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GUIA DE CAMPO SEMENTES AGROCERES MILHO E SORGO SILAGEM SILAGEM

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SILAGEM

HÍB RIDOS PAR A

GUIA DE CAMPO

SEMENTES AGROCERES

(2)

04

O CONCEITO DA SILAGEM

05

PRINCIPAIS BENEFÍCIOS DA SILAGEM DE MILHO

05

A SILAGEM DE PLANTA INTEIRA

06

SELEÇÃO DE HÍBRIDOS E BIOTECNOLOGIA

07

MANEJO DA CULTURA DO MILHO PARA PRODUÇÃO DE SILAGEM

07

ADUBAÇÃO DE MILHO PARA PRODUÇÃO DE SILAGEM

07

ESCALONAMENTO DA SEMEADURA E PROGRAMAÇÃO

DO CORTE DA FORRAGEM PARA ENSILAGEM

08

TIPOS DE SILO

08

DIMENSIONAMENTO DOS SILOS

15

DETERMINAÇÃO DO PONTO DE COLHEITA UTILIZANDO METODOLOGIA DE DETERMINAÇÃO DA PORCENTAGEM DE MATÉRIA SECA (MS) DA AMOSTRA

19

PROCESSO DE FERMENTAÇÃO

20

ABERTURA DO SILO

21

PASSO A PASSO DA RETIRADA DE AMOSTRA DE SILAGEM

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Fonte: Fundação ABC *Custo terra, pró-labore, assistência técnica, ITR

O CONCEITO DA SILAGEM

Silagem é o produto oriundo da conservação de forragens úmidas (planta inteira) ou de grãos de cereais com alta umidade (grão úmido) através da fermentação em meio anaeróbico, ambiente isento de oxigênio, em locais denominados silos.

A silagem de planta inteira (volumoso energético) é um alimento distinto da silagem de grão úmido (concentrado energético). Portanto, são alimentos complementares, e não substitutivos.

Na alimentação de ruminantes (bovinos de leite e de corte, bubalinos e ovinos), a silagem de grãos úmidos, por ser uma alternativa de um alimento com concentrado energético, complementando a silagem de planta inteira, que é o volumoso, resulta em uma dieta eficiente e de menor custo. Na alimentação de monogástricos (suínos, aves e equinos), a silagem de grão úmido substitui total ou parcialmente os grãos de cereais, que tradicionalmente são conservados na forma de grãos secos. Tabela 1 – Planilha elaborada em parceria com o Setor de Economia Rural e técnicos das cooperativas Batavo e Castrolanda (PR); atualizada em 25/10/2012.

Descrição Silagem

Milho Sorgo Forrageiro Milho Úmido

Produção de Massa Verde (kg/ha) 55.000 30.000 12.000

Produção de Massa Seca (kg/ha) 16.500 9.000 8.400

Insumos (R$/ha) 1.659,46 819,18 1.415,12

Máquinas implantação (R$/ha) 210 186,5 138

Despesas gerais (R$/ha)* 798,5 158,5 798,5

Colheita (R$/ha) 776,59 447,8 126,98

Juros estocagem 155 72,54 126,98

Custo total (R$/ha) 3.599,56 1.684,51 2.948,78

Custo de Matéria Verde (R$/ha) 0,07 0,06 0,25

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PRINCIPAIS BENEFÍCIOS DA SILAGEM DE MILHO

A SILAGEM DE PLANTA INTEIRA

A planta para ensilagem deve apresentar os seguintes requisitos fundamentais na época da colheita: • Volumoso de alto valor nutritivo e de produção econômica viável;

• Assegurar a produção de leite no período da seca ou do inverno, quando as cooperativas ou indústrias estabelecem cotas de fornecimento;

• Suplementação na época da seca no Brasil Central, principalmente em regiões de estresse hídrico rigoroso;

• Ideal para fornecimento a animais em sistema de confinamento o ano todo;

• Possuir bom valor energético e níveis medianos de proteína, assegurando a produção, principalmente em animais de alta exigência e de produtividade;

• Operações 100% mecanizadas, reduzindo os custos e mão de obra;

• Conservação por longo período, desde que devidamente compactado e vedado; • Permitir o balanceamento econômico de dietas nutricionais para os animais;

• Alta produtividade, teor de matéria seca em torno de 32% a 37%, alto teor de carboidrato solúvel, baixo poder tampão para facilitar o abaixamento do pH no interior do silo e excelente aceitabilidade e digestibilidade.

