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(1)UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO. Luis Eduardo Valente. Bem-estar subjetivo e bem-estar no trabalho em profissionais de educação física. São Bernardo do Campo 2007.

(2) LUIS EDUARDO VALENTE. Bem-estar subjetivo e bem-estar no trabalho em profissionais de educação física. Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Psicologia da Saúde da Universidade Metodista de São Paulo como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Psicologia da Saúde Orientadora : Profa. Dra. Mirlene Maria Matias Siqueira. São Bernardo do Campo 2007.

(3) V234b. Valente, Luis Eduardo. Bem-estar subjetivo e bem estar no trabalho em profissionais de educação física / Luis Eduardo Valente. 2007. 50 f. Dissertação (mestrado em Psicologia da Saúde) - Faculdade de Psicologia e Fonoaudiologia da Universidade Metodista de São Paulo, São Bernardo do Campo, 2007. Orientação de: Mirlene Maria Matias Siqueira 1. Bem-estar subjetivo 2. Bem-estar no trabalho 3. Professor de educação física I. Título CDD 157.9.

(4) iii. AGRADECIMENTOS. A Deus, pelo dom da vida e por despertar em mim a busca pelo conhecimento. À Professora Dra. Mirlene, pelas orientações e críticas construtivas essenciais para a realização deste trabalho. A meus pais, grande exemplo em minha vida, meu auxílio e apoio durante meu percurso de vida, sem a qual nunca seria possível chegar a este momento tão gratificante. À minha esposa Priscila, pelo apoio, compreensão e incentivo para realização deste trabalho e em nossa vida. Á Bete, pela ajuda em todos os momentos. Aos membros da banca examinadora: Profa. Dra. Mirlene Maria Matias Siqueira, Profa. Dra. Marilia Martins Vizzotto e Profa. Dra. Áurea de Fátima Oliveira que se dispuseram a avaliar este trabalho. Ao corpo docente do Mestrado em Psicologia da Saúde, da Universidade Metodista de São Paulo, pela seriedade, qualificação e compromisso. Aos professores, coordenadores e diretores das escolas e academias que participaram desta pesquisa, sem os quais seria impossível sua realização. Aos amigos que participaram do programa de mestrado e juntos trilhamos este caminho..

(5) iv. VALENTE, L.E. Bem-estar subjetivo e bem-estar no trabalho em profissionais de educação física. 2007. 51 f. Dissertação (mestrado em Psicologia da Saúde) – Faculdade de Psicologia e Fonoaudiologia, Universidade Metodista de São Paulo, 2007.. RESUMO. Atualmente, bem-estar cada vez mais ganha espaço como parte importante e integrante da vida das pessoas. Pesquisas vêm buscando destacar fatores positivos que exerçam influencia em sua vida pessoal, e conseqüentemente em seu trabalho. O objetivo deste estudo foi verificar as relações entre bem-estar subjetivo (satisfação geral com a vida, afetos positivos e afetos negativos) e bem-estar no trabalho (satisfação no trabalho, envolvimento com o trabalho e comprometimento organizacional afetivo) em professores de educação física que atuavam em escolas e academias, descrevendo os níveis de bem-estar subjetivo e bem-estar no trabalho, análises de variância e correlação entre os construtos. A amostra foi composta por 124 professores de educação física, 34 atuavam em escolas particulares e 90 atuavam em academias, sendo 81 do sexo masculino e 43 do sexo feminino, solteiros e casados e faixa etária entre 21 e 59 anos, com escolaridade distribuída desde o ensino superior completo até o mestrado concluído. O instrumento de coleta foi um questionário auto-aplicavel composto por cinco escalas que mediram as variáveis do estudo e um questionário de dados complementares. Os resultados deste estudo revelaram que BES e BET guardam relações entre si. Os professores são considerados pessoas relativamente felizes com sua vida pessoal e revelaram uma relação mediana no que se refere a sua vida profissional. Os resultados das correlações relacionadas ao BES sinalizaram que o acúmulo de experiências negativas ao longo da vida poderia reduzir a vivencia de experiências positivas e de avaliações positivas sobre a vida em geral e vice-versa e ao BET, satisfação no trabalho, envolvimento com o trabalho e comprometimento organizacional afetivo são interdependentes. No que se refere às comparações, para BES os professores que atuavam em academias obtiveram médias significativamente maiores de afetos negativos do que os de escolas e por outro lado, a média de satisfação geral com a vida dos professores de escolas foi significativamente superior à dos que atuavam em academias demonstrando que estes vivenciaram mais experiências negativas do que os que trabalhavam em escolas e que os professores de escola eram mais satisfeitos com sua vida do que os de academias. Para BET, o quadro geral se mantém semelhante para professores de educação física que atuavam em escolas e academias. Futuros estudos deveriam aumentar o número de professores bem como, investigar outras áreas de atuação da educação física e compara-las com o presente estudo ampliando os estudos envolvendo bemestar e professores de educação física.. Palavras-chave: bem-estar subjetivo; bem-estar no trabalho; professores de educação física..

(6) v. ABSTRACT. Currently, well-being each time more gains space as important and integrant part of the life of the people. Research comes searching consequently to detach positive factors that exert influence in its personal life, and in its work. The objective of this study was to verify the relations between subjective well-being (composed for three dimensions: general satisfaction with the life, positive affection and negative affection) and well-being in the work (composed for three dimensions: satisfaction in the work, involvement with the work and affective organizational commitment) in professors of physical education who acted in schools and academies, describing the levels of subjective well-being and well-being in the work, analyses of variance and correlation between them. The sample was composed for 124 professors of physical education, 34 acted in private schools and 90 acted in academies, 81 of masculine sex and 43 of the feminine sex, single and married, with age between 21 and 59 years. The scholar knowledge was distributed since complete superior education until the concluded master degree. The instrument was a self-report questionnaire composed by five scales that had measured the variables of the study and a questionnaire of complementary data. The results had disclosed that swb and wbw keep relations between itself. The professors are considered relatively happy people with their personal life and had disclosed a medium relation with their professional life .the results of the correlations related to swb had signaled that the accumulation of negative experiences in their life could reduce deeply positive experiences and positive evaluations on their life and vice versa and to wbw in general demonstrated that satisfaction in the work, involvement with the work and affective organizational commitment are interdependent. As for the comparisons, for swb the professors who acted in academies had gotten significantly bigger averages of negative affection of what of schools and on the other hand, the average of general satisfaction with the life of the professors of schools was significantly superior to the one of that they acted in academies demonstrating that these had lived deeply more negative experiences of what the ones that worked in schools and that the school professors were more satisfied with its life of what of academies. For well-being in the work the general picture if keeps fellow creature for professors of physical education who acted in schools and academies, that is, the professors keep in the same intensity the bonds with the work that they execute and the organization employer. Future studies would have to increase the number of professors as well as, to investigate other areas of the physical education and compare them with the present study extending the studies involving well-being and professors of physical education. Key words: subjective well-being, well-being at work, professors of physical education..

