CoMPLIcAÇö1‹:s
NEUROLÓGICAS
Do
HIV-1
EM
CRIANÇAS
z -
nv
REVISAO
DA
LITERATURA
Monografia apresentada à Universidade Federal de
Santa Catarina para a conclusão no Curso de Graduação
em
medicinaE
FLORIANÓPOLIS
D
DENISE
LEAL
CQMPLICAÇÕES
NEURQLÓGICAS
no
mv-1
EM
CRLANÇAS
REVISÃo
DA LHERATURA
V
Monografia apresentada à Universidade Federal de
Santa Catarina, para obtenção no Curso de Graduação
em
Medicina. sCoordenador do curso: Dr. Edson José Cardoso Orientador: Dr. Eugênio Grillo
Co-orientador: Dr. Ronaldo José
Melo
da SilvaFLoR1ANÓPoL1s
Trabalho de conclusão no Curso de Graduação em medicina, - Universidade
Federal de Santa Catarina.
l.Complicações neurológicas do HIV-1 em crianças - Neuropediatria 2.
Agradeço
aosmeus
orientadores: Dr. Eugênio, por toda a atenção epaciência; e ao Dr.
Ronaldo
pela compreensão.Agradeço
atodosos
meus
amigos,em
especial aminha
duplade
plantãoTatiana pelo apoio incondicional durante todo
o
curso. ~'
À
minha
família e ameu
marido: obrigada portomarem
estesonho
ÍNDICE
1. Introdução ... ..
2. objetivo ... .. 3. Revisão
da
literatura ... ..3.1 Características
do víms
... ... ..04
3.2
Mecanismos
da
disfunção neurológica ... ..3.3 Manifestações neurológicas pela ação direta
do
vírusno
SNC
3.3.1 Encefalopatia progressiva associada aoHIV
... ..3.3.2 Encefalopatia estática ... ..
3.3.3 Encefalopatia
com
envolvimento dasfimções
mentais ... ..3.4 Patogênese e patologia
da
encefalopatia associadaao
HIV
.... ..3.5
Neuroimagem
da
encefalopatia associada aoHIV
... ._3.6 Tratamento
da
encefalopatia associada aoHIV
... ..3.7
Complicações
neurológicas secundárias ... ..3.7.1 Infecções ... .. 3.7.2 Neoplasias ... .. 3.7.3
Complicações
cerebrovasculares ... .. 4. Conclusões ... ... ..20
5. Referências bibliográficas ... ..Normas
adotadas ... ... ... .. .32
Resumo
... ..Summary
... ... ..54
O
primeiro casoda
síndromeda
imunodeficiência adquirida(SIDA)
foiregistrado
em
1981 e, desde então,o
número
de casosaumentou
rapidamente,alcançando proporções epidêmicas.l*2
A
maioria dos casos de infecção pelo vírusda
irnunodeficiênciahumana
GIIV)
nosEstados
Unidos
ocorriaem
homens
homossexuaisou
bissexuais eem
usuários de drogas endovenosas
(gmposde
risco);mas
em
1987
começou
a haveruma
preocupaçãocom
o
aumento da
transmissão heterossexualdo
vírus.3”4Dos
casosem
que
a transmissãodo
vírus sedava
através de contatoheterossexual,
79%
eram
mulheres e destas,82%
seencontravam
em
idade fértil(entre 13 e
39
anos) tendo assim implicações importantes na transmissão perinataldo
I-IIV.3O
primeiro caso pediátrico foi notificadoao
Centrode
Controlede
Doenças
(CDC)
nos EstadosUnidos
em
novembro
de
1982.4Alguns
dos primeiros casos deSIDA
em
crianças resultaram de transfusõesde
sangue e derivados contaminados,mas
a maioria(80%)
ocorreu por viatransplacentária durante a gestação, por exposição ao sangue
matemo
duranteo
parto
ou
no
período de lactação.”Em
Agosto
de 1997, jáhaviam
sido notificados 3.865 casos pediátricosde
SIDA
no
Brasil?A
taxade
transmissão demãe
para filho é de13-33%
na
ausência de terapia antiretroviral.'°"3Amãe
geralmente encontra-se assintomáticamas
possui*
2
O
HIV
apresentaum
acentuado neurotropismo, sendo encontradoem
maior
concentração
no
sistema nervoso central(SNC)
que
em
outros tecidosou
no
sangue.¡6'"'É possível se obter
HIV
usando o
líquorou
tecido cerebralcomo
meio
de cultura; assimcomo
antígenos virais e anticorpos anti-HIVpodem
serencontrados nestes tecidos,
mesmo
quando não há produção de
anticorpos sistêmicos."Em
1983,um
estudo realizadoem
50
pacientesdemonstrou
manifestaçõesneurológicas
em
adultoscom
SIDA.”
Posteriormente,foram
relatados casos pediátricoscom
complicações neurológicas eem
1985 foi identificada encefalopatia progressivaem
criançascom
SIDA.¡9'2°Foram
encontradas anormalidades neuropatológicasem 80%
das necrópsiasrealizadas
em
pacientescom
SIDA.'8'2°*2'Dentre os pacientes sintomáticos infectados pelo
HIV
nos Estados Unidos,o
acometimento
neurológicotem
sido relatadoem
maior proporçãoem
crianças(50-80%) quando comparado
a adultos (30-50%).l9Este
achado
éum
reflexo
da maior
susceptibilidadedo
SNC
imaturo ainfecção pelo
HIV.
Acredita-seque o
vírus tenha maior tropismo por célulasdo
SNC
que
aindapossuem
capacidade de proliferação durante a vida intra-uterina."'22 I
As
manifestações neurológicas são freqüentesna
infecção pelo I-IIV,especiahnente
em
crianças. _Na
prática cotidiana, entretanto, estas manifestações são habituahnente negligenciadas (observação pessoal), talvez porque as conseqüênciasda
imunodeficiência sejam proeminentes
ou
consideradas prioritárias.O
estudoque
se segue focalizou os aspectos neurológicosda
infecção pelo2.
0BJETIvo
O
objetivo desta revisão é familiarizar pediatras, infectologistas eneurologistas
com
as manifestações neurológicasda
infecção peloHIV-1
em
crianças.
4
3.
REv1sÃo
DA
LITERATURA
3.1
CARACTERÍSTICAS
no
VÍRUS
O
HIV,
agente etiológicoda
SIDA,
foi identificadopem 1984.23 Trata - sede
um
retrovírus (por possuir aenzima
transcriptase reversaque
transcreveRNA
em
DNA)
pertencente a subfamília lentivírus.24Os
lentivírus são capazesde
causarinfecção persistente,
possuem
mecanismos
para escapardo
sistema imunológico,como
amutação
rápidada
glicoproteínado
seu envelope protéico, etambém
podem
integraro genoma' da
célula hospedeira, estabelecendoum
estadode
latência.”
