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O ESTADO DE SITIO

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Academic year: 2021

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D r. A n to n io G onçalves C haves, ex-director da I- «culdade de D ireito de M inas G eraes

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0 ESTADO DE SITIO

A in stitu ição do estado de sitio ha suscitado entre os pu-blicistas ren h id as controvérsias.

E s te in stitu to tem os seus adversarios, os seus detractores, assim como os seus apo lo g istas.

Sabem os que, si a h isto ria não legitim a sem pre, como um conceito politico philosophico, a in stituição do estado de sitio, consagra, todavia, a sua legalidade, a p artir dos prim eiros tem -pos, desde a d ictadura sem estral dos rom anos até as dem ocra-cias m o dernas.

N estas, a noção do sitio politico g u ard a certa hom oge-neidade, que não exclue defferenças relevantes n a sua con-stitu ição .

E ’ por isso que, p ara expungir-lhe as durezas odiosas e inúteis, cum pre subm ettel-a ao regim en ju rid ico ; fazer com que, em bora um a m edida excepcional, ella se com prehenda no organism o ju rid ic o , como nelle se com prehendem m uitos in sti-tutos ju ríd ico s excepcionaes.

A só p h rase — estado de sitio — lança p av o r. E ssa id éa surge como um a calam idade p ublica.

Os cidadãos, declarado o estado de sitio, retrah em -se, as fam ilias encerram -se.

D esapparece a coniiança nas relações sociaes, ninguém se ju lg a seguro nem mesmo aquelles que são os in stru m en to s do p o der.

Q ue é o estado de sitio ?

E ’ a dictad u ra, concentrando a sum m a do poder politico* é o regim en terrível n a phrase de um ju risco n su lto francez ?

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3 0 6 REVISTA DA

E ’ a d ic tad u ra p a rla m e n ta r, com o o definiu D u fau re n a As- sem bléa le g isla tiv a fra n c e s a em 1842 ? O u é um in stru m en to de governo p a ra a d efesa da p a tria e d as in stitu iç õ e s am ea-çadas ?

D ois g ran d e s e s p irito s em in e n te m e n te lib e ra e s divergem sobre a noção do estad o de s itio : — C avour e T h ie rs .

O p rim e iro co n sid erav a o estad o de sitio — u m a m achina de o ppressão.

E ’ bem co n h ecid o o seu co n ceito « que, arm ad o do estado • de sitio , to d o a v e n tu re iro p o d ia g o v e rn a r » .

O se g u n d o , collocado n a situ aç ão d o lo ro sa em que se en co n tro u , depois d a g u e rra fra n co p ru s s ia n a , te n d o sobre si a in g e n te ta re fa de salv ar a F ra n ç a , foi denom inado o p ad rin h o do estad o de s itio . E lle d is ia que a R epublica F ra n c e s a se ria , por m u ito s an n o s, o e::ercicio da lib erd ad e tem -p era d a -pelo estad o de sitio .

Com effeito sab em o s que o estad o de sitio dom inou a F ra n ç a desde a té 1876.

M as a ju stific a ç ã o de T h ie rs estav a ju s ta m e n te no cum pri-m ento da su a ar J u a pri-m is s ã o .

E lle c o m p re h cn d e u na to rm e n ta que co n v u lsio n av a o seu pai:;, que a F ra n ç a p rec isav a de um rem edio en trem o para, so frean d o os d esm an d o s de a lg u n s , ou de u m a se ita , ou de um p a rtid o , g a r a n tir o d ireito de to d o s.

R e alm en te , o estad o de s itio com o o co n s a g ra a nossa C o n s.itu içã o , é um d esses rem ed io s h ero ico s, q ual o direito de le g itim a defesa p a ra a so cied ad e da m esm a fó rm a que o e o acto em que o hom em , collocado no ex trem o de g a ra n tir a vida, p o r esforço p esso al, tem n ecessid ad e de la n ç a r m ão da v io lên cia p a ra re s is tir á v io lên cia.

U m a so ciedade n ão perece, n ão póde p ere cer. U m a so-ciedade é um p a trim o n io da h u m a n id a d e e porq u e eicprime, p o r su a civ ilização , to d o o esforço d ep u rad o dos séculos pas-sad o s.

E is a h i a ju stifica çã o de T h ie rs ; eis a h i a justificaçao d aq u elles que acceitam o e stad o de sitio com o u m a m edida de go v ern o , em b o ra u m a m ed id a e::cep cio n al.

