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DESTINAÇÃO DAS LÂMPADAS FLUORESCENTES DA UFMS – CPAQ CAROLINA SANTOS MARQUES

Universidade Federal do Mato Grosso do Sul. Graduanda em Administração (Bacharelado) Aquidauana-MS/Brasil

carolinamarques044@gmail.com (67)99847-2919

DRA. DANIELA ALTHOFF PHILIPPI

Universidade Federal do Mato Grosso do Sul. Professora Adjunta – Curso de Administração Aquidauana-MS/Brasil

daniela_philippi@yahoo.com.br Resumo

A preocupação com problemas ambientais é motivada pelo descarte desenfreado dos resíduos. As pessoas têm se conscientizado, porém as lâmpadas fluorescentes nos trazem preocupações, cujos rejeitos são perigosos e são formados por elementos nocivos ao meio ambiente e à saúde humana. Com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), a cadeia produtiva deve responsabilizar-se de maneira compartilhada pelos resíduos. A Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) possui programas e comissões internas voltadas aos problemas com resíduos sólidos e a sua destinação cabe a empresas terceirizadas, incluindo o Campus de Aquidauana (CPAQ). O objetivo da pesquisa foi investigar como é feita a destinação das lâmpadas fluorescentes da UFMS/ CPAQ. Trata-se de estudo de caso, com entrevistas, pesquisa documental e observações e análise dos dados por categoria. Os resultados apontam que há pouco conhecimento sobre o destino final, além da empresa terceirizada às lâmpadas fluorescentes. São conhecidos os riscos do descarte inadequado, e com isso requer maior cobrança.

Palavras-chave: resíduos sólidos; gestão; universidades.

Abstract

Concern about environmental problems is motivated by unrestrained waste disposal. People have been made aware, but fluorescent lamps bring us concerns, whose waste is dangerous and are formed by elements detrimental to the environment and human health. With the National Solid Waste Policy (PNRS), the production chain must be jointly responsible for waste. The Federal University of Mato Grosso do Sul (UFMS) has internal programs and commissions focused on problems with solid waste and its destination is for outsourced companies, including the Aquidauana Campus (CPAQ). The objective of this research was to investigate how UFMS / CPAQ fluorescent lamps are used. It is a case study, with interviews, documentary research and observations and data analysis by category. The results indicate that there is little knowledge about the final destination, besides the company outsourced to fluorescent lamps. The risks of improper disposal are known, and thus require higher charges. Key-words: solid waste; management; universities.

1. INTRODUÇÃO

Peres e Ávila (2017) descrevem que hoje em dia a preocupação com o ambiente em que se vive vem crescendo, o que faz refletir também sobre o descarte dos resíduos sólidos. Gera-se muito lixo, mas pouco é descartado e destinado corretamente. Para os autores, no Brasil, a maior parte dos rejeitos são jogados em lixões a céu aberto e menos da metade dos municípios possuem aterro sanitário. Isso desencadeia vários problemas como: contaminação da água, ar e solo, e ainda problemas na saúde das pessoas.

Segundo a definição da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) (2004), na NBR 10004: 2004, resíduos sólidos são: Resíduos nos estados sólido e semissólido, que resultam de atividades industriais, domésticas, hospitalares, comerciais, agrícolas e de serviços e de varrição.

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reúne o conjunto de princípios, objetivos, instrumentos, diretrizes, metas e ações a serem adotados pela União ou em parceria com Estados, Distrito Federal, Municípios e Particulares, visando a gestão integrada e o gerenciamento ambientalmente adequado dos resíduos sólidos. Na gestão e gerenciamento de resíduos sólidos, Bartholomeu e Caixeta-Filho (2011), dizem que deve ser observada a seguinte ordem de prioridade: (1ª) não geração, (2ª) redução, (3ª) reutilização, (4ª) reciclagem, (5ª) tratamento dos resíduos sólidos, e (6ª) disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos.

Com relação aos resíduos sólidos e à responsabilidade compartilhada, a PNRS enfatiza a logística reversa que, Leite (2005), define como: A área da logística empresarial que planeja, opera e controla o fluxo e as informações logísticas, do retorno dos produtos venda e pós-consumo ao ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo, por meio dos canais de distribuição reversos, agregando-lhes valor de diversas naturezas: econômico, ecológico, legal, logístico, entre outros.

Em complementação Moraes (2013) afirma que a logística reversa trata ações para facilitar a coleta e a restituição dos resíduos ao setor empresarial, para que sejam tratados e retornem para o seu ciclo produtivo ou, para que, ao menos, a sua destinação final seja ambientalmente adequada. Considera ainda que, assim, “Os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes são obrigados a estruturar e implementar sistemas de logística reversa, mediante retorno dos produtos após o uso pelo consumidor, de forma independente do serviço público de limpeza urbana” (MORAES, 2013, p. 17). Desta forma, a logística reversa requer a responsabilidade de todos os entes do ciclo de vida do produto, o que remete à responsabilidade compartilhada.

Quanto à periculosidade dos resíduos sólidos, Maroun (2006) descreve os resíduos que, por suas características, apresentam algum risco à saúde pública ou ao meio ambiente, de acordo com a lei ou norma técnica são considerados resíduos perigosos. As lâmpadas fluorescentes se encaixam na Classe I, de divisão de riscos, ou seja, são classificadas como resíduos perigosos, pois apresentam periculosidade, por possuírem pelo menos uma das características seguintes: inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade ou patogenicidade.

Sanches (apud AGUILAR, 2014) aponta que, com a quebra do tubo, ocorre a emissão do vapor de mercúrio e a contaminação também, mesmo que uma lâmpada quebrada libere apenas uma pequena quantidade de mercúrio, o problema ambiental pode acontecer pelo efeito acumulativo e persistente desse metal considerado pesado. Além disso, o descarte realizado em aterros não industriais pode fazer com que esses resíduos contaminem o solo e a água, chegando à cadeia alimentar. O autor, mencionado por Aguilar (2014, p. 06), também afirma que o “ciclo de intoxicação do mercúrio causado pelo descarte inadequado dessas lâmpadas, que pode ocorrer não só por via respiratória, mas também por via cutânea. Devido ao manuseio inadequado, esse resíduo merece cuidados especiais quanto aos procedimentos de manuseio, transporte, armazenagem e destinação final”.

Portanto, além do descarte adequado dessas lâmpadas, o consumidor precisa estar atento a cuidados relativos ao seu manuseio. De acordo com Aguilar (2014), ao quebrar-se uma lâmpada fluorescente libera mercúrio no ar, o que pode ser altamente prejudicial à saúde humana no mesmo momento da quebra, e o perigo a longo prazo é o dano ao meio ambiente que pode ser causado, poluindo as águas, matando peixes e envenenando o solo e até mesmo o lençol freático dependendo da quantidade de mercúrio exposto.

No que se refere ao cuidado com a sustentabilidade por parte de instituições públicas, Betiol et al. (2012, p. 34), citam que, “[...] o poder público tem papel fundamental não somente de fomento de um mercado inovador e mais sustentável, mas também de educação, mobilização e conscientização da sociedade de um modo geral” e reforça que “[...] as compras públicas são um instrumento fundamental para se avançar na construção de uma economia mais verde e inclusiva”.

Quanto à gestão ambiental em universidades públicas, considerando o descarte de resíduos sólidos, destaque à pesquisa de Soto e Arica (2005, p. 5), em estudo em universidade pública, a Universidade Estadual do Norte Fluminense, em que ressaltam:

[...] que um projeto de gestão ambiental para uma universidade deve-se planejar corretamente as atividades de coleta que serão realizadas em função do tipo de material e do motivo pelo qual estes entram no sistema da logística reversa. Seja para encaminhar os materiais descartados para reciclagem, para aproveitamento dentro da própria universidade ou para a disposição final adequada.

