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Relatório de Estágio Profissional - A Perfeita Simbiose Entre o Aprender e o Ensinar: Paradigmas de uma Estudante Estagiária"

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A Perfeita Simbiose Entre o Aprender e o

Ensinar: Paradigmas de Uma Estudante

Estagiária

Relatório de Estágio Profissional

Orientadora: Professora Doutora Paula Queirós

Patrícia Sofia Pereira Sousa Porto, setembro de 2015

Relatório de Estágio Profissional apresentado à Faculdade de Desporto da Universidade do Porto com vista à obtenção do 2º ciclo de Estudos conducente ao grau de Mestre em Ensino de Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário (Decreto-lei no 74/2006 de 24 de março e o Decreto-lei no 43/2007 de 22 de fevereiro).

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Ficha de catalogação

Sousa, P. (2015). A perfeita simbiose entre o aprender e o ensinar: paradigmas de uma estudante estagiária. Porto: P. Sousa. Relatório de Estágio Profissional para a obtenção de grau Mestre em Ensino de Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário, apresentado à Faculdade de Desporto da Universidade do Porto.

PALAVRAS-CHAVE: ESTÁGIO PROFISSIONAL, EDUCAÇÃO FÍSICA, MOTIVAÇÃO, IMAGEM CORPORAL, REFLEXÃO.

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III

À minha Mãe, por fazer tudo por mim e pelos meus sonhos, por me amar incondicionalmente. À minha Avó, que tanto me queria ver a chegar ao fim desta etapa, e a vida não permitiu.

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V

Agradecimentos

À minha Mãe, com “M” muito grande, por ser mãe e por ser pai. À minha Mãe, que sempre lutou para me dar tudo e sempre conseguiu. À Minha Mãe, que me ensinou a lutar, a nunca desistir dos meus sonhos. À minha Mãe, a grande responsável pela pessoa que sou hoje, agradeço do fundo do coração. À minha grande, enorme, Mãe.

Aos meus avós, por sempre me terem acompanhado e me terem feito sentir a neta preferida. Por me fazerem sentir segura, por nunca deixarem de se preocupar, por serem os meus segundos pais. Por todos os mimos, todas as chamadas, todos os incentivos. Muito obrigada!

À Professora Cooperante, Andreia Canedo, por ter sido muito mais do que uma professora ao longo deste ano. Por ter partilhado muito mais do que conhecimentos e experiências. Por ter deixado que fizéssemos parte da sua vida, por nos ter acolhido tão bem, por não ter permitido que houvesse qualquer distância entre nós. Foi, sem dúvida alguma, a peça chave da realização do EP e é alguém que quero guardar na minha vida com muito carinho.

À Professora Orientadora, Paula Queirós, por toda a colaboração e ajuda, por sempre se ter preocupado connosco e com os nossos problemas. Por todas as palavras sábias, por todos os conselhos e por todos os incentivos. Obrigada por ter sido um enorme exemplo de profissionalismo, não podia pedir mais.

Aos meus colegas de estágio, que são muito mais do que colegas. À Sofia, por ter estado comigo do primeiro dia de licenciatura ao último dia de mestrado, por ser sido incansável, por aturar todos os meus dramas, por fazer de tudo para me ajudar, por nunca me ter deixado sozinha ao longo desta luta. Por ser uma amiga de verdade. Não poderia ter partilhado esta experiência

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VI

com mais ninguém. Ao Lourenço, por ter um dos maiores e melhores corações que já conheci, por fazer tudo por mim, por estar sempre disponível para ajudar, por se ter tornado um amigo tão bom em tão pouco tempo. Não tenho como agradecer tudo o que fez por mim ao longo deste último ano. Aos meus colegas, aliás, amigos de estágio, o maior obrigada de todos.

À Raquel, a minha Meredith, por me ensinar que para ser irmã, não é preciso ser de sangue. Já não há palavras para te agradecer tudo o que fizeste (e fazes) por mim.

A todos os meus amigos, que são os melhores do mundo, por sempre me terem apoiado e terem estado comigo nos piores e nos melhores momentos. Por acreditarem mais em mim do que eu própria. Um sincero obrigada!

À FADEUP e a todos os professores que partilharam o seu enorme conhecimento e me permitiram chegar até aqui e atingir o meu sonho. Obrigada por me terem feito gostar ainda mais desta área e desta profissão.

À Escola Básica e Secundária Rodrigues de Freitas em geral e ao Grupo de Educação Física em particular, por terem tornado esta experiência mais significativa do que algum dia pensei ser possível.

Às minhas turmas. Aos anjinhos, por tudo o que me ensinaram e fizeram crescer, por me terem deixado ser mais do que uma professora, por se terem esforçado para serem melhores e por valorizarem todo o meu esforço. Não podia pedir uma turma melhor. Aos diabinhos, por todos os beijinhos e abraços, por todos os pequenos triunfos que foram conseguindo ao longo do ano e que fizeram valer a pena. Obrigada por terem sido os meus pequenos gigantes.

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VII

Índice Geral

Agradecimentos ... V Índice Geral ... VII Índice de Figuras ... XI Índice de Gráficos ... XIII Índice de Quadros ... XV Índice de Anexos ... XVII Resumo ... XIX Abstract ... XXI Lista de Abreviaturas ... XXIII

1. Introdução ... 1

2. Enquadramento Biográfico ... 3

2.1. Quem sou eu? ... 3

2.2. Expectativas: O Perspetivar de um Sonho ... 6

2.3. Entendimento do Estágio Profissional ... 9

3. Enquadramento da Prática Profissional ... 13

3.1. Enquadramento Legal e Institucional do Estágio Profissional ... 13

3.2. A Supervisão do meu Processo ... 15

3.3. A Escola ... 17

3.3.1. A Mutação da Escola Básica e Secundária Rodrigues de Freitas ao longo dos Tempos ... 20

3.3.2. Recursos Materiais: os Prós e os Contras ... 21

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VIII

3.3.4. O Núcleo de Estágio: Três Pilares Essenciais ... 29

3.3.5. As Turmas: Anjinhos versus Diabinhos ... 31

4. Do Planear ao Realizar... 39

4.1. Área 1 - Organização e Gestão do Ensino e Aprendizagem ... 39

4.1.1. Conceção e Planeamento ... 39

4.1.1.1. Racionalizar o Ensino: Os Programas Nacionais de Educação Física 42 4.1.1.2. O Conceito de Educação Física da Escola Cooperante 45 4.1.1.3. A Dificuldade do Planeamento: Planear ou Flexibilizar? 48 4.1.1.3.1. Planeamento Anual 51 4.1.1.3.2. Modelo de Estrutura do Conhecimento 54 4.1.1.3.3. Unidade Didática 56 4.1.1.3.4. Plano de Aula 59 4.1.2. Realização ... 62

4.1.2.1. A Relação com a Turma: Um Medo Justificável mas Ultrapassável 63 4.1.2.2. Os Programas Nacionais: Uma Adaptação (Im)Possível 67 4.1.2.3. Sextas-Feiras Bipolares: Duas Turmas, Duas Atitudes Diferentes 72 4.1.2.4. Uma Turma Maioritariamente Feminina: Gestão dos Conflitos 77 4.1.2.5. Se Podes Ver, Repara: A Importância da Observação 79 4.1.2.6. Os Diários de Bordo: Refletir para Evoluir 82 4.1.2.7. Os Modelos de Ensino 85 4.1.2.8. Instrução Pedagógica 91 4.1.2.9. As turmas dos meus colegas: só deles ou minhas também? 98 4.1.2.10.Condicionalismos da Ação 100 4.1.3. O Processo Avaliativo ... 102

4.2. Área 2 - Participação na Escola e Relação com a Comunidade ... 108

4.2.1. Desporto Escolar: (Re)Viver as Emoções do Voleibol ... 109

4.2.2. Direção de Turma ... 112

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IX

4.2.4. Ação de Formação: Rope Skipping na Escola ... 119 4.2.5. Os Torneios: O Desporto como um Elemento de Ligação da Comunidade Escolar ... 121 4.3. Área 3 - Desenvolvimento Profissional ... 122