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FACULDADE LIVRE D E D IREITO 3 0 7 E s ta q u estão , de g ra n d e in te resse p a ra nós, tem sido de-b atid a la rg a m e n te n a R e p u de-b lic a A rg e n tin a , cu ja co n stitu ição consagra, q uasi nas m esm as p a la v ra s , as disposições da n o ssa C o nstituição, no a rt. 80.

A li os p a rtid o s tem se o p p o sto , como en tre nós, á decre-tação de u m a lei re g u la m e n ta r do estad o de sitio ; e nos m o-m entos de tra n q u illid a d e p u b lica, quando e s tad istas e p en sa-dores, reco lh id o s no seu g a b in e te , escrevem sobre o estado de sitio, to do s d eploram que não h a ja na R ep u b lica A rg e n tin a um a lei re g u la m e n ta r d este in s titu to excepcional, o que tem m otivado a d iv e rg e n cia de in te rp re ta ç ã o do respectivo tex to co n stitu c io n al, in te rp re ta ç ã o sem pre de occasião e feita ao sa-bor das conveniencias p a s sa g e ira s e dos p artid o s d o m in an tes.

E s ta d is ta s resp e itá v eis, de opin ião p rep o n d eran te no seu paiz, com o S arm ie n ío , en ten d em que o estado de sitio é um in stru m e n to de gov ern o in h e re n te a to d a a sociedade o rg an iz a-da liv re m e n te .

O u tro s, que não p rep o n d eram m enos pelo seu sab er e in fluencia, não pensam do m esm o m odo. E ’ assim que A lci- na diz que o estad o de sitio é in u til, porque não au g m en ta o poder do g o v ern o e é ao m esm o tem p o p reju d icia l ao credito externo do pai,';.

E s tra d a deline o estad o de sitio — um estado de m edo e de im p otência do P o d e r E x ec u tiv o .

O ra, esta d iv erg en cia estab elecid a em um paiz de in s ti-tuições sim ila re s ás n o ssas, vem ain d a em auxilio daquelles que en ten d em que a in stitu iç ão do estado de sitio deve se r re -g u la m en tad a de m odo a que os d ireito s e deveres do po d er publico, assim como os d ireito s e deveres do cidadão, sejam conhecidos e vem d eterm in ad o s, quando, dadas as condições excepcionaes do perigo social h a ja o poder publico de la n ça r mão d esta m ed id a e x tra o rd in a ria .

M as, sem querer dem orar-m e n esta apreciação, p ela qual p reten d o d efin ir o que seja estado de sitio, d irei to d av ia p a ra ju stifical-o com o m edida excepcional de governo que, nos

m om entos de crise social ou de p ro fu n d as com m oções p o li- ; ticas em que com a ordem co n stitu id a p ericlitam os d ireito s

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3 0 8 REVISTA DA

dos cidadãos, ou nos m o m en to s a n g u stio so s de u m a invasão e x tra n g e ira , o estad o de sitio , pon d o ein v ig o r os extrem os recursos da o rg an iz aç ão p o litica . é a ex p ressão de um direito itialien av el do poder p u b lico , ou a n te s um dever em nome dos su p erio res e fu n d am e n tae s in te re sse s confiados a sua g u a r d a .

O s que atacam o estad o de sitio o co n sid eram a n te s pelo abuso que conduz á ty ra n n ia do que pelo uso leg al dessa m edi-da ex tra o rd in a ria , que. dom ando a deso rd em e a an a rch ia , ga-ra n te os d ireito s e a lib e r d a d e .

O que cum pre é circum screvel-o ás ra ia s constitucio- n a e s.

N e sta es p h e ra é u m in s tru m e n to de g o v e r n o .

F e ita s estas co n sid eraçõ es, a p rim e ira q u estão que recla-m a exarecla-m e é — si o estad o de sitio te recla-m c a ra c te r rep ressivo ou p re v e n tiv o .

N e sta m a téria , com o em m u ita s o u tra s, as soluções extre-m as são p r e ju d ic ia e s ; que o estad o de sitio eextre-m b o ra eextre-m sua essen cia se ja u m a m e d id a re p re ssiv a p óde te r tam b em effeitos p re v e n tiv o s .

E m alg u n s p aizes elle é em p re g ad o com o p re v e n tiv o . As-sim , p o r exem plo, n a R e p u b lic a do E q u a d o r o estad o de sitio te m esse c a ra c to r p re v e n tiv o .

M as, si o estad o de sitio é u m a m e d id a excepcional, da qual dim an am co n seq u en cias p en a e s, com o d ar-se-lh e exclusi-v am en te o c a ra c te r de p reexclusi-v e n tiexclusi-v o ?