(7) SUMÁRIO. INTRODUÇÃO.................................................................................................... 01 1. BEM-ESTAR.................................................................................................... 1.1. Bem-estar subjetivo.................................................................................. 1.2. Bem-estar no trabalho............................................................................... 1.2.1. Satisfação no trabalho................................................................. 1.2.2. Envolvimento com o trabalho..................................................... 1.2.3. Comprometimento organizacional afetivo.................................. 03 04 07 08 09 09. 2. EDUCAÇÃO FÍSICA, SAÚDE E TRABALHO DOCENTE...................... 15 2.1. História da educação física....................................................................... 15 2.2. Trabalho docente e saúde......................................................................... 20 3. OBJETIVOS..................................................................................................... 26. 4. MÉTODO......................................................................................................... 4.1. Participantes............................................................................................. 4.2. Local......................................................................................................... 4.3. Instrumentos............................................................................................ 4.4. Procedimentos.......................................................................................... 4.5. Analise dos dados...................................................................................... 27 27 28 28 29 30. 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO..................................................................... 31 6. CONCLUSÃO................................................................................................... 37 REFERÊNCIAS.................................................................................................... 39 ANEXOS................................................................................................................ ANEXO A – Questionário..................................................................... ANEXO B – Parecer do Comitê de Ética.............................................. ANEXO C – Termo Livre de Consentimento Esclarecido..................... 45 45 49 50.

(8) vi. LISTA DE TABELAS. Tabela. página. Tabela 1 – Dados demográficos da amostra (n=124).....................................................27 Tabela 2 – Médias e desvios-padrão para BES e BET em professores de educação física (n=124).....................................................................31 Tabela 3 – Índices de correlação (r de Pearson) entre as dimensões de BES e BET em professores de educação física (n=124)............................................33 Tabela 4 – Comparações das médias (ANOVA) das três dimensões de BES e do balanço (AP – AN) entre professores de escolas (n = 34) e de academias (n = 90)............................................................................................................................35 Tabela 5 – Comparações das médias (ANOVA) das três dimensões de BET entre professores de escolas (n = 34) e de academias (n = 90).......................................36.

(9) INTRODUÇÃO. O interesse em pesquisar a saúde do professor surgiu por meio do convívio com professores de Educação Física que atuavam em academias e escolas onde, em reuniões de planejamento promovidas por esses espaços, freqüentemente era abordada a questão referente ao bem-estar dessa categoria profissional e se ele exercia ou não influência na vida pessoal e profissional dessa categoria. A Psicologia da Saúde, área de conhecimento que emergiu na década de 1970 compõe um campo de investigações que enfatiza pesquisas para equacionar problemas relacionados à saúde e não à doença. Ela também constitui um campo de pesquisa que se configura como uma resposta à falta de uma intervenção pensada e organizada sobre o adoecer físico, tendo crescente evolução mundial atualmente (RIBEIRO, 2005). Ribeiro (2005) diz que uma das características da Psicologia da Saúde é a mudança da atenção do pólo doença para o pólo saúde, considerando a saúde como objeto epistemológico diferente do das doenças, com definição, métodos de intervenção e de avaliação próprios. A definição de Psicologia da Saúde, conforme Matarazzo (1982) compreende o domínio da psicologia que recorre aos conhecimentos provenientes das diversas áreas da psicologia, com vistas à promoção e proteção da saúde, prevenção e tratamento de doenças. Relacionando essa definição com o campo de atuação dos professores da Educação Física, pode-se identificar situações que pertencem à Psicologia da Saúde. Atualmente, um dos conceitos mais comentados e desenvolvidos por vários segmentos da Educação Física é o bem-estar. Este está identificado como um suporte para as demais atividades decorrentes da vida do indivíduo e como um objetivo a ser buscado, especialmente pelo professor de Educação Física que detém os conhecimentos sobre o corpo e seu processo de crescimento e desenvolvimento. Esses conhecimentos são construídos concomitantemente com o desenvolvimento de práticas corporais, visto que ao mesmo tempo em que dão subsídios para o cultivo de bons hábitos de alimentação, higiene e atividade corporal e o desenvolvimento das potencialidades corporais do indivíduo, permitem compreendê-los como direitos humanos fundamentais (MEC, 1997). O professor de educação física tem papel fundamental nas ações de promoção de saúde, bem-estar e qualidade de vida. Castellani (1988) descreve que a tendência social da Educação Física é a busca de socialização das pessoas, a preocupação com a terceira idade, meninos de rua e portadores de necessidades especiais..

(10) Importante salientar que muitas vezes os mesmos professores que primam tanto pela saúde e bem-estar de seus alunos deixam de praticar qualquer atividade física por falta de tempo (carga horária de trabalho alta) ou mesmo por falta de estímulos. Para complicar ainda mais, devido ao esforço físico acompanhado de repetitivas horas em pé, executando os mesmos movimentos por várias vezes, acabam por adquirir lesões musculares ou posturais. Todos esses fatores poderiam minar sua sensação de bem-estar e refletir de forma negativa em sua saúde. Este estudo se torna relevante na medida em que investiga o bem-estar de professores de Educação Física no contexto de vida pessoal e de trabalho e traz resultados que poderiam incentivar outros estudos relativos ao tema. Inicialmente, será abordado o referencial teórico a respeito de bem-estar, bem-estar subjetivo e bem-estar no trabalho e, na seqüência, o tema Educação Física e profissão docente com um breve histórico referente ao surgimento dessa área no mundo e no Brasil, finalizando com os objetivos do estudo. A seção seguinte contém o método, especificando os dados dos participantes, o local do estudo, os instrumentos e os procedimentos. Na seqüência, estão apresentados os resultados obtidos, a sua interpretação e discussão. Finalizando, discorre-se sobre as conclusões e propõem-se algumas sugestões para futuros estudos visando um melhor aprofundamento e conhecimento no que se refere ao campo do bem-estar dos professores de Educação Física..

(11) BEM-ESTAR. A cada dia mais e mais pesquisas surgem reafirmando a importância do bem-estar e como este interfere em todos os aspectos da vida, sejam eles emocionais, sociais ou psicológicos. Estudos da década de 1960 proporcionaram pesquisar o que hoje se conhece por bem-estar: o total funcionamento humano (ROGERS, 1961), a auto-atualização (MASLOW, 1968) e o estudo das estruturas das emoções, diferenciando afetos positivos de afetos negativos (BRADBURN, 1969). O bem-estar vem sendo investigado por diversos pesquisadores (DIENER, 1984; DIENER; SUH; LUCAS; SMITH, 1999; DIENER; BISWAS-DIENER, 2000), que buscam desvendar quais seriam os fatores responsáveis por sua ocorrência. Existe uma gama de estudos científicos (ALBUQUERQUE; TRÓCCOLI, 2004; DIENER; SELIGMAN, 2004; LUCAS; CLARK; GEORGELLIS; DIENER, 2004; SOLBERG; DIENER; WIRTZ; LUCAS; OISHI, 2002) que proporcionam uma melhor compreensão dessa ampla e complexa área de estudo. Fato importante que marcou o desenvolvimento do bem-estar e as pesquisas nessa área foi o surgimento da Psicologia Positiva. Os fatores abordados são experiências subjetivas positivas tais como contentamento, satisfação, esperança e otimismo, desenvolvimento, felicidade e, no nível individual, capacidade para amar, coragem, habilidades interpessoais, sensibilidade, perseverança, perdão, originalidade, espiritualidade, talento e sabedoria (SELIGMAN; CSIKSZENTMIHALYI, 2000). Atualmente, Ryan e Deci (2001) dividem o bem-estar em duas perspectivas: o bemestar eudamônico – o qual investiga o potencial humano e se fundamenta no pleno funcionamento das potencialidades de uma pessoa, em sua capacidade de pensar, usar o raciocínio, também conhecido como bem-estar psicológico de Ryff (1989) – e o bem-estar hedônico, ou estado subjetivo da felicidade – o qual adota uma visão de prazer ou felicidade amplamente conhecido como bem-estar subjetivo de Diener (1984). Nos domínios da Psicologia, os estudos sobre bem-estar podem ser organizados em quatro proposições teóricas: bem-estar subjetivo de Diener (1984), bem-estar psicológico de Ryff (1989), bem-estar social de Keyes (2002) e bem-estar no trabalho conforme Siqueira e Padovam (2004). A seguir, serão apresentadas as abordagens teóricas sobre bem-estar subjetivo e bem-estar no trabalho, proposições teóricas escolhidas para sustentar o presente estudo..