4.3.1. Relação entre a Perceção da Imagem Corporal e a Motivação para as Aulas de Educação Física ... 122

4.3.1.1. Resumo 122

4.3.1.2. Introdução 123

4.3.1.3. Revisão da Literatura 125

4.3.1.3.1. Auto-conceito e Imagem Corporal 125

4.3.1.3.2. Motivação 128 4.3.1.4. Objetivos 132 4.3.1.4.1. Objetivo Geral 132 4.3.1.4.2. Objetivos Específicos 132 4.3.1.5. Metodologia 132 4.3.1.5.1. Amostra 132 4.3.1.5.2. Procedimento 133 4.3.1.5.3. Instrumentos 133

4.3.1.6. Apresentação e Discussão dos Resultados 135

4.3.1.7. Conclusões 143

4.3.1.8. Referências Bibliográficas 144

5. Conclusões e Perspetivas Futuras ... 149 6. Referências Bibliográficas ... 151 Anexos ... XXV

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XI

Índice de Figuras

Figura 1 – Fachada Principal da EBSRF……….……21

Figura 2 – Pátio Encerrado da EBSRF………21

Figura 3 – Pavilhão Desportivo……….23

Figura 4 – Espaço Exterior………...……….…24

Figura 5 – Ginásio Pequeno………..25

Figura 6 – Ginásio Central………...………….….26

Figura 7 – Faixa com dedicatórias oferecida pelos alunos………..67

Figura 8 – Prémios entregues no evento culminante………91

Figura 9 – Quadro competitivo ………..………….…….91

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XIII

Índice de Gráficos

Gráfico 1 – Distribuição Etária/ Sexo………...…….33

Gráfico 2 – Meios de Transporte dos Alunos………...………...34

Gráfico 3 – Área de Residência dos Alunos…………...……….34

Gráfico 4 – Classificações do Ano Anterior a EF………...…….34

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XV

Índice de Quadros

Quadro 1 – Modalidades lecionadas……….52 Quadro 2 – Relação entre a perceção da imagem corporal e o nível de motivação para as aulas de EF……….………..…………..135 Quadro 3 – Relação entre o grupo 1 e o nível de motivação para as aulas de EF………..……….137 Quadro 4 – Relação entre o grupo 2 e o nível de motivação para as aulas de EF………..……….138 Quadro 5 – Dados descritivos da motivação para a prática desportiva.……139 Quadro 6 – Dados descritivos da motivação para a prática desportiva…...139 Quadro 7 – Número de indivíduos pertencentes a cada um dos quartis das subescalas da motivação………..……….…140 Quadro 8 – Número de indivíduos pertencentes a cada um dos três grupos da perceção da imagem corporal………...…..142

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XVII

Índice de Anexos

Anexo 1 – Cartaz do Corta-Mato……….…..XXV Anexo 2 – Cartaz da Ação de Formação “Rope Skipping”……….XXVII Anexo 3 – Questionário da Imagem Corporal e da Motivação………XXIX

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XIX

Resumo

A prática de ensino supervisionada representa o culminar de toda a formação académica universitária, onde o estudante é, pela primeira vez, confrontado com a realidade. É neste confronto que todos os conhecimentos adquiridos ao longo dos anos vão ser colocados em prática e vão ganhar sentido, passando da teoria à prática. O Estágio Profissional não termina com o final das aulas, mas sim com o Relatório de Estágio, rico em reflexões e experiências pessoais, sendo o suporte de toda a prática. Este documento é sustentado com a literatura existente não só no âmbito do estágio, mas no âmbito da pedagogia e didática. O presente Relatório de Estágio é o espelho do percurso de uma estudante-estagiária num ambiente antes desconhecido, a Escola Básica e Secundária Rodrigues de Freitas. Está organizado em sete capítulos: (1) a Introdução, onde é revelado o propósito deste documento; (2) o Enquadramento Biográfico, com uma vertente pessoal do estudante-estagiário onde é possível perceber os motivos que levaram ao ingresso nesta área; (3) o Enquadramento da Prática Profissional, onde é explicado o contexto de realização do estágio; (4) Do Planear ao Fazer, que está dividido em 3 áreas, sendo elas a Organização e Gestão do Ensino e Aprendizagem, Participação na Escola e Relação com a Comunidade e Desenvolvimento Profissional. Neste último está inserido o estudo de investigação, com o tema “A Relação entre a Perceção da Imagem Corporal e a Motivação nas Aulas de Educação Física”; (5) Conclusões e Perspetivas Futuras, onde há uma reflexão geral sobre a importância do Estágio Profissional e do Relatório, nunca descartando a vertente pessoal; (6) e (7) Referências Bibliográficas e Anexos, respetivamente.

PALAVRAS-CHAVE: ESTÁGIO PROFISSIONAL, EDUCAÇÃO FÍSICA, SER PROFESSOR, PROFESSOR REFLEXIVO, IMAGEM CORPORAL, MOTIVAÇÃO

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Abstract

Supervised teaching is the culmination of all the academic training, where the student is confronted with the reality for the first time. It’s in this confrontation that all the knowledge acquired over the years will be put into practice and will make sense, moving from theory to practice. The Professional Training does not end when the classes finish; it ends with this document, rich in reflections and personal experiences. Therefore, the Training Report is the support of the entire practice. This report is supported by the literature not only within professional training but also in the context of pedagogy and didactics. This Training Report is the mirror of a student route in an environment previously unknown which is Escola Básica e Secundária Rodrigues de Freitas. The report is divided into seven chapters: (1) Introduction, where it’s revealed the purpose of this document; (2) Personal Dimension, a student’s personal side where you can get to know why did I chose this area of study; (3) Framework for Professional Training, where the internship performing context is explained; (4) From Planning to Making, which is divided into 3 areas, being the Organization and Management of Teaching and Learning, Participation in school and Relationship with the Community and Professional Development. The last area includes a study with the theme "The Relationship Between the Perception of Body Image and Motivation in Physical Education Classes"; (5) Conclusions and Future Perspectives are a general reflection on the importance of Professional and Report Training, never discarding the personal aspect; (6) and (7) are References and Attachments, respectively.

PALAVRAS-CHAVE: PROFESSIONAL TRAINING, PHYSICAL EDUCATION, BEING A TEACHER, REFLEXIVE TEACHER, BODY IMAGE, MOTIVATION

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XXIII

Lista de Abreviaturas

AC – Avaliação Contínua

AD – Avaliação Diagnóstica AS – Avaliação Sumativa

CEI – Currículo Específico Individual DE – Desporto Escolar

DT – Diretor de Turma

EBSRF – Escola Básica e Secundária Rodrigues de Freitas EC – Escola Cooperante

EE – Estudante-Estagiário EF – Educação Física EP – Estágio Profissional

FADEUP – Faculdade de Desporto da Universidade do Porto MEC – Modelo de Estrutura do Conhecimento

NE – Núcleo de Estágio

NEE – Necessidades Educativas Especiais PA – Planeamento Anual

PC – Professor Cooperante

PES – Prática de Ensino Supervisionada PO – Professor Orientador

SOCA – Sistema de Observação do Comportamento do Aluno SOCP – Sistema de Observação do Comportamento do Professor UD – Unidade Didática

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1. Introdução

O presente Relatório de Estágio (RE) foi elaborado no âmbito da unidade curricular de Estágio Profissional (EP), inserida no 2º ciclo de estudos conducente ao grau de Mestre em Ensino da Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário, pela Faculdade de Desporto da Universidade do Porto (FADEUP). Este encontra-se escrito na primeira pessoa, assumindo-se como uma narração das minhas experiências e vivências ao longo do ano letivo.