Com base no exposto a presente pesquisa tem como objeto de estudo, a destinação das lâmpadas fluorescentes, dado o seu alto nível de toxicidade e da importância da destinação adequada dos resíduos, evitando problemas socioambientais, sendo a organização selecionada para o estudo, uma instituição pública, a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), mais especificadamente o Campus de Aquidauana (CPAQ), pela facilidade de acesso. A UFMS possui cursos de graduação e pós-graduação espalhados em dez cidades do Estado dentre elas em Aquidauana, com o CPAQ, sendo a sua sede na capital (Campo Grande_, com a incumbência de atingir os objetivos essenciais de aprimoramento do ensino e

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estímulo às atividades de pesquisa e de extensão (HISTÓRICO..., 2010, p. 1). Tratando-se de TCC do Curso de Administração do CPAQ, em virtude da acessibilidade, a presente pesquisa concentrou-se no CPAQ da UFMS.

A partir disso, apresentou-se-como problema de pesquisa: como é a destinação das lâmpadas fluorescentes da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Campus de Aquidauana (CPAQ)?

Com o problema definido, o objetivo geral consistiu em investigar como é a destinação das lâmpadas fluorescentes da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Campus de Aquidauana (CPAQ).

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Regulamentação dos resíduos sólidos no Brasil

Com relação ao histórico da Política Ambiental Brasileira e, principalmente, da gestão de resíduos sólidos, Reveilleau (2008) e Ribeiro e Morelli (2009) apresentam diversas leis e resoluções das quais podem se destacar as que se encontram na sequência, por vezes, acrescidas por textos das próprias regulamentações.

Em 1923, Reveilleau (2008, p.43) destaca que a legislação brasileira já apresentava sua preocupação com a poluição desde a década de 1920, conforme o “[...] Decreto nº 16.300, de 31 de dezembro de 1923, que proibiu instalações de indústrias nocivas e prejudiciais à saúde e perto de residências ”.

Em 1954, foi instituída, também, de acordo com Reveilleau (2008, loc. cit.), a “[...] primeira lei sobre resíduos, de nº 2.312/1954, dispunha sobre a coleta, o transporte e o destino final de resíduos. Tinha como principais focos a saúde e o bem-estar público”.

Já quanto ao ano de 1978, Reveilleau (2008, p.44) aponta a “[...] Norma Reguladora nº 25, de 08 de junho de 1978”, que dispôs “[...] sobre os resíduos sólidos industriais líquidos, gasosos e sólidos”, além da Portaria do Ministério Interinstitucional (MINTER) nº 53, de 1º de março de 1979, “[...]sobre o destino e o tratamento dos resíduos (item XII), prevendo que, nos planos ou projetos de destinação final de resíduos sólidos, fossem incentivadas as soluções que adotassem a reciclagem e o reaproveitamento racional dos mesmos”.

Sobre 1981, Ribeiro e Morelli (2009, p.127) menciona a “[...] Lei nº 6.938/81 – Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação”.

Com a Constituição Federal do Brasil de 1988, Ribeiro e Morelli (2009, loc. cit.) citam o “[...] Capítulo VI do Meio Ambiente – Art. 225 da Constituição Federal do Brasil de 1988”. Reveilleau (2008, p. 45) ressalta que essa “[...] foi a primeira Lei Maior a tratar dessa matéria, ao prever o controle da produção e o emprego de técnicas que atendem contra a vida e o meio ambiente, consoante o artigo 225, parágrafo 1º inciso V”: Artigo 225 da Constituição Federal “[...] Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo para as presentes e futuras gerações” (BRASIL. Senado Federal. Artigo 225 da Constituição Federal).

Em 1998, segundo Ribeiro e Morelli (2009, loc. cit.), foi instituída a Lei nº 9.605/98, que “[...] Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente”. Essa Lei de Crimes Ambientais, “[...] tipificou como crime o ato de poluir, por meio de lançamento de resíduos sólidos, conforme previsto no artigo 54, V” (REVEILLEAU, 2008, loc. cit.).

Ribeiro e Morelli (2009, loc. cit.) destacam outros regulamentos descritos na sequência, com base nas próprias leis, resoluções e decretos.

Lei nº 9.795/99 – “Dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental, e dá outras providências ” (PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA - Casa Civil, 1999).

Também em 1999, a Resolução nº 257/1999, do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), “Estabelece que pilhas e baterias que contenham em suas composições chumbo, cádmio, mercúrio e seus compostos tenham os procedimentos de reutilização, reciclagem, tratamento a disposição final ambientalmente adequados” (BRASIL, Diário Oficial da União, 1999, p. 28-29).

No ano de 2001, a Resolução nº 275/2001, do CONAMA, “Estabelece o código de cores para diferentes tipos de resíduos na coleta seletiva” (BRASIL, Diário Oficial da União, 2001, p. 80).

Decreto nº 4.281/2002 – “Regulamenta a Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999, que institui a Política Nacional de Educação Ambiental, e dá outras providências” (BRASIL. Diário Oficial da União - Seção 1 - 26/6/2002a, p. 13. Publicação Original).

Lei nº 7047/2006 que institui a PNRS, estabelecendo as diretrizes nacionais para o gerenciamento dos resíduos sólidos no país, dentre outras providências (REVEILLEAU, 2008, loc. cit.).

Em 2007, a Lei nº 11.445/2007, estabeleceu diretrizes nacionais para o saneamento básico e para a política federal de saneamento básico. No artigo 3º, inciso I, letra c, expressamente considera o manejo dos resíduos sólidos como um dos serviços que fazem parte

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do saneamento básico (REVEILLEAU, 2008, loc. cit.).

Um ano depois, a Resolução nº 404/2008, do CONAMA, “Estabelece critérios e diretrizes para o licenciamento ambiental de aterro sanitário de pequeno porte de resíduos sólidos urbanos” (BRASIL. Diário Oficial da União, 2008, p. 93). Ainda, em 2008, o Decreto nº 6.514/2008 “Dispõe sobre as infrações e sanções administrativas ao meio ambiente, estabelece o processo administrativo federal para apuração destas infrações, e dá outras providências” (REVEILLEAU, 2008, loc. cit.).

De acordo com Reveilleau (2008), em 2002, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), responsável pela normalização técnica no país, disciplinou a questão dos resíduos por meios de diversas normas, entre elas: NBR nº 10004 – Classificação dos Resíduos Sólidos; NBR nº 8419 – Apresentação de projetos de Aterros Sanitários; NBR nº 8849 – Apresentação de projetos de Aterros Controlados; NBR nº 12980 – Coleta, varrição e acondicionamento de resíduos sólidos; NBR nº 13463 – Coleta de resíduos sólidos.

Segundo o Protocolo Operacional da Universidade Federal de Santa Maria (2016, p. 1), “[...] as lâmpadas pós-consumo ou inservíveis são classificadas como resíduos perigosos (classe I), de acordo com a Norma Técnica ABNT NBR 10004/2004, portanto devem ser coletadas por empresa licenciada e serem enviadas à reciclagem”.

A Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS) do ano de 2010, Lei nº 12.305: [...] Dispõe sobre seus princípios, objetivos e instrumentos, bem como sobre as diretrizes relativas à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos, incluídos os perigosos, às responsabilidades dos geradores e do poder público e aos instrumentos econômicos aplicáveis (BRASIL. Presidência da República - Casa Civil, 2010).

De acordo com Aguilar (2014, p. 8), “[...] No Brasil não existe legislação federal específica que abarca os diversos aspectos para o descarte e disposição de lâmpadas usadas contendo mercúrio”. Contudo, na PNRS não há nada específico sobre as lâmpadas fluorescentes, mas ela estabelece a responsabilidade compartilhada pela destinação final e ecologicamente correta de produtos depois do uso. Isso significa que fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes, consumidores e o poder público são responsáveis pelo destino correto de todos os resíduos, que devem ser reaproveitados, reciclados, ou no caso de rejeitos, encaminhados para os aterros sanitários.

