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SAÚDE DO HOMEM: O CONHECIMENTO DOS CAMINHONEIROS SOBRE O CÂNCER DE PÊNIS

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Rev Cient da Fac Educ e Meio Ambiente: Revista da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA, Ariquemes, v10., n. 2 , p. 107-119, ago.-dez. 2019.

Artigo Original (Saúde Coletiva)

Janaina Ferreira Passos

Enfermeira. Especialista em Enfermagem em Centro Cirúrgico pela Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS). Brasília, Distrito Federal, Brasil. E- mail: janainapassosufmt@hotmail.com.

Ingrid de Lima Czarniak

Acadêmica no curso de Enfermagem pela Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Universitário do Araguaia. Barra do Garças, Mato Grosso, Brasil. E-mail: ingrid_czarniak@hotmail.com.

Jefferson Pereira Maciel da Cruz

Enfermeiro. Mestrando em Ciências da Saúde pelo Departamento de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de São Carlos / Denf – UFSCar, São Carlos, São Paulo, Brasil. E-mail: Jeff.p.maciel@gmail.com .

Alisséia Guimarães Lemes

Enfermeira. Doutoranda em enfermagem psiquiátrica pela EERP-USP. Docente Assistente II na Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Universitário do Araguaia. Barra do Garças, Mato Grosso, Brasil. E-mail: alisseia@hotmail.com.

Vagner Ferreira do Nascimento

Enfermeiro. Doutor em Bioética pelo Centro Universitário São Camilo (CUSC). Professor Adjunto II no Departamento de Enfermagem da Universidade Estadual de Mato Grosso (UNEMAT), Tangará da Serra, Mato Grosso, Brasil. E-mail: vagnerschon@hotmail.com.

Elias Marcelino da Rocha

Enfermeiro. Mestre em Ciências da Saúde. Docente Assistente na Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Universitário do Araguaia. Barra do Garças, Mato Grosso, Brasil. E-mail: eliasufmt@yahoo.com.br.

Resumo:

O câncer de pênis é uma neoplasia que atinge geralmente populações de homens com baixa condições socioeconômicas e grau de instrução, além de hábitos precários de higiene. Devido as condições adversas que permeiam a vida diária dos caminhoneiros, eles se encontram em situações de grande vulnerabilidade para desenvolvimento de câncer do pênis. Este estudo tem como objetivo analisar o conhecimento de caminhoneiros sobre câncer de pênis. Trata-se de um estudo descritivo, transversal com abordagem quantitativa. Realizou-se por aplicação de um questionário estruturado, em um posto de fiscalização da Secretaria do Estado de Fazenda, no estado de Mato Grosso, território da Amazônia Legal, com 100 motoristas de caminhão, junto a ações do projeto de extensão “Viva Bem Caminhoneiro” no primeiro semestre de 2018. Quanto aos resultados, destaca-se que 53% apresentaram faixa etária de 41 a 66 anos, baixa escolaridade, 64% casados e 69% eram procedentes da região Centro Oeste. Entre os entrevistados 14% já tiveram algum tipo de infecção sexualmente transmissível, 51% não utilizam preservativos nas relações sexuais e 5% referiram ter fimose. Cerca de 80% nunca participaram de orientação sobre câncer de pênis ou autoexame. Sobre desenvolvimento de câncer de pênis, 38% relataram falta de higiene e 32% mencionaram as infecções sexualmente

SAÚDE DO HOMEM: CONHECIMENTO

DE CAMINHONEIROS SOBRE CÂNCER

DE PÊNIS

MAN'S HEALTH: KNOWLEDGE OF

TRUCKERS ABOUT PENIS CANCER

10.31072/rcf.v10i2.819

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Rev Cient da Fac Educ e Meio Ambiente: Revista da Faculdade de Educação e Meio Ambiente - FAEMA, Ariquemes, v10., n. 2 , p. 107-119, ago.-dez. 2019.

transmissíveis. Este estudo evidenciou a necessidade do desenvolvimento de estratégias de educação em saúde voltadas para os caminhoneiros, a fim de sensibilizá-los sobre o câncer de pênis.