Na minha opinião o EP é, ao mesmo tempo, o princípio e fim. É o princípio de um novo ciclo, ciclo esse que corresponde à prática profissional, ao início da docência, ao primeiro contexto de prática real enquanto professores e por outro lado é o fim, o fim do ciclo de estudante. É uma dicotomia entre ser professor e ser aluno. E é por isso que, na minha opinião, este é o ano mais rico, mais significante, com um maior leque de experiências essenciais ao processo desta grande transformação de estudante de Educação Física (EF), para Estudante-Estagiário (EE) e para, por fim, docente de EF.

O EP é realizado em grupo, com o Núcleo de Estágio (NE), de forma a tornar o espaço de estágio ainda mais formativo. Este é constituído por três estagiários, conjuntamente com a Professora Cooperante (CO) e com a Professora Orientadora (PO). Wenger (2006) refere que a comunidade de prática é congruente com o funcionamento do NE pois, os indivíduos partilham preocupações e interesses comuns que fazem com que interajam de forma regular e continuada. No meu caso, o NE partilhou muito mais do que os interesses comuns da prática profissional, tendo criado uma ligação muito forte, com um enorme sentimento de amizade e entreajuda.

Ao longo deste ano estive responsável por uma turma de 12º ano do curso científico-humanístico de línguas e humanidades. Para além disso, partilhei uma turma de 5º ano com os meus colegas de estágio e com a PC. O EP não se restringe apenas à lecionação das aulas, este inclui uma panóplia de reflexões que o EE deve realizar ao longo do ano letivo (Batista & Queirós, 2013). É através da experiência e das reflexões que decorre a prática pedagógica, tornando o EE mais autónomo e competente.

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Este documento encontra-se dividido por capítulos, desde a Introdução à Conclusão e Perspetivas Futuras, passando pelo Enquadramento Biográfico, Enquadramento Institucional e Realização da Prática Profissional – Do Planear ao Realizar. No Enquadramento Pessoal está esclarecido um pouco do meu trajeto de vida e quais as minhas expectativas em relação ao EP. No Enquadramento Institucional é apresentado o contexto no qual estagiei ao longo do ano letivo, dando particular destaque à escola, turmas e NE. O capítulo Do Planear ao Realizar está dividido em três áreas.

A área 1 refere-se à “Organização e Gestão do Ensino e da Aprendizagem”, que envolve a conceção, planeamento, realização e avaliação. A área 2 diz respeito à “Participação na Escola e na Comunidade, fazendo alusão ao trabalho do professor fora do espaço de aula, destacando-se assim, o modo como a minha participação e integração na escola decorreu. Por fim, na área 3, inclui-se o “Desenvolvimento Profissional” do EE. Este capítulo agrega o estudo de investigação, intitulado “Relação entre a perceção da imagem corporal e a motivação nas aulas de EF”. Este trabalho surgiu no decorrer da prática, uma vez que estava relacionado com dois dos problemas da turma por quem estava responsável: a imagem corporal e a motivação.

Por fim, no último capítulo denominado “Conclusões e Perspetivas para o Futuro”, destaca-se o que para mim foi ser professora e a importância desta experiência na minha vida profissional, bem como as minhas expectativas para o futuro em que espero vir a desenvolver a profissão de docente.

Este documento reflete todo o caminho por mim percorrido nesta última viagem da minha formação.

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2. Enquadramento Biográfico

2.1. Quem sou eu?

O meu nome é Patrícia Sofia Pereira Sousa e nasci a 16 de Maio de 1992 sendo, por isso, do signo Touro. Nasci e vivo na cidade da Maia, mais precisamente na vila do Castêlo da Maia. Os meus pais divorciaram-se quando eu ainda era pequena e, por isso, atualmente vivo apenas com a minha mãe, visto que sou filha única. Mantenho uma boa relação com o meu pai e foi com ele que aprendi a gostar de desporto, pois o meu pai praticava futebol e sempre me incentivou a gostar de tudo o que fosse relacionado com a prática desportiva. Lembro-me que tínhamos uma rotina de, ao final do dia, pegar numa bola e jogar todo o tipo de jogos até à hora de jantar.

Até ao 11º ano estudei na Escola Básica e Secundária do Castêlo da Maia. No entanto, quando passei para o 12º ano decidi que queria mudar. O facto de viver perto da escola e de jogar num clube também muito perto de casa fez com que eu me sentisse "presa", cansada de estar sempre no mesmo local. Assim, mudei para o Colégio D. Duarte e tive lá o melhor ano do meu secundário, onde conheci pessoas e professores fantásticos que mudaram a minha vida.

Desde sempre foi minha vontade entrar na faculdade e, pelo facto de ter sido praticante de voleibol, tinha o sonho de entrar na FADEUP, uma faculdade que tão bem conhecia. Sempre que lá entrava imaginava-me a percorrer aqueles corredores em direção à próxima aula e, por isso, esforcei-me durante toda a minha vida académica para lá conseguir entrar.

Como eu me perceciono

Tal como disse anteriormente, eu sou do signo Touro. Não sei bem se eu sou uma exceção ou se nasci no mês errado, mas não me identifico com a grande maioria das características deste signo. "O taurino quer uma vida simples, que pode beirar o conformismo, pois é um signo preguiçoso na hora de mudar." Sinceramente, não podia concordar menos com esta afirmação. Uma vida simples é tudo o que eu não quero. Não quero com isto dizer que quero uma vida complicada, quero apenas dizer que eu gosto de desafios,

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gosto de superar obstáculos e de me superar a mim mesma. Nada que seja simples tem o mesmo sabor do que algo que seja complexo, e é disso que eu gosto. Gosto de lutar pelas coisas, gosto de enfrentar dificuldades e de, no final, as superar. O conformismo é algo com o qual não me identifico, talvez pelo facto de nunca estar satisfeita com nada (ou quase nada). Hoje, sei que esta é uma das características pelo qual as pessoas me reconhecem. Normalmente quero sempre mais em todos os aspetos: quero ter melhores notas, quero jogar melhor, quero viajar mais, quero ler mais, quero viver mais. Penso que convém dizer que tudo isto é apenas relacionado comigo, ou seja, não é em comparação com os outros mas sim comigo mesma. Eu sou o meu próprio termo de comparação.

Considero-me uma pessoa com os pés bem assentes na terra, sensata, sincera, sonhadora e muito divertida. No entanto, eu penso que o que mais caracteriza as pessoas não são as suas qualidades mas sim os seus defeitos. Uma vez disseram-me "se interessassem só as qualidades, todos nós éramos perfeitos", e eu não podia concordar mais. O que nos faz relacionar com as outras pessoas e ter afinidade com elas é o facto de conhecermos e conseguirmos lidar com os defeitos dos outros e vice-versa. Por isso, não tenho vergonha em admitir que sou insatisfeita por natureza, sou a teimosia em pessoa, que o meu mau-humor matinal por vezes se prolonga pelo resto do dia e que falo demasiado.

Um dos meus objetivos durante este ano foi transformar um dos meus defeitos, a constante insatisfação, numa mais-valia para a minha prática pedagógica. Tal como em tudo na minha vida, não me quero contentar com fazer apenas bem, quero dar o meu melhor enquanto docente e fazer com que os meus alunos tirem o maior proveito disso. Assim, passado este ano de estágio, sei que tentei ao máximo fazer os planos de aula mais completos, as aulas mais dinâmicas, os alunos mais empenhados e as situações de aprendizagem mais adequadas aos objetivos planeados e às dificuldades da minha turma. Para além disso, sei que a minha teimosia serviu como uma motivação, fazendo com que eu não desistisse dos meus objetivos e lutasse por alcançar tudo a que me propus.

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5 Eu e o Desporto

Entrei para o voleibol aos 8 anos, ao mesmo tempo que entrei para a natação. A natação foi por incentivo da minha mãe, que sempre quis que eu praticasse este desporto e o voleibol foi por incentivo de uma prima, que jogava e me levou a experimentar. Desde cedo eu sabia qual ia preferir e levar a sério: o voleibol. Apesar de ter praticado natação dos 8 aos 15 anos, de ter participado em várias competições e de ter ganho algumas das mesmas, eu ia ter que optar por um dos dois desportos pois não conseguia conciliar as duas práticas. Como já referi, optei pelo voleibol, o qual pratiquei até aos 20 anos, ou seja, até ao segundo ano de faculdade.