Este vírus foi
denominado
inicialmente “vírus associado a linfoadenopatia”(LAV)25,
também
foichamado
de vírus linfotrópico para célulasT
humanas
tipoIII
(HT LV-
III) 23, e vírus relacionado aSIDA
(ARV).27Hoje
é conhecidocomo
“vírusda
imunodeficiênciahumana”
(I-IIV)28 ecaracteriza-se por seu tropismo pela proteína
CD4
contida nos linfócitos T429 ,que
são destruídos levando a perdada
imunidade celular.”H
Uma
variantedo
HIV
foi isoladaem
pacientes afiicanos e recebeuo
nome
de
HIV-2.
Este sorotipo é40-50%
semelhanteao
I-IIV-l quanto ahomologia
totalde
seqüência de nucleotídeos,
porém
difere nas proteínasdo
envelope ena
presençado
gene vpu, que está presenteno
I-IIV-1mas
não
é encontradono HIV-2, que
por sua vez possui
o
genevpx que
não
apareceno
HIV-1.30O
HIV-2
causauma
síndrome semelhante à produzida peloHIV-1,
todaviaparece ser
menos
virulento e possuirum
períodode
latência mais longoque
o
HIV-1.3'Apesar
de a maioria dos casos de infecção peloHIV-2
terem sido notificadosna
região oesteda
África, jáforam
encontrados vários casosna
América
do
Norte.3°'3'
O
HIV-1
também
pode
infectar outras células,como
asda
linhagem macrófagos-monócitosque expressam
a proteínaCD432
e algumas célulasdo
sNc.”~”
3.2
MEcAN1sMos DA
D1sFUNÇÃo
NEUROLÓGICA
O
sistema nervoso imaturo das crianças infectadas peloHIV
pode
ser afetadotambém
por doenças maternasou
comportamento
de alto risco durante agestação.
Alguns
fatores estão relacionadoscom
desordensmatemas
associadas aSIDA
ou
infecções oportunistas, outroscom
o
comportamento materno
ou
condições
como
uso de drogas (lícitasou
ilícitas), desnutrição e cuidados prénatais inadequados.38*39
Nas
crianças infectadas verticalmente peloHIV, as
comorbidades
(como
prematuridade, desnutrição, infecções congênitas, infecções de repetição) são condições
que pioram o
prognóstico, epodem
atémesmo
ser a principal causa dos distúrbios neurológicos.38*4°A
lesãodo
SNC
pode
ser causada pelo próprio I-IIVou
por complicaçõessecundárias a ele39°'“
(Quadro
I).A
infecção diretado
SNC
peloHIV
é a causa mais'comum
de transtornos neurológicosem
criançascom
SIDA4245
, já as infecções oportunistas sãomais
raras
que
nos adultos, provavelmenteporque
as criançasnão
tiveramtempo
de
entrar
em
contatocom
estes germes,não havendo
infecção latente que possa serQUADRO
I-Mecanismos
de
disfunçâ-ii neurolzgica- associadaao
HIV-1
i
1-
Ação
diretado
vírussobre
o
SNC:
.- encefalopatia progressiva - encefalopatia
não
progressiva - sinais corticoespinhais l2-
Mecanismos
indiretos:-
AVC
(isquêmicosou
hemorrágicos) - infecções oportunistasV
- linfomas (neoplasias)
3-
Outros
fatores relacionados:3.1 pré/Qerinatais
- infecções maternas - desnutrição materna - pré natal inadequado - uso de drogas ilícitas
- terapia antiretroviral (toxicidade) - prematuridade e suas complicações
3.2
pós
natais- infecções extraneurológicas - hipoestimulação
_
- toxicidade
da
terapia antiretroviral - transtornos nutricionais e metabólicos'°
Àdaptado
de Behrian e cols.24'35"'9As
infecções oportunistas setomam
mais prevalentesna medida
em
que
aumenta
a sobrevida, devido ao uso de terapia antiretroviral.”As
manifestações neurológicas mais freqüentes associadas a infecção pelo I-IIVem
crianças são aquelas secundárias a ação diretado
vírus sobreo
SNC,
que
clinicamente se manifesta de 3 formas: encefalopatia progressiva, encefalopatia estática e encefalopatiacom
envolvimento das funçõesmentais.¡9'48'49
Pode
havertambém
envolvimentoda
medula
espinhalcom
degeneraçãodos
tratos corticoespinhais,
o que
determinaou
agrava as manifestações piramidaiscomo:
fraqueza, perda das aquisições motoras, hipotonia inicial que progride parahiperreflexia, espasticidade, tremor, ataxia e distúrbios
de
marcha.Mais
raramente,
pode
se observar rigidez e sinais extrapiramidais.”A
presençade
encefalopatiaem
crianças infectadas pelo I-IIV indicaum
prognóstico pobre e a estimativa
de
sobrevida é de22 meses
apóso
diagnóstico.”
3.3
MANIFESTAÇÓES NEUROLÓGICAS
PELA
AÇÃO
DIRETA
no
VÍRUS
No
SNC
Para substituir os vários termos encontrados
na
literatura para designar asdesordens neurológicas produzidas diretamente pelo I-IIV
no
SNC
de pacientespediátricos, sugeriu-se “encefalopatia progressiva
da
infância associadaao
HIV”.5*
Com
o
tempo, outros padrões de encefalopatiaforam
sendo descritos, baseadosna
progressão e severidade dos déficits neurológicos.Embora
a8
diversidade -de padrões encontrados
na
prática clínicaque
muitas vezes sesucedem
ou sobrepõem
em
um
mesmo
paciente.”De uma modo
geral,o
termo “encefalopatia associadaao
HIV”
abrangeuma
constelação de sintomas cognitivos, motores e comportamentais, presentes
em
crianças infectadas pelo HIV.39°523.3. 1
ENCEFALo1>A
TIAPROGRESSIVA
Assoclzwzi
Ao
HIV
O
termo encefalopatia progressiva éusado
para designar amais
severamanifestação neurológica
da
infecção peloHIV;
que
tem
como
manifestações essenciais:comprometimento no
crescimento encefálico (microcefalia adquirida verificada pormedições
seriadasdo
perímetro cefálico), retardoou
perda nasaquisições psicomotoras e/ou déficit
motor
simétrico adquirido”(Quadro
II).Sinais extrapiramidais e cerebelares (rigidez, ataxia, distonia e tremor)
aparecem
mais raramenteConvulsões
geralmente indicam complicação porinfecção oportunista
ou
acidentes vasculares cerebrais.4°*52O
início dos sintomasda
encefalopatia nas criançasque
contmíram o
HIV
verticalmentecostuma
ocorrer entre os 2meses
e os 5 anosde
idade. 42QUADRO
II -Manifestações
clínicasda
encefalopatia associadaao
HIV*
FREQÚENTES
VMENOS
FREQÚENTES
Comprometimento
cognitivo Sinais extrapiramidais e cerebelaresMicrocefalia adquirida
Convulsões
Retardo
no
DNPM
Sinais motores
`
'
1-ur'
A
encefalopatiapode
evoluir de maneirasubaguda
progressiva,com
perdaprogressiva de aquisições psicomotoras,
ou
pode
cursarcom
períodos dedeterioração intercalados
com
períodosde
relativa estabilidade neurológica.Em
outros . casospode
haveruma
deterioração rápida, resultandoem
comprometimento
severo das funções mentais e quadriparesia espástica.'9*49Mais
raramentepode
ocorrerum
cursoem
platô, durante o qual a criança adquirepouca
ou
nenhuma
habilidade psicomotora,mas também
não se observa perda das aquisições prévias (vide Figura l).'9°49A
encefalopatia progressiva habitualmente indica rápida progressãoda
imunodeficiência e prognóstico fechado.”
