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LAZER E ÁLCOOL: o perfil dos estudantes de estudantes de educação física da Universidade Federal do Espírito

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTOS

CURSO DE GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA – BACHARELADO

VALDECIR PINTO JUNIOR

LAZER E ÁLCOOL:

o perfil dos estudantes de estudantes de educação física da Universidade

Federal do Espírito

VITÓRIA 2013

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VALDECIR PINTO JUNIOR

LAZER E ÁLCOOL:

o perfil dos estudantes de estudantes de educação física da Universidade

Federal do Espírito

VITÓRIA 2013

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Educação Física e Desportos da Universidade Federal do Espírito Santo, como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Educação Física.

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VALDECIR PINTO JUNIOR

LAZER E ÁLCOOL:

o perfil dos estudantes de estudantes de educação física da Universidade

Federal do Espírito

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Educação Física e Desportos da Universidade Federal do Espírito Santo, como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Educação Física.

Aprovado em ______/_______________de________

COMISSÃO EXAMINADORA

__________________________________ Profª Drª Liana Romera

Universidade Federal do Espírito Santo Orientadora

__________________________________ Prof. Dr. André da Silva Mello Universidade Federal do Espírito Santo

__________________________________ Profª Drª Sandra Soares Della Fonte Universidade Federal do Espírito Santo

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AGRADECIMENTOS

Agradeço aos meus familiares por todo apoio ao longo do curso, a Deus por iluminar o meu caminho, à Clarice, minha esposa, por me amparar em todos os momentos.

Agradeço ainda à professora Liana Romera, que foi fundamental na construção deste trabalho, transmitindo de forma ímpar seus conhecimentos, direcionando-me em todas as etapas do estudo com dedicação, carinho e boa vontade.

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RESUMO

A relação entre juventude, lazer e o uso abusivo de álcool tem sido motivo de grandes preocupações em diversos segmentos da sociedade, devido aos impactos negativos advindos do consumo excessivo observado em diferentes juventudes. De modo geral, tais consumos e excessos ocorrem em momentos de vivência do tempo livre, conferindo a este tempo e espaço da vida em sociedade um importante lugar de observação e estudos dos grupos sociais, especialmente os grupos jovens. Este estudo teve por objetivo conhecer os modos de vivência do tempo livre de uma parcela da população jovem universitária, visando verificar possíveis relações entre consumo de bebidas e as situações de vivência do lazer. Por meio de pesquisa exploratória descritiva foram aplicados dois instrumentos de coleta de dados, o primeiro para levantamento relacionado ao perfil dos entrevistados e outro, para avaliar padrões de consumo de bebidas, AUDIT (Alcohol Use Disorders Identification Test), validado pela OMS (Organização Mundial de Saúde). Os participantes da mostra foram selecionados por critérios de intencionalidade e acessibilidade, constituindo-se num grupo de jovens de 17 a 30 anos matriculados e frequentando o curso de Educação Física da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Participaram da pesquisa 91 alunos do 1º ao 3º período, considerados alunos ingressantes. Os dados apontaram um elevado padrão de consumo de bebidas, efetivados em situações de lazer destes grupos. Os resultados aqui alcançados fazem supor a necessidade de aprofundamento do tema e o redirecionamento das campanhas preventivas ao uso de drogas com foco mais voltado às substâncias lícitas do que as ilícitas, uma vez que as primeiras são mais consumidas pelo público universitário.

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO... 7 2 CENÁRIO DE ESTUDOS... 8 3 MÉTODO... 14 4 ANÁLISE E DISCUSSÃO... 16 5 CONSIDERAÇÕES... 22 6 REFERÊNCIAS... 23 7 ANEXO... 28

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INTRODUÇÃO

Consumir bebidas tem representado uma forma de vivência do lazer verificado em diferentes grupos juvenis, não obstante as consequências do beber intenso acarretarem problemas individuais de saúde e sociais.

Ainda que bastante divulgados os problemas de saúde provocados pelo beber em excesso, pesquisas têm apontado os estudantes de cursos da área da saúde como grupos de universitários que mais bebem, fazendo supor a necessidade de políticas de conscientização e prevenção focais.

Não se trata, obviamente, de apregoar uma lei Seca ou estigmatizar o uso e os usuários de álcool, mas sim, evidenciar alguns pontos que devem ser considerados.

Nesse sentido, o presente estudo foi realizado por meio de uma pesquisa exploratória descritiva acerca das condutas dos modos de vivência do lazer e consumo de bebidas em um grupo de universitários do Espírito Santo. Os participantes da mostra foram selecionados por critérios de intencionalidade e acessibilidade, constituindo-se num grupo de jovens com idade entre 17 a 30 anos matriculados e frequentando o curso de Educação Física na Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). O objetivo do estudo foi conhecer os modos de vivência do tempo livre de uma parcela da população jovem universitária, a fim de verificar possíveis relações entre consumo de bebidas e as situações de vivência do lazer. Para melhor conhecer o perfil desta juventude, foram abordados os seguintes temas: Juventude e suas relações com Lazer, Religião e consumo de substâncias lícitas ou ilícitas.