2.2. Do que as lâmpadas fluorescentes são compostas?

A fluorescência é uma das formas de converter energia elétrica em luz. As lâmpadas que se baseiam nesse princípio possuem: um tubo de vidro selado e preenchido com vapor de mercúrio e gás argônio. Dentro do tubo de vidro é revestido por poeira fosforosa originada de inúmeros elementos químicos. Nas extremidades do tubo estão os eletrodos formados por elétrons, e os elétrons revestem as espirais de tungstênio, que também é um elemento químico (GERENCIAMENTO..., 2016, p. 1).

Em publicação da Revista Superinteressante (2011) explica-se que, quando ligamos o interruptor, os eletrodos geram uma corrente elétrica que, passam através da mistura gasosa, o argônio e vapor de mercúrio, emitem radiação ultravioleta (UV). A luz UV é, então, absorvida pelos elementos químicos, que são revestidos no interior do tubo. Essas substâncias transformam o comprimento de onda invisível do ultravioleta em luz visível, que é refletida para o ambiente.

A lâmpada fluorescente é mais econômica que a incandescente, pelo motivo de aquecer-se menos, assim, dissipando menos energia em forma de calor e quanto mais calor gerado, mais energia e luz é transmitida. Segundo o Ministério de Minas e Energia (2015), as lâmpadas fluorescentes geram uma economia de 75% de energia e também uma durabilidade maior do que as lâmpadas incandescentes, que já foram proibidas no Brasil pelo motivo de gastarem muita energia e terem pouca durabilidade. Porém, a lâmpada fluorescente é classificada como resíduo perigoso (classe I), de acordo com a publicação da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, 2016, p.1),

[...] pode causar muitos riscos ao meio ambiente, pois poluem a água e o solo com seu vapor de mercúrio e outros elementos químicos. Devem ser armazenadas adequadamente quando precisam ser descartadas e cuidadosamente transportadas para o local correto para evitar que quebrem e contaminem gravemente o ambiente.

Assim, o descarte final das lâmpadas fluorescentes deve ser planejado desde a primeira etapa do ciclo de vida do produto, ou seja, desde quando se fabrica esse tipo de lâmpada até a etapa da coleta feita pela empresa especializada em descartar esse perigoso resíduo.

O uso de lâmpadas fluorescentes é vantajoso para empresas e usuários residenciais, pela economia de energia, segundo Santos et al. (2015), e durabilidade em relação às lâmpadas incandescentes, que já saíram de mercado pelo alto gasto de energia. Outra vantagem é seu custo mais baixo em relação às lâmpadas de Light Emitting Diode (LED), que ainda precisam

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de um certo planejamento para que possa haver uma futura substituição das lâmpadas fluorescentes pelas lâmpadas de LED.

2.3 Malefícios da destinação inadequada das lâmpadas fluorescentes

O mercúrio que se encontra nas lâmpadas fluorescentes é considerado um metal pesado, podendo causar efeitos maléficos ao meio ambiente, contaminando o solo, o lençol freático e as águas. Segundo Milione (2015, p. 18), esse metal também pode “acarretar efeitos de contaminação na saúde humana, pois o mercúrio se caracteriza pela alta reatividade e por ser biocumulativo, significando que o organismo em contato com ele é incapaz de eliminá-lo de maneira eficiente, causando lesões neurológicas”.

“[...] Na superfície terrestre, o mercúrio é depositado no solo e em ambientes aquáticos. No solo, o tempo de retenção é longo, resultando em acúmulo desse elemento, o que pode acarretar seu lançamento nas águas, por meio de escoamento superficial e erosão” (TINOCO et al., apud RAMOS et al., 2016, p. 3).

Segundo Azevedo (apud RAMOS et al., 2016, p.3),

[...] no meio aquático, o mercúrio pode ser encontrado na água propriamente dita e nos sedimentos. Ao atingirem os ambientes aquáticos, as espécies inorgânicas do mercúrio podem sofrer reações mediadas, principalmente, por micro-organismos, que alteram seu estado inicial, resultando em compostos organomercuriais como o metilmercúrio, mais tóxico do que as espécies inorgânicas. O metilmercúrio é facilmente absorvido por peixes e outros animais aquáticos, o que leva à deposição dessa substância nos tecidos, acumulando-se ao longo do tempo e atingindo, na cadeia biológica, concentrações bem maiores do que as encontradas nas águas e nos sedimentos.

De acordo com artigo publicado nos arquivos do Ministério do Meio Ambiente ([2014?], p. 117), as lâmpadas fluorescentes são mais econômicas e se tornaram

[...] muito populares no Brasil, pela necessidade de economizar energia durante o período de racionamento de energia elétrica, ocorrido em 2001. Isso, no entanto, criou um problema, uma vez que as lâmpadas fluorescentes contêm mercúrio, um metal pesado altamente prejudicial ao meio ambiente e à saúde. Como ainda não há dispositivos legais específicos que regulem o descarte nem o interesse dos fabricantes em proporcionar soluções tecnológicas e sistemas de destinação adequados para esse tipo de material, toda essa quantidade de lâmpadas fluorescentes vem sendo descartada junto com o lixo domiciliar. Caso o lixo seja encaminhado para um lixão ou aterro controlado, o mercúrio poderá contaminar o ambiente, colocando a saúde da população em risco. O consumidor pode usar seu poder de escolha e de pressão sobre as autoridades e as empresas, exigindo o estabelecimento de medidas adequadas e seguras para o descarte desse tipo de lâmpada e de outros resíduos perigosos. Lumière (apud AGUILAR, 2014), afirma que o Brasil comercializa cerca de “[...] 100 milhões de lâmpadas por ano, portanto o risco do descarte destas em grande quantidade se agrava enormemente, sem contar que as indústrias de reciclagem de lâmpadas de mercúrio são responsáveis pelo controle de apenas aproximadamente 6% do de lâmpadas queimadas no país”.

Por mais que o ciclo de vida da lâmpada fluorescente seja longo, ao término dele, é preciso lembrar do descarte correto, pois a reutilização de uma lâmpada queimada jamais será possível, mas pode-se reciclar os componentes que nela existe.

2.4 Destinação correta de lâmpadas fluorescentes

Segundo uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, [2014?]) realizada para o Ministério do Meio Ambiente, em 64% dos municípios brasileiros o lixo é depositado de forma inadequada, em locais sem nenhum controle ambiental ou sanitário. São os conhecidos lixões, terrenos onde se acumulam enormes montanhas de lixo a céu aberto, sem nenhum tratamento do solo, descarregam o lixo sobre o solo. Degradando a paisagem e produzindo mau cheiro, os lixões colocam em risco o meio ambiente e a saúde pública.

Descartando as lâmpadas fluorescentes de forma correta, de acordo com o programa Reciclus (2017, p. 1)

[...] elimina-se completamente a possibilidade de contaminações ambientais. Já o vidro, que representa praticamente 95% do volume de resíduos, pode ser reaproveitado na fabricação de cerâmicas vitrificadas, fomentando o reuso de matérias-primas, assim como outros subprodutos: alumínio, soquetes, fósforo e até o mercúrio.

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Reciclus (2017) afirma que os consumidores domiciliares, tem que ter a responsabilidade e compromisso em levar esse resíduo ao seu destino final correto. Segundo a UFSM (2016), percebe-se a importância de se efetuar o manuseio e descarte correto das lâmpadas fluorescentes, as quais precisam estar armazenadas em local seco, e de preferência nas próprias caixas de embalagem original, enroladas em plásticos bolha ou papéis e protegidas contra à batidas e quedas que possam provocar alguma ruptura. Quando não se seguem os procedimentos corretos para que se evite a quebra de lâmpadas fluorescentes vai haver a contaminação do solo, assim precisando de uma descontaminação.

