ESCRITORIO DARLAN GARCIA
JESUS é o advogado. Nós somos parte de sua equipe.
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz da SEXTA VARA do Juizado Especial Civil da Justiça Federal Alagoas
CONTRA RAZÕES AO RECURSO
Processo n.º
0501700-72.2012.4.05.8013 distribuído em 08/02/2012MARIA DAS GRAÇAS PEREIRA DE OLIVEIRA através de seu advogado abaixo assinado, qualificados na inicial, CIENTE do Recurso interposto pelo Réu, DATA VENIA, tempestivamente vem apresentar suas CONTRA RAZÕES requerendo a juntada aos autos.
Esperando merecer deferimento,
Pede a juntada aos autos
Maceió, 27 de outubro de 2012.
DARLAN GARCIA ADVOGADO
EGREGIA TURMA RECURSAL DE ALAGOAS
M. M. JULGADORES
MARIA DAS GRAÇAS PEREIRA DE OLIVEIRA através de seu advogado abaixo assinado, qualificados na inicial, CIENTE do Recurso interposto pelo Réu, tempestivamente vem apresentar suas CONTRA RAZÕES.
A r. sentença NÃO merece reforma.
O MM Julgador de primeiro grau julgou procedentes os pedidos da parte recorrida
fundamentado na Jurisprudência dominante; na dignidade humana; na Exegese do
Direito e por fim, na Lei nº 8.213/91:
Art. 42. (...)
§ 2º A doença ou lesão de que o segurado já era portador ao filiar-se ao Regime Geral de
Previdência Social não lhe conferirá direito à aposentadoria por invalidez, salvo quando
a incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou agravamento dessa doença ou
lesão.”.
Art. 25. A concessão das prestações pecuniárias do Regime Geral de Previdência Social
depende dos seguintes períodos de carência, ressalvado o disposto no art. 26:
I - auxílio-doença e aposentadoria por invalidez: 12 (doze) contribuições mensais
Art. 24. (...).
Parágrafo único. Havendo perda da qualidade de segurado, as contribuições
anteriores a essa data só serão computadas para efeito de carência depois que o segurado
contar, a partir da nova filiação à Previdência Social, com, no mínimo, 1/3 (um terço) do
número de contribuições exigidas para o cumprimento da carência definida para o
benefício a ser requerido.
IN FINE
:AUTOR (A):Maria das Graças Pereira de Oliveira RÉU: Instituto Nacional do Seguro Social
SENTENÇA
Cuida-se de pedido de concessão de APOSENTADORIA POR
INVALIDEZ e, sucessivamente, de AUXÍLIO-DOENÇA, cumulado com pedido de
pagamento de parcelas retroativas, contra os quais se insurge o INSS, ao argumento de que a patologia apresentada pela parte autora era pré-existente ao reingresso na previdência social.
Passo a fundamentar e decidir.
1. O direito à percepção da aposentadoria por invalidez pressupõe que o segurado da Previdência Social esteja incapacitado para toda e qualquer atividade profissional e impossibilitado de ser re-inserido no mercado de trabalho, via procedimento de reabilitação profissional, a teor do que dispõe o artigo 42 da Lei Federal n.º 8.213 de 19911, dentre outros requisitos cumulativos, como não ser portador da doença ou da lesão invocada como causa para o benefício, salvo quando a incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou agravamento dessa doença ou lesão.
2. Nesse sentido, vejo que a avaliação técnica produzida por profissional da área médica nos presentes autos eletrônicos concluiu que a parte autora é portadora de
HAS e gornatrose bilateral, estando, assim, incapacitada para o exercício de suas
funções habituais de assessora administrativa (arquivo de prontuários).
3. Observo, ainda, que, diante de seu estado debilitado saúde, a parte autora encontra-se objetivamente impossibilitada de submeter-se a programa de reabilitação profissional para o exercício de qualquer outra atividade que lhe permita garantir dignamente o seu próprio sustento, conforme afirmado pela perita em resposta ao quesito de nº 06, razão por que faz jus ao benefício aposentadoria por invalidez.
4. No caso dos autos, o ponto nodal da questão reside em saber se a patologia da qual a parte autora é portadora se deu depois de sua filiação ao Regime Geral de Previdência Social.
5. Neste passo, verifico que a parte autora ingressou no regime Geral da Previdência Social em outubro/1975, onde permaneceu até março/1983 (cf. arquivo eletrônico nº 12), fora a época em que trabalhou para o Estado de Alagoas com o empregado, voltando a contribuir apenas em maio de 2010 (cf. arquivo eletrônico nº 12), interrompendo sua qualidade de segurado por longo período.
