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Patologias em revestimentos cerâmicos colados em paredes interiores de edifícios

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Academic year: 2021

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P

ATOLOGIAS EM

R

EVESTIMENTOS

C

ERÂMICOS

C

OLADOS EM

P

AREDES

I

NTERIORES DE

E

DIFÍCIOS

J

OÃO

J

OSÉ

J

ORGE

B

ENTO

Dissertação submetida para satisfação parcial dos requisitos do grau de

MESTRE EM ENGENHARIA CIVIL —ESPECIALIZAÇÃO EM CONSTRUÇÕES CIVIS

Orientador: Professor José Manuel Marques Amorim de A. Faria

(2)

Tel. +351-22-508 1901 Fax +351-22-508 1446

 miec@fe.up.pt

Editado por

FACULDADE DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE DO PORTO

Rua Dr. Roberto Frias 4200-465 PORTO Portugal Tel. +351-22-508 1400 Fax +351-22-508 1440  feup@fe.up.pt  http://www.fe.up.pt

Reproduções parciais deste documento serão autorizadas na condição que seja mencionado o Autor e feita referência a Mestrado Integrado em Engenharia Civil - 2009/2010 - Departamento de Engenharia Civil, Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, Porto, Portugal, 2009.

As opiniões e informações incluídas neste documento representam unicamente o ponto de vista do respectivo Autor, não podendo o Editor aceitar qualquer responsabilidade legal ou outra em relação a erros ou omissões que possam existir.

Este documento foi produzido a partir de versão electrónica fornecida pelo respectivo Autor.

(3)

i

Gostaria de agradecer ao meu orientador, Prof. José Amorim Faria, pela disponibilidade e pelo seu contributo na definição de estratégias para o bom desenvolvimento deste trabalho.

Agradeço também aos profissionais e investigadores que constam na Bibliografia, pois sem o seu trabalho esta dissertação não seria possível.

À Empresa Construtora que me acolheu e permitiu a execução deste trabalho.

À Metro do Porto, S.A. que autorizou a utilização de peças de projecto para a realização desta dissertação.

Aos meus pais, que sempre me apoiaram ao longo da minha existência. Agradeço-lhes ainda pela confiança, carinho e transmissão de valores que me ofereceram, sem os quais não me teria tornado na pessoa que sou hoje.

À minha noiva, por todo apoio e amor que me deu para que tivesse a força de vontade necessária para completar esta jornada. E por me querer “aturar” nesse conjunto de grandes aventuras que será o resto das nossas vidas!

À futura sogra, que me recebeu como um filho.

E por fim, gostaria de agradecer a todos os amigos e colegas de trabalho que se revelaram verdadeiros companheiros ao longo desta etapa.

(4)
(5)

iii

Este trabalho representa o documento final a apresentar para conclusão da unidade curricular Projecto/Investigação, para conclusão do Mestrado Integrado em Engenharia Civil.

Na construção portuguesa, os revestimentos cerâmicos colados continuam a ser amplamente utilizados, pois oferecem elevada durabilidade, bom desempenho técnico e vastas possibilidades estéticas. Apesar da evolução da indústria e dos métodos de fixação, continua a ser um revestimento confrontado frequentemente com graves patologias. A divulgação das causas dessas patologias é de extrema importância, pois permite assumir uma política preventiva reduzindo assim o risco de ocorrência destas. Neste documento reúnem-se as informações necessárias para que, os intervenientes na fase de projecto e de execução, possam realizar os respectivos trabalhos, tendo em conta as anomalias que podem surgir e as suas possíveis causas, permitindo-lhes tomar decisões que limitem a respectiva ocorrência.

No Capítulo 2, apresenta-se uma exposição global da classificação e caracterização dos componentes do subsistema construtivo “revestimentos cerâmicos colados”. A descrição das principais anomalias que afectam este tipo de sistema de revestimentos e as possíveis causas é feita no Capítulo 3. Apresenta-se um estudo de caso – Anomalias em Estações do Metro do Porto – no Capítulo 4 onde se expõem as anomalias, os ensaios realizados, as possíveis causas e as modificações ao sistema inicial nos trabalhos de reparação. Tendo em conta a informação mais teórica apresentada nos Capítulos 2 e 3 e a informação prática resultante do caso estudado no Capítulo 5 resumem-se procedimentos e precauções a ter em conta na fase de projecto e aplicação de revestimentos cerâmicos colados. E por fim no Capítulo 6 sintetizam-se as conclusões possíveis de extrair da realização deste trabalho.

(6)
(7)

v

This work represents the final document to present for the conclusion of my Project/Investigation to obtain the Integrated Master in Civil Engineering.

In the Portuguese construction, adhesive ceramic tiles are still widely used because they offer high durability, good technical performance and vast aesthetic possibilities. Despite the evolution of the industry and fixating methods, it remains a coating often confronted with serious pathologies. The disclosure of the causes of these pathologies is extremely important because it allows taking a preventive policy thereby reducing the risk of its occurrence. This document gathers the necessary information so that the professionals involved in the conception phase and execution can carry out their work, taking into account the anomalies that may arise and their possible causes, allowing them to take decisions that limit the occurrence of these anomalies.

Chapter 2 presents an overall exposure of the classification and characterization of the components of the system - adhesive ceramic tiles. The description of the main anomalies that affect this type of coating system and their possible causes are presented in Chapter 3. It is also analysed a case study in Chapter 4 - Anomalies of the Subway Stations of Porto - presenting an exposure of the anomalies, the tests performed, the possible causes of the anomalies and the changes to the original system in the repair work. Chapter 5 summarizes the procedures and precautions to be taken into account in the conception phase application of adhesive ceramic tiles. Finally Chapter 6 summarizes the possible conclusions to drawn from this work.

(8)
(9)

vii

SÍMBOLOS E ABREVIATURAS

EN Norma Europeia

GL Ladrilhos vidrados

UGL Ladrilhos não vidrados

E Absorção de água

W Dimensão de fabricação

J Largura da junta

S Área / Superfície

LNEC Laboratório Nacional de Engenharia Civil CTCV Centro Tecnológico da Cerâmica e do Vidro

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(11)

ix ÍNDICE GERAL

AGRADECIMENTOS ... i

RESUMO ... iii

ABSTRACT ... v

SIMBOLOS E ABREVIATURAS ... vii

1. INTRODUÇÃO

... 1

1.1.OBJECTO,ÂMBITO E JUSTIFICAÇÃO ... 1

1.2.ORGANIZAÇÃO E OBJECTIVOS DO TRABALHO ... 1

2. REVESTIMENTOS CERÂMICOS COLADOS EM PAREDES

INTERIORES

... 3 2.1.INTRODUÇÃO ... 3 2.2.SÍNTESE HISTÓRICA ... 3 2.3.MATERIAIS ... 6 2.3.1.LADRILHOS ... 6 2.3.1.1. Introdução ... 6 2.3.1.2. Normalização e Classificação ... 6 2.3.1.3. Características ... 9

2.3.1.4. Matérias-Primas e Processos de Fabrico ... 12

2.3.1.5. Controlo de Qualidade ... 18

2.3.2.ARGAMASSAS PARA JUNTAS ... 20

2.3.2.1. Introdução ... 20

2.3.2.2. Classificação das Juntas ... 20

2.3.2.3. Características dos produtos de juntas ... 24

2.3.3.MATERIAIS DE ASSENTAMENTO ... 26

2.3.3.1. Introdução ... 26

2.3.3.2. Classificação e Especificações ... 26

2.4.EXIGÊNCIAS APLICÁVEIS AO SUPORTE ... 32

2.5.EXIGÊNCIAS DE DESEMPENHO APLICÁVEIS ... 33

2.6.CERTIFICAÇÃO DE MATERIAIS ... 33

2.6.1.DECISÕES DA COMISSÃO ... 35

(12)

