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Relatório estágio profissional

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Academic year: 2021

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Relatório Final de Estágio

Mestrado Integrado em Medicina

Faculdade de Ciências Médicas

Universidade NOVA de Lisboa

Joana Filipa Pereira Romão nº 2013224

Orientadora: Professora Doutora Ana Neto

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Índice

Introdução ...3

Objetivos ...3

Síntese das atividades desenvolvidas ...4

I. Medicina Geral e Familiar ...4

II. Pediatria ...4

III. Ginecologia e Obstetrícia ...5

IV. Saúde Mental ...5

V. Medicina Interna ...6

VI. Cirurgia Geral ...7

VII. Estágio Opcional – Neurologia ...7

Elementos Valorativos ...8

Análise Crítica do Estágio ...9

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Introdução

O 6º ano do Mestrado Integrado em Medicina (MIM) na Faculdade de Ciências Médicas da UNL é um ano fulcral na formação de um jovem médico, constituindo a fase de transição entre o ser estudante e o ser médico. Este último ano do MIM integra um estágio profissionalizante composto por seis estágios parcelares – Medicina Geral e Familiar, Pediatria, Ginecologia e Obstetrícia, Saúde Mental, Medicina Interna e Cirurgia Geral – em que o aluno se integra numa equipa, acompanhando as suas tarefas e adquirindo uma autonomia gradual, sempre de forma tutelada. O 6º ano integra ainda duas Unidades Curriculares – “Preparação para a Prática Clínica” e uma UC Opcional com duração de duas semanas. O principal objetivo deste relatório prende-se com a descrição sucinta das atividades e procedimentos efetuados e observados ao longo deste estágio profissionalizante. Assim, é composto por 4 partes: na 1ª, são enunciados os objetivos gerais do ano de estágio profissionalizante; posteriormente, segue-se a 2ª parte, com uma breve descrição dos objetivos específicos e das atividades desenvolvidas em cada estágio parcelar, que compõe o estágio profissionalizante; na 3ª parte deste relatório encontram-se alguns elementos valorativos realizados durante o MIM; e, por fim, conclui-se o presente relatório com a realização de uma análise crítica retrospetiva sobre o 6º ano: é abordado o cumprimento dos objetivos enunciados, e realizada uma reflexão acerca do impacto deste ano clínico na minha formação, não só do ponto de vista académico, mas também pessoal.

Em anexo, encontram-se o cronograma do ano letivo e elementos extracurriculares valorativos.

Objetivos

De acordo com O Licenciado Médico em Portugal, o objetivo da educação médica pré-graduada consiste na aquisição de conhecimentos sólidos e coerentes por parte do estudante, associada a um conjunto adequado de valores, atitudes e aptidões, que lhe permitam uma correta preparação para o exercício da arte da Medicina - tanto em termos científicos, como éticos e humanos. Deste modo, o 6º ano apresenta-se como o culminar de 6 anos de aprendizagem contínua, e torna-se clara a importância deste ano profissionalizante na formação pré-graduada. Pretende-se que, ao longo deste ano de estágio profissionalizante, se cumpram alguns objetivos: (1) adquirir e consolidar conhecimentos teórico-práticos, e aplica-los na prática clínica; (2) contactar com patologias mais prevalentes, conhecendo não só a sua epidemiologia, como também fatores de risco; (3) aperfeiçoar a colheita de anamnese e realização de exame objetivo detalhado, que possibilitem um raciocínio clínico estruturado, visando a formulação de hipóteses diagnósticas e planos terapêuticos adequados. Para isso, torna-se fundamental o desenvolvimento de uma autoconfiança e autonomia progressivas por parte do estudante; (4) Outro objetivo importante é o do treino das competências comunicativas e de relação interpessoal, não só com o doente e familiares, mas com outros profissionais de saúde, dada a multidisciplinaridade cada vez mais presente nas equipas de trabalho. É importante que haja uma integração entre os conhecimentos científicos e competências de relação e humanas. (5) Pretende-se ainda que sejam atingidos os objetivos gerais e específicos de cada estágio parcelar.