(12) 1.1 – Bem-estar subjetivo Felicidade. Esta é a denominação mais citada na literatura quando se refere a bemestar subjetivo (BES). Bradburn (1969) descreveu que afetos agradáveis e afetos desagradáveis não são pólos opostos e que cada um se correlaciona com um distinto traço da personalidade. Para capturar esse elemento subjetivo, os pesquisadores de BES examinaram suas próprias vidas e os processos pelo qual passaram. Essas situações são cognitivas (satisfação com a vida, satisfação com seu trabalho) ou afetivas (presença de alegria), conforme Andrews e Withey (1976). Diener (1984) mostra que os afetos estão relacionados às avaliações de vida das pessoas e as emoções são despertadas em função dos eventos ocorridos em suas vidas e somente elas podem interpretar e compreender esses eventos como desejáveis ou prazerosos. Também, ao contrário, interpretam os eventos como indesejáveis ou não prazerosos e vivenciam então emoções negativas, afirmando que as pessoas sentem os afetos como prazerosos ou não. BES constitui um campo de estudos que procura compreender as avaliações que as pessoas fazem de suas vidas (DIENER; SUH, 1997). Atualmente, BES é concebido como um conceito que requer auto-avaliação, ou seja, ele só pode ser observado e relatado pelo próprio indivíduo (DIENER; LUCAS, 2000). Lucas, Diener e Suh (1996) separaram o BES em duas dimensões, a cognitiva e a afetiva. Com essa separação, uma melhor operacionalização do construto foi utilizada, não impedindo que as dimensões sejam inter-relacionadas. A dimensão cognitiva é satisfação geral com a vida e a dimensão afetiva refere-se aos afetos positivos e negativos. Diener e Diener (1996) relatam que grande parte das pessoas relembra os afetos positivos na maioria das vezes. Não se deve esquecer que os estudos sobre os aspectos negativos dos estados psicológicos individuais sempre foram estudados em uma proporção bem maior do que os estudos sobre bem-estar (MYERS; DIENER, 1995). BES foi descrito por Diener et al. (1999) como múltiplas faces que podem ser acessadas por meio dos auto-relatos das pessoas sobre julgamentos globais a respeito da vida, relatos momentâneos de humor, fisiologia, memória e expressão emocional. Mesmo sendo chamado de subjetivo, o bem-estar depende de múltiplas reações dos sistemas fisiológico e psicológico..

(13) Uma nova estruturação hierárquica, proposta por Diener, Scollon e Lucas (2003), define os componentes de BES, sendo o mais alto nível hierárquico o próprio bem-estar subjetivo seguido depois dos componentes: afeto positivo, afeto negativo, satisfação geral com a vida e satisfação com domínios específicos (trabalho e casamento). Siqueira e Padovam (2004) realizaram um estudo envolvendo 100 trabalhadores, com idade média de 32,29 anos de ambos os sexos, que cursavam ou já tinham completado o Ensino Superior e que trabalhavam no setor administrativo de uma empresa em São Paulo, onde dentre os fatores propostos a serem investigados estava o BES. Os resultados apontam que a dimensão emocional de BES dos trabalhadores tende a ser bastante sensível às formas com estes são tratados no ambiente de trabalho, no seu ciclo social e por seus familiares. A dimensão cognitiva, satisfação geral com a vida, pode ser impactada mais fortemente por satisfações nas relações sociais do que por suportes no contexto de trabalho, concluindo assim que o BES de trabalhadores tende a ser um estado psicológico que pode variar conforme o grau em que se percebe que existam suportes (apoio, reconhecimento) no contexto social. Um outro estudo foi realizado por Vieira, Mascarenhas e Jesus (2006), envolvendo 151 professores de ambos os sexos, de áreas científicas diferentes e atuantes em escolas públicas no Brasil e Portugal, com idade entre 22 e 60 anos. Para avaliar esses professores, foi utilizada a Escala de Afetividade Positiva e Negativa (PANAS) e a Escala de Satisfação com a Vida (SWLS). Os resultados registraram diferenças significativas nos principais aspectos negativos dos docentes brasileiros e uma diferença favorável dos docentes portugueses quando comparados aos do Brasil (SWLS). Os aspectos positivos são favoráveis ao grupo de Portugal e os aspectos negativos ao grupo do Brasil. Com esses resultados, os docentes portugueses apresentaram níveis de BES mais elevado. Dela Coleta e Dela Coleta (2006) realizaram um estudo para determinar índices de felicidade e bem-estar e sua relação com o comportamento acadêmico. Participaram 252 estudantes universitários dos últimos períodos de diversos cursos e de diferentes instituições de Educação Superior. Os sujeitos responderam a um questionário, composto de perguntas sobre dados biográficos e escalas, sobre sentimento de felicidade; satisfação e BES; avaliações de vários aspectos de suas vidas, de sua universidade, de sua formação e comportamento acadêmico. Os resultados mostraram que esses estudantes avaliam sua satisfação, seu bem-estar e sua felicidade de modo bastante positivo. De modo geral, eles estão satisfeitos com a faculdade e com o próprio rendimento acadêmico, embora se preocupem um pouco com a garantia de sucesso profissional que a formação recebida lhes possa oferecer..