D esde que é u m a m ed id a que tem co n seq u en cias de ordem ju rid ic a , o estad o de sitio é d en o m in ad o pelos p rin cip io s em v irtu d e dos quaes a o ffensa de d ire ito s, re s u lta n te s de factos v io len to s, deve ser re p a ra d a p o r u m a coerção, isto é, p o r me-d ime-das rep ressiv as e n ão p re v e n tiv a s .

E ’ um a m edida de consequencias penaes e politicas. ja em relação aos insurgentes, já aos abusos do poder publico.

A v erd ad e é que o estad o de sitio , re p rim in d o , previne, m u itas vezes, e d ebaixo deste p o n to de v ista é que se póde di-zer que elle tem effeitos p re v e n tiv o s.

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FACULDADK 1.1VKIÍ DK DlRK iTO 3 0 9 K m u m a co nspiração p o r e x e m p lo : é u m a situ ação que tende a p e rtu rb a r a ordem publica, m as é ap en as um concerto p ara u m a te n ta tiv a , que v isa p o r m eios violentos ■— íins p o -líticos.

A co n sp iração , pelos elem entos de que dispõe, póde assu -mir o ca racter de um a com m oção so cial. E desde que assum e este ca racter, em b o ra não h a ja a elíectiv id ad e do m al, a effe- ctividade do crim e, ataq u e c o n tra as in stitu iç õ es, h a e n tre ta n -to o alarm a que produz sem elh an te com m oção, e as m edidas repressivas c o n tra a con sp iração , são ao m esm o tem po m edi-das p rev en tiv as c o n tra o seu desenvolvim ento, a sua expansão.

E is aqui um caso ca racteristico daquelles que determ inam a declaração do estado de sitio e no qual, sendo a su a efiicacia repressiva, é ao m esm o tem po p rev e n tiv a.

E ! p rin cip alm e n te rep ressivo a tte n to a su a n atu re za ju r í-dica. F ô ra p rin cip alm e n te p rev en tiv o e seria o reg im en das su sp e ita s.

A in d a so b re este p o n to de v ista nos esclarecem as opi-niões d iv e rg e n tes de es ta d ista s a rg e n tin o s.

A lc o rta p e n s a com aquelles que dizem que o estado de sitio é p rev e n tiv o . A ftirm a elle que, quando os factos que determ inam a com m oção in te s tin a chegam ao p o n to de serem reprim idos, não se tra ta m ais do estad o de sitio , m as sim da lei m a rc ia l.

A v ellan e d a, ab u n d an d o n estas m esm as id éas, diz que não é quando o in im ig o p isa o solo da p a tria ou quando a rev o lta levanta o p en d ão de g u erra, que se h a de la n ça r m ão do estad o de sitio ; n este caso lan çase m ão da lei m arcial e n estas co n -dições tra ta -s e de um estad o de g u e rra .

S arm ien to ex p ressa as m esm as id éas.

M as o u tro s e s tad istas da ordem de y u in ta n a e T e je d a r in terp retan d o a C o n stitu ição A rg e n tin a , exigem a effectivida- de da ag g re ssão ex tra n g e ira ou da com m oção in te s tin a p a ra que o estad o de sitio p o ssa ser d e c re ta d o .

A o p in ião de A lco rta e S arm ien to não é tã o in cisiv a com o parece.

E ’ assim que este u ltim o , declarando prev en tiv o o sitio , o caracteriza, to d av ia, com o rep ressiv o , pois que diz clle : « o

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3 1 0 RU VI ST A DA

sitio tem por lim ev itar que a g u erra civil se cxtenda, ou no caso de um a g u erra e x tra n g eira p a ra que não h a ja traidores que denunciem ao in im ig o os plan o s do governo ».

N a opinião de todos os tra ta d is ta s , e, m ais do que isto, no texto de to d as as C onstituições que crearam este instituto, elle não é sinâo, como define M ajorana, um a violenta reacção co n tra a ordem p u b lica e tem a v irtude de um a expansão epidem ica.

O ra, é ju sta m e n te na violência do ataq u e, é n a insuffi- ciencia dos m eios de defesa, é n a im p o ssib ilid ad e em que se vê o poder publico de g a ra n tir a ordem social, é n estas con-dições que o estado de sitio se ju stific a com o m edida de defesa social correspondente á defesa in d iv id u al. M as. si este é o caracteristico do sitio, j á seg u n d o as disposições escriptas das C onstituições que o co n sagram , já seg undo sua noção juridica e p o litica, com o consideral-o preventivo ?

N ão é precizo ser-se ju risc o n su lto p a ra saber que este estado extrem o da leg itim a defesa, em que m u itas vezes se acha collocado o hom em , depende de um ataque, e ataque vio-len to e actual e da carência da protecção do poder publico p ara m an ter a sua individualidade.