x

2.6.3.ORGANISMOS NOTIFICADOS ... 37

2.6.4.GRUPO DE ORGANISMOS NOTIFICADOS ... 38

2.6.5.CONTROLO DA PRODUÇÃO DA FÁBRICA (FPC) ... 38

2.6.6.ETIQUETAGEM PARA MARCAÇÃO CE ... 39

2.6.7.EXEMPLO DE DECLARAÇÃO DO FABRICANTE ... 40

3. ESTUDO DE ANOMALIAS E PATOLOGIAS DE

REVESTIMENTOS CERÂMICOS COLADOS EM PAREDES –

CLASSIFICAÇÃO GERAL

... 43

3.1.INTRODUÇÃO ... 43

3.2.DESCRIÇÃO DE ANOMALIAS ... 43

3.3.CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS DAS ANOMALIAS DE REVESTIMENTOS DE PAREDES ... 48

3.3.1.DESCOLAMENTO E EMPOLAMENTO ... 48

3.3.2.FISSURAÇÃO... 50

3.4.EXEMPLOS DE ANOMALIAS ... 51

3.5.CONCLUSÃO ... 55

4. ESTUDO DE CASO – ANOMALIAS EM ESTAÇÕES DO

METRO DO PORTO

... 61

4.1.INTRODUÇÃO ... 61

4.2.CARACTERIZAÇÃO ... 61

4.3.OBSERVAÇÃO DIRECTA ... 63

4.4.ENSAIOS ... 65

4.4.1.DESCRIÇÃO DOS ENSAIOS ... 65

4.4.2.RESULTADOS DOS ENSAIOS “IN SITU” ... 66

4.4.3.RESULTADOS DOS ENSAIOS LABORATORIAIS ... 66

4.5.CONSIDERAÇÕES FACE AOS RESULTADOS DOS ENSAIOS ... 66

4.6.SOLUÇÕES PARA OS TRABALHOS DE REPARAÇÃO ... 68

4.7.CONCLUSÃO ... 70

5. REVESTIMENTOS CERÂMICOS COLADOS EM PAREDES

– BOAS PRÁTICAS CONSTRUTIVAS

... 71

5.1.INTRODUÇÃO ... 71

5.2.RECOMENDAÇÕES –CONCEPÇÃO /PROJECTO ... 71

5.2.1.LADRILHOS CERÂMICOS ... 72

(13)

xi

5.2.3.JUNTAS ENTRE LADRILHOS E RESPECTIVOS PRODUTOS DE PREENCHIMENTO... 73

5.2.4.LOCALIZAÇÃO E DEFINIÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS DAS JUNTAS DE MOVIMENTO ... 75

5.2.5.ELEMENTOS DE REFORÇO, DE ESTANQUIDADE E DE PROTECÇÃO DE PONTOS SINGULARES ... 79

5.2.6.TÉCNICAS DE ASSENTAMENTO DE PEÇAS CERÂMICAS E CONSUMOS ... 82

5.2.7.AVALIAÇÃO FINAL DA QUALIDADE DO REVESTIMENTO ... 82

5.2.8.ENTRADA EM SERVIÇO DO REVESTIMENTO ... 83

5.3.RECOMENDAÇÕES –EXECUÇÃO ... 84

5.3.1.INTERVALO DE TEMPO A RESPEITAR ENTRE AS SUCESSIVAS FASES DA CONSTRUÇÃO ... 84

5.3.2.PREPARAÇÃO DAS SUPERFÍCIES A COLAR ... 85

5.3.3.EXECUÇÃO DA COLAGEM ... 89

5.3.3.1. Generalidades ... 89

5.3.3.2. Preparação da cola ... 89

5.3.3.3. Aplicação da cola ... 89

5.3.3.4. Selecção da espátula denteada ... 90

5.3.3.5. Assentamento dos ladrilhos ... 91

5.3.3.6. Condições atmosféricas ... 92

5.3.4.EXECUÇÃO DAS JUNTAS ENTRE LADRILHOS ... 93

5.3.5.LIMPEZA DO REVESTIMENTO APÓS A CONCLUSÃO DA SUA EXECUÇÃO ... 94

6. CONCLUSÃO

... 95

(14)
(15)

xiii ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 2.1 – Rapto das Sabinas no Palácio da Quinta da Bacalhoa – Azeitão [1] ... 4

Figura 2.2 – Interior revestido a azulejo no Paço de Sintra – Sintra [1] ... 4

Figura 2.3 – Quinta dos Azulejos e Palácio dos condes de Mesquitela – Lisboa [1] ... 4

Figura 2.4 – Zona da foz do Rio Douro, Passeio Alegre – Porto [1] ... 5

Figura 2.5 – Zona da Ribeira – Porto [1] ... 5

Figura 2.6 – Faculdade de Letras da Universidade do Porto – FLUP [1] ... 6

Figura 2.7 – Designação das dimensões dos ladrilhos [7] ... 7

Figura 2.8 – Fluxograma do processo de fabrico pela via seca (prensagem) [7] ... 13

Figura 2.9 – Fluxograma do processo de fabrico pela via seca (prensagem) [7] ... 14

Figura 2.10 – Fluxograma do processo de fabrico pela via semi-húmida [7] ... 15

Figura 2.11 – Fluxograma do processo de fabrico pela via seca [7] ... 16

Figura 2.12 – Fluxograma do processo de fabrico pela via semi-húmida e seca com extrusão [7] ... 17

Figura 2.13 – Exemplo de junta estrutural [7] ... 21

Figura 2.14 – Exemplo de junta periférica [22] ... 22

Figura 2.15 – Exemplo de junta intermédia [7] ... 23

Figura 2.16 – Constituição de uma junta de assentamento [7] ... 23

Figura 2.17 – Tipos de camadas de aplicação [7] ... 27

Figura 2.18 – Exemplo de Etiqueta do fabricante / revestimentos [7] ... 39

Figura 2.19 – Exemplo de Etiqueta do fabricante / cimentos-cola [7] ... 40

Figura 2.20 – Exemplo de declaração do fabricante / revestimentos [7] ... 41

Figura 2.21 – Exemplo de declaração do fabricante / cimentos-cola [7] ... 42

Figura 3.1 – Descolamentos pontuais mas extensos, sem empolamento aparente, recomendando inspecção geral das condições de aderência [7] ... 51

Figura 3.2 – Empolamento acentuado em revestimentos interiores [7]... 51

Figura 3.3 – Descolamento, empolamento e queda por acção da água infiltrada para o tardoz [7] .... 52

Figura 3.4 – Fissura trespassante sem descolamento do azulejo, evidenciando a qualidade da colagem e a sua baixa resistência [7] ... 52

Figura 3.5 – Junta de dilatação estrutural com funcionamento não eficaz para o revestimento [7] ... 52

Figura 3.6 – Fissuração e empolamento em panos de grande dimensão sem juntas de esquartelamento [7] ... 53

Figura 3.7 – Aplicação deficiente e irregular, com desnivelamento acentuado no topo da laje [7] ... 53

(16)

xiv

Figura 3.9 – Enodoamento, micro-fissuração e degradação das juntas de assentamento [7] ... 54

Figura 3.10 – Fissuração sobre parede deformada devido aos movimentos da estrutura, acentuada pela sujidade [7] ... 54

Figura 3.11 – Eflorescência grave em zona localizada, que constitui caminho de escorrência privilegiado da água da chuva [7]... 54

Figura 3.12 – Refluxo de sais pelas juntas de azulejo em edifício antigo, devido a humidades ascencionais do terreno [7] ... 55

Figura 3.13 – Percentagem de ocorrência dos grupos de causas de anomalias em fachadas. [25] ... 57

Figura 4.1 – Esquema da solução construtiva adoptada ... 62

Figura 4.2 – Aspecto geral da fachada (Estação Salgueiros) ... 63

Figura 4.3 – Descolamento pontual (extenso) ... 64

Figura 4.4 – Queda generalizada de azulejos ... 64

Figura 4.5 – Azulejos descolados e em risco de queda ... 65

Figura 4.6 – Método de ensaio de arrancamento "in situ". ... 65

Figura 4.7 – Reaplicação de azulejos ... 69

Figura 4.8 – Reaplicação de azulejos ... 69

Figura 4.9 – Aspecto após reaplicação de azulejos... 69

Figura 5.1 – Fluxogramas de apoio à escolha do cimento-cola/cola [7] ... 73

Figura 5.2 – Cruzetas utilizadas na aplicação dos ladrilhos para obtenção de largura uniforme das juntas [30] ... 74

Figura 5.3 – Juntas de movimento do revestimento sobre juntas de dilatação do suporte. Representações esquemáticas [22] ... 76

Figura 5.4 – Junta de movimento do revestimento sobre junta estrutural [30] ... 76

Figura 5.5 – Canto saliente do revestimento cerâmico protegido com perfil prefabricado [22] ... 77

Figura 5.6 – Junta elástica em ângulo reentrante de paredes, realizada com perfil prefabricado [22] 77 Figura 5.7 – Junta elástica na confluência com emergência rígida, realizada com perfil prefabricado [22] ... 77

Figura 5.8 – Junta de movimento em ângulo reentrante entre parede e pavimento [30] ... 78

Figura 5.9 – Junta de movimento em transição entre revestimentos de materiais diferentes [30] ... 78

Figura 5.10 – Junta de esquartelamento executada com perfil prefabricado [30] ... 79

Figura 5.11 – Aplicação em obra da fibra de vidro [7] ... 80

Figura 5.12 – Descolamento devido a choque mecânico em canto saliente desprotegido de uma parede [30] ... 80

Figura 5.13 – Perfil de protecção dos bordos dos ladrilhos em degraus de escada [30] ... 81