Um processo típico do descarte, de acordo também com a UFSM (2016), inclui desde um competente serviço de informação e esclarecimentos junto aos geradores de resíduos, explicitando como estes devem ser transportados para que não ocorra a quebra das lâmpadas durante o seu transporte, até a garantia final de que o mercúrio seja removido dos componentes recicláveis e que os vapores de mercúrio serão contidos durante o processo de reciclagem. Analisadores portáteis devem monitorar a concentração de vapor de mercúrio no ambiente para assegurar a operação dentro dos limites de exposição ocupacional.

2.5 O Programa Reciclus

O Programa Reciclus é uma associação sem fins lucrativos formada por fabricantes, comerciantes, distribuidores e importadores de lâmpadas, a Reciclus, distribuiu pontos de coleta e está promovendo a reciclagem dos componentes das lâmpadas de uso doméstico tubulares, fluorescentes compactas contendo o mercúrio. O programa é uma resposta ao edital que o Ministério do Meio Ambiente (2018) publicou em 2012 convocando o setor produtivo a apresentar proposta de acordo setorial para implantação da logística reversa em todo o país.

De acordo com o Ministério do Meio Ambiente (2018, p. 1), no total são “336 pontos de coleta espalhados pelo Brasil, em 63 cidades de 22 estados e Distrito Federal. Em 2017, foram recolhidas 198.592 lâmpadas, o que resultou em 29 toneladas. Desse total, 129.085 foram lâmpadas compactas e 69.508 tubulares”.

Segundo o Programa Reciclus (2017, p. 1), o papel das empresas produtoras e importadoras na gestão dos resíduos de lâmpadas fluorescentes:

[...] São as responsáveis por gerir todo o sistema através da Reciclus e por estabelecer um compromisso financeiro com a destinação final das lâmpadas, já no início do ciclo de vida do produto. Quando for para o mercado, cada lâmpada terá em seu custo um valor previamente calculado e comprometido com sua destinação final.

As redes de varejo e comerciantes, conforme o site do programa Reciclus (2017, loc. cit.), “[...] devem fomentar o Programa Reciclus no ponto de venda, reforçando o compromisso para o consumidor final e multiplicando a mensagem. Além de garantir o funcionamento adequado do ponto de entrega”.

Os consumidores profissionais, afirma Reciclus (2017, loc. cit.), são “[...] responsáveis por realizar a destinação final adequada das lâmpadas utilizadas em suas atividades e aderir gradualmente ao programa da Reciclus. Os custos nesta modalidade deverão ser negociados entre as partes, em função do tipo de contrato e serviço prestado”.

A Reciclus (2017, loc. cit.), está em fase de estruturação para cumprir com o cronograma do Acordo Setorial. O início da implementação da operação de logística reversa começou em 2017 (ano I). São 63 cidades espalhadas pelas regiões do Brasil que foram iniciadas o projeto, somente em Campo Grande, única cidade do Mato Grosso do Sul, a possuir pontos de coleta das lâmpadas fluorescentes.

2.5 A destinação de lâmpadas fluorescentes em universidades públicas

Na pesquisa realizada por Rodrigues et al. (2017, p. 12), com o objetivo de estudar o armazenamento e o descarte correto das lâmpadas fluorescentes em uma universidade pública, verificou-se que,

[...] as responsabilidades ficam ainda mais

evidenciadas e sujeitas a intervenientes, haja

visto que estão inseridas em um ambiente onde

é fundamental o atendimento das obrigações

normativas

institucionais.

Principalmente

servindo de referência prática em estar

atendendo anseios que refletem os interesses da

sociedade que a serve. Portanto, é fundamental

para essas instituições a adoção de práticas

sustentáveis no gerenciamento eficiente de suas

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operações de apoio a prestação de serviço.

Em pesquisa de artigo de Soto e Arica (2005), em universidades públicas que fazem uso de projetos para a redução ou destinação de resíduos sólidos apresentaram as constatações evidenciadas no quadro 1. UNIVERSIDADE ESTUDADA PRINCIPAIS CONSTATAÇÕES A Universidade de São Paulo (USP)

Criou-se um programa interno de minimização de resíduos, envolvendo a redução no uso e desperdício, a reutilização e a reciclagem de materiais. Este programa é parte da comissão especial de coordenação de atividades de extensão universitária (CECAE), que abrange as suas seis unidades universitárias. É um esforço de integração e de gestão compartilhada do lixo auxiliada pela coordenação e comunicação dos agentes e dos trabalhos intensivos de extensão universitária.

Universidade de Brasília (Unb)

Criou-se uma comissão para gestão de resíduos químicos da universidade de Brasília (CGRQ-Unb) que tem como desafio criar uma unidade de tratamento, recuperação e destinação final de resíduos químicos gerados na UnB. Para o qual as pesquisas sobre tratamento de resíduos químicos estão sendo intensificadas.

Universidade Federal de Rio de Janeiro (UFRJ)

Optou pela pareceria com a iniciativa privada para tratar seus resíduos, começando pelos menos perigosos. A parceria permite que a UFRJ intensifique suas atividades de pesquisa em torno ao aproveitamento de energia a partir dos resíduos orgânicos. E como atividade de extensão envolve catadores na coleta seletiva, implantou-se na cidade universitária da UFRJ, um centro tecnológico para a incineração de resíduos sólidos, visando otimizar a tecnologia e ampliá-la para o tratamento de outros tipos de resíduos, como os de serviços de saúde e resíduos considerados perigosos.

Universidade de Campinas (UNICAMP)

Conta com um programa institucional de gerenciamento de resíduos biológicos, químicos e radioativos. Este Programa tem como objetivo definir normas e procedimentos no âmbito da universidade, de maneira a garantir que as pesquisas desenvolvidas, não venham a degradar o meio ambiente através da emissão indevida de resíduos poluentes. Este esforço de pesquisa, ensino e extensão é exclusivo para os resíduos perigosos, funcionando como um subsistema de gestão ambiental que deverá ser ampliado para abranger os demais tipos de resíduos.

Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF)

Implementou um projeto piloto de coleta seletiva chamado “Gestão Compartilhada do Lixo do Campus”. O projeto em principio foca a coleta de papel-papelão e plásticos encaminhando-os as para reciclagem, mas já poderá ser ampliado para resíduos perigosos.

Quadro 1: Programas e propostas internas nas universidades públicas estudadas no artigo de Soto e Arica (2005).

Fonte elaborado pela autora com base em Soto e Arica (2005) 3 METODOLOGIA

A presente pesquisa se caracteriza como exploratória. De acordo com Gil (2010, p. 27), a pesquisa exploratória “tem como propósito proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torna-lo mais explícito ou a construir hipóteses, seu planejamento tende a ser bastante flexível, pois interessa considerar os mais variados aspectos relativos ao fato ou fenômeno estudado”. Portanto, não se conhece estudos específicos sobre a destinação de lâmpada fluorescentes na UFMS, tampouco no CPAQ.

Também se trata de pesquisa qualitativa, como Marconi e Lakatos (2011, p. 269) explicam que a qualitativa é aquela que se preocupa “em analisar e interpretar aspectos mais profundos, descrevendo a complexidade do comportamento humano, fornece análise mais detalhada sobre as investigações, hábitos, atitudes, tendências de comportamento, etc.”. Essa pesquisa assim se caracteriza, por buscar aprofundamento no estudo do caso.

Além de exploratória e qualitativa, é um estudo de caso. Estudo de caso é, segundo Gil (2010, p. 37), “uma modalidade de pesquisa amplamente utilizada nas ciências biomédicas e sociais; consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetivos, de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento, tarefa praticamente impossível mediante outros delineamentos já considerados” (GIL, 2010). O objeto aqui estudado a destinação das lâmpadas fluorescente no CPAQ, ou seja, um objeto bastante específico, tanto no que se refere ao tipo de lâmpada e à sua destinação, como em nível organizacional, apenas um campus da UFMS.

