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Memorial das miosótis: cemitério parque e crematório na cidade de Braço do Norte

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Academic year: 2021

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Memorial das Miosótis

Cemitério Parque e Crematório na cidade de Braço do Norte

Acadêmica

Beatriz Della Giustina Salvador

Orientador

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Memorial das Miosótis

Cemitério Parque e Crematório na cidade de Braço do Norte

Acadêmica

Beatriz Della Giustina Salvador Orientador

Prof. Arq. Vladimir Fernando Stello, Dr. Tubarão, Novembro de 2016

Universidade do Sul de Santa Catarina

Trabalho Final de Graduação, apresentado ao Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade do Sul de Santa Catarina, campus Tubarão, como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo.

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Memorial das Miosótis

Cemitério Parque e Crematório na cidade de Braço do Norte

Trabalho Final de Graduação de Arquitetura e Urbanismo, elaborado e apresentado pela acadêmica Beatriz Della Giustina Salvador. Aprovado pela banca avaliadora que segue:

Prof. Arq. Vladimir Fernando Stello, Dr ORIENTADOR

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Aos meus pais, que incansavelmente não mediram esforços para a conclusão dessa jornada.

(5)

Agradecimentos

Aos meu pais, Braz e Valma, fonte de amor inesgotável e meus maiores exemplos, agradeço o apoio incondicional e toda a confiança depositada. Obrigada por cada café nas madrugadas de estudo, pelas idas e vindas na estrada, por suportar a pressão e momentos de estresse durante todo o curso. Obrigada pela vida e por sonharem comigo.

Aos meus sobrinhos, luzes que iluminaram meu caminho e tornaram meus dias mais leves e alegres.

Ao meu grande amigo e amor, Lucas, por toda compreensão e paciência durante essa jornada, sempre me estimulando a não desistir e dar o meu melhor. Obrigada pela paz e equilíbrio que você me traz.

As queridas Sofia e Kaynã, que ultrapassaram os limites da faculdade e se tornaram grandes amigas. Obrigada por tantos sonhos compartilhados, pela troca de aprendizado e pela amizade verdadeira. Vocês foram essenciais nessa caminhada.

Agradeço também aos colegas do curso, os que permaneceram, os que partiram e os que chegaram, pela experiência trocada, pelos momentos de alegrias e todo desespero compartilhado. No fim tudo sempre deu certo.

As amigas que tornam a vida feliz: Bruna, Bianca, Polliana, Jéssica e Sara. Sou grata pelas conversas infindáveis, pelas risadas gostosas e toda parceria. Minhas mais antigas amigas, vocês tornaram esse caminho mais curto e alegre, obrigada por existirem.

A todos que de alguma maneira contribuíram para que eu chegasse onde cheguei.

Aos mestres que compartilharam todo seu conhecimento e paixão pela profissão para o meu crescimento e desenvolvimento. Tenho certeza que me deram a base para que eu consiga caminhar sozinha e alcançar sucesso no futuro. Em especial a professora Michelle Benedet, fonte de inspiração e incentivo a buscar sempre o melhor, você fez a diferença.

E um agradecimento especial ao meu orientador, professor Vladimir Stello, que não hesitou em dar o seu melhor, não medindo esforços, mesmo fora de hora, para que eu concluísse essa etapa com sucesso. Obrigada por clarear as ideias, acrescentar positivamente e ser fundamental na minha formação e na conclusão desse trabalho.

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Sumário

Conceituação

1.1 Tema ...07 1.2 Problemática ...07 1.3 Justificativa ...07 1.4 Objetivo ...08 1.5 Metodologia ...08

Contextualização Teórica

2.1 Morte: conhecida desconhecia ...10

2.2 Origem histórica: destino do corpo ....10

2.3 Tipologias cemiteriais...12

2.4 Sítio ideal para implantação e qualidade ambiental ...13

2.5 Normativas e órgãos reguladores ...14

2.6 Influência da Luz e da Vegetação ...14

Referenciais Projetuais

3.1 Crematório Heimolen...17

3.2 Memorial Parque das Cerejeiras ...22

3.3 Estudo de Caso – Crematório e Cemitério Parque Saint Hilaire ...28

3.4 Outros Referenciais ...32

Diagnóstico da Área

4.1 Dimensão Funcional ...34 4.2 Sistema Viário ...37 4.3 Infraestrutura ...38 4.4 Legislação ...39 4.5 Morfologia Urbana ...40 4.6 Dimensão Bioclimática ...42

Proposta Projetual

5.1 Conceito ...45 5.2 Diretrizes Projetuais ...46 5.3 Programa de Necessidades ...48 5.4 Organograma Implantação ...50 5.5 Zoneamento Implantação ...51 5.6 Implantação ...53 5.7 Cortes ...54 5.8 Croquis ...55

5.9 Organograma Planta Baixa ...57

5.10 Zoneamento Planta Baixa ...58

5.11 Esquemas de Circulações e Acessos ...58 5.12 Planta Baixa ...59 5.13 Cortes ...60 5.14 Materiais ...60 5.15 Fachada ...61 5.16 Croquis ...62

Considerações Finais

6.1 Considerações Finais ...64 6.2 Referências Bibliográficas ...65 6.3 Anexos ...68

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Conceituação

1.1 Tema

1.2 Problemática

1.3 Justificativa

1.4 Objetivo

1.5 Metodologia

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Memorial

das

Miosótis

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Conceituação

quem passa pela experiência do enter-ramento de um ente querido, esse espaço se torna ainda mais desumano e insensível. Por que então não transformá-lo em um ambiente agradável, que amenize o sen-timento de perda? Por que não meta-morfosear os usos desse imenso local de dor e sofrimento? A vitalidade de um espaço depende dos usuários que o frequentam. Os usuários só o frequentarão se esse espaço tiver algo a lhes oferecer.

1.3 Justificativa

A intensão de transformar esse espaço em um local aconchegante vem em contrapartida ao Cemitério Municipal de Braço do Norte. Esse que é um local onde a manutenção não é constante, possui um terreno desnivelado e com total falta de acessibilidade. O cemitério sofre com a marginalização, quebra e roubo de objetos, além da segregação social, percebida através dos revestimentos e acabamentos dos túmulos e capelas. O espaço de aspecto sujo ajuda a enfatizar ainda mais o sentimento de repúdio e frieza para com o

1.1 Tema

O único ser vivo racional, capaz de associar pensamentos, é o Homem. Ele expressa sentimentos, emoções e gera conceito de tudo que vê e vive, inclusive da morte. Entretanto, esta é uma questão enigmática e gera apreensão por ser um fato inevitável. Ao se deparar com esse fato, o homem desperta para a consciência da própria finitude.

Não se sabe precisamente, mas a comunidade científica pressupõe que nosso primeiro antepassado a enterrar os mortos foi o homem Neandertal. Nesse período, aproximadamente 30.000 anos a.C., eles já praticavam o sepultamento, ofereciam flores e realizavam marcações com pedras junto ao corpo, manifestando a compaixão e afeto.

Nesse trabalho, busca-se adquirir conhecimento sobre cemitérios existentes, assim como suas tipologias e normativas, como também desenvolver um anteprojeto de um Cemitério Parque e Crematório. O cemitério parque é constituído por gavetas no subsolo, sem a presença de túmulos,

cobertas por gramado ou vegetação sendo facilmente integrado ao meio urbano. Já o crematório tem como objetivo a incineração do cadáver, e é composto por fornos com filtros.

Sendo o arquiteto e urbanista um agente transformador e com potencial para condicionar o espaço, pretende-se trans-formar esse local mórbido e oferecer uma experiência menos fria e impessoal.

1.2 Problemática

A cada ano que passa, as cidades vão se tornando mais densas e as pessoas lutam por um pedacinho dela. As ruas são cheias de vida, de gente por todo lado e correria o tempo todo. A cada ano que passa, os cemitérios se tornam mais vazios, frequentados por mosquitos e insetos. Fora salvo dia de finados, que estes espaços se enchem de gente, flores e orações, na maior parte do ano o silêncio toma conta da paisagem.

