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INSTITUTO SUPERIOR DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO

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INSTITUTO SUPERIOR DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO

Pós-Graduação “Latu Sensu” em Ergonomia e Promoção da Saúde

do Trabalhador

FACULDADE DO LITORAL PARANAENSE

Análise ergonômica do trabalho em um setor de paletização:

um estudo de caso em um frigorífico no sul do Brasil

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Aline Bedin

Análise ergonômica do trabalho em um setor de paletização:

um estudo de caso em um frigorífico no sul do Brasil

Trabalho apresentado como requisito parcial à obtenção do título de Especialista no Curso de Pós-Graduação “Latu Sensu” em Ergonomia e Promoção da Saúde do Trabalhador pela Faculdade do Litoral Paranaense – Guaratuba. Orientador: Leonardo Rocha Rodrigues, Especialista.

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Análise ergonômica do trabalho em um setor de paletização:

um estudo de caso em um frigorífico no sul do Brasil

Aline Bedin

Leonardo Rocha Rodrigues, Especialista

Resumo: O trabalho em frigoríficos exige, diariamente, uma série de atividades que são prejudiciais à saúde dos colaboradores, na qual a realidade constatada nestas empresas apresenta índices elevados de adoecimento e afastamento dos trabalhadores da linha de produção. Desta forma, vários fatores podem estar relacionados, tais como: trabalho repetitivo, pressões por produção, problemas psicossociais, manipulação manual de cargas e exposição contínua ao frio, que influenciam no desenvolvimento das doenças ocupacionais. Logo, essas especificidades se tornam argumentos interessantes a uma investigação. Assim, esse estudo objetivou realizar um estudo ergonômico em uma empresa de abate de aves, com uma avaliação das condições de trabalho no setor de paletização, analisando o reflexo dos fatores ergonômicos na saúde dos trabalhadores, em especial relacionado à paletização manual de caixas. Para identificação do setor no qual seria realizada a pesquisa, a coleta de dados deu-se através da observação da postura dos trabalhadores ao realizarem suas tarefas. Foram coletadas fotografias, filmagem de todo o processo de trabalho, aplicação da Equação de Levantamento NIOSH, utilização de um pedômetro para determinar as distâncias percorridas pelos trabalhadores durante sua jornada de trabalho e foram realizadas medições das variáveis necessárias. Como resultado, com a aplicação da ferramenta NIOSH, constatou-se um elevado índice de problemas ergonômicos, principalmente relacionados à montagem dos paletes. Os problemas encontrados no ambiente em estudo foram identificados e diversas propostas de melhorias foram desenvolvidas. Portanto, as atividades realizadas no setor em estudo são realmente preocupantes e precisam de uma investigação aprofundada. O risco nestas condições mencionadas é crítico, pois as tarefas avaliadas apresentaram-se bastante desfavoráveis, ocasionando aos trabalhadores um alto risco ergonômico. Concomitante foram elaboradas melhorias voltadas à saúde e bem-estar do trabalhador, para que o mesmo não venha a sofrer com o legado imposto pelas condições inapropriadas de seu trabalho, onde as mesmas atingiram redução elevada do risco.

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Abstract: The work in refrigerators requires, daily, a series of activities that are harmful to the health of the employees, in which the reality verified in these companies presents high rates of sickness and distance of the workers of the line of production. In this way, several factors can be related, such as: repetitive work, production pressures, psychosocial problems, manual manipulation of loads and continuous exposure to cold, which influence the development of occupational diseases. Therefore, these specificities become interesting arguments for an investigation. Thus, this study aimed to perform an ergonomic study in a poultry slaughtering company, with an evaluation of the working conditions in the palletizing sector, analyzing the reflection of the ergonomic factors on workers' health, especially related to the manual palletization of boxes. In order to identify the sector in which the research was to be carried out, the data collection took place through the observation of the workers' posture when carrying out their tasks. Photographs were collected, filming of the entire work process, application of the NIOSH Survey Equation, use of a pedometer to determine the distances traveled by workers during their working day, and measurements of the necessary variables were performed. As a result, with the application of the NIOSH tool, there was a high index of ergonomic problems, mainly related to the assembly of the pallets. The problems encountered in the study environment were identified and several proposals for improvements were developed. Therefore, the activities carried out in the sector under study are really worrisome and need to be thoroughly investigated. The risk in these conditions mentioned is critical, because the evaluated tasks presented themselves quite unfavorable, causing the workers a high ergonomic risk. Concomitant improvements have been made to the health and well-being of the worker, so that they will not suffer from the legacy imposed by the inappropriate conditions of their work, where they have reached a high risk reduction. Key words: Niosh; Ergonomics; Weight lifting; Fridge.

