Politicas Pública - FACE
Programa de Pós-Graduação em Economia - PPGECO
Mestrado Profissional em Gestão Econômica de Finanças Públicas
HUMBERTO SOARES
Uma avaliação do desempenho da pós-graduação das
universidades federais com uso de metodologias DEA
Brasília - DF
2017
Uma avaliação do desempenho da pós-graduação das
universidades federais com uso de metodologias DEA
Dissertação de mestrado apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Gestão Econômica de Finanças
Públicas, vinculado ao Programa de Pós-Graduação
em Economia da Universidade de Brasília como
re-quisito parcial à obtenção do título de Mestre em
Economia.
Orientador: Prof. Dr. Carlos Rosano Peña
Brasília - DF
2017
Uma avaliação do desempenho da pós-graduação das
universidades federais com uso de metodologias DEA
A Comissão Examinadora, abaixo identificada,
aprova a Dissertação apresentada ao Programa
de Pós-Graduação em Economia da Faculdade de
Economia, Administração, Contabilidade e Gestão
de Politicas Pública (FACE) da Universidade de
Bra-sília como requisito parcial para obtenção do título
de Mestre em Economia, Área de concentração:
Finanças Públicas.
Comissão Examinadora formada pelos professores:
Prof. Dr. Carlos Rosano Peña
Orientador
Prof. Dr. José Guilherme de Lara Resende
Prof. Dr. Eduardo Tadeu Vieira
Membro Interno
Membro Externo
Prof. Dr. Alexandre Maduro-Abreu
Suplente
Brasília - DF
2017
Em especial à minha querida esposa Ana Paula e a meu filho Pedro Henrique,
pelo carinho, paciência e incentivo desde o início.
Ao meu orientador professor doutor Carlos Rosano Peña, que soube conduzir
as ações no despertar do interesse, para superar as dificuldades e, também, de forma
excepcional, ensinando-me a aprender o pensar na construção deste trabalho.
A todos meus colegas de turma pela convivência, pelo apoio e incentivo, bem
como pelos estudos em grupo.
Ao mestrado profissionalizante da Eco-UnB, por ter me proporcionado esta
oportunidade.
SOARES, Humberto.
Uma avaliação do desempenho da pós-graduação das
uni-versidades federais com uso de metodologias DEA. Dissertação (Mestrado) –
Uni-versidade de Brasília, Brasília, 2017.
Este trabalho buscou avaliar a eficiência produtiva dos programas de pós-graduação
publicados nas avaliações trienais de 2007-2009 e 2010-2012 da Coordenação de
Aper-feiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Foram analisados 1.170 programas
no primeiro triênio, com 54 Ifes, e 1.416 no segundo, com 56 Ifes, que representam
apro-ximadamente 44% e 42%, respectivamente, de todos os programas de pós-graduação
avaliados pela Capes. Utilizou-se o modelo network DEA (NDEA), que ofereceu a
vantagem de decompor o processo de avaliação de pós-graduação em quatro estágios
sequenciais, nos quais o número de funcionários e professores, o número de matrículas
e a taxa de aprovação no mestrado e doutorado foram considerados produtos
interme-diários na produção dos outputs do processo: o número de publicações. Também foi
produzindo um ranking com o resultado da eficiência desses estágios, o qual indica
que os programas de pós-graduação em Energia e Ambiente da UFBA e Ciências
Agrárias da UFRA mostraram melhor desempenho no primeiro triênio. Já no triênio
seguinte, os programas de pós-graduação em Informática na Educação da UFRGS
e Difusão do Conhecimento da UFBA mostraram-se melhor, respectivamente, em
primeiro e segundo lugar. A partir do conceito de metafronteira em DEA,
relacionou-se esta avaliação com as obtidas em cada estágio, com as agrupadas por grandes
áreas, que foram identificadas como cluster. Os resultados identificam ineficiências
intergrupos e a metafronteira, o que identifica o contexto diferenciado em que atuam
essas grandes áreas. O índice de produtividade de Malmquist (MPF) concluiu com a
variação temporal da eficiência nos triênios estudados. Para tanto, comparou-se 1.154
programas, para 54 Ifes, o que corresponde a 43% e 35%, nessa ordem, dos programas
de pós-graduação nos dois triênios avaliados. Os resultados indicam que, pela média
geométrica dos quatro estágios do modelo, o MPF apresenta uma melhora de eficiência
técnica do primeiro para o segundo triênio, com recuo na mudança tecnológica. Por
fim, as metodologias DEA utilizadas mostraram-se adequadas para medir a eficiência
dos programas estudados. Esses resultados podem transformar-se em subsídios para
a tomada de decisão no âmbito dos programas, bem como, para gestão das Ifes.
Palavras-chave: Pós-graduação. Eficiência. Network DEA. Metafronteira. Índice de
SOARES, Humberto.
An evaluation of the performance of the post-graduation of
the federal universities with use of DEA methodologies. Dissertation (Master) –
Universidade de Brasília, Brasília, 2017.
This work aimed to evaluate the productive efficiency of the postgraduate programs
published in the triennial evaluations of 2007-2009 and 2010-2012 of the Coordination
of Improvement of Higher Education Personnel (Coordenação de Aperfeiçoamento
de Pessoal de Nível Superior – Capes). A total of 1,170 programs were analyzed in
the first triennium, with 54 Ifes, and 1,416 in the second, with 56 Ifes, representing
approximately 44% and 42%, respectively, of all graduate programs evaluated by
CAPES. The network DEA (NDEA) model was used, which offered the advantage of
decomposing the postgraduate evaluation process into four sequential stages, in which
the number of employees and teachers, the number of enrollments and the approval
rate in the master’s degree And doctorate were considered intermediary products
in the output of the process: the number of publications. It also produced a ranking
with the result of the efficiency of these stages, which indicates that the postgraduate
programs in Energy and Environment of UFBA and Agricultural Sciences of UFRA
showed better performance in the first three years. In the next three years, the
post-graduation programs in Informatics in Education of UFRGS and Knowledge Diffusion
of UFBA showed better, respectively, in first and second place. From the concept of
meta-frontier in DEA, this evaluation was related to those obtained at each stage, with
those grouped by large areas, which were identified as cluster. The results identify
intergroup inefficiencies and the meta-frontier, which identifies the differentiated context
in which these large areas operate. The Malmquist productivity index (MPF) concluded
with the temporal variation of efficiency in the three-year periods studied. For that,
1,154 programs were compared to 54 Ifes, which corresponds to 43% and 35%, in that
order, of the graduate programs in the two three-year periods evaluated. The results
indicate that, due to the geometric mean of the four stages of the model, MPF shows
an improvement in technical efficiency from the first to the second triennium, with a
decline in technological change. Finally, the DEA methodologies used were adequate
to measure the efficiency of the programs studied. These results can be turned into
subsidies for decision-making within the programs, as well as for managing the Ifes
Key words: Postgraduate. Efficiency. Network DEA. Metafrontier. Malmquist productivity
Figura 1 – Modelo convencional DEA
. . . .
43
Figura 2 – Modelo serial de multiplicativo
. . . .
44
Figura 3 – Modelo com dois estágios em série
. . . .
45
Figura 4 – Eficiências técnicas e índices de metatecnologia
. . . .
49
Figura 5 – Modelo ideal
. . . .
56
Quadro 1 –
Áreas de Avaliação da Capes, por colégios e grandes áreas
. . . .
28
Quadro 2 –
Indicadores TCU
. . . .