Esse lugar cheio de significados e emoções, tão disperso da vida urbana, ainda causa repulsa em muita gente. Para

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Memorial

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Miosótis

08

Conceituação

1.5 Metodologia

A metodologia está baseada nos seguintes itens:

*estudo da legislação específica relativa ao tema abordado;

*pesquisas bibliográficas e em teses; *pesquisas de projetos referenciais; *pesquisa de funcionamento e programa de necessidades de cemitérios;

*estudo de caso do Cemitério e Crematório Saint Hilaire – Viamão para análise de acessos, fluxos, volumetria, zoneamento, etc;

* assessoramentos semanais;

*levantamento fotográfico e análise da área em estudo;

*desenvolvimento de diretrizes gerais, partido arquitetônico e anteprojeto; local, tornando-o vazio e sem vida.

Poder empregar a arquitetura e o paisagismo de modo aprazível, para que os usuários sejam afetados de forma positiva com as condições do espaço, ajuda a c o n v e r t e r o c o n c e i t o m ó r b i d o p r é -concebido pela população em um local aconchegante para os enlutados. Além disso, novos usos possibilitam visitas mais assídua e promovem vida ao local.

Um complexo cemiterial, onde há a concentração de diversas atividades, suprirá a demanda dos familiares e facilitará as tarefas no processo de luto. A junção de novos usos, visto que a cidade não possui parque de lazer, enaltecerá a proposta que vai além de um simples cemitério. O crematório surge como uso de crescente demanda na região, auxiliando a resguardar o espaço urbano.

1.4 Objetivo

1.4.1 Geral

O presente Trabalho de Conclusão de Curso I tem por objetivo o estudo para o

desenvolvimento de um anteprojeto de um complexo cemiterial na cidade de Braço do Norte – SC para ser um local de paz, reflexão e despedidas.

1.4.2 Específico

*Estudar a contextualização teórica para ampliar os conhecimentos sobre o tema abordado e os fatores que influenciam n o d e s e n v o l v i m e n t o d o s t r a b a l h o s realizados em cemitérios e crematórios, a fim de desenvolver um espaço arquite-tônico adequado.

* Desenvolver projeto arquitetônico e paisagístico considerando os condi-cionantes locais, como: entorno, topografia, fatores climáticos, legislação municipal, entre outros.

* Estudar referenciais projetuais afim de compreender elementos espaciais importantes para o desenvolvimento de um cemitério e crematório.

* Lançamento de diretrizes e projeto arquitetônico em nível de partido geral com objetivo de concluir o desenvolvimento de anteprojeto na disciplina de TFG II.

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Contextualização

Teórica

2.1 Morte: conhecida

desconhecida

2.2 destino do corpo: origem

histórica

2.3 tipologias cemiteriais

2.4 Sítio ideal para implantação

e qualidade socioambiental

2.5 Normativas e órgãos

reguladores

2.6 Influência da luz e da

vegetação

Aprofundar os conhecimentos

sobre a temática escolhida para desenvolver um projeto baseado nos fatos e normativas.

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Memorial

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de um determinado grupo com a morte, reflexo inerente da cultura (ROCHA, 2013).

2 . 2 O r i g e m

histórica: destino

do corpo

Para compreender as práticas de enterramento desde os primórdios da humanidade faz-se necessário compre-ender a concepção da morte que levaram a norteá-las. Assim entender-se-á a história dos cemitérios. A partir de uma deter-minada crença passou-se a entender o destino que os vivos dão aos mortos (HIPÓLITO, 2011).

Os mortos foram os primeiros a terem uma morada fixa, sendo uma caverna ou uma cova assinalado por um monte pedras (MUMFORD 1998 apud HIPÓLITO, 2011). No princípio, ainda no período paleolítico, os cadáveres eram colocados em cavernas que eram fechadas por rochas. Quando esses lugares já não tinham mais capa-cidade passou-se a construir sepulturas artificiais (HIPÓLITO, 2011).

Os primeiros humanos já mani-festavam respeito aos mortos destinando

2 . 1 M o r t e :

c o n h e c i d a

desconhecida

“Um fenômeno tão universal como o desenlace do ciclo vital parece representar a preocupação maior do ser humano em todas as culturas” (ROCHA, 2013).

Machado (1999, p. 5) explica em seu livro que:

A consciência da finitude de tudo e a percepção de outras reali-dades para além do ime-diatamente verificável, exige dos homens e das sociedades formas de lidar com a morte e de a vencer - de idealmente ser anulada. As grandes inter-rogações que a morte suscita e as respostas que para ela eternamente se buscam são a substância primeira dos sis-temas ontológicos que desig-namos como culturas.

Ele ainda ressalta que esse não é apenas um momento único do fim biológico do ser humano, e sim algo que se inicia com o nascimento e é condicionado com as vivências do homem em sociedade. A morte por si só, não é o fim do processo, mas um dos momentos centrais. Se faz necessário que o morto siga para que os

s o b r e v i v e n t e s r e c u p e r e m a p a z (MACHADO, 1999). “[...] a vida e a morte seguem então os seus caminhos próprios, e m b o r a p o r v e z e s s e e n c o n t r e m ” (MACHADO, 1999, p. 08).

Para Rocha (2013) o sentir a morte trata-se de um fator cultural, e as diferentes crenças e ritos realizados pelas sociedades tentam encontrar respostas para esse des-conhecido. Essas respostas buscam saber sobre o termo definitivo da vida e o desejo da imortalidade e, como conjectura dessa perda, criam-se ritos e outras atividades para o Homem encontrar o equilíbrio entre os dois mundos.

Segundo Machado (1999), o luto é formado pelo conjunto daqueles que perderam um dos seus familiares. Pode-se perceber que passam por esse processo aqueles que são marcados por um mesmo regime alimentar, pela maneira de se vestir, palavras e gestos e ainda nas participações dos acontecimentos sociais e comunitários.

Por ter consciência do seu fim, o Homem tem a necessidade de preparar a morte tentando dominar a perda. É nos rituais funerários que é realizado o pro-cesso de luto, permitindo a compreensão

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um local específico para eles. Mesmo sem compreender o fato do corpo perder a atividade motora eles sabiam que se tratava de uma nova fase do corpo. Acreditava-se que os mortos mantinham as mesmas necessidades que tinham em vida, por isso o fato de enterrar junto os objetos que mais gostavam (HIPÓLITO, 2011).

O fato do desconhecimento da morte fazia com que muitas sociedades acreditassem na vida após a morte. Daí os cuidados que os egípcios tinham com o corpo para que não se desintegrasse (mumificação). Os faraós, além de mumi-ficados, eram postos em templos, as famosas pirâmides. Dos gregos e romanos surgiram muitos dos costumes que tem-se hoje, como as epígrafes nas lápides e o ato de levar flores (HIPÓLITO, 2011).

De acordo com Petruski (2007) os primeiros cemitérios cristãos foram as catacumbas, onde faziam-se as tumbas nas paredes dessas galerias subterrâneas para enterrar os mortos.

No período medieval muitos dos cemitérios em espaços abertos foram sendo deixados de lado e passaram a

localizar-se próximo às igrejas. Entretanto, nem todos podiam ser depositados nesses locais, apenas os mais abastados e os que possuíam influência na sociedade (PETRUSKI 2007).

Dessa forma, tornou-se comum as igrejas serem utilizadas como cemitérios, onde coabitavam os vivos e os mortos. Nesse período, na Alta Idade Média, não se considerava necessário especificações ou epígrafes na sepultura, pois os corpos eram colocados todos no mesmo espaço (PETRUSKI 2007).

Araújo (apud HIPÓLITO, 2011) explica que a tipologia cemiterial similar as que vemos hoje surgiram por cerca da Idade Média, quando os vivos passaram a enterrar os mortos nas dependências das igrejas e ao seu redor.

Petruski (2007) ainda menciona que quando a Peste Negra assolou a Europa, os cemitérios ficaram superlotados, deixando os espaços no interior das igrejas escassos. Com isso, a única saída era enterrar os corpos no pátio das igrejas, gerando assim os cemitérios aos lados e aos fundos da mesma.

Fargette-Vissière (apud HIPÓLITO,

2011) relata que os cemitérios medievais eram locais bastante cobiçados pelas pessoas da época. Lá eram realizadas atividades sociais, onde a população europeia buscava se divertir, e também era uma lugar de cidadania por que estavam sempre presentes os juízes a comunicar sentenças.