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SELEÇÃO DE HÍBRIDOS E BIOTECNOLOGIA

Dentre os critérios para seleção de híbridos para silagem na Sementes Agroceres, destacam-se: • Adaptados às condições edafoclimáticas de cada região;

• Produtividade de matéria seca por hectare;

• Padrões de análise bromatólogica dentro do ideal;

• Bom conjunto de planta (sistema radicular, porte de planta, conjunto de colmo, folhas e espiga); • Estar disponível nas melhores tecnologias de resistência a Lepidópteros VT PRO e tolerância

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MANEJO DA CULTURA DO MILHO PARA PRODUÇÃO DE SILAGEM

Práticas de implantação e tratos culturais para os híbridos de milho destinados à produção de silagem devem ser rigorosamente respeitados, tendo em vista que vão refletir na quantidade e na qualidade da silagem produzida (e consequentemente na economia do processo).

ADUBAÇÃO DE MILHO PARA PRODUÇÃO DE SILAGEM

Quando se corta uma silagem, exporta-se mais do que grãos: exportam-se folhas e colmo, que retiram macronutrientes e micronutrientes, principalmente potássio (tabela abaixo).

Portanto, os nutrientes exportados para fora da área necessitam de monitoramento constante, através de análise de solo, para correção ou manutenção da fertilidade do solo. Como forma de melhorar as condições de fertilidade do solo, é imprescindível o uso de rotação de culturas, especialmente em áreas com três ou mais anos de cultivos sucessivos com milho.

ESCALONAMENTO DA SEMEADURA E PROGRAMAÇÃO

DO CORTE DA FORRAGEM PARA ENSILAGEM

A janela de ensilagem é o período em dias em que um híbrido mantém a porcentagem de matéria seca entre 33% e 35% (período ideal de colheita da silagem). Esse período varia de híbrido para híbrido e é um importante parâmetro de escalonamento de plantio de híbridos e planejamento de plantio, dependendo da:

• Quantidade de silagem a ser cortada e ensilada;

• Velocidade de operação da máquina de corte de ensilagem por dia; • Chuvas na colheita.

Tabela 2 – Extração média de nutrientes pela cultura do milho destinada à produção de grãos e silagem

Fonte: Coelho & França (1995)

Tipo de Exportação Produtividade Nutrientes Extraídos (kg/ha)

Grãos t/ha N P K Ca Mg Silagem (matéria seca) 10,15 217 42 157 32 33 15,31 181 21 213 41 28 17,31 230 23 271 52 31 18,65 231 26 259 58 32

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DIMENSIONAMENTO DOS SILOS

No dimensionamento do silo, deve-se levar em consideração em primeiro lugar o volume diário de silagem a ser consumida (VDS), a fim de estabelecer uma fatia mínima de retirada diária de 15cm a 20cm de toda a superfície frontal do silo (SF), sem deixar sobras e evitando-se perdas. Considere a densidade de 550kg/m3 a 650kg/m3 de silagem.

O consumo diário de silagem por animal está na dependência da raça, categoria, nível de produção, relação de volumoso, concentrado, idade do animal, etc. O cálculo preciso deve ser feito com base no consumo de matéria seca (Tabelas 4, 5, 6, 7 e 8).