(14) Corbi e Menezes-Filho (2006) investigaram os determinantes empíricos da felicidade no Brasil por meio de dados retirados da Pesquisa Mundial de Valores (World Values Survey). Os resultados mostraram que pessoas com renda superior a média populacional e com emprego têm mais oportunidade de serem felizes e indivíduos casados com união estável mostram-se, na média, mais felizes que os outros. Para efeito de comparação, observaram muitas semelhanças ao analisar os resultados de outros países (Argentina, Japão, Espanha e EUA). Com exceção do Japão, todos apresentaram relação positiva entre casamento e felicidade. Da mesma maneira, a renda pareceu aumentar o nível de bem-estar subjetivo das pessoas, para todos os países analisados. Por fim, encontraram uma relação convexa entre idade e felicidade, por volta dos 54 anos. Os indícios encontrados nas pesquisas sobre felicidade permitiram olhar de diferentes perspectivas questões já estudadas pela teoria econômica. Ainda mais importante essa nova metodologia aumenta o escopo da medida empírica e fornece novos testes para teorias. Os resultados encontrados nesse e em outros trabalhos empíricos sobre a felicidade apontaram para uma direção, de certa forma, contraditória em relação à hipótese exposta acima, pois o desemprego parece realmente reduzir o BES individual e da sociedade como um todo, com muito mais intensidade do que a simples perda de renda ocasionada pela perda de emprego. Chaves e Fonseca (2006) realizaram um estudo com objetivo de conhecer quais os aspectos sociodemográficos e ocupacionais que melhor predizem o BES de professores das escolas públicas e privadas do estado da Paraíba que estão cursando Pedagogia Participaram 313 professores, que responderam a Escala de Afetos Positivos e Negativos; Escala de Vitalidade; Questionário de Saúde Geral – QSG-12 –; Escala de Satisfação com a Vida; e perguntas socioocupacionais. Dentre os resultados encontrados, destacaram-se o grau de satisfação no trabalho, o grau de percepção de reconhecimento da equipe escolar e dos pais dos alunos e estado civil como variáveis preditoras de bem-estar. Em um outro resultado encontrado, destacaram-se os valores normativos, apresentando correlação direta com os afetos positivos (r = 0,17; p < 0,01) e satisfação com a vida (r = 0,12; p < 0,05) e correlacionando-se negativamente com depressão (r = -0,13; p < 0,05) e com a pontuação total do bem-estar (r = -0,18; p < 0,01). Os resultados podem ser mais bem compreendidos a partir do contexto socioocupacional desses profissionais. Sugeriu-se a replicação do estudo com estudantes de Pedagogia que não estejam realizando o curso em regime especial e, ainda, com professores já estabilizados no mercado de trabalho, com formação superior que não necessitem buscar um título para manter-se no emprego..

(15) A seguir, essa questão de trabalho será abordada, referindo-se ao que se denomina bem-estar no trabalho. 1.2 – Bem-estar no trabalho A Organização Internacional do Trabalho (OIT), a partir de 1976, lança e fomenta o desenvolvimento do Programa Internacional para o Melhoramento das Condições e dos Ambientes de Trabalho (PIACT). Trata-se de uma proposta que procura articular duas tendências: [...] uma dirigida ao melhoramento da qualidade geral de vida como uma aspiração básica para a humanidade hoje e que não pode sofrer solução de continuidade no portão da fábrica. [...]; a outra, concernente a uma maior participação dos trabalhadores nas decisões que diretamente dizem respeito à sua vida profissional. (MENDES et al., 1988a , p.319). Estudos divulgados pela World Federation for Mental Health – WFMH (2001) – informam que empresas perdem, em média, 16 dias por ano em produtividade por pessoa (funcionário) devido a problemas decorrentes de estresse, ansiedade e depressão. Lacaz (2000) mostra que a saúde e a qualidade do trabalho não podem ser negociadas como mais um mero elemento da produção. Tal abordagem visava superar a prevenção dos acidentes e das doenças considerados diretamente ligados ao trabalho, priorizando a busca de outros nexos saúde-trabalho para além da causalidade direta. Os agravos à saúde, que também ocorrem na população em geral, quando relacionados ao trabalho, assumem um perfil diferenciado. Daí ser necessária a utilização de outros indicadores que melhor espelhem as maneiras atuais de consumo da força de trabalho, acoplado à reengenharia produtiva em que prevalece a entrada de novos e desconhecidos insumos quanto à nocividade à saúde e ao ambiente. Bem-estar no trabalho (BET) é descrito pela relação da pessoa com seu trabalho e compreende a satisfação no trabalho, o envolvimento com o trabalho e o comprometimento organizacional afetivo (SIQUEIRA; PADOVAM, 2004). Os dois primeiros se referem ao vínculo afetivo do indivíduo com seu trabalho e o último, ao vínculo afetivo em relação à empresa, local onde trabalha. Se o trabalho representa uma parcela tão importante na vida do indivíduo, torna-se necessário buscar uma melhor compreensão sobre quais variáveis seriam responsáveis pelo BET e, como conseqüência, encontrar possíveis medidas a serem adotadas com vistas à proteção e promoção de saúde do trabalhador (PADOVAM, 2005). Seguindo a descrição proposta pelas autoras, serão abordados a seguir os componentes que formam o BET..

(16) 1.2.1 – Satisfação no trabalho Apesar de ser estudado há muito tempo, o tema satisfação no trabalho ainda se encontra bem longe de ser realmente compreendido por aqueles que buscam respostas de como utilizá-los em sua empresa ou organização, propiciando melhorias aos empregados e ao desempenho da empresa. A respeito da satisfação no trabalho, uma definição muito utilizada e que causou forte impressão para vários autores foi a de Locke (1976) que afirmou ser “[...] um estado emocional positivo ou de prazer resultante de um trabalho ou de experiências de trabalho” (p. 1300). Segundo Tamayo (1998), o conceito satisfação no trabalho é de natureza multidimensional e afetiva, sendo composto pelos seguintes fatores: satisfação com os colegas, satisfação com o sistema de promoções, satisfação com o salário, satisfação com a natureza do trabalho e satisfação com a chefia. Tamayo (2000) estudou a relação de valores pessoais com a satisfação no trabalho e constatou que os valores de autotranscedência influenciam a satisfação com os colegas de trabalho e as prioridades dadas aos valores de conservação afetam a satisfação com a chefia e com os colegas. Satisfação no trabalho é um forte correlato de variáveis integrantes de bem-estar como satisfação geral com a vida, otimismo, estado de animo e auto-estima (AMARAL, 2001). Siqueira e Gomide Jr. (2004) descrevem que o vínculo afetivo com o trabalho realizado, ou seja, a afetividade com os fatores que compõem o conceito teórico de satisfação (chefia, colegas, salário, promoções e trabalho em si), têm capacidade para reduzir taxas de rotatividade de pessoal, índices de falta e elevar níveis de desempenho e produtividade. Saúde e bem-estar estão ligados ao dia-a-dia dos trabalhadores. As ações organizacionais adotadas para cuidar da saúde e bem-estar do trabalhador são tomadas com vistas à realização de um bom negócio, como diminuição dos custos com os planos de saúde, redução do número de acidentados e do absenteísmo, aumento de produtividade e maiores níveis de satisfação no trabalho por parte dos empregados (PADOVAM, 2005). Fica evidente que a satisfação com o trabalho é a peça fundamental para conseguir o BET. Um trabalhador que não faz ou executa o que gosta, não se sente engajado em suas atividades profissionais e tampouco se sente vinculado à empresa onde trabalha, dificilmente se sentirá feliz..