P o r consequencia, o critério do estado de sitio é, por in-contestável an alo g ia, o critério da leg itim a defesa considera-da recurso extrem o.

E , si assim é, o caracter preventivo não póde constituir a essencia do estado de sitio.

A leg itim a defesa é d eterm in ad a pelo a ta q u e ; ninguém se co nstitue em leg itim a defesa prevenindo; p ara haver legi-tim a defesa é preciso haver ataq u e, e ataque im m ediato.

N inguém exerce o direito de le g itim a defesa sem que es-te ja collocado neses-te extrem o: é preciso que seja atacado, que o ataque envolva p erig o , e que o p erigo se ja actu al.

N este caso, p ela su a n atu reza, é o estado de sitio uma m edida rep ressiva, em bora, com o disse, em situações que se desenham quando elle é in stitu id o , p o ssa te r tam bem effeitos preventivob.

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FACUI.DADE LIVRE DE DIREITO 3 1 1

A verdade é esta: scientificam ente o estado de sitio é repressivo, e seu critério ju rid ico é ju stam en te o critério ju r í-dico da le g itim a defesa.

E desde que n a leg itim a defesa se to rn a necessário um ataque im m ed iato de ta l ordem que o individuo não possa deixar de rep ellir a offensa violenta e effectiva, é bem claro que o estado de sitio, em sua essencia, não póde deixar de ser repressivo.

N ão é só pelo critério ju rid ico que o estado de sitio é um a medida repressiva. E ’ m ister ainda atten d er p ara os m otivos politicos que determ inaram a sua creação. Si o estado de sitio se filia ao regim en policial, si é preventivo, elle se assignala- rá, não como meio de defesa social, mas como form idável instrum ento de oppressão; quem m anejar sim ilh an te in s tru -m ento não se fará ty ran n o ou Cesar si o não q u iz e r

E ’ o arb itrio illim itad o do poder sob a égide da lei das suspeitas.

E is a que consequencias arrastaria a d o u trin a dos que sustentam ser preventivo e não repressivo o sitio.

A m atéria é reg u lad a pela C onstituição, que considera o estado de sitio repressivo; no art. 80, § 2°., suspendem -se as g aran tias constitucionaes, em g eral aquellas que dizem res-peito ás pessôas, como verem os:

«E ste ( o P o d er E xecutivo) d u rante o estado de sitio res- tringirseá n as m edidas de repressão contra as pessôas a im -por, etc.»

A lg u n s p u b licistas, en tre elles nom earei S arm iento, en -tendem que a im m inencia do perigo vale a effectividade delle.

E ’ esta um a questão que não se deve resolver em ab stracto , sinão pelos tex to s da lei ou da C onstituição que con sag ra o sitio.

E n tr e n ó s é expresso o texto da C onstituição: é condição elem entar p a ra a declaração do sitio a aggressão ex trangeira ou grave com moção in te rn a.

E ’ m istér, p o rtan to , um facto positivo, m aterial—a g u er-ra, e um facto da m esm a ordem sem o qual não se com prehen- de a com m oção in tern a.

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.>12 REVISTA DA

A im m in en cia de ura d esses fac to s n ão é b a s ta n te para le g itim a r a su sp en são de g a r a n tia s in d iv id u aes; sel-o-ia si o sitio fosse p rev e n tiv o .

E ’ co n h ecid a a h is to ria d a le g isla çã o fra n ceza sobre o sitio. A té 1848 v ig o raram as leis de 1791, de 10 do therm idor, an n o 5?, e o d ecreto n ap o leo n ico de 1811. A assem b léa con-s titu in te d a con-s e g u n d a re p u b lic a , p a ra re p rim ir ocon-s m ovim entocon-s so c ialista s de ju n h o de 1848, co n feriu a d ic ta d u ra ao general C av aig n ac, que a ex e rcito u co nform e a leg islação anterior. P a r is foi d e c la ra d o em estad o de s itio e e ssa m ed id a rep ro d ir ziu-se sob o in flu x o das m esm as cau sas em ja n e iro e ju lh o de

1849.

A im p re s s ã o que causou essa to rm e n ta rev o lu cio n aria le-vou a a s s e m b lé a le g is la tiv a a d e c re ta r a le i de 9 de ag osto de

1849, s e g u n d o a q ual o estad o de sitio era au cto rizad o «no caso de p e rig o im m in e n te p a ra a se g u ra n ç a in te rio r ou exte-rio r» .