Hipólito (2011) ainda destaca que esses eram locais muito animados e representavam lugares de sociabilidade. Eram integrados à cidade e caracterizavam local de feira e jogos. Também eram procurados por casais, pois era um local tranquilos para o namoro.

Esses fatos aconteceram mesmo com a Igreja Católica proibindo práticas sociais dentro dos cemitérios, se mantendo agitado até o século XIX, quando os cemitérios foram transferidos para longe das cidades por cuidados com a higiene (HIPÓLITO, 2011).

Já Petruski (2007) afirma que as modificações mais significativas acon-teceram a partir da primeira metade do século XVIII, quando os cemitérios foram levados para fora dos jardins. Os mortos passaram as serem velados e enterrados

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aos usuários independente da classe social. A inexistência dos túmulos e a presença do gramado garante um aspecto menos fúnebre (CAMPOS, 2007).

(figura 01) se dá por alamedas pavi-mentadas, contendo túmulos semi-enterrados e mausoléus revestidos em mármore ou granito, capelas com altar, imagens sacras, com pouca ou nenhuma arborização. Nessa tipologia, o cadáver é enterrado diretamente no solo (CAMPOS, 2007).

Figura 01: Cemitério tipo tradicional. Fonte: Google Imagens

2 . 3 . 2 C e m i t é r i o

Parque ou Jardim

Essa tipologia (figura 02) é compos-ta por carneiros, popularmente conhecidos por gavetas, cobertos por gramados, árvores e vegetação. É caracterizado pela ausência de construções tumulares e as sepulturas são identificadas por meio de uma lápide de pequena dimensão, geral-mente padronizada, garantindo igualdade

Figura 02: Cemitério parque. Fonte: Google Imagens

2 . 3 . 3 C e m i t é r i o

Vertical

Esse modelo é caracterizado por uma edificação vertical (figura 03), cons-truída acima do nível do solo e sem que haja contato com a terra. Os cadáveres são sepultados em gavetas, que são dispostas uma em cima das outras, em sequência ao longo do prédio. Para expelir os gases, cada gaveta possui um tubo de ventilação interligado a um tubo central. Os usuários acessam o prédio por rampas, escadas e elevadores (CAMPOS, 2007).

pela família, tornando-se um novo ritual e individualizando a sepultura, antes privi-légio apenas da nobreza e do clero. A atitude também é justificada pela preo-cupação dos higienistas, que alertaram a população com o perigo da proximidade.

No Brasil, até a primeira década do século XIX, os escravos eram colocados em covas muito rasas, e por consequência os corpos ficavam expostos e as pessoas conviviam com isso, mesmo com os odores exalados pelos mortos (HIPÓLITO, 2011).

Só a partir da segunda metade do século XIX que a higiene passou a ser preocupação no Império brasileiro, quando já era uma realidade na Europa. Daí, foram modificados para o novo padrão, alterando a relação dos mortos com os vivos. Dessa forma, os cemitérios se afastaram das cidades (HIPÓLITO, 2011).

2.3 Tipologias

cemiteriais

2 . 3 . 1 C e m i t é r i o

Tradicional Horizontal

A composição do cemitério tradicional

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2.4 Sítio ideal

para implantação e

q u a l i d a d e

socioambiental

A demanda por espaços nas cidades é geradora de problemas urbanísticos, sendo os cemitérios um agravante para essa situação. Os espaços destinados aos crematórios apresentam vantagens, sendo que estes reduzem a metragem utilizada pelos cadáveres, facilitando a guarda ou espargimento das cinzas. Além disso, o ato não contamina o solo (SILVA, 2002).

Sob o ponto de vista de Adissi (2000 apud SILVA, 2002), antes de investir em um empreendimento deve-se realizar uma pesquisa de mercado e viabilizar os custos frente aos benefícios e, se tratando do

Figura 03: Cemitério vertical. Fonte: Acervo da autora.

cemitério parque, a população deve aceitar esse conceito e tipologia. Alusivo ao estudo de viabilidade, deve ser levado em consideração as legislações, critérios de caráter sanitário e ambiental, a viabilidade conforme o zoneamento do município e o zoneamento do próprio projeto arqui-tetônico, o qual deve explorar técnicas de bons tratos aliadas às composições naturais com vegetação e obras de arte, amenizando o ar fúnebre e lutuoso.

Para a escolha do terreno, segundo Magalhães (2000 apud SILVA, 2002), deve ser considerada a facilidade de locomoção, sendo via de transporte público ou privado. Os terrenos localizados em zonas rurais possuem vantagens econômicas, além de disporem de maior área e integração com a natureza. Essas áreas possuem grande aceitação do público comprador, pois são mais baratos e diminuem o custo de investimento. A topografia do terreno ideal para esse uso é a de declividade mode-rada, onde os taludes e muros de arrimo se adaptam à topografia de forma natural, valorizando o paisagismo. O plantio de árvores ao longo do perímetro interno do cemitério forma um cordão maciço, sendo

que esse ato ajuda a manter o isolamento visual e acústico, além de propiciar um ambiente de paz e oportuno para prática de meditação e reflexão.

Segundo Pacheco (2000), todos os cemitérios possuem risco potencial para o meio ambiente, principalmente para o aquífero freático. Quando implantado sem os devidos cuidados geológicos e hidro- geológicos geram alterações físicas, químicas e biológicas no meio ambiente (figura 04). Esses impactos, de acordo com Pacheco (2000), são classificados em primário e secundário:

- O impacto primário está rela-cionado com a contaminação das águas (aquífero freático e águas superficiais). A maior preocupação gerada pelos cemi-térios é quando ocorre a indução de microrganismos nos recursos hídricos.

- O impacto secundário está asso-ciado à presença de maus odores pro-cedentes da decomposição de cadáveres, que ocorre quando há problemas rela-cionados ao sepultamento.

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2.5 Normativas e

ó

r

g

ã

o

s

reguladores

A P o r t a r i a N º 6 3 9 / S E S – d e 19/08/2016, da Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina, em anexo, vem tratar da estrutura física e materiais de esta-belecimentos que realizem serviços funerários, se tratando de necrotérios, tanatopraxia, inumações, exumações, cremação, cemitérios horizontais ou verticais, capelas mortuárias, entre outros itens.

Já o CONAMA – Conselho Nacional d o M e i o A m b i e n t e – e s t a b e l e c e especificações relativas ao processo de licenciamento ambiental de cemitérios, levando em consideração critérios de exigibilidade, detalhamento e riscos ambientais. Ele trata de exigências como a distância mínima do aquífero freático e dos corpos d'água para garantir a qualidade dos mesmos, entre outros itens. Em anexo encontra-se a Resolução Conama nº 335, de abril de 2003.

Outro órgão regulamentador é a ANVISA – Agência Nacional de Vigilância

Sanitária. A mesma possui documento de Referência Técnica para o Funcionamento de Estabelecimento Funerários e Congê-neres, de dezembro de 2009. Aborda itens relevantes como os ambientes comuns dos cemitérios, suas funções e funcionalidade, sobre a higienização e outros serviços realizados pelo estabelecimento, sua metragem quadrada mínima e materiais utilizados. O documento encontra-se na íntegra em anexo.

2.6 Influência

d a l u z e d a

vegetação

Segundo Barbosa (2010), a luz faz alterar a percepção do espaço. Pode aparentá-lo mais quente ou mais frio, fazendo o usuário senti-lo aberto, e inte-grado ou fechado e com intimidade.

Barbosa (2010, p. 53) cita em sua tese que:

A visibilidade corresponde à função primária da iluminação, no entanto, a partir do enten-dimento da percepção visual, sabemos que a luz é também um elemento de projeto que tem funções espaciais ao alterar a Figura 04: Croqui esquemático da contaminação do aquífero pelo

necrochorume. Fonte: (BACIGALUPO)

Com relação às vantagens em termos dos impactos ambientais em cemitérios parque, Pacheco (2000, p. 36) afirma:

(1) o visual é sadio; (2) as possibilidades de contaminação da atmosfera por gases e do a q u í f e r o f r e á t i c o p o r m i c r o r g a n i s m o s e s t á n a dependência do projeto de implantação de operação das necrópoles.

Os cemitérios parque requerem bastante água para atender aos espaços verdes e floridos. Nestas necrópoles, cujo plano de regadio prove o uso da água subterrânea, é indispensável a cola-boração do geólogo na locação do poço, como garantia sanitária (PACHECO, 2000, p. 36).

