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Seminários de Pesquisa de Doutorado 1º/2021

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Seminários de Pesquisa

de

Doutorado

– 1º/2021

Linhas de Pesquisa

ESTADO, CONSTITUIÇÃO E SOCIEDADE NO PARADIGMA DO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO

Alunos

Gustavo Vidigal Costa Luciana Machado Oliveira Meire Aparecida Furbino Marques

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PLANEJAMENTO ESTATAL DIRETIVO E A APLICAÇÃO DO

DIREITO PLANEJADOR SANCIONADOR

Gustavo Vidigal Costa

gvcosta1@gmail.com

Doutorando em Direito Público Linha: “Estado, Constituição e Sociedade no Paradigma do Estado Democrático de Direito” Orientador: Prof. Dr. Giovani Clark

RESUMO ESTENDIDO – SEMINÁRIO II

É de se reiterar (sempre) que o Brasil enfrenta, neste século XXI, a agenda social do século XIX, pois o diagnóstico da nação revela que há inúmeras demandas individuais, sociais e econômicas impostas pela Constituição da República de 1988 – de natureza analítica, eclética (pragmática), dirigente e diretiva (impositiva).

Além disso, “com a redemocratização do País e a consagração, por meio da Constituição da República de 1988, dos princípios do Estado Democrático de Direito, o atingimento dos objetivos constantes no artigo 3º da CR/88 perpassa, necessariamente, pela efetivação dos direitos fundamentais, sociais e econômicos, por meio da construção participativa, pública, racional e transparente em todos os níveis da sociedade” (COSTA, pág. 19/20).

O artigo 3º da CR/88 traduz um verdadeiro condutor das ações a serem efetivadas na sociedade brasileira, a “cláusula transformadora” da Constituição, pois revela a situação fática do país e a busca do desenvolvimento como mote indispensável para a redução da desigualdade, promoção do bem de todos e a construção de uma sociedade livre, justa e solidária. (BERCOVICI, 2005).

A Carta Magna contém temas de natureza econômica, que se propagam por todo o corpo jurídico, ocorrendo, assim, a “juridicização” dos assuntos econômicos em grau constitucional, seja em artigos isolados no texto da Constituição, ou em um de seus “títulos e capítulos”, denominando-se, na esteira de Washington Peluso Albino de Souza, de “Constituição Econômica”. (SOUZA, 2005, p. 136).

A sociedade não almeja somente liberdade sob o ponto de vista físico, mas, também, liberdade de escolha para promover o desenvolvimento de cada indivíduo na sociedade. Entretanto, para que isso se efetive, é imprescindível que a alocação dos gastos públicos seja direcionada para atendimento aos direitos fundamentais sociais (saúde, educação, moradia, saneamento básico, mobilidade urbana eficaz, diversão e arte) na esteira do imprescindível instituto do planejamento.

Assim, a hipótese que se investiga é a indispensabilidade do planejamento para o desenvolvimento do Brasil, especialmente quanto ao aspecto diretivo constitucional das leis planejadoras (por exemplo: Plano Diretor, Plano Nacional de Resíduos Sólidos, Plano Nacional de Educação Básica, dentre outros) e dos instrumento orçamentários e de planejamento (Plano Plurianual - PPA, Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO - e Lei Orçamentária Anual - LOA)

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- aos atores públicos (e privados) na efetivação das políticas públicas e a possibilidade (e dever) de controle por parte dos diversos órgãos/instituições (Direito Planejador Sancionador).

Justifica a investigação em questão para sedimentar a importância do planejamento estatal (por meio de suas diversas leis do plano, ou seja, o dever-ser da lei planejadora) na implementação das diversas políticas públicas que concretizam os preceitos normativos e de comando da Constituição da República, pois os artigos 3º, 6º, 170, 196 e 205 (por exemplo) devem se tornar efetivos e palpáveis a toda sociedade e não meras normas simbólicas.

O desenvolvimento do trabalho perpassa pela linha do direito econômico dirigente/normativista do Prof. Washington Peluso Albino de Souza, percussor do Direito Econômico do Brasil, que discorreu, dentre os vários temas, o instituto do planejamento como instrumento indutor do desenvolvimento econômico.