(17)

xv

Figura 5.15 – Protecção de uma junta de movimento com perfil prefabricado [30] ... 81

Figura 5.16 – Remate de estanquidade entre revestimento cerâmico e banheira, com perfil prefabricado [30]... 82

Figura 5.17 – Assentamento com colagem dupla de um ladrilho [7] ... 90

Figura 5.18 – Tardoz de ladrilhos evidenciando assentamento deficiente dos ladrilhos [30]... 92

Figura 5.19 – Aplicação do material de junta [7] ... 93

Figura 5.20 – Limpeza do material sobrante de juntas [7] ... 94

(18)
(19)

xvii ÍNDICE DE QUADROS

Quadro 2.1 – Classificação de ladrilhos cerâmicos em função da absorção de água e da conformação

[4] ... 8

Quadro 2.2 – Caracterização de produtos tradicionais de revestimento [7] ... 8

Quadro 2.3 – Identificação de materiais cerâmicos [7] ... 9

Quadro 2.4 – Características exigidas para diferentes aplicações [7] ... 11

Quadro 2.5 – Valores característicos médios [7] ... 12

Quadro 2.6 – Controlo de recepção de matérias-primas [7] ... 18

Quadro 2.7 – Controlo em fase de processo [7] ... 19

Quadro 2.8 – Controlo do produto final [7] ... 19

Quadro 2.9 – Tipos de juntas de construção (juntas estruturais) [7] e [23] ... 20

Quadro 2.10 – Tipos de juntas de construção (juntas periféricas) [7] e [23] ... 21

Quadro 2.11 – Tipos de juntas de construção (juntas intermédias) [7] e [23] ... 22

Quadro 2.12 – Espessuras recomendadas para as juntas entre ladrilhos fixados por colagem com colas ou cimentos-cola [7] ... 24

Quadro 2.13 – Especificações para argamassas de juntas à base de cimento (CG) e de resinas de reacção (RG) [7] e [23] ... 25

Quadro 2.14 – Classificação dos materiais para fixação por contacto [7] e [24] ... 26

Quadro 2.15 – Propriedades das colas a ter em conta na aplicação em obra [7] e [24] ... 27

Quadro 2.16 – Especificação para cimentos-cola (C) [7] e [24] ... 29

Quadro 2.17 – Especificação para colas em dispersão aquosa (D) [7] e [24] ... 30

Quadro 2.18 – Especificação para colas de resinas de reacção (R) [7] e [24] ... 30

Quadro 2.19 – Resumo da aplicabilidade dos cimentos-cola (C) [7] ... 31

Quadro 2.20 – Resumo da aplicabilidade de colas em dispersão aquosa (D) [7] ... 32

Quadro 2.21 – Resumo da aplicabilidade de colas de resinas de reacção (R) [7] ... 32

Quadro 2.22 – Sistemas de comprovação da conformidade [7] ... 34

Quadro 2.23 – Decisões da Comissão relativas aos sistemas de comprovação da conformidade aplicados aos produtos cerâmicos vidro e cimento [7] ... 36

Quadro 2.24 – Documentos normativos [7] ... 37

Quadro 2.25 – Funções dos organismos envolvidos na marcação CE [7] ... 38

Quadro 3.1 – Anomalias dos revestimentos cerâmicos devidas fundamentalmente a deficiências dos ladrilhos [22] ... 44

Quadro 3.2 – Anomalias dos revestimentos cerâmicos em uso devidas fundamentalmente a deficiências dos produtos de preenchimento das juntas entre ladrilhos [22] ... 45

(20)

xviii

Quadro 3.3 – Anomalias mais importantes em ladrilhos cerâmicos quando em uso [22] ... 46

Quadro 3.4 – Outras anomalias em ladrilhos cerâmicos quando em uso [22] ... 47

Quadro 3.5 – Tipos de rotura das ligações ladrilho-cola-suporte e suas causas [7] ... 49

Quadro 3.6 – Classificação das causas das anomalias em revestimentos cerâmicos aderentes [25] 55 Quadro 3.7 – Ficha PATORREB 071 (Empolamento e destacamento de revestimento cerâmico interior) [26] ... 59

Quadro 4.1 – Resultados dos ensaios à argamassa de assentamento [27] ... 66

Quadro 4.2 – Resultados dos ensaios a azulejos [27] ... 66

Quadro 4.3 – Resumo do ponto de situação relativa a cada estação ... 67

Quadro 4.4 – Resumo dos resultados dos ensaios de arrancamento realizados depois dos trabalhos de reparação ... 70

Quadro 5.1 – Consumos típicos de cimento-cola (C) em paredes exteriores e métodos de aplicação [7] e [32] ... 82

Quadro 5.2 – Classificação das paredes interiores quanto ao seu grau de exposição à água [30] ... 84

Quadro 5.3 – Características dos suportes ou dos ladrilhos com influência na qualidade na colagem [30] ... 86

Quadro 5.4 – Condições a satisfazer pelos paramentos (interiores ou exteriores) das paredes no momento da colagem [30] ... 88

Quadro 5.5 – Condições a satisfazer pelos paramentos (interiores ou exteriores) das paredes no momento da colagem [29] ... 91

(21)
(22)
(23)

1

1

INTRODUÇÃO

1.1.OBJECTO,ÂMBITO E JUSTIFICAÇÃO

A ocorrência de patologias atinge os vários componentes do sistema que é uma construção, diminuindo a sua vida útil e pondo em causa o cumprimento das exigências de desempenho aplicáveis aos diversos componentes. Provoca ainda a degradação progressiva da construção, o que leva a trabalhos de recuperação incomodativos para os utilizadores e custos que poderiam ser evitados. A diminuição do aparecimento de anomalias implica um estudo aprofundado, em fase de projecto e de execução, da compatibilização de sistemas, dos materiais, das soluções construtivas a adoptar, das condições climáticas, assim como um conhecimento dos métodos de execução baseado nos estudos realizados e validados pela experimentação e execução de obras similares.

O estudo das patologias e das respectivas causas é assim de extrema importância, pois permite assumir uma política preventiva, evitando a ocorrência das anomalias.

O elemento aqui em estudo, revestimentos cerâmicos colados em paredes, é um subsistema construtivo de um edifício com elevada incidência de patologias. Com a crescente preocupação com a qualidade da construção é imperativa a diminuição da ocorrência de anomalias e a determinação das suas causas.

Na presente dissertação apresenta-se informação existente sobre ladrilhos, argamassas de assentamento, juntas, principais anomalias conhecidas, recomendações para a fase de projecto e fase de execução e ainda um estudo de caso – Anomalias em Estações do Metro do Porto – expondo informação das possíveis causas das patologias e alterações efectuadas ao sistema inicial, nos trabalhos de reparação. Esta informação terá interesse para a empresa construtora, que ao difundi-la pelos colaboradores alertará os intervenientes no processo de construção, estabelecendo assim uma política preventiva que permitirá reduzir custos e promover a melhoria da qualidade das suas construções, nas futuras intervenções de carácter similar.

1.2.ORGANIZAÇÃO E OBJECTIVOS DO TRABALHO

A presente dissertação apresenta-se subdividida em seis Capítulos.

A seguir a esta breve introdução, apresenta-se no Capítulo 2 uma exposição global da classificação e caracterização dos componentes do subsistema ―revestimentos cerâmicos colados‖.

A descrição das principais anomalias que afectam este tipo de sistema de revestimentos e a identificação das respectivas possíveis causas é feita no Capítulo 3.

(24)

2

No Capítulo 4 é apresentado o estudo de uma anomalia que ocorreu nas Estações do Metro do Porto, onde se verificou o descolamento de peças cerâmicas em áreas muito significativas da construção. Pretende-se aqui, expor os ensaios realizados, as possíveis causas e as modificações ao sistema inicial nos trabalhos de reparação.

No Capítulo 5 resumem-se os principais procedimentos e precauções a ter em conta na fase de projecto e de aplicação de revestimentos cerâmicos colados.

E por fim, no Capítulo 6, sintetizam-se as conclusões possíveis de extrair da realização deste trabalho. Pretende-se assim, com este trabalho atingir os seguintes objectivos:

 Contribuir para o apuramento das possíveis causas da ocorrência das patologias associadas ao estudo de caso;

 Constituir um documento de consulta para todos os intervenientes;

 Reunir um conjunto de recomendações de boa prática que visam minimizar a ocorrência de anomalias.

(25)

3

2

REVESTIMENTOS CERÂMICOS COLADOS EM PAREDES

INTERIORES

2.1.INTRODUÇÃO

Neste Capítulo, pretende-se caracterizar, de uma forma global, os revestimentos cerâmicos colados. Numa primeira parte, procede-se a uma síntese histórica expondo a vasta utilização deste tipo de revestimento, seguindo-se uma abordagem à classificação, caracterização e exigências que são impostas aos componentes do sistema ―revestimentos cerâmicos colados‖, ou seja, aos ladrilhos, às argamassas para juntas, aos tipos de juntas e aos materiais de assentamento. Abordam-se ainda os processos de fabrico, as matérias-primas dos ladrilhos e a certificação dos materiais.