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1 INTRODUÇÃO

A Ergonomia pode ser vista como “a ciência do conforto”. Dentro desta ótica, ela visa humanizar o trabalho e, como consequência natural, tornar mais fecundos seus resultados. Segundo Dul e Weerdmeester (2004), Ergonomia é uma disciplina científica que estuda as interações dos homens com outros elementos do sistema, fazendo aplicações da teoria, princípios e métodos de projeto com o objetivo de melhorar o bem-estar humano e o desempenho global do sistema. Entretanto, uma das definições mais clara e sucinta é a de Iida (2005) que diz que Ergonomia é a adaptação do trabalho ao homem.

Segundo Wisner (1987), a ergonomia pode ser representada como uma “ciência do trabalho”, referindo-se à necessidade do indivíduo de melhorar a utilização de máquinas, ferramentas e dispositivos, com mais segurança, conforto e eficácia, tendo em vista a melhoria e preservação da saúde dos colaboradores, assim como a concepção e garantia de funcionamento satisfatório do sistema técnico, tanto do ponto de vista da produção como da segurança. A ergonomia visa também melhorar as condições da realização das atividades humanas, tanto em relação aos seus instrumentos quanto aos ambientes em que essas atividades são executadas, buscando sempre adaptar o trabalho ao homem.

Segundo a Organização Internacional do Trabalho – OIT, trabalho decente é um trabalho produtivo e adequadamente remunerado, exercido em condições de liberdade, integridade e segurança, sem quaisquer formas de distinção, e capaz de assegurar uma vida digna a todas as pessoas que vivem do seu labor (OIT, 1998). Segundo o Ministério Público do Trabalho – MPT (2007), no setor de abate e processamento de carnes (frigoríficos), as atuais condições de trabalho encontram-se absolutamente desfavoráveis, expõe a realidade apontada pelo ritmo intenso, condições adversas e mobiliários inadequados. A consequência é um aglomerado número de trabalhadores portadores de doenças ocupacionais como traumas, distúrbios osteomusculares e transtornos mentais.

O cotidiano dos trabalhadores da indústria de abate de aves envolve inúmeros riscos devido ao manuseio de ferramentas cortantes, manipulamento de cargas, a pressão por altíssima produtividade e jornadas exaustivas em ambientes frios e insalubres (REVISTA PROTEÇÃO, 2012).

As lesões lombares estão entre as principais doenças ocupacionais que acometem os trabalhadores desse setor. É a maior causa isolada de transtorno de saúde relacionado com o trabalho e de absenteísmo, contribuindo para que os doentes sintam dificuldades de realizar as atividades, tendo muitas vezes que se movimentar de modo lento e cuidadoso, o que faz com que queiram ficar em casa na maior parte do tempo.

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Segundo Iida (2005), a análise ergonômica dos postos de trabalho (AET) é parte do estudo das interações entre homem, máquina e ambiente, abrangendo dessa forma a análise da tarefa, da postura e dos movimentos do trabalhador e das suas exigências físicas e cognitivas. Nesta situação, a postura é um elemento vital na saúde e bem-estar do trabalhador e de considerável preocupação nas organizações, pois pode acarretar redução de produtividade, dores, desconfortos, problemas de coluna, absenteísmo e turnover. Sendo assim, com a análise ergonômica do trabalho pode-se averiguar as condições reais do ambiente de trabalho, as atividades realizadas e as condições reais das tarefas executadas pelos colaboradores.

Os riscos ergonômicos podem ocasionar alterações psicológicas e fisiológicas, e causar sérios danos à saúde do colaborador porque provocam alterações no organismo e estado emocional, comprometendo seu rendimento, saúde e segurança, como lesão por esforço repetitivo (LER) e doenças ocupacionais relacionadas ao trabalho (DORT), cansaço físico, dores musculares, hipertensão arterial, variação do sono, diabetes, doenças nervosas, taquicardia, doenças do aparelho digestivo, ansiedade, problemas osteomusculares. Considera-se riscos ergonômicos os esforços físicos, manuseio de peso, postura inadequada, controle rígido de produtividade, situação de estresse, jornada e rotina de trabalho extensa, monotonia e repetitividade. O aparelho de movimentação das pessoas é o sistema osteomioarticular distribuído em todo o corpo (GRANDJEAN, 1998).