Com relação aos instrumentos de coleta de dados, foi adotada a observação não participante, nos espaços do CPAQ, onde há lâmpadas fluorescentes. Também foram pesquisados documentos do CPAQ, como por exemplo, a lista de nomes da comissão que está sendo formada para licitações de empresas de destinação de resíduos sólidos, sobre o Programa UFMS Sustentável e o Plano de Gestão de Logística Sustentável e sobre dados institucionais. Foram aplicadas entrevistas por pautas, que “são aquelas orientadas por uma relação de pontos de interesse que o entrevistador vai explorando ao longo de seu curso” (GIL, 2010, p. 120 e 121). Foi utilizado o mesmo roteiro de entrevista a todos os entrevistados. No entanto, nem todas as perguntas foram respondidas por todos, por não haver conhecimento suficiente e, em alguns casos, por não ter ligação direta com as suas atribuições.

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Para a seleção dos entrevistados, foi utilizada a amostra não probabilística que de acordo com Colauto e Beuren (2006, p. 125), é aquela que

[...] Se faz o uso do raciocínio, dependendo exclusivamente dos critérios do pesquisador para construir as amostras, classificada ainda em por tipicidade ou intencional que consiste em selecionar amostras com base em informações disponíveis e que sejam consideradas representativas da população, o pesquisador precisa ter conhecimento prévio da população selecionada.

Para definir a amostra, inicialmente buscaram-se informações na website da UFMS e do CPAQ, sendo também elaboradas entrevistas com o técnico administrativo do CPAQ, com o membro da equipe de planejamento contratação e licitação de empresa especializada em resíduos da UFMS representando o CPAQ e o engenheiro ambiental responsável pelas manutenções na UFMS campus de Campo Grande, que colaboraram respondendo às perguntas e dúvidas para que este trabalho fosse concluído.

Houve tentativas de entrevista com o Presidente da Comissão Gestora do Plano de Gestão de Logística Sustentável (PLS) da UFMS de Campo Grande e que faz parte do projeto UFMS Sustentável, mas por motivo de afastamento temporário não pode ser realizada a entrevista e nem o contato com o mesmo.

O quadro 2 apresenta a caracterização dos entrevistados e a codificação adotada para os resultados.

ENTREVISTADOS (CARGO) FORMAÇÃO TEMPO DE

CPAQ/UFMS

CÓDIGO

Técnico administrativo do CPAQ Graduação em

Ciências Biológicas

Desde março de 2016

TACPAQ Técnico de laboratório do CPAQ e Membro da equipe

de planejamento contratação e licitação de empresa especializada em coleta, transporte, tratamento e destinação final de resíduos químicos, sólidos e líquidos da UFMS, representando o CPAQ

Graduação em

Ciências Biológicas

Desde janeiro de 2010

MECPAQ

Engenheiro ambiental responsável pelas manutenções na UFMS campus de Campo Grande

Graduação em Eng. Ambiental

Há 1 ano MCG

Quadro 2: Caracterização dos entrevistados

Fonte: Elaborado pela autora

Os dados foram organizados por meio da triangulação que segundo Marconi e Lakatos (2011, p. 285), “consiste na combinação de metodologias diversas no estudo de um fenômeno e tem por objetivo abranger a máxima amplitude na descrição, explicação e compreensão do fato estudado”. A triangulação foi com base nos dados das entrevistas, observações e documentos.

A análise dos dados foi qualitativa “cujo objetivo é estudar as comunicações entre os homens, com maior ênfase no conteúdo das mensagens; e de conteúdo por categorias que o pesquisador deverá decodificar um texto em diversos elementos, os quais são classificados para formar agrupamentos analógicos” (COLAUTO E BEUREN, 2006, p.136). As categorias basearam-se nos objetivos específicos propostos e encontram-se no quadro 3.

CATEGORIAS DE ANÁLISE

Abrangência de lâmpadas fluorescentes usadas na UFMS CPAQ e média de troca/mês Local de armazenamento das lâmpadas queimadas do CPAQ

Manuseio e descarte correto ou não das lâmpadas no CPAQ Existência de quebra de lâmpadas no CPAQ

Conhecimento por parte dos funcionários do CPAQ responsáveis pela parte de descarte de rejeitos sobre os danos que podem ser causados ao meio ambiente

Existência ou não de empresa terceirizada para o transporte das lâmpadas descartadas no CPAQ Destinação das lâmpadas fluorescentes

Existência ou não licitações no CPAQ para empresas de terceirização de serviços de descarte de rejeitos Procedimento em caso de acidentes com as lâmpadas na UFMS

Existência ou não de acidentes no CPAQ com as lâmpadas

Ações da UFMS faz para reduzir riscos ao meio ambiente causados pelo descarte de lâmpadas Quadro 3: Categorias de análise da pesquisa

Fonte: Elaborado pela autora, com base nos objetivos específicos 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1 A UFMS e o CPAQ

A UFMS possui cursos de graduação e pós-graduação espalhados em dez cidades do Estado: Aquidauana, Chapadão do Sul, Coxim, Naviraí, Nova Andradina, Corumbá (Campus

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do Pantanal), Paranaíba, Ponta Porã, Três Lagoas e Campo Grande (HISTÓRICO..., 2010, p. 1). Sua finalidade consiste em “[...] atingir os objetivos essenciais de aprimoramento do ensino e estímulo às atividades de pesquisa e de extensão, a UFMS vem participando ativamente da preservação dos recursos naturais do meio ambiente de Mato Grosso do Sul, especialmente da fauna e flora do Pantanal, região onde está inserida”. (HISTÓRICO..., 2010, loc. cit.)

O CPAQ teve seu início em 24 de abril de 1970, a partir de 06 de fevereiro de 1971 o CPAQ começou a ter condições de funcionar e, neste mesmo ano, foi realizado o primeiro vestibular para os cursos de Letras/Português, Letras/Inglês e Estudos Sociais. A instalação oficial deu-se em 07 de março de 1971 e o período letivo iniciou-se em 29 de março de 1971 (CAMPUS AQUIDAUANA..., 2018b, p. 1).

Depois da divisão do Estado, em 1977, e com a federalização da Universidade Estadual de Mato Grosso (UEMT), em 1979, o Centro passa a constituir uma Unidade da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, com o nome de Centro Universitário de Aquidauana (CEUA) e, posteriormente, CPAQ (CAMPUS AQUIDAUANA..., 2018b, loc. cit.).

Com o aumento da oferta de cursos e do número de alunos, o CPAQ também se expandiu. Atualmente, são três unidades existentes no Campus de Aquidauana (2018, loc. cit.): na unidade I do CPAQ, existente desde 1974, funcionam o curso de Licenciatura Intercultural Indígena - Povos do Pantanal. Na unidade II, inaugurada na gestão 1997-2000, estão todos os demais cursos de graduação e pós-graduação. Na unidade III, Criada em 2008 como uma Unidade Técnica de Apoio (UT), vinculada ao Campus de Aquidauana e inicialmente denominada Base de Pesquisas Históricas e Culturais da Bacia dos Rios Aquidauana e Miranda (BPRAM), funciona o Centro de Documentações Históricas (CeDHis), com acervos da UFMS, da prefeitura de Aquidauana e de outros órgãos.

O CPAQ atua com os seguintes cursos superiores de graduação: Administração, Ciências Biológicas, Geografia – Bacharelado, Geografia – Licenciatura, História, Letras com Habilitação em Português/Espanhol, Letras com Habilitação em Português/Inglês, Letras com Habilitação em Português/Literatura, Licenciatura Intercultural Indígena, Matemática, Pedagogia e Turismo (CAMPUS AQUIDAUANA..., 2018b, loc. cit.).