Deve ser levado em conta um acréscimo de 10% a 15% no volume total planejado, para minimizar a falta e as perdas naturais no processo de ensilagem. Solicite orientação de nossos técnicos de campo. O silo de superfície é uma opção de baixo custo, porém, pela ausência de paredes laterais e maior superfície para vedação, impossibilita a adequada compactação e dificulta a eliminação do ar, provocando maiores perdas. Em geral, a largura máxima é de 5m, pois as lonas no mercado têm até 8m de largura.

Os silos bag, em consequência do custo do equipamento, têm sido indicados para propriedades que conservam grande volume de silagem, especialmente de grãos úmidos. A preferência geral, no entanto, tem sido para o silo tipo trincheira.

Dentre os vários tipos de silo, os mais empregados têm sido os de superfície, os do tipo trincheira e, mais recentemente, os do tipo bag.

Tabela 3 – Tipos de silo: vantagens e desvantagens

Pontos Favoráveis Pontos Desfavoráveis

Indicado para silagem de planta Silo

Superfície

• Não envolve construção

• Maior flexibilidade quanto ao local do silo

• Maior superfície para vedação Menor densidade da massa ensilada • Maiores perdas

Indicados para silagem de planta e de grãos Silo

Trincheira

• Facilidade de enchimento • Menores perdas

• Envolve construção do silo • Exige local com declividade Silo

Bag

• Menor superfície frontal

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A alimentação depende da raça e idade do animal

Tabela 4 – Consumo esperado de matéria seca (MS) em porcentagem do peso vivo para vacas em lactação

Fonte: Adaptado NRC (1989) e do Faria (1988) Leite 4% gordura em kg/dia Peso Vivo (kg) 400 500 600 700 800 % do peso vivo em MS 10 2.7 2.4 2.2 2.0 1.9 15 3.2 2.8 2.4 2.3 2.2 20 3.6 3.2 2.9 2.6 2.4 25 4.0 3.5 3.2 2.9 2.7 30 4.4 3.9 3.5 3.2 2.9 35 5.0 4.2 3.7 3.4 3.1 40 5.5 4.6 4.0 3.6 3.3 45 - 5.0 4.3 3.8 3.2

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Tabela 5 – Consumo diário de matéria seca (MS) de bovinos machos de corte

Fonte: Kearl (1982)

Peso vivo (kg) Ganho de peso (g/dia)

Consumo

% de matéria seca (MS) % do peso vivo

250 0 4.4 1.8 500 6.2 2.5 750 6.4 2.6 1.000 6.6 2.6 300 0 5.0 1.7 500 7.0 2.3 750 7.4 2.5 1.000 7.5 2.5 350 0 5.0 1.6 500 7.0 2.3 750 8.4 2.4 1.000 9.0 2.4 1.200 8.5 2.4 400 0 6.2 1.6 750 9.1 2.3 1.000 9.3 2.3 1.300 9.3 2.3 450 0 6.8 1.5 750 10.0 2.2 1.000 10.2 2.3 1.300 10.0 2.2 500 0 7.4 1.5 750 10.8 2.2 1.000 11.0 2.2 1.300 11.0 2.2 1.400 10.6 2.1

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Tabela 6 – Outras categorias de bovinos

Tabela 7 – Consumo médio de silagem / UA*/ dia em rebanho leiteiro

Tabela 8 – Proporção volumoso x concentrado de acordo com a performance produtiva animal

Veja os exemplos a seguir:

A) Cálculo da necessidade de silagem por cabeça

Para este cálculo, deve ser considerada a proporção de volumoso x concentrado empregada nas dietas (levar em consideração também peso e estágio de produção animal) – Tabelas 4, 5, 6 e 7. Exemplo: Animais de média performance, 500kg de peso vivo e produção de 20kg leite/dia.