Durante os 12 anos que pratiquei voleibol fui atleta do Castêlo da Maia Ginásio Clube. Durante esses 12 anos nunca ganhei nada a nível de equipa, no entanto fui campeã regional e nacional de duplas em 3 anos consecutivos. Para além disso também fui campeã nacional de sub-21 em voleibol de praia.

Apesar de já não jogar voleibol há mais de 2 anos este continua a fazer parte da minha vida, uma vez que faço parte da equipa de voleibol universitário da AEFADEUP. Na época passada, fomos campeãs nacionais universitárias e isso deu-nos o passaporte para uma experiência inesquecível: os europeus universitários, que se realizaram em Roterdão, na Holanda.

Para além da minha experiência enquanto atleta, também fui treinadora no escalão de mini A e mini B durante 3 anos, no mesmo clube onde pratiquei. Apesar de ter sido treinadora de crianças muito novas, penso que esta experiência me trouxe muitos benefícios para a profissão pois, apesar de ser treinadora ser muito diferente de ser professora, é inevitável fazer transferência, na prática, de alguns aspetos. Assim, penso que tive mais facilidade em criar uma relação com a turma e de a controlar, em utilizar os feedbacks adequadamente e em entender as principais dificuldades da turma, utilizando situações de aprendizagens adequadas para as colmatar.

Os meus sonhos

Para além do sonho que todos nós temos - o sonho de ser feliz - tenho mais dois grandes sonhos, viajar pelo mundo fora e ser professora de EF.

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Quanto ao primeiro sonho, eu sei que, aos poucos, este se vai concretizar. Adoro conhecer novas culturas, novas pessoas, novas línguas, novas gastronomias. Uma das maiores e melhores experiências da minha vida está ligada a este mesmo sonho; em 2013 realizei um interrail de 35 dias pela europa. Visitei 12 países e 18 cidades com uma mochila às costas. Em apenas 35 dias aprendi coisas que não aprendi em anos a viver em Portugal. No entanto, Portugal e o Porto, em particular, continuam a ser os meus sítios favoritos no mundo.

No que diz respeito ao sonho de ser professora de EF, este está presente na minha vida desde que penso no meu futuro. Na realidade, nunca me imaginei a seguir um curso que não fosse relacionado com o desporto e sempre me imaginei a estar relacionada à educação na área de que realmente gosto.

Considero que, ser professora de EF, é muito mais do que ensinar certas habilidades aos alunos, certas regras, certos desportos. Ser professora de EF é incentivar o gosto pela prática desportiva, é incentivar os alunos a quererem eles mesmo fazer desporto, pelo seu bem-estar físico e mental. Ser professora de EF é ser um elemento fundamental na formação de um aluno enquanto pessoa. Ser professor de EF é educar corpo e é educar mente. E é tudo isto que faz com que seja uma profissão mágica e gratificante.

2.2. Expectativas: O Perspetivar de um Sonho

Ao longo dos anos da licenciatura fui ouvindo várias opiniões e teorias sobre seguir o caminho do ensino. A maioria dessas opiniões não eram favoráveis quanto à empregabilidade e eram, essencialmente, focadas na posterior falta de emprego que todos os estudantes que ingressaram no Mestrado de Ensino iam presenciar. Seguindo esta linha de pensamento, considero que, nos dias de hoje, pensar na empregabilidade de determinado curso é, sem dúvida, algo que não deve ser descartado e que deve ser um fator de peso numa escolha deste tipo. Durante muito tempo foquei-me na razão e estive mentalizada de que o mestrado de ensino não era uma boa escolha e que, no futuro, este não iria ter a utilidade que eu desejaria. No

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entanto, quando chegou a altura de tomar a decisão, eu percebi que nem sempre as escolhas feitas de forma racional são as melhores e que não há nada que compense o trabalho feito com o prazer de se realizar um sonho que se tem desde pequena: ser professora de EF. Assim, apesar de todos os obstáculos que poderei ter, hoje eu tenho a certeza de que fiz a melhor opção e que não há nada que seja mais gratificante do que fazer o que realmente se gosta.

Falando mais objetivamente das minhas expectativas em relação ao ano de EP, o primeiro aspeto que me ocorre mencionar é a experiência de, pela primeira vez, "estar do lado de lá", ou seja, ser professora e não aluna. Durante os últimos 16 anos da minha vida eu fui estudante e olhava para os meus professores de EF e todos os meus professores na faculdade e tinha o sonho de um dia ser como eles, de estar a ensinar os alunos sobre algo relacionado com a minha grande paixão, o Desporto. Apesar de ainda ser aluna, este foi um ano completamente diferente de todos os outros pois, foi no ano da minha “formação inicial” em contexto de prática profissional que ouvi falar inúmeras vezes da importância e influência que isso terá na minha identidade enquanto futura professora.

Outra grande expectativa em relação ao EP era saber se iria conseguir aplicar todos os conhecimentos que me foram transmitidos ao longo do último ano, relativamente à realização das Unidades Didáticas (UD), Planos de Aula, Interação Professor-Alunos, entre outros. Tudo isto foi um desafio pois, apesar de no último ano já ter tido essa experiência nas escolas, tudo era realizado em grupo. Este ano, tive muito mais autonomia e dependi muito mais de mim e dos meus conhecimentos. Foi, sem dúvida, uma tarefa difícil, mas não impossível. Eu acredito que fui capaz de colocar em prática o que me foi ensinado e fui capaz de me ajustar às situações e de me adaptar e readaptar.

Para além de tudo isto, estive pela primeira vez integrada na escola, participando em reuniões, relacionando-me com os outros professores e auxiliares da ação educativa, com os pais e encarregados de educação, percebendo o funcionamento da Escola. De facto, sempre criei expetativas em relação à minha integração e participação na comunidade escolar temendo que

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esta não decorresse da forma mais aprazível possível. Mais uma vez, este foi um desafio ultrapassado pois, ser professora, não se limitou à sala de aula ou ao ginásio; ser professora foi estar integrada em toda a comunidade escolar e fazer parte da sua construção. Penso que consegui integrar-me na escola e, ao mesmo tempo, colaborar para o bom funcionamento desta comunidade escolar, fazendo com que a minha intervenção fosse positiva e marcante, contribuindo para a dinamização desta a todos os níveis.

Em relação às infraestruturas esperava que a escola que me acolhesse ao longo do EP reunisse todas as condições, quer a nível de espaço, quer a nível de materiais, para promover um ensino de qualidade juntos dos meus alunos. Rapidamente consegui constatar que a escola me ofereceu condições mais do que suficientes para conseguir lecionar as minhas aulas da melhor forma. Ainda assim, existiram aulas em que o material e o espaço não foram suficientes e/ou adequados. Um dos grandes desafios que enfrentei ao longo deste ano de EP foi a minha adaptação a estas situações, pois penso que é importante que um professor tenha capacidade de improvisar e inovar, mesmo em situações de "contra-relógio".