6. Após um detalhado exame clínico e dos documentos acostados aos autos, a perícia médica realizada neste Juizado concluiu que a incapacidade da parte autora para sua função habitual só restou comprovada a partir de agosto de 2011 conforme exame acostado aos autos.
7. Assim, observo que, muito embora o autor já fosse portador de “gonartrose bilateral” desde 2010, a incapacidade laboral somente adveio pela progressividade da patologia, restando comprovada apenas em agosto de 2011, ou seja, é posterior ao reingresso na Previdência Social, fazendo jus o autor ao benefício requerido, nos termos do art. 42, § 2º, da Lei nº 8.213/912.
8. Ademais, observo que, tendo recolhido cinco contribuições no período de maio de 2010 a setembro de 2010, a parte autora contava com o período mínimo de carência exigido para a concessão do benefício requestado na data do requerimento administrativo, nos termos do art. 25, I, c/c art. 24, p.ú., ambos da Lei nº 8.213/913.
9. Desta forma, tenho que merece prosperar, em parte, a pretensão deduzida em juízo pela parte autora, no que pertine às parcelas retroativas ao ajuizamento da ação, data em que foi apresentado o pedido judicial, mercê de não ter sido comprovada a incapacidade quanto da apresentação do requerimento administrativo.
10. Por todo o exposto, julgo parcialmente procedente o pedido inicial da parte
autora, ao tempo em que:
a) Determino que o INSS implante imediatamente em favor da parte autora o benefício APOSENTADORIA POR INVALIDEZ no valor de R$ 2.803,57, com DIP em 1o de outubro de 2012, assinando o prazo de 10 dias para o cumprimento desta
decisão, sob pena de fixação de multa-diária. Oficie-se o INSS para o cumprimento da obrigação de fazer.
b) Condeno o réu ao pagamento de parcelas retroativas, corrigidas monetariamente e acrescidas de juros de mora contados da data da citação, considerando, a partir de 29/06/2009, os termos do art. 1º-F da Lei nº 9.494/974, com a redação dada pela lei nº 11.960/09, mediante Requisição de Pequeno Valor - RPV, no montante descrito em arquivo anexo. Transitada em julgado a presente sentença, expeça-se RPV.
c) Condeno o réu ao pagamento de honorários periciais.
d) Sem custas e honorários advocatícios (art. 55 da Lei Federal n.º 9.099/95). I-se.
Maceió, 22 de outubro de 2012.
FREDERICO WILDSON DA SILVA DANTAS Juiz Federal - 6ª Vara
MM JULGADORES
A sentença não merece reforma porque a parte recorrida reingressou nos quadros do INSS
em maio de 2010.
O atestado datado de 20 de outubro de 2010 atestou estar sem condições de trabalhar -
Anexo 11.
Sua doença agravou e a incapacitou definitivamente para o trabalho em 29 de setembro de
2011 conforme prova o atestado do medico assistente para fins de pericia – Anexo 12.
O relatório de Contribuições do Anexo 12 corrobora com as datas acima citadas.
O Recurso do INSS encontra óbice na Lei nº 8.213/91, Art. 24. (...) Parágrafo único; Art. 42
(...) § 2º ; Art. 25 e na decisão tomada pela Turma Nacional de Uniformização da
Jurisprudência dos Juizados Especiais Federais (TNU) Processo 2005.63.06.002759-1:
“O trabalhador que perde a condição de segurado do INSS por um período, mas, mesmo doente, retorna ao mercado de trabalho e recolhe as contribuições previdenciárias, tem direito ao auxílio-doença. O relator, juiz federal Élio Wanderley de Siqueira Filho, rejeitou o argumento do INSS de que não é viável a concessão do benefício porque a doença era pré-existente ao vínculo com o INSS. Para o INSS, tanto faz se era a primeira filiação do trabalhador ao Regime Geral de Previdência Social ou ele estava reingressando no sistema. Segundo o juiz, a Lei 8.213/91 exige, além da demonstração da incapacidade, a prova da qualidade de segurado e o recolhimento de contribuições suficientes para o atendimento da respectiva carência. Ou seja, a doença incapacitante não pode ser pré-existente à filiação.