Consumo diário de matéria seca (MS) por animal = 3,2% do peso vivo (Tabela 4) 3,2% x 500kg = 16kg de matéria seca/dia

Considerando o exemplo de relação (%) volumoso: concentrado = 60:40

Fonte: Adaptado do NRC (1989) e de Faria (1988)

Fonte: Embrapa – Gado de Leite *Unidade Animal = 450kg de peso vivo

Categorias % do peso vivo em MS

Vacas em manutenção 1,3 a 1,4

Touros 1,4 a 1,5

Novilhas 2,3 a 2,6

Bezerros 2,5 a 2,8

Categorias Consumo de silagem (kg/dia)

Bezerras de 6 a 12 meses 5

Novilhas de 13 a 20 meses 10

Novilhas prenhas 15

Vacas secas 20

Vacas em lactação 25

Proporção (%) – Volumoso: Concentrado Performance produtiva animal

60:40 Alta performance produtiva

50:50 Média performance produtiva

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Consumo do volumoso diário = 60% x 16kg = 9,6kg matéria seca silagem/dia

Volume de silagem = 9,6kg/0,35 (silagem de boa qualidade tem, em média, 35% MS) = 27,4kg silagem/cabeça/dia

As paredes devem ter de 15% a 25% de inclinação, para melhor compactação através do chamado efeito de cunha. Acima de 3m de largura inferior, considerar 15% de inclinação.

No dimensionamento do silo, deverá se assumir como constante a largura inferior (o dobro da largura do rodado externo do trator) quando a unidade de estocagem for destinada a volumes pequenos; caso contrário, quando o volume de estocagem for grande, a altura deverá ser a constante. O comprimento, por sua vez, está na dependência da capacidade de enchimento do silo. Portanto, devem-se construir vários silos pequenos, em vez de um silo muito grande.

B) Cálculo do volume necessário de silagem

Exemplo: 100 cabeças; consumo diário silagem/cabeça de 27,4kg; período de uso igual a 180 dias VNDS* = 100 cabeças x 27,4kg x 1,10**

VNDS = 3.017kg de silagem/dia

VNSP*** = 3.017kg x 180 dias = 543.085kg de silagem = 543 toneladas/período *Volume Necessário Silagem/Dia

**Fator de correção de perdas naturais do processo = 10% ***Volume Necessário Silagem por Período

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C) Cálculo da área a ser plantada • Milho

Exemplo: milho híbrido com produtividade média de 35 toneladas massa verde/ha CAPM* = 543t / 35t/ha

CAPM = 15,5 ha área plantada, ou seja, 16 hectares de área plantada *Cálculo Área Plantada de Milho

D) Cálculo do volume necessário de silo

Exemplo: necessidade de 543t/período, considerando a densidade da silagem de 600kg/m3

(média para milho e sorgo) VST* = 543.000kg / 600kg/m3

VST = 905m3 de silo

*Volume Silo Trincheira

E) Cálculo da fatia retirada diária

Exemplo: necessidade de 3.017kg silagem/dia, considerando a densidade da silagem de 600kg/m3

e a área frontal do silo tipo trincheira de 26,3m2 (B = 10m, b = 7,5m e altura = 3m)

VNSD* = 3.017kg / 600kg/m3 = 5,03m3 diário

CF** = 5,03m3 / 26,3m2 = 0,19m = 19cm

*Volume Necessário de Silagem Diário **Cálculo da Fatia de corte

F) Cálculo do comprimento do silo

Exemplo: área frontal do silo de 26,3m2; volume total necessário de 905m3

CS* = 905m3 / 26,3m2 = 34,4m – aproximadamente 35m de comprimento

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PROCESSO DE ENSILAGEM

A ensilagem, como processo de conservação, consiste no conjunto de operações destinadas à produção de silagem: A) Determinação do ponto de colheita; B) Colheita e picagem; C) Taxa de enchimento e fechamento do silo.

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A) Determinação do ponto de colheita

Esta etapa é primordial para obtenção de silagem de alta produção de massa e alta qualidade nutricional.