A supervisão do meu processo sempre foi uma das minhas maiores preocupações. Esta existia, essencialmente, por saber que seria um fator importante na minha experiência ao longo de todo o ano. Falei com alguns dos meus colegas que terminaram o estágio no anterior ano e todos me diziam que era essencial haver uma boa relação com os professores que me iriam supervisionar e que estes seriam decisivos na minha atuação enquanto docente. Após terminar o meu percurso, posso afirmar que as minhas expectativas foram, em muito, ultrapassadas. Relativamente à PC, foi uma pessoa que sempre disponibilizou um enorme apoio e paciência para me orientar neste desafiante percurso. Acalmou-me e aconselhou-me nos momentos de maior tensão, tanto a nível académico como pessoal, e exigiu muito de mim, existindo sempre uma colaboração ativa da sua parte para me ajudar a desenvolver competências fundamentais para a minha formação. A PO também se mostrou sempre disponível para ajudar, estando constantemente preocupada em reunir-se com o NE e em marcar reuniões

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para esclarecer dúvidas. Para além disso, houve sempre uma grande preocupação em perceber o que eu e os meus colegas estávamos a sentir, as nossas dificuldades, os nossos medos e, acima de tudo, se as nossas estratégias estavam a ser eficazes. Tenho consciência que fui e sou uma EE com muita sorte por ter tido duas professoras exemplares a acompanharem-me ao longo do percurso que acabou por se revelar o mais importante da minha vida.

No que diz respeito à relação com os alunos, este talvez seja o aspeto que mais nervosismo me provocou, uma vez não é um fator que eu consiga controlar e prever. Tudo estaria dependente das suas personalidades e da minha capacidade de saber lidar com eles da melhor forma para que todos conseguissem tirar o melhor desta experiência. O facto de ter lecionado a uma turma de 5º e uma de 12º foi algo que me enriqueceu imenso enquanto pessoa e enquanto professora, pois permitiu-me experienciar duas realidades completamente distintas.

Em suma, criei imensas expectativas e à partida para este ano encontrava-me muito entusiasmada para começar um novo ano letivo onde, na realidade, estaria a estagiar para o meu futuro. Não tenho a menor dúvida que este foi o ano mais marcante enquanto estudante, uma vez que se traduziu no culminar de anos a sonhar e a estudar para ser "Professora de EF".

2.3. Entendimento do Estágio Profissional

Pimenta e Lima (2004) consideram o EP como o eixo central da formação de professores, pois é através deste que o profissional se consciencializa dos aspetos indispensáveis para a interiorização dos conceitos base da profissão docente e formação da construção da sua identidade profissional.

Segundo as normas orientadoras1, o objetivo do EP “visa a integração

no exercício da vida profissional de forma progressiva e orientada, em contexto

1 Zélia Matos (2014). Normas orientadoras do Estágio Profissional do ciclo de estudos conducente ao grau de mestre em ensino de Educação Física nos ensinos básicos e secundário da FADEUP.

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real, desenvolvendo competências profissionais que promovam nos futuros docentes um desempenho crítico e reflexivo, capaz de responder aos desafios e exigências da profissão” (p. 3). Este incorpora duas componentes: a prática de ensino supervisionada (PES), realizada numa escola cooperante e o relatório de estágio, orientado por um professor da Faculdade, responsável pela supervisão do EE no contexto da prática de ensino.

Segundo Nóvoa (2009) ser professor é compreender os sentidos da instituição escolar, estar integrado na profissão e aprender com os colegas mais experientes, pois é na escola, no diálogo com outros professores que se aprende e interioriza o conceito e o entendimento da profissão. O mesmo autor enfatiza o registo das práticas, a reflexão acerca das ações e a avaliação como elementos fulcrais para o aperfeiçoamento e desenvolvimento da competência docente.

Idealiza-se que a realização do EP se centre em conceber um professor de EF como um profissional qualificado e competente, procurando formar um indivíduo que saiba expressar as suas competências na ação, capaz de refletir na e sobre a ação, de dominar qualquer situação inesperada e alguém que apresente potencialidades de adaptação, de resposta e de ajustamento aos problemas complexos que enfrenta na sua atividade (Carreiro da Costa, 2002).

No meu entendimento, o EP será o elemento de continuidade das minhas aprendizagens adquiridas ao longo dos últimos quatro anos de ensino superior e permitirá aplicar e desenvolver as minhas competências enquanto docente da disciplina de EF e enquanto “professora reflexiva”, tendo em conta que a prática reflexiva é uma postura, uma forma de pensar, que não é medida por discursos ou intenções mas sim pelo lugar, natureza e consequências da reflexão no dia-a-dia da profissão (Perrenoud, 2001). Foi desta forma que encarei o mundo real desta profissão, num contexto real de escola, estando responsável por uma turma e por garantir a aquisição de conhecimentos por parte de todos os meus alunos. Foi uma forma de adequar os meus conhecimentos às exigências concretas da prática profissional. Considero, assim, o EP como uma maneira de garantir a situacionalidade na formação dos

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futuros professores, tendo em conta que há uma grande diferença entre a teoria e a prática.

Em suma, o EP é um processo proporcionador de aprendizagem, cuja responsabilidade caberá aos estudantes-estagiários, que se assumem como produtores da sua própria profissão, o qual não deve ser visto como uma meta já alcançada mas sim uma linha de partida para uma vida profissional de sucesso. É o último passo antes do tiro de partida para a formação de um professor competente e, ao mesmo tempo, a chegada à meta na concretização da vida académica enquanto estudante.

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3. Enquadramento da Prática Profissional

3.1. Enquadramento Legal e Institucional do Estágio Profissional

Em termos legais, o EP regula-se pelas Normas Orientadoras e pelo Regulamento da Unidade Curricular do EP do respetivo ano letivo, neste caso 2014/2015. Segundo o artigo n.º 1 do regulamento anteriormente mencionado “A Iniciação à Prática Profissional do Ciclo de Estudos conducente ao grau de Mestre em Ensino de Educação Física da FADEUP integra o EP – PES - e o correspondente Relatório (RE), rege-se pelas normas da instituição universitária e pela legislação específica acerca da Habilitação Profissional para a Docência. A estrutura e funcionamento do EP consideram os princípios decorrentes das orientações legais nomeadamente as constantes do Decreto-lei nº 74/2006 de 24 de março e o Decreto-Decreto-lei nº 43/2007 de 22 de fevereiro e têm em conta o Regulamento Geral dos segundos Ciclos da Universidade do Porto, o Regulamento geral dos segundos ciclos da FADEUP e o Regulamento do Curso de Mestrado em Ensino de Educação Física”2 (p. 2). Uma vez que o

EP pode ser realizado num grande leque de escolas, com diferentes professores cooperantes e professores orientadores, este documento apresenta-se como uma forma de uniformizar os critérios e atuações de acordo com o regulamento do respetivo curso. É de salientar que este documento não retira autonomia aos alunos e professores, apenas se constitui como uma linha orientadora de todo o processo de modo a torná-lo mais equitativo para todos os envolventes.

Segundo o determinado no Artigo 3º do Decreto-lei nº43/2007 de 22 de fevereiro, é obrigatório estar habilitado como docente, para desempenhar cargos de docente nas áreas curriculares ou disciplinares que a profissão abrange. Ainda no mesmo decreto, no Artigo 17º, autentica-se que o grau de mestre só é concedido aos que alcancem um número de créditos definidos para cada ciclo de estudos de mestrado, a partir da aprovação completa das

2 Zélia Matos (2014). Regulamento do Estágio Profissional do ciclo de estudos conducente ao grau de mestre em ensino de Educação Física nos ensinos básicos e secundário da FADEUP.

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unidades curriculares que fazem parte do plano de estudos de mestrado, bem como da aprovação da defesa do relatório da unidade curricular referente à PES.

Segundo o artigo 2º do Regulamento do EP da FADEUP “O EP visa a integração no exercício da vida profissional de forma progressiva e orientada, através da PES em contexto real, desenvolvendo as competências profissionais que promovam nos futuros docentes um desempenho crítico e reflexivo, capaz de responder aos desafios e exigências da profissão”3 (p.2).

Podemos, assim, assumir que o perfil do professor deverá ser constituído por várias dimensões, nomeadamente a profissional, pessoal e social. Deve, também, incluir a participação na escola e a relação com a comunidade.

O EP dá oportunidade de passar toda a teoria que nos foi transmitida ao longo do primeiro ano de mestrado para a prática. No seguimento do mesmo, surge o RE em que o destaque se prende com a reflexão sobre a ação ao longo do ano letivo. Só com esta reflexão é que toda a prática pedagógica ganha sentido, contribuindo para a minha formação enquanto docente.