No entanto, a lei não esclarece se as condições se referem à primeira vinculação ou a qualquer filiação, na hipótese de perda da qualidade de segurado e posterior recuperação. “Penso que o legislador pretendeu evitar que alguém que nunca foi filiado ao sistema previdenciário, tendo adquirido determinada doença, contribua por um curto período almejando, pouco depois, a obtenção de auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez, causando evidente dano ao próprio equilíbrio financeiro da Previdência Social”, afirmou o juiz Élio Wanderley.
Para ele, convém assinalar que, no caso em discussão, as enfermidades (hipertensão arterial e lombalgia) tiveram natureza progressiva, pois as doenças surgiram em 1999, mas a incapacidade temporária apenas surgiu em agosto de 2004.
Desta forma, o juiz disse ser impossível negar o auxílio-doença, em primeiro lugar, porque não se tratou de filiação, mas de reingresso no regime previdenciário, e em segundo lugar porque a doença somente incapacitou o autor para as suas atividades habituais em razão de seu agravamento ao longo do tempo”.
A legislação em vigor é enfática no Art.. 42 e 59, Parágrafo Único, da Lei Nº 8.213/91):
Do Auxílio-Doença
“Art. 42: A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que estando ou não em gozo de auxilio doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição”;
Art. 59. O auxílio-doença será devido ao segurado que, havendo cumprido, quando for o caso, o período de carência exigido nesta Lei, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15
(quinze) dias consecutivos.
Parágrafo único. Não será devido auxílio-doença ao segurado que se filiar ao Regime Geral de Previdência Social já portador da doença ou da lesão invocada como causa para o benefício, salvo quando a incapacidade sobrevier
A Jurisprudência do TRIBUNAL DA 5 REGIÃO, não deixa margens
às dúvidas de que autora efetivamente tem direito ao beneficio.
Vejamos
:
Acordão Origem: TRIBUNAL - QUINTA REGIAO Classe: AC - Apelação Cível - 194275
Processo: 9905596488 UF: PE Órgão Julgador: Segunda Turma Data da decisão: 05/03/2002 Documento: TRF500059181 Fonte DJ - Data::18/10/2002 - Página::750
Relator(a) Desembargador Federal Élio Wanderley de Siqueira Filho
Decisão UNÂNIME
Ementa PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. INCAPACIDADE LABORAL
COMPROVADA. PROCEDÊNCIA.
1. OBJETIVA O POSTULANTE A RESTAURAÇÃO DE AUXÍLIO-DOENÇA
CUMULADA COM A
CONCESSÃO DE APOSENTADORIA POR INVALIDEZ.
2. A CARÊNCIA EXIGIDA PELO REGULAMENTO DOS BENEFÍCIOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL (DECRETO N º 83.080/79) PARA O GOZO DA APOSENTADORIA POR INVALIDEZ FOI CUMPRIDA PELO POSTULANTE, POIS, DO CONTRÁRIO, NÃO TERIA USUFRUÍDO DO AUXÍLIO-DOENÇA,
CUJA CONCESSÃO EXIGE IDÊNTICO PRAZO DE CARÊNCIA 3. TAMBÉM NÃO HÁ QUE SE FALAR EM PERDA DA QUALIDADE DE SEGURADO, POIS UMA VEZ CUMPRIDOS OS REQUISITOS LEGAIS PARA A CONCESSÃO DO BENEFÍCIO, ASSEGURADA ESTÁ A SUA PERCEPÇÃO. 4. ADEMAIS, MESMO QUE O MOTIVO ENSEJADOR DO AUXÍLIO-DOENÇA
NÃO SE RELACIONE COM A CAUSA DE SUA INCAPACIDADE E QUE A MOLÉSTIA VISUAL SEJA PREEXISTENTE À FILIAÇÃO AO REGIME PREVIDENCIÁRIO, PODERÁ SER CONCEDIDA A APOSENTADORIA POR INVALIDEZ, POSTO QUE O AUTOR CUMPRIU A CARÊNCIA EXIGIDA PELA LEGISLAÇÃO DE REGÊNCIA E AS PERÍCIAS MÉDICAS CONFIRMARAM SUA INCAPACIDADE LABORAL.
5. APELAÇÃO DO INSS E REMESSA OFICIAL TIDA POR INTERPOSTA IMPROVIDAS. SENTENÇA
MONOCRÁTICA MANTIDA INCÓLUME.