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CENÁRIO DE ESTUDOS

Ingressar na universidade é o sonho de muitos jovens. Um público específico da sociedade que vê no ensino superior um possível caminho para garantir um futuro promissor. A busca de novos conhecimentos, a conquista do seu espaço na sociedade e a inserção qualificada no mercado de trabalho são objetivos comuns para a maioria dos estudantes.

Nesse novo contexto, os círculos de amizade aumentam consideravelmente, em virtude de uma série de fatores que aproximam os sujeitos. O exercício da sociabilidade é marcado não somente pelos momentos de sala de aula, mas também e especialmente por situações que extrapolam esse espaço e passam a acontecer em outros contextos que não unicamente o da universidade. Encontros casuais, reuniões para definir quem faz estratégias para trabalho de determinada disciplina, viagens, congressos e festas representam algumas das situações motivadoras da interação dos jovens estudantes na trajetória universitária.

Além dos exemplos citados anteriormente, as festas universitárias possuem um caráter extremamente integracionista, consideradas como excelente oportunidade de vivência do lazer, permitindo ao acadêmico a provável expansão do seu círculo de amizades.

Este estudo teve por objetivo conhecer os modos de vivência do tempo livre de uma parcela da população jovem universitária a fim de verificar possíveis relações entre consumo de bebidas e as situações de lazer.

Reconhecendo as possibilidades socializantes de bebidas alcoólicas e o incentivo massificado para o seu consumo, este trabalho não pretende reforçar discursos moralizantes e preconceituosos; no entanto, pretende avaliar os modos como tal consumo se dá entre os jovens universitários.

O consumo de bebidas não representa um comportamento atual, na história da humanidade o álcool foi usado para diferentes fins ritualísticos e, dentre os diferentes usos, tem destaque neste estudo, o de elemento socializante.

Segundo Escohotado (1996), a existência do álcool é bastante antiga na sociedade e se faz presente quase que na maioria das festas e encontros sociais, uma vez que lhe é atribuído forte caráter socializante – provavelmente por causa da possibilidade de diminuir a timidez de algumas pessoas.

Trindade e Correia (1999) verificam uma relação significativa entre o consumo de álcool e determinadas perspectivas perante os efeitos do álcool no público jovem. Segundo os autores, a expectativa de ser aceito pelos outros, de conseguir falar com mais facilidade, de se sentir mais independente e ficar mais desinibido, é possível graças à utilização do álcool em

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eventos que demandam esses tipos de comportamento. De acordo com os estudiosos, “Os jovens como que esperam um certo efeito desinibidor que lhes possibilite serem melhor aceitos e falarem com mais facilidade” (TRINDADE; CORREA, 1999, p. 596).

Barria et al. (2000) problematizam o consumo de álcool e drogas entre estudantes universitários, avaliando o comportamento dos alunos de graduação do curso de ciências biológicas da Universidade de São Paulo em relação ao uso de álcool e drogas. Os autores detectaram a prevalência do uso do álcool por jovens durante seu tempo de lazer, analisando principalmente as festas universitárias.

Festas, de um modo geral, possuem elementos importantes que as tornam fenômenos primordiais para grande parte do público jovem. Fernandes (2004) destaca que esses tipos de reuniões são eventos indissociáveis da civilização, porque neles os homens sempre alcançam os mais altos níveis de solidariedade, criação, cooperação e sociabilidade. De acordo com o autor, as festas desempenham um importante papel na relação entre o homem e o meio, pois essas manifestações refletem o modo como os grupos sociais pensam, percebem e concebem seu ambiente, valorizam mais ou menos certos lugares.

Na realidade, a festa é uma das mais profundas e permanentes necessidades da sociedade humana [...]. A festa é, ou pelo menos deve ser, o tempo da boa comida, da ironia, do cômico, da abolição provisória de todas as hierarquias, artificialismos e limitações que separam os homens na vida ordinária e cotidiana [...] (FERNANDES, 2004 , p. 57).

As festas são consideradas espaços importantes de interação e socialização entre os universitários, um público que é formado em sua maioria por jovens de diferentes estratos socioeconômicos que serão aqui compreendidos com base no olhar sociológico apresentado por Abramo (1997) e Sposito (2003).

A definição de juventude é muito abrangente, podendo adquirir diversas visões segundo os interesses de cada corrente sociológica. Sposito (2003) diz que é fundamental analisar o termo juventude no sentido plural – juventudes – em virtude da multifatoriedade de situações existentes.

De acordo com Abramo (1997), a juventude constitui uma categoria de análise dos estudos sociológicos, que restringem compreendê-la como um momento de transição no ciclo de vida, da infância para a maturidade, momento específico e dramático de socialização. É nesse momento que os jovens iniciam efetivamente sua integração na sociedade, participando e tornando-se membros mais ativos:

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plenamente como sujeito social, livre, integrando-se a sociedade e podendo desempenhar os papeis para os quais se tornou apto através da interiorização dos seus valores, normas e comportamentos (ABRAMO, 1997, p. 29).

Aqui entendemos que restringir a juventude a um momento transitório da vida, retira-lhe a real importância, minimizando seu papel na constituição do sujeito.