M
*estático \\°§em
platô ¢prog1'essivo Idade .mental Idade arena/šgicaFIGURA
1 - Representação esquemática dos diferentes cursos de encefalopatia1
O
3.3.2
ENCEFALOPATIA ESTÁ
TICA
Em
25%
dos casos a encefalopatia é estática,com
déficits cognitivos emotores não
progressivos.49°54Clinicamente
pode
haver retardo mentalque
varia de leve amoderado;
déficitatencional, hiperatividade e problemas
com
a expressão verbal.”Envolvimento
motor
ocorrena
maioria dos pacientes; variandode
leveaumento do
tônus e hiperreflexiaem
membros
inferiores a diplegia espástica.As
medições
seriadasdo
perímetro cefálicomostram
um
crescimento cerebralestável, apesar de
permanecer sempre
abaixodo
percentil 50.'9'49*54Estas crianças continuam a adquirir
algumas
habilidades enão
se observa decréscimo nos coeficientes de inteligência,que
permanecem
estáveis.19*49*543.3.3
ENCEFALOPAT
IACOM
ENVOL
VIMENT
0
DAS FUNÇÕES
MENTAIS
Um
estudo prospectivo realizadoem
Rwanda
comparando 218
criançasinfectadas pelo
HIV com
crianças soronegativas demães
soropositivas,mostrou
que
ocomprometimento
leve das funções mentaispode
preceder asmanifestações imunológicas
em
pacientes pediátricos infectados peloHIV.”
As
criançasque
sobrevivem maistempo
estão sujeitas a complicaçõesmenos
severas,A
incluindo'
comprometimento
neurológico,que
émenor
quando
comparado
com
aquelasem
quem
adoença
se desenvolveu maiscedo.”
Achados
mais sutiscomo
perda de memória, tremores nas mãos, retardo nashabilidades motoras fmas, déficit atencional, apatia, depressão e labilidade emocional
costumam
estar presentesem
crianças maiores (pré escolares eSinais e sintomas comportamentais
costumam
ser notadosem
escolaressendo relatada a diminuição
do
interesse pelo ambiente,embotamento
afetivo, depressão, agitação, impulsividade extrema emudanças
súbitas de humor.24*49O
comprometimento da
linguagem é freqüente ecostuma
afetarmais
alinguagem expressiva
em
comparação
com
a receptiva,podendo
serum
indicadorprecoce de
doença
neurológica associadaao
HIV.57°58A
Outra manifestação descrita
em
criançascom
HIV
éo
comprometimento da
visão° 139,59
é
b
1espacia , por
m
a iteratura so re este assunto e escassa.3.4
PAToGÊNEsE
E
PAToLoG1A
DA
ENCEFALOPATIA
Assoc1ADA
Ao
HIV
Tem
sido propostoque o
HIV
pode
afetar diretamenteo
SNC
ou
infectar célulasque quando
morrem
liberam toxinas,como
citocinas e fatorde
necrosetumoral,
que
seriam os responsáveis pela disfunção neural. Outromecanismo
indireto causador de
dano
neural seria a resposta imunológicado
hospedeiro aovírus,
que
determinaria processo inflamatórioque
por sua vez lesariao
tecidonervoso.”
Ainda não
se sabe exatamentecomo
o
HIV
ultrapassa a barreirahematoencefálica,
uma
possibilidade seria a infecção de célulasdo
endotélio vasculardo
SNC
através deuma
viremia; outra hipótese é achamada
“cavalo de Tróia”,onde
-o
HIV
entrariano
SNC
transportado pela célula que estivesse infectando.22'°1'
O
vírus é capaz de infectar monócitos emacrófagos
quepodem
servirde
transporte parao
virus.6° Acredita-seque
os monócitos sejam responsáveis pelarenovação
da
micróglia, penetrandono
SNC
e se diferenciando; maneira pelo qualo
HIV
poderia infectaro
SNC
utilizando-se deum
mecanismo
fisiológico.12
Por
outro lado, esta teorianão
seria válida se a renovação microglial ocorressepor proliferação local, assunto
que
gera controvérsia.”Macrófagos
infectadoscom
o
víms
jáforam
detectados nas paredes dasartérias cerebrais de crianças
com
arteriopatia causada peloHIV,
provavelmente porqueforam
atraídos parao
foco deinflamação
emesmo
confinados
durante a organizaçãodo trombo que
ocluiu o vaso sangüíneo.62As
célulasdo
plexo coróidetambém podem
terum
papel importantena
patogênese pois
podem
servir de reservatório para oHIV
duranteo
períodoassintomático
da
doença. Isto principalmente nos casos de contaminação viavertical
do
virus.63Partículas e antígenos
do
HIV
jáforam
encontradosem
astrócitos localizadosna
substância branca subcortical36*64, nas célulasdo
endotéliodo
sistema nervosode crianças soropositivas6° e
também
em
neurônios imaturos”mostrando que
o
vírus
tem
capacidade de infectar outros tipos de célulasno
SNC
além
daquelasderivadas
da
linhagem monocítica (macrófagos, monócitos, micróglia e célulasgigantes multinucleadas)§° (Figura 2).
Achados
neuropatológicosda
encefalopatia associada aoHIV
incluem: atrofia cerebralcom
aumento
dos ventrículos, infiltrados inflamatórios localizadosna
substância branca e cinzenta (núcleosda
base e tálamoprincipalmente) assim
como
nas áreas perivasculares; infiltrados de micrógliaformando
nódulos e células gigantes multinucleadascom
partículasde
HIV;
que
constituem
o achado
mais característicoda
encefalopatia associadaao
HIV.
A
calcificação dos núcleos
da
base é encontradaem
mais de85%
das necrópsiasde
crianças
com
SIDA,
esegundo
alguns autores,pode
refletir infecção préL1Nl‹¬ócn¬osT 1* ,¡,
---_-P
|MUNom:F1c1ÊNc1A*
O
aê «ré 1* flb rrzväcvraâ/r1›m:í=Aó'cõSNC
Q
â Q
as av *P z 11»‹-
mm»
í,
,Êav*
Qéwzmrúawéúø
/*Ê
am»
aêwQ
fa
âx
; coMPEnÇÃo FAT cn"ocINAsX
NEURor|'oxlNAs \cAPrAÇÃoNEURofmANs1vnsM
Nizunomóncos (mr iu) (ÁcARAQum0N|co..)