2.2.SÍNTESE HISTÓRICA

Existem em Portugal vestígios da utilização de cerâmica que datam do início do século XIII, tais como a cerâmica pavimentar medieval da abadia cisterciense de Alcobaça. Outro exemplo da aplicação de expressão medieval, embora esporádica e sem continuidade aparente, é o trecho do pavimento da capela tumular de Estêvão Domingues e Mor Martins no claustro da Sé de Lisboa (início do século XIV).

A utilização continuada do azulejo, denunciadora de um mais frequente gosto e tradição, inicia-se no século XV. Este foi introduzido em soluções ornamentais de edifícios civis e religiosos. Encontram-se exemplares deste período no Museu de Beja, no Palácio da Quinta da Bacalhoa em Azeitão (Figura 2.1), no Convento de Jesus em Setúbal, no Paço de Sintra (Figura 2.2), no Museu Nacional do Azulejo, no Museu da Cidade de Lisboa e na Quinta das Torres em Azeitão. O seu uso implicava, até então, um custo elevado limitando-se, na sua maioria, aos revestimentos interiores em forma de tapete ou a peças ornamentais. No exterior era apenas utilizado no revestimento de pináculos e cúpulas de igrejas. [1]

(26)

4

Figura 2.1 – Rapto das Sabinas no Palácio da Quinta da Bacalhoa – Azeitão [1]

Figura 2.2 – Interior revestido a azulejo no Paço de Sintra – Sintra [1]

O Marquês de Pombal, no século XVIII, implementa em Portugal um projecto de industrialização da cerâmica. Cria-se, então, a Fábrica Real (Fábrica de Loiça do Rato), simplificando-se os padrões dos azulejos existentes com o intuito de aumentar a produção e diminuir o seu custo. Tornando-se acessível a um público mais vasto, a utilização do revestimento cerâmico estende-se a espaços intermédios entre o interior e o exterior, como no revestimento de alpendres, pátios e claustros e também na decoração de jardins, em bancos e chafarizes (Figura 2.3).

Figura 2.3 – Quinta dos Azulejos (à esquerda) e Palácio dos condes de Mesquitela (à direita) – Lisboa [1]

(27)

5 De sóbrio e equilibrado bom gosto, este variado azulejo pombalino constitui um período expressivamente bem definido que se estende até ao reinado seguinte de D. Maria, em contraponto com o neoclassicismo da transição para o século XIX. [1] e [2]

No século XIX a proliferação da produção industrializada, decorrente da Revolução Industrial, imprime maior simplicidade e economia na produção e utilização do revestimento cerâmico. O azulejo sai de novo do interior dos edifícios mas, desta vez, para revestir completamente a fachada. Assim, com influências brasileiras, o revestimento cerâmico traz luz, cor e alegria à fachada, definindo um novo ambiente urbano. Para além disso, por ser durável e facilmente lavável, a sua aplicação na fachada, confere salubridade aos edifícios, especialmente nos situados em zonas ribeirinhas (Figura 2.4 e Figura 2.5).

Figura 2.4 – Zona da foz do Rio Douro, Passeio Alegre – Porto [1]

Figura 2.5 – Zona da Ribeira – Porto [1]

Os portugueses desenvolveram, diversificaram e adaptaram, com criatividade muito própria, a utilização do azulejo, transportando-o até à arquitectura do século XXI (Figura 2.6).

(28)

6

Figura 2.6 – Faculdade de Letras da Universidade do Porto – FLUP [1]

O revestimento cerâmico de fachada continua a ser amplamente utilizado, contribuindo para a valorização das edificações, por se esperar deles uma elevada durabilidade, vasta funcionalidade e bom desempenho estético.

2.3.MATERIAIS 2.3.1.LADRILHOS

2.3.1.1. Introdução

Os ladrilhos cerâmicos são produzidos numa gama muito variada de características, em função das matérias-primas utilizadas e dos métodos e procedimentos de fabrico. Estes parâmetros condicionam o grau de vitrificação e, portanto, de porosidade da massa cerâmica, que por sua vez determina o nível de desempenho técnico das peças produzidas (absorção de água, resistência ao desgaste, à flexão, aos choques, à formação de gelo e ao enodamento, regularidade dimensional, etc.).

Dum modo geral, pode dizer-se que o nível de desempenho técnico cresce com a vitrificação, com a excepção da resistência ao choque mecânico de corpos duros que evolui em sentido inverso em virtude de à vitrificação corresponder, em geral, uma maior fragilidade.

A permanente evolução dos ladrilhos cerâmicos no sentido de melhores desempenhos estéticos e técnicos e a necessidade de redução de custos de produção tem conduzido também a constantes alterações na tecnologia de fabrico e na selecção das matérias-primas. [3]

2.3.1.2. Normalização e Classificação

A Norma Europeia EN 14411 [4] define a seguinte terminologia:

Ladrilhos cerâmicos: placas finas feitas de argilas e/ou outras matérias-primas inorgânicas,

geralmente utilizadas como revestimentos para pavimentos e paredes, usualmente conformadas por extrusão ou prensagem à temperatura ambiente, mas podendo ser moldadas por outros processos, em seguida secas e subsequentemente cozidas a temperaturas suficientes para se obterem as propriedades requeridas; os ladrilhos podem ser vidrados (GL) ou não vidrados (UGL), são incombustíveis e não são afectados pela luz;

Ladrilhos extrudidos (tipo A): ladrilhos cuja pasta é conformada no estado plástico numa extrusora,

sendo a barra obtida cortada em ladrilhos com dimensões pré-determinadas.

(29)

7 moída, conformada em moldes a altas pressões;

Ladrilhos fabricados por outros processos (tipo C): ladrilhos fabricados por processos diferentes

dos comerciais normais, isto é, da extrusão e da prensagem a seco;

Nota: Podem ser produzidos por moldagem no estado plástico, em moldes planos;

Ladrilhos vidrados: ladrilhos com a aplicação de um revestimento superficial vitrificado que é

impermeável;

Nota: são classificados como vidrados (GL);

Ladrilhos não vidrados: ladrilhos a que não é aplicado qualquer revestimento superficial vitrificado;

Nota: são classificados como não vidrados (UGL);

Ladrilhos engobados: ladrilhos a que é aplicado um revestimento superficial à base de argila, com

um acabamento mate que pode ser permeável ou impermeável; Nota: são classificados como não vidrados (UGL);

Absorção de água (E): percentagem em massa de água absorvida, medida segundo a EN ISO

10545-3 [5];

Dimensão nominal (N): dimensão usada para designar o produto;

Dimensão de fabricação (W): dimensão de um ladrilho especificada para produção e com a qual a

dimensão actual tem de ser conforme, dentro de tolerâncias admissíveis; Nota: comprimento, largura e espessura;

Dimensão actual: dimensão obtida por medição da face do ladrilho segundo a EN ISO 10545-2 [6]; Dimensão de coordenação (C): dimensão de fabricação adicionada da largura da junta;

Dimensão modular (M): ladrilhos e dimensões baseados em módulos M, 2M, 3M e 5M e também

nos seus múltiplos ou subdivisões, excepto ladrilhos com área superficial inferior a 9000 mm2 [7 e 8]; Nota: M= 100 mm.

Figura 2.7 – Designação das dimensões dos ladrilhos [7]

(1.1) (1.2)

(30)

8

A norma NP EN 14411 [4] estabelece também a classificação de ladrilhos cerâmicos, combinando o processo de fabrico com a absorção de água do produto final, como se encontra representado resumidamente no Quadro 2.1.

Quadro 2.1 – Classificação de ladrilhos cerâmicos em função da absorção de água e da conformação. [4]

Conformação Grupo I E ≤ 3 % Grupo IIa 3 % < E ≤ 6 % Grupo IIb 6 % < E ≤ 10 % Grupo III E > 10 % A Extrudidos Grupo AIa E ≤ 0,5 % Grupo AIb 0,5 % < E ≤ 3 %

Grupo AIIa-1 a

Grupo AIIb-1 a

Grupo AIII Grupo AIIa-2

a Grupo AIIb-2 a B Prensados a seco Grupo BIa E < 0,5 %

Grupo BIIa Grupo BIIb Grupo BIII b

Grupo BIb

0,5 % < E ≤ 3 %

a Os Grupos AII

a e AIIb são divididos em duas partes (Partes 1 e 2) com diferentes especificações de produto. b O Grupo BIII abrange apenas ladrilhos vidrados. Existe uma pequena produção de ladrilhos prensados a seco não vidrados

com uma absorção de água superior a 10 % que não está incluída neste grupo de produtos.