Palavras-chave:

Motoristas, Entendimento, Neoplasia.

Abstract:

Penis cancer is a neoplasm that usually affects populations of men

with low socioeconomic status and degree of education, in addition to precarious hygiene habits. Due to the adverse conditions that permeate the daily life ofthe truckers, they are in situations of large vulnerability to developingpenis cancer. This study aims to analyze the knowledge of truckers aboutpenis cancer. This is a descriptive, cross-sectional study with a quantitative approach. Carried out by applying a structured questionnaire, at a check point of the secretariat of the State of finance, in the city of Mato Grosso, territory of the Legal Amazon, with 100 truck drivers, with an extension project of the action “Live Well Truck Driver”. In the first half of 2018. Of the 100 respondents truck drivers, 53% were aged 41-66 years old, low schooling, 64% married and 69% were from the Midwest region. Of which 14% had some kind of STD and 51% do not use condoms during sexual intercourse, 5% had phimosis. About 80% never attended guidance on penile cancer or self-examination. Regarding the development of penis cancer, 38% reported lack of hygiene and 32% mentioned STD. This study evidenced the need for the development of health education strategies aimed at truckers, In order to sensitizing them about penis cancer.

Keywords

: Drivers, Understanding, Neoplasm.

Introdução

Os caminhoneiros são responsáveis por transportarem grande parte dos produtos do Brasil e são fundamentais na economia da população. Estudos científicos sobre esta categoria apontam que a maioria dos caminhoneiros possuem hábitos de vida prejudiciais à saúde, como alimentação, falta de atividade física, tempo insuficiente de descanso, consumo de drogas lícitas e ilícitas, comportamento sexual de risco, precariedade na higiene pessoal, além de elevados índices de baixa escolaridade (1).

Esses profissionais mantêm uma jornada de trabalho longa e exaustiva, acostumando-se a trabalhar por períodos cada vez maiores. No entanto, a remuneração dos seus serviços é baixa, e as condições de trabalho não são muito favoráveis. Geralmente as condições de higiene dos locais de parada são precárias, não apresentam uma estrutura adequada e, além disso, os banhos costumam ser pagos e cronometrados pelo o proprietário do posto (2).

As ações de saúde, principalmente no âmbito da Atenção Primária à Saúde (APS), são isoladas e raras para esta classe trabalhista, que é composta em sua maioria por homens, que devem ser incluídos na Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (PNAISH), lançada em 2008 pelo Ministério da Saúde (MS), com intuito de reduzir a morbimortalidade e ampliar o acesso à informações referentes aos agravos e enfermidades que atinge os homens (3).

Submetido:

30 jun. 2019.

Aprovado:

21 jan. 2020.

Publicado:

29 maio. 2020.

solangecamargo28@hotmail.com: Este é um artigo de acesso aberto e distribuído sob os Termos da

Creative Commons Attribution License. A licença permite o

uso, a distribuição e a reprodução irrestrita, em qualquer meio, desde que creditado as fontes originais.

Imagem: StockPhotos (Todos os direitos reservados).

Open Access

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O câncer de pênis é uma neoplasia que atinge geralmente homens com baixa condição socioeconômica e grau de instrução, além de hábitos precários de higiene. A incidência no Brasil é alta, sendo prevalente cinco vezes mais em regiões mais carentes (4,5). Os estados da região nordeste destacam-se a incidência e prevalência

para o câncer peniano. Em um trabalho científico, verificou-se que no período de 18 anos o Brasil teve aumento significativo da mortalidade por câncer de pênis, totalizando mais de 5 mil óbitos (6).

A etiologia do câncer de pênis ainda não é bem definida, diversos estudos têm relacionado sua causa aos fatores, como a infecção pelo Papiloma Vírus Humano (HPV), presença de fimose, baixa escolaridade e falta de higienização adequada (7). A vacina que protege contra o HPV foi incorporada ao Sistema Único

de Saúde (SUS) em 2014 e atualmente é aplicada no público feminino, entre nove e 14 anos de idade (14 anos, 11 meses e 29 dias), no masculino entre 11 e 14 anos (14 anos, 11 meses e 29 dias) de idade e para grupos com condições clínicas especiais (8).