(17) 1.2.2 – Envolvimento com o trabalho Envolvimento com o trabalho é “[...] o grau em que o desempenho de uma pessoa no trabalho afeta sua auto-estima” (LODAHL; KEJNER; 1965, p. 25). O significado do trabalho e da supervisão adequada são fatores responsáveis por desencadear envolvimento com o trabalho, o qual tem como antecedentes variáveis de personalidade, características da liderança, características do cargo e papéis organizacionais (SIQUEIRA; GOMIDE JR., 2004). Esses fatores juntos têm grande influência sobre o envolvimento com o trabalho. Csikszentmihalyi (2004) relata que o trabalho executado é capaz de absorver e manter o trabalhador imerso na tarefa, o que ele denomina como fluxo (flow) e que este ocorre quando as atividades do trabalho exigem habilidades especiais, cujas metas e feedback são muito claros e imediatos, possibilitando ainda realizar a tarefa no limite entre o domínio e o desafio. O domínio pleno da função é capaz de elevar o nível de concentração do empregado, uma vez que ele não precisa se preocupar com os passos que deve obedecer para a realização desta, pois ele já a conhece bem. Isso faz com que sua concentração esteja totalmente voltada para a realização da tarefa, mantendo o indivíduo completamente imerso, concentrado no que realiza (CSIKSZENTMIHALYI, 1999). Muchinsky (2004) descreve envolvimento no trabalho como “[...] o grau de identificação psicológica da pessoa com seu trabalho e a importância do trabalho para a autoimagem” (p. 305). De acordo com Padovam (2004), a experiência de executar tarefas sobre as quais não se tem domínio pode tornar-se fator gerador de estresse no trabalhador e, ao se levar em consideração as características de personalidade, cada pessoa reagirá de uma maneira.. 1.2.3 – Comprometimento organizacional afetivo O comprometimento organizacional afetivo refere-se a um estado em que um indivíduo identifica-se com uma organização particular assim como com seus objetivos e deseja manter-se nessa organização a fim de facilitar esses objetivos (MOWDAY; STEERS; PORTER, 1979). Mowday, Steers e Porter (1979) afirmam que comprometimento implica em uma forte relação entre um trabalhador e a organização: este se identifica com os valores e com a ética da organização e também se envolve com ela..

(18) O comprometimento organizacional afetivo é a aceitação de valores, normas, objetivos e tradições da organização em que o indivíduo trabalha conforme Mowday e colegas (1979, apud Tamayo, 2001). Meyer e Allen (1991) supõem a existência de três componentes de comprometimento organizacional: o afetivo se relaciona ao grau em que o trabalhador se sente emocionalmente ligado, identificado e envolvido com a organização onde o indivíduo permanece porque sente que quer permanecer, deseja continuar trabalhando nela; o normativo refere-se ao grau em que o trabalhador possui um sentimento de obrigação ou dever moral de permanecer na organização, sendo um sentimento de dever que se constitui no componente cognitivo de comprometimento organizacional; e o instrumental ou calculativo, que se refere ao grau em que o trabalhador se mantém ligado à organização devido ao reconhecimento dos custos associados à sua saída. Segundo. Meyer. e. Allen. (1997),. experiências. de. trabalho,. recompensas. organizacionais, procedimentos justos e suporte do supervisor têm demonstrado forte associação com comprometimento afetivo. Steil e Sanches (1998), analisando a literatura, salientaram que o comprometimento organizacional é utilizado como estratégia de controle, particularmente de controle dos dirigentes. A maturidade psicológica que o empregado desenvolve com a idade tem interferência no desenvolvimento do vínculo afetivo com a organização e também limitações impostas pela idade no que se refere a novo emprego. Isso cria impactos significativos sobre o comprometimento organizacional instrumental e também influencia no comprometimento organizacional afetivo, conforme Tamayo et al. (2001). Rego (2003) descreve que quando os trabalhadores percebem que a organização possui justiça de procedimentos e sentem-se reconhecidos pelo seu valor pessoal, emocional e intelectual, como conseqüência, esses trabalhadores estão dispostos a fazer muito mais pela organização do que aquilo que é simplesmente esperado. Siqueira e Gomide Jr. (2004) descrevem a existência de duas vertentes de comprometimento organizacional, sendo que a primeira vertente, de natureza afetiva, está baseada no vínculo formado pelo indivíduo com a organização por ter se identificado com os valores e a ética desta; e a segunda vertente, de origem cognitiva, que se relaciona com as concepções sociológicas e cognitivistas sobre as percepções dos trabalhadores em relação à empresa. No que se refere ao comprometimento organizacional e as experiências de trabalho, os autores concordam que trabalhadores em ambientes agradáveis, acesso e reconhecimento.

(19) da chefia, uma objetividade profissional em comum com a ética e os objetivos da empresa forma um conjunto de situações e, pode-se dizer, de sentimentos que exercem e sofrem grandes influências no decorrer da vida do trabalhador. Soriano e Winterstein (1998) realizaram um estudo para identificar o grau de satisfação e significação do trabalho do professor de Educação Física, comparando com o de professores de outros componentes curriculares tradicionalmente valorizados dentro da educação escolarizada. Participaram do estudo 236 professores, sendo 113 de Educação Física, 62 de Matemática e 61 de Português de 1º e 2º Graus1 da Cidade de São Paulo. Para análise dos dados, foi utilizado o teste t de Student e análise de variância (ANOVA), com nível de significância p < 0,05. Os resultados indicaram uma diferença significante (t = 2,01; p = 0,041) nos escores de satisfação, apontando uma tendência de maior satisfação no trabalho dos professores de Educação Física (189,80) significativamente maior que os dos outros componentes curriculares (184,63). Para atribuição de significado do trabalho, não houve diferença significante (t = 0,95; p = 0,344). Esse resultado mostrou-se, de certa forma, inesperado em relação à Educação Física, principalmente pelo fato de a produção acadêmica pontuar preocupações com a pouca clareza acerca do seu papel e da sua finalidade na escola. Um estudo realizado por Kerkkäken et al. (2004) investigou a existência da hipótese de que “grande senso de humor” seria um indicador de saúde física e bem-estar no trabalho, utilizando-se, para isso, variáveis fisiológicas e outros indicadores de saúde por três anos, tempo de duração da pesquisa. Participaram 34 chefes de polícia em fim de carreira, de 1995 a 1998, na qual se utilizaram variáveis fisiológicas e outros indicadores de saúde. Foram analisados dados sobre senso de humor, pressão arterial, níveis de colesterol, consumo de álcool, cigarro, massa corporal, capacidade de trabalho, burnout, estresse e satisfação com o local de trabalho. Analises primárias não mostraram evidências que comprovem a hipótese humor-saúde. Análises posteriores, incluindo mais 54 policiais, revelaram associações contrárias da hipótese humor-saúde, ou seja, comprovaram que o humor não exerce influência sobre a saúde e bem-estar no trabalho. Um estudo realizado por Gasparini, Barreto e Assunção (2005) buscou entender o processo saúde-doença do trabalhador docente e as possíveis associações com o afastamento do trabalho por motivo de saúde, apresentando o perfil dos afastamentos do trabalho por motivos de saúde de uma população de profissionais da Educação. Buscando elementos na literatura disponível, aventa a hipótese de que as condições de trabalho nas escolas podem. 1. Atuais respectivamente Ensino Fundamental e Médio..