Para se atingir a este desiderato, o trabalho caminhou, inicialmente, pelas bases do Direito Econômico e as formas de intervenção do Estado na Economia; as diferenças entre o neoliberalismo de regulação, regulamentação e de austeridade; o planejamento comparado; a relação do planejamento, democracia, desenvolvimento e políticas públicas. Indo mais para o final do trabalho, foram tratados tópicos relacionados com os instrumentos legais de planejamento (inclusive a “arquitetura orçamentária constitucional” – PPA, LDO e LOA) e o direito planejador sancionador – a possibilidade (legal, real e factível) do controle (e sanção) em virtude do descumprimento do planejamento nas esferas de controle (Judiciário, Ministério Público, Tribunal de Contas, social, etc).

SUMÁRIO Capítulo I - Introdução

1. Exposição do tema e problematização.

2. Objetivo geral e os objetivos específicos da pesquisa. 3. A metodologia e os procedimentos adotados.

4. Apresentação breve de cada capítulo.

Capítulo II – A Constituição Econômica e a intervenção do Estado

1. Estado Liberal, Social e Democrático de Direito no âmbito do Direito Econômico 2. Constituição Econômica e a ideologia constitucionalmente adotada.

3. Direito econômico dirigente-normativista X análise econômica do direito 4. Formas de intervenção do Estado no domínio econômico. Neoliberalismo de regulamentação, de regulação e de austeridade (financeira)

5. A intervenção do Estado e a pandemia do Covid19

Capítulo III - Instituto do Planejamento enquanto direito regulamentar econômico 1. Planejamento Estatal. Direito regulamentar econômico. Importância conceitual. Planejamento, Plano e Lei do Plano.

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3. Evolução histórica do planejamento no Brasil.

4. Confronto entre o planejamento e o neoliberalismo financeiro (ou de austeridade) no Brasil

5. Planejamento, Democracia, Desenvolvimento e Políticas Públicas.

6. Instrumentos Jurídicos do Planejamento. Concepção dos instrumentos orçamentários e a importância dos estudos técnicos de formulação das políticas públicas.

7. Federalismo e o planejamento

Capítulo IV - Os instrumentos orçamentários e de planejamento

1. Conceituação dos instrumentos orçamentários – Plano Plurianual (PPA), Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e Lei Orçamentária Anual (LOA) e princípios

correspondentes.

2. Concepção constitucional dos instrumentos orçamentários. Lei Complementar 101/2000 – Lei de Responsabilidade Fiscal. Lei nº 4320/1964. Orçamento Tradicional (ou clássico) e Orçamento-Programa.

3. Instrumentos de planejamento.

4. Processo democrático dos instrumentos orçamentários/planejamento – processo legislativo.

5. A natureza diretiva (impositiva) dos instrumentos orçamentários e de planejamento. Capítulo V – Direito Planejador Sancionador

1. Fundamentos. Princípios. Atuação. Espécies. 2. Direito Planejador Sancionador Jurisdicional 2.1. Poder Judiciário

2.2. Ministério Público

3. Direito Planejador Sancionador Administrativo 3.1. Tribunais de Contas

3.2. Controle Interno

4. Direito Planejador Sancionador Político 4.1. Parlamento

4.2. Sociedade

Capítulo VI - Conclusão

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O DIREITO À MORADIA COM A LEI DE REGULARIZAÇÃO FUNDIARIA: Uma análise qualitativa da efetivação deste direito fundamental com base na teoria

da encriptação

Discente: Luciana Machado Oliveira

Orientadora: Dra. Marinella Machado Araújo

Grupo de pesquisas: NUJUP- Núcleo Jurídico de Políticas Públicas

A partir da inclusão da moradia no rol dos direitos sociais expressamente enunciados no art. 6º. da Constituição Federal de 1988, consagrou-se no âmbito jurídico a afirmação do direito à moradia como direito humano e fundamental. No entanto, se enfatizarmos os aspectos históricos e políticos do tema moradia constata-se que a mera afirmação jurídico-formal deste direito essencial está longe de significar a sua efetividade na sociedade contemporânea.

O direito humano fundamental à moradia é reconhecido como direito social de segunda dimensão. Ressalta, entretanto, que o direito à moradia envolve um complexo de direitos e de deveres de cunho negativo (de defesa) e positivo (prestacional). E uma das formas de efetivação do direito à moradia esta disciplinado com a Lei 13465/2017, Lei da Regularização Fundiária.

Desde a redemocratização, partindo da Constituição Federal de 1988 destacamos a existência de várias legislações infraconstitucionais, do próprio Direito e dos parâmetros da legalidade, que tem em sua estrutura a defesa e salvaguardo do direito à moradia e o acesso à terra urbana. Entretanto, o que se percebe, claramente, são que estas normas tem o condão de neutralizar o direito fundamental à moradia, de simular a defesa e a prestação do Estado aos interesses sociais.