Além dos cursos de graduação, o campus oferece também cursos de pós-graduação. Tanto a Especialização em História da América quanto a Especialização em Ciências Ambientais tiveram início em 2017. Já o Programa de Pós-Graduação Mestrado em Geografia, área de concentração Análise Socioambiental dos Domínios Cerrado e Pantanal, teve seu início em 2014 (CAMPUS AQUIDAUANA..., 2018b, loc. cit.).

De acordo com o Histórico do Campus de Aquidauana (2018, loc. cit.), disponível no site do CPAQ, “[...] para o segundo semestre de 2018, o CPAQ contará com 1.463 acadêmicos matriculados em cursos de graduação e 66 alunos matriculados em cursos de pós-graduação”.

Também de acordo com o site do CPAQ, Campus Aquidauana (2018) os docentes que fazem parte do CPAQ são cerca de 81 e de alunos entre pós-graduação e graduação passam de 15.

4.2 UFMS Sustentável e o Plano de Gestão de Logística Sustentável

A UFMS Sustentável, de acordo com a Pró-reitoria de Administração e Infraestrutura (PROADI, 2018c), possui eixos estratégicos que representam as escolhas responsáveis pelo alcance dos resultados. Esse conjunto de eixos, portanto, deve permear os caminhos a serem percorridos para o sucesso de sua missão. Ao definir esses eixos,

[...] estabelece-se as prioridades da Governança da Sustentabilidade a partir do alinhamento da instituição às estratégias: Gestão de resíduos; obras sustentáveis; eficiência energética; eficiência no consumo de água e no uso da rede de esgoto; compras sustentáveis; educação e formação em sustentabilidade; segurança e convivência; qualidade no ambiente do trabalho; eficiência nos campi; acessibilidade e urbanismo.

Na UFMS existe o Plano de Gestão de Logística Sustentável (PLS), que foi implantado em 2014, e desde 2012 estão sendo implantados decretos e normas para monitorar e avaliar as práticas sustentáveis dentro da UFMS, de acordo com a Resolução da UFMS Nº 124, de 9 de outubro de 2014 (UFMS, 2014a, p. 1):

[...] de acordo com o Decreto nº 7.746, de 5 de junho de 2012; as Instruções Normativas nº 10, de 12 de novembro de 2012 e nº 12, de 10 de maio de 2013, ambas da Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão; e o contido no Processo nº 23104.004336/2014-92, resolve, ad referendum: Art. 2º O Plano de Gestão de Logística Sustentável da Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (PLS) constitui-se no conjunto de diretrizes e ferramentas de planejamento, de execução, de monitoramento, de avaliação e de ações corretivas, com as suas devidas responsabilizações, para a busca contínua do estabelecimento de melhores práticas de sustentabilidade e de racionalização de gastos e de processos no âmbito institucional, objetivando a excelência de gestão e a redução contínua de impactos ambientais de suas atividades.

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Segundo o PLS (UFMS, 2014a, p. 3), “[...] Os PLS são ferramentas de planejamento que permitem aos órgãos ou entidades estabelecer práticas de sustentabilidade e racionalização de gastos e processos na Administração Pública, devendo ser elaborado por todos os órgãos e entidades da Administração Pública Federal direta, autárquica, fundacional e as empresas estatais dependentes”.

Para colaborar com o controle e redução do consumo de insumos na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, PLS (UFMS, 2014a, p.4), “[...] representa uma ferramenta importante para o direcionamento de ações práticas, educacionais e de conscientização dos usuários de recursos”.

A PLS (UFMS, 2014a, p. 11), classifica como Classe D os resíduos perigosos, contaminados ou prejudiciais à saúde. E que deverão ser armazenados, transportados, reutilizados e destinados em conformidade com as normas técnicas específicas.

Sobre as lâmpadas na PLS (UFMS, 2014a, p. 10) consta que:

[...] São especificados nos projetos de instalação elétrica luminárias com lâmpadas de baixa potência e que conferem um melhor rendimento; as luminárias devem possuir um alto brilho de refletância, o que assegura um maior aproveitamento do potencial lumínico da lâmpada; os reatores especificados possuem alto fator de potência, o que confere mais economia de energia elétrica.

A PLS visa tornar a UFMS ecologicamente sustentável, íntegra, socialmente articulada e financeiramente equilibrada na execução eficiente de suas atividades. (UFMS, 2014)

4.2 Destinação das lâmpadas fluorescentes na UFMS/CPAQ

Quanto às lâmpadas usadas na UFMS CPAQ e Campus Campo Grande, se são fluorescentes e quantas lâmpadas em média são trocadas por mês, TACPAQ esclareceu que todas as lâmpadas do CPAQ ainda são fluorescentes, mas já está havendo, aos poucos, a substituição pelas de LED. Destacou ainda que campus tinha um sério problema de oscilação de energia, por isso foi feita a nova subestação de energia para resolver esse problema. Só no ano de 2017 foram pedidas e trocadas 200 lâmpadas fluorescentes tubulares e mais as lâmpadas que foram substituídas pela empresa terceirizada. Esse ano já foram trocadas 100 lâmpadas em média. Já MECPAQ respondeu que algumas já foram trocadas pelas de LED, mas são poucas, a maioria ainda continua sendo lâmpada fluorescente. Questionado sobre o número de lâmpadas, em virtude da sua função não tinha as informações para a resposta, indicando o TACPAQ. MCG disse que as lâmpadas usadas no campus de Campo Grande já não são mais todas fluorescentes.

Verifica-se, portanto, que o CPAQ/UFMS, está se preparando para a alteração das lâmpadas de fluorescente para LED, em virtude de maior economia e, sem, contudo, mencionar a preocupação ambiental, como mencionado nas literaturas pesquisadas.

Para Santos et al. (2015, p. 2), a utilização do LED em forma de lâmpada,

[...] além de ser um avanço tecnológico, é muito interessante do ponto de vista dos benefícios ambientais, pois seu consumo de energia é consideravelmente inferior às lâmpadas convencionais, como as incandescentes e as fluorescentes compactas. Outros benefícios ambientais das lâmpadas de LED são as características e possibilidades de descarte final de resíduos, além da sua durabilidade. O LED é produzido com materiais atóxicos ao meio ambiente, o que faz com que possa ser descartado sem a necessidade de uma destinação e disposição final especiais. Sua durabilidade é outro aspecto interessante, pois demanda menos trocas o que, consequentemente, gera menos descartes no ambiente. Já a lâmpada fluorescente, por exemplo, contém Mercúrio, o que exige maiores cuidados quanto ao descarte, devido às características nocivas deste elemento.

Sobre o armazenamento das lâmpadas queimadas do CPAQ e no Campus Campo Grande, TACPAQ explicou que não existe um depósito para as lâmpadas, elas são embaladas em papelões e ficam armazenadas temporariamente nos fundos da universidade até que a empresa terceirizada venha para substituir as queimadas e depois descarta-las. E MECPAQ confirmou que as lâmpadas queimadas não possuem um armazenamento correto, que são enroladas em papelões e são alocadas no fundo da universidade. MCG explicou que as lâmpadas são alocadas em um depósito localizado no Estádio Morenão em Campo Grande.

Nota-se que no CPAQ os funcionários têm o conhecimento dos perigos da má armazenagem, porém não colocam muita atenção se o que está sendo feito confere com o que é permitido fazer.

Conforme procedimento da UFSM (2016, p. 2), é correto que

[...] as caixas de papelão originais e os anéis de proteção devem ser mantidos e guardados para o acondicionamento das lâmpadas inservíveis (queimadas). Este procedimento tem como objetivo prevenir a quebra e a emissão de vapor de mercúrio.

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O número de lâmpadas a ser acondicionada não deve ultrapassar a capacidade original da caixa (25 em média) de forma que seja possível o empilhamento sem risco de instabilidade.