31
Quadro 3 –
Programas eficientes em 2010 — primeiro estágio
. . . .
71
Quadro 4 –
Programas eficientes em 2010 — segundo estágio
. . . .
71
Quadro 5 –
Programas eficientes em 2010 — terceiro estágio
. . . .
72
Quadro 6 –
Programas eficientes em 2010 - quarto estágio
. . . .
73
Quadro 7 –
Programas eficientes em 2013 — primeiro estágio
. . . .
77
Quadro 8 –
Programas eficientes em 2013 — segundo estágio
. . . .
77
Quadro 9 –
Programas eficientes em 2013 — terceiro estágio
. . . .
78
Tabela 1 –
Distribuição dos cursos de pós-graduação (stricto sensu), por região geográfica
nos anos de 2010 e 2013
. . . .
23
Tabela 2 –
Estudantes matriculados e titulados na pós-graduação (stricto sensu), distribuídos
nas grande áreas de avaliação nos anos de 2007, 2010 e 2013
. . . .
26
Tabela 3 –
Instituições participantes da pesquisa
. . . .
60
Tabela 4 –
Estatística descritiva – 2010 e 2013
. . . .
66
Tabela 5 –
Estatística descritiva, com dados balanceados — 2010 e 2013
. . . .
67
Tabela 6 –
Taxa de frequência por faixa de eficiências para 2010
. . . .
70
Tabela 7 –
Distribuição dos escores finais por faixa de eficiência – 2010
. . . .
74
Tabela 8 –
Frequência e estatísticas descritivas das eficiências para 2013
. . . .
76
Tabela 9 –
Distribuição dos escores finais por faixa de eficiência – 2013
. . . .
80
Tabela 10 –
Estatísticas descritivas: eficiência dos programas de pós-graduação, com
meta-fronteira (2010)
. . . .
82
Tabela 11 –
Eficiência dos programas de pós-graduação, com metafronteira (2010)
. . . . .
85
Tabela 12 –
Estatísticas descritivas: eficiência dos programas de pós-graduação, com
meta-fronteira (2013)
. . . .
87
Tabela 13 –
Eficiência dos programas de pós-graduação, com metafronteira (2013)
. . . . .
89
Tabela 14 –
Média geométrica: eficiência técnica, tecnológica e do índice de Malmquist
. . .
92
Tabela 15 –
Estatísticas descritivas: índice de Malmquist – primeiro estágio
. . . .
93
Tabela 16 –
Primeiro estágio: programas de pós-graduação com maiores perdas e ganhos de
produtividades
. . . .
93
Tabela 17 –
Estatísticas descritivas: índice de Malmquist: segundo estágio
. . . .
94
Tabela 18 –
Segundo estágio: programas de pós-graduação com maiores perdas e ganhos de
produtividades
. . . .
94
Tabela 19 –
Estatísticas descritivas: índice de Malmquist: terceiro estágio
. . . .
95
Tabela 20 –
Terceiro estágio: programas de pós-graduação com maiores perdas e ganhos de
produtividades
. . . .
96
Tabela 21 –
Estatísticas descritivas: índice de Malmquist: quarto estágio
. . . .
97
Tabela 22 –
Quarto estágio: programas de pós-graduação com maiores perdas e ganhos de
produtividades
. . . .
97
Tabela 23 –
Dados da Pesquisa - Ano 2010
. . . 112
Tabela 24 –
Dados da Pesquisa - Ano 2013
. . . 133
Tabela 25 –
Resultados Network -DEA - Ano 2010
. . . 158
Tabela 26 –
Resultados Network -DEA - Ano 2013
. . . 179
BCC
Modelo DEA que considera retornos variáveis de escala,
desenvol-vido por
Banker, Charnes e Cooper
(1984)
CAPES
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
CCR
Modelo DEA com retornos constantes de escala, desenvolvido por
Charnes, Cooper e Rhodes
(1978)
CFE
Conselho Federal de Educação
CNE
Conselho Nacional de Educação
DEA
Do inglês Data Envelopment Analysis
DMU
Do inglês Decision Making Units, termo usado para designar Unidade
Tomadora de Decisão
FURG
Universidade Federal do Rio Grande
IFES
Instituições Federais de Ensino
MEC
Ministério da Educação
MPF
Índice de Produtividade de Malmquist
NDEA
Network DEA, adaptação do modelo CCR (Constant Returns to
Scale), permitindo a identificação de ineficiências radiais. Neste
trabalho será utilizado o modelo serial multiplicativo
NSBDEA
Nerwork Slacked-Based DEA
PNPG
Plano Nacional de Pós-Graduação
REUNI
Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das
Universidades Federais
SBM
Do ingles stack based measure, modelo network DEA proposto por
Tone
(2001)
TCU
Tribunal de Contas da União
TGRs
Relações de Intervalo Tecnológico
UFAC
Universidade Federal do Acre
UFAM
Universidade Federal do Amazonas
UFBA
Universidade Federal da Bahia
UFC
Universidade Federal do Ceará
UFCG
Universidade Federal de Campina Grande
UFCSPA
Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre
UFERSA
Universidade Federal Rural do Semi-Árido
UFES
Universidade Federal do Espírito Santo
UFF
Universidade Federal Fluminense
UFG
Universidade Federal de Goiás
UFGD
Universidade Federal da Grande Dourados
UFJF
Universidade Federal de Juiz de Fora
UFLA
Universidade Federal de Lavras
UFMA
Universidade Federal do Maranhão
UFMG
Universidade Federal de Minas Gerais
UFMS
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
UFMT
Universidade Federal de Mato Grosso
UFOP
Universidade Federal de Ouro Preto
UFPA
Universidade Federal do Pará
UFPB
Universidade Federal da Paraíba
UFPE
Universidade Federal de Pernambuco
UFPEL
Universidade Federal de Pelotas
UFPI
Universidade Federal do Piauí
UFPR
Universidade Federal do Paraná
UFRA
Universidade Federal Rural da Amazônia
UFRGS
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
UFRN
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
UFRPE
Universidade Federal Rural de Pernambuco
UFRR
Universidade Federal de Roraima
UFRRJ
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
UFSC
Universidade Federal de Santa Catarina
UFSCAR
Universidade Federal de São Carlos
UFSJ
Universidade Federal de São João del-Rei
UFSM
Universidade Federal de Santa Maria
UFS
Universidade Federal de Sergipe
UFT
Universidade Federal do Tocantins
UFTM
Universidade Federal do Triângulo Mineiro
UFU
Universidade Federal de Uberlândia
UFV
Universidade Federal de Viçosa
UFVJM
Universidade Federal Vale do Jequitinhonha e Mucuri
UnB
Universidade de Brasília
UNIFAL
Universidade Federal de Alfenas
UNIFAP
Universidade Federal do Amapá
UNIFEI
Universidade Federal de Itajubá
UNIFESP
Universidade Federal de São Paulo
UNIPAMPA
Universidade Federal do Pampa
UNIR
Fundação Universidade Federal de Rondônia
UNIRIO
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro
UNIVASF
Universidade Federal do Vale do São Francisco
UTFPR
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
VRS
Do inglês Variable Return to Scale, termo usado para designar
Variá-veis com Retorno em Escala
β
letra grega beta
η
Letra grega eta
λ
Letra grega lambda
σ
Letra grega sigma (desvio padrão)
Σ
Letra grega sigma maiúscula (somatório)
θ
Letra grega theta
∪
Símbolos de operação binária (união)
≤
Símbolos de relação (menor iqual)
≥
Símbolos de relação (maior igual)
<
Símbolos de relação (menor que)
>
Símbolos de relação (maior que)
1
INTRODUÇÃO
. . . .