Existe ainda a classificação C que diz respeito aos ladrilhos moldados de forma manual, geralmente por processos artesanais, em oposição aos classificados no Quadro 2.1, que provêm sempre de fabrico industrial.

Para facilitar uma correlação entre os tipos de ladrilhos de utilização mais comum e a classificação estabelecida pela norma, segue-se o Quadro 2.2 onde se resume essa correlação.

Quadro 2.2 – Caracterização de produtos tradicionais de revestimento [7]

Designação principal Porosidade Tipo de

grão Cor da pasta

Tipo de

superfície Aplicação Azulejo (faiança) E > 10% Grosseiro De branco a rosa Vidrado Paredes Ladrilho (terracota) 6 % < E ≤ 10 % Grosseiro De cor rosa a

vermelho

Natural ou vidrado

Parede / Pavimento Ladrilho em Grés 0,5 % < E ≤ 3 % Grosseiro Cinzenta a creme Vidrado Pavimento /

Parede Ladrilhos em Grés Porcelânico E ≤ 0,5 % Grosseiro De cinzenta a creme Vidrado Pavimento / Parede

Ladrilho Porcelânico E ≤ 0,1 % Fino

De branca a creme ou com efeitos especiais Natural ou polido Pavimento / Parede Klinker E ≤ 0,1 % Fino Vermelho a creme Natural Pavimento

(31)

9 Para informação complementar apresentam-se no Quadro 2.3 alguns exemplos de ladrilhos e respectiva designação comercial.

Quadro 2.3 – Identificação de materiais cerâmicos [7]

A - Extrudido B - Prensado a seco

G rupo I E ≤ 3% Grés Extrudido G rupo Ia E ≤ 0,5 % Porcelânico G rupo Ib 0,5% ≤ E < 3 % Grés Porcelânico G rupo II a 3% < E ≤ 6 % Klinker G rupo II a 3% ≤ E < 6 % Pavimento de Monocozedura G rupo II b 6% < E ≤ 10 % Terracota G rupo B II b 6% ≤ E< 10 % Revestimento de Monocozedura G rupo I II E > 10 % Tijoleira Rústica G rupo B II I E > 10 % Azulejo 2.3.1.3. Características

Os ladrilhos cerâmicos poderão ser aplicados no revestimento de pavimentos, paredes, terraços e/ou coberturas no interior ou no exterior dos edifícios, considerando sempre as características mais relevantes para cada aplicação.

Os pavimentos são os locais de aplicação de maior exigência por força das solicitações a que estão sujeitos. Usualmente, aplicam-se em pavimentos os ladrilhos que têm menor absorção de água E ≤ 10%, por terem melhores características de resistência mecânica e de resistência à abrasão.

(32)

10

Consoante o local de aplicação existem características específicas que deverão ser determinadas nos ladrilhos a aplicar e que se referem de seguida.

a) Características específicas para pavimentos:  Resistência mecânica;

 Resistência à abrasão;  Resistência ao impacto;

 Resistência ao escorregamento;  Resistência às manchas.

b) Características específicas para aplicações exteriores:  Resistência ao gelo;

 Expansão por humidade;  Dilatação térmica linear.

c) Características específicas para ladrilhos vidrados:  Resistência à fendilhagem.

d) Características específicas para ladrilhos de cor uniforme:  Pequenas diferenças de cor.

e) Características específicas para aplicações em bancas de cozinha ou locais em contacto com alimentos:

 Libertação de chumbo e cádmio, provenientes de vidrados e decorações.

f) Características específicas para aplicações em piscinas:  Resistência aos aditivos para águas de piscina.

g) Características específicas para aplicação em instalações da indústria química:  Resistência a altas concentrações de ácidos e álcalis.

A norma de especificação EN 14411 [4] remete para normas de ensaio da série EN ISO 10545 a determinação das características dimensionais e das propriedades físicas e químicas, como exposto no Quadro 2.4.

(33)

11

Quadro 2.4 – Características exigidas para diferentes aplicações [7]

Características Produtos / Aplicações Norma de ensaio

D im en sõe s e qual idad e Comprimento e largura

Pav. / Rev. ISO 10545-2 [6] Espessura

Rectilinearidade das arestas Planaridade (curvatura e empeno) Qualidade superficial Propr ied ade s fí si ca s

Absorção de água Pav. / Rev. ISO 10545-3 [5]

Resistência à flexão Pav. / Rev. ISO 10545-4 [9]

Módulo de ruptura Pav. / Rev. ISO 10545-4 [9]

Resistência à abrasão profunda Pavimentos não vidrados ISO 10545-6 [10] Resistência à abrasão superficial Pavimentos vidrados ISO 10545-7 [11] Dilatação térmica linear Locais sujeitos a

temperaturas elevadas* ISO 10545-8 [12] Resistência ao choque térmico Locais sujeitos a variações

de temperatura* ISO 10545-9 [13] Resistência à fendilhagem Ladrilhos vidrados ISO 10545-11 [14]

Resistência ao gelo Exterior ISO 10545-12 [15]

Expansão por humidade Locais sujeitos a

humidade* ISO 10545-10 [16] Pequenas diferenças de cor Ladrilhos de cor uniforme ISO 10545-16 [17]

Resistência ao impacto Pavimentos ISO 10545-5 [18]

Propr ied ade s quí m ic as

Resistência às manchas Pav. / Rev. ISO 10545-14 [19]

Resistência a ácidos e bases em baixas

concentrações Pav. / Rev. ISO 10545-13 [20]

Resistência a ácidos e bases em altas

concentrações Pav. / Rev. ISO 10545-13 [20]

Resistência aos químicos domésticos e

aditivos para águas de piscina Pav. / Rev. ISO 10545-13 [20] Libertação de chumbo e cádmio Locais em contacto com

alimentos* ISO 10545-15 [21] * Para produtos colocados nos locais indicados

(34)

12

Para terminar a caracterização dos ladrilhos cerâmicos, apresenta-se o Quadro 2.5 a quantificação das principais características de cada classe de ladrilhos cerâmicos resultantes dos valores médios obtidos em centenas de ensaios realizados ao longo de vários anos.

Quadro 2.5 – Valores característicos médios [7]

Grupo Absorção de água (%)

Flexão (MPa) Dilatação térmica linear (/ºC) x10-6

Expansão por humidade (mm/m)*1 AI 0,7 a 3,0 17,6 a 38,8 5,3 - A IIa 2,3 a 5,5 20,5 a 38,1 5,3 - A IIb 7,6 a 10,4 10,4 a 15,6 5,3 0,8 A III 11,4 13,5 a 21,5 4,5 1,9 B Ia 0,1 a 0,4 36,2 a 53,0 7,1 - B Ib 0,7 a 2,8 27,6 a 55,6 5,9 - B IIa 3,2 a 4,6 30,4 a 45 5,2 - B III 12,4 a 20,3 13,4 a 33,1 5,4 -

2.3.1.4. Matérias-Primas e Processos de Fabrico

Os ladrilhos e azulejos são fabricados a partir de uma mistura de várias matérias-primas argilosas, como a argila e o caulino e fundentes como a areia e o feldspato, entre outros. Poderão ter vários tipos de acabamento: o natural, o polido e o vidrado. Os vidrados são normalmente decorados e necessitam de matérias-primas tais como vidros e corantes.

Os principais processos de fabrico baseiam-se na conformação por prensagem e por extrusão. No processo de extrusão, a preparação da pasta cerâmica pode ser feita por via seca ou por via semi-húmida.

A) Processo de fabrico com prensagem a seco (ver Figuras 2.8 e 2.9)

O processo mais evoluído de fabrico de ladrilhos e azulejos é designado por monocozedura, dado que os produtos passam apenas uma vez no forno para cozedura da pasta cerâmica e fixação de vidrados e decorações. No processo de bicozedura é primeiro cozida a pasta, obtendo-se o biscoito ou chacota e depois é feita a vidragem, a decoração e finalmente a segunda cozedura.

No processo de prensagem por monocozedura, os materiais fundentes são moídos em moinhos rotativos, horizontais, revestidos interiormente com placas de alubite e contendo no seu interior cargas moentes de elevada dureza, normalmente bolas de alubite. Neste processo reduz-se a granulometria dos materiais até ao grau de finura necessário.

(35)

13

Figura 2.8 – Fluxograma do processo de fabrico pela via seca (prensagem) [7]

As argilas são diluídas em tanques (turbo diluidores), peneiradas e misturadas ao material moído.À mistura resultante dá-se o nome de barbotina.

Homogeneizada a barbotina, a sua água é evaporada em atomizadores, sendo o pó resultante recolhido e armazenado em silos.