(20) gerar sobreesforço dos docentes na realização de suas tarefas. Foram analisados os dados apresentados no Relatório preparado pela Gerência de Saúde do Servidor e Perícia Médica (GSPM) da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte, Minas Gerais, relativos aos afastamentos do trabalho de funcionários da Secretaria Municipal de Educação, de abril de 2001 a maio de 2003. Os afastamentos foram indicados pelos atestados médicos fornecidos pela própria instituição. Os dados obtidos, embora não permitissem discriminar o número de professores envolvidos, possibilitaram o conhecimento do número de afastamentos desses profissionais, sendo que os transtornos psíquicos ficaram em primeiro lugar entre os diagnósticos que provocaram os afastamentos. Um estudo realizado por Basílio (2005) teve como objetivo promover uma análise sobre as relações entre bem-estar no trabalho e a freqüência em programas organizacionais de promoção à saúde. Participaram 117 trabalhadores de uma indústria multinacional química e farmacêutica, em São Paulo, sendo 53 do sexo masculino e 64 do sexo feminino, com idade média de 30,28 anos, dos quais 63 eram solteiros, 46 casados e 8 de outro estado civil. Como instrumento, utilizou-se um questionário composto por quatro escalas: três que compõem o bem-estar no trabalho (satisfação com o trabalho, envolvimento com o trabalho e comprometimento organizacional afetivo) e uma escala para medir a freqüência de participação nos programas de promoção à saúde, contendo cinco categorias (benefícios, atividades físicas, saúde, atividades culturais/lazer e ações comunitárias). Como resultado, constatou-se que a maior freqüência aos programas ocorreu na categoria benefícios e revelaram que grande parcela do bem-estar no trabalho praticamente independe dos programas de promoção à saúde criados pela empresa, mas, por outro lado, a participação em programas de promoção à saúde que incluem as categorias benefícios, saúde e ações comunitárias, relacionou-se à satisfação com promoções e com salário. Siqueira, Covacs, Chiuzi e Padovam (2005) realizaram um estudo com o objetivo de investigar as relações entre bem-estar subjetivo e bem-estar no trabalho. Participaram 349 trabalhadores de empresas da Grande São Paulo, que responderam a um questionário composto por medidas de bem-estar subjetivo (satisfação com a vida e afetos positivos/negativos) e bem-estar no trabalho (satisfação com o trabalho, envolvimento com o trabalho e comprometimento organizacional afetivo). Foram desenvolvidas duas análises: a primeira, de correlação bivariada, teve como resultado índices positivos e significativos entre as dimensões de bem-estar subjetivo e no trabalho. A segunda, de regressão, demonstrou que as dimensões de bem-estar subjetivo explicaram proporções significativas de bem-estar no trabalho. Os resultados demonstraram que os dois conceitos se configuram como conceitos.

(21) psicológicos relacionados, mas que guardam distinção entre si, sendo o primeiro antecedente do segundo, revelando que indivíduos que relatam níveis elevados de bem-estar em sua vida pessoal são pessoas que tendem a apresentar níveis elevados de bem-estar no trabalho. Martinez e Latorre (2006) realizaram um estudo para identificar as dimensões da saúde que estão associadas à capacidade para o trabalho e verificar se essas relações são influenciadas por características demográficas ou ocupacionais. Participaram 224 empregados de uma empresa de auto-gestão de planos de previdência privada e de saúde na cidade de São Paulo.. Foram. administrados. questionários. auto-aplicados. referentes. a. aspectos. sociodemográficos e ocupacionais, satisfação no trabalho, saúde e capacidade para o trabalho. As associações entre variáveis foram analisadas por meio do teste qui-quadrado, análise de variância e análise de covariância. As variáveis demográficas e relacionadas ao trabalho que apresentaram associação estatisticamente significativa com capacidade para o trabalho foram tempo de emprego (p=0,0423) e satisfação no trabalho (p=0,0072). Todas as dimensões da saúde analisadas apresentaram associação estatisticamente significativa com capacidade para o trabalho (p<0,0001), sendo independentes de aspectos demográficos e ocupacionais. Os resultados mostraram que, independentemente de outras características, quanto melhor a qualidade da saúde física e mental, melhor a condição da capacidade para o trabalho, evidenciando a relevância de abordar a saúde em sua integralidade. Nascimento (2006) realizou um estudo com objetivo de analisar as relações entre as habilidades da inteligência emocional e as dimensões de bem-estar no trabalho. Participaram 386 trabalhadores de uma empresa do setor de plásticos e metalurgia, do sexo masculino e feminino, com idades entre 18 e 58 anos. Utilizou-se um questionário composto por quatro escalas: três que compõem o bem-estar no trabalho (satisfação com o trabalho, envolvimento com o trabalho e comprometimento organizacional afetivo) e uma escala para medir as habilidades da inteligência emocional. Os resultados revelaram que apenas três habilidades da inteligência emocional tiveram correlações significativas com as dimensões de bem-estar no trabalho: empatia, sociabilidade e automotivação, sendo que as mais significativas ocorreram entre sociabilidade e bem-estar no trabalho. Sendo assim, bem-estar no trabalho pareceu associar-se às habilidades intelectuais e emocionais dos trabalhadores de serem empáticos, manterem-se automotivados e, especialmente, estabelecerem e conservarem suas amizades (sociabilidade). Outro estudo realizado por Rebouças, Legay e Abelha (2007) teve como objetivo analisar o nível de satisfação no emprego e o impacto causado nos profissionais de um serviço de saúde mental e as possíveis associações com variáveis sociodemográficas e funcionais..

(22) Participaram 321 profissionais de uma instituição de saúde mental de longa permanência no Rio de Janeiro. Os instrumentos utilizados foram: as escalas de avaliação da Satisfação da Equipe em Serviços de Saúde Mental e a do Impacto do Trabalho em Serviços de Saúde Mental e um questionário sobre características sociodemográficas e profissionais. Para a análise das associações entre variáveis, foram empregados os testes Kruskal-Wallis, MannWhitney, qui-quadrado e regressão linear múltipla. O escore médio de satisfação foi 3,29±0,64 e o de impacto do trabalho foi 1,77±0,62. Dos profissionais estudados, 61,8% apresentaram nível intermediário de satisfação. Foram observadas associações positivas da satisfação com: ter sido contratado por organização não governamental, exercer atividades sem contato direto com pacientes, trabalhar em projeto inovador, ter idade mais avançada e nível de escolaridade mais baixo. Os níveis mais elevados de impacto do trabalho foram observados entre servidores públicos, jovens e do sexo feminino. A maioria das características associadas aos menores níveis de satisfação no emprego esteve associada aos mais elevados níveis de impacto do trabalho. Embora os resultados tenham revelado nível intermediário de satisfação, é evidente a necessidade de mudanças por parte do poder público, especialmente no que diz respeito à ampliação de recursos humanos e materiais e à reforma das edificações. Fica evidente, após esta revisão, a importância em se manter uma relação positiva com o ambiente de trabalho e que, estabelecer um forte vínculo empregador-empregado, tende a trazer benefícios para ambos..