17
1.1
F
ORMULAÇÃO DO
P
ROBLEMA
. . . .
18
1.2
O
BJETIVOS DA
P
ESQUISA
. . . .
19
1.2.1
O
BJETIVO GERAL
. . . .
19
1.2.2
O
BJETIVOS ESPECÍFICOS
. . . .
19
1.3
J
USTIFICATIVA
. . . .
20
1.4
E
STRUTURA DA
P
ESQUISA
. . . .
20
2
REVISÃO DA LITERATURA
. . . .
22
2.1
A E
DUCAÇÃO
S
UPERIOR NO
B
RASIL
. . . .
22
2.2
A P
ÓS
-G
RADUAÇÃO NO
B
RASIL
. . . .
23
2.3
A
VALIAÇÃO DA
P
ÓS
-G
RADUAÇÃO NO
B
RASIL
. . . .
26
2.3.1
Á
REAS DE CONHECIMENTO
C
APES
. . . .
27
2.3.2
P
ROCESSO DE
A
VALIAÇÃO
C
APES
. . . .
28
2.3.3
O
S INDICADORES DO
TCU
. . . .
30
2.4
E
FICIÊNCIA
. . . .
34
2.4.1
E
FICIÊNCIA TÉCNICA E
DEA
. . . .
36
3
ANÁLISE ENVOLTÓRIA DE DADOS, METAFRONTEIRA E
ÍN-DICE MALMQUIST
. . . .
41
3.1
A
NÁLISE
E
NVOLTÓRIA DE
D
ADOS
. . . .
41
3.2
O M
ODELO
CCR
OU
CRS O
RIENTADO A
Output
. . . .
42
3.3
O M
ODELO
DEA N
ETWORK
M
ULTIPLICATIVO
. . . .
44
3.4
M
ETAFRONTEIRA DE
P
RODUÇÃO
. . . .
46
3.5
Í
NDICE
M
ALMQUIST
. . . .
50
4
METODOLOGIA
. . . .
54
4.1
M
ODELO DA
P
ESQUISA
. . . .
54
4.2
B
ASE DE DADOS
. . . .
59
4.3
A
NÁLISE DOS
D
ADOS
. . . .
65
4.3.1
E
STATÍSTICA
D
ESCRITIVA
. . . .
65
4.3.2
T
ÉCNICAS DE
A
NÁLISE DOS
D
ADOS
. . . .
67
5
RESULTADOS, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO
. . . .
69
5.1
Network DEA
. . . .
69
5.2.1
A
NÁLISE DA METAFRONTEIRA DAS GRANDES ÁREAS NO TRIÊNIO
2010
82
5.2.2
A
NÁLISE DA METAFRONTEIRA DAS GRANDES ÁREAS NO TRIÊNIO
2013
87
5.3
Í
NDICE
M
ALMQUIST
. . . .
91
6
CONSIDERAÇÕES FINAIS
. . . .
99
REFERÊNCIAS
. . . .
104
APÊNDICES
. . . .
111
APÊNDICE A – DADOS UTILIZADOS NA PESQUISA - ANO
2010
. . . .
112
APÊNDICE B – RESULTADOS NETWORK -DEA 2010 E 2013
158
APÊNDICE C – RESULTADOS METAFRONTEIRA 2010 E 2013
204
APÊNDICE D – RESULTADO ÍNDICE DE MALMQUIST
. . . .
280
1
INTRODUÇÃO
O primeiro formato dos cursos de pós-graduação stricto sensu no Brasil foi
es-tabelecido por meio do Parecer n
o977, de 3 de dezembro de 1965, também conhecido
como Parecer Sucupira, publicado pelo então Conselho Federal de Educação (CFE).
O referido parecer reconhecia as experiências já existentes de pós-graduação como
um novo segmento de ensino no País, tratava da disponibilização de recursos para a
formação de docentes qualificados e da implantação de novas universidades federais e
estaduais, além da expansão das existentes.
Na década de 1970, de acordo com
Almeida Filho e Ramos
(2005), após a
reforma universitária e a implantação do I Plano Nacional de Pós-Graduação (PNPG),
a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes)
1fez
pros-perar uma série de experiências avaliativas para os cursos de mestrado e doutorado
existentes no país, com o intuito de organizar a divisão de recursos necessários à
consolidação destes (BELLONI,
2000).
A Capes, como responsável pela avaliação dos cursos de mestrado e doutorado
no Brasil, até o ano de 2012, tinha os dados de avaliação coletados anualmente, e os
resultados divulgados a cada três anos. A partir de 2013, estes dados coletados terão
seus resultados divulgados a cada quatro anos (quadriênios).
Portanto, entendendo que a eficiência constitui parte fundamental da avaliação
da qualidade dos programas de pós-graduação, o presente estudo, tendo como
parâ-metros os resultados da avaliação publicados pela Capes e as informações constantes
nos relatórios de gestão das instituições federais de ensino superior (Ifes), busca avaliar
esta eficiência. A análise terá como base o método da análise envoltória de dados
(DEA)
2, que, de acordo com
Cook e Seiford
(2009), possibilita calcular a eficiência,
nesse estudo, dos programas de pós-graduação, indicando aqueles que apresentam
melhores práticas e formam uma fronteira de eficiência. O modelo DEA permite também
medir o nível de eficiência de unidades que não estão na fronteira, ao comparar os
seus pontos de ineficiência. Essa tarefa por si só não se constitui em novidade, haja
vista que vários trabalhos encontrados na literatura já o fizeram
3.
1
A Capes foi criada em 11 de julho de 1951, pelo Decreto n
o29.741, com o objetivo de
assegu-rar a existência de pessoal especializado em quantidade e qualidade suficientes para atender às
necessidades dos empreendimentos públicos e privados que visam ao desenvolvimento do país.
2
A metodologia DEA, do inglês Data Envelopment Analysis, introduzida por
Charnes, Cooper e Rhodes
(1978), que é uma técnica não paramétrica, que permite comparar dados de entrada com os de saída
sem hipóteses de ordem estatísticas.
3
Alguns desses trabalhos são:
Marinho
(1996),
Belloni
(2000),
Igarashi et al.
(2008),
Katharaki e
A contribuição que será dada aqui é que a abordagem a ser adotada encara
o processo produtivo da pós-graduação em quatro estágios para avaliação da sua
eficiência, e em seguida com uma análise de cluster
4, estimando para cada estágio a
metafronteira entre os grupos e intergrupos, que são as grandes áres de conhecimento.
O primeiro estágio corresponde à relação entre o gasto público da pós-graduação
(infraestrutura, e recursos humano) e os recursos humanos contratados (docentes e
fun-cionários). O segundo estágio relaciona o quantitativo de recursos humanos disponível
com a capacidade de vagas destinadas aos alunos (matrículas no doutorado e
mes-trado); e o terceiro estágio relaciona o quantitativo de alunos matriculados com a taxa
de conclusão (teses e dissertações defendidas). Por último, no quarto estágio,
verifica-se o deverifica-sempenho do ensino na pós-graduação, com baverifica-se nas teverifica-ses e disverifica-sertações
que foram transformadas em publicações (artigos, livros e produção artísticas).