O pó atomizado é prensado em prensas hidráulicas isostáticas com cunhos adequados de forma a obter as dimensões, formatos e efeitos desejados.

Depois da prensagem, os produtos passam para secadores funcionando a temperaturas entre 100 e 150°C, para perderem a humidade de conformação.

Nos azulejos e ladrilhos vidrados, o vidro base é aplicado por dispositivos especiais (campânula, pistola, disco, etc.) sendo a decoração aplicada por serigrafia, impressão por rolos, etc.

Após a vidragem, caso exista, os produtos são cozidos a elevadas temperaturas, acima de 1100°C, em fornos contínuos de rolos, durante um período entre 45 e 90 minutos.

Após a cozedura, os produtos são escolhidos em linhas adequadas e actualmente por meios automáticos e sujeitos à verificação de existência de defeitos visuais (tonalidade, desenho, areias, cantos, etc.), ou dimensionais. Os ladrilhos e azulejos poderão ser classificados, consoante o tipo de defeitos encontrados, normalmente em 1a e 2a escolha, em que a primeira não tem defeitos visíveis e a 2a apresenta pequenos defeitos que, nas condições da norma EN 14411 [4], não prejudicam a sua aplicação e desempenho.

(36)

14

(37)

15 Os produtos poderão também ser separados e classificados por calibres de forma a agrupa-los por tamanho, se as dimensões variarem ligeiramente relativamente ao padrão.

Caso haja variação de tonalidade para mais claro ou mais escuro relativamente ao padrão, os produtos poderão ser classificados em lotes / tonalidades.

Todas estas informações de escolha, calibre e lote são registadas nas embalagens. É importante para o aplicador conhecer estes códigos e aplicar apenas lotes homogéneos, de forma a que a aplicação não seja prejudicada com estas pequenas, mas por vezes significativas, diferenças. [7]

B) Processo de fabrico por extrusão com preparação por via semi-húmida (ver Figuras 2.10

e 2.12)

A diferença entre o fabrico por extrusão e por prensagem ocorre no processo de conformação.

Como no processo anterior, as argilas, os fundentes e os inertes (areias) passam por um processo de mistura e redução da granulometria (moagem, laminagem) ao qual poderão ser adicionados óxidos ou outros componentes caso se pretenda alterar a cor natural ou corrigir qualquer componente da mistura. É introduzida água, de forma a garantir uma plasticidade adequada. A pasta resultante é extrudida em fieiras para a espessura desejada. Após a extrusão, o material é conformado com o comprimento e largura desejados, seguindo o mesmo processo anterior. Normalmente os pavimentos e revestimentos cerâmicos extrudidos não são decorados, embora possam ter um acabamento natural ou vidrado. [7]

(38)

16

C) Processo de fabrico por extrusão com preparação por via seca (ver Figuras 2.11 e 2.12)

Este processo difere da preparação por via húmida por não apresentar diluição das matérias-primas em água.

As matérias-primas são misturadas e moídas por via seca em moinhos do tipo pendular ou de anéis. O pó resultante é amassado e humedecido e a pasta resultante é extrudida em fieiras para a espessura desejada. Após esta fase, o material é conformado com o comprimento e largura desejados seguindo o mesmo processo anterior.

(39)

17

(40)

18

2.3.1.5. Controlo de Qualidade

O controlo da qualidade destes produtos é uma actividade diária que requer equipamentos adequados e operadores qualificados. O controlo da qualidade dos produtos começa nas matérias-primas, que devem ser seleccionadas e controladas antes da sua entrada em produção, passando pelo controlo do produto em vias de processo e terminando no produto final embalado. [7]

A) Controlo de matérias-primas

O controlo de recepção de matérias-primas permite prevenir a ocorrência de problemas durante a fase de fabrico e no produto final, antecedendo a entrada das matérias-primas em produção sendo normalmente efectuado no acto de recepção. No Quadro 2.6 apresentam-se alguns ensaios que são realizados regularmente na recepção de matérias-primas.

Quadro 2.6 – Controlo de recepção de matérias-primas [7]

Matérias primas Ensaios Periodicidade

Argilas e caulinos

Aspecto visual

Recepção do lote Granulometria

Retracção após secagem e cozedura Cor após cozedura

Absorção de água após cozedura Resistência mecânica após cozedura

Feldspato

Resíduo

Recepção do lote Fusibilidade

Cor após cozedura

Areia Resíduo Recepção do lote

Vidros

Dilatometria

Recepção do lote Cor

B) Controlo em fase de processo de fabrico

O produto é também controlado nas etapas intermédias do processo, de forma a evitar que produtos não conformes avancem no processo e que seja possível corrigir atempadamente qualquer desvio eventualmente detectado face às especificações estabelecidas. No Quadro 2.7 apresentam-se alguns ensaios que são realizados regularmente no controlo do produto durante o processo.

(41)

19

Quadro 2.7 – Controlo em fase de processo [7]

Produto em fase de processo Ensaios Periodicidade

Pasta

Aspecto visual

Semanal Resíduo ao peneiro

Retracção após secagem e cozedura Absorção de água após cozedura Resistência mecânica após cozedura

Barbotina

Densidade

Diária Viscosidade

Resíduo

Pó atomizado Granulometria Horário

Humidade

Prensado Dimensões, espessura, densidade aparente

e resistência mecânica Horário / Diário

Seco Humidade Horário

Vidro, engobe Densidade Horário

Viscosidade

Vidrado Gramagem Horário

Cozido Dimensões Contínuo (automático)

Quadro 2.8 – Controlo do produto final [7]

Produto final Ensaios Periodicidade

Pavimentos / Revestimentos

Resistência mecânica

Diário Absorção de água

Dimensões, espessura, empeno

Revestimentos Fendilhagem Semanal

Pavimentos Abrasão Semanal

Pavimentos Impacto Mensal

Pavimentos / Revestimentos Resistência aos químicos e manchas Mensal

(42)

20

C) Controlo do produto final

O produto final é também controlado de forma a garantir que cumpre as especificações aplicáveis e evitar a colocação no mercado de produto não conforme. No Quadro 2.8 apresentam-se alguns ensaios que são realizados, com regularidade para controlo do produto final.

2.3.2.ARGAMASSAS PARA JUNTAS

2.3.2.1. Introdução

O bom funcionamento de um conjunto só é conseguido desde que seja possível o movimento de algumas das partes que a constituem, partindo daí a necessidade de definir e instalar juntas em todo o processo de construção para que o conjunto completo possa ―mexer‖ sem provocar roturas ou descolamentos. Esses movimentos são, habitualmente, de origem térmica (expansão e contracção) e também devidos a acção de cargas concentradas e distribuídas.

Designam-se por juntas todos os sistemas que interrompem a continuidade de uma estrutura ou sistema construtivo, as juntas têm uma grande importância no desempenho do revestimento cerâmico, sendo necessário o seu correcto dimensionamento. As suas principais funções, incluem, proporcionar o alívio de tensões, optimizar a aderência dos ladrilhos e vedar o revestimento.

2.3.2.2. Classificação das Juntas

Há que considerar diversos tipos de juntas consoante as funções desempenhadas e que incluem: juntas estruturais ou juntas de dilatação; juntas periféricas; juntas intermédias, de esquartelamento ou fraccionamento; e juntas de assentamento.

Em seguida descrevem-se os diversos tipos de juntas:

 Juntas Estruturais ou juntas de dilatação (Quadro 2.9 e Figura 2.13) – estão localizadas ou sobre as juntas existentes no suporte ou nas zonas de transição de diferentes materiais de suporte. A sua largura tem que obrigatoriamente de ser superior à largura das juntas existentes no suporte.

Quadro 2.9 – Tipos de juntas de construção (juntas estruturais) [7] e [23]

Tipos de juntas de construção

Dimensões Posição Construção

Estruturais Largura > junta do suporte Profundidade - a adequada para garantir o prolongamento da junta de suporte Imediatamente sobre e na continuação das juntas estruturais do suporte Feitas em obra ou pré-fabricadas com a finalidade de absorver movimentos estruturais previsíveis (Figura 2.13)

(43)

21

Figura 2.13 – Exemplo de junta estrutural [7]

 Juntas Periféricas (Quadro 2.10 e Figura 2.14) – são juntas ao longo de todas as fronteiras confinadas do revestimento que impedem que os elementos adjacentes possam transmitir ou restringir as deformações dos revestimentos cerâmicos aderentes.

