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PODER JUDICIÁRIO SEGUNDO TRIBUNAL DE ALÇADA CIVIL DÉCIMA CÂMARA

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PODER JUDICIÁRIO

SEGUNDO TRIBUNAL DE ALÇADA CIVIL

DÉCIMA CÂMARA

APELAÇÃO SEM REVISÃO Nº 586.435-0/1 - SÃO PAULO

Apelantes: Gilberto Maluf

Alexandre Chafic Maluf Filho

Sociedade de Amigos da Marina Guarujá – SAMAR (Adesivo) Apelados : Idem

AÇÃO DE COBRANÇA. COMPROMISSO DE VENDA E COMPRA. LOTEAMENTO. DIVISÃO DE DESPESAS. COMPETÊNCIA. Condomínio não formalizado. Proposta de remessa do processo para uma das Câmaras da Seção de Direito Privado do Egrégio Tribunal de Justiça.

Visto.

Voto nº 4.248

SOCIEDADE DE AMIGOS DA MARINA GUARUJÁ – SAMAR, ingressou com Ação de Cobrança contra GILBERTO MALUF, sendo incluído ALEXANDRE CHAFIC MALUF FILHO no pólo passivo no curso da demanda, caracteres e qualificação das partes nos autos, objetivando o recebimento da importância ali indicada, porque, “… ao tornar-se legítimo proprietário do imóvel

identificado pelo lote nº 12126 localizado no loteamento

denominado ´Marina Canal Guarujá´, obrigou-se a pagar as despesas mensais, denominadas contribuições, decorrentes dos serviços prestados pela autora …” (folhas 3/4).

Em audiência, inviabilizada a conciliação, o primeiro Requerido fez juntada de contestação, que foi depois ratificada pelo segundo. Vencidas as diligências

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houve entrega da prestação jurisdicional, sendo a ação julgada parcialmente procedente, e condenados os Requeridos ao pagamento das despesas vencidas e das que se venceram no decorrer da ação, a partir do mês de abril de 1998, com correção monetária desde os vencimentos, juros de mora a partir da citação, custas processuais e honorários advocatícios de 10% sobre o valor do debito corrigido.

GILBERTO MALUF e ALEXANDRE CHAFIC MALUF FILHO interpuseram recurso.

Argüiram em matéria preliminar extinção do processo porque não declinado e nem comprovado o número e o cartório onde teria sido realizado o registro da pessoa jurídica; os documentos exibidos não contêm certidões dizendo que conferem com os originais arquivados perante o serviço de registro de imóveis.

No mérito afirmam que:

“... não existe lei obrigando o adquirente de um lote, fora dos chamados ´condomínios fechados´, a contribuir para despesas que uma ´associação´ estaria

suportando com os ´interesses´ da comunidade …” (folha

184).

Por isso, a associação, enquanto sociedade civil, somente pode agir em relação aos seus associados e nos limites de seus estatutos, não lhe sendo dado o poder de imposição “erga omnes”. Acrescentam:

“… Se inexistente condomínio, no rigor da lei,

não há supedâneo para a cobrança pretendida …” (folha

186).

SOCIEDADE DE AMIGOS DA MARINA GUARUJÁ – SAMAR, em contra-razões, refutou a matéria preliminar relacionada à não-comprovação da constituição e registro da sociedade e de inidoneidade do modelo do documento exibido.

No mérito defendeu o acerto da decisão:

“… Uma vez que as obrigações inerentes ao Instrumento particular de Cessão de Direito, eventualmente celebrado, são automaticamente transferidas aos novos proprietários, titulares do imóvel,

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dentro do loteamento …” (folhas 202/203). Adiciona que:

“… trata-se de obrigação moral, além de jurídica, uma vez que desfrutam das benfeitorias que são custeadas por aqueles que assumem compromissos e honram sem a necessidade da interferência da Justiça …”

(folha 204).

Interpôs RECURSO ADESIVO:

“… somente na parte em que o D. Juiz de Primeiro Grau condenou os Recorridos ao pagamento das contribuições vencidas e devidas à Recorrente desde abril de 1998 …” (folha 212).

Os Recorridos Gilberto Maluf e Alexandre Chafic Maluf Filho deixaram decorrer “in albis” o prazo para as contra-razões.

É o relatório, mantido no mais o da r. sentença.