(23) 2 – EDUCAÇÃO FÍSICA, SAÚDE E TRABALHO DOCENTE. Esta sessão terá uma breve descrição sobre a história da Educação Física, passando pelo surgimento mundial, nos tempos antigos, até chegar ao Brasil. Na seqüência, serão relatados estudos realizados com profissionais docentes atuantes na Educação Infantil, no Ensino Fundamental, Médio e Superior, a atuação do profissional de Educação Física (que ainda é um campo pouco explorado) na área do ensino, mostrando as complicações físicas e psicológicas presentes no dia-a-dia dos professores.. 2.1 – História da Educação Física A Educação Física é uma profissão que está em alta devido à importância que cada vez mais se dá ao bem-estar, uma melhor qualidade de vida para que no futuro não ocorram problemas de saúde. Importante tornar ciente os deveres e compromissos que um profissional dessa área deve seguir, conforme leis e resoluções. Conforme o Conselho Federal de Educação Física (CONFEF), por meio da Resolução n° 218, de 6 de março de 1997 - O plenário do Conselho Nacional de Saúde em sua Sexagésima Reunião Ordinária, realizada nos dias 05 e 06 de março de 1997, no uso de suas competências regimentais e atribuições conferidas pela Lei n° 8.080 de 19 de setembro de 1990, e pela Lei n° 8.142 de 28 de dezembro de 1990, considerando que: Reconhecer como profissionais de saúde de nível superior as seguintes categorias: assistente sociais, biólogos, profissionais de educação física, enfermeiros entre outros; e também nº 46/2002 - Rio de Janeiro, 18 de Fevereiro de 2002, dispõe sobre a intervenção do profissional de educação física, suas intervenções e campos de atuação, resolve conforme Art. 1º - O Profissional de Educação Física é especialista em atividades físicas, nas suas diversas manifestações ginásticas, exercícios físicos, desportos, jogos, lutas, capoeira, artes marciais, danças, atividades rítmicas, expressivas e acrobáticas, musculação, lazer, recreação, reabilitação, ergonomia, relaxamento corporal, ioga, exercícios compensatórios à atividade laboral e do cotidiano e outras práticas corporais , tendo como propósito prestar serviços que favoreçam o desenvolvimento da educação e da saúde, contribuindo para a capacitação e/ou restabelecimento de níveis adequados de desempenho e condicionamento fisiocorporal dos seus beneficiários, visando à consecução do bem-estar e da qualidade de vida, da consciência, da expressão e estética do movimento, da prevenção de doenças, de acidentes, de problemas.

(24) posturais, da compensação de distúrbios funcionais, contribuindo ainda, para consecução da autonomia, da auto-estima, da cooperação, da solidariedade, da integração, da Cidadania, das relações sociais e a preservação do meio ambiente, observados os preceitos de responsabilidade, segurança, qualidade técnica e ética no atendimento individual e coletivo. Importante salientar que a Educação Física vem sofrendo modificações no decorrer dos anos no que se refere à formação e campo de atuação do Profissional de Educação Física, dados retirados do site do CREF-4 (Conselho Regional de Educação Física-4a Região, São Paulo) a Carta Recomendatória 02/2005, os Cursos de Educação Física orientados pela Resolução 01/2002-CNE/CP, que instituí as Diretrizes Curriculares para a formação de Professores de Educação Básica, em nível superior, curso de licenciatura de graduação plena, formam professores de Educação Física para atuar exclusivamente na Educação Básica (educação infantil, ensino fundamental e médio). Essa Resolução foi aprovada em 2002 e norteia as Licenciaturas de todas as áreas. Em princípio, foi dado o prazo até início de 2004 para que as instituições adequassem seus Cursos, mas posteriormente, esse prazo foi sendo ampliado e até o presente momento a informação que se tem do Ministério da Educação é que até outubro de 2005, as instituições deverão adequar suas Licenciaturas a esse paradigma. Decorrendo mais sobre o assunto, os cursos de Educação Física norteados pela Resolução 07/2004 CNE/CES, que institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de graduação em Educação Física, em nível superior de graduação plena(antigo Bacharelado), habilita o Profissional de Educação Física para atuação em todo e qualquer segmento do mercado inerente à área , excetuando-se a Educação Básica, que exige a Licenciaturara. Desta forma, fica definido que a Licenciatura Plena habilita para todos os segmentos do mercado (duração mínima de 4 anos – carga horária mínima de 2.880 horas), a Licenciatura de Graduação Plena habilita para o magistério na Educação Básica (duração mínima de 3 anos – carga horária mínima 2.800 horas) e Graduação em Educação Física em nível de Graduação Plena (Bacharelado) habilita para todos os segmentos do mercado inerentes à área, excetuando-se a escola de Educação Básica(duração mínima de 4 anos – carga horária mínima de 2.880 horas). Os Profissionais de Educação Física que participaram deste estudo estão inclusos nesta divisão no que se refere ao campo de atuação e na formação. Para falar sobre a Educação Física não podemos iniciar sem antes passar pela sua história mundial, na qual Toscano (1974) mostra que os diferentes modos de encarar ou valorizar a Educação Física têm variado através da história de acordo com as características predominantes em cada sociedade e em cada etapa cultural vivida pelos diferentes povos. As primeiras civilizações do Oriente e as culturas clássicas da Grécia e Roma são exemplos da.

(25) utilização da Educação Física, existindo uma preocupação com os cuidados do corpo, visando objetivos quer utilitários (procurando a supremacia política por meio da hegemonia militar, enrijecimento físico e moral do homem), quer estéticos (valores do espírito e da inteligência, expressando a beleza, a arte, a dança e os jogos, enriquecendo e embelezando a vida humana). Na Europa Medieval o corpo não mereceu maiores atenções, pois a Educação Física só existia como preocupação dos cavaleiros feudais, visando às guerras de conquista e às defesas dos feudos. Na era contemporânea, a Educação Física passa a ter papel de grande destaque, no qual o valor dos jogos, dos esportes, da vida em contato com a natureza é enfatizado pelos educadores. A boa aparência física passa a ter importância crescente nas sociedades altamente competitivas da era industrial. Desse ponto em diante, a Educação Física, ou o corpo físico, seguiu esse modelo por muito tempo, tendo sido modificado em 1896, quando os Jogos Olímpicos ressurgiram por meio do Barão Pierre de Coubertin, em Atenas, agora com caráter internacional, passando a congregar gradativamente todas as nações que deles decidirem participar e tiverem atletas de nível competitivo (TOSCANO 1974). Oliveira (1983) descreve sobre a civilização grega que marca o início da autêntica história da Educação Física – na qual se tem o grande mérito de não a divorciar do intelectual e do espiritual, considerando que o homem é somente humano enquanto completo – e o surgimento dos famosos jogos gregos (entre eles os Olímpicos), mostrando que em Atenas a Educação Física é bastante significativa em sua formação histórica. Nesse meio, havia duas figuras principais: o ginasiarca e o pedótriba. O primeiro era o mais importante, sendo uma espécie de reitor da Educação Física e da educação intelectual. era eleito pela comunidade e dirigia algum ou todos os ginásios da cidade. O segundo é o correspondente ao que chamamos hoje de professor de Educação Física e estava equiparado em cultura e prestígio ao médico e era responsável pela formação do caráter dos jovens. No século que se seguiu às Revolução Industrial e Francesa, vários fatores foram determinantes para o verdadeiro renascimento físico, principalmente no campo ginástico, fazendo com que muitos dedicassem uma atenção maior à Educação Física decorrentes do maior tempo de trabalho e horas dedicadas ao estudo e uma postura mais adequada, na qual a ginástica passou a ser incluída entre os deveres da vida humana e, sob esse aspecto, muito lembrava os princípios da educação grega (OLIVEIRA, 1983; TOSCANO, 1974). Conforme descrito pelos autores, nas primeiras décadas do século XX, os exercícios definiam um perfil eminentemente anatômico e fisiológico para os sistemas de ginástica e tem início, assim, um grande intercâmbio pedagógico-cultural proporcionado por congressos.