Neste trabalho, serão utilizados três procedimentos: o primeiro verifica a
efi-ciência dos programas em quatro estágios e calcula seu escore final; o segundo faz
uso de cluster para as grandes áreas de avaliação valendo-se da metafronteira, que
avalia o desempenho dentro e entre os grupos; e por último, realiza-se a
compara-ção da fronteira de eficiência dos dois períodos estudados, utilizando-se do índice de
Malmquist.
O modelo adotado para o primeiro procedimento, que verifica a eficiência
dos programas em quatro estágios, foi o network DEA (NDEA)
5. A vantagem do uso
do modelo NDEA é que este permite estimar as eficiências técnicas olhando para
os subprocessos (estágios) de produção. Além disso, o modelo torna-se inovador
por considerar a pós-graduação e suas grandes áreas, e também por considerar os
diferentes produtos intermediários destes estágios de produção.
1.1
Formulação do Problema
Estabelecer uma relação entre os cursos de pós-graduação e sua eficiência
torna-se um elemento essencial para o apoio à gestão das instituições. Com o uso da
metodologia NDEA para múltiplos estágios, com uso da metafronteira e com a análise
do índice de produtividade de Malmquist, pretende-se verificar quais os programas de
pós-graduação estudados são eficientes quanto à aplicação de seus insumos (inputs)
para obter seus produtos (outputs), identificando assim as melhores práticas.
Este trabalho propõe-se a responder a seguinte questão: como avaliar os
(2014) entre outros
4
Agrupamento dentro de um processo de classificação de dados conhecido como Clusterização (JAIN;
MURTY; FLYNN,
1999), que são agrupamentos com características semelhantes em determinados
aspectos. Neste estudo, cada grande área de avaliação será um cluster
5
O modelo adotado para este fim foi o desenvolvido inicialmente por
Fare e Grosskopf
(2000),
programas da pós-graduação no Brasil? Para tanto, utilizou-se o software MaxDEA,
que utiliza da programação linear para mensurar a fronteira de eficiência. A análise teve
como parâmetro os resultados obtidos pela Capes na avaliação trienal e divulgados em
2010 e 2013. Os dados foram complementados com os dados constantes nos relatórios
de gestão das Ifes.
1.2
Objetivos da Pesquisa
Para estabelecer uma relação entre eficiência e produção de resultados nos
programas de pós-graduação, cabe, portanto, a aplicação de métodos formais de
avaliação (NDEA, Metafronteira e índice de produtividade de Malmquist). Considerando
essa perspectiva, as subseções a seguir apresentam o objetivo geral e os objetivos
específicos que nortearam o trabalho de investigação.
1.2.1
Objetivo geral
A pesquisa teve como objetivo principal avaliar a eficiência dos programas de
pós-graduação das instituições federais de ensino superior brasileiras, identificando os
gaps tecnológicos para as grandes áreas de avaliação, bem como a eficiência temporal
nos triênios avaliados em 2007-2009 e 2010-2012.
1.2.2
Objetivos específicos
A complexidade da tarefa de avaliar a eficiência dos programas de
pós-graduação brasileiros exige que sejam estabelecidas etapas para a consecução desse
objetivo geral. Para tanto, foram estabelecidos objetivos específicos a seguir, que
orientarão o trabalho na direção dos resultados.
1) construir um modelo ideal dos serviços de pós-graduação das Ifes brasileiras,
utilizando múltiplos estágios e considerando diferentes elos do processo produtivo,
com base em indicadores discutidos na literatura;
2) adequar o modelo ideal dos serviços de pós-graduação prestados pelas Ifes
brasileiras a um modelo factível, com base nos dados disponíveis;
3) estimar a eficiência dos programas de pós-graduação nos triênios estudados
com base na técnica netwok DEA, identificando os gaps tecnológicos entre as
diferentes grandes áreas da pós-graduação, usando a técnicas de metafronteira;
4) avaliar, com base na fronteira de eficiência, os programas de pós-graduação mais
e menos eficientes em diferentes estágios bem como sua trajetória temporal no
período estudado, utilizando o índice de produtividade de Malmquist.
1.3
Justificativa
A Capes anualmente avalia os programas de pós-graduação, buscando medir,
entre outros fatores, a produtividade acadêmica (quantidade e qualidade da produção
científica). Olhando para as avaliações realizadas nos últimos triênios, percebemos um
expressivo crescimento no número de programas de pós- graduação no Brasil.
De olho nesse crescimento, entende-se que essa avaliação também pode
ser realizada utilizando indicadores de desempenho para medir a eficiência, como
ferramenta de gestão. Na literatura internacional, segundo
Ozga
(2003), a utilização
de indicadores de desempenho nas escolas, faculdades e universidades é tão comum,
que é difícil imaginar a vida educacional sem eles.
Para esta pesquisa, destacamos como limitação a diversidade de instituições
públicas e privadas voltadas à pesquisa e à pós-graduação, bem como a disponibilidade
de dados estatísticos. A análise final ficou restrita à coleta de dados sobre os programas
de pós-graduação em universidades federais
6, avaliados pela Capes nos triênios de
2007-2009 e 2010-2012.
1.4
Estrutura da Pesquisa
Além desta introdução, que apresenta os requisitos iniciais necessários à
con-cepção e ao desenvolvimento da pesquisa – contextualização, problema de pesquisa,
objetivos (geral e especifico) e justificativa –, esta dissertação é dividida em cinco
capítulos, resumidos a seguir.
Capítulo
2
: É constituído pela revisão de literatura sobre os temas abordados nesta
pesquisa: avaliação dos cursos de pós-graduação, eficiência, metafronteira, índice de
Malmquist e também por temas que fornecem elementos para auxiliar, estruturar e
organizar os resultados da pesquisa.
Capítulo:
3
: Apresenta os recursos metodológicos utilizados, introduzindo os conceitos
de programação linear, usada como ferramenta para medição da eficiência técnica,
com suporte na metodologia NDEA, na metafronteira e no índice de produtividade de
Malmquist.
Capítulo
4
: Detalha o processo metodológico com base nas ferramentas utilizadas,
construindo o modelo a ser adotado neste trabalho.
Capítulo
5
Resultados, análise e interpretação com base nos objetivos geral e
especí-ficos da pesquisa.
Capítulo
6
: Apresenta as conclusões decorrentes dos resultados alcançados e as
con-6
Instituições que publicam seus dados nos relatórios de gestão de acordo com a resolução do TCU n
osiderações finais sobre o trabalho, além de sugerir a possibilidade de desdobramentos
em trabalhos futuros.
E por fim, nos apêndices, são apresentadas as tabelas que servem de
comple-mento ás considerações feitas ao longo deste texto.
2
REVISÃO DA LITERATURA
Para o devido embasamento desta pesquisa, faz-se necessário discorrer um
pouco mais sobre a educação superior e a pós-graduação no Brasil, bem como os
principais aspectos relativos a sua eficiência e mensuração. Portanto, este capítulo
oferece, com base na literatura, suporte para o tema aqui discutido.
2.1
A Educação Superior no Brasil
Para
Colossi, Consentino e Queiroz
(2017), a educação superior é vista como
uma instituição social, tendo como meta formar uma elite intelectual e científica na
sociedade em que está inserida. A instituição social materializa-se pela estabilidade e
durabilidade quanto a sua missão, é estruturalmente colocada em normas e valores
oriundos do grupo ou da sociedade em que está inserida. Uma instituição social é,
essencialmente, um ideal, uma doutrina. Assim, a educação superior é uma instituição
social, estável e duradoura, criada a partir de normas e valores sociais (COLOSSI;
CONSENTINO; QUEIROZ,
2017, p.51).