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Síntese das atividades desenvolvidas

I. Medicina Geral e Familiar

(de 10 setembro a 5 de outubro de 2018)

O estágio de MGF decorreu na USF Conde da Lousã, tendo ficado sob a tutela da Dra. Nelylena da Costa. Neste estágio, defini como principais objetivos: (1) treinar a execução da entrevista clínica, para poder no final do estágio realizar consultas sozinha; (2) identificar e saber abordar fatores de risco e patologias prevalentes na população; (3) melhorar os meus conhecimentos e capacidades de prescrição, adequada a situações reais; (4) saber identificar situações em que é necessária a referenciação a cuidados secundários. Durante as 4 semanas de estágio, fui adquirindo autonomia na realização de anamnese e exame objetivo, e desenvolvi as minhas capacidades de diagnóstico e terapêutica. Assisti a diferentes tipos de consulta - Consulta de Saúde de Adultos, Saúde Materna, Saúde Infantil e Juvenil, Planeamento Familiar e Consulta Aberta – tendo assistido a cerca de 150 consultas no total. Realizei 13 consultas completamente sozinha, com a tutora no consultório apenas a supervisionar. Realizei também de forma autónoma 10 colpocitologias. Assisti todas as semanas às reuniões clínicas multidisciplinares da USF Conde da Lousã, e elaborei ainda um folheto informativo sobre “Por uma Gravidez Segura”, um folheto que sintetiza algumas informações importantes que estão presentes no “Programa Nacional para a Vigilância da Gravidez de Baixo Risco” da DGS. No final do estágio, realizei um Diário de Exercício Orientado, que foi discutido em avaliação oral.

II. Pediatria

(de 8 a 31 de outubro de 2018)

Durante o estágio profissionalizante de Pediatria, fiquei sob a tutela da Dra. Raquel Santos, e tive oportunidade de me integrar na equipa de Nefrologia Pediátrica do Hospital Dona Estefânia. Defini como principais objetivos: (1) estabelecer uma boa comunicação com a criança/adolescente e família; (2) efetuar uma correta colheita de anamnese e exame físico do doente pediátrico; e (3) conhecer os princípios gerais da atuação nas doenças mais comuns da criança/adolescente, incluindo urgências, e reconhecer critérios de gravidade no doente pediátrico. O estágio teve como componentes a prática hospitalar de enfermaria, consulta externa e serviço de urgência. Ao longo destas 4 semanas, acompanhei 3 doentes na enfermaria, assisti a 12 consultas de nefrologia pediátrica, e a 15 consultas de urgência. Foi-me ainda dada a oportunidade de assistir e participar em consultas de outras especialidades e subespecialidades da pediatria. Assisti a 4 consultas de imunoalergologia; 4 consultas de reumatologia pediátrica; 6 consultas de neuropediatria; e 3 consultas de pneumologia pediátrica. Realizei ainda 3 visitas domiciliárias com a Unidade Móvel de Apoio ao Domicílio. Do ponto de vista formativo, assisti às sessões clínicas do HDE e reuniões da Unidade de Nefrologia Pediátrica. Realizei uma história clínica sobre Síndrome Nefrótico Inaugural, de um doente que acompanhei desde a sua admissão na urgência até à alta do internamento hospitalar. Por fim, no último dia de estágio, apresentei em conjunto com 3 colegas um trabalho subordinado ao tema “Reconhecer e referenciar crianças com PTSD: Guidelines para Pediatras”.