Segundo Abramo (1997), a atenção dirigida ao público jovem tem crescido nos últimos anos, principalmente entre os meios de comunicação de massa, pois esses têm entre seus principais objetivos a divulgação de uma infinidade de produtos e programações. Para a autora, é possível detectar dois enfoques distintos sobre juventude, orientados conforme o público a que se destinam. Primeiramente, os programas relacionados à divulgação de produtos ligados diretamente à juventude, com o tema cultura e comportamento: música, moda, estilo de vida, esporte e lazer. Nesse tipo de enfoque, a juventude passa a ser um estilo de vida que ultrapassa as dimensões etárias e transforma-se em meta de felicidade a ser alcançada e mantida por muitos. Na segunda modalidade de programas, a temática da juventude está presente em conteúdos destinados aos adultos: problemas sociais, violência e drogadição.

Outra definição bastante comum que caracteriza juventude refere-se aos limites etários. A fixação da idade de início e fim da juventude representa um ponto de partida para considerar a duração dessa fase do desenvolvimento humano, muito embora esse não seja critério suficiente. Sposito (1997) defende que é fundamental considerar outros elementos que busquem caracterizar a juventude e não somente a linearidade que a acompanha. Segundo a autora, há uma tendência da antecipação da vida juvenil, uma vez que são verificadas certas características de autonomia que diminuem a infância em contraposição a um prolongamento do tempo de preparação para ingresso no mundo do trabalho, representado, na maioria das vezes, pelo tempo da universidade, da formação acadêmica. Essa transição da dependência da criança para autonomia do adulto é defendida como importante fator para considerar o termo juventude. Galland (1991) corrobora a ideia central de Sposito, salientado que entrar na vida adulta significa ultrapassar três etapas importantes: partida da família de origem, entrada na vida profissional e formação de um casal – ressaltando que nenhuma das etapas está relacionada a limites etários.

A ausência de um consenso sobre as idades que determinem a juventude pode ser percebida nas classificações apresentadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e pela Organização Mundial de Saúde (OMS). De acordo com o IBGE, a população jovem no Brasil é delimitada entre 15 e 24 anos de idade. Além disso, o órgão considera tais

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sujeitos como elementos de extrema importância social, política e cultural na sociedade. Para a OMS, a juventude representa uma categoria sociológica que sinaliza o processo de preparação para os indivíduos assumirem o papel de adulto na sociedade, considerando tanto o plano familiar quanto o profissional. O recorte etário estabelecido pela OMS coincide com a delimitação proposta pelo IBGE.

No presente estudo, a juventude é compreendida para além do critério etário, considerando, portanto, o limite estabelecido pela OMS a fim de contemplar, de maneira mais fidedigna, o público universitário aqui retratado, além daqueles apresentados por Galland (1991).

Abad (2003) propõe o prolongamento da juventude com o adiamento precoce da adolescência e o retardamento da juventude até depois dos 30 anos. Do mesmo modo, Madeira (2006) defende que esse prolongamento da juventude é adequado, pois é nesse período que grandes mudanças na vida são visualizadas. Segundo a autora, é em torno dos 30 anos que a maioria dos jovens faz suas escolhas: “Trata-se efetivamente de uma fase marcante para as pessoas, tanto que, quando já adultas, ao refletirem sobre eventos que marcaram suas vidas, é comum que elas se lembrem, principalmente, de sua juventude” (MADEIRA, 2006, p. 141).

Para Brenner et al. (2008), é principalmente nos tempos livres e nos momentos de lazer que os jovens constroem suas próprias normas e expressões culturais, seus ritos, suas simbologias e seus modos de ser que os diferenciam do denominado mundo adulto. Num contexto de menor controle das gerações adultas, os jovens elaboram subjetividades coletivas em torno de culturas juvenis. Há uma tendência da sociedade em enxergar nessas culturas traços de marginalidade, um tempo social potencialmente negativo e em geral pensado em oposição ao trabalho – esse entendido como tempo de positividade naquilo que se refere à formação humana.

Nessa perspectiva, o lazer é entendido neste estudo como uma possibilidade de estudar um meio social, como uma lente que possibilita a compreensão da sociedade e seus atores, conferindo-lhe um grau de elevação. Magnani (2000, p. 25) afirma:

O lazer não é apenas um campo promissor de atividades, de negócios, de intervenção: é também um campo a partir do qual se pode pensar a sociedade atual com seus grupos, sua sociabilidade e seus conflitos. Suporte de múltiplos significados, o lazer oferece uma via de acesso ao conhecimento dos impasses e possibilidades que se abrem na sociedade contemporânea.

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[...] o lazer é um fenômeno moderno surgido com a artificialização do tempo do trabalho [...] desde as suas origens, o lazer tem se mostrado um campo de tensões, já que um tempo livre maior surge não como concessão dos donos do meio de produção, mas sim como conquista das organizações trabalhadoras (MELO; ALVES JUNIOR, 2003, p. 29).

Ainda na perspectiva de conceituar o termo, os autores pontuam as atividades de lazer obedecendo a algumas características:

As atividades de lazer são vivências culturais, em seu sentido mais amplo, que englobam os diferentes interesses humanos, as diversas linguagens e manifestações; [...] podem ser realizadas no tempo livre das obrigações profissionais, familiares, domésticas, religiosas e das necessidades físicas. (MELO; ALVES JUNIOR, 2003, p. 29).