M as a le i v ig e n te de 1878 re s trin g e a au cto rização p ara a d ecretação do sitio ; diz o seu a rt. 1?: «O estad o de sitio não póde se r d e c la ra d o sin ã o em caso de p e rig o im m in en te, resul-tante de uma guerra extrangeira ou de uma insurreição á m ão

ar-m ada».

A lei fran ceza, com o se vê, exige com o condição da de-c laraç ão do sitio p o litide-co a e x iste n de-c ia de u m a g u e rra externa ou de u m a sub lev ação arm ad a.

Q u an to á co n sp iração , em b o ra não c o n s titu a u m a ten ta-tiv a de crim es p o litic o s , seja ap e n as o acco rd o , a preparação

p a ra esses crim es, to d a v ia co n s titu e um fac to da m aio r gravi-dade que lh e c o m m u n ic a u m a feição ex cep cio n al, que leva o le g is la d o r a q u a lific a l-a com o fac to d elictu o so ; e esse facto

póde rev estir-se de ta e s circ u m sta n c ia s que d eterm in em uma com m oção in te rn a .

E ’ o facto da co m m o ção , p o sitiv o , a c tu a l e não a immi-n eimmi-n c ia dessa co m m o ção o que d e te rm iimmi-n a a d eclaração do estado de sitio .

E ssa declaração de im m in en te p erig o de que fala o art. 80 da C o n stitu iç ão su p p õ e a e x iste n cia , ou da ag g re ssão por forças e x tra n g e ira s , ou de com m oção in te s tin a .

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FACULDADE LIV R E D E D IREITO 3 1 3 E ’ a effectividade desses dois factos, ou de um ou de outro, que d e term in a a d ecretação do sitio pelo C o ngresso ou pelo P o d e r E x ecu tiv o .

H a, p o rém , u m a d iscrim in ação a fazer : si é o C ongresso que d eclara o sitio , a C o n stitu ição não exige essa clau su la de p erigo im m in e n te p a ra a R e p u b lic a ; m as si essa faculdade tem de ser e x e rcid a p elo P o d e r E x ecutivo, n este caso, é m ister que a g u e rra ex tra n g e ira ou a com m oção in te stin a faça co rrer a P a tr ia im m in en te p erig o .

A im m in en c ia do p erig o não é, p o rta n to , u m a circum s- ta n cia que p o r si c o n s titu a fu n d am en to p a ra a declaração do sitio, sinão u n icam en te o critério que a C o n stituição estab e-lece p ara , n a ex isten cia de g u e rra ou de com m oção in te stin a , gu iar-se o P o d e r E x ecu tiv o no exercicio de tão m elin d ro sa e tão g rav e funcção.

O facto d e te rm in a n te do sitio é a com m oção in te stin a, re su lta n te ella de u m a co n sp iração arm ada ou de um a su b le-vação.

E s s a th e s e que acred itam o s h av er d em o n strad o — de p e r-ten cer a in stitu iç ã o do estad o de sitio ao reg im en ju d ic iá rio não é e s co la stic a, é, pelo co n tra rio , p ratica, pois que o sitio p reventivo é a m aior am eaça ás lib erd ad es p u b licas, é o re g i-men das su sp e ita s, o m ais p erig o so in centivo p a ra os golpes de estad o , o m ais poderoso in tru m e n to das usurpações.

F o i u tilizan d o -se do sitio p rev en tid o au ctorizado p ela lei fran ceza de 9 de ag o sto de 1849, que N apoleão I I I e x term inou a 2“ R e p u b lic a em F ra n ç a e sobre as suas ru in as lev an -to u o im p ério .

N o c u rto periodo da v id a rep u b lican a en tre nós já houve estados de sitio p rev entivos.

S irv am esses factos de lições p ro v eito sas.

P asse m o s a d elin ir a n atu re za da faculdade de que se ach av a in v estid o o E x ecu tiv o de d ecretar o sitio ; si é co n cu r-ren te com a do C ongresso, como pensam S arm ien to e o u tro s p u b licistas arg e n tin o s, ou si o rig in ariam en te le g isla tiv o .

P a re c e -n o s in co n testáv el es ta u ltim a d o u trin a .

ü executivo exerce p ro v iso riam en te aq u ella iuncção e su b m ette o acto resp ectiv o á apreciação do C ongresso.

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3 1 4 REVISLA DA

T a l é o caracter que a C onstituição im prim e á faculdade concedida ao E xecutivo, e desse ca racter resu ltam consequen- cias praticas assás im p o rta n te s.

E ’ assim que, segundo os pu b licistas a que acabo de me referir, o E xecutivo, exercendo um a faculdade concurrente com a do C ongresso, não tem que su b m etter á approvação deste o acto declarativo do sitio , si os seus eITeitos houverem cessado antes d a reunião do C ongresso, p o is que exerce uma funcção o rig in a ria co n cu rren te.