Batista e Queirós (2013, p. 47) afirmam que a “situação de estágio, em contexto real de prática profissional, constitui uma peça fundamental da estrutura formal de socialização inicial na profissão, isto é, no processo pelo qual os candidatos à profissão vão passando de uma participação periférica para uma participação mais interna, mais ativa e mais autónoma, no seio da comunidade docente, através de um processo, que se quer gradual e refletido, de imersão na cultura profissional e de configuração e reconfiguração das suas identidades profissionais”.

O EP inclui a PES, efetuada por uma professora da FADEUP, denominada PO, e por uma Professora da Escola, denominada PC, e o correspondente Relatório de Estágio. Os professores trabalham de forma complementar, proporcionando aos EE um maior e melhor desenvolvimento das competências e conhecimento, tanto a nível profissional como a nível pessoal.

3 Zélia Matos (2014). Regulamento do Estágio Profissional do ciclo de estudos conducente ao grau de mestre em ensino de Educação Física nos ensinos básicos e secundário da FADEUP.

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No que diz respeito ao enquadramento institucional, o EP é uma Unidade Curricular do 2º ciclo de estudos em EEFEBS que decorre nos 3º e 4º semestres que engloba atividades de observação e colaboração em situações de educação e ensino nas seguintes áreas:

Área 1 – “Organização e Gestão do Ensino e da Aprendizagem”;

Área 2 – “Participação na Escola e Relações com a Comunidade”;

Área 3 – “Desenvolvimento Profissional”.

Nesta estrutura, a Área 1 “(…) engloba a conceção, o planeamento, a realização e a avaliação do ensino” (p.3). A Área 2 engloba “(…) todas as atividades não letivas realizadas pelo estudante estagiário, tendo em vista a sua integração na comunidade escolar e que, simultaneamente, contribuam para um melhor conhecimento das condições locais da relação educativa e a exploração da ligação entre a escola e o meio” (p.6). Por fim, a Área 3, de Desenvolvimento Profissional, integra “(…) atividades e vivências importantes na construção da competência profissional, numa perspetiva do seu desenvolvimento ao longo da vida profissional, promovendo o sentido de pertença e identidades profissionais, a colaboração e a abertura à inovação” (p. 7). 4

Na minha opinião, o modelo utilizado pela FADEUP corresponde ao pretendido no EP, considerando as Normas e Regulamento do mesmo. Este torna possível que os EE vivenciem experiências e adquiram competências essenciais à docência.

3.2. A Supervisão do meu Processo

Segundo Tannehill e Goc-Karp (1992, cit. por Batista & Queirós, 2013, p.33) um elemento que importa ter em conta é que o maior ou menor sucesso

4 Zélia Matos (2014). Normas orientadoras do Estágio Profissional do ciclo de estudos conducente ao grau de mestre em ensino de Educação Física nos ensinos básicos e secundário da FADEUP.

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das experiências de ensino com contexto real de prática depende dos vários intervenientes no processo: o orientador da faculdade (ou da instituição de formação), o PC (professor que acompanha diariamente o aluno na escola) e o EE (futuro professor). Assim, a operacionalização da PES inclui um PC para acolher e orientar 3 ou 4 estudantes-estagiários durante o ano letivo (Batista & Queirós, 2013).

No que diz respeito à PC esta sempre se mostrou completamente disponível para nos guiar durante todo o ano letivo. Desde a primeira reunião percebi que este não ia ser um ano fácil mas que ia, sem dúvida, valer a pena. O facto de ter tido a preocupação de nos apresentar toda a escola, todas as instalações que iriam por nós ser utilizadas e os materiais disponíveis fez com que não tivesse a menor dúvida que a minha supervisão iria ser feita de forma muito cuidada e planeada. Para além disso, lembro-me da clareza, simplicidade, abertura e liberdade que a PC sempre teve comigo e com os meus colegas de estágio, o que proporcionou um ambiente de honestidade e cumplicidade entre todos. Outro dos aspetos que sinto necessidade de destacar foi a forma como sempre me deixou tomar decisões, de ser autónoma, de sentir que eu era realmente uma professora e não apenas uma estagiária. Segundo Rodrigues (2013), os professores têm que encontrar o seu caminho profissional e a sua própria forma de ensinar e foi isso que a PC me deixou fazer, traçar o meu próprio caminho. Apesar de me sentir autónoma, sabia que qualquer dúvida, dificuldade ou até medo que tivesse, a professora não me iria deixar sozinha e iria aconselhar-me com a melhor das intenções, pois sei que o meu sucesso era uma das suas preocupações. Assim, posso afirmar que a PC adotou, tal como afirma Jacinto (2003), um papel de conselheira, de facilitadora do autodesenvolvimento do estagiário, colocando os seus estagiários num ambiente em que se identificassem e colocassem em ação as suas motivações pessoais, competências e se sentissem bem consigo próprios.

Segundo Rolim (2013) o EP reclama do PO o exercício permanente de uma magistratura de influência e de vigilância atentas e, logo que garantidas as condições de conforto e confiança, um transferir de responsabilidades para os

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estagiários. O mesmo autor afirma que a cedência de responsabilidades de direção e condução do processo pedagógico do ensino da disciplina de EF do PO e do PC para o estagiário é um processo gradual e mais ou menos prolongado, reclamando deste uma redobrada responsabilidade, só possível desde que reunidas garantias e a total confiança no estagiário. Através destas afirmações é possível percecionar a importância de um bom relacionamento entre o PO e o EE, de modo a que o processo de formação do docente se concretize. Considero, assim, que a confiança e a honestidade são duas características essenciais nesta relação e que, no meu caso, sempre existiram. A PO sempre me deixou à vontade para falar acerca dos meus problemas e dificuldades assim como depositou confiança no meu trabalho. Essa confiança foi um elemento crucial para a minha prática pedagógica pois permitiu-me ir além das minhas expectativas, permitiu-me jogar além do seguro e, com isso, atingir as metas a que me propus inicialmente.

Ao PO é solicitado que coordene a sua ação com o PC, realizando uma supervisão do trabalho efetuado pelo EE na escola. Este desenvolve ainda o acompanhamento e a orientação da construção do RE final (Batista & Queirós, 2013). Todas as intervenções, interações e atitudes, em conjunto ou em separado, do PC e PO, logo que reunidas as condições necessárias da parte do estagiário, devem ir no sentido de o autonomizar, de promover, fomentar e proporcionar-lhe, de forma célebre, um ambiente de plena emancipação – de maior idade docente (Rolim, 2013). Sei que a minha maior idade docente ainda não foi atingida mas também sei que estou cada vez mais perto. Espero, até lá, conquistar todos os requisitos que esta maior idade exige e, ao mesmo tempo, permite. Será um conquistar de um sonho – a emancipação – que só será possível com a enorme ajuda, participação e contribuição que a PC e PO tiveram comigo ao longo de toda a supervisão do meu processo.

3.3. A Escola

Keay (2007, cit. Por Batista & Queirós, 2013, p. 33) afirma que existe a crença generalizada que é nos contextos de ensino reais, em contacto diário com professores experientes, que os futuros professores aprendem a

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generalidade dos elementos que perfazem a atividade do professor. Ou seja, é na escola que os EE completam a sua formação, sendo essa etapa indispensável para a concretização do processo de construção da identidade docente. Assim, considero pertinente refletir acerca da escola cooperante, através de uma análise contextual da mesma, uma vez que esta permite conhecer as estruturas gerais que me guiaram ao longo de todo o ano letivo.

A escola é construída ao longo do tempo através das interações com os recursos humanos e com o meio onde está inserido. São estas interações que proporcionam que uma escola tenha uma identidade e seja distinguida das demais, tornando-a única e inigualável.