“^mRmNEUR°mÓmm
331%”
“IDADE\
$/
XÀLTBARREIRA HE1vlATo1‹:Nc\
mçm
`/\/
wzóvú/
â.<2‹%:.;:§<f
SANGUE
FIGURA
2- Representação esquemática dos possíveismecanismos
patogênicosss
da
encefalopatia pediátrica associada aoHIV. (Adaptado
deHo
e cols.)Mielopatia vacuolar,
um
achado
neuropatológicocomum em
adultoscom
acometimento medular pelo
HIV,
também
já foi descrito nadoença
pediátrica,porém
em
crianças maiores. Mielitepode
ser encontradamas
é rara.”No
líquorpodem
ser encontrados: pleocitose discreta, hiperproteinorraquiaassim
como
aumento da
[32 microglobulina eda
neopterin(um
marcador da
resposta
imune
mediada
por células).O
antígenop24
específicodo
vírus, anticorpos anti-HIV eo
próprioHIV
jáforam
isoladosno
líquor.43'67'69 Pleocitosee hiperproteinorraquia
no
LCR
indicam meningite asséptica,mas
não
são observadas manifestações clínicascomo
nas outras meningites virais.”"
143.5
NEUROIMAGEM
DA
ENCEFALOPATIA ASSOCIADA
AO
HIV
Nos
exames
de neuroirnagem destacam-se as alterações atróficas cerebrais,caracterizadas pela expansão
do
espaço subaracnóide, alargamentodos
ventrículos, das cisternas basais e
da
fissura interhemisférica.O
sulcos corticais tornam-se proeminentes.Na
tomografia
computadorizada, calcificações uniou
bilaterais junto
com
atenuaçãodo
sinalpodem
ser vistas mais freqüentemente nosnúcleos
da
base e substância branca periventricular.Na
ressonância magnética nuclearnão
é possível visualizar as calcificaçõesmas
apenasmudança
de intensidadena
substância branca profunda e núcleosda
base.
Calcificações cerebrais indicam presença de sintomas neurológicos e,
independente
do
grau de atrofia cerebral, estão associadas a atraso significativono
desenvolvimento neuropsicomotorem
cr'ianças.19'7°*713.6
TRATAMENTO
DA
ENCEFALOPATLA Assoc1ADA
Ao
HIV
A
Zidovudina (AZT),um
antiretroviralque
inibe a transcriptase reversaimpedindo
a replicação viral,tem
capacidade de ultrapassar a barreirahematoencefálica,
mas
seus efeitos tóxicos,como
a supressãoda medula
óssea,muitas vezes contra-indicam seu uso.4°°72'73 `
A
associação- deAZT
via oral e gamaglobulina viaendovenosa
mostrou-sebenéfica
no
tratamento deuma
criança de 3 anoscom
encefalopatia causada peloHIV."
O
uso de clonidina,um
agonista seletivo alfa adrenérgico, nos sintomas comportamentais presentesem
criançascom
encefalopatia secundáriaao
HIV,
épreconizado por alguns autores
com
objetivode
melhorar a qualidadede
vidadestes pacientes.”
A
prednisona mostrou-seeficaz
no
tratamento de2
criançascom
encefalopatia peloHIV.
Acredita-seque
os corticóidespossam
modular a
produção
de fator de necrose tumoralou
reduzir seu efeito nocivono
tecidonervoso, por outro lado,
há o
risco de acelerar a infecção primáriaou
predispor ainfecções oportunistas.76
Alguns
autores acreditamque
o usodo
chamado
“coquetel”, isto é, aassociação de
AZT
com
outros antiretroviraiscomo
a
Didanosina (ddl),Zalcitabina (ddC),
Lamivudina (3TC)
ou
Stavudina (d4T) reduziria a toxicidade eo
aparecimento de cepasdo HIV-1
resistentes às drogas, sendo portantoo
tratamento mais promissor
da
encefalopatia pediátrica.”De
fato,a combinação
de 3 destas drogas já éusada no
tratamentoda
doença
peloHIV em
adultos,porém
faltam estudos sobre adosagem
em
crianças,além
de esclarecimentos a respeitoda
toxicidade e possíveis complicaçõesno uso
pediátrico destes
medicamentos.”
`A
monoterapiacom
AZT
parece sermenos
eficaz que
a monoterapiacom
ddl, eo
uso de ddl associadocom
AZT
em
dose baixapode
ser a solução para reduzir os efeitos tóxicosdo
AZT."
Quando
se considerao
usode
AZT
em
gestantesHIV
positivasno
sentidode
inibir a transmissão vertical
do
vírus, deve-se terem
mente que
o efeitodo
AZT
diminuicom
atempo
prolongado de uso eo
rápido desenvolvimentode
resistência a esta droga
pode
levar a transmissãodo
vírus resistente ao feto,o
que
dificultaria seu tratamento após
o
nascimento."Mesmo
assim,o
AZT
continua sendo a drogarecomendada
pelo “centro para controle de doenças”(CDC)
para profilaxiada
transmissão verticaldo
vírus(diminui de
26%
paras%).”
A
,_
1.6Medidas
suportivasque
incluiriam vacinação, nutrição adequada,imunoglobulinas, profilaxia das infecções oportunistas, estímulo
neuropsicomotor, apoio psicológico e tratamento das complicações
cerebrovasculares e neoplásicas são importantes
no
sentido de melhorar a qualidade de vida das crianças e de suas fan1ílias.4°°74”8°3.7 CoM1>L1cAÇõ1‹:s
NEURoLÓG1cAs
SECUNDÁRIAS
Perfazem
20%
das complicações neurológicasem
pacientes pediátricosinfectados pelo
HIV.”
3.7.1
INFECÇÕES.°
A
imunodefic-iência facilita a infecção neurológica porgermes
oportunistas,especiahnente aqueles
com
tropismo parao
SNC.”
.As
infecções oportunistasdo
SNC
são rarasem
crianças (apenas8%
de
acordo
com
Belman), principalmentequando
sua incidência écomparada
àquelaem
adultos(50%
de acordocom
Gray).2'*4°°52*8l Destas, as maiscomuns
sãoaquelas produzidas pelo Citomegalovírus e
Candida
albicans. 19O
citomegalovíruspode
ser adquirido intra-utero e ser reativado,causando
uma
infecção visceral difusacom
encefalite nodular.Apesar de
raro,o quadro de
encefalite por Citomegalovírus é grave e
na
maioria das vezes, fatal.”A
literatura sobre a infecção porToxoplasma
gondiina
presençade
HIV
éescassa, provavelmente devido a sua baixa incidência.
A
toxoplasmosepode
causar
uma
meningoencefalite nccrotizanteem
criançascom
SIDA,
sendo
manifestada por febre, alterações de consciência, déficits focais, convulsões e sinaisde
hipertensão intracraniana. Alteraçõesna
tomografia computadorizada,como
múltiplas lesões isoou
hipodensas, captação anelarde
contrastenos
hemisférios cerebrais e núcleos
da
base são indicativas de toxoplasmose.”Crianças imunodeprimidas, estão mais sujeitas
a
infecção pelo vírusHerpes
zoster,
que
se manifesta deforma
mais severado que
em
criançasimunocompetentes,
podendo
evoluircom
complicações neurológicas (meningoencefalite asséptica, mielite transversa)que
estão associadas a altamortalidade.”