Quadro 2.10 – Tipos de juntas de construção (juntas periféricas) [7] e [23]

Tipos de juntas de

construção Dimensões Posição Construção

Periféricas Largura - mínima de 5 mm

Profundidade - a

adequada para penetrar a totalidade da espessura do reboco de suporte

Nos limites da superfície revestida

Feitas em obra ou pré-fabricadas com a finalidade de absorver movimentos estruturais previsíveis (Figura 2.14)

(44)

22

Figura 2.14 – Exemplo de junta periférica [22]

 Juntas Intermédias, juntas de esquartelamento ou juntas de fraccionamento (Quadro 2.11 e Figura 2.15) – têm o objectivo de evitar a fissuração e o descolamento devidos a tensões originadas por deformações de natureza higrotérmica do suporte, do material de assentamento e dos ladrilhos.

Quadro 2.11 – Tipos de juntas de construção (juntas intermédias) [7] e [23]

Tipos de juntas

de construção Dimensões Posição Construção

Intermédias Largura - mínima de 5 mm Profundidade - a adequada para penetrar a totalidade da espessura do reboco de suporte

As áreas mínimas entre juntas e/ou a distância entre juntas devem ser especificadas. Os valores de referência deverão ser estabelecidos de acordo com o tipo de ambiente a que se destinam (interior, exterior). As áreas entre juntas devem ser aproximadamente quadradas. Exemplo: Área máx. 40 m2 Distância máx. 8 m Feitas em obra ou pré-fabricadas com a finalidade de absorver movimentos estruturais previsíveis (Figura 2.15)

(45)

23

Figura 2.15 – Exemplo de junta intermédia [7]

 Juntas de assentamento ou juntas entre ladrilhos (Figura 2.16).

Figura 2.16 – Constituição de uma junta de assentamento [7]

As juntas entre ladrilhos deverão ser definidas pelo fabricante em função do tipo de aplicação prevista, atendendo às características dos ladrilhos, nomeadamente, à sua deformabilidade face às diferentes solicitações, em particular às de carácter higrotérmico.

A aplicação com junta não superior a 1 mm é específica de produtos rectificados. Para produtos tradicionais recomendam-se os valores mínimos definidos no Quadro 2.12. [7]

(46)

24

Quadro 2.12 – Espessuras recomendadas para as juntas entre ladrilhos fixados por colagem com colas ou cimentos-cola [7]

Superfície a revestir Tipo de ladrilhos

Espessura mínima das juntas entre

ladrilhos [mm] Pavimentos interiores Prensados a seco: S ≤ 500 cm2 S > 500 cm2 2 3 Ladrilhos de terracota e ladrilhos extrudidos 6 Ladrilhos aplicados sobre pavimento radiante (eléctrico) 4 Pavimentos exteriores Ladrilhos de terracota e ladrilhos extrudidos 6

Restantes materiais 5

Paredes interiores Prensados a seco: S ≤ 500 cm2 S > 500 cm2

2 3 Paredes Exteriores Ladrilhos e "plaquetas" de terracota e ladrilhos

extrudidos

6

Restantes materiais 4

2.3.2.3. Características dos produtos de junta

As características destes produtos têm em conta as tensões normais resultantes da aplicação de pavimento e revestimento e o seu uso nas juntas permite atenuar tais tensões (Quadro 2.13).

Muitas das propriedades das argamassas são determinadas pelo tipo de ligante utilizado e pela sua composição química. Estas argamassas destinam-se a aplicações de refecho de juntas em revestimentos interiores e exteriores, com a excepção de juntas de construção. [7]

As categorias a considerar para argamassas de juntas são:

 À base de cimento (CG), recomendadas para as seguintes aplicações: paredes interiores, pavimentos interiores e exteriores;

 À base de resinas de reacção (RG), recomendadas para as seguintes aplicações: piscinas, cozinhas industriais ou indústria média / pesada e exteriores (mesmo em condições ambientais agressivas).

(47)

25

Quadro 2.13 – Especificações para argamassas de juntas à base de cimento (CG) e de resinas de reacção (RG) [7] e [23]

Argamassas de juntas à base de cimento (CG) Características fundamentais

Características Valores de referência

Resistência à abrasão ≤ 2000 mm3

Resistência à flexão (cond. padrão) ≥ 3,5 N/mm2

Resistência à flexão (após ciclos gelo / degelo) ≥ 3,5 N/mm2

Resistência à compressão (cond. padrão) ≥15 N/mm2

Resistência à compressão (após ciclos gelo / degelo) ≥ 15 N/mm2

Retracção livre ≤ 2 mm/m

Absorção de água após 30 min. ≤ 5 g

Absorção de água após 240 min. ≤ 10 g

Características adicionais

Características Valores de referência

Forte resistência à abrasão ≤ 1000 mm3

Absorção reduzida de água após 30 min. ≤ 2 g

Absorção reduzida de água após 240 min. ≤ 5 g

Argamassas de juntas à base de resinas de reacção (RG) Características fundamentais

Características Valores de referência

Resistência à abrasão ≤ 250 mm3

Resistência à flexão (cond. padrão) ≥ 30 N/mm2

Resistência à compressão (cond. padrão) ≥ 45 N/mm2

Retracção livre ≤ 1,5 mm/m

(48)

26

2.3.3.MATERIAIS DE ASSENTAMENTO

2.3.3.1. Introdução

Os métodos de aplicação de revestimentos têm evoluído de acordo com o desenvolvimento dos produtos cerâmicos e dos sistemas de fixação. Actualmente estão disponíveis argamassas e colas que apresentam propriedades específicas para cada situação de aplicação, em função do tipo de material a aplicar e do comportamento que se pretende obter do conjunto.

Por sua vez os processos e as tecnologias de fabrico são melhores, permitindo a produção de peças de dimensões cada vez maiores obrigando a criar alternativas às formas de fixação tradicionais (cimentos e colas). Recentemente começaram a ser desenvolvidos sistemas de fixação mecânica de materiais, particularmente para fachadas. Estes novos sistemas são particularmente adequados para edificações novas, mas também facilitam as obras de recuperação de edificações já existentes e permitem o cumprimento de exigências de normas de segurança, promovendo o conforto e facilitando a manutenção.

Genericamente consideramos dois grandes processos de fixação:  Por contacto;

 Por fixação mecânica.

É ainda de referir que a escolha do sistema de assentamento deve ter em consideração as características do suporte, as condições de trabalho, o ambiente em que o conjunto vai trabalhar e a finalidade do conjunto. [7]

2.3.3.2. Classificação e Especificações

Os produtos de assentamento são regulados segunda a norma EN 12004 [24], onde são definidos como uma ―mistura de ligantes hidráulicos, inertes e aditivos orgânicos, a qual é misturada com água ou outro líquido imediatamente antes da aplicação‖ e são classificados em três grupos: C (cimentos-cola); D (colas em dispersão aquosa) e R (colas de resinas de reacção). Segue-se o Quadro 2.14 onde se apresenta esta classificação. [7]

Quadro 2.14 – Classificação dos materiais para fixação por contacto [7] e [24]

Materiais para fixação por contacto

Argamassa tradicional

(Camada espessa - de 5 a 20 mm)

Ex. típicos de traços para paredes 1:1/2:5 (Cimento; Cal e Areia) para pavimentos 1:5 (Cimento e Areia)

Cimento-cola (C) - Mistura de ligantes hidráulicos, inertes e outros aditivos orgânicos

Colas em dispersão aquosa (D)-Mistura de agentes ligantes orgânicos na forma aquosa constituída por polímeros, aditivos orgânicos e cargas minerais Colas de resinas de reacção (R) - Mistura de resinas sintéticas, cargas minerais

(49)

27 O sistema tradicional do uso da argamassa como meio de fixação é sempre em camada espessa (5 a 20 mm) e tem acção complementar de regularização (mais ou menos importante) das superfícies a revestir (Figura 2.17).

Todos os outros processos, com recurso a cimento-cola ou colas, são do tipo de camada fina (2 a 5 mm) (Figura 2.17).

Figura 2.17 – Tipos de camadas de aplicação [7]

Segue-se no Quadro 2.15 um resumo de designações aplicadas aos materiais para fixação por contacto e respectivos significados.

Quadro 2.15 – Propriedades das colas a ter em conta na aplicação em obra [7] e [24]

Designações Definições

Tempo de vida útil Tempo em armazém durante o qual uma argamassa mantém as suas propriedades

Tempo de repouso Intervalo de tempo necessário desde a preparação até ao uso Tempo de vida Máximo intervalo de tempo até ao uso

Tempo aberto Máximo intervalo de tempo para acabamento desde a aplicação

Tempo de presa Intervalo de tempo a partir do fabrico das argamassas até começa a endurecer

Tempo de endurecimento

Tempo necessário para que a argamassa desenvolva a sua resistência

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28

É importante considerar regras gerais para adequação ao uso, de forma a garantir que o comportamento esperado da obra final seja alcançado.