A pesquisa se enquadra no contexto do Núcleo Jurídico de Políticas Públicas- NUJUP, pela análise do direito fundamental à moradia pelas políticas públicas habitacionais brasileiras e, também, pelo caráter crítico e reflexivo da adoção da Teoria da Encriptação do Poder.

Quando se fala em encriptação o ponto central é a especialização da linguagem, dos procedimentos e das regras de decisão previstas numa dada constituição. Com isso, o político torna-se técnica, cujo conhecimento é cada vez mais circunscrito a núcleos de iniciados. Em outras palavras, é criada uma simulação de concretização a população de efetivação dos direitos fundamentais,

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quando na realidade estes direitos se encontram encriptados a alguns e específicos agentes sociais.

O que seria a encriptação do poder senão a desarticulação politica da democracia limitando os conflitos ao delineamento legal e jurídico excluindo o povo a capacidade de debate, da articulação e da argumentação ficando assim, toda a discussão nas mãos do poder constituído.

O ponto central da encriptação é a especialização da linguagem, dos procedimentos e das regras de decisão previstas numa dada constituição. Com isso, o político torna-se técnica, cujo conhecimento é cada vez mais circunscrito a núcleos de iniciados. (SANÍN- RESTREPO,2012; 2016; 2018.SANÍN-RESTREPO; ARAÚJO, 2020)

Tudo isso é feito enquanto se mantém o simulacro da soberania popular como axioma político e jurídico do povo. A emboscada ao poder do povo segue uma lógica simples: tornar o povo soberano, devolver a soberania à norma, desativar o povo dentro da norma, capturar sua energia na legalidade, negar seu acesso à linguagem e expulsar seus corpos para a máquina trituradora do mercado.

As hipóteses já confirmadas até o presente momento são que, primeiramente, o Direito social à moradia se cumpre efetivamente não somente com a distribuição de títulos de propriedade, visto que, quando se fala em sustentabilidade urbana, isso não se limita a um título, mas a todo um conjunto fundamental para a concretização da dignidade da pessoa humano no espaço que ela está inserida.

Ainda confirmamos, que política de regularização fundiária urbana não se destina, prioritariamente, a população de baixa renda demonstrando assim, o simulacro do direito à moradia. Outro ponto, é que a Lei 13.465/2017 adquire, claramente, simbolismo quando apresenta inefetividade qualitativa confirmando assim, o simulacro das políticas públicas brasileiras da regularização fundiária urbana. Isso nada mais é do que o discurso do direito social à moradia como forma de aplacar o clamor social.

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CLARK, Giovani; LIMA, Bruno Fernandes Magalhaes Pinheiro de. Políticas Urbanas: A encriptação do direito e a desencriptação pela aplicação da ideologia constitucional adotada. In: Revista de Direito, Economia e Desenvolvimento Sustentável. Curitiva, V. 2; n.2. 2016, p. 1-16. Acesso em: <

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SANÍN-RESTREPO, R. Decrypting power (Global Critical Caribbean Thought). Kindle ed. Londres: Rowman & Littlefield International, 2018.

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SARLET, Ingo Wolfgang. Dignidade da pessoa humana e direitos fundamentais: na Constituição Federal de 1988. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2002.

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Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

Programa de Pós-Graduação em Direito – Doutorado

Linha: Estado, Constituição e Sociedade no Paradigma do Estado Democrático de Direito

DA ERA ANALÓGICA À DIGITAL:

a necessidade de proteção dos direitos humanos/fundamentais em tempos cibernéticos

Meire Aparecida Furbino Marques1 José Adércio Leite Sampaio2

A presente tese tem como objetivo analisar a influência do desenvolvimento das tecnologias digitais na vida das pessoas e os riscos a que elas se expõem ao fazer uso das facilidades proporcionadas pelos meios eletrônicos (tais como plataformas de mídia digital para pesquisas e interação social), internet das coisas (IoT) e, principalmente, pelo uso, exponencial, da inteligência artificial (IA). A partir da detecção do papel das grandes empresas, que controlam essas plataformas, questiona-se qual o risco para os direitos humanos/fundamentais, em uma nova era digital (revolução 4.0), e como poderá ser garantia a prevalência dos referidos direitos, em que pese a atuação do Estado e do setor privado.