A observação através da linha de leite ainda é muito utilizada no campo. Ela se forma de dentro para fora da espiga e serve para verificar a parte farinácea do grão. Porém, diferentes híbridos (dry down e stay green acentuado) e condições ambientais (época de plantio e condição de estresse hídrico) influenciam na relação entre a evolução na linha do leite e o teor de matéria seca da planta. Por isso, devemos verificar o ponto de corte do material pela matéria seca variando de 30% a 35%. Cortando-se o milho antes ou depois da época ideal, a silagem terá valor nutricional reduzido e menor aceitabilidade pelos animais (Tabela 9).

Tabela 9 – Causas e consequências da variação da porcentagem de matéria seca (% MS) da silagem no momento do corte

Fonte: Desenvolvimento Tecnológico Monsanto do Brasil

Umidade MS (%) da amostra Causa e consequência

Menor que 30% (MUITO ÚMIDO)

Menor produção de matéria seca por hectare;

Possibilidade de ocorrência de fermentação indesejável pelo excesso de umidade (fermentação butírica);

Perda de nutrientes pela água que escorre do silo (churume); Menor quantidade de grão na silagem (amido), o que interfere

na qualidade e digestibilidade.

30% a 35% (IDEAL)

Melhor compactação e melhor fermentação da silagem; Melhor produção de matéria seca por hectare;

Melhor qualidade nutricional; Maior digestibilidade;

Maior consumo pelos animais.

Novilhas

Dificuldade de corte com obtenção de partículas grandes; Dificuldade de fracionamento de grãos (amido não disponível); Dificuldade de compactação do material ensilado, formando

bolsões de ar que favorecem o desenvolvimento de fungos não desejáveis;

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Determinação do ponto de colheita utilizando metodologia de determinação da porcentagem de matéria seca (% MS) da amostra.

Cortando-se o milho antes ou depois da época ideal, a silagem terá valor nutricional reduzido e menor aceitabilidade pelos animais. Por isso, observe abaixo os testes para determinação da porcentagem de matéria seca (% MS).

Teste do micro-ondas

Cortar 5 a 6 plantas de milho, sempre na mesma altura de corte; Picar utilizando um triturador em ensiladeira;

Pegar de 200g a 300g em um prato de papelão e pesar a amostra (retirar a tara do prato); Colocar no forno de micro-ondas o prato com a silagem, além de um copo d’água para não

queimar a superfície da amostra;

Ligar na potência máxima por 5 minutos e pesar a amostra;

Colocar de 1 em 1 minuto pesando a amostra e anotando os pesos; repetir até que o peso das 3 últimas amostragens seja o mesmo;

O último peso é a porcentagem da amostra.

Fonte: Embrapa Milho e Sorgo – Produção e utilização de silagem de milho e sorgo – Sete Lagoas: Embrapa Milho e Sorgo, 2001

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Teste em novos equipamentos

Muitos agricultores já utilizam equipamentos, como Koster e Farmex, cujo custo aproximado é de U$ 245,00 a U$ 340,00.

O Koster funciona com um fluido de ar quente e uma balança de alta precisão onde o resultado é obtido em até 25 minutos. O Farmex trabalha com uma corrente elétrica que é relacionada a uma tabela com o teor de matéria seca da amostra.

B) Colheita e picagem

O tamanho de partícula picada durante a ensilagem também é um parâmetro fundamental para a qualidade da silagem.

Partículas muito grandes (acima de 19mm) dificultam o processo de compactação do silo. A regulagem para cortes grandes diminui a quebra dos grãos de milho, reduzindo a ingestão de amido e aumentando a quantidade de grãos inteiros nas fezes. Partículas muito grandes também podem fazer com que os animais separem o volumoso do concentrado, deixando de seguir a dieta alimentar preparada.

Por outro lado, partículas muito pequenas (menores que 1,18mm) interferem na atividade do rúmen, ocasionando problemas de casco (laminite).