A Requerente, “… sociedade civil sem fins

lucrativos constituída pelos titulares, compromissários

compradores, cessionários ou promissários cessionários, de direitos de domínio útil de imóveis …” (folha 3), indica no pedido as suas atribuições básicas, esclarecendo em seguida ser “… evidente que, embora não se trata de um condomínio, esses serviços têm que ser administrados …” (folha 5):

a- Defesa e preservação dos direitos e interesses dos compradores e proprietários.

b- Zelo pela higiene, saúde, segurança, aformoseamento e defesa dos bens públicos e naturais.

c- Colaboração com os Poderes Públicos Federal, Estadual e Municipal na fiscalização do cumprimento pelos moradores, usuários e adquirentes, das normas legais.

d- Combate à poluição para preservação e equilíbrio ecológico, sossego, segurança e higiene.

e- Manutenção e conservação das áreas ocupadas pelo sistema de canais, pelos passeios, praças, jardins, uso institucional, recreação e lazer.

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A Resolução nº 108/98 do Tribunal de Justiça

estabeleceu a competência deste 2º Tribunal de Alçada Civil, para as “Ações de Cobrança a Condôminos de quantias devidas ao condomínio” (art. 2º, inciso I).

Não é a hipótese dos autos. O imóvel dos Apelantes situa-se em loteamento, instituto jurídico diverso do condomínio de que trata o artigo 8º da Lei

4.591/64.

A matéria não está inserida na competência definida pelo dispositivo supra referido.

Há controvérsia sobre o tema:

“Compete à Seção de Direito Privado, do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, processar e julgar, em grau de recurso ou originariamente, as ações de cobrança de taxa de manutenção de loteamento. Exegese do Provimento nº 51/98, inciso XXI1”.

“Tratando-se de cobrança de contribuição destinada à manutenção de loteamento, a competência para o julgamento do recurso pertence a Seção de Direito Privado do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, a teor do inciso XXI, do Provimento nº 51/982”.

“Despesas e verbas de administração de loteamento construído em condomínio compete em Segunda instância ao Segundo Tribunal de Alçada Civil3”.

“O Segundo Tribunal de Alçada Civil é competente para apreciar a matéria em grau recursal referente a loteamento, quando este caracterizar um condomínio fechado atípico4”.

“Inexistindo na espécie qualquer tipo de condomínio, mas típico loteamento, a competência para julgar a presente ação é da Colenda Seção de Direito Privado do Egrégio Tribunal de Justiça5”.

1 - 2ºTACivSP - Ap. s/Rev. 550.085-00/2 - 7ª Câm. - Rel. Juiz WILLIAN CAMPOS - J. 3.8.99.

2 - 2ºTACivSP - Ap. s/Rev. 534.362 - 1ª Câm. - Rel. Juiz RENATO SARTORELLI - J. 16.11.98.

3 - TJ – Ap. s/Rev. 4.482-4 – 6ª Câm. – Rel. Juíza LUZIA GALVÃO LOPES – J. 11.12.97.

4 - 2ºTACivSP – Ap. s/Rev. 504.662 – 3ª Câm. - Rel. Juiz RIBEIRO PINTO – J. 10.2.98. No mesmo sentido: Ap. s/Rev. 499.408 – 3ª Câm. – Rel. Juiz CAMBREA FILHO – j. 17.2.98; Ap. s/ Rev. 495.971 – 5ª Câm. – Rel. Juiz LUIS DE CARVALHO – J. 3.6.98. 5 - 2ºTacivSP – Ap. s/Rev. 489.842 – 5ª Câm. – Rel. Juiz LAERTE SAMPAIO – J.

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O E. Grupo Especial do Tribunal de Justiça decidiu recentemente:

“COMPETÊNCIA RECURSAL – Cobrança – Despesas rateadas por associação de proprietários e moradores. Loteamento, e não condomínio instituído de conformidade com a Lei n. 4.591/64 – Matéria que não compete ao E. Segundo Tribunal de Alçada Civil, mas sim ao Colendo Tribunal de Justiça, Seção de Direito Privado. Resolução nº 108/98. Dúvida procedente. Compete à Seção de Direito Privado do Tribunal de Justiça o julgamento das ações relativas a sociedades e a loteamentos6”.

Em face ao exposto, propõe-se a remessa do processo para uma das Câmaras da Seção de Direito Privado do Egrégio Tribunal de Justiça.

IRINEU PEDROTTI Relator

30.7.97.

6 - TJ – Dúvida de Competência nº 63.422-0 – Cotia – Grupo Especial. Rel. Juiz PINHEIRO FRANCO – J. 1º.6.99 – JUBI 36/99.

Referências

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