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III. Ginecologia e Obstetrícia

(de 5 a 30 de novembro de 2018)

O estágio de GO decorreu no Hospital dos Lusíadas de Lisboa, tendo ficado sob a tutela da Dra. Ana Paula Maia. Defini como principais objetivos: (1) conhecer o plano de seguimento da grávida; (2) reconhecer os principais sinais de alarme na gravidez; (3) consolidar os meus conhecimentos em ginecologia e perceber quando referenciar uma mulher à consulta de especialidade. Uma vez que a minha tutora se encontrava mais vocacionada para a vertente da Infertilidade, tive a oportunidade de estabelecer contacto próximo com o departamento de Procriação Medicamente Assistida. Observei 12 consultas de Infertilidade, tendo-me deparado com diferentes motivos de infertilidade do casal – desde síndrome do ovário poliquístico a azoospermia. Visitei também o laboratório de PMA, e segui todas as etapas desde a avaliação do casal, no contexto da infertilidade. Assisti a 1 inseminação artificial conjugal, 5 transferências de embriões, 7 punções ováricas e cerca de 6 avaliações ecográficas precedentes a punção. Assisti a um total de 17 consultas de Ginecologia e de Obstetrícia, tendo também assistido a 7 colposcopias. Quanto ao bloco operatório, observei 5 procedimentos cirúrgicos. No que diz respeito aos exames ginecológicos, assisti a 3 histerossalpingografias e respetivas consultas pós-exame, 8 histeroscopias, 1 amniocentese, e 6 ecografias obstétricas. Frequentei o SU todas as segundas-feiras do meu estágio, tendo assistido a um total de 9 partos (1 distócico, com recurso a ventosa, e 8 cesarianas), e participado numa das cesarianas. Na última semana de estágio, apresentei individualmente um artigo de revisão sobre Dismenorreia e, no último dia de estágio, participei no 2º Curso Teórico-Prático de Laparoscopia Ginecológica.

IV. Saúde Mental

(de 3 de dezembro de 2018 a 11 de janeiro de 2019)

Durante o estágio profissionalizante de Saúde Mental, fiquei sob a tutela da Dra. Pilar Pinto, e tive oportunidade de integrar a Equipa Comunitária da Brandoa, do Serviço de Psiquiatria de Adultos do Hospital Prof. Doutor Fernando da Fonseca. Neste estágio, defini como principais objetivos: (1) aperfeiçoar competências de entrevista clínica no contexto de patologia mental; (2) conseguir identificar sinais e sintomas de perturbações psiquiátricas e comportamentos patológicos, e distingui-los do indivíduo sem patologia; (3) saber a abordagem terapêutica inicial dos quadros psiquiátricos mais frequentes; (4) saber quando referenciar doentes com problemas de saúde mental. Estas 4 semanas de estágio englobaram: dois dias de seminários teórico-práticos na faculdade, consultas comunitárias de psiquiatria, serviço de urgência, reuniões da equipa comunitária e sessões clínicas. A maior parte do meu estágio foi passado na USCP Brandoa, a assistir a consultas comunitárias – estas têm como principal objetivo o acompanhamento dos doentes com patologia psiquiátrica crónica em ambulatório, levando assim a psiquiatria ao encontro dos doentes. Assisti a um total de 23 consultas. Aprendi métodos de entrevista clínica dirigida a doentes psiquiátricos e pude discutir quais as principais indicações terapêuticas em cada caso. No SU de psiquiatria vi um total de 5 doentes. Às 4ª-feiras, não existe atividade clínica no Serviço de Psiquiatria do HFF - em vez disso, decorrem sessões clínicas, onde são apresentados trabalhos realizados pelos internos de Psiquiatria

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do serviço, e reuniões das diferentes equipas comunitárias. Nestas, estão sempre presentes todos os profissionais do Serviço de Psiquiatria (médicos, enfermeiros, assistentes socias e psicólogos) e que, durante o resto da semana, estão distribuídos pelas diversas valências do serviço – equipas comunitárias da Brandoa, Amadora, Queluz e Damaia; Internamento, Hospital de Dia e Psiquiatria de ligação. No final do meu estágio, escrevi uma história clínica de um doente com Esquizofrenia.