Portanto, é importante que se faça uma distribuição do tamanho de partículas, para que existam partículas de folhas e colmo maiores que 19mm, que garantem o funcionamento ruminal, e partículas entre 8mm a 1,8mm, que garantem o quebramento de grãos e a boa compactação do silo.

A University of Pensylvania desenvolveu uma peneira para avaliação do tamanho de partículas, que mede a taxa de retenção de silagem em cada estágio.

O ideal dentro de cada peneira é:

19mm: 3% – 8% do volume de silagem amostrada; 8mm: 45% – 65% do volume de silagem amostrada; 1,8mm: 30% – 40% do volume de silagem amostrada; fundo: 0% – 5% do volume de silagem amostrada.

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Para garantir o tamanho médio das partículas, é preciso redobrar a atenção na manutenção e afiação das facas e contrafacas da ensiladeira, durante a ensilagem.

A altura do corte das plantas corresponde, normalmente, à distância de 15cm a 20cm do solo. A altura do corte entre 30cm e 50cm melhora o valor nutritivo da silagem e a digestibilidade, uma vez que a maior porcentagem de lignina e potássio encontra-se no terço inferior da planta. Entretanto, quanto maior a altura do corte, menor o volume colhido por hectare.

C) Taxa de enchimento do silo Lembre-se:

O fechamento total do silo deve acontecer com no mínimo 3 a 5 dias do seu início; Não deve haver intervalos no enchimento do silo superiores a 10 horas;

A compactação (para expulsão do ar) e a vedação (sem trocas gasosas) permitem que se estabeleça uma condição de anaerobiose mais rápida;

Utilizar lona plástica de espessura igual ou superior a 150 micra, deixando um excesso de 0,5cm a 1,0cm ao longo de toda a borda;

(18)

PROCESSO DE FERMENTAÇÃO

Veja como acontece a fermentação da silagem, com o fechamento do silo. 1ª fase ou fase aeróbica:

Consumo de oxigênio pela respiração da massa ensilada e micro-organismos aeróbicos (bactérias como o clostridium, coliformes e fungos);

Aumento do gás carbônico; Aumento de temperatura;

Início da produção de ácido acético; Mudança de pH: de 6,0 para 4,2. 2ª fase ou fase anaeróbica:

Formação de ácido lático e diminuição de ácido acético; A temperatura estabiliza;

Paralisação da ação de bactérias em pH abaixo de 4,0.

oxigênio

oxigênio

fase

aeróbica anaeróbicafase

0 1 14 tempo (dias) nível fase de abertura e uso da silagem fase estável (estocagem) bactérias lácticas pH

Fases do Processo de Fermentação

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ABERTURA DO SILO

Quando o silo é aberto, o ambiente anaeróbico responsável pela conservação da silagem passa a ser aeróbico. Nessas condições, os micro-organismos se multiplicam rapidamente, dando início ao processo de deterioração da silagem. Esse fenômeno se manifesta através da elevação acentuada de temperatura e do aparecimento de fungos. Portanto, depois de aberto o silo e iniciada a retirada da silagem, o processo não pode ser interrompido.

O método mais efetivo de diminuir as perdas é a remoção e o fornecimento imediato da silagem aos animais, com a retirada de camadas paralelas de toda a superfície frontal do silo (painel), nunca inferior a 15cm por dia. A remoção da silagem deve ser realizada sem promover perturbações na massa remanescente; o uso de trator com pá-carregadeira frontal deve ser evitado.

A retirada da silagem deve ser efetuada manualmente (com garfos) ou com máquinas específicas; em seguida, deve ser misturada aos ingredientes concentrados e minerais (dieta pronta) para o imediato fornecimento aos animais. A retirada e distribuição lenta diminui a vida útil da silagem no cocho, que se manifesta com a elevação da temperatura. As sobras de silagem no cocho, ou na carreta após o fornecimento aos animais, devem ser eliminadas. Assim, é importante retirar do silo apenas o que será fornecido logo em seguida e de uma só vez aos animais, sem deixar sobras. O ácido lático conserva a silagem até 24 horas depois da retirada da fatia para o consumo diário. Lembre-se: para manter a qualidade da silagem, evite a exposição direta da massa aos raios solares.