(26) internacionais de Educação e o aprofundamento nos estudos de Psicomotricidade, enriquecendo os programas de Educação Física principalmente na área escolar. No Brasil, tudo leva a crer que a primeira prática esportiva introduzida foi o remo, em 1566, depois o jogo de peteca (única contribuição indígena) e, com a chegada dos negros, ainda no século XVI, a capoeira, um misto de dança, ritual e luta que hoje é um esporte institucionalizado. Mais ou menos por volta de 1824, tem início efetivamente a história da Educação Física no Brasil, com a chegada dos primeiros livros com assuntos diversos dessa área como eugenia, puericultura, gravidez (OLIVEIRA, 1983). Após a Abolição, com a imigração fomentada, é importado da Inglaterra, em 1894, o futebol – que começaria na década de 1930 a suplantar definitivamente o remo – que se popularizou no início do século, aparecendo nas chamadas “peladas”. Ainda foram introduzidos no século passado a natação (1896), o basquete, o tênis (1898) etc. A primeira academia de ginástica, data de 1908 no Rio de Janeiro, do Centro de Esportes da Marinha (Rio de Janeiro) que foi a primeira a formar especialistas em Educação Física, em nível de praças (1925). No final dos anos 1930, surge a Escola Nacional de Educação Física e Desportos. Integrada a Universidade do Brasil (atual UFRJ) onde recebeu muitos incentivos fazendo com que em 1937, a Educação Física aparecesse explicitamente numa Carta Constitucional, criou-se os centros cívicos escolares onde a prática da educação física e a participação em comemorações e desfiles cívicos eram fundamentais para a consolidação da ditadura instalada. Na década de 1950, com a vinda de professores estrangeiros, começou-se a alterar o programa de Educação Física escolar brasileira e o Brasil começou a projetar-se em relação ao esporte de alto nível. Em 1975, foi iniciada a campanha “Mexa-se” criada pelo Governo, veiculado pela televisão, como tentativa da democratização esportiva (OLIVEIRA, 1983). Castellani Filho (1988) descreve em seqüência a chegada da Educação Física no Brasil (1810); Academia Real Militar (1874) estendida às mulheres; fase higienista até (1930); fase da militarização (1930 - 1945); fase da pedagogização (1945 - 1964); fase competitivista (1964); fase popular, que ocorre após a abertura democrática; e a fase com tendência social, próxima da atualidade. Após esse breve retorno aos primórdios da Educação Física mundial, voltamo-nos para o Brasil onde, de acordo com MEC (1997), a Educação Física esteve estreitamente vinculada às instituições militares e à classe médica. Esses vínculos foram determinantes tanto no que diz respeito à concepção da disciplina e suas finalidades quanto ao seu campo de atuação e à.

(27) forma de ser ensinada, favorecendo a educação do corpo e tendo como meta a constituição de um físico saudável e equilibrado organicamente, menos suscetível às doenças. No ano de 1851 foi feita a Reforma Couto Ferraz, a qual tornou obrigatória a Educação Física nas escolas do município da Corte. De modo geral, houve grande contrariedade por parte dos pais em ver seus filhos envolvidos em atividades que não tinham caráter intelectual. Em 1882, Rui Barbosa deu seu parecer sobre o Projeto 224 – Reforma Leôncio de Carvalho, Decreto n. 7.247, de 19 de abril de 1879, da Instrução Pública –, no qual defendeu a inclusão da ginástica nas escolas e a equiparação dos professores de ginástica aos das outras disciplinas. Nesse parecer, ele destacou e explicitou sua idéia sobre a importância de se ter um corpo saudável para sustentar a atividade intelectual. No início do século XX, a Educação Física, ainda sob o nome de Ginástica, foi incluída nos currículos dos estados da Bahia, Ceará, Distrito Federal, Minas Gerais, Pernambuco e São Paulo. Nessa mesma época, a Educação Brasileira sofria uma forte influência do movimento escola-novista, que evidenciou a importância da Educação Física no desenvolvimento integral do ser humano. Apenas em 1937, na elaboração da Constituição, é que se fez a primeira referência explícita à Educação Física em textos constitucionais federais, incluindo-a no currículo como prática educativa obrigatória (e não como disciplina curricular), junto com o ensino cívico e os trabalhos manuais, em todas as escolas brasileiras. Também havia um artigo naquela Constituição que citava o adestramento físico como maneira de preparar a juventude para a defesa da nação e para o cumprimento dos deveres com a economia. Durante os anos 1930, a Educação Física ganhou novas atribuições: fortalecer o trabalhador, melhorando sua capacidade produtiva, e desenvolver o espírito de cooperação em benefício da coletividade. Do final do Estado Novo até a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB, 1961), ficou determinada a obrigatoriedade da Educação Física para o Ensino Primário e Médio, sendo que, a partir daí, o esporte passou a ocupar cada vez mais espaço nas aulas de Educação Física. Em 1968, com a Lei n. 5.540, e em 1971, com a 5.692, a Educação Física teve seu caráter instrumental reforçado: era considerada uma atividade prática, voltada para o desempenho técnico e físico do aluno. Na década de 1970, o governo militar investiu na Educação Física em função de diretrizes pautadas no nacionalismo, na integração nacional (entre os Estados) e na segurança nacional, nas quais as atividades esportivas também foram consideradas como fatores que poderiam colaborar na melhoria da força de trabalho para o “milagre econômico brasileiro”. Em relação ao âmbito escolar, a partir do Decreto n. 69.450, de 1971, considerou-se a Educação Física como “a atividade que, por seus meios, processos e técnicas, desenvolve e.

(28) aprimora forças físicas, morais, cívicas, psíquicas e sociais do educando” (CASTELANNI FILHO,1988, p.107). Na década de 1980, os efeitos desse modelo (chamado modelo piramidal), no qual se buscava a descoberta de novos talentos, começaram a ser sentidos e contestados: o Brasil não se tornou uma nação olímpica e a competição esportiva da elite não aumentaram o número de praticantes de atividades físicas. O enfoque passou a ser o desenvolvimento psicomotor do aluno, tirando da escola a função de promover os esportes de alto rendimento (OLIVEIRA, 1983). Atualmente se concebe a existência de algumas abordagens para a Educação Física escolar no Brasil que resultam da articulação de diferentes teorias psicológicas, sociológicas e concepções filosóficas. Todas essas correntes têm ampliado os campos de ação e reflexão para a área e a aproximado das ciências humanas e, embora contenham enfoques científicos diferenciados entre si, com pontos muitas vezes divergentes, tem em comum a busca de uma Educação Física que articule as múltiplas dimensões do ser humano. A Educação Física no início do século XX e sua evolução com o passar dos anos contribuíram para que ela saísse do empirismo pedagógico e passasse a merecer algum destaque no sistema mais amplo da Educação. Atualmente podemos afirmar que as pessoas estão redescobrindo o valor dos exercícios e seus benefícios, buscando, assim, uma melhor qualidade de vida e seu bem-estar.. 2.2 – Trabalho docente e saúde Nesta sessão, serão relatadas pesquisas referentes ao professor de Educação Física e aos profissionais docentes, buscando mostrar a realidade do trabalho de docência bem como as reações que surgem por meio de sintomas refletindo o desgaste do dia-a-dia no trabalho desses profissionais. Também importante salientar que o valor da prática regular de atividade física por alguns professores é se suma importância para a prevenção de algumas doenças decorrentes do ambiente estressante em que o docente vive diariamente. Sabe-se da grande importância do exercício físico bem como a contribuição da Educação Física para o treinamento e aprimoramento de uma boa condição física, saudável para o dia-a-dia e essencial para a formação e para o desenvolvimento do ser humano. Atualmente cada vez mais as pessoas estão se preocupando com a saúde e em obter no futuro uma boa qualidade de vida e bem-estar..

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