A
As
infecções por outrosgermes
oportunistas (Crzyptococcus neoformans,Aspergillus ƒumigatus,
Mycobacterium
tuberculosis,Mycobacterium avium
intracellulare e Coccidioides immítis, etc.),
costumam
ocorrerem
criançasmaiores pois necessitam
da
reativação de infecções latentes.”A
incidência é diretamente proporcional a idadedo
hospedeiro.Na
medida
em
que
melhora a terapia antiretroviral, a sobrevida vaiaumentado
ea
probabilidade de contrair infecções oportunistas também.39*42”52
As
criançascom SIDA
também
estão mais susceptíveis a infecçõespor
germes
comuns
como
Streptococcuspneumoniae,
Escherichia coli eHaemophilus
influenza. 1952323.7.2
NEOPLASIAS
O
linfoma primáriodo
SNC
antes raramente encontradona
infância, hoje éuma
das causas maiscomuns
de
lesão neurológicapor
massa
em
criançascom
s1DA.49›*5
O
aparecimento de déficits neurológicos focais, convulsões e deterioraçãomental súbita, às vezes fulminante,
sugerem
a presença de neoplasia cerebral.52›85Exames
deneuroimagem
e biópsiada
lesãofecham o
diagnóstico.Os
achadosna
tomografia
computadorizada incluem:massa
hiperdensaou
isodensa18
com
variável captação de contraste, lesões infiltrantes difusas e lesõesperiventriculares
com
captação de contraste.”A
maioria dos casos de linfomatem
sido relatadoem
pacientes pediátricoscom
idades entre6
meses
e 10 anos.49”853.7.3
COJIRLICAÇÕES
CEREBROVASCULARES
Pacientes
com SIDA
possuem
riscoaumentado
para desenvolver acidentesvasculares encefálicos
(AVES)
em
relação a população normal.A
incidência de casos pediátricosde
AVE
associado àSIDA
segundo Park
,ecols é
de
l.3%
ao
ano. 8°O AVE
deve ser consideradoem
criançascom SIDA
que
desenvolvem
sinais neurológicos focais subitamente, gerahnente hemiparesia.Pode
cursarcom
ou
sem
convulsões 52°”Acidentes vasculares hemorrágicos
costumam
ocorrerna
presençade
trombocitopenia
de
natureza imunológica, já os infartos cerebrais estão associadoscom
arteriopatia dos grandes vasosdo
círculo de Willis e das grandese
médias
artérias meningoencefálicas.38°52*86A
infecção peloHIV
pode
afetar indiretamente os vasos, por possibilitar repetidas infecções neurológicasque
acabam
por lesar a vasculatura. Entretanto,antígenos
do
HIV
demonstradosem
célulasda
camada
íntima de artérias afetadas_e a conhecida capacidade dos retrovíms
em
infectar células vasculares,aumenta
aprobabilidade
da
infecção direta peloHIV
(envolvendo a vasculaturado
parênquima
cerebral e leptomeninge) sero
mecanismo
responsável pelosOs
achados neuroradiológicos são aquelescomumente
encontrados nas complicações cerebrovasculares: infarto, infarto hemorrágico e hemorragia intracraniana.5220
4.
CoNCLUsõEs
A
crescente incidênciada
infecção peloHIV
nas mulheresem
idadereprodutiva levou ao
aumento da
transmissão perinataldo
vírus, cujaconseqüência foi
o
surgimento deum
grandenúmero
de pacientes pediátricoscom
SIDA.
Os
transtornos neurológicospodem
complicaro
cursoda
infecção peloHIV,
e são considerados os indicadores prognósticos mais precoces e importantes
da
doença
sintomática peloHIV
em
crianças.Dentre as manifestações neurológicas
da doença
pediátrica pelo I-HV asmais
comuns
são: encefalopatiacom
perda das aquisições psicomotoras e microcefaliaadquirida; e
também
anormalidades corticoespinhais. .Complicações
neurológicas secundárias a imunossupressãoou
outra condiçãorelacionada a
SIDA
também
podem
ocorrer, assimcomo
complicações devido a comorbidades e terapia. 'O
vírus parece termaior
neurotropismo peloSNC
imaturo,o
que
explicaria a maior incidência de lesão neurológicaem
crianças secomparada
a adultos.O
tratamento antiretroviraltem
mostrado efeitos limitados nas manifestaçõesneurológicas
da
SIDA
em
pacientes /pediátricos.A
eficáciada
terapiacombinada
de
drogas ainda está por ser determinada, assimcomo
as dosagens apropriadaspara crianças.
Melhor
entendimentodo
efeitodo
vírusno
SNC
em
desenvolvimento se faz necessário para
que novas
terapiassejam
instituídas.p
A
curada
SIDA
permanece
um
desafio, portanto a identificação precoceainda são as melhores
armas
para evitar os efeitos devastadoresdo
HIV
no
SNC
22
5.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
Gottlieb
MS,
Schroff R, SchankerHM,
Weisman
JD,Fan
PT,Wolf RA,
et al. Pneumocistys Cariniipneumonia and mucosal
candidiasis in previously healthyhomosexual men:
evidenceof
anew
acquired cellularimmunodeficiency.
N
Engl JMed
1981; 305:l425-31.Curran
JW,
Morgan
WM,
Hardy
AM,
JaffeHW,
Darrow
WW,
Dowdle
WR.
The
epidemiology ofAIDS:
current statusand
future prospects. Science 1985; 229:1352-7.Chamberland
ME,
Dondero
TJ. Heterosexually Acquired infection withHuman
Imunodeficiency
Vírus _Ann
InternMed
1987; 107(5):763-766Rogers
MF,
PaulineTA,
StarcherET,
Noa
MC,
Bush
TJ, JaffeHW.
Acquired
Immunodeficiency Syndrome
in Children: Report of Centers for Disease Control National Surveillance,1982
to 1985. Pediatrics 1987; 79:1008-14.
llpdatez acquired
immuno
deficiencysyndrome
- United States.MMWR
1986; 351757-66.
Update: acquired
immunodeficiency syndrome (AIDS)-
worldwide. Centers for Disease Control.Jama
1988; 259:3104-7.Davids
MK.
Vertical transmissionof
HIV.
JAMA
1988; 260:30-1.Pyun
KH,
Ochs
HD,
DuffordMTW,
Wedgewood
RJ. Perinatal infection withhuman
immunodeficiency
virus.N
Engl JMed
1987
; 317:61 1-4.AIDS
Boletim Epidemiológico. Ministérioda Saúde
- coordenação nacional10.
Mok
JQ, Giaquinto C,De
RossiA,
Grosch-Womer
I,Ades AE,
Peckham
CS.
Infantsbom
to mothers seropositive forhuman
immunodeficiency
virus.Lancet 1987; I:1164-68. V
11. Italian Multicentre study. Epidemiology, clinical features
and
prognosticfactors
of
paediatricHIV
infection. Lancet 1988; ii: 1043-5.12.