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percepção das formas, mate-riais, cores e proporções na arquitetura. Isto pode ser obtido a partir das diferenças de inten-sidades, tonalidades da luz e sua distribuição ou desenho dentro do espaço.

Não existe forma sem luz, pois sem a luz não se pode perceber a forma. Dessa maneira compreende-se a relação entre a luz e a arquitetura. A luz pode alterar a percepção da forma, podendo alongar ou encurtar o espaço. O que define isso é a direção e a intensidade da mesma, fazendo c o m q u e u m a m b i e n t e p o s s a s e r reinterpretado de diferentes maneiras (BARBOSA, 2010).

Se tratando da vegetação, Mascaró (2002) explica que a escolha das espécies vegetais está condicionada a muitos fatores, dentre eles o desempenho paisagístico e ambiental que se deseja obter. Ele explica que

O projeto do espaço livre está intimamente ligado com o proje-to dos vazios cujas formas, dimensões e sequência trans-mitem determinadas sensações aos usuários (MASCARÓ, 2002, p. 23).

Mascaró (2002) destaca também que as árvores podem ser agrupadas em maciços heterogêneos e homogêneos,

com funções, como: barreiras ambientais, definidores de espaço ou função orna-mental.

Esses maciços proporcionam dife-rentes efeitos, expostos a seguir:

· Maciço Heterogêneo: Os diferentes formatos de copas e alturas podem provocar o efeito barreira de vento, direcionando-o para cima. Também podem ser configuradas para permitir a passagem da brisa fresca no verão, junto com a sobra que o calor busca. A diversidade de espécies também possibilita diferentes valores de transmitância luminosa e variação de temperatura.

· Maciço Homogêneo: Esse tipo enfatiza o potencial da espécie escolhida, ressaltando cor, forma, textura e perfume. Entretanto copas densas podem apresentar sombreamento e diminuição da temperatura no verão, mas no inverno se torna um local de passagem, caso não seja caducifólia, por conta do desconforto da ausência de irradiação.

Um fator relevante para o uso da vegetação é a ajuda na redução de ruídos. Os estudos apresentam que somente densas barreiras são capazes de alcançar

uma redução sonora apreciável, indicando a necessidade de 100 metros de espes-sura. Entretanto, é revelado que árvores e fauna associadas são capazes de produzir um efeito de mascaramento sobre outros ruídos (MASCARÓ, 2002).

Ainda é destacado por Grey e Deneke (1978 apud MASCARÓ, 2002), que as barreiras mistas formadas por árvores, arbustos e forrações (figura 05) são mais eficientes na diminuição dos sons de que plantios de uma só espécie.

Figura 05: Barreira acústica vegetal. | Fonte: Mascaró 2002

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Referenciais

Projetuais

3.1 Crematório Heimolen

3.2 Memorial Parque das

Cerejeiras

3.3 Estudo de Caso - Crematório

e Cemitério Parque Saint Hilaire

3.4 Outros Referenciais

O seguinte capítulo busca

estudar projetos com similaridade ao t e m a p r o p o s t o , s e r v i n d o d e inspiração e base de experimentação.

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Referenciais Projetuais - Crematório Heimolen

3.1 Crematorium

Heimolem

Ficha Técnica: Ÿ Ano: 2008

Ÿ Projeto: Claus en Kaan Architecten Ÿ Localização: Sint-Niklaas - Bélgica O crematório foi projetado pela equipe de arquitetos do escritório Claus en Kaan Architecten, e inserido em um cemitério já existente, em Saint-Niklaas, na Bélgica.

Do arquiteto:

A tarefa do projeto inclui a adição de um edifício de recepção e um crematório no local existente do cemitério. Para ambas as razões práticas e ambientais , os locais para a cerimônia e a cremação no cemitério são separados um do outro , tanto quanto possível , mantendo uma noção da relação entre eles.

3.1.1 Acessos

O acesso de veículos ao cemitério se dá pela rodovia Waasmunsterse Steenweg, localizada ao sul do complexo, próximo do estacionamento.

Já o acesso dos usuários à recepção e salas de velório acontece no grande vão , que integra o interior e o exterior do prédio. As aberturas de ampla dimensão enfatizam o local de acesso e direcionam para ambientes de uso comum, como o hall / foyer e o restaurante. No prédio técnico (crematório) o acesso é sutil, na lateral, sendo mais utilizado por funcionários.

Ed. Técnico / Crematório Ed. Recepção / Sala de Velório Cemitério Parque

Figura 06: Implantação | Fonte: Site kaan Architecten adaptado pela autora

Acesso Veículos Usuários Acesso Veículos Serviço Acesso Pedestre Lago

Estacionamento

N

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3.1.2 Zoneamento

As duas edificações inseridas no complexo foram locadas distantes uma da outra, separadas fisicamente pelo cemi-tério parque (local de enterramento) (figura 07) e pelo lago, ambos já existentes, acen-tuando assim a diferenciação de atividades realizadas em cada uma.

3.1.3 Entorno

Por meio de análise realizada pelo Google Street View, o complexo está loca-lizado em um área pouco adensada e há o predomínio de residências de médio a grande porte.

Figura 07: Vista do cemitério parque para o crematório | Fonte: Site HIC Arquitectura

3 . 1 . 4 I n t e r i o r x

Exterior

A proposta de integração surge princi-palmente para o prédio com uso de recepção e salas de velório, já que é nele a maior permanência do usuário. Neste, há uma grande janela no foyer / hall de entrada (figura 08) que oferece visão contemplativa da paisagem e do cemitério. Nas salas de velórios, as clarabóias em formato circular contrapõem-se à iluminação artificial de mesmo formato e tamanho, reforçando a solenidade do local. O pátio de acesso torna-se um pórtico coberto, com abertura no teto para a entrada de luz natural (figura 09) que também gera uma maior integri-dade com meio externo, dando a ideia de que desce uma luz do céu. Desse espaço é possível visualizar o lago e o crematório.

O prédio técnico, apesar de precisar de isolamento e privacidade para as atividades de cremação nele realizadas, possui pequenas aberturas em sua sala dos fornos (figura 10), que permitem a presença de luz natural no espaço, gerando o mesmo ‘movimento’ da fachada.

Figura 09: Pórtico de entrada | Fonte: Google Imagens Figura 08: Foyer / Hall | Fonte: Google Imagens

Figura 10: Sala dos fornos| Fonte: Google Imagens

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Memorial

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Miosótis

19

3.1.5 Hierarquias Espaciais

Com a planta baixa predominantemente retangular, o edifício de recepção e salas de velório (figura 11) possui dois amplos auditórios para realização das cerimônias, uma com capacidade de até 350 lugares (figura 12) e outra até 70 lugares. Também possui um grande foyer/hall, espaço destinado para a recepção dos usuários, local de estar, reflexão e conversação. O restaurante (figura 13) que atende aos funcionários e usuários também é amplo e confortável.

O prédio técnico (figura 14), onde é realizada a cremação, também possui planta baixa em formato retangular e de fácil leitura. Seus ambientes são amplos, tornando-se confortáveis para os usuários, tanto para os funcionários quanto aos visitantes. A sala dos fornos permite o acesso dos enlutados (familiares do falecido) para o acompanhamento do processo.

Figura 12: Sala de cerimônia | Fonte: Site Kaan Architecten

Figura 13: Restaurante | Fonte: Site Arq A 01 - Pórtico 02 - Foyer / Hall 03 - Sala de descanso 04 - Banheiro 05 - Sala de Velório 06 - Área técnica 07 - Restaurante 08 - Cozinha Público Semiprivado Privado 06 01 02 03 04 05 05 07 08 07 04

Figura 11: Planta Baixa Edifício Recepção | Fonte: Site Claus en Kaan Architecten

01

Figura 14: Planta Baixa Edifício Crematório | Fonte: Site Claus en Kaan Architecten

01 - Sala dos fornos Semiprivado Privado

N

N

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Memorial

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Miosótis

20

3.1.6 Volume e Massa

Os edifícios foram idealizados com linhas retas e formas simples (figura 15) e, em ambos, prevalece a horizontalidade. Os volumes de cor branca se destacam em meio a massa de vegetação existente no perímetro do cemitério que também serve como barreira visual, impedindo que o complexo seja visualizado de fora.