Quanto à quebra de uma lâmpada fluorescente, TACPAQ afirmou que já houve casos de a equipe de limpeza estar limpando e por acidente bater na lâmpada e quebrar e já aconteceu também de bater a escada na hora da troca de lâmpada, mas foram pouquíssimas vezes que aconteceram. Já MECPAQ revelou que os funcionários algumas vezes armazenavam as lâmpadas em tambores e as levavam para serem destruídas no campus I do CPAQ, quando não tinha empresa terceirizada para a coleta, correndo sérios riscos de ocorrerem acidentes gravíssimos com funcionários ou até mesmo com o meio ambiente. MCG disse que não tem conhecimento sobre quebra de alguma lâmpada.

Os perigos que podem acontecer no caso de quebra da lâmpada fluorescente e do risco com o mercúrio à saúde humana e ao meio ambiente não são tão distantes da realidade do CPAQ e já houveram casos, como citados pelos funcionários. Como verificado nas literaturas pesquisadas, precisa-se de mais atenção quanto a armazenagem e manuseio das lâmpadas fluorescentes depois de queimadas, e precisa-se também de mais informação por parte da população, que também são consumidores e geradores de resíduos.

Quanto ao conhecimento por parte dos funcionários do CPAQ responsáveis pela parte de descarte de rejeitos sobre os danos que podem ser causados ao meio ambiente, TACPAQ disse que só há por conta da formação em biologia, sabe-se que existe maneiras corretas de manusear e descartar as lâmpadas, pois possui mercúrio e outros componentes químicos de alta periculosidade, e que ao contato com o lençol freático causa danos ao solo e água, mas não há instruções na universidade para os funcionários saberem os prejuízos causados. MECPAQ afirmou que sabe que os funcionários responsáveis precisam ser treinados para terem condições de fazer a coleta e descarte dessas lâmpadas. MCG explicou que é há conhecimento e que inclusive estão tentando implantar a logística reversa no campus Campo Grande para não precisar mais pagar pela coleta das lâmpadas.

De acordo com Conceição et al. (2017, p. 2),

[...] após a Lei 12.305, de 2 de agosto de 2010, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos, houve um aumento no investimento em novas ações para a melhor gestão e gerenciamento dos resíduos sólidos, porém, ainda é visível o descarte inadequado dos resíduos, tanto no meio urbano quanto em instituições de ensino. É imprescindível que haja maior sensibilização das empresas e órgãos públicos, maiores consumidores desse tipo de lâmpada, além do que, os pequenos consumidores. Apesar dessa Política foi observado que ainda falta muito para que esta se concretize no cotidiano das pessoas.

Quanto à empresa terceirizada para o transporte das lâmpadas descartadas no CPAQ e para onde são levadas, TACPAQ respondeu que a cada três meses a empresa terceirizada vem para trocar as lâmpadas queimadas por novas, fazer o manuseamento, coleta dessas lâmpadas fluorescentes queimadas e as manda de volta para o fabricante, mas a comissão de contratação de empresa especializada em coleta, transporte, tratamento e destinação final de resíduos químicos, sólidos e líquidos vai fazer uma licitação para empresas que cuidam desse destino final das lâmpadas, sem mandar de volta aos fabricantes e fazendo corretamente o descarte ou até mesmo a reciclagem desses rejeitos, a demanda será calculada por quilo, e a lâmpada também está na lista desses resíduos sólidos. Já MECPAQ revelou que as lâmpadas ficam aguardando a empresa terceirizada para a coleta. Mas não tem conhecimento se nessa gestão atual existe mesmo essa empresa terceirizada ou se por enquanto nenhuma empresa veio coletar. MCG explicou que em Campo Grande existe um contrato com a terceirizada Oxinal, mas que a responsabilidade de coleta, armazenamento e descarte das lâmpadas fluorescentes também é da universidade.

Percebe-se que na UFMS Campus Campo Grande e no CPAQ existem empresas terceirizadas para cuidado exclusivo com o descarte de resíduos, e apesar de não haver uma regra de descarte de resíduos dentro das universidades públicas, já existe preocupação e atitudes dentro das universidades, como as licitações, como já citado, e projetos e movimentos de conscientização tanto por parte dos funcionários em geral e dos estudantes que frequentam essas universidades.

De acordo com a UFSM (2016, p. 3),

“[...] o transporte até a empresa que realizará o tratamento de descontaminação deve ser seguro de forma a evitar a ruptura das caixas e/ou a quebra das lâmpadas, em veículo apropriado à resíduos perigosos, do tipo baú. As lâmpadas inservíveis devem ser destinadas para empresas especializadas e licenciadas para realização da descontaminação e recuperação do mercúrio e, reciclagem dos demais componentes das lâmpadas”.

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descarte de rejeitos, MECPAQ respondeu que “A Equipe de Planejamento Contratação e Licitação de Empresa Especializada em Coleta, Transporte, Tratamento e Destinação Final de Resíduos Químicos, Sólidos e Líquidos da UFMS”, foi criada em 2017, mas ainda está em fase de planejamento e reuniões para se discutir as providencias a serem tomadas e começarem as licitações para contemplarem todos os campus do estado com a coleta desses resíduos perigosos e a lâmpada fluorescente é um dos itens em discussão. Por isso ainda não existem documentos sobre licitações e empresas de coleta, manuseamento, transporte e descarte das lâmpadas fluorescentes. MCG disse que em Campo Grande o contrato é com a empresa terceirizada Oxinal.

Conforme a Cláusula décima quinta do Acordo Setorial de Lâmpadas Fluorescentes de Vapor de Sódio e Mercúrio e de Luz Mista, do Ministério do Meio Ambiente (2014, p. 13), no parágrafo segundo:

[...] As empresas a serem contratadas nos termos desta cláusula devem atender aos procedimentos, princípios e objetivos, estabelecidos pela PNRS e por este acordo setorial, notadamente àqueles que visam: I - à redução, reutilização, reciclagem, e tratamento dos resíduos sólidos, e disposição final de seus rejeitos; II - à adoção, desenvolvimento e aprimoramento de tecnologias limpas como forma de minimizar impactos ao meio ambiente; III - à redução do volume e da periculosidade dos resíduos perigosos. IV - disponibilizar, quando requisitado pela entidade gestora, quaisquer informações relacionadas à implantação do sistema de logística reversa de lâmpadas.

Sobre o transporte das lâmpadas do CPAQ para outra cidade e o local em que elas são armazenadas TACPAQ disse que as lâmpadas são levadas para Campo Grande, onde fica a cede da empresa terceirizada. Já o destino final das lâmpadas fluorescentes da UFMS, ambos não souberam responder. Mas MCG mencionou que as lâmpadas do CPAQ não são destinadas para o Campus de Campo Grande, e na empresa terceirizada do Campus de Campo Grande são realizados os serviços de tratamento e destinação final, através de incineração e disposição no aterro sanitário de Dourados, Oca Ambiental LTDA e licenciado pelo Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul IMASUL).

Quanto a algum procedimento em caso de acidentes com as lâmpadas na UFMS, conforme TACPAQ há uma comissão responsável pelos acidentes de trabalho dentro do campus, mas não há um procedimento a ser seguido em caso de acidente. MECPAQ disse que a universidade distribui aos funcionários um tipo de catálogo que possui os tipos de riscos, descrição de prováveis causas e procedimentos a serem seguidos em casa de algum acidente com algum elemento químico, mas nada especifico para acidentes com lâmpadas fluorescentes. E quanto a acidentes com as lâmpadas ambos disseram que não houve nenhum acidente no CPAQ. Já MCG respondeu que se deve evitar o ambiente por curto período de tempo, a fim de não inalar partículas tóxicas, após isso limpar a área e acondicionar os restos em embalagem rígida, que não tenha possibilidade de ruptura.