A Escola Secundária Rodrigues de Freitas, atualmente Escola Básica e Secundária de Rodrigues de Freitas (EBSRF), é uma escola do 2.º e 3.º Ciclos do Ensino Básico e do Ensino Secundário da cidade do Porto e pertence ao Agrupamento de Escolas Rodrigues de Freitas.

Ao nível do ensino secundário é hoje uma escola vocacionada para os cursos gerais do ensino secundário, oferecendo todos os cursos científico-humanísticos (Ciências e Tecnologias; Artes Visuais; Ciências Socioeconómicas e Línguas e Humanidades).

O atual Agrupamento de Escolas Rodrigues de Freitas é um agrupamento TEIP com contrato de autonomia. Tem assinaláveis assimetrias do ponto de vista social e dos resultados escolares, mas também no que concerne à tendência do crescimento da população escolar. O agrupamento é constituído por 7 escolas: Escola Básica e Secundária Rodrigues de Freitas (EBSRF), que é a escola sede; Escola Básica da Torrinha; Escola Básica de Carlos Alberto; Jardim de Infância da Vitória; Escola Básica de S. Nicolau; Escola Básica da Bandeirinha e, Escola EB 2/3 de Miragaia.

Este detém um alargado leque de oferta formativa que vai desde o pré-escolar ao 12º ano, incluindo os quatro cursos científico-humanísticos; cursos do Programa Integrado de Educação e Formação (PIEF) – 3º ciclo; Ensino Secundário Recorrente; Cursos de Português para Estrangeiros (PPT); EFA B2/B3 – Projeto Arco Maior – parceria com Universidade Católica, Santa Casa da Misericórdia e DGEstE.

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O agrupamento possui escolas consideradas de referência para o ensino/educação de alunos cegos e com baixa visão e possui também duas unidades de apoio especializado para a educação de alunos com multideficiência. Segundo Cortesão (2007), a heterogeneidade dos alunos é vista como um problema mas, na realidade, é uma riqueza que deve ser rentabilizada. Sabendo que a minha escola é uma escola de referência para alunos com Necessidades Educativas Especiais (NEE), considero que esta é uma forma de identidade, de integração e de, ao mesmo tempo, uma necessidade de investimento de formação dos professores, uma vez que cada um de nós – professores - é responsável por fazer as devidas adaptações para que os alunos não sejam prejudicados no decorrer das suas aulas. Alarcão (2000) afirma que para que haja mudança na escola, inovação, progresso, os professores têm de assumir a responsabilidade da construção de um coletivo profissional docente de acordo com a escola (alunos, professores, funcionários) e com os pais, comunidade e instituições a ela ligada. Assim, reforço a responsabilidade extra dos professores na mudança na escola, na adaptação aos demais e na (re)construção da cultura e identidade da mesma.

No que diz respeito às infraestruturas da EBSRF, esta possui um pavilhão desportivo de grande qualidade. Em tempo letivo, as instalações são utilizadas para as aulas de EF mas, em tempo extracurricular, a pavilhão desportivo é utilizado pelo Dragon Force, mais concretamente para treinos da modalidade andebol, e outros grupos desportivos Para além disso, ocasionalmente, é utilizado para alguns eventos de comunidade, como é o caso de desfiles de moda. O espaço exterior possui dois campos de futebol/andebol e um campo de basquetebol, assim como três pistas de 50 metros. A escola ainda possui mais dois ginásios, denominados ginásio pequeno e ginásio central. O ginásio pequeno é utilizado para a lecionação de ginástica, judo e ténis de mesa, enquanto o ginásio central pode abranger um maior número de modalidades, excluindo as modalidades basquetebol, andebol e futebol.

Focando-me nas minhas escolhas, ao contrário do que acontece com a maior parte dos meus colegas EE, não escolhi a escola por ter sido lá aluna ou

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por ser perto de casa. Na verdade, escolhi esta escola pois sempre ouvi falar muito bem, tanto por ex-alunos como por anteriores estagiários. Aliando isso ao facto de sempre ter tido a preocupação de querer estagiar numa escola de qualidade, optei por colocar a EBSRF como a minha primeira opção onde fui, felizmente, colocada. Para além disso, sabia que esta era uma escola de referência na cidade, o que me fez ainda mais querer fazer parte da comunidade da mesma.

3.3.1. A Mutação da Escola Básica e Secundária Rodrigues de Freitas ao longo dos Tempos

A EBSRF, é uma escola do 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e do ensino secundário na cidade do Porto, em Portugal.

A Escola tem as suas origens ao decreto de 17 de novembro de 1836 de Passos Manuel que criou o Liceu Nacional do Porto, estabelecimento de ensino que entrou em funcionamento quatro anos depois.

Em 1906 tinha a designação de Liceu Nacional Central da 2.ª Zona Escolar do Porto e, por decreto de 9 de Setembro de 1908 passou a Liceu D. Manuel II.

Imediatamente após a implantação da República em Portugal, a 23 de outubro de 1910, o governo provisório decretou a designação de Liceu Rodrigues de Freitas, em homenagem a José Joaquim Rodrigues de Freitas, político, jornalista e professor de Comércio e Economia Política na Academia Politécnica do Porto e eleito, em plena monarquia (1870), o primeiro deputado republicano português.

O atual edifício, localizado na Praça de Pedro Nunes, na freguesia portuense de Cedofeita, foi projetado pelo arquiteto José Marques da Silva e foi concluído em 1933, tendo iniciado a sua construção em 1927. Em 1958, foi alvo de intervenção segundo projeto do Arquiteto Manuel Lima Fernandes de Sá.

A escola é composta por um edifício único, com a fachada principal, cuja implantação se adapta cuidadosamente às características topográficas do terreno. A planta geral, de base quadrangular e de composição simétrica,

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define quatro corpos e quatro pátios encerrados. O corpo central, de volumetria dominante e com fachada a confinar diretamente sobre o plano sul da praça Pedro Nunes, desenvolve-se em torno do pátio de maiores dimensões.

Figura 1 - Fachada Principal da EBSRF Figura 2 - Pátio Encerrado da EBSRF

Para além das suas grandes dimensões, o edifício é dotado de diversas infraestruturas, pouco habituais nas construções escolares da época, nomeadamente um museu da ciência, um, uma biblioteca, um teatro, duas salas de desenho, observatório meteorológico, diversos laboratórios de química, física e biologia, três ginásios, um pavilhão cantina e bar, para além de numerosas salas de aula e outros equipamentos.

Em 1945, o estabelecimento de ensino regressou à designação de Liceu D. Manuel II e, após o 25 de abril de 1974, assumiu definitivamente o nome: Escola Secundária Rodrigues de Freitas.

Em 2007, iniciaram-se obras de modernização da Escola, concluídas em 2008. Dispõe, atualmente, de excelentes condições para um ensino de qualidade e afirmar-se no panorama educativo da cidade do Porto.

3.3.2. Recursos Materiais: os Prós e os Contras

Para que os alunos consigam desenvolver aprendizagens significativas e potencializar as suas capacidades, os professores devem ter em conta as características do meio envolvente, neste caso, a escola. Assim, as características da comunidade escolar, instalações, localização da escola, oferta social, entre outros, devem ser valorizadas.

O conhecimento do meio é um dos aspetos que deve ser considerado pelo professor de EF, pois além de ter de se adaptar aos recursos materiais e

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humanos do ambiente onde leciona, tem de saber como abordar os conteúdos e modalidades de forma a que os alunos obtenham sucesso, independentemente das características destes.

Para as aulas de EF existem quatro espaços onde é possível lecionar, sendo eles o Pavilhão Desportivo, o Espaço Exterior, o Ginásio Pequeno e o Ginásio Central.