Colossi, Consentino e Queiroz
(2017) ainda listam algumas datas que ilustram,
a trajetória da educação superior no Brasil. Em 1827, foram criados os cursos de
Ciências Jurídicas em São Paulo e em Olinda. Em 1889, temos a criação de 14 escolas
superiores com a Reforma de Benjamin Constant; em 1909, a criação da Universidade
de Manaus, mostrando a força do ciclo da borracha; e, em 1912, a fundação da
Universidade do Paraná, no contexto do ciclo do café.
De acordo com
Stallivieri
(2007), desde a criação da Universidade do Brasil
1,
diversas modificações legais afetaram a educação superior no país, sendo a principal
delas a Reforma Universitária de 1968, que buscava a eficiência administrativa, a
criação de uma estrutura departamental e a indivisibilidade entre ensino, pesquisa e
extensão.
1
Criada na década de 1920, a antiga Universidade do Rio de Janeiro surgiu como resultado da reunião
das escolas superiores existentes na cidade, e em 1937 passaria a denominar-se Universidade
do Brasil, reunindo 15 escolas ou faculdades que receberam a denominação de “nacionais“ e 16
institutos, alguns dos quais já existentes, além do Museu Nacional. A Universidade do Brasil, com a
reforma universitária iniciada em 1965, transformou-se na Universidade Federal do Rio de Janeiro
(UFRJ)
2.2
A Pós-Graduação no Brasil
A pós-graduação no Brasil possui reconhecimento por parte da comunidade
científica, tanto no Brasil como em outros países. Tal reconhecimento, de acordo
com
Santos e Azevedo
(2009), deve-se à seriedade que nossas políticas públicas
para a pós-graduação assumiram, tanto em termos de declarações como em ações
voltadas a esse setor. Cabe chamar atenção para os processos de avaliação produzidos
pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), que
se desdobraram, entre outras formas, na expansão contínua e com qualidade da
pós-graduação nos últimos 60 anos.
Quando os primeiros estudos da pós-graduação foram reconhecidos, em 1965,
o Conselho Nacional de Educação (CNE) identificou ao todo 38 programas: 27
mestra-dos e 11 doutoramestra-dos. Dez anos depois, em 1975, o Brasil já contava com 429 programas
de mestrado e 149 de doutorado (BALBACHEVSKY,
2005).
Em 2010, eram 1.502 de doutorado
2(D) e 2.544 de mestrado acadêmico (M) e
247 de mestrado profissional (F); e, em 2013, tínhamos um total de 3.535 programas de
pós-graduação, conforme pode ser visto na Tabela
1, que distribui os dados por região
geográfica. Podemos observar que existe uma grande concentração destes programas,
na região Sudeste, que é seguida pelas regiões Sul e Nordeste de forma equilibrada.
As regiões Centro-Oeste e Norte apresentam o menor número de programas de
pós-graduação nos períodos analisados.
Tabela 1 –
Distribuição dos cursos de pós-graduação (stricto sensu), por região geográfica nos anos
de 2010 e 2013
N
ode programas em 2010
N
ode programas em 2013
Região
D
M
F
M/D
Total
D
M
F
M/D
Total
Centro-Oeste
4
99
16
88
207
7
118
32
131
288
Nordeste
17
284
41
193
535
15
309
85
292
701
Norte
3
82
7
41
133
5
81
26
67
179
Sudeste
21
383
132
845
1.381
23
333
243
1.035
1.634
Sul
4
243
51
286
584
6
223
95
409
733
Brasil
49
1.091
247
1.453
2.840
56
1.064
481
1.934
3.535
Fonte:
GeoCapes
(2017)
Elaboração do autor.
O Plano Nacional de Pós-Graduação (PNPG) 2011-2020 aborda entre outras
coisas, a origem da pós-graduação brasileira, os avanços dos planos anteriores e as
recomendações sobre as prioridades do plano. Além dos procedimentos de avaliação,
2
Inclui-se nesta soma os programas apenas de doutorado (49) e os programas que contemplam
mestrado e doutorado (1.453), totalizando 1.502 programas de doutorado. O mesmo processo deve
ser aplicado para os valores de mestrado.
propriamente ditos, introduz novas questões, como a multidisciplinaridade na pesquisa,
as assimetrias em relação à distribuição de programas no país, a preocupação com
a educação básica, que deve ser responsabilidade também da pós-graduação, a
formação de recursos humanos para os programas nacionais de inovação e para
as empresas, a internacionalização da pesquisa, formas de financiamento da
pós-graduação e o papel das agências de fomento (BRASIL,
2010).
De acordo com
Vogel e Kobashi
(2016), o PNPG 2011-2020 é o sexto plano
criado pela Capes. Os anteriores são:
• I PNPG 1975-1979
3: introduziu o planejamento estatal das atividades de
pós-graduação no Brasil, com o objetivo de formar docentes e pesquisadores.
• II PNPG 1982-1985: preocupou-se com a institucionalização da avaliação da
pós-graduação, processo existente desde 1976, que era, porém, incipiente. Houve
maior investimento na estruturação e no aperfeiçoamento do sistema de
mo-nitoramento e avaliação dos programas, com a progressiva informatização e
aprimoramento dos formulários de coleta de dados, que visavam à geração
de indicadores objetivos da relação custo/eficiência e a quantificação dos
pro-dutos obtidos. Registra-se também, nesse período, o maior envolvimento da
comunidade acadêmica no processo avaliativo, com a criação de comissões de
especialistas nas diferentes áreas do conhecimento e a realização de visitas in
loco, por consultores das respectivas áreas (MORAES,
2004;
HOSTINS,
2006).
• III PNPG 1986-1989: propôs a subordinação das atividades de pós-graduação ao
desenvolvimento econômico brasileiro, por meio de sua integração com o Sistema
Nacional de Ciência e Tecnologia. Procurava-se, então, alcançar a articulação
entre as diversas instâncias governamentais e a comunidade científica, bem como
a ampliação das relações entre ciência, tecnologia e setor produtivo, indicando
uma tendência em considerar essas dimensões de forma integrada (HOSTINS,
2006).
• IV PNPG: não se concretizou como um plano oficial, mas teve suas diretrizes
adotadas pela Capes: ênfase na expansão, e, na inserção do Sistema Nacional
da Pós-Graduação e apresentação de propostas de mudanças no processo de
avaliação, destacando-se as mudanças no processo de avaliação, a implantação
do portal de periódicos e inserção internacional da pós-graduação (HOSTINS,
2006).
Já no final de 1995, uma portaria da Capes chamou atenção para o fato de
que a pós-graduação stricto sensu poderia conduzir à formação para o mercado
3
Elaborado pelo Conselho Nacional de Pós-Graduação, instituído no Ministério da Educação e Cultura
não acadêmico, para os mercados que era então chamado de profissional. Era
preciso olhar para esse tipo de pós-graduação de modo distinto do que se fazia
com a pós-graduação acadêmica. Dois anos depois dessa portaria, não havia
acontecido nada. O sistema não reagiu. O número de propostas de mestrado
profissional foi muito pequeno (GOUVÊA,
2012).
• V PNPG 2005-2010: propôs o aprimoramento do processo de avaliação qualitativa
da pós-graduação, a preocupação com a solidariedade entre os cursos e seu
impacto social, a expansão da cooperação internacional, o combate às
assime-trias, a formação de recursos humanos para a inovação tecnológica, a ênfase na
formação de docentes para todos os níveis de ensino e a criação de uma nova
modalidade de curso: o mestrado profissional. Também indica a expansão do
sistema em quatro vertentes: (i) a capacitação docente para o ensino superior;
(ii) a qualificação dos professores da educação básica; (iii) a especialização de
profissionais para o mercado de trabalho público e privado; e (iv) a formação de
técnicos e pesquisadores para empresas públicas e privadas.