Os sujeitos buscam as atividades de lazer tendo como referência o prazer que possibilitam, embora nem sempre isso ocorra e o prazer não deva ser compreendido como exclusivo das possibilidades de lazer, uma vez que ocorre também em outras situações da vida.

Ao estudar os modos de vivência do lazer, alguns autores apontam preferências e costumes desse público, entre os quais podemos destacar os estudos de Santos e Mandarino (2005), Novaes (2005) e Eisenstein e Estefenon (2011).

Segundo Santos e Mandarino (2005), alguns jovens apresentam como uma das atividades mais importantes realizadas nos finais de semana a prática de frequentar uma instituição religiosa. Novaes (2005) corrobora com o estudo identificando que o ato de frequentar uma igreja ocupa uma posição privilegiada no lazer de uma parcela da juventude. Apesar de alguns sujeitos vincularem tal prática como atividade de lazer, Marcelino (1987) comenta que esse costume não é considerado como tal. O ato de ir a uma instituição religiosa ocupa parte do tempo livre desses sujeitos, sendo considerado pelo autor como atividade de obrigação social.

Eisenstein e Estefenon (2011) defendem que cada vez mais a juventude tem buscado e preferido em seus momentos de lazer as ferramentas digitais. Além disso, são observadas mudanças no comportamento, no estilo de vida e na saúde desses jovens, causadas pelo uso, muitas vezes excessivo de computadores, videogame e celular.

Além das atividades de lazer e ou de tempo livre vivenciada por parte da juventude, é frequente entre os jovens acadêmicos a participação em festas, e a frequência a bares e danceterias. Para muitos deles, esses eventos são analisados como formas importantes de vivenciar a sociabilidade e o lazer. Diante desse panorama, é importante mencionar que há o

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uso de substâncias psicoativas nesses eventos. Além disso, destacamos o poder socializante do álcool entre os universitários.

Sobre os eventos anteriormente descritos, Pereira et al. (2008) analisaram o perfil e o uso de substância psicoativas entre universitários de Medicina da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) do primeiro ao último ano do curso, totalizando 168 universitários. Segundo os autores, o álcool e o tabaco são as substâncias de maior prevalência de uso na vida desses acadêmicos, com 86,9% e 22%, respectivamente. Com relação aos locais de uso, 86,9% dos universitários que relataram o consumo de álcool, 69,2% destacaram bares, danceterias e boates.

Contribui para esta discussão o estudo de Portugal et al. (2008), que analisaram o uso de drogas por estudantes de Farmácia, também da UFES. A prevalência de uso de álcool na vida desses estudantes foi de 87,8%, uso no ano de 77,7% e uso no mês de 58,1%. Também é evidenciado que aproximadamente 50% dos acadêmicos consumiam bebidas nas danceterias e boates.

A importância deste estudo está em compreender quais são as possibilidades de o público jovem universitário vivenciar o lazer, conhecer os seus hábitos e costumes, verificar possíveis associações entre o beber e o divertir-se, bem como o consumo excessivo de álcool. As respostas às indagações aqui propostas poderão, em momento futuro, subsidiar políticas de prevenção no campus acadêmico, de modo restrito bem como em âmbito mais amplo.

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MÉTODO

Este estudo foi desenvolvido por meio de pesquisa exploratória descritiva que visa a um levantamento das condutas e dos modos de vivência do lazer e consumo de bebidas em um grupo de universitários do estado do Espírito Santo, com combinação de aplicação de diferentes instrumentos para levantamento dos dados.

1. Grupo pesquisado

Os participantes da mostra pertencem à Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Os acadêmicos foram selecionados por critérios de intencionalidade e acessibilidade, constituindo-se num grupo de jovens de 17 a 30 anos, matriculados e frequentando o curso de Educação Física na respectiva universidade, que de forma espontânea aceitaram participar das entrevistas. Foram investigados 91 alunos do 1º ao 3º período, considerados alunos ingressantes.

2. Instrumento

Para melhor conhecer o perfil dos estudantes, foi construído um instrumento composto das seguintes partes:

a) Dados sociodemográficos; Nível socioeconômico, com a utilização do Critério Brasil (APEB, 2008);

b) Consumo de bebidas alcoólicas com a utilização Alcohol Use Disorders Identification Test (AUDIT) (BABOR et al., 1992), adaptado no Brasil por Méndez (1999).

Para avaliar o envolvimento com o uso de álcool, foi incorporado ao instrumento de investigação o AUDIT, avaliação usada para identificação de problemas relacionados ao uso de álcool. O AUDIT é um teste desenvolvido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) (BABOR et al., 1992) e adaptado no Brasil por Méndez (1999) como método simples para investigação do uso excessivo de álcool e para ajuda de realização de avaliações breves. O AUDIT é composto por dez questões: as três primeiras avaliam quantidade, frequência e

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embriaguez; as três seguintes, sintomas de dependência; e as quatro últimas são questões que avaliam o risco de consequências danosas ao usuário.