O autoexame do pênis associado a higienização diária com água e sabão, são fundamentais para prevenção do câncer. O uso do preservativo nas relações sexuais diminui o risco de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) inclusive o HPV. Essas práticas contribuem de forma positiva para prevenção do câncer de pênis (9).

Destaca-se ainda que há uma invisibilidade e ocultamento dos motoristas de caminhões nas pesquisas, pois essa população raramente tem adesão aos serviços de promoção da saúde e prevenção de agravos. Tal fato é atribuído as longas jornadas de trabalho e extensa permanência nas estradas transportando as riquezas mundiais. Este estudo avaliou o conhecimento de caminhoneiros sobre o câncer de pênis, autoexame, fatores predisponentes, condições sociais e hábitos de higiene, a fim de contribuir com a literatura referente a saúde do homem.

Material e Métodos

Trata-se de um estudo descritivo, transversal com abordagem quantitativa, que analisou o conhecimento de caminhoneiros sobre câncer de pênis. O estudo foi realizado no posto fiscal Secretaria do Estado de Fazenda (SEFAZ) as margens da BR 0-70, na cidade de Barra do Garças – Mato Grosso (MT), território da Amazônia Legal, local que faz divisa territorial do Estado de Mato Grosso com o Estado Goiás. A pesquisa foi realizada junto as ações desenvolvidas por membros do projeto de extensão “Viva Bem Caminhoneiro”, da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Campus Universitário do Araguaia (CUA).

O local selecionado para a pesquisa está inserido em um cenário em que a maioria do escoamento e distribuição da produção industrial, grãos e agropecuária, é feita por caminhões de cargas pesada e pela estratégia geográfica apresentada na região Centro-Oeste, devido ao grande fluxo de motoristas de caminhões que transitam diariamente em postos de combustíveis e pelas BR 070 e 158. Foram entrevistados 100 caminhoneiros masculinos, com amostra aleatória, visando cobrir número amplo de profissionais. Os critérios de inclusão para a pesquisa foram: ser

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caminhoneiro masculino e ter aceitado participar da pesquisa de forma voluntária, assinando o termo de consentimento livre e esclarecido.

A coleta de dados foi realizada por meio de entrevista, utilizando um questionário elaborado com objetivo de verificar os conhecimentos de motoristas de caminhão sobre o câncer de pênis. Os dados foram coletados no primeiro semestre de 2018, durante ações de educação em saúde, enquanto os caminhoneiros aguardavam a liberação das notas fiscais e abastecimento de combustível.

Os dados foram agregados, tabulados e analisados pelo programa Epi Info versão 3.5.1. O estudo foi aprovado por Comitê de Ética em Pesquisa da UFMT/CUA (parecer nº 2.062.048), tendo sido respeitado rigorosamente todos os princípios e diretrizes éticas de pesquisa envolvendo seres humanos, em atendimento a Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde.

Resultados e discussão

Fizeram parte deste estudo caminhoneiros de longa distância e a seguir estão expostos os resultados, a fim de contribuir com o conhecimento científico e para que os profissionais de saúde possam refletir e considerar novas estratégias como proposta de inclusão dos caminhoneiros nos cuidados da APS.

Aspectos Sociodemográficos

A Tabela 1 apresenta os aspectos sociodemográficos dos caminhoneiros. Tabela 1. Distribuição da faixa etária, estado civil, renda mensal e a escolaridade dos caminhoneiros entrevistados, Barra do Garças - MT, Brasil, 2018 (n=100).