Os procedimentos a serem seguidos no caso de acidentes, de acordo com a UFSM (2016, p. 2) são:

[...] No caso de quebra acidental de lâmpadas ventile bem o ambiente antes de varrer. Se for em ambiente com ar condicionado desligue imediatamente o aparelho. Não use aspirador de pó. Recolha os cacos depositando-os em saco. Evite o uso de vassoura para não dispersar a poeira contaminada no ambiente; Junte o pó com um papel ou pano umedecido e descarte o material todo. Acondicione o saco com a lâmpada quebrada e os demais resíduos em um tambor ou recipiente resistente devidamente identificado como: Lâmpada quebrada inservível contendo mercúrio. Lave bem as mãos após este procedimento.

Sobre o que a UFMS faz para reduzir riscos ao meio ambiente causados pelo descarte de lâmpadas, segundo TACPAQ, uma das coisas que a universidade já começou a fazer é trocar as lâmpadas fluorescente pelas lâmpadas de LED por conta do menor gasto de energia e de ser menos prejudicial ao meio ambiente, mas o motivo maior é pela economia das lâmpadas de LED. MCG respondeu que está se aplicando formas sustentáveis de desenvolvimento: descarte ambientalmente correto dos diversos resíduos, serão construídos quatro abrigos de resíduos modelos para acondicionamento dos resíduos, construções mais sustentáveis, licenciamento ambiental das atividades, preservação de áreas verdes, entre outras.

Os movimentos e projetos criados dentro das universidades públicas estão cada vez mais presentes e algumas universidades estão fazendo isso de uma forma que agregue valor para cada tipo de área e cursos dos estudantes, por exemplo a USP, Unb, UFRJ e UNICAMP, como já foram citadas na pesquisa de Soto e Arica (2005).

O quadro 4 sintetiza os resultados alcançados com a pesquisa respondendo aos objetivos propostos, conforme as categorias de análise.

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CATEGORIAS DE ANÁLISE EVIDÊNCIAS DA PESQUISA Abrangência de lâmpadas fluorescentes

usadas na UFMS CPAQ e média de troca/ano

De 100 a 200 lâmpadas em média no ano.

Local de armazenamento das lâmpadas queimadas do CPAQ

Não possuem local correto, são enroladas em papelões e são alocadas no fundo da universidade.

Manuseio e descarte correto ou não das lâmpadas no CPAQ

O manuseio é feito incorretamente pelos funcionários do CPAQ e o descarte é feito pela empresa terceirizada conforme a legislação. Existência de quebra de lâmpadas no

CPAQ

Algumas vezes as lâmpadas foram quebradas por funcionários durante a limpeza do CPAQ e também foram quebradas por falta de informação sobre o descarte correto em Aquidauana.

Conhecimento por parte dos funcionários do CPAQ responsáveis pela parte de descarte de rejeitos sobre os danos que podem ser causados ao meio ambiente

Os funcionários possuem conhecimento sobre os danos que podem ser causados ao meio ambiente, pela formação que possuem e pela vivência, mas esse conhecimento não é passado da UFMS para os funcionários de suas respectivas funções.

Existência ou não de empresa terceirizada para o transporte das lâmpadas descartadas no CPAQ

Existe uma empresa terceirizada que se encarrega de manusear, coletar e descartar as lâmpadas fluorescentes queimadas, mas normalmente quem faz a troca são os próprios funcionários do CPAQ. Destinação das lâmpadas fluorescentes A própria empresa terceirizada se encarrega da destinação.

Existência ou não licitações no CPAQ para empresas de terceirização de serviços de descarte de rejeitos

O contrato com a empresa terceirizada para o descarte das lâmpadas é feito somente através de licitações.

Procedimento em caso de acidentes com as lâmpadas na UFMS

Não há um procedimento passado aos funcionários. Existência ou não de acidentes no CPAQ

com as lâmpadas

Não há conhecimento sobre acidentes. Ações da UFMS faz para reduzir riscos ao

meio ambiente causados pelo descarte de lâmpadas

Organizam projetos e formam comissões para discutir, tentar evitar e conscientizar a sociedade sobre os cuidados com o meio ambiente. Quadro 4: Categorias de análise e evidências da pesquisa

Fonte: Dados primários (entrevistas)

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Atualmente, a falta de uma estrutura de coleta para que o consumidor leve suas lâmpadas inservíveis, e o pequeno número de empresas capacitadas para realizar a destinação correta do material são os grandes desafios. Em todo o país, existem poucas empresas licenciadas para reciclar o material, e o transporte de resíduos tóxicos é bastante burocrático. Com a Política Nacional de Resíduos Sólidos, o descarte de resíduos sólidos vai aos poucos sendo levada mais à sério, onde cidadãos, empresas e governos são responsáveis por retornar o resíduo criado pelo consumo, conforme as leis da PNRS. Mas por questão de economia, estão entrando, aos poucos no mercado, as lâmpadas LED, por serem mais econômicas, duráveis e possuem alta resistência a impactos.

A PNRS reúne um conjunto de princípios, objetivos, metas e ações sobre o gerenciamento ambientalmente adequado dos resíduos sólidos. Porém, no CPAQ, ainda está em implementação a comissão para tratar das questões de contratação e que terão a responsabilidade com o descarte das lâmpadas fluorescente e cuidar para que elas tenham um destino final adequado para que não sejam um problema maior para o meio ambiente e para a saúde das pessoas.

No entanto, não foram encontrados estudos aprofundados sobre os procedimentos utilizados nas universidades públicas brasileiras específicos para as lâmpadas fluorescentes. Sabe-se que os procedimentos seguidos hoje em dia são licitatórios e de empresas terceirizadas para os cuidados mais apropriados com as lâmpadas fluorescentes que ainda são muito utilizadas, mas não se tem conhecimento de uma legislação específica no regimento das universidades e há pouca fiscalização para que seja cobrado das empresas licitadas e dos próprios funcionários das universidades um procedimento correto até que essas lâmpadas cheguem ao destino final para o seu descarte.

Os projetos que acontecem dentro das universidades públicas brasileiras são restritos a cada campus, e nada que exija uma política ou lei nas universidades públicas que as obrigue a fazer o descarte correto das lâmpadas fluorescentes. Quando o descarte correto ocorre é por conta da empresa terceirizada e pela mesma seguir as exigências e obrigatoriedades que são cobradas pelas leis da PNRS.

Conclui-se que não há muito conhecimento por parte dos funcionários entrevistados no CPAQ sobre o destino que a empresa terceirizada dá o destino final para essas lâmpadas fluorescentes queimadas. Nota-se que se conhecem os riscos do descarte inadequado, mas ainda não há cobrança suficiente e nem uma lei específica no regimento das universidades públicas, pois a preocupação maior ainda é diminuição de gastos, como por exemplo a substituição das lâmpadas fluorescentes pelas de LED, que são muito mais econômicas. Isso é percebido pela quantidade de projetos dentro das universidades, exemplo na USP e na UFRJ, muitas vezes criados pelos próprios funcionários, alunos e professores, visando a

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conscientização sobre os perigos que certos resíduos causam ao meio ambiente, também os riscos na saúde humana e proporcionando aos alunos mais aprendizado por conta dos estudos desenvolvidos em cada área de curso específico sobre os resíduos e como se pode contribuir com o mundo em que vivemos.

Para futuras pesquisas, sugere-se a realização de pesquisa semelhante no futuro no CPAQ, considerando a troca para a lâmpadas de LED e a formação recente de comissões e programas voltados para a questão ambiental e de gestão de resíduos, buscando verificar uma possível destinação mais adequada das lâmpadas. Sugere-se ainda pesquisas com o mesmo enfoque em outros Campi da UFMS, bem como em outras universidades públicas, ou, até mesmo em universidades privadas.

REFERÊNCIAS

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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS E TÉCNICAS. Resíduos sólidos – classificação. Norma Brasileira 10004. 2 ed. Rio de Janeiro, RJ, 2004 – p. 1.

BARTHOLOMEU, Daniela Bacchi; CAIXETA-FILHO, José Vicente. Logística ambiental de resíduos sólidos. São Paulo: Atlas, 2011.

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