Abordar-se-ão os conceitos de democracia, capitalismo e constitucionalismo. A democracia, como governo do povo (Norberto Bobbio), e sua manipulação por meio do setor econômico que, na era capitalista, dita as regras do jogo ao impor normas não legitimadas por quem seria de direito: o povo, por meio de seus representantes. Essa ilegitimidade (ou pseudolegitimidade) põe em risco a democracia constitucional (Luigi Ferrajoli) e representativa, além de abrir espaço para suas crises (Adam Przeworski) ao ceder lugar para a ascensão de “democracias iliberais” (democracias sem direitos) ou do “liberalismo antidemocrático” (direitos sem democracia) (MOUNK, 2019, p. 30).

O constitucionalismo moderno, que estipula regras soberanas de cada nação e limita o poder estatal, também se mostra vulnerável à influência das empresas de capital

1 Orientanda: Doutoranda em Direito Público. Mestre em Direito Público pela PUCMinas. Especialista em Direito Público e Direito Tributário. Bacharel em Direito e Administração. Professora Universitária. ORCID iD https://orcid.org/0000-0003-4463-9554.

2 Orientador: Pós-Doutor em Direito pela Universidad de Castilla la Mancha. Doutor e Mestre em Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais. Procurador da República do Ministério Público Federal. Professor universitário. ORCID iD: https://orcid.org/0000-0002-9452-4811.

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Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

Programa de Pós-Graduação em Direito – Doutorado

Linha: Estado, Constituição e Sociedade no Paradigma do Estado Democrático de Direito

privado, e, por vezes, percebe-se a cooptação do poder estatal pelo poder econômico, em uma espécie de relação promíscua. Nesse mister é que se discute o constitucionalismo digital (Gunther Teubner, Edoardo Celeste, Nicolas Suzor, entre outros). Percebe-se a necessidade de estabelecer um diálogo institucional e ações que promovam a igualdade social por meio de educação midiática, inclusive para a cidadania, que conscientize tanto os eleitores da importância do voto universal, como os eleitos de seu compromisso com os valores democráticos, a fim de preservar, em tempos cibernéticos, os direitos já conquistados pelos cidadãos.

Nesse contexto, retoma-se a questão das revoluções e o desenvolvimento a que elas conduziram, para adentrar no período da revolução digital, na qual a vida encontra-se em estágio 3.0 (encontra-segundo Mark Tegmark), e demonstrar a transição entre o analógico e o digital e a presença da internet como fenômeno desenvolvimentista, que tanto promete maior qualidade de vida (ao permitir o contato de pessoas que estão distantes, ao permitir o acesso à informação, ao desenvolver a medicina digital, ao promover a escola à distância etc.), quanto traz novos problemas, especialmente extração e formação de big data, ‘minerados’ sem custo, que é considerado o novo petróleo da contemporaneidade.

Os dados (rastros) deixados pelos usuários na utilização das plataformas midiáticas são explorados pelas redes. Soshana Zuboff designou essa prática como “capitalismo de vigilância”, pois permite, por meio de algoritmos e IA, apurar preferências, padrões comportamentais e, a partir daí, manipular pessoas, modificar comportamentos, influenciar as preferências, inclusive consumeristas e eleitorais. O usuário passa a ser o produto a ser explorado, em nível individual e coletivo!

Diante dessa nova realidade denota-se a imprescindibilidade de buscar ferramentas que façam prevalecer a inteligência humana, sobrepondo-se à (des)inteligência e à (des)humanidade da máquina, que é movida apenas pela racionalidade. Tudo isso indica a necessidade de se editar uma declaração de direitos no espaço digital, que limite tanto a ação estatal, quanto a ação de empresas privadas, quando o objeto de ação seja prejudicial aos direitos humanos/fundamentais, em nível global.

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Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

Programa de Pós-Graduação em Direito – Doutorado

Linha: Estado, Constituição e Sociedade no Paradigma do Estado Democrático de Direito

A pesquisa valer-se-á do método descritivo, mediante pesquisa bibliográfica e análise crítica de legislação, livros e artigos científicos, nacionais e estrangeiros.

Palavras-chave: Democracia. Constitucionalismo. Tecnologia. Inteligência artificial. Direitos humanos/fundamentais.