O trabalho não deve exigir mais que 30% da capacidade de força de um determinado grupo muscular de forma prolongada ou repetitiva, deve-se evitar qualquer contração muscular envolvendo um esforço maior que 50% do máximo de força do músculo. A maneira que o trabalhador utiliza a sua biomecânica contribui para o aparecimento, ou não, de patologias (COUTO, 1995).

O manuseio de peso é responsável por grande parte dos traumas musculares entre os trabalhadores desencadeando sérias patologias como: cifose, escoliose, hérnia de disco e tendinite. As patologias provocadas pelo manuseio de cargas aumentam a possibilidade de ocorrer adoecimento provocando risco ao trabalhador, afetando também os índices de afastamento e de incapacitação do funcionário. Aproximadamente 60% dos problemas musculares são causados por levantamento de cargas e 20% puxando ou empurrando-as. Isso tem ocorrido principalmente devido à grande variação das capacidades físicas, treinamentos insuficientes e frequentes substituições de trabalhadores homens por mulheres. Torna-se então necessário conhecer a capacidade humana máxima para levantar e transportar cargas, para que as tarefas e as máquinas sejam corretamente dimensionadas dentro desses limites (IIDA, 2005).

Nos meados de 1981, o NIOSH - National Institute for Occupational Safety and

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técnico intitulado Work Practices Guides for Manual Lifting (Guia de Práticas de Trabalho para Levantamento Manual) (NIOSH, 1981). O manual tinha como finalidade prevenir ou diminuir a ocorrência de dores ocasionadas pelo levantamento manual de cargas, e para isso foi desenvolvida uma equação para calcular o peso limite recomendável em tarefas repetitivas de levantamento de cargas (IIDA, 2005). É constituído por um sumário da literatura sobre o tema, procedimentos analíticos, uma equação para cálculo do peso recomendado para atividades de levantamento com uso das duas mãos e com movimento simétrico, e algumas orientações para prevenir o risco de lombalgia ocasionado por este tipo de atividade.

A equação desenvolvida em 1981 pelo NIOSH passou por um processo de revisão em 1985, por um comitê de especialistas, a fim de aprofundar e aperfeiçoar o manual de cargas, e em 1991 foi sumarizada em um documento intitulado Scientific Support

Documantation for the Revised 1991 NIOSH Lifiting Equation (Documentação Científica de

Suporte para a Equação NIOSH de Levantamento, revisada em 1991 – tradução nossa). Fundamentado nessa revisão, o comitê recomendou critérios para definição da capacidade de levantamento de colaboradores saudáveis e os utilizou para formular a equação de levantamento revisada (WATERS et al., 1994 apud STRABELI; NEVES, 2016), dando origem a uma ferramenta para identificar os riscos de lombalgia, adquirida ao realizar manipulação de cargas no trabalho levando em consideração 3 critérios:

Biomecânico: restringindo o estresse na região lombo-sacral, sendo o mais importante em levantamentos que requerem um sobre esforço;

Fisiológico: limitando o estresse metabólico e a fadiga associada à tarefa de ordem repetitiva;

Psicofísico: limitando a carga baseando-se na percepção que o trabalhador tem de sua própria capacidade, aplicável a todo o tipo de tarefa menos àquela cuja frequência de levantamento é elevado, sendo superior a seis levantamentos por minuto. (IIDA, 2005).

O Método NIOSH foi desenvolvido com o intuito de determinar a carga máxima a ser manuseada e movimentada manualmente numa atividade de trabalho. Para a determinação do limite de carga máxima foi criada uma equação que inclui fatores como: a manipulação assimétrica de cargas, a duração da tarefa, a frequência dos levantamentos e a qualidade da pega.

Recommended Weigth Limit – RWL (LPR – Limite de peso recomendado),

segundo os autores Waters et al. (1994 apud STRABELI; NEVES, 2016), Colombini e Occhipinti (2012), RWL é o produto principal da revisão da equação. É definido para alguns conjuntos de condições de atividades como o peso de um objeto que, possivelmente, todos

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os colaboradores, com boas condições de saúde, poderiam trabalhar por um determinado período de tempo sem aumentar o risco de desenvolver uma lombalgia.