Data
Publicação 18/10/2002 Referência
Legislativa
LEG-FED DEC-83080 ANO-1979 ART-32 INC-1 - - - LEG-FED LEI-8213 ANO-1991 ART-42 PAR-2 ART-102 - - - LEG-FED SUM-7 (STJ)
Relator
Acórdão Desembargador Federal Élio Wanderley de Siqueira Filho Acordão Origem: TRIBUNAL - QUINTA REGIAO
Classe: AC - Apelação Civel - 164580
Processo: 9905148809 UF: AL Órgão Julgador: Terceira Turma Data da decisão: 26/08/1999 Documento: TRF500036405
Fonte DJ - Data::24/09/1999 - Página::1371
Relator(a) Desembargador Federal Ridalvo Costa
Ementa PREVIDENCIÁRIO. BENEFÍCIO. AUXÍLIO-DOENÇA. FILIAÇÃO À PREVIDÊNCIA SOCIAL. ENFERMIDADE PREEXISTENTE. INCAPACIDADE POSTERIOR. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ
CONVERSÃO. POSSIBILIDADE DE REABILITAÇÃO.
O SEGURADO PORTADOR DE ENFERMIDADE INCAPACITANTE, MESMO QUE PREEXISTENTE, FAZ JUS A AUXÍLIO-DOENÇA SE A INCAPACIDADE RESULTOU DO AGRAVAMENTO DA AFECÇÃO POSTERIORMENTE À SUA FILIAÇÃO À PREVIDÊNCIA SOCIAL (ART. 59, PARÁGRAFO ÚNICO, DA LEI Nº 8.213/91).
HAVENDO POSSIBILIDADE DE REABILITAÇÃO DO SEGURADO PARA O EXERCÍCIO DE ATIVIDADE IDÔNEA A LHE GARANTIR A SUBSISTÊNCIA, EM FACE DO TIPO DE ENFERMIDADE DE QUE É PORTADOR, NÃO DEVE SER CONFERIDA, DE PLANO, A CONVERSÃO DE SEU AUXÍLIO-DOENÇA EM APOSENTADORIA POR INVALIDEZ.
Data
Publicação 24/09/1999 Referência
Legislativa LEG-FED LEI-8213 ANO-1991 ART-59 PAR-UNICO ART-62
E da Segunda Região:
Acordão Origem: TRIBUNAL - SEGUNDA REGIÃO Classe: AC - APELAÇÃO CIVEL – 207192
Processo: 199902010373187 UF: RJ Órgão Julgador: TERCEIRA TURMA Data da decisão: 23/11/2004 Documento: TRF200133606
Fonte DJU DATA:14/12/2004 PÁGINA: 174/175 Relator(a) JUIZ PAULO BARATA
Decisão A Turma, por unanimidade, negou provimento ao recurso e à remessa necessária, nos termos do voto do Relator.
Ementa PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. AUXÍLIO-DOENÇA. LEI Nº 8.213/91.
DOENÇA PREEXISTENTE. ÔNUS DA PROVA. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.
1. Ação ordinária ajuizada em face do INSS, objetivando o pagamento do benefício de auxílio -doença, deferido administrativamente e posteriormente cancelado, ao argumento de preexistência da doença à filiação da segurada à Previdência Social.
2. Hipótese em que a segurada contribuiu por mais de 12 meses consecutivos para a Previdência Social, antes de requerer o benefício, tendo ultrapassado o período de carência exigido pelo art. 25, I, da Lei 8.213/91.
3. O documento de fl. 20, apresentado pelo réu para comprovar a preexistência da moléstia, não esclarece o fato alegado e sequer explicita a doença da segurada. Ademais, caberia ao INSS demonstrar que a incapacidade da autora não sobreveio por motivo de progressão ou agravamento da doença, conforme inteligência do parágrafo único do art. 59 da Lei. 8.213/91, parte final. 4. Incumbe ao réu o ônus da prova quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito da autora, de acordo com o disposto no art. 333, II, do CPC.
5. Direito ao benefício, na forma do art. 59 da Lei 8.213/91, com suporte no laudo pericial da própria autarquia, segundo o qual a segurada encontrava-se incapacitada para a realização de sua atividade laborativa no período de 08.07.1992 (data do requerimento administrativo) a 17.01.1993.
6. Os honorários advocatícios foram moderadamente fixados na sentença, nos termos do art. 20, § 4º, do CPC.
7. Apelação e remessa necessária improvidas. Data Publicação 14/12/2004
Referência Legislativa
LEG-FED LEI-8213 ANO-1991 ART-25 INC-1 ART-59 CPC-73 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL LEG-FED LEI-5869 ANO-1973 ART-40 PAR-4 ART-333 INC-2