Figura 15: Edifício Recepção e Salas de Velório | Fonte: Site Kaan Architecten

O Edifício Técnico (crematório) (figura 16) tem o formato de um bloco maciço. A fachada é composta por elementos de concreto pré-moldado de dimensão 1m x 1m, na cor creme,

que possuem nervuras e aberturas em vidro de tamanhos diferentes. A composição desse elemento gerou leveza e

movimento à fachada.

A intenção dos arquitetos (figura 17) era gerar um bela caixa sem revelar seu conteúdo.

Figura 16: Edifício Técnico (Crematório) | Fonte: Site Kaan Architecten

Figura 17: Croqui esquemático da volumetria | Fonte: Site Kaan Architecten O destaque do Edifício Recepção e Salas de Velório se

dá através da cobertura, que no pórtico possui 2 metros de altura, se tornando elemento principal da arquitetura. A abertura em vidro dá leveza à fachada e vislumbra o visual

para a paisagem.

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Memorial

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Miosótis

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3.1.7 Conforto Ambiental

O Edifício Recepção e Salas de Velório ( figura 18) possuem poucas aberturas. A mais evidente é a existente do foyer/hall que banha a sala com muita iluminação natural. Nas salas de velório, as aberturas estão presentes no teto (figura 19). Com a iluminação zenital não é necessário iluminação artificial durante o dia. No pórtico (figura 20) também há iluminação zenital, entretanto, sua principal função é decorativa.

No Edifício Técnico (cremação) foram utilizados acabamentos na cor branca na sala dos fornos, tanto nas paredes, piso e teto, como também nos próprios fornos (equipamento da cremação). Segundo os arquitetos, a intenção é trazer a sensação de limpeza e cuidado. A cor também ajuda na refletância da iluminação, que durante o dia tem forte incidência pelas janelas ritmadas em vidro.

Figura 18: Corte longitudinal | Fonte: Site Kaan Architecten adaptado pela autora

Figura 19: Sala de velório | Fonte: Google Imagens Figura 20: Pórtico | Fonte: Site ArchDaily

3.1.8 Da Escolha

Esse referencial projetual foi agre-gado ao trabalho primeiramente por conta da sua compatibilidade de usos. Outro fator relevante para tê-lo como referência é que o mesmo explora a importância da ilu-minação natural, conexão interior x exterior e o paisagismo, que “isola” e preserva o conjunto do meio externo. Além disso, sua materialidade valoriza as fachadas do conjunto, potencializando sua forma simples.

O Edifício Técnico possui uma fachada de 9 metros de altura. Dessa

maneira foi evitada a aparência da chaminé do forno. Os gases poluentes oriundos da cremação são destinados a uma filtragem, no qual o equipamento fica

no segundo pavimento e sua chaminé escondida pela platibanda (figura 21).

Figura 21: Corte transversal | Fonte: Site Kaan Architecten adaptado pela autora

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Memorial

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Miosótis

22

Referenciais Projetuais - Memorial Parque das Cerejeiras

3.2.1 Acessos / Circulação

O acesso ao Memorial é feito por uma única portaria. O mesmo conta com uma sala e um sanitário. Está localizado na Av. Parque das Cerejeiras, no Bairro Parque das Cerejeiras (figura 23).

3.2 Memorial Parque das

Cerejeiras

Ficha Técnica:

Ÿ Projeto: Crisa Santos Arquitetos

Ÿ Localização: Jardim Ângela, São Paulo / SP (figura 22) Na época em que o cemitério foi instaurado (1986) ainda era pouco difundido na cultura nacional o conceito de cemitério parque, que leva em consideração o meio ambiente e a valorização da paisagem. No caso do Memorial Parque das Cerejeiras serve inclusive como reserva ambiental.

Figura 22: Mapa de localização| Fonte: Documento de EVA do Memorial Parque das Cerejeiras

O empreendimento, com área de 304.152,00 m² (30,415 ha), está localizado em uma Área de Proteção

aos Mananciais (Lei estadual nº 9.866/97), junto ao Parque do Guarapiranga.

Figura 23: Implantação| Fonte: Site Crisa Santos Arquitetos 1 - Portaria 2 - Velário 3 - Borboletário 4 - Anfiteatro 5 - Mirante 6 - Banheiro 7 - Painel de Mensagens 8 - Orquidário 9 - Capela 10 - Velórios 11 - Praça da Eternidade 12 - Almoxarifado 13 - Calçamento 14 - Bosque 15 - Administração /Capelinha/ Floricultura/Lan-chonete/Vendas São Paulo - Brasil São Paulo - São Paulo N N

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Memorial

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3.2.1 Acessos / Circulação

Dois caminhos laterais, em torno da capela, dão acesso à entrada principal do Bloco Velório. A coloração do piso destaca o local facilitando o entendimento do visitante e é conectado à área externa posterior, onde encontram-se os prédios da administração, floricultura, capelinha, entre outros. O Bloco Velório possui a circulação no perímetro do edifício, formando áreas abertas. Cada sala de velório possui seu acesso independente.

A capela (figura 24), conectada ao Bloco Velório através da cobertura (figura 25), possui três portas de acesso, sendo uma ao lado da outra.

Os demais blocos possuem planta livre, com poucos espaços divididos por uso. O formato circular não enfatiza o local de entrada, tornando-se discreta.

Figura 26: Seção da Implantação | Fonte: Disponibilizado por Memorial Parque das Cerejeiras adaptado pela autora Figura 24: Capela | Fonte: Site Crisa Santos

Figura 25 Fachada | Fonte: Site Crisa Santos

Acesso Bloco Velório Circulação Bloco Velório Acesso Outros Bloco N

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24

3.2.2 Zoneamento

No terreno de cerca de 30 hectares, as atividades foram distribuídas por todo o espaço, explorando bem a declividade. No mapa abaixo (figura 27), pode-se identificar a atividade 15 (Administração, Capelinha, Floricultura, Lanchonete e Vendas) próxima a 9 (Capela), 10 (Velório) e 12 (Almoxarifado), onde se concentram atividades de funcionários e usuários do complexo. As demais, 2 (Velário), 3 (Borboletário), 4 (Anfiteatro), 5 (Mirante), 6 (Banheiros), 7(Painel de mensagem), 8 (orquidário), 11(Praça de Eternidade), 14 (Bosque), são atividades de oração, reflexão e contemplação.

Figura 27: Implantação| Fonte: Site Crisa Santos Arquitetos

Figura 28: Portaria | Fonte: Site Crisa Santos Arquitetos

Figura 30: Velário | Fonte: Site Crisa Santos Arquitetos

Figura 32: Borboletário | Fonte: Site Crisa Santos Arquitetos

Figura 29: Mirante | Fonte: Site Crisa Santos Arquitetos

Figura 31: Capela | Fonte: Site Crisa Santos Arquitetos

Figura 33: Bloco Velório | Fonte: Site Crisa Santos Arquitetos

1 2 3 5 9 10 N

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3.2.3 Hierarquia Espacial

Grande parte dos espaços presentes no cemitério são de total acesso aos usuários. O Bloco Velório, por exemplo, possui 9 salas, divididas em velório e estar, sanitários e salas de apoio. O acesso à capela também é liberado.

As áreas caracterizando locais de trabalho, como cozinha e escritório, são de uso exclusivo dos funcionários. Segue abaixo plantas baixas individuais do complexo. A administração e a lanchonete são os dois maiores espaços, pois contam com a presença simultânea de diversos usuários (figuras 34 a 39).

Público Semiprivado Privado

3 . 2 . 4 E s t r u t u r a

Tumular

O Memorial, no ano de 2011, contava com cerca de 10.000 jazigos, e previa a ampliação média de 1.000/ano.

A estrutura do jazigos (figura 40) é feita com blocos de concreto. Eles possuem seis configurações diferentes para se adequar à necessidade do cliente. A variação das tipologias é de três, quatro, s e i s o u o i t o g a v e t a s p o r u n i d a d e , empilhadas ou com área central.