A equação do NIOSH para o levantamento de cargas determina o limite de peso recomendado (LPR) a partir de seis fatores de redução da constante de carga. Os coeficientes, que variam entre 0 e 1, levam em conta a distância horizontal entre a carga e o operador (H); a distância vertical (V) da origem da carga; o deslocamento vertical (D) entre a origem e o destino da carga; o ângulo de assimetria (A) medido a partir do plano sagital; a frequência média de levantamentos (F) e a qualidade da pega (C). O valor da constante de carga foi estabelecido para o método NIOSH em 23 kg por meio de critérios biomecânicos, psicofísicos e fisiológicos. Esse valor refere-se à movimentação de carga no plano sagital a uma altura de 75 cm do solo, para um deslocamento vertical de 25 cm, para cima ou para baixo e com a carga a uma distância máxima de 25 cm do corpo do trabalhador. O modo multiplicativo da equação faz com que o valor limite de peso indicado diminua à medida que se afaste das condições ótimas (RIBEIRO et al., 2009). (Equação 01).

De acordo com Colombini e Occhipinti (2012), o Lifting Index – LI (IL – Índice de Levantamento) é definido pela relação entre o peso da carga levantada e o limite de peso recomendado (RWL), sendo mostrado pela seguinte Equação 2:

O peso recomendado (LPR/RWL) é estimado a partir do peso máximo que pode ser levantado em condições ideais (constante de peso ou massa de referência) reduzido em função da intervenção de outros elementos de risco (fatores multiplicativos de redução).

Onde LI < 1 tem-se risco aceitável; 1 < LI < 2 risco aceitável sob condição; LI > 2 tem-se risco não aceitável. “Esse índice indica um valor estimado do estresse físico associado com a atividade avaliada” (COLOMBINI; OCCHIPINTI, 2012).

Hoje em dia, entre os problemas de saúde mais caros enfrentados estão as alterações da coluna lombar, dorsalgias e lombalgias, que são rotineiros e ocasionam inúmeros aborrecimentos para a sociedade, empregadores e para os próprios trabalhadores, pois prejudicam a saúde de jovens e idosos (MCDERMOTT et al., 2012; TEIXEIRA, 2011).

Entre as causas de lombalgia pode-se observar inúmeros fatores de risco ocupacionais, dentre os quais destacam-se como fator causal as atividades que realizam

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levantamento manual de cargas. Assim, a lombalgia caracteriza um sério problema de saúde ocupacional nos países industrializados, colaborando com 20 a 30% de todos os afastamentos do trabalho por doença e representando 50% do total de custos diretos a eles relacionados. (KERR et al., 2001). Os distúrbios da coluna lombar são frequentes e ocasionam transtornos para os colaboradores, a indústria e a sociedade em geral. Deste modo, 70 a 80% da população apresenta algum episódio de lombalgia durante a vida (MARRAS, 2000; QUINN, 2002).

A dor lombar é a segunda maior causa de visita de pacientes aos médicos, só perde para a dor de cabeça. O problema atinge mais de 80% da população mundial segundo dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), e representa prejuízos financeiros para as empresas (é a maior causa de afastamento do trabalho em pessoas com menos de 45 anos), para o governo (em 2012, mais de 116 mil pessoas receberam auxílio-doença por esse motivo) e para os que sofrem com o problema de cansaço, desânimo e até mesmo estágio depressivo. A adoção da má postura pode gerar sobrecarga nos segmentos da coluna e nos membros. O manuseio de cargas pode provocar o surgimento de complicações patológicas futuras (EXAME, 2016).

As dores lombares podem manifestar-se em diversas circunstâncias de trabalho, mas é muito comum nas atividades que envolvem o manuseio de instrumentos manuais e cargas de trabalho exaustivas. Essas tarefas, se executadas de forma insegura, podem promover um grande risco de lesões. Pesquisas vem evidenciando uma forte ligação entre a movimentação manual e as lesões musculoesqueléticas (MCDERMOTT et al., 2012).

Desta forma percebe-se que uma melhoria das condições de trabalho se faz necessária nesta área, como em outras onde os esforços e esgotamento humano são uma constante. Depois de observados os dados da OMS é de suma importância a sociedade se preocupar e trabalhar para reduzir estes riscos que o manuseio de carga pode ocasionar. Em virtude da realidade constatada nos ambientes frigoríficos e apresentada pelos pesquisadores citados, verifica-se a necessidade de melhorar as condições de trabalho, buscando prevenir e/ou reduzir as doenças ocupacionais, tais como as lesões musculoesqueléticas.