V. Medicina Interna

(de 21 de janeiro a 15 de março de 2019)

Durante o meu estágio profissionalizante de Medicina Interna, fiquei sob a tutela do Dr. Augusto Ribeirinho, e tive oportunidade de me integrar na equipa do Serviço 2.3 do HSAC. Neste estágio, estabeleci como objetivos específicos: (1) melhorar a minha capacidade de comunicação com o doente, familiares, e outros profissionais e saúde, nomeadamente com a equipa de enfermagem; (2) integrar a equipa médica de forma adequada, adquirindo uma autonomia e responsabilidade progressivas; (3) familiarizar-me com as patologias mais prevalentes na população, melhorando assim as minhas capacidades de diagnóstico e abordagem terapêutica às mesmas; (4) escrever notas de entrada, notas de alta, e diários clínicos claros. A maioria do meu tempo foi passado em contacto direto com o trabalho prático da enfermaria, mas tive ainda a experiência de SU no Hospital S. José, tendo contactado com 10 doentes neste âmbito. Quanto à atividade em enfermaria: a equipa médica do Dr. João Calado foi a equipa que me acolheu, sendo esta responsável por cerca de 12 doentes. Todos os dias, pelas 9h, decorria uma reunião entre os membros da minha equipa, dando assim início à atividade clínica: era feita a passagem dos doentes internados na véspera, discutiam-se as intercorrências noturnas importantes, realizava-se um resumo dos diagnósticos clínicos bem como uma delineação do plano para o dia, e distribuição dos doentes. Participei de forma autónoma e responsável na dinâmica da enfermaria, e realizei várias tarefas e procedimentos: tive sempre entre 1 a 3 doentes a meu cargo, por dia, e o meu trabalho diário consistia na observação dos doentes e recolha de dados das vigilâncias, pedido e interpretação de exames complementares de diagnóstico e redação de diários, notas de entrada e de alta. Realizava ainda revisão de terapêutica e alguns procedimentos técnicos, como gasimetrias, colheitas de sangue venoso, ajuste de oxigenoterapia. Observei 2 colocações de CVC. Tive ainda um papel importante na tranquilização de familiares e contacto com o serviço social, o que considero ter sido bastante importante, dado ter observado vários casos durante o estágio de doentes com condições precárias sociais em que a resolução desse aspeto era fundamental. Todas as terças-feiras assisti e participei na visita médica. Do ponto de vista formativo, todas as segundas-feiras assisti às sessões clínicas do Serviço de Medicina 2.3., a 6 seminários teórico-práticos na faculdade, e apresentei ainda um trabalho, individualmente, sobre Síndrome Febril Indeterminado.

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VI. Cirurgia Geral

(de 18 de março a 17 de maio de 2019)