Figura 40: Construção de Jazigos| Fonte: Documento de EVA do Memorial Parque das Cerejeiras

Figura 34: Planta Baixa Bloco Velório | Fonte: Disponibilizado por Memorial Parque das Cerejeiras adaptado pela autora

Figura 36: Planta Baixa Floricultura | Fonte: Disponibilizado por Memorial Parque das Cerejeiras adaptado pela autora

Figura 38: Planta Baixa Vendas | Fonte: Disponibilizado por Memorial Parque das Cerejeiras adaptado pela autora

Figura 35: Planta Baixa Adm. | Fonte: Disponibilizado por Memorial Parque das Cerejeiras adaptado pela autora

Figura 39: Planta Baixa Lanchonete | Fonte: Disponibilizado por Memorial Parque das Cerejeiras adaptado pela autora

Figura 37: Planta Baixa Capelinha | Fonte: Disponibilizado por Memorial Parque das Cerejeiras adaptado pela autora N N N N N N

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3.2.5 Volume / Massa

Os prédios foram concebidos com formato circular, e atuam de forma horizontal. Observa-se na cobertura do Bloco Velório (figura 41) um elemento de destaque, que possui formato ondulado e dá movimento e leveza à fachada.

No corte, pode-se observar como atua a cobertura, em estrutura de madeira, que atravessa o corredor central de um lado ao outro do prédio, conectado até a capela.

Os prédios possuem vitrais em suas fachadas, que surgem como elemento de destaque e cria identidade. A capelinha segue um formato espiral, que pode ser identificado na fachada (figura 42) e em sua laje inclinada.

O borboletário (figura 44), de estrutura geodésica autoportante em madeira e fechamento em sombrite, torna-se um elemento de destaque não só pela arquitetura, mas pela fauna e flora presentes.

Os demais prédios do complexo seguem ritmo por possuírem a mesma materialidade e formato similar, tornando-se harmonioso.

Figura 44: Elevação Sudeste do Borboletário | Fonte: Site Crisa Santos Arquitetos

Figura 42: Elevação Capela | Fonte: Disponibilizado por Memorial Parque das Cerejeiras

Figura 41: Imagem Bloco Velório | Fonte: Site Crisa Santos Arquitetos

Figura 43: Corte Bloco Velório | Fonte: Disponibilizado por Memorial Parque das Cerejeiras

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Figura 46: Mirante | Fonte: Site Crisa Santos Arquitetos A vista do mirante (figura 46) para o Parque Guarapiranga torna o espaço

bucólico, um local de contemplação, meditação, reflexão e oração. Figura 45: Localização do Memorial | Fonte: Google Earth

3.2.7 Da escolha

O completo programa de neces-sidades do Parque das Cerejeiras o torna não somente um cemitério, mas um local de paz, reflexão e oração. Esse foi o fator mais relevante para tê-lo como referência, já que a intenção do TFG é projetar um espaço agradável.

A presença da arte no parque o deixa mais agradável e menos fúnebre. As esculturas do artista Hugo França, por exemplo, transformaram árvores conde-nadas em mobiliários (figura 47),e funci-onam como refúgio para quem deseja refletir. A artista Ale Bufa também produziu a escultura ‘‘árvore’’, que representa a vida. O parque ainda conta com o Bosque das Palavras, desejando materializar as expressões e ecoar emoções em harmonia com a natureza.

A sensibilidade que o Memorial Parque das Cerejeiras tem com os enlutados é fascinante. Os projetos desenvolvidos pelo parque, como o apoio ao enlutado, que presta assistência psicológica, assim como o vida verde, que realiza plantio de árvores, e o painel de mensagens, possibilitam a expressão no momento de luto.

Os espaços diferenciados do parque, como o borboletário, mirante e orquidário, o tornam acolhedor e mostram seu primor.

A colaboração dos funcionários do Memorial, que se puseram a disposição para qualquer dúvida e disponibilizaram todo o material para estudo foi essencial para este trabalho.

3.2.6 Entorno

O cemitério está inserido (figura 45) ao sul do Parque Estadual Guarapiranga. Por possuir grande área de vegetação, integra-se facilmente à paisagem do parque, seguindo ritmo, cor, continuidade e textura. A leste e oeste, observam-se regiões já adensadas.

Figura 47: Escultura | Fonte: Site Crisa Santos Arquitetos

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Memorial

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Estudo de Caso - Crematório e Cemitério Saint Hilaire

3.3.1 Acessos

O acesso ao cemitério parque acontece pela rodovia RS-040, através da guarita com cancela automatizada. Já na edificação, a entrada é centralizada com uma porta de grande dimensão. O acesso ao amplo saguão direciona o usuário aos ambientes do prédio, já do crematório, de uso exclusivo dos funcionário, se dá por um portão metálico, o qual ajuda no manejo dos equipamentos e ataúdes (figura 49).

3.3

Crematório

e Cemitério Saint

Hilaire

O Crematório e Cemitério Saint Hilaire, localizado na cidade de Viamão - RS (figura 48), é administrado pelo Grupo Cortel, empresa do ramo funerário.

Foi inaugurado no ano de 2005, com um programa de necessidades diferen-ciado, que possui o primeiro Bosque In Memoriam do país. Nele, encontra-se um espaço de preservação ambiental e um espaço preparado para receber o asper-gimento das cinzas após a cremação.

Acesso Veículos Acesso Pedestres

Acesso Via Circulação Vertical Acesso Crematório (funcionários) Acesso Subsolo Gavetas (funcionários) Acesso Cemitério Parque

A área de enterramento possui passagem de forma livre, que acontece através das calçadas e gramados. Após a ampliação, o cemitério permitirá o acesso de carros à parte posterior, já que o trajeto ficará mais longo, tornando-se dificultoso aos indivíduos com mobilidade reduzida.

Figura 48: Mapa de localização| Fonte: Google Earth adaptado pela autora

Figura 49: Implantação| Fonte: Google Earth adaptado pela autora

Rio Grande do Sul - Brasil Viamão - Rio Grande do Sul N N

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3.3.3 Zoneamento

O complexo (figura 51) é composto por duas edificações que separam os usos administrativos e técnicos (cremação e preparo do corpo). Entre os dois, há a presença do estacionamento, que enfatiza a diferenciação dos usos e evita a aproximação dos usuários. Prédio Administrativo Estacionamento Prédio Crematório Bosque In Memoriam Lago Cemitério Parque Expansão Cemitério Parque O l o c a l d e e n t e r -ramento representa grande parte da porção de terra do cemitério. Esses espaços possuem galerias subter-râneas com gavetas onde são depositas as urnas funerárias.

O bosque presente no cemitério é um forte dife-rencial do empreendi-mento. O local possui e s p a ç o d e s t i n a d o a o aspergimento das cinzas e a presença da massa de vegetação no terreno ajuda a barrar a poluição sonora.

3.3.2 Circulação

A circulação do prédio (figura 50), de predomínio horizontal, é clara e objetiva. O saguão marca essa circulação, que por fim se transforma em corredor e direciona os usuários facilmente ao seu destino. Ele tem uma área representativa em relação ao edifício, já que esse também se torna um espaço de convívio.

Figura 50: Planta baixa esquemática térreo | Fonte: Elaborado pela autora

Os espaços externos possuem circulações de forma orgânica, marcadas nos espaços de paisagismo, como no Bosque in Memoriam e os caminhos que levam até os jazigos. Entretanto, o acesso até as lápides ocorre de forma livre, sem caminhos traçados, através do gramado.

Figura 51: Implantação| Fonte: Google Earth adaptado pela autora

Estudo de Caso - Crematório e Cemitério Saint Hilaire

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3 . 3 . 4 H i e r a r q u i a s

Espaciais

O Prédio Administrativo possui dois pavimentos: térreo (figura 52) e subsolo (figura 53). Ele é responsável pela recepção dos usuários, que têm acesso pelo saguão e são direcionados de acordo com suas necessidades.

O acesso ao subsolo é realizado através de rampa e escada. As mesmas são cobertas, porém abertas e acabam dificultando o acesso em dias de chuva.

Figura 53: Planta Baixa Esquemática Subsolo | Fonte: Elaborado pela autora

Público Semiprivado Privado

Figura 52: Planta Baixa Esquemática Térreo | Fonte: Elaborado pela autora

Público Semiprivado Privado

Figura 54: Planta Baixa Esquemática Crematório | Fonte: Elaborado pela autora

Público Semiprivado Privado O Prédio Técnico (figura 54) possui acesso privado aos funcionários e apenas em algumas exceções é permitida a entrada de familiares. O hall exige um amplo espaço para o manuseio dos ataúdes, e a partir dele o corpo é e n c a m i n h a d o p a r a c a d a e t a p a d o processo. A sala de preparo do corpo é aberta à funerárias externas e possui mobiliários em inox. A câmara fria tem capacidade para três ataúdes. A chaminé é de formato tradicional, já que o forno é que realiza o processo da cremação e esta possui um funcionário.