Babor et al. afirmam que o AUDIT se revelou um instrumento para profissionais da saúde que auxilia na identificação de pessoas que fazem uso de risco do álcool, uso nocivo e dependência. Segundo os autores, “Uso nocivo é um padrão de consumo de álcool que aumenta o risco de consequências perigosas para quem usa e para os que o cercam” (BABOR

et al., 1992, p. 7). Esses problemas não se restringem apenas a fatores individuais de saúde e

passam a ser também de ordem social e econômica.

O AUDIT é um instrumento de sondagem de uso de álcool composto por dez questões fechadas, e cada uma pontuada de 1 a 4. O resultado da soma das dez questões pode totalizar um máximo de 40 pontos.

A escala do instrumento determina que as somas que pontuam acima de 8 para homens e até 7 para mulheres evidenciam uma situação de risco. De acordo com a classificação da soma dos pontos estabelecida pelo AUDIT, os sujeitos que pontuam de 8 a 15 representam um grau médio de problemas com o álcool, e os que pontuam 16 ou acima representam alto nível de problemas com o álcool.

Estudos têm indicado o ponto de corte em 8. Assim, os entrevistados que apresentaram uma pontuação inferior a 8 foram considerados “negativos” por representar um uso não problemático do álcool, enquanto aqueles que ultrapassarem os 8 pontos foram considerados “positivos”, apontando um beber problemático.

3. Procedimentos

Após a explanação dos objetivos do estudo e adesão espontânea e anônima, os alunos dos períodos iniciais do curso de Educação Física foram convidados a participar do estudo mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). A coleta dos dados foi feita em sala de aula com a concordância do professor e disponibilidade dos participantes. Para garantir o anonimato, os questionários foram recolhidos por um aluno da sala e colocados em envelope.

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A pesquisa aqui tratada

do sexo feminino e 46 jovens do sexo masculino.

A opção religiosa dos entrevistados apontou uma forte tendência ao catolicismo. Conforme os números, 60,4% dos entrevistados afirmaram ser católicos

pertencer a outras religiões (evangélic declararam não possuir religião.

Com relação às atividades vivenciadas no lazer, em universitários responderam:

preferências. Em segundo lugar parar dançar, ir a restaurantes

atividades vinculadas à informação e tecnologia esportes foram apontados com 17,5%.

Figura 1. Atividades vivenciadas pelos acadêmicos de

Com relação ao consumo de bebidas alcoólicas

positivamente e 42,9% responderam que não faziam uso de nenhum tipo de bebida alcoólica nas situações de lazer. É importante ratificar que do percentual que afirmaram o uso de bebidas alcoólicas (57,1%), 50,54% declararam possuir religião, ou seja, a maior parte deles pertence a alguma instituição religiosa. O resultado encontrado contraria o estudo realizado por Sanchez e Nappo (2007) que afiram que a prática religiosa frequente é consider

0% 20% 40% 60% 80% 100% Sociais ANÁLISE E DISCUSSÃO

esquisa aqui tratada foi composta por 91 estudantes universitários, sendo 45 jovens do sexo feminino e 46 jovens do sexo masculino.

A opção religiosa dos entrevistados apontou uma forte tendência ao catolicismo. 60,4% dos entrevistados afirmaram ser católicos

pertencer a outras religiões (evangélica, espírita, candomblé, entre outras) lararam não possuir religião.

Com relação às atividades vivenciadas no lazer, em ordem de preferência, os universitários responderam: em primeiro lugar, as atividades sociais

Em segundo lugar, 22,2% realizam outras atividades (descansar,

ir a restaurantes); a terceira opção de lazer apontada pelos acadêmicos foram as informação e tecnologia, responsável então por

esportes foram apontados com 17,5%.

Figura 1. Atividades vivenciadas pelos acadêmicos de Educação

consumo de bebidas alcoólicas, 57,1% dos entrevistados responderam positivamente e 42,9% responderam que não faziam uso de nenhum tipo de bebida alcoólica

É importante ratificar que do percentual que afirmaram o uso de ólicas (57,1%), 50,54% declararam possuir religião, ou seja, a maior parte deles pertence a alguma instituição religiosa. O resultado encontrado contraria o estudo realizado por Sanchez e Nappo (2007) que afiram que a prática religiosa frequente é consider

35,0%

22,0%

17,5%

25,5% Atividades vivenciadas no lazer

Sociais Informação e tecnologia Esportes Outras

por 91 estudantes universitários, sendo 45 jovens

A opção religiosa dos entrevistados apontou uma forte tendência ao catolicismo. 60,4% dos entrevistados afirmaram ser católicos; 27,5% afirmaram , espírita, candomblé, entre outras); e 12,1%

ordem de preferência, os as atividades sociais com 35% das descansar, ir à praia, sair pelos acadêmicos foram as por 22% das escolhas. Os

ducação Física.