21ºC 32,2ºC 28,0ºC 6,0 4,2 4,0 3,8 mudança de pH 1 2 3 4 7 12 20 ácido lático

idade da silagem (dias) ácido acético

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PASSO A PASSO DA RETIRADA DE AMOSTRA DE SILAGEM

1. Amostrar silo em 5 pontos ao longo do perfil horizontal (Figura A); 2. Homogeneizar as amostras em uma superfície limpa (Figura B);

3. Encher um saco plástico com capacidade para 1kg de material, compactando bem (Figura C); 4. Identificar a amostra com NOME DO SOLICITANTE, TIPO DE MATERIAL e DATA DA COLETA,

junto com a ficha de solicitação de análise (Figura D);

5. Enviar a amostra para o laboratório no mesmo dia da coleta, ou armazenar na geladeira por até 24 horas, ou congelar por até 7 dias;

6. Se for enviar pelo correio, congelar as amostras, colocar no isopor, vedar a caixa e enviar via Sedex ao laboratório mais próximo.

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AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA SILAGEM

O termo “qualidade da silagem” não é usado, geralmente, para designar o valor nutritivo, mas sim a extensão pela qual o processo fermentativo no silo se desenvolveu de maneira conveniente.

A ensilagem tem por objetivo preservar o valor nutritivo da planta. Entretanto, naturalmente, ocorrem perdas inerentes ao processo, que são classificadas em evitáveis e inevitáveis. A qualidade da silagem depende das decisões tomadas pelo produtor. Portanto, todas as etapas da ensilagem devem ser cuidadosamente planejadas e executadas com o fim de minimizar perdas e garantir a adequada conservação da silagem.

A) Avaliação bromatológica permanente da silagem

Uma maneira simples de fazer a avaliação é verificar diariamente se a silagem tem odor agradável, se possui aspecto uniforme e, o mais importante, se está sendo bem consumida pelos animais (os animais rejeitam silagem deteriorada). Faça uma análise de ácidos na silagem, pois se o processo de ensilagem foi bem realizado o ácido lático deverá ocupar cerca de 60% a 80% da soma total dos ácidos, com níveis aceitáveis dos indesejáveis ácidos acético, butírico e propiônico.

Tabela 10 – Níveis aceitáveis no parâmetro de qualidade de silagem (análise de ácidos)

A B C D pH – faixa ideal 4,0 a 4,5 Ácido lático (%) 60 a 80 Ácido acético (%) < 2,0 Ácido propiônico (%) 0,0 a 0,1 Ácido butírico (%) < 0,1

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B) Valor nutritivo da silagem

O valor nutritivo da silagem é normalmente igual ou inferior ao valor nutritivo da planta

antes da ensilagem. O valor nutritivo também pode sofrer profundas alterações se os processos de ensilagem e de manejo do silo não forem bem conduzidos.

Para constatar que a silagem possui alta qualidade nutritiva, que permita a formulação de dietas econômicas, faça constantemente a análise bromatológica.

Se os valores biológicos da silagem estiverem dentro dos padrões descritos na tabela abaixo, a silagem será considerada de alta qualidade.

Tabela 11 – Valores biológicos de uma silagem de alta qualidade

Fonte: Departamento de Desenvolvimento Tecnológico

Característica Sigla Valor médio ideal (%) Variação (%)

Máteria seca MS 33 a 35 32 a 37

Proteína bruta PB 7 6 a 8

Extrato etério EE 2,5 2 a 3

Matéria mineral MM 3 2 a 4

Fibra insolúvel em detergente neutro FDN Menor que 50 36 a 50 Fibra insolúvel em detergente ácido FDA Menor que 30 18 a 26 Nutrientes digestíveis totais NDT Maior que 65 60 a 75

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Saiba o que avaliar em uma silagem no laboratório de bromatologia, a fim de compor dietas econômicas e uma produtividade animal compatível e eficiente.