O meu estágio profissionalizante de Cirurgia Geral encontrava-se dividido em 3 partes: uma 1ª semana constituída por sessões teórico-práticas, que teve lugar no Hospital Beatriz Ângelo; 5 semanas de cirurgia geral e 2 semanas de Medicina Intensiva. À exceção da 1ª semana, o estágio decorreu no Hospital da Luz, sob a tutela da Dra. Natacha Vieira. Neste estágio, defini como principais objetivos: (1) conhecer as principais síndromes cirúrgicas, a sua fisiopatologia e semiologia, fundamentos diagnósticos e de tratamento; (2) saber distinguir as situações clínicas com indicação cirúrgica eletiva e urgente; (3) identificar e saber gerir as principais complicações do pós-operatório; (4) executar técnicas de pequena cirurgia mais comuns e conhecer as técnicas de anestesia e de assépsia necessárias. A maioria do meu tempo de estágio foi passado no contexto do Bloco Operatório. Tive a oportunidade de assistir a um total de 41 cirurgias, sendo muitas delas diferentes e inovadoras, e ainda de me desinfetar e participar em 11 cirurgias programadas. Para além do tempo passado no BO, tive ainda contacto com a consulta externa, e a pequena cirurgia, tendo assistido a 19 consultas e observado 4 procedimentos. Quanto à urgência de Cirurgia Geral, a minha tutora esteve inúmeras vezes de chamada, pelo que vi algumas situações interessantes neste contexto - a exemplo disso, uma suspeita de apendicite numa grávida de 29 semanas. Quanto à minha frequência de 2 semanas na Unidade de Cuidados Intensivos do HL, acompanhei no total 12 doentes: acompanhei o seguimento de 7 doentes no pós-operatório - o que considero ter sido muito útil dado encontrar-me num estágio de cirurgia – e 5 doentes graves por descompensação de patologia médica. Estas duas semanas permitiram-me ver de perto a abordagem da equipa médica e de enfermagem perante situações mais delicadas. Relativamente à atividade formativa, o estágio de cirurgia foi bastante rico. Para além das sessões teórico-práticas da 1ª semana, participei no Curso TEAM - um curso básico de traumatologia, onde é feita a abordagem inicial da vítima de trauma grave. Ao longo das 8 semanas de estágio, pude ainda assistir às sessões clínicas do HL e à Consulta Multidisciplinar de Decisão Terapêutica de tumores gastro-intestinais. Pude ainda frequentar uma formação dada pela Dra. Cristina Pestana, responsável pela Opcional de Anestesia, onde treinei a colocação de acessos venosos centrais e periféricos em simuladores. No último dia de estágio apresentei em conjunto com 3 colegas um caso clínico intitulado “Uma Queda Cirúrgica” a propósito de um caso clínico de uma doente com prolapso rectal muito exuberante.

VII. Estágio Opcional – Neurologia

(de 20 a 31 de maio de 2019)

Optei por concluir o meu 6º ano com a UC – Estágios Clínicos Opcionais, tendo assim realizado um estágio no Serviço de Neurologia do Hospital Prof. Doutor Fernando da Fonseca, EPE. Estive sob orientação da Dra. Amélia Pinto e do Dr. Simão Cruz, e, ao longo de duas semanas, foi-me dada a oportunidade de acompanhar o trabalho na Enfermaria e assistir a consultas não só de Neurologia Geral, como consultas específicas de Cefaleia, Esclerose Múltipla, Doenças do movimento e Doenças Neuromusculares. Assisti a um total de 34 consultas. Observei a realização de 5 eletromiografias e assisti a 2 sessões clínicas do serviço.