A Faixa Etária Frequência Porcentagem

23 a 30 anos 7 7%

31 a 40 anos 40 40%

41 a 50 anos 27 27%

51 a 66 anos 26 26%

Total 100 100%

Estado Civil Frequência Porcentagem

Casado 64 64%

União Estável 11 11%

Separado 5 5%

Solteiro 20 20%

Total 100 100%

Renda mensal Frequência Porcentagem

Mais de 4 salários 1 a 3 salários Menos de 1 salário Total 15 84 1 100 15% 84% 1% 100%

Escolaridade Frequência Porcentagem

Ensino Fundamental Completo Ensino Fundamental Incompleto Ensino Médio Completo Ensino Médio Incompleto Ensino Superior Completo Ensino Superior Incompleto Total 9 42 29 17 2 1 100 9% 42% 29% 17% 2% 1% 100%

Fonte: Dados da pesquisa 2018.

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Observa-se que, a maioria dos caminhoneiros tem idade igual ou superior a 31 anos e são casados. Um estudo de caso realizado demonstrou que um caminhoneiro de 44 anos, casado, foi acometido com carcinoma verrugoso e culminou com a amputação peniana (10). Em outra descrição, pesquisadores

apresentaram em outro exemplo de caso, um motorista de caminhão de 61 anos com diagnóstico de câncer de pênis (11). Em pesquisa realizada no Pará, Região Norte do

Brasil, foi verificado que, de 208 casos de carcinoma epidermóide pênis, 63,5% dos homens tinham idade de 41 a 70 anos (4). Acrescenta-se ainda que uma pesquisa

realizada no Rio de Janeiro, relatou 230 pacientes com câncer no pênis, sendo que 58,6% eram casados (12). Nota-se que nessa pesquisa os motoristas de caminhão

apresentam um perfil, que representa na maioria dos estudos, risco para acometimento da patologia.

Em relação à renda mensal dos caminhoneiros, a média foi de 1 a 3 salários mínimos. A escolaridade manteve-se baixa, prevalecendo o ensino fundamental incompleto. Estudo efetuado no Estado da Bahia (13), onde se analisou 165

caminhoneiros dos quais, 80,6% tinham renda mensal de 1 a 3 salários mínimos, a escolaridade mostrou-se baixa também, 40% dos entrevistados não tinham concluído o ensino fundamental. No estudo realizado em Campo do Tenente no Estado do Paraná (14), verificou-se resultado semelhante, de forma que 42% tinham o ensino

fundamental incompleto e 5% não eram alfabetizados.

Em pesquisa de mestrado com caminhoneiros no Estado de Rondônia, o autor (15) relatou que o nível escolar vem sendo considerado como grande indicador

para mensurar o quadro de saúde dos indivíduos, principalmente por ser facilmente obtido nas pesquisas, embora não se deva esquecer outros fatores.

Conforme pesquisa em Vitória da Conquista na Bahia (16) os autores

mencionaram que o nível escolar varia de uma região para outra, o que implica no modo de acesso as novas informações, percepção e os benefícios com esse novo conhecimento. De modo empírico, percebe-se que a apreciação de novas informações e a forma de utilizá-las no dia-dia está ligada ao nível escolar do indivíduo.

Condições de saúde dos caminhoneiros

Durante as entrevistas, foi percebido certa preocupação com a saúde pelos profissionais caminhoneiros, o que demonstra mudanças no modo do homem de lidar com sua saúde, sendo que 55% relataram terem feito alguma consulta médica em menos de 1 ano, 25% entre 1 e 2 anos, 10% entre 2 a 3 anos e 10% fizeram consulta há mais de 3 anos.

Dentre os motivos relatados para as consultas, destacaram-se as consultas e exames de rotina admissionais que representaram 85%, seguido de consultas urológicas 9% e 6%, outras causas. Ressalta-se que as consultas admissionais nem sempre atendem as necessidades da clientela. Muitas empresas não se preocupam com a saúde do trabalhador, não fazem exames periódicos, as vezes simplesmente perguntam se a pessoa está bem de saúde, ficando a critério do trabalhador ocultamento de sinais e sintomas em receio da perda do emprego.