M as, a C onstituição é expressa, m anda su b m etter ao Con-gresso, sem d istin g u ir, isto é. em todos os casos, o acto do E xe-cutivo .

N ão conhecem os constituições que auctorizem a annul- lação do regim en politico pela suspensão de todos os direitos individuaes e politicos do cidadão, por effeito do estado de sitio sinão as constituições de H o n d u ras e do Chile, que decla-ram ficarem elles suspensos d u ran te aquelle estad o . Cumpre, porém , p o n d erar que em o u tras disposições a p ró p ria C onsti-tuição do Chile lim ita a am plitude daquella declaração.

A s im m unidades p arlam en tares sem as quaes o P oder L eg islativ o não p assaria de um a farça ou de um a ridicula enscenação, não se incluem en tre as g ara n tias constitucionaes, são prero g ativ as in h eren tes a um poder p o litico .

N em os povos adeantados, que consagram em suas consti-tuições a suspensão de g a ra n tia s individuaes, restrin g em ou suspendem todas ellas, sinão aquellas que pódem in flu ir para a rep ressão da desordem .

E stan d o o poder publico arm ado destas faculdades ex- cepcionaes, p ro hibindo reuniões, exigindo p assap o rte para v iajar fóra do te rrito rio nacional ou tra n s ita r por elle, per- m ittin d o pesquizas n a casa do cidadão, sim plesm ente p ara a apprehensão de arm as, de docum entos ou detenção de pessoas, suspendendo tem p o rariam en te jo rn aes, u n ica lim itação á liberdade de im prensa, dispensando a indem nização, quando o g o verno careça do uso ou apropriação da pro p ried ad e p articu -la r, suspendendo o habcas-corpiis, tão som ente em re-lação as lim itaçõ es co n sag rad as e o p erm ittin d o , p o rta n to , si o gover-no exceder a essas lim itações, si p o r v entura, em vez de deter

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FACULDADE I.IVRE DE DIREITO

o indivíduo, nas condições estabelecidas pela C onstituição, o encarcerar em lo g ar destinado a prisão de reus com m uns; si em vez do desterro lan çar m ão do degredo, em todos estes casos e em quaesquer outros em que o governo com m etta abusos, excedendo as m edidas constitucionaes que são ex-p ressam ente auctorizadas e delim itadas, digo, estando o ex- po-der publico arm ado destas faculdades excepcionaes p ara pro-ver á seg u ran ça da p a tria e debellar a insurreição, dispõe dos meios efficazes p ara fazer face ás crises m ais graves.

E si estas m edidas forem insufficientes é que o governo ou não tem apoio da nação, ou é incapaz e m erece ser eli-m inado.

São estas exactam ente as g a ra n tia s cuja suspensão é aucto- rizada pela C onstituição hesp an h o la : a de P o rtu g a l e a de 25 de m arço do B rasil auctorizam a suspensão de algum as das form alidades que g aran tem a liberdade individual.

A indem nização deve ser feita term inado o sitio e n ã° previam ente.

P ó d e o governo te r necessidade de estar arm ado, em cir- cum stancias extrem as, de sim ilh an te faculdade.

P ó d e acontecer que elle p ara vencer precise occupar ou apropriar-se de um predio, de um terreno particu lar, de arm as e m unições de propriedade p articu lar. N esta conjunctura exigir-se o cum prim ento prévio das form alidades legaes seria em baraçar ou com prom etter a defesa da sociedade.

Quanto á imprensa, é verdade que nos Estados Unidos a suspensão do habeas-corpus não se applica á liberdade de

im-prensa.

M as em nosso paiz, tão diverso da A m erica do N orte, pelo tem peram ento e educação do povo, aquella im m unidade absoluta não seria d estitu id a de perigos serios.

O nosso povo apaixonase facilm ente e não h a in stru m en -to m ais poderoso p ara influir na opinião publica, ex altar os

anim os, vehiculo m ais efficaz p ara tr a n s m ittir paixões do que a im prensa facciosa.

M as a suspensão não deve exceder o tem po da v igência do estado de sitio .

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M uito se tem discutido sobre si devem ser resp eitad as ou si envolvidas n a suspensão de g a ra n tia s .

P arece que, nos term os dos a rts. 19 e 20 da C onstituição, não h a nenhum perigo na m anutenção d estas im m unidades, desde que ellas não são absolutas e dependem de circum stan- cias p ara que se tornem invioláveis.

