOoW
durante JAS
Ondas, regime 5-9
dias,
centradasentre
22.5oN eíOoW durante JAS
c.d.o (km) V.de fase (ms'1) c.d.o (km) V.de fase (ms-í) c.d.o (km1 V.de fase (ms'1) Média anos todos 4100 12.2 3100 9.0 4100 7.2 Desúo padrão de todos anos 410 1.5 230 0.8 380 0.7 Média eventos anos quentes 4200 12.7 3000 9.2 4100 7.2 Média eventos em anos frios 4000 12.0 3100 8.8 4300 7.2
Cook
et.
at.
(2004) concluíram que os cictos sazonaÍs das ondas de regime de 3-5 dias e de 5-9 dias são diferentes, e demonstraram que as ondas de 3-5 diastêm
um
máximode
actividadeem
Agosto, diminuindo duranteo
mês de Setembro, e depois aumenta significativamente no mês de Outubro, enquantoque as
ondasde
regime
de
5-9
dias
atingema
actividade máxÍma emSetembro
e
continuam intensasao
longo
dos
mesesde
Outubroe
de Novembro. Observaram ainda que as ondas de regime de 3-5 dias são bastante activas em duas zonas diferentes, em anos diferentes; de 2'N a 20oN sobre aAfrica
Ocidentale
de
8oNa
27oN sobreo
Attânticotropicat.
As ondas deregime
5-9
diastêm
a
tendênciade
ter
semprea
actividade máxima na mesma faixa zonat (20"N-27"N).A variabitidade interanual das OLAs
tanto
na estrutura como na intensidade,sugere
que
as
ol-As estão
associadasa
mecanismosmúttiplos,
atguns responsáveis pela sua geração e outros peta sua amptificação.ENquaoRamruro TEóRrco A ENencÊncr ols Olá
Ctpttuto
ll:A
eNencÉncn DAsOlÀ
í.
FoRl,tAçÃo DAs oNDAs DE LEsrEComo indicamos
no
capítuloanterÍor,
aceita-se,de
maneira gerat,que
aformação
e
desenvolvimento das ondasde
teste sobrea
Africa
Central e Ocidentat, provém das instabilidades dinâmicas observadas na corrente dejacto de teste Africana (Burpee 1972, Tripoty e Krishnamurti 1975), de acordo
com
o
critério de
Charneye
Stern (1962),de
ocorrênciada
instabilidade barotrópica e baroctínica.Hotton (1992) define a instabitidade barotrópica de uma perturbação estando associada
a
cisathamento horizontal numa corrente dejacto; a
perturbação desenvotve-se através da extracção de energia cinética do movimento médioa
qual
converte
em
energia
cinética
da
perturbação.A
instabitidadebaroclínica,
por
sua
yez, está
associadaao
cisalhamentovertical
do movimento médio, sendo que a perturbação se amptifica através da conversãoda
energia
potenciat disponível
associadaao
gradiente horizontal
datemperatura média,
que
assegurao
batançodo vento
de
temperatura noestado de referência.
A
estabitidadeda corrente
média zonal podeser
determinada através docálculo
da
vorticidade potencial média
de
Ertel
sobre
uma
superfície isentrópica (Fyfe, 1999\:==l-(x),.r]
r#
(2.1)Nesta expressão
0
é a temperatura potencial,f
é o parâmetro de Coriolis eg
a
constante gravitacionat. O gradiente médio meridional da vorticidade potenciat (PY\ d-nlôy, ao longo da superfície isentrópica de 315K (próxima daEtteuouurNro Teóntco A EHencÉnca ons OLÂ
superfície
de
700hPa),é
praticamentenegativo sobre continente
e
o Attântico, confirmando a instabitidade do jacto.Nos estudos desenvotvidos por Thorncroft
e
Hoskins (1994a
e b),
mostra-se que a condição necesúria da instabitidade barotrópica é satisfeita, quando o gradiente meridionat do PV negativo está associado ao núcteo do jacto e o PVpositivo, associado aos flancos do
jacto.
A
condição necessária para que ainstabitidade baroctínica seja satisfeita no JAL, é a presença de um gradiente meridionat do PV negativo no núcteo do jacto e um gradiente de temperatura positivo junto à superfície. O gradiente PV no núcteo do
jacto,
dominado petotermo
-ô'ulry',
é
particutarmente importante,visto que está
associadotanto à instabitidade barotrópica como à instabitidade baroctínica do
jacto.
Éentão de esperar que quando este termo
é
muito negativo,o
JAL será mais instávet e, consequentemente, as ondas de teste daí resuttantesdesenvotvem-se com maiores amptitudes.
Mais recentemente, Diedhiou
et
at. (2002), estimaram a energética das ondasde
3-5 diase
de
6-9 dias,e
sugeriram que as ondasde
3-5 dias resuttam principatmente da instabitidade barotrópica dojacto,
enquanto que as outras ondas crescem através de ambas as conversões, a barotrópica e a baroctínica, abaixo do nívet do jacto.Num dos estudos actuais sobre as OLA, Hsieh
e
Cook (2004), questionaram apresença de instabitidade no JAL sobre as condições de formação das O[Á, e estudaram a relação entre a formação das Olá e o critério de instabitidade de Charney-Stern, mais precisamente com o gradiente meridional da vorticidade
potencial isentrópica negativo, usando
um
modeto regionalde
ctima.
Osresultados
do
estudo sugeremque
a
origemdas
OLAestá
associada àsinstabitidades induzidas
peta
convecçãoverificada
na
ZCIT,i.ê.,
as
0LA podem ser geradas e mantidas por outras fontes de energia, como a conversão baroctínica de energia associada a convecção.EnquaonamrNro TEóRlco A ENrncínca ox O[á
A estrutura comptexa das OLA indica a existência de circutações indirectas nas
ondas, bem como
o
decréscimoda
energia cinéticado
movimento médio, sugerindo que a conversáo desta em energia cinética da perturbação seja opossível mecanismo de formação e manutenção das OI-4.
2.
As coNvERsÕEs ENERGÉTICAS2.
í.
As conversõesenergéticas
nas OLAUma das
formas
de
entender
como
as
perturbações ondutatórias sãooriginadas
e
mantidas duranteo
seu cicto de vida, é através do diagnóstico das transformações energéticas que acompanhama
sua evotução. Em atgunsestudos sobre a dinâmica das ondas tropicais foram identificadas a seguintes
fontes
de
energia que contribuem paraa
formaçãoe
desenvotvimento dasondas de [este:
a) - A transformação da energia cinética média zonal em energia cinética das
perturbações;
b)
-
A
geraçãoda
energia potencial
disponíveldas
perturbações peta[ibertação do calor latente;
c)
-
O forçamento das latitudes médias peta interacçáo do trabatho da forçade
pressão numa paredelatitudinat.
Há aindaa
possibilidade de uma fonte adiciona[ de energia ser a transformação da energia potenciat disponíve[ zonal em energia potenciat disponível das perturbações (processo baroctínico).Burpee (1972\ ao fazer uso de dados observacÍonais, calculou as covariâncias das componentes zonal
e
meridionat do vento(N
I
e
da temperaturae
dovento meridional (TV ) e notou que o vator da covariância
(N
) indicava umtransporte do momento angutar da corrente de oeste direccionada para nível do JAL. lsto tende a enfraquecer
a
intensidade do JALe
consequentemente aumentar as transformações da energia cinética zonalK,
em energia cinética das perturbaçõesKr,
que em forma da taxa de conversão pode ser expressada seguinte forma: