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Motivações teóricas para compreender o NEMA - Núcleo de Educação e Monitoramento Ambiental - como espaço potente na constituição de intelectuais orgânicos

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Academic year: 2020

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Rev. Eletrônica Mestr. Educ. Ambient. ISSN 1517-1256, V. especial, março, 2013.

Universidade Federal do Rio Grande - FURG

ISSN 1517-1256

Programa de Pós-Graduação em Educação Ambiental

Revista Eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental

Revista do PPGEA/FURG-RS

Motivações teóricas para compreender o NEMA - Núcleo de Educação e Monitoramento Ambiental - como espaço potente na constituição de intelectuais

orgânicos

Carla Valeria Leonini Crivellaro1 Danilo Giroldo2

Resumo: Esta escrita compõe um fragmento da pesquisa de doutorado denominada Flores de energia: o NEMA – Núcleo de Educação e Monitoramento Ambiental como espaço na

constituição de intelectuais orgânicos. O objetivo da pesquisa é compreender o significado do NEMA na captação e (trans)formação de pessoas sob o conceito gramsciniano de intelectuais orgânicos. O desdobramento deste objetivo principal permitirá também compreender o contexto de surgimento do NEMA e a relevância/sustentabilidade da filosofia de sua implantação, bem como o impacto das experiências no espaço do NEMA sobre a vida fora dele. A pesquisa vai encontrar os sujeitos que formam e formaram o NEMA. Cada um com seu conhecimento prévio, idades variadas, vivendo em épocas diferentes, em contextos sociais e históricos. No movimento das narrativas, em que as categorias emergem, os referenciais teóricos irão tecer um diálogo sobre a constituição ou não desses intelectuais. O percurso desta reflexão busca trazer a compreensão gramsciana de intelectual focando o significado de orgânico, e as diferentes funções deles na sociedade hoje, mais especificamente no cenário do NEMA, buscando elementos de conexão que possam qualificar a reflexão e a prática social deste profissional, produzindo e reconstruindo, sempre que necessários novos métodos de estudo e intervenção no campo da Conservação e Educação Ambiental – EA.

Palavras-chave: Educação Ambiental, Intelectual Orgânico, Narrativas.

1 Mestre em Educação Ambiental, Doutoranda do Programa de Pós Graduação Educação em Ciências: Química da Vida e Saúde – Universidade Federal do Rio Grande – FURG, 96201-900, Rio Grande, RS, Brasil, carlavlcrivellaro@gmail.com

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Doutor em Ecologia, Universidade Federal do Rio Grande – FURG, 96201-900, Rio Grande, RS, Brasil, dmbgirol@furg.br

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Abstract: This writing makes up a fragment of a PhD research called Flowers of energy: NEMA - Center for Education and Environmental Monitoring as a constitution space of organic intellectuals. The objective of the research is to understand the significance of the NEMA’s role in capture and transformation of people under the gramscian concept of organic intellectuals. The main objective of this deployment will also understand the context of the NEMA emergence and relevance/sustainability philosophy of its implementation, as well as the impact of experiences within the NEMA on the life out of it. The search will find the people who form and formed the NEMA. Each one with their prior knowledge, different ages, living in different times, in social and historical contexts. In the movement of the narrative, in which the categories emerge, the theoretical frameworks will weave a dialogue on the constitution or not these intellectuals. The route of this reflection seeks to bring Gramscian understanding of intellectual focusing the meaning of organic and their different functions in society today, specifically in the scenario of NEMA, seeking connecting factors that can qualify reflection and social practice this professional producing and rebuilding whenever needed new methods of study and intervention in the field of Conservation and Environmental Education - EE.

Keywords: Environmental Education, Intellectual Organic, Narratives

Costura sem arremates...

Os anos já eram de 1985, o Brasil recém-liberto de uma ditadura militar ainda não concebia a liberdade de expressão e a autonomia de buscar um ideário diferente da representação ideológica de um regime autoritário. O Antropofagismo havia deglutido a cultura americanizada, só sobrou Carmen Miranda. Janis Joplin não cantava mais

Sumertime, Hendrix estava além do The Experience, mas Bob Marley insistia no This is Love. A tropicália, o movimento beat, a liberação feminina e o “paz e amor” já haviam

sido experimentados pelos exilados jovens políticos, músicos e pensadores. Neste contexto, os movimentos sociais e ambientais se organizam e buscam um resgate da cidadania e da consciência crítica nacional. Outra cultura estava se desenvolvendo.

A praia arenosa, marismas, dunas, lagoas e banhados, o mosaico de ecossistemas começava a dar respostas aos maus tratos humanos. Animais marinhos mortos por óleo ou emaranhados em redes de pesca, as dunas costeiras sendo removidas por caminhões à luz do dia, as crianças, a comunidade do Cassino, não sabia nada sobre o lugar onde vivia. Tudo por fazer.

Foi nesse cenário, que a história do Núcleo de Educação e Monitoramento Ambiental – NEMA3 teve início. Foi quando um grupo de estudantes de Oceanologia

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Durante sua trajetória o NEMA tem elaborado e publicado, por meio da Editora NEMA, materiais educativos que tem contribuído para divulgar as belezas, riquezas e fragilidades da costa brasileira. Neles

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preocupados com a situação ambiental mobilizou-se na época junto ao Departamento de Oceanografia da FURG e a Prefeitura do Rio Grande num ato de intuição e criatividade. Iniciaram as ações de Educação Ambiental - EA e a realização de projetos de monitoramento costeiro, implantação de Unidades de Conservação, pesquisa e elaboração de metodologias para recuperação de áreas degradadas.

Na atmosfera do barraco de madeira, sua sede à beira mar na praia do Cassino - Rio Grande, RS, as pessoas e as ideias conduziram o NEMA a assumir personalidade jurídica no ano de 1987 - Associação privada sem fins lucrativos – solução para autonomia e continuidade de seus desafios. No mesmo ano tornou-se instituição de utilidade pública municipal e em 2005 obteve a qualificação de OSCIP - Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, outorgado pelo Ministério da Justiça e de âmbito nacional.

Ao longo de sua trajetória de 27 anos de atuação na zona costeira, centenas de pessoas das diferentes áreas do conhecimento, vivenciaram o dia-a-dia do NEMA, com criatividade e livre pensar, fortalecendo a missão institucional e fundamentando os conceitos do fazer. Experiência, intuição, leitura e pesquisa levaram a instituição a internalizar e adotar conceitos como alicerces essenciais para a sua práxis.

Eu4 fui uma dessas pessoas que compartilhou durante 20 anos este espaço com cor, livre de paredes, autônomo de ser e pensar. Ali me constitui pesquisadora, educadora. Com o NEMA aprendi a trabalhar em equipe e buscar com autonomia de ideias ações/soluções para as questões ambientais – locais, regionais e nacionais. Ele foi o grande mestre para o meu fazer Educação Ambiental.

Foi nesse envolvimento que percebi ser o momento para decolar em busca de maior conhecimento, voltar para a academia em um curso de doutorado e qualificar

é possível conhecer os resultados das ações em Educação Ambiental, recuperação de áreas degradadas e conservação da fauna. Entre os principais estão: Ondas que te quero mar: educação ambiental para as comunidades costeiras, Taim, banhado de vida! Dunas Costeiras: manejo e conservação, Descubra a Lagoa Verde, Resgatando Valores, Lixo: o que nós temos a ver com isso?, Cartilha do Pescador, Boletim do Plano Nacional de Conservação de Albatrozes, Agroecologia: um caminho amigável de conservação da natureza e valorização da vida. Além destes, teses, dissertações e monografias realizadas no âmbito dos Projetos do NEMA podem ser acessados em www.nema-rs.org.br ou na sua sede na Rua Maria Araújo, 45O, Praia do Cassino, Rio Grande, RS. nema@nema-rs.org.br.

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A partir daqui entrelaçaremos a primeira e a terceira pessoa, para tratar da experiência especifica da primeira autora falaremos no singular e quando falarmos do coletivo, dos autores, falaremos no plural.

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minha prática e a prática dentro do NEMA5. Quais os elementos socioculturais e humanísticos deram vida a essa ideia e fizeram do NEMA um espaço de tantas realizações, não só na proteção do meio ambiente e Educação Ambiental, mas também na formação e realização de muitas pessoas, inclusive eu?

Refleti sobre a formação e difusão de profissionais que o NEMA tem como proposta. Quantas pessoas passaram por ali, pensaram o NEMA, no dia-a-dia ou na forma de monografias, dissertações e teses. Algumas ficaram décadas, outros anos, semestres, meses. As perguntas surgiram: Qual a motivação das pessoas para chegarem ao NEMA? Qual a predisposição? Rupturas, inquietudes, busca de novas experiências? Como será que se deu esse tempo de aprendizagem para todos nós? Quantas vezes nos deparamos com situações que necessitavam ser transformadas? Como, no curso de uma trajetória profissional, processa-se esse se decidir pelo ambiental? Quais as vias pelas quais se dá o acesso, a opção ou a conversão ao ambiental? Quais as consequências dessa escolha? Como se reconfiguram, no campo ambiental, outras experiências profissionais e existenciais do sujeito que aí se insere?

Sonorizou-se então o mantra principal: O NEMA forma intelectuais? O que é intelectual? Que intelectual? Não o conceito de intelectual que todo mundo conhece. O imaginário popular nos remete a uma pessoa cheia de sabedoria, assim como o conceito de Filosofo Rei de Platão na filosofia clássica que não tem a intenção de mudar o mundo, somente de desvelá-lo para os demais, pobres mortais. Falo aqui de um intelectual “transgressor”, pouco conhecido. É aquele intelectual que vai atuar no mundo do saber, da gestão de processos que geram transformação. Usa todos os seus sensores, transforma o intuitivo no fazer e com isso trabalho no mundo real. Ser esse intelectual significa criatividade, transpiração na pesquisa de campo, administração para que todos tenham as mesmas possibilidades no compartilhamento da estrutura de trabalho, estudo, leituras que revelam além da aparência das coisas, horas de trabalho burocrático, relatórios, prestação de contas, tempo de recursos financeiros escassos. O

5 Neste momento, em 2009, após 20 anos de trajetória no NEMA, inicialmente como voluntária e posteriormente realizando atividades como estagiária, coordenadora de Projetos, tesoureira, secretária e diretora, desliguei-me da execução de Projetos para dedicar-me ao doutorado. Mesmo assim, ainda continuo ocupando o cargo de secretária e fazendo parte da Assembleia Geral do NEMA como associada efetiva.

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NEMA vem se aprimorando, num processo intuitivo, crescente e contínuo, como proposta pedagógica... Isso tudo muito orgânico, constituindo-se a cada um desses momentos. Será que chegamos preparados, pré-dispostos ou tem a ver com as experiências de vida? Orgânico, um termo genérico para processos ligados à vida, pode também estar associado a organizações complexas fora do campo da biologia, onde associações de pessoas, regras, leis ou até elementos arquiteturais atuam e interagem entre si como os componentes de um organismo, e os processos ligados a esses casos também podem ser chamados orgânicos6.

Intelectuais orgânicos. Foi a hora e a vez de trazer para o diálogo Antonio Gramsci. Esse era o pensador que poderia dar o suporte teórico para a investigação sobre os intelectuais que o NEMA forma. Essa motivação teórica, em abrir um livro de Gramsci e conhecê-lo, foi em função das conversas com a Professora Cleusa Peralta Castell que, discutindo sobre a tese, chama a atenção para a possibilidade de reflexão da organicidade que o NEMA se forma e forma as pessoas.

O conceito de Gramsci de intelectual orgânico se aplica ou não aos intelectuais formados pelo NEMA?

O NEMA surgiu nesse movimento de resistir ao conhecimento e práticas sufocantes que constituem nossas práticas sociais. Intelectuais transformadores que aglutinam outros, a fim de romper com a opressão, fornecendo dessa forma a liderança da ética, da política e da pedagogia para a criticidade da realidade.

Gramsci, para início de conversa

A construção do referencial teórico é um movimento difícil. Minha missão é encontrar teorias, pensadores que possam referenciar a pesquisa e que me deixem à vontade e confortável em dialogar com as problematizações levantadas. Penso então, em quantos autores posso valer-me para dialogar com meu tema, que possam interagir com ideias pouco dissertadas. É minha tese, meu escrever, com estilo de quem possa ler e reconhecer nas frases e palavras minha imagem. Como poderei criar uma trama de pensamentos, alguns utópicos, com tantos filósofos que são de tempos diferentes e de

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momentos históricos também. Como trazê-los para mim, para algo construído também no mundo material, uma vivência, um ponto de vista, uma estratégia de consagrar na academia um viver?

Na história da humanidade muita coisa entre o céu e a terra, ocidente, oriente envolveram o natural e o cultural numa trama complexa de ver e sentir o mundo, de participar no espaço tempo e dar sentido a partir da experiência.

Das aventuras e desventuras em série do pensamento humano, da concepção Platônica de mundo ideal, e Aristóteles do mundo empírico problematizado, à depressão Cartesiana e o bom selvagem de Rousseau, chegamos à evolução postulada por Charles Darwin no campo do natural, de Hegel com pensamento que cria o real e Marx que inverte essa lógica postulando que o ideal não é mais que o material transposto para a cabeça do ser humano (MARX, 2006).

As motivações teóricas nesta pesquisa encontram no caminho minha constituição como geógrafa e como educadora ambiental. Permito-me a referenciar minhas convicções teóricas a partir do meu campo de atuação – a Geografia e a Oceanografia e sua contextualização no campo da Educação Ambiental - EA.

No contexto da pesquisa, após o processo de elaboração da sua estrutura, objetivos e hipótese, assumi o desafio em ancorar o diálogo teórico, que me proponho a realizar, com o pensador, político prático e intelectual Antonio Gramsci (1891-1937). À priori Antonio Gramsci pode fornecer um referencial de análise bastante pertinente para a compreensão da constituição de intelectuais orgânicos e sua função institucionalizada nos espaços de atuação da sociedade civil organizada.

Nesse contexto trago a compreensão gramsciana de intelectual focando o significado de orgânico. O conceito de intelectuais orgânicos partiu de Antonio Gramsci que desponta como um dos grandes pensadores da teoria social marxista. De acordo com Gramsci (1982) os intelectuais constituem um grupo social autônomo e independente, ou cada grupo social possui sua própria categoria especializada de intelectuais.

O intelectual é mais do que uma pessoa das letras, ou um produtor e transmissor de ideias. Os intelectuais são também mediadores, legitimadores e produtores de ideias e práticas sociais; eles cumprem uma função de natureza eminentemente política. (GIROUX, 1997, p.186).

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O conceito de intelectual orgânico constitui o primeiro nó teórico dessa rede que proponho tecer no contexto acadêmico, sobre a formação de intelectuais orgânicos no espaço do NEMA.

Gramsci privilegia a função organizativa na medida em que entende que a atividade intelectual diz respeito à organização tanto da cultura quanto de outras dimensões da vida em sociedade. Apresenta os intelectuais intimamente entrelaçados nas relações sociais, pertencentes a uma classe, a um grupo social vinculado a um determinado modo de produção. Para Gramsci a compreensão de si mesmo e das contradições da sociedade acontecem pela inserção ativa nos embates hegemônicos. A filosofia e a educação devem tornar-se “práxis política” para continuar a ser filosofia e educação (GRAMSCI, 1975, p. 1.066).

Conhecer o pensador foi a primeira ação. Sua trajetória como revolucionário italiano de Sardenha, fundador e dirigente do Partido Comunista daquele país, condenado a vinte anos de prisão pelo regime fascista de Mussolini, demonstra o homem de ação que foi Gramsci. Ação libertadora dos homens concretos, reais, como eles são historicamente e como historicamente poderão vir a ser. O marxismo de Gramsci se apresenta como uma interpretação “filosófica” distinta do marxismo conhecido, sendo uma tentativa contemporânea de renovação da teoria marxista. Sua produção intelectual conferiu grande importância à cultura, à ideologia, à política e à religião como dimensões fundamentais do processo histórico, passando pela práxis revolucionária e discutindo o papel do partido numa sociedade dividida em classes. Revolucionou o pensamento marxista, cuja repercussão até hoje se faz presente. Dentre as categorias gramscianas, está sociedade civil, bloco histórico, hegemonia, catarse, intelectuais orgânicos, entre outras, e conforme Gramsci (1982) essas devem ser compreendidas como um instrumental lógico que se apropria da historicidade engendradora do real.

A nova concepção de mundo inaugurada por Marx e a influência proveniente de Gramsci inspirou, no século passado, intelectuais e políticos a se engajar em partidos dos trabalhadores, em movimentos populares e mobilizar lutas pela independência dos povos colonizados, pela libertação das ditaduras e pela democratização dos direitos sociais (SARTRE, 1994; LAHUERTA, 2001). A sociedade civil para Gramsci não representa o conjunto das relações materiais, mas o conjunto das relações

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culturais; não a vida comercial e industrial, mas a vida espiritual/intelectual. Dessa concepção, são essenciais as "ideologias orgânicas", pois "... elas 'organizam' as massas humanas, formam o terreno no qual os homens se movimentam, adquirem consciência de sua posição, lutam, etc" (GRAMSCI, 1999, p. 237).

O termo “intelectual”, segundo Lahuerta (2001), surge no fim do século XIX, como uma derivação de intelligentsia, palavra criada pelos russos, provavelmente a partir do latim. Intelligentsia definia um novo grupo social surgido na Rússia no século XIX, isto é, uma camada de indivíduos cultos e preocupados com os assuntos públicos que, constituída inicialmente por nobres, passou a ter percepção de si mesma como grupo social particular. No final do século XIX, os europeus ocidentais – mais precisamente os franceses – apropriaram-se do conceito de intelligentsia e criaram a palavra “intelectual” para definir o indivíduo que integrava esse grupo.

As reflexões de Gramsci rompem com o entendimento dos intelectuais como um grupo em si, solto no ar, “autônomo e independente” (GRAMSCI, 1975, p. 1.513). Passa longe da concepção de uma “intelligentsia” livremente “flutuante” e acima das partes, dotada de uma missão especial e de capacidades “objetivas”.

Gramsci revela vários tipos de intelectuais: urbanos, industriais, rurais, burocráticos, acadêmicos, técnicos, profissionais, pequenos, intermediários, grandes, coletivos, democráticos etc. Apesar de alguns terem função de intelectual mais reafirmada na sociedade, o grau dessa atividade entre seus componentes é apenas quantitativo, nunca qualitativo. Isso quer dizer que o desempenho de diferentes funções intelectuais nunca deve justificar hierarquias ou divisão de classes na sociedade.

Sobre o papel dos intelectuais na sociedade Gramsci considera que “todos são intelectuais (...). Porque não existe atividade humana da qual se possa excluir alguma intervenção intelectual” (GRAMSCI, 1975, p. 1.516). Todo o homem é um intelectual, já que todos têm faculdades intelectuais e racionais, mas nem todos têm a função social de intelectuais. Ele propôs a ideia de que os intelectuais modernos não se contentariam mais de apenas produzir discursos, mas estariam engajados na organização das práticas sociais. Nisso reside a possibilidade de perceber em cada homem e em cada mulher, sua ação no mundo, a mão na massa, com potencialidade de libertar-se sem aprisionar nada nem ninguém. Capacidade intelectual, não é privilégio de alguns, pertence à todos, tanto quando é considerado o acúmulo de conhecimento no curso da história, como quando se

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busca compreender as conexões que formam o mundo em que vivemos. Isso representa a insistência em reconhecer a relação de reciprocidade entre sujeitos que aprendem e ensinam ao mesmo tempo (p. 1.331).

Exercer a intelectualidade, coletivamente, é dialético, o que justifica em Gramsci a formulação de “intelectual coletivo” e de “filósofo democrático” (Gramsci, 1975, p. 1.332). Segundo Semeraro (2003) Gramsci aprofunda essa inseparável dialética entre intelectual e mundo circunstante, entre estrutura e superestrutura, entre o que está dado e a iniciativa de sujeitos organizados, de modo a gerar uma “catarse” pessoal e social, um processo da subjetivação ético-política que caracteriza a construção do conhecimento e a prática coletiva de ensino- aprendizagem.

Para Gramsci, o intelectual é uma figura que tanto pode agir para a transformação da sociedade quanto para a sua reprodução. Segundo Lahuerta (2001), na análise gramsciana, os intelectuais tradicionais são aqueles cuja identidade é construída como se fossem seres destacados do mundo material, ainda presos a uma formação socioeconômica superada. Permaneciam empalhados dentro de um mundo antiquado, fechados em abstratos exercícios cerebrais, eruditos e enciclopédicos até, mas alheios às questões centrais da própria história. Na sua época eram os intelectuais estagnados no mundo agrário do Sul da Itália. O “clero”, “os funcionários”, “a casa militar”, “os acadêmicos” voltados a manter os camponeses atrelados a um status quo que não fazia mais sentido.

Nas páginas em que Gramsci descreve com sua linguagem colorida e insuperável a relação entre intelectuais e “povo-nação” (GRAMSCI, 1975, p. 361-362; 1.042; 1.382-1.387; 1.505-1506; 1.635), percebe-se claramente o abismo que separa a concepção dos intelectuais populares que “sentem” com “paixão” a vida dos “subalternos” e os intelectuais convencionais, funcionais à elite e especializados na administração e no controle da sociedade.