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Elementos Valorativos

Durante os 6 anos do Mestrado Integrado em Medicina, tentei sempre enriquecer a minha formação o melhor possível. Assim, gostaria de destacar alguns elementos que considero relevantes, tais como: (1) O semestre em que participei no Programa ERASMUS, em Verona, Itália, em 2017. Foi um semestre muito desafiante, e que me permitiu ver uma realidade diferente da portuguesa - tanto a nível do ensino, como do ambiente hospitalar. Conheci pessoas de todos os continentes e contactei com costumes muito díspares dos meus, o que me permitiu perspetivar de uma forma diferente a realidade. Mas viver um tempo fora do país não é repleto apenas de coisas boas: as diferenças culturais são grandes. Há hábitos e costumes de outros países que a nós, portugueses, causam desagrado e mesmo alguma confusão. E é preciso compreender – aceitar os costumes estrangeiros e entender que as diferenças culturais existem, para o bem e para o mal. Lidar com este tipo de situações fez-me desenvolver uma tolerância e uma empatia muito grandes face ao que é diferente – componentes tão importantes na relação médico-doente. O enriquecimento pessoal que decorre de uma experiência como esta é enorme, e acredito que serei uma médica mais completa, do que seria sem esta experiência. (2) Relativamente a atividade associativa, gostaria de destacar a minha participação na Revista FRONTAL. Juntei-me à revista da Associação de Estudantes da FCM no meu 3º ano, tendo participado na cobertura jornalística da iMed Conference 8.0 e 9.0, e das III Jornadas Médicas, nos 2 anos seguintes. No mandato de 2018, pertenci ao Conselho Diretivo da Revista FRONTAL, nos cargos de Coordenadora de Relações Públicas e Editora Geral. As atividades que desenvolvi ao longo deste mandato consistiram na escrita de artigos para o website da FRONTAL e para a 48ª edição impressa da revista, escrita de artigos e editora da edição impressa especial edição iMed Conference 10.0, gestão de redes sociais da revista e, por fim, cobertura jornalística dos eventos: iMed Conference 10.0; TEDX Campo Santana; IV Jornadas Médicas. Pertencer à FRONTAL permitiu-me adquirir novas competências no que diz respeito a gestão de equipas, liderança e comunicação interpessoal – que serão certamente muito úteis na minha atividade clínica futura. (3) Em abril de 2018 participei no Curso de Comunicação com os Media para Profissionais de Saúde, realizado pela empresa Miligrama, na Escola Superior de Comunicação Social do Instituto Politécnico de Lisboa. Este curso deu-me ferramentas para, enquanto futura médica, saber como comunicar com os media em caso de necessidade, e transmitir informação de forma clara para a população geral. (4) No âmbito do Congresso iMed 9.0, ganhei o concurso Research Challenge, cujo prémio consistiu num estágio científico observacional no Instituto de Medicina Molecular, no PrudêncioLab, em julho de 2018. Acompanhei vários investigadores, que se dedicavam a compreender e explorar a fase hepática da infeção do plasmodium, o parasita da malária. (5) Realizei ainda 2 estágios clínicos de verão de 2 semanas: em 2015, de MGF, na USF Ribeira Nova; e em 2017, de ORL e Oftalmologia, na CUF Infante Santo. (6) Por fim, ao longo deste ano frequentei alguns congressos de temas do meu interesse pessoal, que considero terem

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complementado a minha formação médica: 4ª Reunião Clínica de Pediatria e 8ª Reunião de Imunoalergologia de Lisboa. Os certificados de participação das atividades descritas nesta secção encontram-se em anexo.

Análise Crítica do Estágio

Olhando retrospetivamente para o meu 6º ano, creio que este contribuiu globalmente de forma muito positiva para a minha formação médica. Ter realizado os estágios em hospitais tão variados – não só públicos e privados, como centrais e distritais - permitiu-me contactar com realidades diferentes, bem como com uma grande variedade de patologias, e enriquecer os meus conhecimentos. Um ponto muito positivo deste ano profissionalizante, foi o facto do rácio tutor:aluno ser aproximadamente de 1:1 - cada aluno esteve quase sempre sozinho com um tutor, o que permite que se desenvolva uma relação de maior confiança, levando o aluno a sentir-se mais à vontade para abordar as suas falhas e pedir ajuda para as colmatar. Ao longo deste ano, fui sentindo mais confiança nos meus conhecimentos teóricos - nomeadamente de fisiopatologia e terapêutica, bem como gestão do doente - e também nas minhas capacidades práticas de abordagem ao doente e procedimentos. Tentei sempre identificar as minhas necessidades de aprendizagem para conseguir retirar o melhor possível de cada estágio e, deste modo, considero ter cumprido todos os objetivos gerais que propus no início deste 6º ano. De seguida apresento uma reflexão acerca do trabalho desenvolvido em casa estágio parcelar. Iniciei o ano letivo com o estágio de MGF - um estágio importante que me permitiu começar a adquirir autonomia. Cumpri todos os objetivos a que me propus no início deste estágio, sendo o principal ponto positivo o de ter realizado consultas sozinha, de forma autónoma. Era um grande receio que tinha, por sentir que poderia ainda não ser capaz de orientar a consulta ou de efetuar um raciocínio clínico estando em frente ao doente, sem um tutor a guiar a consulta. Ao longo de todo o estágio verifiquei um aumento claro da confiança nas minhas capacidades clínicas, e mesmo até na comunicação e empatia para com os doentes. Contudo, surgiu um novo receio que espero conseguir colmatar com o tempo – o receio de não conseguir controlar as minhas próprias reações e sentimentos perante situações difíceis de alguns doentes. Senti que, por vezes, não me consegui distanciar o suficiente e espero conseguir gerir melhor as minhas próprias emoções no futuro. Relativamente ao meu estágio de Pediatria, considero que este foi um dos estágios mais completos do meu ano profissionalizante. A minha tutora fez questão de me ajudar na organização das 4 semanas de estágio, para que visse várias subespecialidades da pediatria, consoante os meus gostos pessoais e também tendo em conta o que a Dra., como especialista, considera mais importante. Penso que todo o tempo foi aproveitado de forma muito positiva e conclui os objetivos propostos. Relativamente ao meu estágio de Ginecologia e Obstetrícia, este permitiu-me aprofundar e adquirir novos conhecimentos relativamente a patologia ginecológica e obstétrica, o que é importante independentemente da minha futura área de especialização. Sendo a minha tutora especialista na área de PMA, esta foi uma das valências com que mais lidei. É uma área atualmente em expansão, mas com a qual ainda não tinha tido oportunidade de contactar. No geral foi um bom estágio, mas penso que poderia ter-me sido dada mais