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O trabalho do caminhoneiro exige uma ausência maior fora de casa, diferente de outras profissões. Estes representam uma clientela diferenciada do SUS e por não conseguirem aderir a rotina sistematizada da APS, perdem a oportunidade de frequentar unidades básicas de saúde (17).

Quando se fala da saúde dos caminhoneiros, deve-se pensar nas ISTs. Contudo algumas ISTs vêm apresentando o aparecimento concomitante com o de cânceres no pênis, como o HPV que pode causar o condiloma acuminado em alguns homens e em outros podem acomodar lesões intrauretrais de caráter assintomático. Segundo os estudos, as proteínas virais interagem com as proteínas celulares isso acaba alterando o ciclo celular, sendo este fator responsável pelo surgimento de tumores (18).

Pesquisadores de São Paulo (19), analisaram a presença da infecção pelo

HPV no câncer peniano, apontando o tipo oncogênico 16 sendo o mais frequente, além da presença em determinados tipos histológicos na evolução da lesão, representando uma média de 30% dos casos. Em trabalho de doutorado (20) para

validação da diferenciação de genes observou que alguns pacientes portadores de carcinoma epidermóide anos após a penectomia, desenvolveram outros tumores primários atribuível ao HPV.

A fragilidade dos caminhoneiros frente às ISTs é construída pela influência de sua concepção hegemônica de masculinidade, que os induz a assumirem certos comportamentos de risco para demonstrar sua masculinidade (16).

Diante desta realidade ressalta-se a importância da educação em saúde na prevenção de doenças relacionada a prática sexual, o enfermeiro tem papel fundamental na sensibilização e na construção de novos saberes da comunidade. Essa contribuição do enfermeiro é essencial para o controle das ISTs e na redução nas taxas de neoplasias penianas associadas ao HPV em motoristas de caminhão. Conhecimento dos caminhoneiros sobre o câncer de pênis

Orientações a respeito do câncer de pênis e autoexame contribuem para diagnóstico precoce e aumentam as chances de bom prognóstico conforme demonstrado nesta pesquisa.

Percebe-se um déficit acentuado no conhecimento desses motoristas. Muitos desconheciam sobre a patologia e de como se prevenir, bem como o autoexame para detecção precoce. Corroborando com este estudo, em pesquisa sobre o conhecimento do câncer genital masculino (21), os autores observaram falhas na

prevenção e 75% dos seus entrevistados, sendo que estes não conheciam e nem realizavam o autoexame do pênis.

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Tabela 2: Conhecimento sobre autoexame do pênis entre os caminhoneiros entrevistados, Barra do Garças - MT, Brasil, 2018 (n=100).

Autoexame do pênis Frequência Porcentagem

Nunca ouviram falar 68 68%

Já ouviram falar Não faz o autoexame Faz o autoexame 32 90 10 32% 90% 10% Fonte: Dados da pesquisa 2018.

A elaboração de campanhas públicas direcionada a população masculina precisa se fortalecer. A falta de informação ainda é bastante evidente nesse público, o que faz com que as mulheres intervenham a favor da saúde sexual do casal, levando-se a considerar relevante a orientação da mulher nas ações preventivas para o câncer de pênis (5).

Umas das atribuições do enfermeiro está na promoção do autocuidado, entretanto sua participação é considerada de extrema importância nas estratégias de prevenção do câncer de pênis. Isso é possível através de ações direcionadas a orientação em relação a higiene adequada, a sensibilização sobre a importância do autoexame e do uso do preservativo nas práticas sexuais (22).

Outro dado relevante apontado nesta pesquisa, está destinado a ações preventivas contra o câncer de pênis, tais como, uma boa higiene corporal principalmente na região peniana e a homens circuncidados, embora sua etiologia ainda não seja completamente confirmada. Nesse sentido os caminhoneiros participantes desta pesquisa foram questionados sobre os hábitos da higiene íntima, os dados revelaram que 16% tomam de 2 a 3 banhos por dia, 60% tomam de 1 a 2 banhos por dia e 20% tomam 1 banho diariamente. Quanto a circuncisão, 92% dos caminhoneiros referiram não ser circuncidados e 8% revelaram ter sido submetido a esse procedimento. Quanto a presença de fimose, 95% relataram não apresentar e 5% referiram problemas relacionado a presença do excesso de prepúcio, bem como o estreitamento do mesmo.