O PNPG 2011-2020, embora reconheça que a pesquisa é o sentido da
pós-graduação, demonstra forte preocupação com a formação de professores para o ensino
médio e básico – incumbência até então ausente nos planos anteriores. Tem-se uma
nova frente de trabalho a ser assumida pela Capes, enfatizando o papel da
pós-graduação na apresentação de soluções para os graves problemas da educação básica
no Brasil.
A internacionalização recebe destaque especial no PNPG 2011-2020. O plano
estimula, nesse sentido, a realização de diversas ações: (i) expansão da quantidade
de alunos estrangeiros nas universidades brasileiras; (ii) apoio aos estágios de
pós-graduação no exterior (doutorados-sanduíche); (iii) incentivo à maior participação dos
pesquisadores brasileiros em congressos e eventos internacionais; (iv) realização de
doutorado completo no exterior (BRASIL,
2010, p. 22).
Nesse esforço, criou-se um programa específico para alunos de graduação
poderem realizar parte de seus estudos no exterior, como o “Ciência sem Fronteiras".
Seus resultados merecem avaliação cuidadosa, não havendo, ainda, dados concretos
sobre os impactos dessa política pública. Cabe aqui ressalvar que desde 2016 este
programa encontra-se paralisado, em função da crise econômica por que passa o país,
bem como por outras medidas neste plano.
A avaliação da produção intelectual é também objeto de reformulações
periódi-cas, como a introdução de novos parâmetros mais objetivos, como o Qualis periódicos,
para avaliação e pontuação da produção de artigos em periódicos e, ainda, a avaliação
de livros e produção artística (BRASIL,
2010, p. 126).
2.3
Avaliação da Pós-Graduação no Brasil
O primeiro processo de avaliação dos programas de pós-graduação foi
re-alizado pela Capes em 1976, tendo sido originalmente pensado, à época, para a
distribuição de bolsas de estudo (SCHWARTZMAN; CASTRO,
1986). Para dar
credibili-dade a essa avaliação, a Capes privilegiou a produção científica dos pesquisadores
ligados aos programas de pós-graduação e criou comitês de áreas, contando com a
participação dos mais destacados pesquisadores, que se encarregaram de avaliar e
classificar cada programa.
Com o passar dos anos e a repetição desses processos de avaliação, de
acordo com
Balbachevsky
(2005), esses comitês se transformaram em influentes
fóruns de debate acerca dos padrões de qualidade da pesquisa e carreira acadêmica,
justificando objetos de estudo, teorias e metodologias e reconhecendo padrões de
publicação em diálogo com a comunidade internacional. Assim, as atividades desses
comitês representaram uma contribuição relevante para o processo de consolidação
dos campos de conhecimento e para a construção da comunidade científica no Brasil
(BALBACHEVSKY,
2005).
Esse processo de avaliação foi reconhecido como uma importante referência
de qualidade para os programas de pós-graduação. A avaliação da Capes permitiu que
se criasse uma clara conexão entre desempenho e resultados
4, no que se refere aos
programas mais bem avaliados (BALBACHEVSKY,
2005).
Desde então, a expansão da pós-graduação tem sido uma demanda da
so-ciedade, e o número de programas vem apresentando crescimento, como mostra a
Tabela
2, que apresenta os dados da pós-graduação para 2007, 2010 e 2013, em nível
acadêmico de mestrado e doutorado: no ano de 2013, com mais de 110 mil estudantes
matriculados em programas de mestrado no Brasil e outros 88 mil eram alunos de
doutorado. No mesmo ano, o país titulou 45 mil mestres e 15.585 doutores.
Tabela 2 –
Estudantes matriculados e titulados na pós-graduação (stricto sensu), distribuídos nas
grande áreas de avaliação nos anos de 2007, 2010 e 2013
Ano 2007 Mestrado Doutorado
Grandes Áreas Matriculado Titulado Matriculado Titulado
Ciências Agrárias 7.683 2.995 5.379 1.217 Ciências Biológicas 5.492 2.198 5.405 1.154 Ciências da Saúde 11.144 4.555 7.644 1.798 Ciências Exatas e da Terra 7.693 2.684 5.748 988 Ciências Humanas 15.160 5.498 8.949 1.689 Ciências Sociais Aplicadas 12.372 4.384 3.940 810
Engenharias 12.530 4.126 6.862 1.169
(Continua)
4
Quanto melhor a avaliação alcançada pelo programa, maiores eram as chances de seus
pesquisado-res alcançarem apoio, tanto para receber bolsas de estudo como para obter recursos para pesquisa
e infraestrutura.
(Conclusão)
Grandes Áreas Matriculado Titulado Matriculado Titulado
Linguística, Letras e Artes 6.129 2.211 3.292 710 Multidisciplinar 6.153 1.908 2.448 380
Totais 2007 84.356 30.559 49.667 9.915
Ano 2010 Mestrado Doutorado
Grandes Áreas Matriculado Titulado Matriculado Titulado
Ciências Agrárias 9.924 4.015 7.327 1.475 Ciências Biológicas 6.754 2.637 6.699 1.200 Ciências da Saúde 14.008 5.488 10.247 2.132 Ciências Exatas e da Terra 9.244 3.251 7.103 1.176 Ciências Humanas 17.072 6.589 11.134 2.007 Ciências Sociais Aplicadas 13.066 4.895 5.344 944
Engenharias 14.338 4.314 8.722 1.196
Linguística, Letras e Artes 6.665 2.350 3.903 643 Multidisciplinar 7.540 2.708 4.109 541
Totais 2010 98.611 36.247 64.588 11.314
Ano 2013 Mestrado Doutorado
Grandes Áreas Matriculado Titulado Matriculado Titulado
Ciências Agrárias 11.140 5.254 10.178 2.085 Ciências Biológicas 7.114 3.578 8.586 1.558 Ciências da Saúde 15.413 6.744 14.481 2.956 Ciências Exatas e da Terra 10.352 3.990 9.655 1.472 Ciências Humanas 19.187 7.927 14.886 2.673 Ciências Sociais Aplicadas 14.817 6.027 7.777 1.331
Engenharias 14.339 4.929 10.536 1.572
Linguística, Letras e Artes 7.459 3.015 5.423 920 Multidisciplinar 10.695 3.937 6.946 1.018
Totais 2013 110.516 45.401 88.468 15.585
Fonte:
GeoCapes
(2017).
Elaboração autor.
2.3.1
Áreas de conhecimento Capes
De acordo com o website
5da Capes, que oferece informações sobre as 49
Áreas de Avaliação, como forma de facilitar o desenvolvimento das atividades avaliativas
da pós-graduação no Brasil, as áreas estão agrupadas, por critério de afinidade, em
dois níveis:
• Primeiro nível: Colégios; e
• Segundo nível: Grandes Áreas
6.
Os colégios são três, “Ciências Biológicas", “Cências Exatas, Tecnológicas e
Multidisciplinar"e “Ciências Sociais e Aplicadas"; e as Grandes Áreas são nove e estão
agrupadas em seus colégios como mostrado no Quadro
1.