European
collaborative study. Mother-to-child transmissionof
HIV
infection. Lancet 1988; ii: 1039-42.
13.
European
collaborative study. Childrenbom
towomen
with I-IIV-1infection: natural history
and
risk transmission. Lancet 1991; 337:253-260.I4. Scott
GB,
FischlMA,
Klimas N,
FletcherMA,
DickinsonGM,
LevineRS,
et al.
Mothers of
infants with acquiredimmunodeficiency syndrome:
evidence for both symptomatic
and
asymptomatic carriers.JAMA
1985;253363-ó.
3 E
15.
Minkoff
H,Nanda
D,Menez
R, Fikrig S. Pregnancies resulting in infantswith acquired
immunodeficiency syndrome
orAIDS
related complex: followup of
mothers, childrenand
subsequentlybom
siblings. ObstetGynecol
1987; 69:288-91. L
16.
Ho
DD,
Rota
TR,
SchooleyRT,
Kaplan
JC, Allan JD,Groopman
JE, et al.Isolation of
HTLV
IIIfrom
cerebrospinal fluidand
neural tisssuesof
patients with neurologicsyndromes
related to the acquiredimmunodeficiency
syndrome.N
Engl JMed
1985; 313:l493-7.17.
Haney
PJ, Yale-1oehr~AJ,Nussbaum AR,
Gellad FE.Imaging of
infantsand
childrenwithAIDS.
AJR
1989; 152: 1033-41.18. Snider
WD,
Simpson
DM,
Nielsen S,Gold
JWM,
Metroka CE, Posner
JB.Neurological complications
of
acquiredimnme
deficiencysyndrome:
24
19.
Behnan AL, Ultmann
MH,
Horoupian D,
Novick
B, Spiro AJ, RubinsteinA, et al. Neurological complications in infants
and
children withAcquired
Immune
Deficiency Syndrome.
Anna
Neurol
1985; l8:560-6.20. Epstein
LG,
SharerLR,
JoshiVV,
FojasMM,
KoenigsbergerMR,
Oleske
JM.
Progressive Encephalopathy in Children with AcquiredImmune
Deficiency Syndrome.
Ann
Neurol
1985; 17 :488-97.21.
Gray
F, Gherardi R, Scaravilli F.The
neuropathologyof
AcquiredImmune
deficiency
syndrome
(AIDS). Brain 1988; l1l:245-66.22.
Dickson
DW,
MattiaceLA,
Kure K,
HutchinsK,
Lyman
WD,
Brosnan CF.
Biology
of
disease: Microglia inhuman
disease, withna
emphasison
acquired
immune
deficiency syndrome.Lab
inves 1991; 64(2):l35-56.23. Popovic
M,
Samgadharan
MG,
Read
E, GalloRC.
Detection, isolation,end
continuous production of cytopatic retroviruses(HTLV-
III)from
patients with
AIDS
and
pre-AIDS.
Science 1984; 2241497-500.24.
Behnan AL.
AcquiredImmunodeficiency Syndrome
and
the Child's2
Central
Nervous
System. Pediatr ClinNorth
Am
1992; 39:691-715.25.
Narayan O, Clements
JE. Biologyand
pathogenesisof
lentiviruses. JGen
Virol 1989; 7011617-39.
26. Barré-Sinoussi F,
Chermann
JC,Nugeyre
MT,
Chamaret
S, Gruest J,Dauguet
C
, et al. Isolationof
aT-Lymphotropic
retrovimsfrom
a patient atrisk for
Acquired
Immune
Deficiency
Syndrome
(AIDS). Science 1983;220:868-71. `
27.
Levy
JA,Hoffman
AD,
Kramer
SM,
Landis JA,Shimabukuro
JM,
Oshiro LS. Isolationof a
lymphocytopatic retrovirusesfrom
San
Francisco patients withAIDS
. Science 1984; 225:840-2.28. Piszkiewicz
D, Mankarios
S, Holst S, Dillon K.HIV
antibodies in commercialimmune
globulins. Lancet 1986; i:1327.29. Dalgleish
AG,
BeverleyPCL, Clapham
PR, Crawford
DH,
Greaves
MF,
Weiss
RA.
The
CD4
(T4) antigen isna
essencialcomponent of
the receptorfor the
AIDS
retrovirus. Nature 1984; 3122763-730.
Shaw
GM.
Biologia dos virusda
imunodeficiênciahumana.
In:Wyngaarden
JB,Smith
LH,
Bennett JC, eds, Cecil Tratado deMedicina
Intema. 19” ed.
Rio
de Janeiro:Guanabara Koogan;
1993 p.1952-7.31. Hollander H,
Katz
MH. HIV
infection. In:Tiemey
JrLM,
Mcphee
SJ, PapadakisMA,
eds, Current medical Diagnosis&
Treatment. 35"' ed. Stamford:Appleton
&
Lange;1996
p.1135-57. _32.
Ho
DD,
Rota
TR,
HirschMS.
Infectionof
monocyte; macrofagesby
human
T
Lymphotropic
virus type IH. J Clin Invest 1986; 77:1712-5.33. Epstein
LG,
SharerLR,
Cho
ES,Meyenhofer
MF,
Navia
BA,
PriceRW.
HTLV-III\LAV
like retrovirus particles in the brain of patients withAIDS
encephalopathy.
AIDS
Res
1985; 1:447-54.34.
Koenig
S,Gendehnan
I-IE, OrensteinJM,
Dal Canto
MC,
Pezeshkpour
GH,
Yungbluth
M,
et al. Detection ofAIDS
virus inmacrophages
in braintissue
from
AIDS
patients With encephalopathy. Science 1986; 23311089-93.35.
Ho
DD,
Pomerantz
RJ,Kaplan
JC. Pathogenesisof
infection withhuman
immunodeficiency
virus.N
Engl JMed
1987; 317:278-86.36.
Tomatore
C,Chandra
R, Berger JR,Major
EO. HIV-1
infectionof
subcortical astrocytes
im
the pediatric central nervous system.Neurology
1994;44:481-7.37. Ensoli F, Cafaro
A,
FiorelliV,
Vannelli B, Ensoli B, Thiele CJ.HIV-1
V
Infection
of
PrimaryHuman
Neuroblasts. Virology 1995; 210: 221-5.38.
Exhemy
C,Nadal
D. Verticalhuman
immunodeficiency
vims-1 infection:involvement of the central nervous system
and
treatment.Eur
J Pediatr 1996; 155:839-50.26
39.
Belman AL.
Infants, Childrenand
Adolescents. In: Berger JR,Levy
M,
eds,
AIDS
and
theNervous
system. 2” ed. Philadelphia: Líppincott-Raven Publishers;1997
p.223-53.40.
Brouwers
P,Belman AL,
EpsteinLG.
CentralNervous System
involment:manifestations
and
evaluation. In: PizzoPA,
WilfertCM,
eds, PediatricAIDS: The
Challengeof
HIV
infection in infants, children,and
adolescents. Baltimore: Wilkins&
Wilkins; 1991 p.3l8-35.41.