As salas de velório possuem tamanho médio, com cerca de 30 m². Cada uma contêm também sala de estar e banheiro privativos, para dar mais conforto à família enlutada. O corredor acaba servindo de apoio, já que, em alguns casos, as salas não comportam os visitantes.

O local, onde o corpo fica armazenado até ser encaminhado para a cremação, possui uma câmara fria e também serve como depósito, já que o espaço é amplo e inutilizado.

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31

3.4.5 Volume / Massa

O bloco principal (figura 55) consiste em um volume sólido, brando e com poucas aberturas. Em sua horizontalidade, se sobressai o volume do telhado central, onde está localizado o saguão, e o vitral em formato circular (figura 56).

Figura 55: Visão geral do prédio | Fonte: Grupo Cortel

3.3.6 Da escolha

O Cemitério e Crematório Saint Hilaire foi escolhido para a realização do estudo de caso pela equivalência aos usos propostos ao TFG. Na região sul do país, ele é um dos únicos empreendimentos que possui a tipologia de cemitério parque e também crematório. Seu programa de necessida-des também corresponde, em grande parte, ao escolhido na proposta de projeto.

Outro fator relevante foi o conheci-mento das áreas externas (bosque in memoriam), e saber como os usuários se apropriam dos espaços de estar.

Além disso, a visita guiada a todas as áreas do cemitério facilitou o entendimento do mesmo. A permissão para o acesso às áreas restritas, como o subsolo onde ficam as gavetas e também ao crematório, auxiliaram no desenvolvimento do trabalho. A entrevista com o funcionário que manu-seia o forno esclareceu o funcionamento do mesmo e quais as necessidades para esse espaço de trabalho.

A administração não permitiu que fossem registradas fotografias para manter a privacidade dos clientes.

Figura 56: Vista do saguão com destaque ao vitral | Fonte: Grupo Cortel

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32

Outros Referenciais

Figura 59: Capela Joá | Fonte: Site ArchDaily Figura 57: Capela Espiral | Fonte: Site ArchDaily

3.4 Outros Referenciais

3.4.1 Capela Espiral

Essa é uma capela de casamentos (figura 57), localizada no Japão, desenvolvida por Hiroshi Nakamura & NAP Architects. A escada em espiral entrelaça o edifício e encarna o ato do casamento de uma forma pura. Assim como duas vidas dão voltas antes de unirem-se numa só, as duas espirais unirem-se juntam ao topo formando uma única fita. Por conta dos terremotos constantes, as duas escadas também ajudam a manter o prédio estável. O exterior foi revestido com painéis de madeira, possibilitando a curvatura necessária, e pintados de branco.

O altar da capela está diante de uma árvore-símbolo presente, e os 80 lugares voltados para a floresta e o mar. O edifício livre, de composição inédita, encanta pela leveza.

3.4.2 Capela Joá

Situada no Rio de Janeiro, a capela (figura 58 e 59) foi projetada pelo escritório Bernardes Arquitetura com relevante conceito: floresta, céu e mar deveriam estar presente na experiência do espaço.

A topografia do terreno influenciou fortemente a implantação do projeto, que utiliza vigas metálicas para a sustentação da capela. Os pórticos de madeira laminada estruturam e envolvem o espaço interno. Eles vão aumentando a altura gradativamente, orientando o olhar para o oceano. A cruz que nasce junto com o pilar de sustentação é emoldurada junto com a paisagem. Já os vidros protegem o espaço de intempéries, além de permitir a visualização da floresta através dos intervalos da madeira.

A simplicidade conceitual junto com a materialidade escolhida potencializam a

(34)

Diagnóstico

da área

4.1 Dimensão Funcional

4.2 Sistema Viário

4.3 Infraestrutura

4.4 Legislação

4.5 Morfologia Urbana

4.6 Dimensão Bioclimática

A a n á l i s e d a á r e a b u s c a

fundamentações que darão base a proposta. As informações coletadas in loco ajudam no desenvolvimento do projeto.

(35)

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34

Diagnóstico da Área

4.1 Dimensão

Funcional

4.1.1 Localização

Braço do Norte (figura 60) está locali-zado no sul catarinense, a 155 km da capital do estado, Florianópolis (site do município).

Situada entre a serra e o litoral, o município também faz parte da Região da AMUREL (Associação dos Municípios da Região de Laguna). Suas cidades extre-mantes são: ao norte, Rio Fortuna; ao sul, São Ludgero; ao oeste, Grão Pará e Orleans; e ao leste Gravatal e Armazém (site do município).

O terreno da proposta (figura 61) está localizado ao norte da cidade, às margens da rodovia SC - 108 que dá acesso ao município de Rio Fortuna. O mesmo fica a cerca de 3,0 Km do centro da cidade (figura 61), não fazendo parte da malha urbana central. Mesmo fazendo parte do perímetro urbano do município, seu entorno tem características rurais.

A área foi escolhida nessa localidade por conta do grande vazio urbano, sendo que no centro da cidade não há espaços livres dessa proporção. O terreno (figura 62 e 63), que tem cerca de 24 ha, atualmente é utilizado para o plantio de milho e possui duas residências de baixo padrão, que proponho retirá-las.

Santa Catarina - Brasil

Braço do Norte - Santa Catarina

Figura 60: Imagem aérea Braço do Norte | Fonte: Google Earth Figura 61: Imagem aérea terreno proposta | Fonte: Google Earth

Figura 62: Imagem terreno proposta | Fonte: Acervo da autora

Figura 63: Imagem terreno proposta | Fonte: Acervo da autora

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35

4 . 1 . 2 H i s t ó r i c o d a

Área

Os primeiros povoadores (figura 64) de Braço do Norte fixaram-se nessa região em abril de 1862. Já em 1870, conseguiram doação de terra no vale através da influên-cia do Padre Guilherme Roher, dando início ao desenvolvimento da cidade. No ano de 1875, chegaram os italianos (figura 65) e no ano seguinte os portugueses (HARGER, 2016).

Em 1926, a cidade recebeu o nome de Collaçopolis, homenageando um ex-prefeito de Tubarão. Em seguida, no ano de 1928, recebeu o nome definitivo de Braço do Norte (HARGER, 2016).

Uma comissão composta dos mais influentes políticos, no ano de 1943, pediu, em uma audiência, a emancipação do município, entretanto, a cidade vizinha, Grão Pará, impediu-a naquele ano. Apenas dez anos depois, em dezembro de 1953, conseguiu-se a criação do município, por meio das condições apresentadas por Nereu Ramos. Porém, em 1955, a mesma foi declarada inconstitucional, tornando Braço do Norte um distrito de Tubarão. Com a anulação, a população se uniu, sem distinção de partido, conseguindo nova-mente a criação do município, em 22 de outubro de 1955, através da Lei Nº. 231/55 (HARGER, 2016).

Figura 66: Foto da Igreja Matriz na década de 1950 | Fonte: Google Imagens

Figura 67: Planta Baixa do Distrito de BN feita pelo Eng. Agrimensor Carlos Othon | Fonte: Secretaria da Cultura de BN

Diagnóstico da Área

Figura 64: Chegada dos primeiros colonos alemães em BN | Fonte: Secretaria da Cultura de BN

Figura 65: Casal de imigrantes italianos | Fonte: Secretaria da Cultura de BN

(37)

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36

concentrando a população urbana. Os demais são de pequeno porte, suprindo apenas a necessidade das localidades mais afastadas do centro urbano. Eles estão nos seguintes bairros: Rio Amélia, São Maurício, São José, Avistoso, Pinheiral, Rio das Furnas e Travessão.

No mapa abaixo (figura 70) pode-se identificar a localização dos cemitérios constatados no levantamento.

4.1.4 Dimensão

Econômica

Na década de 1960, o setor econô-mico do município era impulsionado pela agropecuária. Atualmente, se sustenta num tripé composto por três setores: serviços, indústria e agropecuária (figura 68) (SITE DO MUNICÍPIO).