5
Disponível em:
<http://capes.gov.br/avaliacao/sobre-as-areas-de-avaliacao>
Acesso em: 19 jan. 2017
6Aglomeração de diversas áreas do conhecimento, em virtude da afinidade de seus objetos, métodos
Quadro 1 –
Áreas de Avaliação da Capes, por colégios e grandes áreas
CIÊNCIAS DA VIDA
CIÊNCIAS AGRÁRIAS
CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
CIÊNCIAS DA SAÚDE
Ciência de Alimentos, Ciências
Agrárias I, Medicina
Veterinária, Zootecnia /
Recursos Pesqueiros
Biodiversidade, Ciências
Biológicas I, Ciências
Biológicas II, Ciências
Biológicas III
Educação Física, Enfermagem,
Farmácia, Medicina I, Medicina
II, Medicina III, Nutrição,
Odontologia, Saúde Coletiva
CIÊNCIAS EXATAS, TECNOLÓGICAS E MULTIDISCIPLINAR
CIÊNCIAS EXATAS E DA
TERRA
ENGENHARIAS
MULTIDISCIPLINAR
Astronomia / Física, Ciência da
Computação, Geociências,
Matemática / Probabilidade e
Estatística, Química
Engenharias I, Engenharias II,
Engenharias III, Engenharias IV
Biotecnologia, Ciências
Ambientais, Ensino,
Interdisciplinar, Materiais
HUMANIDADES
CIÊNCIAS HUMANAS
CIÊNCIAS SOCIAIS
APLICADAS
LINGUÍSTICA, LETRAS E
ARTES
Antropologia / Arqueologia,
Ciência Política e Relações
Internacionais, Educação,
Filosofia, Geografia, História,
Psicologia, Sociologia,
Teologia
Administração Pública e de
Empresas, Ciências Contábeis
e Turismo, Arquitetura,
Urbanismo e Design,
Comunicação e Informação,
Direito, Economia,
Planejamento Urbano e
Regional / Demografia, Serviço
Social
Artes, Música, Letras,
Linguística
Fonte: WebSite Capes.
Elaboração autor.
Considerando a preocupação em avaliar a eficiência dos programas de
pós-graduação, é necessário observá-los em suas Grandes Áreas, e em seguida comparar
os resultados de eficiência com os demais programas da sua própria área de
conheci-mento.
2.3.2
Processo de Avaliação Capes
Consta no texto do PNPG 2011-2020 que o processo de avaliação tem sido
bem-sucedido, embora sejam reconhecidas suas imperfeições. Por isso, a avaliação é
vista como processo a ser continuamente aprimorado, devendo, para este fim,
ajustar-se às mudanças e conveniências das áreas do conhecimento que avalia. O PNPG
2011-2020 descreve que a avaliação é caracterizada por três eixos: (i) feita por pares,
oriundos das diferentes áreas do conhecimento e reconhecidos por sua reputação
intelectual; (ii) tem natureza meritocrática, levando à classificação dos e nos campos
dis-ciplinares; (iii) associa reconhecimento e fomento, definindo políticas e estabelecendo
critérios para o financiamento dos programas.
As diretrizes para a avaliação da pós-graduação chamam atenção para a
importância do acompanhamento desses programas, de modo a estimulá-los a atingir
melhores níveis de qualidade e a estabelecer diferenciações entre cursos acadêmicos
e profissionais, dentro da formação stricto sensu.
O sistema de avaliação da Capes é atualmente constituído de 49 áreas de
avaliação, que estão distribuídas nas nove grandes áreas de conhecimento, conforme
Quadro
1, as quais incorporam os programas de pós-graduação.
Cada área reúne as informações sobre atividades desenvolvidas, com o uso
de um aplicativo próprio desenvolvido pela Capes. De 1998 até 2012, a Capes tinha os
dados de avaliação coletados anualmente, e os resultados divulgados a cada três anos.
A partir de 2013, esses dados coletados passarão a ter seus resultados divulgados a
cada quatro anos (quadriênios). O processo de avaliação é parametrizado por critérios
consolidados em um “Documento de Área", dividido em seções. De acordo com
Vogel
e Kobashi
(2016), são elas:
• Identificação da área: abrangência da área e nome dos coordenadores.
• Considerações gerais sobre o estágio atual da área: texto com dados sobre o
que aconteceu na área, com dados sobre avanços dos programas, por região, por
subárea do conhecimento, e o que mais for considerado pertinente.
• Requisitos e orientações sobre as propostas de novos cursos: apontamento dos
requisitos mínimos, seguindo os critérios de avaliação (proposta do curso; corpo
docente; atividade de pesquisa, produção intelectual; infraestrutura de ensino e
pesquisa; e outras informações), separadas por mestrado, doutorado, e mestrado
profissional.
• Considerações gerais sobre a avaliação do triênio: comentários sobre como se
deu a avaliação no triênio anterior.
• Considerações sobre o Qualis Periódicos e os demais Qualis (livros, artístico) e
critérios para estratificação e uso desses indicadores na avaliação da produção
intelectual.
• Fichas de avaliação para mestrado acadêmico, doutorado e mestrado profissional:
apresentação detalhada dos critérios (proposta do programa; corpo docente;
corpo discente, teses e dissertações; produção intelectual; inserção social) para
mestrados e doutorados acadêmicos e mestrados profissionais.
• Considerações e definições sobre internacionalização/inserção internacional:
apresentação dos aspectos que levam um programa a ultrapassar a nota (cinco)
e atingir padrões de excelência (notas seis e sete).
• Comissão de área: ficha com nome e função de todos os colaboradores que
participaram da avaliação.
Um item considerado central na avaliação é a produção intelectual do núcleo
docente permanente de um programa. Por meio dos documentos de área é
possí-vel “comparar os diferentes estágios do processo de comunicação científica de cada
área"(MUGNAINI; SALES,
2013). Para os periódicos, os autores identificam os
indica-dores utilizados pelas diferentes áreas, tais como: (i) fator de impacto; e (ii) índices de
citação
7(MUGNAINI; SALES,
2013).
Observa-se que não há, de fato, uniformidade na adoção de critérios de
avali-ação de produção intelectual. No caso dos índices acima citados, há áreas que não
poderiam ser avaliadas por esses índices porque os periódicos que utilizam para
comu-nicar suas pesquisas não estão representados nessas bases de dados. Desse modo,
outros tipos de parâmetros são adotados, como a avaliação de livros e da produção
artística.
2.3.3
Os indicadores do TCU
Na literatura internacional, segundo
Ozga
(2003), a utilização de indicadores
de desempenho nas escolas, faculdades e universidades é tão comum, que é difícil
imaginar a vida educacional sem eles. No Brasil, para as Ifes, de acordo com
Sullivan
et al.
(2012), os indicadores têm dois objetivos principais: (i) apresentar um conceito
analiticamente bem definido de produtividade no ensino superior; e (ii) recomendar
diretrizes empiricamente válidas e operacionalmente práticas para medi-la.
Acrescenta-se Acrescenta-seu valor óbvio de medidas de aperfeiçoamento de produtividade e eficiência e,
como resultado, uma gestão mais competente em seus processos.
Para
Müller
(2001), a utilização de indicadores de qualidade e de medidas de
desempenho nas Ifes apresentam muitas vantagens, entre elas podemos ressaltar:
a) Possibilita a avaliação do desempenho da Instituição;
b) Induz a um processo que permite eliminar inconsistências;
c) Oportuniza estabelecer sua missão institucional, sua estrutura e seus objetivos
prioritários;
d) Viabiliza processo decisório do desenvolvimento da organização e de sua
formu-lação de políticas;
7
Podemos relacionar como índice de citação: Web of Science (WoS), Scopus, SciELO e Google
Acadêmico, além de outras fontes, como o Journal of Citation Reports (JCR) e SCImago Journal &
Country Rank (SJR).
e) Melhora a coordenação da instituição com seus dirigentes;
f) Gera maior grau de confiabilidade da gestão.