Em uma revisão integrativa sobre estratégia de prevenção para o câncer de pênis (5), a higiene foi considerada um fator adicional na prevenção do câncer de

pênis que, associada a prática da circuncisão, podem reduzir significativamente a incidência da doença, pois, esses dois fatores estão interligados a pacientes com diagnóstico de carcinoma peniano em vários estudos.

Em estudo executado em São Paulo (19), os pesquisados afirmaram que a

presença de fimose pode impossibilitar a higienização adequada, contribuindo para a retenção de esmegma, podendo causar estenose uretral, lacerações e inflamações que desencadeiam o desenvolvimento do tumor, principalmente nas áreas de irritação crônica e pontos de infecção.

A rotina de trabalho destes profissionais por vezes pode não oferecer boas condições de higiene. Os banheiros em pontos de paradas nas estradas e dos postos de combustíveis podem não ter uma estrutura adequada, faltar água, iluminação, chuveiros e limpeza ineficaz, o que impossibilita os caminhoneiros de tomar banho e realizar sua higiene íntima adequadamente.

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De acordo com Instituto Nacional do Câncer uma das manifestações mais comuns no câncer de pênis é a presença de ferida ou úlcera persistente, secreção de substância esbranquiçada com odor fétido ou aparecimento de nódulos nos gânglios inguinais, outros sintomas incluem coceira persistente, dor nas relações sexuais e inflamação de longo período no pênis (9).

Tabela 3. Distribuição de sinais e sintomas referente a enfermidades localizadas no pênis entre os caminhoneiros entrevistados, Barra do Garças - MT, Brasil, 2018 (n=100).

Nódulo ou caroço no pênis/virilha Frequência Porcentagem

Não 97 97%

Sim 3 3%

Total 100 100%

Coceira persistente no pênis Frequência Porcentagem

Não 95 95%

Sim 5 5%

Total 100 100%

Inflamação prolongada Frequência Porcentagem

Não 96 96%

Sim 4 4%

Total 100 100%

Fonte: Dados da pesquisa 2018.

Em estudo realizado em Pernambuco (23), analisando o conhecimento prévio

de homens em relação aos sinais e sintomas do câncer de pênis, evidenciou-se que 37% dos homens entrevistados não reconheceram nenhum sinal ou sintoma da doença.

A pesquisa aqui apresentada evidenciou no público de motoristas de caminhão relatos da presença de nódulos, coceira e inflamação prolongadas. Considera-se na amostra pesquisada, sinais de que tais motoristas necessitam de avaliação urológica em busca de diagnóstico e tratamento. No surgimento de qualquer dessas manifestações clínicas, é fundamental procurar ajuda de especialistas imediatamente para evitar possíveis complicações.

Tabela 4. Fatores que contribuem para o desenvolvimento do câncer de pênis, Barra do Garças – MT, Brasil, 2018 (n=100).

Fatores predisponentes Frequência Porcentagem

Não lavar corretamente ISTs 38 32 38% 32% Não sabem 25 25% Genética 5 5% Total 100 100%

Fonte: Dados da pesquisa 2018.

A ordem de importância dos fatores relacionados ao câncer de pênis são, os hábitos relacionados a higiene íntima, o comportamento sexual de risco que envolve a infeção pelo HPV e a circuncisão quando necessária. A prevenção desse câncer é fácil, no entanto exige investimentos na educação da população masculina (5).

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Em estudo sobre câncer genital em Presidente Prudente – SP(21),

identificaram que o nível de escolaridade não foi o fator que mais contribui para o desconhecimento dos homens sobre à saúde masculina e suas particularidades. É provável que haja um déficit no sistema de saúde e educacional em promover o conhecimento e a promoção da saúde, talvez esse seja o ponto mais crítico.