A economia rural se destaca pela quantidade e qualidade dos seus produtos. As fontes que alavancam esse setor são: agricultura (fumo, batata, milho, feijão, mandioca, cana de açúcar, laranja, tomate, repolho e melancia), suinocultura e bovino-cultura (produção de leite e derivados, abates e industrialização de carnes). Em 2013, Braço do Norte foi nomeada a capital Nacional do Gado Jersey, por ser consi-derada a maior criadora da raça, com cerca de 20 mil cabeças de gado. Todo mês de junho acontece a FEAGRO, uma das maiores exposições de gados da raça Jersey do mundo, o que ajuda a impul-sionar a economia local (SITE DO MUNICÍPIO).

4.1.5 Cemitérios de

Braço do Norte

Realizando um breve levantamento no município de Braço do Norte, constatou-se que o mesmo conta com 08 cemitérios públicos e nenhum privado. O principal, Cemitério Municipal de Braço do Norte, está localizado no bairro Rio Bonito e atende a maior demanda do município, Figura 68: PIB do Município no período de 2010/13. | Fonte: IBGE

Figura 69: Primeira Sapataria de Braço do Norte | Fonte: Secretaria da Cultura de BN

Figura 70: Imagem aérea de BN com marcação dos cemitérios existentes. | Fonte: Google Earth adaptado pela autora.

Os primeiros sepultamentos realiza-dos no Cemitério Municipal de Braço do Norte aconteceram no início da década de 1950, quando realizou-se a transferência dos restos mortais do antigo cemitério da

Diagnóstico da Área

(38)

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Miosótis

37

cidade localizado atrás da Casa Paroquial da Igreja Matriz. Atualmente, o cemitério conta com duas alamedas principais em formato de cruz, que ligam os dois acessos existentes e uma capela mortuária. As demais vielas que dão acesso aos túmulos são desniveladas, estreitas e não seguem um padrão de pavimentação. O cemitério, de tipologia tradicional horizontal, possui lápides acima do nível do solo com sepulturas subterrâneas e mausoléus (figura 71). A maioria são revestidas com mármore ou granito, sendo de fácil percepção a classe social familiar.

Os cemitérios localizados no bairros (figura 72 e 73) mais afastados do centro são pouco adensados comparados ao Cemitério Municipal. Entretanto, seguem a mesma tipologia e os mesmos padrões de revestimento. No geral, foram estabele-cidos próximos das igrejas de cada comunidade.

Figura 71: Cemitério Municipal de Braço do Norte | Fonte: Acervo pessoal

4 . 2 S i s t e m a

Viário

A área central de Braço do Norte possui como principais, um conjunto de 4 vias arteriais (figura 74) que distribuem o trânsito de um ponto ao outro. Duas delas, a Avenida Felipe Schmidt e a Rua Jorge Lacerda, são as principais vias de acesso ao terreno da proposta. Elas também se conectam às rodovias estaduais SC - 370 e SC - 108 que dão acesso aos municípios vizinhos. As ruas são todas simples e com pavimento asfáltico. 2 3 4 4 1

Figura 74: Mapa Hierarquia Viária | Fonte: Google Earth adaptado pela autora

Via Arteria Rodovia Estadual Rio Braço do Norte Terreno da Proposta

Av. Felipe Schmidt Rua Jorge Lacerda SC - 370 SC - 108 1 2 3 4

Diagnóstico da Área

Figura 73: Cemitério Bairro São Maurício | Fonte: Acervo pessoal

Figura 72: Cemitério Bairro São José | Fonte: Acervo pessoal

(39)

Memorial

das

Miosótis

38

Tratando-se da micro escala (figura 75), a principal via, próxima ao terreno da proposta, é a SC - 108 que gera o acesso ao mesmo. As demais estradas são de caráter vicinal, que não possuem pavimentação, são de terra batida, podendo ser caracte-rizadas como vias locais. Próximo ao terreno também há uma ponte que dá acesso a margem direita do rio, onde parte pertence à Braço do Norte, e outra à Grão Pará.

Os principais agentes (figura 76) que agravam esse quesito são: o polo da Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL do município, que intensifica o movimento de carros na região durante a semana no período das 19h às 23h; o CTG Estância do Vale, que realiza eventos de grande porte em alguns finais de semana do ano; e sendo o acesso principal à cidade de Rio Fortuna. Entretanto, a concentração de veículos não é suficiente para ser prejudicial, já que se trata de uma via de trânsito rápido.

Via Local

Rodovia Estadual Rio Braço do NorteTerreno da Proposta Figura 75: Mapa Hierarquia Viária | Fonte: Google Earth adaptado pela autora

4 . 2 . 1 E l e m e n t o s

Geradores de Tráfego

Nas áreas próximas ao terreno da proposta, identificam-se alguns elementos que geram trânsito à localidade.

Figura 76: Mapa Elementos Geradores de Tráfego | Fonte: Google Earth adaptado pela autora

Rio Braço do Norte Rodovia Estadual Terreno da Proposta

UNISUL

CTG Estância do Vale Acesso Rio Fortuna

4 . 3 I n f r a

-estrutura

* Água: O abastecimento de água no

município é realizado pela Casan – Companhia Catarinense de Águas e Saneamento. A rede passa pelo terreno, que deve ser pedido o ligamento na rede.

* Luz: A cidade é abastecida por uma

cooperativa de eletrificação, a Cerbranorte. A rede está presente no terreno escolhido, necessitando apenas a realização do ligamento na rede.

* Esgoto: Braço do Norte está

implantando saneamento básico, sendo que ainda não atingiu 100% da rede. Em vista disso se torna necessário a implan-tação de fossa e sumidouro.

* Coleta de Lixo: No bairro Uruguaia

(local do terreno da proposta), a coleta é realizada a cada 15 dias, nas quintas-feiras. A empresa responsável pelo município é a Retrans.

* Transporte Coletivo: O município

não conta com o serviço de transporte coletivo.

Diagnóstico da Área

N N

(40)

Memorial

das

Miosótis

39

4.4 Legislação

4.4.1 Plano Diretor

Municipal

O Plano Diretor Participativo da cidade de Braço do Norte, de junho de 2012, caracteriza a área escolhida para proposta como Zona Industrial I. Ele indica os condicionantes que limitam essa ocupação como as características do relevo, a presença de vegetação e de cursos d'água. Abaixo os objetivos desta zona são transcritos:

Art. 58. Constituem objetivos específicos da Zona Industrial-I: I - abrigar indústrias de pequeno e médio porte que desenvolvam atividades de menor impacto; II - abrigar comércio de maior porte, especialmente comércio atacadista, distribuidores de bebidas e distribuidores de gás GLP;

III - evitar conflito com demais usos, especialmente com o uso residencial, bem como prevenire mitigar os impactos ambientais das atividades desenvolvidas.

A lei ainda destaca, em seu Artigo 60 q u e e s t á p r e s e n t e n o A n e x o - I d o documento, a Tabela de Parâmetros para

Ocupação do Solo, que deveriam constituir os parâmetros urbanísticos da Zona Industrial-I, todavia, essa zona não foi identificada na tabela. Em contato com a Prefeitura Municipal, o responsável declarou que os parâmetros para tal área eram livres, já que não constavam no documento. Em caso de execução de obra, deveria ser realizado estudo de viabilidade do terreno e análise de um anteprojeto por responsável da prefeitura.

4 . 4 . 2 C ó d i g o

Florestal Brasileiro

O Código Florestal Brasileiro estabelece diversos parâmetros sobre as formas de explorar o território brasileiro, determinando as áreas de preservação ambiental.

As áreas de preservação permanente têm a função de preservar locais frágeis como as margens de rios, que é o caso encontrado no terreno da proposta. O Rio Braço do Norte tem uma largura média de 48 metros, se enquadrando no que a lei determina para rios de 10-50m, que deve haver área mínima de 50m de mata ciliar.

4.4.3 Deinfra - SC

Segundo o Deinfra do estado de Santa Catarina, o Decreto de Utilidade Pública estabelece que construções às margens de rodovias estaduais devem compreender uma faixa de domínio destinada ao uso rodoviário, devendo haver uma área contida entre o eixo da mesma até a distância perpendicular de 15 (quinze) metros para ambos os lados, do início até seu término.

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