57,1% dos entrevistados responderam positivamente e 42,9% responderam que não faziam uso de nenhum tipo de bebida alcoólica É importante ratificar que do percentual que afirmaram o uso de ólicas (57,1%), 50,54% declararam possuir religião, ou seja, a maior parte deles pertence a alguma instituição religiosa. O resultado encontrado contraria o estudo realizado por Sanchez e Nappo (2007) que afiram que a prática religiosa frequente é considerada um

25,5%

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fator protetor do consumo de álcool. Vale informar que Kerr estudantes de Medicina da Facu

50% dos alunos faziam o uso de álcool durante a graduação.

Física fazem parte das ciências da saúde e, no entanto, ambos os resultados acerca do consumo de bebidas apresentaram elevadas porcentagens de uso

Também Silva et al.

drogas entre os universitários da área de Ciências Biológicas da Universidade de São Paulo (USP) e declararam que 58,3% des

fora do ambiente doméstico

Figura 2. Comparativo entre estudos

Com relação à bebida consumida, informaram que os destilados

26,4%, e por último vinho/sangria com 4,4%, perfazendo afirmaram fazer uso de bebidas durante as atividades de lazer.

Com relação aos espaços e contextos

entrevistados relataram que as festas são os locais mais comuns para o consumo de 20,9% disseram que o uso do álcool

Questionados sobre a possível associação entre beber e se divertir afirmaram que entendem o

os mais seguros para participar do contexto no qual estão em busca do divertimento 0% 20% 40% 60% 80% 100% Kerr Educação Física fator protetor do consumo de álcool.

Kerr-Corrêa et al. (1999) analisaram o uso de álcool e drogas por edicina da Faculdade de Medicina de Botucatu (UNESP

50% dos alunos faziam o uso de álcool durante a graduação. As áreas de Medicina e Educação sica fazem parte das ciências da saúde e, no entanto, ambos os resultados acerca do

nsumo de bebidas apresentaram elevadas porcentagens de uso e bastantes

et al. (2006) averiguaram os fatores associados ao consumo de álcool e

drogas entre os universitários da área de Ciências Biológicas da Universidade de São Paulo declararam que 58,3% desses alunos fazem o uso de álcool em

ambiente doméstico.

Comparativo entre estudos que relacionam o consumo de álcool entre os universitários.

bebida consumida, a ordem de preferência foi: 2

s destilados são as principais bebidas consumidas, seguida por

ltimo vinho/sangria com 4,4%, perfazendo então o total de alunos que de bebidas durante as atividades de lazer.

Com relação aos espaços e contextos de consumo das bebidas, entrevistados relataram que as festas são os locais mais comuns para o consumo de 20,9% disseram que o uso do álcool ocorre nos finais de semana.

sobre a possível associação entre beber e se divertir

entendem o consumo de bebida como fator de garantia da diversão, tornando os mais seguros para participar do contexto no qual estão em busca do divertimento

50%

58,3% 57,1%

Comparativo entre estudos

Kerr-Corrêa (1999) - Medicina Silva (2005) - Ciências Biológicas Educação Física - UFES

(1999) analisaram o uso de álcool e drogas por UNESP) e apontaram que áreas de Medicina e Educação sica fazem parte das ciências da saúde e, no entanto, ambos os resultados acerca do

bastantes próximos. os fatores associados ao consumo de álcool e drogas entre os universitários da área de Ciências Biológicas da Universidade de São Paulo nos fazem o uso de álcool em momentos de lazer e

o consumo de álcool entre os universitários.

28,6% dos pesquisados seguida por cerveja com o total de alunos que

das bebidas, 29,7% dos entrevistados relataram que as festas são os locais mais comuns para o consumo de bebidas, e

sobre a possível associação entre beber e se divertir, 46,2% dos jovens como fator de garantia da diversão, tornando-os mais segurtornando-os para participar do contexto no qual estão em busca do divertimento. Por outro

57,1%

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lado, 31,9% dos indivíduos disseram que não precisam beber para se divertir, e 20,9% relatam que não relacionam ou percebem nenhum efeito associado entre bebida e diversão. Esse dado supõe a necessidade de outros estudos na tentativa de confirmar ou não a influência da publicidade de bebidas que tem usado, de forma bastante convincente, cenas de alegria, diversão e descontração para anunciar e vender cerveja (BERTOLO; ROMERA , 2011).

O consumo de bebidas também aparece relacionado a fatores positivos (bem-estar, diversão, desinibição, relaxamento, convivência) na percepção dos entrevistados em comparação aos determinantes negativos. Foram apresentados quatro argumentos a favor do beber que ressaltam fatores positivos relacionados entre beber e se divertir, e apenas dois argumentos desfavoráveis ao beber. Um terço dos entrevistados afirmou não haver necessidade de beber para se divertir, representando um grupo importante para o desenvolvimento de futuros estudos na tentativa de conhecer melhor os fatores que os levam a decidir pelo não consumo de bebidas nos momentos de diversão.

Em relação ao beber e se divertir e religião, foi verificado o quantitativo de alunos que bebem para se divertir e possuem religião: dos 42 universitários que afirmaram essa associação, 38 sujeitos, 90,47%, declararam possuir religião. Apenas 9,53% que possuem religião não observam essa associação. Este outro resultado também contraria o estudo realizado por Sanchez e Nappo (2007), que afirmam que a prática religiosa frequente é considerada um fator protetor do consumo de álcool.