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autonomia, nomeadamente em termos de realização de exame objetivo. Quando ao estágio de Saúde Mental, penso ter atingido todos os objetivos a que me propus. No 5º ano, fiquei colocada no Internamento do Hospital Egas Moniz – por esse motivo, este ano queria ficar numa Equipa Comunitária. Queria perceber as diferenças entre a atividade hospitalar, em internamento, e a atividade assistencial fora do ambiente hospitalar e fora do contexto agudo de doença. Deste modo, vi uma atividade mais centrada na funcionalidade, na integração social dos doentes e no seu seguimento crónico. Por outro lado, ao contactar com os vários profissionais que trabalham na área da saúde mental, pude obter uma visão multidisciplinar da Psiquiatria. Quando iniciei o estágio de MI, tinha algumas reservas em relação ao mesmo - o comportamento que se espera de um aluno de 6º ano é já muito semelhante ao de um médico no início de carreira, pelo que receei não ter os conhecimentos nem a desenvoltura necessários. No entanto, desenvolvi competências de trabalho numa enfermaria muito acima do que inicialmente pensei desenvolver. Atingi todos os objetivos a que me propus, tendo este estágio superado todas as minhas expectativas. Sinto que fiz realmente parte da equipa, e que contribui de forma autónoma para o trabalho na enfermaria, dentro das minhas competências. Toda a equipa médica me foi auxiliando ao longo do estágio, e depositando confiança em mim, o que permitiu um crescimento gradual da minha autonomia e confiança. Por outro lado, também consegui aperfeiçoar as minhas competências sociais, especialmente no que à comunicação com o doente e seus familiares diz respeito - compreendi melhor o impacto do agregado familiar e do apoio social na gestão da doença. Penso que foi um dos estágios mais importantes no meu desenvolvimento enquanto futura médica. Relativamente ao meu estágio de Cirurgia Geral, o principal ponto positivo foi a possibilidade de participar em procedimentos cirúrgicos. Não existe melhor forma de aprender sobre cirurgia que aliar o estudo à parte prática. Aprendi também a distinguir situações clínicas com indicação cirúrgica eletiva e urgente, fiquei mais familiarizada com as principais complicações do pós-operatório, e como as abordar. No entanto, não cumpri um dos objetivos a que me propus – o de aprender a executar técnicas comuns de pequena cirurgia. Penso que tal se deva ao facto de ter realizado o meu estágio num hospital privado, em que os alunos têm menos possibilidade de realizar este tipo de procedimentos de forma autónoma. Para colmatar esta falha, sugiro que se façam workshops de simulação de pequena cirurgia. Um desafio que surgiu ao longo deste estágio, foi o de conciliar a elevada carga horária do estágio de cirurgia com as aulas que temos na faculdade, e o estudo para a prova nacional de acesso ao internato de formação específica. Por fim, concluo este relatório com uma nota pessoal. Quero agradecer aos meus tutores e professores, em especial ao Dr. João Pedro Calado. Ao longo da vida, existem pessoas que, como dizia Saint-Exupèry, “deixam um pouco de si, levam um pouco de nós”. O Dr. Calado foi um mentor, um exemplo a seguir - não só como médico, mas como pessoa. A forma como exerce a sua profissão é inspiradora, e levou-me a querer ser ainda melhor. Gostaria, por fim, de agradecer à minha mãe, pai e irmão mais novo, e aos meus amigos, pelo apoio incondicional ao longo não só deste ano, mas de todo o curso.