Assim, avaliar o desempenho da gestão das instituições públicas permite
conhecer os objetivos e as metas que perseguem; ter informação detalhadas das
suas atividades e dos custos necessários para atingir os seus objetivos; conhecer
resultados para compará-los com padrões conhecidos; buscar melhorias no processo
de prestação de contas; controlar mais efetivamente a aplicação dos recursos, o que
facilita o entendimento dos termos produtividade, eficiência e economicidade, entre
outros.
A Decisão n
o408/2002
8- Plenário, do Tribunal de Contas da União (TCU),
obriga as Ifes a divulgarem anualmente em seus Relatórios de Gestão nove indicadores,
sendo três deles com a composição “sem" e “com" hospital universitário, totalizando
doze indicadores de desempenho. A seguir, no Quadro
2, , estão apresentados os nove
indicadores para a opção “sem" hospital universitário.
Quadro 2 –
Indicadores TCU
Indicadores Decisão TCU 408/2002
Metodologia de Cálculo
I. Custo corrente sem HU / Aluno Equivalente
Custo Corrente sem HUAGE+AP GT I
II. Aluno Tempo Integral / Professor Equivalente
AGT I+AP GT INode Professores Equivalentes
III. Aluno Tempo Integral / Funcionário Equivalente
sem HU
AGT I+AP GT I
Node Funcionarios Equivalentes sem HU
IV. Funcionário Equivalente sem HU / Professor
Equivalente
Node Funcionarios Equivalentes sem HU
Node Professores Equivalentes
V. Grau de Participação Estudantil (GPE)
AGT IAG
VI. Grau de Envolvimento Discente com
Pós-Graduação (CEPG)
AP G
AE+AP G
VII. Conceito Capes/MEC para a Pós-Graduação
ΣConceito dos Programas de Pós-GraduaçãoNode Programas de Pós-Graduação
VIII. Índice de Qualificação do Corpo Docente
(5D+3M +2E+G)D+M +E+GIX. Taxa de Sucesso na Graduação (TSG)
NoTotal de Alunos IngresantesNode DiplomadosFonte: WebSite TCU.
Elaboração autor.
Para este trabalho, focaremos nos indicadores: (I) Custo Corrente sem HU /
Aluno Equivalente; e (III) Aluno tempo Integral / Funcionário Equivalente sem HU.
Indicador: Custo Corrente sem HU / Aluno Equivalente
O indicador de Custo Corrente sem HU / Aluno Equivalente representa relação
entre as despesas correntes de todas as unidades gestoras das Ifes, sem levar em
consideração as aposentadorias, reformas e pensões, as sentenças judiciais, as
despe-sas com pessoal cedido e com afastamento, menos 100% das despedespe-sas correntes de
hospitais universitários e que estejam incluídas nos custos da universidade, no período,
ou seja, entre o dia 01/01 até 31/12 para o ano do relatório, O Custo Corrente sem
Hospitais Universitários é o resultado da seguinte equação:
Custo Corrente sem HU (Hospitais Universitários) =
(+) Despesas correntes do órgão Universidade, com todas as UG, inclusive hospitais
universitários, se houver (conta SIAFI n
o3.3.0.0.0.00.00)
(-) 100% das despesas correntes totais do(s) hospital(is) universitário(s) e maternidade,
devendo ser consideradas todas as unidades hospitalares cujas despesas estejam
incluídas nas despesas correntes da Universidade
(-) Aposentadorias e reformas do órgão Universidade (conta SIAFI n
o3.3.1.9.0.01.00)
(-) Pensões do órgão Universidade (conta SIAFI n
o3.3.1.9.0.03.00)
(-) Sentenças judiciais do órgão Universidade (conta SIAFI n
o3.3.1.9.0.91.00)
(-) Despesas com pessoal cedido – docente do órgão Universidade
(-) Despesas com pessoal cedido – técnico-administrativo do órgão Universidade
(-) Despesa com afastamento país/exterior – docente do órgão Universidade
Por sua vez, para encontrar o número de alunos matriculados, que serão ponderados
no cálculo do período, tem-se que:
• Total de alunos regularmente matriculados na graduação (A
G): todos os
alu-nos efetivamente matriculados na graduação e que estejam cursando pelo mealu-nos
uma disciplina. Incluem-se, também, alunos que estejam fazendo o projeto final
ou monografia;
• Total de alunos na pós-graduação stricto sensu, incluindo-se alunos de
mestrado e de doutorado (AP G): aluno efetivamente matriculado na pós-graduação
é aquele que esteja cursando pelo menos uma disciplina. Incluem-se, também,
alunos que estejam fazendo a dissertação ou tese;
• Alunos de residência médica (A
R): aluno efetivamente matriculado na
residên-cia médica é aquele que realiza sua inscrição formal no curso, e tenha cumprido
as formalidades exigidas.
Cabe destacar que não devem ser considerados nos cálculos alunos ou
partici-pantes de atividades de extensão, especialização, mestrado profissionalizante e alunos
de curso a distância. As informações semestrais devem ser somadas e divididas por
dois.
O número de alunos da graduação em tempo integral (A
GT I
) será calculado
A
GT I
= Σ
todos os cursos(N DI ∗ DP C)(1 + [Fator de Retenção]) + ((N I − N DI)/4) ∗ DP C
Em que:
NDI: número de diplomados, refere-se ao número de alunos que colaram grau,
in-cluindo os alunos aptos a colarem grau. Esse número é o total (1
oe 2
osemestres)
do ano letivo correspondente ao exercício. Caso os dados do 2
osemestre do ano em
questão não estejam disponíveis, substituir pelo do 2
osemestre do ano letivo anterior;
DPC: duração padrão do curso, de acordo com a tabela da SESu;
NI: número de alunos que ingressaram, no ano letivo relativo ao exercício em questão;
Fator de retenção: o fator de retenção
9para os cursos de graduação representa o
número de alunos que ultrapassaram o tempo padrão de duração do curso e não
se formaram por diversos fatores, como reprovações, cancelamento de disciplinas e
trancamento do semestre, permanecendo retidos no curso para conclusão posterior ao
tempo previsto.
Número de alunos equivalentes da graduação (AG
E
): é calculado pela fórmula:
A
GE
= A
GT I ∗ [Peso do grupo em que se insere o curso]
Número de alunos da pós-graduação em tempo integral (A
P GT I
): é calculado pela
fórmula: A
P GT I = 2 ∗ A
P GNúmero de alunos de residência médica em tempo integral (AR
T I
): é calculado
pela fórmula: A
RT I = 2 ∗ A
RPor fim, temos o cálculo do Custo Corrente sem Hospital Universitário, dado pela
seguinte fórmula:
Custo Corrente sem HU / Aluno Equivalente =
Custo Corrente sem HU
A
G
E+A
P GT I+A
RT I
Indicador: Aluno tempo Integral/ Funcionário Equivalente sem HU
Este indicador representa a relação entre o número de alunos em tempo
inte-gral e o número de funcionários equivalente, evidenciando a produtividade e eficiência
destes funcionários no atendimento aos alunos. Isto significa que quanto menor for o
resultado, melhor será este índice. Para calcular este índice, considera-se o funcionário
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