Gramsci vai considerar que a função dos intelectuais reside exatamente em formar uma camada de intelectuais médios que liguem a massa à direção, para impedir a existência desse hiato entre dirigentes e dirigidos. Segundo Gramsci, o objetivo da batalha pela mudança é conquistar, um após outro, todos os instrumentos de difusão ideológica (escolas, universidades, editoras, meios de comunicação social e sindicatos),

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uma vez que os principais confrontos ocorrem na esfera cultural e não nas fábricas, nas ruas ou nos quartéis (GRAMSCI, 1982).

A visão inovadora e revolucionária desconstrói a concepção do intelectual “superior” e separado, com o filósofo “detentor da verdade” e guia da pólis que se formou a partir da tradição platônica do “filósofo-rei” (SEMERARO, 2003). As ideias de Gramsci passam a fundamentar a formação dos novos intelectuais na práxis hegemônica dos subalternos, cujas lutas teóricas e práticas buscam criar outra filosofia e outra política, capazes de promover a superação do poder como dominação e construir efetivos projetos de democracia popular.

Gramsci defende a formação do intelectual orgânico, uma vez que a filosofia da práxis, além de representar “o coroamento de todo o movimento de reforma moral e intelectual” (Gramsci, 1975, p. 1.448), deve ser a reinvenção de um novo intelectual que sabe sintetizar o melhor da filosofia, da política, da economia, da ciência e da arte (Gramsci, 1996, Carta de 1/8/1932).

Gramsci foi o primeiro marxista que a partir da política e da reflexão política parecia falar para nós, os intelectuais. Na realidade, era um dos nossos; de algum modo expressava aquilo que queríamos ter sido sem nunca conseguir: homens políticos capazes de reter a densidade cultural dos fatos do mundo, intelectuais cujo saber se desenvolve e se realiza no próprio processo de transformação. Se até termos acesso a Gramsci vivemos a posse da cultura com um agudo sentimento de culpa, depois dele podíamos nos reencontrar com aquilo que efetivamente éramos, com nossas grandezas e misérias. Não mais “engenheiros das almas”, oprimidos por um mandato impossível; mas homens que, da mesma forma que os encanadores, cumpriam uma função na trama social. (ARICÓ, 1998, p.23)

Os “orgânicos” são os intelectuais que fazem parte de um organismo vivo e em expansão. Seriam aqueles reconhecidos como sujeitos ativos imbuídos de “espírito criativo”, porque promovem a universalização da intelectualidade. Seu movimento no mundo define sua identidade e a vida social não é descrita simplesmente por regras científicas, mas preferencialmente exprimem as experiências e os sentimentos que as massas por si mesmas não conseguem exprimir.

A organicidade dos novos intelectuais está relacionada principalmente à sua profunda vinculação à cultura, à história e à política das classes subalternas que se

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organizam para construir uma nova civilização. Além de especialistas na sua profissão, que os vincula profundamente ao modo de produção do seu tempo, elaboram uma concepção ético-política que os habilita a exercer funções culturais, educativas e organizativas para assegurar a hegemonia social e o domínio estatal da classe que representam (GRAMSCI, 1975, p. 1.518). Por isso, estão ao mesmo tempo conectados ao mundo do trabalho, às organizações políticas e culturais mais avançadas que o seu grupo social desenvolve para dirigir a sociedade.

O proletariado, como classe, é pobre de elementos organizacionais, não tem e não pode formar-se um extrato próprio de intelectuais senão de forma muito lenta, com muito sacrifício e somente depois da conquista do poder estatal. Mas é também importante e útil que na massa dos intelectuais haja uma fratura de caráter orgânico, historicamente caracterizada; que se constitua, como formação de massa, uma tendência de esquerda – no significado moderno da palavra, isto é, orientada para o proletariado internacional. (GRAMSCI 1978, 158).