A s im m unidades p arlam en tares são o m ais efficaz correctivo a que o estado de sitio não degenere nas m ãos do P o -der E xecutivo em um in stru m en to de com pressão; as im m uni-dades p arlam en tares trazem o correctivo que a C onstituição estabelece, quando determ in a que o acto politico do estado de sitio seja subm ettido á apreciação do P o d er L eg islativ o para a sua approvação ou rejeição.

A s im m unidades p arlam en tares são ain d a necessarias p ara a acção do P o d er L eg islativ o , nos term os da C onstituição, p ara que se to rn e effectiva a resp onsabilidade, j á do P o -der E xecutivo, já de seus ag en tes, pelas m edidas arb itrarias, pelos abusos que houverem com m ettido.

E ’ claro que, desde que o P o d e r E xecutivo se ach a inves-tid o do direito de desresp eitar as im m unidades p arlam en ta-res, desapparece este contrapeso. O P o d er E xecutivo pode cam inhar de absorpção em absorpção, póde cham ar a si a sum- m a dos poderes politicos, um a vez que te n h a m aioria firm ada n as duas casas do C ongresso, m aioria que lh e é facil ob ter con-tr a o voto n acional, arm ado desta faculdade de p render os se-nadores e deputados.

N ão é só a acção co n stitu cio n al e d irecta do C ongresso que vem rep rim ir os abusos e excessos da p arte do P o d er E x ecu ti-vo; h a ain d a m ais, desde que. não se resp eitan d o as im m uni-dades p arlam en tares, o governo p o ssa fo rjar m aioria no Con-gresso. desapparece in te iram e n te o outro contrapeso, que é o P o d er Judiciário.

No ju lg a m e n to dos actos, pondo de p arte o ju izo politico, exercido pelo C ongresso em relação ao P re sid en te da R epu-blica, n a apreciação da resp o n sab ilid ad e p en al, podem serinu- tilisa d as todas as m edidas do P o d e r Ju d iciário , ou p ela am nis-tia ou pelo perdão.

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E dem ais, é preciso considerar as cousas hum anas como ellas são.

A influencia do P o d er Executivo, arb itrario , violento, po-deroso, om nipotente em todas as medidas politicas, pelo apoio incondicional da m aioria das duas casas do Congresso ou pela unanim idade, ha de reflectir no recinto dos trib u n aes de ju stiç a e o desfallecim ento é um facto hum ano em taes condições.

Seria preciso, p ara resistir a essa força dom inadora, que os trib u n aes se com puzessem de m artyres ou de heroes e os heroes e os m artyres são raros.

S u p p rim ir, pois, as im m unidades parlam entares é suppri- m ir todos os supportes dos direitos fundam entaes e politicos; é en tre g ar o cidadão e a sociedade ao poder discrecionario e irrefreável do P o d er E xecutivo, é annullar a C onstituição, fa-zendo desapparecer estes contrapesos que resultam da perm a- nencia e da independencia do Congresso, ou p ara approvar ou suspender o sitio, ou p ara exercer o juizo politico, ou ainda p ara ju lg a r as m edidas de excepção que tenham sido tom adas ou aucto rizad as pelo P o d er E xecutivo e por seus agentes res-ponsáveis.

E ’ bem sin g u lar que, p ara a defesa das instituições, se supprim am as m esm as instituições, se anniquilem o P o d er Ju d i-ciário e o L eg islativ o , deixando cam pear absoluto, despotico, o P o d er E xecutivo.

R espeitadas que sejam as im m unidades parlam entares, o equilíbrio se estabelece e o P o d er E xecutivo fica arm ado das faculdades necessarias p ara repellir a aggressão estran g eira ou debellar a commoçâo in testin a, sem que se faça necessário o desm antelam ento dos outros poderes.

P a ra accentuar a liberdade de acção do P o d er E xecutivo, na v ig ên cia do estado de sitio, S arm iento enunciou no Senado A rg e n tin o o exem plo seguinte :

«Em um paiz que era atorm entado pelas commoções in- testin as. um m inistro entendeu que devia se precaver contra os ataques que eram d irigidos á ordem constituida.

M andou vir á sua p resen ça um engenheiro e recommen- dou-lhe que construísse um a fortaleza onde pudessem ser reco-lh id as to d as as m achinas de g u erra, arm as e m unições, de

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modo que os insurgentes, os sediciosos, os conspiradores não se pudessem servir daquelles instrum entos.

O engenheiro começou a construir um a fortaleza inexpu-gnável para satisfazer os intuitos do m inistro; mas depois refle-ctiu este que a própria guarnição da fortaleza podia revoltar-se, e então mandou cham ar o engenheiro e recom m endou-lhe que tornando inexpugnável a fortaleza, deixasse, com tudo, um ponto por onde se pudesse p enetrar no caso da guarnição re-belar-se.