Notou-se que um quarto da população estudada desconhece os principais fatores que corroboram para surgimento da patologia. Essa ausência de conhecimento associado ao perfil já discutido nesse estudo sobre os caminhoneiros, nos mostra um intenso risco de vulnerabilidade desse tipo de agravo acometer os caminhoneiros.

Pesquisa realizada em quatro estados brasileiros (24), relataram que os

homens têm várias dificuldades em procurar os serviços de saúde, preferem adiar ao máximo a busca de atendimento, com isso, acabam procurando somente quando não conseguem mais lidar sozinho com seus sintomas ou sentimentos. Essa dificuldade dos homens em procurar os serviços de saúde, faz com que eles cheguem às unidades de saúde em estágio avançado, com lesões profundas e extensas.

Em um levantamento na Biblioteca Virtual de Saúde (25) os autores afirmaram

que o homem com uma ISTs ou uma lesão no pênis, tem a necessidade um atendimento sigiloso, confidente, ágil e com a menor exposição possível e jamais por meio de agendamento de consulta ou intermediação de agentes comunitários. A capacitação de toda equipe multidisciplinar é fundamental para o reconhecimento das necessidades que envolve a saúde do homem, bem como a implementação de estratégias de como trabalhar com esse público se faz necessária.

O desconhecimento dos fatores que contribuem para surgimento da patologia, a falta de orientação e prevenção, a baixa adesão desse público na atenção básica, o medo e a vergonha pode estar relacionado a procura tardia de tratamento, consequentemente, implicação na conduta terapêutica, que na maioria dos casos citados na literatura pode ser traumático e levar a amputação do órgão, podendo gerar repercussões emocionais nesses homens como: insônia, ideação suicida, medo e tristeza intensa (26).

Conclusões

Este estudo possibilitou identificação de algumas características peculiares do perfil dos caminhoneiros, que em grande parte são de rotas longas, casados, hábitos de vida vulnerável e comportamento de risco para o desenvolvimento de câncer de pênis. Essas características mostram certas semelhanças evidentes no perfil dos homens acometidos pelo câncer de pênis. É notório que ser caminhoneiro pode ser um fator de risco para doença, em virtude do estilo de vida.

Ao analisar o conhecimento dos caminhoneiros sobre o câncer de pênis, verificou-se que um quarto dos entrevistados não sabiam da existência da patologia e muitos desconhecem os fatores que mais contribuem para o surgimento da doença. Entretanto observou que os caminhoneiros, mesmo tendo baixa renda e

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pouca escolaridade, tem interesse em aprender, e o que falta é planejamento, gestão e capacitação para integrá-los nos serviços da atenção básica.

Faz-se necessário estabelecer uma estratégia para incluir essa classe trabalhadora nos serviços da APS. É preciso reorganizar o sistema e dispor de horários noturnos em pontos de paradas dos motoristas, assim o trabalhador caminhoneiro ao parar o caminhão em pontos estratégicos, poderá ter acesso aos serviços de saúde da atenção básica.

Para modificar esse cenário de incidência do câncer peniano no Brasil, é necessário investir fortemente na educação em saúde e na capacitação permanente dos profissionais de saúde, bem como a implantação e implementação da PNAISH, com profissionais habilitados e que os caminhoneiros tenham acesso aos serviços de saúde.

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Tabela 1. Distribuição da faixa etária, estado civil, renda mensal e a escolaridade dos  caminhoneiros entrevistados, Barra do Garças - MT, Brasil, 2018 (n=100)
Tabela  2:  Conhecimento  sobre  autoexame  do  pênis  entre  os  caminhoneiros  entrevistados, Barra do Garças - MT, Brasil, 2018 (n=100)
Tabela 3. Distribuição de sinais e sintomas referente a enfermidades localizadas no  pênis  entre  os  caminhoneiros  entrevistados,  Barra  do  Garças  -  MT,  Brasil,  2018  (n=100)

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