Segundo Semeraro (2003), os intelectuais orgânicos das classes populares, ao contrário, caracterizam- se pela democratização do poder, pela expansão dos direitos, pela eliminação da violência e do embuste. Ao desvendar as contradições na sociedade e ao socializar o poder, os intelectuais populares, por um lado, subvertem a concepção de dominação, de autoritarismo e de burocratismo. Por outro criam uma nova concepção de política fundada sobre o conceito de hegemonia, de democracia, de ‘dirigentes’ de uma nova civilização. Ao fazer parte ativa dessa trama, os intelectuais “orgânicos” se interligam a um projeto global de sociedade e a um tipo de Estado capaz de operar a “conformação das massas no nível de produção” material e cultural exigido pela classe no poder. (SEMERARO, 2003, p. 270-271)

De acordo com Lahuerta (1998), de vários modos, de perspectivas revolucionárias ou conservadoras, trabalha-se segundo um pressuposto comum: o de que se está imerso numa profunda crise cultural, que conforme Bloch (1978) “num mundo de lutas, cadáveres, heróis, terrores, perigos e decisões”. Donde se compreende que, em diversas culturas e em todas correntes de pensamento significativas, tenha-se imposto com radicalidade inédita a discussão sobre a natureza e a função social dos intelectuais (LAHUERTA, 2001).

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A personalidade histórica de um filósofo individual resulta também da relação ativa entre ele e o ambiente cultural que ele quer modificar, ambiente que reage sobre o filósofo e, obrigando-o a uma contínua autocrítica, funciona como mestre (GRAMSCI, 1975, p. 1.331).

Gramsci mostra o interesse em recriar a escola, apesar de esta não ser o único espaço para a formação de intelectuais. Para essa tarefa, contribuem também o partido, a fábrica, a igreja, a atividade política, a participação nas organizações, nos movimentos sociais e culturais etc.

O grupo social emergente, que labuta por conquistar a hegemonia política, almeja conquistar a própria ideologia intelectual tradicional, ao mesmo tempo que forma seus próprios intelectuais orgânicos. Para que essa concepção de mundo possa dar organicidade social, é necessária sua difusão na sociedade. Segundo Gramsci, (...) Justamente na sociedade civil operam os intelectuais (Lettere dal carcere, 7 de setembro de 1931)”.

Durante a busca em conhecer a teoria de Gramsci, estive sempre refletindo sobre meu campo de estudo. Consigo reconhecer os processos que levaram um grupo a desenvolver outra cultura no contexto do movimento ambientalista. Formas de transgredir com alguns paradigmas das novas cartadas do capitalismo. Chegamos num tempo em que os intelectuais orgânicos estão diante de novas tarefas. Para Gramsci a maior delas:

A partir do momento em que um grupo subalterno se torna realmente autônomo e hegemônico, suscitando um novo tipo de Estado, nasce concretamente a exigência de construir uma nova ordem intelectual e moral, ou seja, um novo tipo de sociedade e, portanto, a exigência de elaborar os conceitos mais universais, as armas ideológicas mais sofisticadas e decisivas. (GRAMSCI, 1975, p. 1.509)

Alguns arremates...

Aqui apresento alguns arremates que me fazem reconhecer e compreender o pensamento de Gramsci e o conceito de intelectuais orgânicos com a proposta de pesquisa. Este é o primeiro nó teórico que estabeleço entrelaçando os entendimentos da escolha teórica com as centenas de pessoas das diferentes áreas do conhecimento que

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vivenciaram o dia-a-dia do NEMA, com criatividade e livre pensar, fortalecendo a missão institucional e fundamentando os conceitos do fazer.

Na minha percepção a dinâmica dos Projetos de Educação Ambiental e Conservação têm potencializado o belo e o valor intrínseco da natureza. Abre espaço para o diálogo. Comunica. Populariza ciência. Transforma. Qualifica processos. Mostra alternativas. Relaciona-se com a coletividade, fazendo com que ela reflita e busque soluções conjuntas, compartilhadas. Demanda políticas públicas. Constrói novos cenários de convivência. Dá voz a todos e todas. É aberto. Tem bem-querência. Forma opinião. Constrói realidade a partir de cada indivíduo. O mundo objetivo, subjetiva-se. Assim, determinados a gerar um conhecimento de sujeito a sujeito, uma compreensão intelectual ou objetiva e uma compreensão humana intersubjetiva, aprender em conjunto o texto e o contexto, o ser e o seu meio ambiente, o local e o global, o multidimensional, em suma, o complexo, isto é, as condições do comportamento humano - o “bem pensar” para o “bem agir” formou a egrégora7

desenhada para a valorização de qualquer saber. Nesta observação percebo intelectuais que fazem parte de um organismo vivo e em expansão. Os “orgânicos” de Gramsci, reconhecidos como sujeitos ativos imbuídos de “espírito criativo”, porque promovem a universalização da intelectualidade. Seu movimento no mundo define sua identidade e a vida social não é descrita simplesmente por regras científicas, mas preferencialmente exprimem as experiências e os sentimentos que as massas por si mesmas não conseguem exprimir.