O engenheiro observou que um a obra sim ilhante não se podia fa z e r; que construir um a fortaleza inexpugnável, elle podia, mas construir um a fortaleza inexpugnável e ao mesmo tem po expugnavel, é o que não era possível.

Diz Sarm iento que a fortaleza é o P o d er Executivo. R ealm ente para m uitos o P oder Executivo dom ina, não tem contraste; m as, p ara nós ha ainda dois reduetos, tão po-derosos ou m ais popo-derosos do que a guarnição da fortaleza: são o P oder L egislativo e o P oder Ju d iciário .

Precisam os ainda encarar um a questão que está envolvida im plicitam ente n a C onstituição.

E sta questão póde-se assim resum ir : «o estado de sitio póde ser retroactivo '!»

A lguns escriptores consideram só por um a face a m até-ria de retroactividade, não se pronunciando em relação a uma outra face, a que diz respeito a jurisdicções excepcionaes, in-vestidas de com petencia p ara conhecer de factos anteriores.

N a R epublica A rg en tin a se tem defendido esta doutri-na, argum entando-se com a indivisibilidade do estado de si- io, isto é, com a continuidade dos actos que determ inam a declaração do sitio, não havendo razão p ara destacar os ac-tos antecedentes, ju stam en te os que produziram o alarm a, dos consequentes á declaração.

F arem os um rapido exame desta m atéria.

Não ha textos de leis que justifiquem sim ilhante dou-trin a .

H a na Legislação F ranceza, leis de 1848 e 1878, uma disposição que talvez seja origem delia, mas que a'n ão ju s-tifica.

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A lei franceza não se refere ao effeito retroactivo do es-tado de sitio, e apenas adm itte a continuação d a competen- cia dos tribunaes m ilitares, depois de term inado o estado de sitio, para conhecim ento dos crimes durante este praticados.

E sta doutrina com batida por notáveis publicistas é intei-ram ente destituída de fundam entos juridicos e philosophicos em bora as leis de processo possam ter effeitos retroactivos, porquanto neste caso, as deliberações dos tribunaes m ilitares não affectam sim plesm ente ás regras do processo, mas vão fe-rir a substancia do direito.

O Congresso quando decretar o estado de sitio, se lhe pa-recer acertado, póde auctorizar o Executivo a levantal-o, desde que hajam cessado os motivos que determ inaram a sua decretação.

O caracter o rig inariam ente legislativo que a Constituição imprim e ao estado de sitio é um a salutar garan tia.

ü P o d er Executivo p o r isso mesmo que é um poder de acção e de coerção, não offerece, tanto como o L egislativo, condições de calma e de isenção no exame de uma situação anôm ala, qual a que justifica a suspensão de garantias ; mais facilm ente do que o Congresso, póde transviar-se, ser do-m inado por udo-m pensado-m ento que não o perfeitado-m ente corres-pondente á situação; por paixões, pelo panico, póde decretar a m edida até como meio de m anter-se no poder ou para fins eleito raes.

R esta-nos encarar rapidam ente uma questão —a que se pren-de os effeitos do estado pren-de sitio durante o periodo eleitoral.

N ão com prehendemos como possa haver expressão da vontade do eleitorado, estando o paiz ou qualquer logar delle, em que se proceda a uma eleição, sob o dominio do estado

de sitio.

E ’ verdade que temos os antecedentes de mandar o

go-verno suspendel-o no dia da eleição.

Mas com prehende-se que é uma cousa irrisória a suspen-são do estado do sitio por um dia, como resguardo a liberda-de da eleição.

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D izia com v erdade, um d ep u tad o a rg e n tin o — é u m a iro-n ia am arg a a lib erd ad e de voto, si o e leito r póde v o ta r em um d ia, m as ser p reso n a v e s p e ra o u no d ia seg-uinte.

E depois, o co n ju n cto de d ire ito s, sem os quaes a eleição n u n c a sig n ific ará a v erd ad e eleito ral -— a lib e rd ad e de loco-m oção, de iloco-m p re n sa , de loco-m a n ifesta çã o do p e n s a loco-m e n to , de re-u n ião , to d as aq re-u ellas qre-ue devem se r ex e rcita d as, desde qre-ue se tr a ta do d ireito de v o to , tu d o is to d esap p arece d u ra n te o es-ta d o de s it io .

E ’ pois co n seq u en te que são ra d ic a lm e n te n u lla s as eleições que se p rocedam n a v ig ê n cia do estad o de sitio .

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