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Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

Programa de Pós-Graduação em Direito – Doutorado

Linha: Estado, Constituição e Sociedade no Paradigma do Estado Democrático de Direito

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÒLICA DE MINAS GERAIS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO

A DEMOCRACIA REPRESENTATIVA EM CRISE:

o recall como via de revogação do mandato político no Direito brasileiro

Sérgio Augusto Veloso Brasil1 José Adércio Leite Sampaio2

INTRODUÇÃO

A democracia representativa está em crise – ou será que morreu? O descumprimento do exercício do mandato político, por parte de representantes eleitos pelo povo, atendendo a interesses diversos daqueles com os quais se comprometeram durante a campanha eleitoral, demonstra falhas na democracia representativa, em especial na representação dos eleitores e controle dos representantes.

Justifica-se a proposta de tese pois o Estado Democrático de Direito, conforme

caput do art. 1º da CRFB/88 (BRASIL, 2021), não é capaz de controlar o exercício do

mandato político deferido pelo povo a seus representantes quando, rotineiramente, ocorrem desvios.

Nesse contexto, trata-se de um estudo aprofundado do instituto do recall como via de revogação do mandato político no Direito brasileiro, como alternativa de empoderamento da soberania popular, da cidadania e, sobretudo, da democracia representativa no Brasil. O objetivo geral é estudar a democracia representativa e o

recall como via constitucional de revogação do mandato político.

Indaga-se: os mecanismos de participação popular direta, previstos no art. 14 da CRFB/88, são efetivos e suficientes para a representação política e o controle dos representantes eleitos na democracia representativa brasileira? Há alternativa para aperfeiçoar os dispositivos constitucionais vigentes e aprimorar a Educação

1 Discente: Mestre em Direito Empresarial pela Faculdade de Direito Milton Campos. Doutorando em

Direito Público. Advogado. Currículo Lattes: CV: http://lattes.cnpq.br/0281180381209568. ORCID: https://orcid.org/0000-0003-3905-5570. E-mail: sergioavbrasil@gmail.com

2 Orientador: Pós-Doutor em Direito pela Universidad de Castilla la Mancha. Doutor e Mestre em Direito

pela Universidade Federal de Minas Gerais. Procurador da República do Ministério Público Federal. Professor universitário. CV: http://lattes.cnpq.br/6500803835232465 ORCID https://orcid.org/0000-0002-9452-4811. E-mail: joseadercio.contato@gmail.com

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Constitucional Política no Brasil, implementando-se a participação popular, qualificando-se a decisão política e sua legitimação? Como prevenir a atuação populista e a captura econômica do representante eleito e controlar os desvios no exercício do mandato político?

A hipótese apresenta uma proposta de lege ferenda de inclusão por Emenda Constitucional (EC) na CRFB/88 do instituto do recall, bem como do Direito de Educação Constitucional Política aos representantes eleitos.

Autores como Baracho (1999), Bobbio (2012, 2014, 2015, 2020), Clark (2001), Cronin (1999), Cruz (2014), Dallari (2007), Gomes (2020), Levitscky e Ziblatt (2018), Manin (1997), Medina (2012), Monteschio (2018), Mouffe (2015), Rancière (2014), Sampaio (2002, 2013), Sanin-Restrepo e Araújo (2020), Streck (2017) e Verdu (1981), entre outros, constituem a fundamentação teórica do estudo.

METODOLOGIA

Classifica-se a pesquisa como bibliográfica e descritiva, utilizando como fontes as normas constitucionais e infraconstitucionais relacionadas ao tema, como também, a produção doutrinária. Adotar-se-ão os métodos dedutivo, com apreensão de conceitos e reflexão de fatos; o indutivo, facilitador para as conclusões; e o analítico-sintético para as reflexões conclusivas.

PRINCIPAIS RESULTADOS E DISCUSSÃO

Um dos resultados apresentados é a proposta de revogação do mandato político do representante eleito por voto majoritário, via recall, isto é, a destituição do mandato de presidente, governador, prefeito e senador. Busca-se evitar que se frustre a vontade do eleitor e que a soberania popular fique vulnerável.

Outro resultado é a proposta de aprimoramento do Estado quanto ao Direito de Educação Constitucional Política para os representantes eleitos, para selar este pacto democrático, de forma preventiva.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Há necessidade de se aperfeiçoar a democracia representativa e os mecanismos de participação popular. A tese apresenta o recall, como via de revogação do mandato político no Direito brasileiro, bem como propõe instituir o Direito de Educação Constitucional Política para os representantes eleitos, como forma de proteger o voto e prevenir os desvios perpetrados na representação política.

Palavras-chave: Democracia representativa. Recall político. Representação política. Educação Política. Constitucionalismo Democrático.

REFERÊNCIAS

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