Shaw
GM,
Harper
ME,
Hahn BH,
EpsteinLG,
Gajdusek
DC,
PriceRW,
etal.
HTLV-III
infection in Brainsof
Childrenand
adultsWith
AIDS
Encephalopathy. Science 1985, vol 227. ll:l77-82.
42. Epstein
LG,
SharerLR,
OleskeJM, Connor
EM,
Goudsmit
J,Bagdon
L, et al. Neurologic manifestationsof
Human
Immunodeficiency
Virus Infection in Children. Pediatrics 1986; 78: 678-87.43. Epstein
LG,
Goudsmit
J, PaulDA,
Morrison SH,
Connor
EM,
Oleske
JM,
et al. Expressionof
Human
Immunodeficiency
Virus in Cerebrospinal Fluidof
Children with Progressive Encephalopathy.Ann
Neurol
1987; 21:397-. 401.
44.
Ragni
MV,
Urbach
AH,
Taylor S, ClaassenD, Gupta
P,Lewis
JH, et al.Isolation of
human
immunodeficiency
virusand
detection ofHIV
DNA
sequences in the brainof an
ELISA
antibody-negative child with acquiredimmune
deficiencysyndrome and
progressive encephalopathy. J Pediatr 1987; l10':892-4.45.
Gabuzda
DH,
HirschMS.
Neurologic Manifestationsof
Infection eithHuman
Immunodeficiency
Virus: clinical featuresand
pathogenesis.Arm
Intern
Med
1987; 1071383-91.46. Selik
RM,
StarcherET, Curran
JW.
Opportunistic diseases reported in47.
Fowler
MG.
PediatricHIV
infection: Neurologicand
neuropsychologicfindings.
Acta
Pediatr 1994; (suppl 400): 59-62.48.
Mintz
M,
EpsteinLG,
KoenigsbergerMR.
Neurologic manifestationsof
acquired
immunodeficiency syndrome
in children. Int Pediatr 1989; 4;l6l- 71.A
49.
Behnan AL.
AIDS
and
pediatric neurology.Neurol
Clin, 1990;8:571-603.50.
Lobato
MN,
Caldwell B,NG
P,Oxtoby MJ.
Encephalopathy in childrenwith perinatally acquired
human
immunodeficiency
virus infection. J Pediatr1995; 126:710-5.
51. Report
of
aWorking Group
of
theAmerican
Academy
ofNeurology
AIDS
task force.Nomenclature and
research case definitions forneurological manifestations of
human
immunodeficiency
virus type 1(I-IIV-1) infection.
Neurology
1991;41:778-85. ,52.
Belman AL,
Diamond
G, Dickson
DW,
Horoupian D,
Llena , LantosG,
etal. Pediatric Acquired
Immunodeficiency
Syndrome:
NeurologicSyndromes.
AJDC
1988; l42:29-35.53. Epstein
LG, Gendelman
I-IE.Human
immunodeficiency
virus type Iinfection
of
the nervous system: Pathogenetic mechanisms.Ann
Neurol
1993; 33:429-36.
54.
Ultman
MH,
Belman AL,
Ruff
HA, Novick
BE, Cone-Wesson
B,Cohen
HJ, et al.
Developmental
abnormalities in infantsand
children with acquiredimmune
deficiencysyndrome
(AIDS)
and
AIDS
related complex.Dev
Med
ChildNeurol
1985;27:563-71.H
55. Msellati P,
Lepage
P, HitimanaD,
Goethem CV,
PerrePV, Dabis
F.Neurodevelopmental
testingof
childrenbom
tohuman
immunodeficiency
virus type I seropositive e seronegative mothers: a prospective cohort study
z2~8
56.
Mintz
M,
EpsteinLG.
Neurologic manifestations of acquiredimmunodeficiency syndrome
in children: clinical featuresand
therapeuticapproaches.
Sem
inNeurology
1992; 12:51-657. Wolters PL,
Brouwers
P,Moss HA,
PizzoPA.
Differential receptiveand
expressive language functioning
of
children with symptomaticHIV
diseaseand
relation toCT
scan brain abnormalities. Pediatrics 1995; 95:1 12-8.58.
Levenson RL,
MellinsCA,
Zawadzki
MSR,
Kairam
R, Stein Z. Cognitiveassessment
of
human
immunodeficiency
virus-exposed children.AJDC
'
1992; l46:1479-83.
-A
59. Tardieu
M,
Mayaux
MJ,
SeibelN,
Funck-Brentano, Straub E, Teglas JP, etal.
Matemally
transmitedHIV-1
infection: cognitive assessmentof
schoolage children. J Pediatr 1995; l26:375-9.
60.
Johnson
RT, McArthur
JC,Narayan
O.The
neurobiologyof
human
immunodeficiency
virus infections.FASEB
J l988;2: 2970-81.61. Peluso R,
Haase A,
Stowring L,Edwards
M,
Ventura P.A
Trojan horsemechanism
for the spreadof
visna virus in monocytes. Virology 1985; 147-231.
62.
Kure
K,Kim
TS,Park
YD,
LantosG,
Less S,Cho
S, et al.Immunohistochemical localization
of na
HIV
epitope in cerebral aneurysmal arteriopathy in pediatricAIDS.
Pediatr Pathol 1989; 9:665.63. Falangola
MF,
Hanly A,
Galvão-Castro B, PetitoCK.
HIV
infectionof
human
choroid plexus: a possiblemechanism
of viral entry into theCNS.
J NeuropatholExp
Neurol
1995; 54:497-503.64. Saito
Y,
SharerLR,
EpsteinLG,
Michaels J,Mintz
M,
Louder
M,
et al.Overexpression
of
Nef
as amarker
for restrictedHIV-1
infectionof
astrocytes inpostmortem
pediatric central nervous tissues.Neurology
1994;65.
Tovo PA,
Gabiano
C, Favro-Paris S,Palomba
E,Gajno
G. Brain atrophy with intracranial calcification following congenitalHIV
infection.Acta
Paediatr scand 1988; 77:776-9.66.
Dickson
DW,
Belman AL,
Kim
TS,Horoupian D,
RubinsteinA
. Spinalcord pathology in pediatric acquired
immunodeficiency
syndrome.Neurology
1989; 39:227~35.67. Gallo
RP, Laverda
AM,
De
RossiA,
Pagni S,Del
MistroA,
Cogo
P, et al.Immunological
Markers
in the Cerebrospinal Fluid ofHIV-1
Infected Children.Acta
pediatrirScand
1991; 80:659-66.68.
Brew
BJ, BhallaRB,
PaulM,
GallardoH,
McArthur
JC, SchwartzMK,
et al. Cerebrospinal fluid neopterin inhuman
immunodeficiency
virus type 1infection.
AnnNeurol
1990; 281556-60.69.
Levy
JA,Shimabukuro
J, HollanderH,
Mills J,Kaminsky
L. Isolationof
AIDS-
associated retrovirusfrom
cerebrospinal fluidand
brainof
patients with neurologicalsymptoms.
Lancet 1985; 2:586-8.70. DeCarli C, Civitello
LA,
Browers
P, PizzoPA.