Com relação aos locais nos quais os entrevistados relataram ter bebido pela primeira vez, para 26,4% dos entrevistados, o primeiro contato estabelecido com a bebida alcoólica ocorreu nos eventos familiares; 23,1% em festas; 16,5% não se lembram da ocasião, e 14,3% com os amigos. Todos os episódios são referentes a modalidades festivas entre familiares, amigos, dentro ou fora de casa. Tais eventos são, de modo geral, marcados pela socialização bastante facilitada pelo consumo de bebidas.

Um dado importante a ser considerado é a influência dos pais em relação ao início do consumo de bebida alcoólica dos filhos, assinalados por 26,4% dos acadêmicos de Educação Física. Verificamos que o comportamento desenvolvido pelos pais e a ausência de percepção acerca da nocividade do álcool é o que o faz presente nos encontros de família, reforçando um modelo cultural de consumo. O fato de ser classificado entre as drogas lícitas e fortemente veiculado na mídia mascara o produto, tornando-o mais aceito socialmente. De acordo com Galduróz, Noto e Carlini (1997), um em cada três brasileiros prova álcool pela primeira vez no ambiente doméstico, quase sempre oferecido pelos pais. Segundo os autores, há um consentimento da família em permitir o uso da substância nessas situações.

(19)

Já no caso dos alunos que sinalizaram que o primeiro contato com a bebida foi com os amigos, 14,3% deles, fica explicitada a busca pela autoafirmação perante o grupo de iguais. De acordo com Trindade e Correia (1999), a expectativa de ser aceito pelo outro, a possibilidade de perder a timidez e conseguir falar com mais desenvoltura, de sentir-se poderoso são possíveis mais facilmente com o uso do álcool, principalmente em eventos que demandam esse comportamento.

Quando os acadêmicos foram questionados a respeito do uso de alguns tipos de drogas ilícitas, ao menos uma vez na vida (cocaína, heroína, maconha, crack, haxixe, entre outras), foram obtidas as respostas que se seguem.

Em relação uso de cocaína, 6,6% afirmaram que utilizam ou já utilizaram em algum momento da vida; 12,1% dos entrevistados optaram por não responder a essa pergunta. A maconha foi responsável por 10% das escolhas de consumo dos universitários. Kerr-Corrêa et

al. (1999) corroboram com o estudo encontrando em sua pesquisa o percentual de 17%

referente ao uso de maconha entre os alunos de Medicina da UNESP.

Figura 3. Comparativo entre estudos que relacionam o uso de drogas entre universitários.

Em relação ao uso de cocaína entre os acadêmicos de Educação Física, foi verificado que a maior parte dos que fazem o uso da substância psicoativa relata também possuir uma religião. Dos seis indivíduos que afirmaram o uso de cocaína, quatro deles afirmaram possuir uma religião. O fator protetivo esperado pelo vínculo religioso não se confirmou então neste

Uso de Cocaína Uso de Maconha 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% 7,0% 17,0% 6,6% 10,0%

Comparativo entre estudos

Medicina - Unesp (Kerr-Corrêa, 1999)

Educação Física - UFES

U so d e d ro g a s e n tr e u n iv e rs it á rio s

(20)

estudo. O resultado encontrado

que afirmam que a prática religiosa frequente é considerada um fator protetor do consumo de drogas, bem como no auxílio à recuperação de dependentes químicos.

O AUDIT aplicado entre os alunos do curso de

do consumo de bebidas alcoólicas e os fatores relativos a esse consumo. Para cada resposta do teste, havia uma determinada pontuação e

deu-se origem ao escore final de cada

todas as questões, se somado 8 ou mais pontos consumindo bebida alcoólica de maneira perigosa. A soma de pontos de todas as questões d

pode variar de 0 a 40 pontos e pode ser dividida em zonas de risco pr risco ou abstinência – escore de 0 a 7;

e Sugestivo de dependência de 20 a 40

Foram analisados os dados referentes aos alunos que fizeram 8 ou mais pontos no AUDIT, sendo classificados como posi

somaram menos de 8 pontos, representando um uso não problemático do álcool; frequência do uso de bebidas alcoólicas; doses ingeridas nas ocasiões em que bebe e a frequência

o indivíduo toma 6 ou mais

De acordo com os dados obtidos no teste, 39,6% são classificados como positivos, sinalizando um consumo de álcool problemático entre os jovens

como negativos, apontando um beber não problemático e 25,3% dos entrevistados não responderam essa questão.

Figura 4 39,6% 0% 20% 40% 60% 80% 100%

Classificação AUDIT: Positivo x Negativo

Positivos

O resultado encontrado aqui contraria o estudo realizado por Sanchez e Nappo (2007) que afirmam que a prática religiosa frequente é considerada um fator protetor do consumo de

lio à recuperação de dependentes químicos.

O AUDIT aplicado entre os alunos do curso de Educação Física identifica a frequência do consumo de bebidas alcoólicas e os fatores relativos a esse consumo. Para cada resposta do havia uma determinada pontuação e, ao somar todas as pontuações de todas as questões

score final de cada aluno (a) participante. O teste considera que se somado 8 ou mais pontos, há a possibilidade de o i consumindo bebida alcoólica de maneira perigosa.