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Anexos

Anexo I. Cronograma do ano letivo 2018/2019

Anexo II. Documento equivalente ao Transcript of Records do Programa ERASMUS

Verona, 2016/2017

Anexo III. Atividade Associativa

Participação na Revista FRONTAL Mandato 2018

Comissão Organizadora do iMed Conference 10.0 como membro da

cobertura jornalística pela Revista FRONTAL

Cobertura jornalística da TEDx Campo Santana como membro da Revista

FRONTAL

Anexo IV. Estágios Clínicos

CEMEF’s Insight 2015

PECLICUF 2017

Anexo V. Estágio Científico

Anexo VI. Curso de Comunicação com os Media

Anexo VII. Curso TEAM

Anexo VIII. Palestras e Congressos

2º Curso Teórico-Prático de Laparoscopia Ginecológica

8ª Reunião de Imunoalergologia de Lisboa

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Anexo I. Cronograma do ano letivo 2018/2019

ESTÁGIO

REGENTE

PERÍODO

LOCAL

TUTOR

MEDICINA GERAL E FAMILIAR

Prof. Dr.ª Maria Isabel Santos

10 de setembro a 5

de outubro de 2018 USF Conde da Lousã

Dra. Nelylena da Costa

PEDIATRIA Prof. Dr. Luís Varandas 8 a 31 de outubro de 2018 Hospital Dona Estefânia Dra. Raquel Santos

GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA Profª. Drª. Teresa Ventura 5 a 30 de novembro de 2018 Hospital dos

Lusíadas Dra. Ana Paula Maia

SAÚDE MENTAL Prof. Dr. Miguel

Talina 3 de dezembro de 2018 a 11 de janeiro de 2019 Hospital Prof. Dr. Fernando da Fonseca

Dra. Pilar Pinto

MEDICINA INTERNA Prof. Dr. Fernando Nolasco 21 de janeiro a 15 de março de 2019 Hospital dos Capuchos Dr. Augusto Ribeirinho

CIRURGIA GERAL Prof. Dr. Rui Maio 18 de março a 17 de

maio de 2019 Hospital da Luz

Dra. Natacha Botelho Vieira

NEUROLOGIA (UC Opcional)

Prof. Doutor José Alves 20 a 31 de maio de 2019 Hospital Prof. Dr. Fernando da Fonseca Dr. Simão Cruz e Dra. Amélia Pinto

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Anexo II. Documento equivalente ao Transcript of Records do Programa ERASMUS Verona,

2016/2017

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Anexo III. Atividade Associativa

(15)

Comissão Organizadora do iMed Conference 10.0 como membro da cobertura jornalística

pela Revista FRONTAL

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Anexo IV. Estágios Clínicos

CEMEF’s Insight 2015

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Anexo VII. Curso TEAM

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Anexo VIII. Palestras e Congressos

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Referências

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