Prevalence ofcomputed
tomographic abnormalities of the
cerebrum
in 100 consecutive childrensymptomatic with the
immunodeficiency
virus.Am
Neurol 1993; 34:l98-205.
71.
Browers
P, DeCarli C, CivitelloLA,
Moss
H,
Wolters P, PizzoPA.
Correlation
between computed
tomographic brain scan anormalitiesand
neuropsychological function in children with symptomatichuman
immunodeficiecy
virus disease.Arch
Neurol
1995; 52:39-44.72. Falloon J,
Eddy
J,Wiener
L, PizzoPA.
Human
Imunnodeeficiency
virusinfection in children. J Pediatr 1989; 114:l-30.
73. Tartaglione
TA,
CollierAC,
Coombs
RW,
Opheim
KE,
Cummings
DK,
30
fmdings in patients befors
and
during long term oral Zidovudine therapy.Arch
Neurol
1991; 481695-9. _74.
Matthes
J,Walker
LA, Watson
JG, BirdAG.
AIDS
encephalopathy withresponse to treatment.
Arch
Dis Child 1988; 63:545-7.75.
Ceseña
M,
Lee
DO,
CebolleroAM,
Steingard RJ.Case
study: behavioralsymptoms
of
pediatricHIV-1
encephalopathy successfully treated with clonidine. JAm
Acad
ChildAdolesc
Psychiatry 1995; 34:3pg
302-6.76. Stiehm
ER,
Bryson
YJ, FrenkelLM,
SzelcCM,
Gillespie S, WilliamsME,
et al. Prednisone improveshuman
immunodeficiency
virus encephalopathy in children. Pediatr Infec Dis J 1992; 11:49-50. `77.
Rowe
PM.
Something
better than Zidovudine for children. Lancet 1995;345:511.
78.
Loveday
C,kaye
S, Tenant-FlowersM,
Semple
M,
AyliffeU,
WellerIVD,
et al.
HIV-1
RNA
serum-loadand
resistant viral genotype during early zidovuàine therapy. Lancer 1995; 345zs2o-4.79.
Recomendations
of theUS
public health service task forceon
use
Zidovudine to reduce perinatal transmission of
HIV.
MMWR
recomendations
and
reports.MMWR
1994; 43:l.80. Pizzo
PA,
WilfertCM.Working
Group on
Antiretroviral therapy: National PaediatricHIV
Resourse Center. Antiretroviral therapy and medicalmanagemant
of
the
human
immunodeficiency
virus-infected child. PediatrInfect Dis J 1993; 121513-22.
81.
Wrzolek
MA,
Brudkowska
J,Kozlowski PB,
Rao
C, AnzilAP,
KleinEA,
et al. Opportunistic infections of the central nervous system in children with
HIV
infection: reportof
9 casesand
review of literature. ClinNeuropathol
82. Belec L,
Tayot
J, tron P,Míkol
J, Scaravilli F,Gray
F. Citomegalovirus Encephalopathy inna
Infant with CongenitalAcquired
immuno
deficiency
Syndrome.
Neuropediatr 1990; 21 :124-9,.83. -Khan
EA,
CorreaAG.
Toxoplasmosis of
the central nervous system in non-human
immunodeficiency
virus-infected children: case reportand
reviewof
the literature. Pediatr Infect Dis J, 1997; 16:61 1-8.
84. Leibovitz E,
Cooper
D,
GiurgiutiuD,
Coman
G,
Straus I,Orlow
ST, ,et al.Varicella-Zoster Virus infection in
Romanian
children infected with theHuman
Immunodeficiency
Virus. Pediatrics 1993, 92:83 8-42.85. Epstein
LG,
Di
Carlo FJ, JoshiVV,
Connor
EM,
OleskeJM,
Kay
D,
et al.Primary
lymphoma
of
the central nervous system in children with acquiredimmunodeficiency
syndrome. Pediatrics 1988; 82:355-63.86. Park
YD,
Behnan AL,
Kim
TS,Kure K,
Llena JF, LantosG,
et al. Stroke in pediatric acquiredimmunodeficiency
syndrome.Ann
Neurol
1990; 28:303-l 1.87. Scaravilli F, Daniel SE, Harcourt-Webster
N,
Guiloff RJ. Chronic basalmeningitis ans vasculitis in acquired
immune
deficiency syndrome: apossible role for
human
immunodeficiency
virus.Arch
PatholLab
Med
_”
NORMAS
ADOTADAS
Foram
adotadas asnormas da
Convenção
de
Vancouver
-Canadá
de
acordocom
o
sugerido pela resolução n° 00l\97
do
colegiadodo
cursode
graduaçãoem
medicinada
Universidade Federalde
Santa Catarina.RESUMO
A
síndromeda
imunodeficiência adquirida foi descobertaem
1981 etomou-
se
uma
epidemia.Até o ano
2000
estima-seque
5 milhõesde
crianças' estejam infectadas.O
envolvimentodo
sistema nervoso central é freqüenteem
pacientespediátricos e contribui para a
morbidade
e mortalidade atribuída aSIDA.
-O
HIV
pode
causar lesão neural de maneira indiretacomo
atravésde
infecções oportunistas
ou
neoplasias,ou
agindo diretamenteno
tecido nervoso.A
manifestação mais freqüenteda
ação diretado
vírusno
sistema nervoso central éuma
encefalopatiaque
pode
ter diferentes padrõesde
evolução.O
espectro clínicoda
encefalopatia pediátrica associada aoHIV
inclui desdeleve
comprometimento
intelectual até retardo mental severocom
quadriparesiaespástica.
As
infecções oportunistasdo
SNC
são raras,quando
a incidência écomparada
àquelaem
adultos.H
Complicações
como
acidentes vasculares e linfomas constituem as principaiscausas de déficits neurológicos focais
em
pacientes pediátricos.A
autora revisa a literatura sobre os transtornos neurológicosem
pacientespediátricos infectados pelo vírus
da
imunodeficiênciahumana
(HIV), fazendor
34
SUMMARY
The
immunodeficiency syndrome
was
described in 1981and
became
an
epidemic.
By
the year 2000, over a 5 million children willbe
infected.The
involvementof
central nervous system isfiequent
in pediatric patientsand
contributes to morbidityand
mortalitydue
toAIDS.
The
HIV
can cause neuraldamage
itself or indirectly through opportunistic infections or neoplasms.The
most
frequent clinical featureof
the directHIV's
action in the centralnervous system is
an
encephalopatywho
can have
differents patternsof
evolution.
The
clinicalspectrum of
HIV
pediatric associated encephalopaty includessince mild intellectual impairment to severe mental retardation with spastic quadriparesia.
The
CNS
opportunistic infections are rarewhen
the incidence iscompared
toadults.
Complications like stroke
and
linphomas are themain
causeof
focalneurological signs in pediatric patients. .
i
The
author revise the literature about neurological disorders in pediatric patients infectedby HIV.
Some
considerations aremade
on
history, pathogenesis,CM
0375
Ê:‹.l`
972805l70 Ac 25152)