A soma de pontos de todas as questões do AUDIT depende da pontuação obtida que 0 a 40 pontos e pode ser dividida em zonas de risco pr

escore de 0 a 7; Uso excessivo de 8 a 15; Uso de risco e nocivo 16 a 19 ugestivo de dependência de 20 a 40.

analisados os dados referentes aos alunos que fizeram 8 ou mais pontos no AUDIT, sendo classificados como positivo, apontando um beber problemático; alunos que somaram menos de 8 pontos, representando um uso não problemático do álcool; frequência do uso de bebidas alcoólicas; doses ingeridas nas ocasiões em que bebe e a frequência

duo toma 6 ou mais doses em uma ocasião. Alguns resultados se encontram a seguir De acordo com os dados obtidos no teste, 39,6% são classificados como positivos, sinalizando um consumo de álcool problemático entre os jovens, e 35,2% são classificados ando um beber não problemático e 25,3% dos entrevistados não

Figura 4. Classificação AUDIT: Positivo x Negativo. 39,6%

35,2%

25,3% Classificação AUDIT: Positivo x Negativo

Positivos Negativos Não responderam

contraria o estudo realizado por Sanchez e Nappo (2007), que afirmam que a prática religiosa frequente é considerada um fator protetor do consumo de

ísica identifica a frequência do consumo de bebidas alcoólicas e os fatores relativos a esse consumo. Para cada resposta do ao somar todas as pontuações de todas as questões, a) participante. O teste considera que, ao final de há a possibilidade de o indivíduo estar

depende da pontuação obtida que 0 a 40 pontos e pode ser dividida em zonas de risco predeterminadas: Baixo so de risco e nocivo 16 a 19

analisados os dados referentes aos alunos que fizeram 8 ou mais pontos no tivo, apontando um beber problemático; alunos que somaram menos de 8 pontos, representando um uso não problemático do álcool; frequência do uso de bebidas alcoólicas; doses ingeridas nas ocasiões em que bebe e a frequência em que Alguns resultados se encontram a seguir. De acordo com os dados obtidos no teste, 39,6% são classificados como positivos,

e 35,2% são classificados ando um beber não problemático e 25,3% dos entrevistados não

(21)

Com relação à frequência de uso de bebidas alcoólicas entre os universitários, 20,9% relataram que ingerem a substância de 2 a 3 vezes por semana, e 2,2% informaram que a frequência é de 4 ou mais vezes por semana.

Já em relação à quantidade de doses ingeridas nas ocasiões em que bebem, os 19,8% dos entrevistados responderam que costumam tomar 10 ou mais doses de bebida alcoólica. Se somados os entrevistados que afirmaram beber mais de 5 doses por ocasião, teremos 46,2% de jovens, o que contraria as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre o consumo seguro de bebidas. Essa organização estabelece que para se evitar problemas com o álcool, o consumo aceitável é de até 15 doses/semana para homens e 10 doses/semana para as mulheres. Além disso, os homens não devem ultrapassar o consumo de 3 doses diárias de álcool e as mulheres 2 doses diárias. Segundo dados da OMS, quase 4% de todas as mortes no mundo são atribuídos ao álcool. O relatório publicado no ano de 2011 afirma que o uso abusivo do álcool provoca 2,5 milhões de mortes todos os anos.

(22)

CONSIDERAÇÕES

O presente estudo apresentou alguns traços referentes ao jovem universitário do curso de Educação Física da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), seus modos de vivência do lazer, e sua relação com o consumo de bebidas por uma parcela dessa juventude. Os resultados aqui apresentados são semelhantes àqueles apresentados em outros estudos com jovens universitários de outras localidades do país, fazendo supor ser essa uma relação já estabelecida: lazer e uso de bebidas para uma parcela da população jovem.

O vínculo com uma religião não representou fator protetivo ao consumo de bebidas, uma vez que significativa parcela de jovens que consome bebidas afirmou ter uma religião. Esse dado merece atenção e indica a necessidade de estudos mais aprofundados envolvendo as temáticas da religião, lazer e consumo de bebidas.

Quando comparados os consumos de drogas lícitas e ilícitas, há um destaque para as drogas lícitas; as bebidas seguem sendo o lubrificante social das atividades de lazer, o que sugere maior atenção para campanhas de prevenção ao uso de álcool do que para drogas ilícitas, que são usadas em menor quantidade.

Os dados apontam uma relação bastante estreita entre o beber e o divertir-se, alinhada à percepção de efeitos positivos em maior proporção que os efeitos negativos do consumo de bebidas. Essa relação do lazer com a bebida pode ser entendida com base em análises de publicidade de cerveja, que estabelece esse vínculo em constantes cenas de lazer e diversão.

Os resultados aqui alcançados fazem supor a necessidade de aprofundamento do tema e o redirecionamento das campanhas preventivas ao uso de drogas, com o foco mais voltado às substancias lícitas do que as ilícitas, uma vez que as primeiras são mais consumidas pelo público universitário.

(23)

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Anexo 1. Questionário Alcohol

ANEXO

Referências

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