A matéria seca (MS) representa o material isento de água obtido através da secagem ao sol ou na estufa. A matéria seca permite comparar os resultados de análises realizadas em diferentes épocas, locais ou regiões, sempre na mesma base de matéria seca (105%).

A proteína bruta (PB) representa a fração nitrogenada dos alimentos obtida através da determinação do nitrogênio total multiplicado pelo fator 6,25. Considera-se que, em média, toda proteína tem 16% de nitrogênio (16/100 = 6,25). Trata-se de um fator muito importante no balanceamento econômico de dietas.

O extrato etéreo (EE) refere-se ao teor de óleo ou gordura dos alimentos. As gorduras, ou lipídios, são substâncias insolúveis em água, mas solúveis no éter, clorofórmio, benzeno e outros solventes orgânicos chamados de extratores. Na dieta de ruminantes, não se deve ultrapassar 5% de EE, pois, do contrário, ocorre defaunação microbiana do rúmen em favor de protozoários, o que acarreta a redução de digestão da fibra e a queda de consumo animal.

A matéria mineral (MM) é uma indicação da riqueza da amostra em elementos minerais, determinada através da incineração da amostra em mufla a 550ºC, até se obter cinza bem clara, indicando

a ausência de matéria orgânica (MO). MM = MS – MO.

A fibra insolúvel em detergente neutro (FDN) representa a quantidade total de fibra na forragem expressada pela parede celular, composta por celulose, pectina, hemicelulose e lignina. Níveis elevados de fibra de forragem limitam o consumo de matéria seca, resultando no não atendimento das exigências nutricionais e em maior demanda de alimentos concentrados. Valores ideais

de FDN inferiores a 50%.

A fibra insolúvel em detergente ácido (FDA) avalia a digestibilidade da parede celular, através dos componentes celulose e lignina da forragem, também conhecida como fração indigerível da silagem, sendo utilizada para estimar a densidade energética da forragem. Portanto, silagem contendo níveis inferiores de FDA apresenta maior concentração energética. Valores ideais de FDA inferiores a 30%. A lignina constitui a fração indigerível da porção fibra e limita a digestibilidade da FDN de forragens. Baixos níveis de lignina na silagem são desejáveis, não devendo passar de 05%. Em silagem de milho e de sorgo, os níveis de lignina variam entre 3% e 8%.

Nutrientes digestíveis totais (NDT) dizem respeito à soma dos nutrientes multiplicada pelos coeficientes de digestibilidade específica. A nova metodologia proposta pelo NRC (2001) permite calcular o NDT através dos dados de composição do alimento, pelo somatório da digestibilidade dos carboidratos não fibrosos (dCNF), proteína bruta (proteína digestiva) e digestibilidade da FDN (dFDN), conforme a fórmula: NDTa (%) = dCNF + dPBf + (dAG x 2,25) + dFDN- 7.

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Fórmulas úteis e práticas para avaliação de silagem:

Energia Líquida de Lactação: (0,0245 x % NDT) – 0,12 = Mkcal/kg % NDT: 87,84 – (0,70 x % FDA)

% Digestibilidade MS: 88,9 – (0,779 x % FDA)

% Degradabilidade Efetiva: 100,6077 – 1,4085 x % FDA % Ingestão de MS: 120 / % FDN

Valor Relativo Alimento: % Digestibilidade MS x % Ingestão MS % Proteína Digestível: (% PB x 0,908) – 3,77

1 litro de leite = 348g NDT ou 7.500 Mkcal 1kg de carne = 3,790kg NDT

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Referências

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