Assim deverá ter-se em conta:

 Características dos revestimentos e pavimentos cerâmicos, tendo em atenção a porosidade aberta, o desenho do tardoz do elemento a colar, a espessura da peça, o peso, (particular atenção para o caso do revestimento de fachadas) e a geometria da peça;

 Características do suporte a revestir e requisitos funcionais (tensões, cargas mecânicas, comportamento térmico e higrométrico, enquadramento estético e dureza, porosidade, estado de conservação e limpeza do suporte e ainda a resistência e planaridade do mesmo);

 Condições ambientais adequadas à colagem e posterior endurecimento (temperatura ambiente, condições de humidade, riscos de gelo e ambientes agressivos);

 Posição da superfície a revestir (horizontal e vertical como casos limite);  Adequação da superfície revestida ao uso previsto. [7]

Relativamente aos materiais que garantem a adesão, cimento-cola e colas, são de considerar os requisitos essenciais constantes nos Quadros 2.16, 2.17 e 2.18.

A norma EN 12004 subdivide ainda estes grupos em classes de acordo com as características de desempenho fundamentais e opcionais correspondendo a:

Classes com características fundamentais:  1 – Adesivo normal;

 2 – Adesivo melhorado. Classes de características opcionais:

 E – Adesivo de tempo aberto prolongado;  F – Adesivo de presa rápida;

 T – Adesivo com resistência ao deslizamento vertical.

Deste modo, é possível definir quais os produtos mais adequados para cada aplicação. As classes de cimentos-cola ou adesivos existentes são: C1, C1F,C1T, C1FT, C2, C2E, C2F, C2T, C2TE, C2FT, D1, D1T, D2, D2T, D2TE, R1, R1T, R2 e R2T.

Seguem-se os Quadros 2.19 a 2.21, onde se resumem as aplicações, vantagens e cuidados a ter dos diversos materiais de assentamento por contacto. [7]

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29

Quadro 2.16 – Especificação para cimentos-cola (C) [7] e [24]

Especificação para cimentos-cola (C) Características fundamentais Colas de presa normal

Características Valores de referência

Tensão de adesão inicial

Tensão de adesão após imersão em água

Tensão de adesão após envelhecimento por calor ≥ 0,5 N/mm2 Tensão de adesão após ciclos gelo / degelo

Tensão de adesão: Tempo aberto ≥ 0,5 N/mm2 após mais de 20 min Colas de presa rápida

Características Valores de referência

Tensão de adesão inicial ≥ 0,5 N/mm2 após não mais de 24 h Tensão de adesão: Tempo aberto ≥ 0,5 N/mm2 após mais de 10 min Determinação à resistência ao deslizamento ≤ 0,5 mm

Características opcionais Características especiais

Características Valores de referência

Deslizamento ≤ 0,5 mm

Características adicionais

Características Valores de referência

Tensão de adesão inicial elevada

Tensão de adesão após imersão em água elevada ≥ 1 N/mm2 Tensão de adesão após envelhecimento por calor elevada

Tensão de adesão após ciclos gelo / degelo elevada

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Quadro 2.17 – Especificação para colas em dispersão aquosa (D) [7] e [24]

Especificação para colas em dispersão aquosa (D) Características fundamentais

Características Valores de referência

Resistência inicial ao corte ≥ 1 N/mm2

Resistência ao corte após envelhecimento por calor

Tensão de adesão: Tempo aberto ≥ 0,5 N/mm2 após de 20 min Características opcionais

Características Valores de referência

Deslizamento ≤ 0,5 mm

Características adicionais

Características Valores de referência

Adesão após imersão em água Adesão a alta temperatura ≥0,5 N/mm2 ≥1 N/mm2

Tensão de adesão: Tempo aberto prolongado ≤ 0,5 N/mm2 após mais de 30 min

Quadro 2.18 – Especificação para colas de resinas de reacção (R) [7] e [24]

Especificação para colas de resinas de reacção (R) Características fundamentais

Características Valores de referência

Resistência inicial ao corte ≥ 2 N/mm2 Resistência ao corte após imersão em água

Tensão de adesão: Tempo aberto ≥ 0,5 N/mm2 após 20 min Características opcionais

Características Valores de referência

Deslizamento ≤ 0,5 mm

Características adicionais

Características Valores de referência

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31

Quadro 2.19 – Resumo da aplicabilidade dos cimentos-cola (C) [7]

Cimentos-cola (C)

Aplicações típicas Vantagens Cuidados

Com aditivos orgânicos e inorgânicos Aplicação interior de mosaicos, azulejos e tijoleiras de grés de porosidade média Suporte à base de cimento Colagem de peças cerâmicas porosas no interior das edificações No acto da colagem as peças não sofrem deslizamento

Rapidez de aplicação Custo controlado

O suporte deve apresentar uma boa planeza e limpeza Derivados celulósicos Recomendando para pavimentos interiores e exteriores, revestimentos interiores e piscinas. Elevada resistência à água Necessidade de controlar a espessura, que nunca deve ultrapassar 10 mm.

Aplicação após boa estabilização do suporte Ligantes mistos orgânicos e inorgânicos Recomendado para revestimentos de fachadas, pavimentos de tráfego intenso, com peças de pequeno e grande formato com porosidade alta e baixa. Aplicação nos revestimentos de fachadas Reparação de pavimentos antigos não absorventes Alta flexibilidade

Aplicação após boa estabilização do suporte.

Necessidade de controlar a espessura, que nunca deve ultrapassar 10 mm.

Baixa porosidade do suporte Aluminoso com ligantes mistos Colocação de peças cerâmicas pouco absorventes em todos os tipos de suporte (excepto em pavimentos de madeira). Aplicação em colagem simples de peças até 60x60x1.5.

Aplicação rápida das peças Renovação de pavimentos Colocação em ambientes frios Elevada rentabilidade de aplicação

Remoção de resíduos e produtos de conservação de anteriores aplicações Eventual necessidade de limpeza com detergentes no caso de recuperação

Aplicação após boa estabilização do suporte.

Necessidade de controlar a espessura, que nunca deve ultrapassar 10 mm. Baixa porosidade do suporte Dois componentes com resinas Colocação do Cimento-cola em pavimentos de betão e cerâmica antiga e em revestimentos de paredes de betão, reboco ou cerâmica antiga Elevado poder de colagem Colagem de peças cerâmicas de grandes formatos Reparação de pavimentos

Remoção de resíduos e produtos de conservação de anteriores aplicações Aplicação após boa estabilização do suporte.

Necessidade de controlar a espessura, que nunca deve ultrapassar 10 mm.

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32

Quadro 2.20 – Resumo da aplicabilidade de colas em dispersão aquosa (D) [7]

Colas em dispersão aquosa (D)

Aplicações típicas Vantagens Cuidados

Pasta adesiva Colocação em todo o tipo de pavimentos e revestimentos (gessos tradicionais, gessos projectados, pré-fabricados de gesso, rebocos e betão, fibrocimento, betão celular, madeira prensada, etc), excepto metal.

Não necessita de preparação (em pasta) Reparação de pavimentos e revestimentos

Colagem sobre qualquer tipo de suporte

Aplicação após boa estabilização do suporte

Quadro 2.21 – Resumo da aplicabilidade de colas de resinas de reacção (R) [7]

Colas de resinas de reacção (R)

Aplicações típicas Vantagens Cuidados

Resina Epoxy Cola aplicada em revestimentos e pavimentos de indústrias químicas, laboratórios,

lavandarias, tinturarias, piscinas e termas.

Aplicação em ambientes quimicamente agressivos Aplicação sobre o metal

Custo do produto elevado, sendo a sua utilização devidamente justificada

2.4.EXIGÊNCIAS APLICÁVEIS AO SUPORTE

Os suportes de revestimentos cerâmicos devem apresentar-se estáveis, sãos, secos e livres de qualquer contaminação. Os suportes em betão devem estar isentos de produtos de desmoldagem, a não ser que seja comprovada a sua compatibilidade com os trabalhos de revestimento. A decapagem deste tipo de produtos pode ser efectuada na altura da desmoldagem das peças, com água a alta pressão ou sobre o betão endurecido, por picagem, decapagem com jacto abrasivo de areia ou com água a muito alta pressão (pelo menos 400 bar).

Os suportes à base de cimento devem secar por períodos mínimos que vão de 4 semanas a 6 meses, dependendo do seu tipo, espessura e das condições ambientais a que é sujeito. Os suportes à base de gesso devem curar, pelo menos, 4 semanas e secar completamente. As membranas e painéis que sirvam de suporte a revestimentos cerâmicos devem apresentar-se rígidos e sem deformações.

É também de referir a exigência de compatibilidade suporte – sistemas de revestimento com ladrilhos cerâmicos, do ponto de vista mecânico, geométrico e químico.

A compatibilidade mecânica está relacionada com o módulo de elasticidade e a resistência à tracção do suporte e do revestimento, procurando-se evitar que as tensões instaladas provoquem degradações.

Referências

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