No início do ano letivo, realizei a análise do contexto escolar, inserido no Modelo de Estrutura do Conhecimento (MEC) do Planeamento Anual (PA), onde tive consciência dos recursos materiais e da potencialidade dos espaços que iria ter ao meu dispor para a lecionação das minhas aulas. Pela minha experiência nas escolas em que fui aluna e em conversa com os meus colegas de outros NE, desde cedo considerei que a minha escola possuía excelentes recursos materiais e que este não iria ser um problema do longo do EP. Mas, na realidade, não posso afirmar que não tive de me ajustar nem de me preocupar com a utilização e disponibilidade do material e das instalações. A adaptação das modalidades e exercícios ao local disponível para a lecionação das aulas foi uma das minhas preocupações ao longo de toda a prática, pois nem sempre as condições metereológicas e os materiais disponíveis eram os mais adequados. Ainda assim, considero que este aspeto não foi condicionador da prática pedagógica, pelo contrário, apesar de as condições não serem perfeitas em alguns momentos, eram bastante satisfatórias e contribuíram para um processo de ensino-aprendizagem eficaz.

Falando especificamente dos espaços disponíveis para as aulas, no que diz respeito ao Pavilhão Desportivo, este está dividido em dois (Pavilhão Desportivo 1 e Pavilhão Desportivo 2). Este é o espaço mais diversificado e onde pode ser abordado um maior número de modalidades. Aliás, no que diz respeito às modalidades que abordei, apenas Ginástica Acrobática era impossível abordar neste espaço. Considero que este era o espaço mais rico, tanto em termos de possibilidades como em termos de material. No que diz respeito ao número de bolas, apesar de nem todas estarem nas melhores condições, considero que o número existente era suficiente para que a abordagem à modalidade não fosse afetada. Atento que este era o espaço com

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melhores características para a abordagem das modalidades tendo apenas um senão, as condições metereológicas. Tal como referi, este espaço estava apenas dividido em dois. No entanto, estava pré-estabelecido que o professor que estava a ocupar o espaço exterior, caso estivesse a chover, deveria lecionar a sua aula no pavilhão desportivo. Nestas situações, o pavilhão ficava dividido em três espaços, o que condicionava a lecionação das aulas. Para além de ficar com o espaço reduzido a um terço, o material como as balizas e as tabelas teria também que ser dividido, dependendo das modalidades. Tudo isto significava um ajustamento e adaptação da minha parte no que diz respeito às situações de aprendizagem da aula. Uma das estratégias que utilizei foi a verificação das condições metereológicas no início da semana, de modo a prever se o pavilhão iria ser dividido em três espaços. Desta forma, planeava as aulas de acordo com o espaço que seria provável ter disponível e adaptava os exercícios de modo a necessitar de apenas duas balizas ou duas tabelas, dependendo das modalidades que eu e os outros professores estavam a abordar.

O Espaço Exterior é constituído por dois campos de futebol/andebol, um campo de basquetebol e três pistas de 50 metros. Ao contrário do Pavilhão Desportivo, considero que o Espaço Exterior não tem as melhores condições para a lecionação das modalidades, principalmente atletismo. Apesar de os campos para as modalidades coletivas serem bons e de o piso dos mesmos ser recente, considero que deveria existir, pelo menos, uma pista circular e uma caixa de areia. Tendo em conta as modalidades que abordei em atletismo, resistência, barreiras e velocidade, a minha lecionação ficou apenas

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condicionada na abordagem da resistência pois os alunos tinham que correr à volta dos campos, uma vez que não existia uma pista disponível. O meu problema inicial foi saber qual a distância percorrida pelos alunos quando estes corriam. Este problema era partilhado por todos os professores e, por isso, em anos anteriores, e distância já tinha sido calculada e foi informada a todos, de modo a que tivéssemos noção da distância que os alunos percorriam ao realizar uma volta completa aos campos. Assim, considero que a pista faz muita falta pois a distância de uma volta seria sabida à partida e a corrida seria em curva, como é pretendido, e não em forma retangular, como foi realizada nas minhas aulas. Acrescento, ainda, a inexistência de um local destinado para a realização de lançamentos. Apesar de existir um local onde estes podem ser realizados, não considero que este seja apropriado e totalmente seguro para a lecionação desta disciplina de atletismo.

O Ginásio Pequeno é o espaço com mais limitações e onde pode ser abordado um número mais reduzido de modalidades, sendo específico para a lecionação de ginástica, judo, salto em altura e ténis de mesa. Ao longo das minhas aulas, utilizei este espaço, maioritariamente, para a lecionação de ginástica acrobática, que decorreu ao longo dos três períodos. Um dos motivos pelo qual prolonguei este modalidade foi precisamente o facto de apenas poder lecioná-la neste espaço, o que condicionou a distribuição das minhas aulas.

Este ginásio estava apetrechado de vários colchões, alguns aparelhos de ginástica e três mesas de ténis de mesa. Apesar de ter bastante material, no que diz respeito à ginástica de aparelhos, esta ficava condicionada à abordagem da trave e do mini-trampolim, uma vez que não existiam mais

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aparelhos disponíveis. Para a lecionação das minhas aulas, não me senti condicionada com a falta de materiais, uma vez que na ginástica acrobática apenas necessitei dos colchões e estes eram abundantes.

Realço que uma das características deste pavilhão era a temperatura ambiente, que variava muito. Quando as temperaturas eram baixas, o pavilhão ficava extremamente frio e, pelo contrário, quando o tempo estava quente, o pavilhão ficava muito abafado. Isto requeria uma atenção extra no aquecimento, quando as temperaturas eram baixas e uma maior flexibilidade nos tempos para beber água, quando as temperaturas eram elevadas.

Por fim, o Ginásio Central é um espaço dedicado, essencialmente, à lecionação das modalidades voleibol e badminton. No entanto, por ser um espaço amplo, também é possível abordar outras modalidades como o bitoque rugby e barreiras, tal como aconteceu nas minhas aulas. Este é um ginásio com um bom piso, boa luz e com muito pouco ruído. Por possuir estas características, foi o ginásio onde optei por realizar os testes de condição física – FitnessGram, uma vez que necessitava de recorrer à gravação de um CD. Para além disso, considero que este é o espaço com melhores características para a realização de torneios, nomeadamente de voleibol e badminton, pois a turma pode apresentar festividade e entusiasmo sem perturbar outras aulas, uma vez que só está uma turma em todo o ginásio. O lado negativo deste espaço é a impossibilidade de abordagem de andebol, basquetebol e futebol uma vez que não existem balizas nem tabelas. Assim, uma das estratégias que utilizei foi, sempre que tinha este espaço e estava a lecionar uma destas modalidades, optava por ir para o espaço exterior, se este não estivesse a ser

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utilizado por outros professores para a realização da mesma modalidade que eu. Considero que esta foi uma boa estratégia pois não deixei que as minhas UD de andebol e basquetebol fossem condicionadas pelo espaço onde iria ser realizada a aula.

Ainda falando dos recursos materiais, para que todos os professores e respetivas turmas pudessem passar por todos os espaços desta escola foi criado um roulement de instalações que se baseava num sistema de rotatividade entre as cinco instalações existentes (tendo em conta a divisão do Pavilhão Desportivo em dois), efetuada a cada duas semanas. O grande aspeto positivo deste roulement é proporcionar a todos os professores e a todas as turmas um grande e diversificado leque de instalações, materiais e, por consequência, experiências motoras diversas. Esta rotação permitiu-me saber concretamente quando lecionar cada modalidade, pois, tal como referi, algumas estão dependentes da instalação e rentabilizar ao máximo cada uma dessas instalações. No entanto, o aspeto negativo da mesma prende-se com a aleatoriedade das instalações atribuídas e, consequentemente, com a introdução e consolidação das modalidades. Ao longo da minha lecionação, tive que introduzir várias modalidades seguidas, assim como tive que estar várias semanas sem lecionar uma determinada modalidade. O facto de introduzir muitas modalidades prejudicou a turma pois estas eram introduzidas e não era realizada uma exercitação que permitisse aos alunos adquirir as competências desejadas. Também o facto de estar muito tempo sem lecionar uma modalidade era um fator prejudicial, como foi o caso de ginástica acrobática, em que a turma tinha que realizar um esquema e, com o tempo

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