A diversidade de pessoas que foram encontrar no espaço do NEMA a possibilidade de mediar a conexão entre o conhecimento acadêmico e o saber da comunidade teve como base a interdisciplinaridade nos seus saberes e descobertas. E isso fez toda a diferença. O NEMA não faz Educação Ambiental sem a Arte. Artistas cientistas e cientistas artistas comungaram toda a especulação conceitual diretamente relacionada com a prática. Aqui se percebe os intelectuais orgânicos nos pressupostos de Gramsci que preconiza que além de especialistas na sua profissão, que os vincula profundamente ao modo de produção do seu tempo, elaboram uma concepção

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Egrégora provém do grego egrégoroi e designa a força gerada pelo somatório de energias físicas, emocionais e mentais de duas ou mais pessoas, quando se reúnem com qualquer finalidade.

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política que os habilita a exercer funções culturais, educativas e organizativas para assegurar a hegemonia social e o domínio estatal da classe que representam.

O NEMA representa os interesses coletivos trazendo à público as ideias e uma análise crítica e propositiva para uma sociedade melhor é realizada continuamente nos espaços de discussões, fóruns e conselhos. Conforme Gramsci conquistar a própria ideologia intelectual tradicional, ao mesmo tempo em que forma seus próprios intelectuais orgânicos.

Transformar o conhecimento em sabedoria e a sabedoria em ação é um desafio diário que exige criatividade, persistência, continuidade e autonomia. Também é essencial conhecer o lugar onde se vive e contextualizá-lo nos processos regionais e globais para estabelecer as estratégias de ação. Os princípios, os conceitos e as experiências realizadas definiram os caminhos do fazer do NEMA na formação e difusão de profissionais. Muitos jovens encontram no NEMA um espaço para realizar estágios, elaborar monografias, atuar nos Projetos de educação, conservação e gestão ambiental. Neste processo dinâmico de interação, valorização e qualificação das pessoas, muitos profissionais que exercem atividades ligadas à conservação da zona costeira no Brasil e no exterior têm o NEMA como referência e inspiração. Gramsci mostra o interesse em recriar a escola, apesar de esta não ser o único espaço para a formação de intelectuais.

Nisso reside a formulação de “intelectual coletivo” e de “filósofo democrático” em que Gramsci aprofunda essa inseparável dialética entre intelectual e mundo circunstante, entre estrutura e superestrutura, entre o que está dado e a iniciativa de sujeitos organizados, de modo a gerar uma “catarse” pessoal e social, um processo da subjetivação ético-política que caracteriza a construção do conhecimento e a prática coletiva de ensino- aprendizagem.

Mas ainda existe a energia que move o NEMA a ser um espaço potente na formação de intelectuais orgânicos que conforme Gramsci é reinventar um novo intelectual que sabe sintetizar o melhor da filosofia, da política, da economia, da ciência e da arte?

A pesquisa está em andamento. A base teórica analisada neste artigo indica aproximações ao modus operandi do NEMA em formar intelectuais orgânicos. Mas os ruídos serão percebidos de fato na medida em que forem analisadas as falas das pessoas

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que passaram pelo NEMA desde sua criação até os dias atuais. As possibilidades da pesquisa qualitativa em trabalhar com textos foi o método escolhido para analisar os relatos. Adaptar à Análise Textual Discursiva - ATD é a forma de processar os relatos. Produzir novas compreensões sobre os fenômenos e discursos. Esse é o pressuposto da ATD, conforme Moraes e Galiazzi (2007).

O desafio é trazer Gramsci a dialogar por meio dos relatos com os autores que se revelaram durante a análise e comigo tecer essa rede entre todos os envolvidos na pesquisa. Preliminarmente, vejo o óbvio, que eles estão ali, em transformação, a partir das rupturas, da determinação, da diversidade de pessoas, de diálogos, de aprendizados, da formação de gerações, de ter o NEMA como referência para traçar os caminhos profissionais.

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