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2 METODOLOGIA

O presente estudo configura-se como estudo de caso e pode ser classificado como exploratório-descritivo, em relação aos dados obtidos. Esta observação foi realizada através de visitas técnicas à área de produção, no setor da paletização em uma empresa típica do ramo frigorífico de aves localizada no Sul do Brasil. Foi realizada uma análise ergonômica do setor identificando as etapas de trabalho, bem como posturas utilizadas pelos trabalhadores durante execução das tarefas. Para este estudo foram acompanhados oito trabalhadores do sexo masculino que são registrados e possuem a função de auxiliar de produção, e a atividade analisada foi a paletização manual de caixas de produtos, sendo a principal atividade e que consiste em levantar e carregar a caixa que vem através da esteira e realizar o depósito das mesmas sobre os paletes.

A coleta de dados foi realizada através da observação de postura dos trabalhadores ao executarem suas tarefas, e também foram coletadas fotografias e filmagens dos funcionários e de todo o processo de trabalho durante um dia completo da sua jornada para análise do levantamento de carga através do método NIOSH. Também foram realizadas medições das variáveis necessárias que são: a distância horizontal entre a carga e o operador, distância vertical da origem da carga, o deslocamento vertical entre a origem e o destino da carga, o ângulo de assimetria medido a partir do plano sagital, a frequência média de levantamentos e a qualidade da pega.

Para determinar as distâncias percorridas pelos trabalhadores durante sua jornada de trabalho foi utilizado um pedômetro (Marca Oregon Scientific Pe 320). O comprimento do passo foi programado em 50 cm (20 polegadas), sendo o pedômetro prendido no nível da cintura no cinto do funcionário mantendo uma posição horizontal para obter resultados mais precisos. Ao final da jornada de trabalho foi calculado a distância percorrida que se dá pela distância total = passos dados x comprimento de passo médio.

Os valores dos pesos das cargas levantadas pelos trabalhadores foram coletados na própria fábrica, através de um relatório impresso que o responsável pelo setor forneceu. A coleta dos dados foi realizada no mês de agosto de 2016 durante o período diurno de trabalho da empresa, iniciando as atividades às 04h50min e 06h30min e término respectivamente às 14h48min e 16h18min, levando em consideração que os dados de produção são referentes à terceira semana do mês de agosto de 2016.

Estas informações foram obtidas através de uma média semanal. A paletização destes produtos se dá conforme demanda de produção. Tudo o que é produzido diariamente vai para o túnel de congelamento para adquirir temperatura, automaticamente tudo o que entra no túnel, durante o turno, é obrigatória a saída do mesmo volume durante este mesmo

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turno, apresentando temperatura necessária para ser paletizado e enviado para o setor da expedição onde vai para estocagem, permanecendo até o mesmo ser expedido para os destinatários.

A equação de NIOSHI (National Institute for Occupational Safety and Health – EUA) foi desenvolvida para calcular o peso limite recomendável em tarefas repetitivas de levantamento de cargas. Essa equação foi desenvolvida inicialmente em 1981 e revisada em 1991, tendo o objetivo de prevenir ou reduzir a ocorrência de dores causadas pelo levantamento de cargas. Ela refere-se apenas à tarefa de apanhar uma carga e deslocá-la para depositá-la em outro nível, usando as duas mãos (IIDA, 2005).

A equação revisada de levantamento NIOSH, em 2012, continua seguindo a tradição da EPM e quer oferecer a todos aqueles que atuam na área de prevenção nos postos de trabalho não apenas um guia interpretativo das normas sobre a matéria contida no Decreto-Lei n. 81/08, contribuindo principalmente com orientações e instrumentos (inclusive informático) para a adequada e concreta aplicação, nos mais diferentes contextos de trabalhos, tanto da norma legislativa quanto nas normas internacionais (série ISO 11228), as quais ela faz referência, como descrito anteriormente, é uma ferramenta para avaliação do estresse físico das tarefas com uso das duas mãos. Como toda ferramenta, sua aplicação é limitada às condições para qual foi projetada (COLOMBINI; OCCHIPINTI, 2012).

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3 RESULTADOS

Este estudo foi desenvolvido em um frigorífico de aves que atua no abate de frangos e produção de carne de frango in natura localizado no Sul do Brasil. A empresa atualmente gera em torno de novecentos e cinquenta empregos diretos.

O frigorífico alvo deste estudo encontra-se implantado em uma área de 10.000,000 m² e uma área construída de 8.588,09 m². Considerado típico da indústria avícola do Brasil, ele opera em 2 turnos de trabalho, abate aproximadamente 120.000 aves por dia produzindo, aproximadamente, 60.000,000 Kg de carne por ano e, desta forma, contribuindo para o abastecimento do mercado interno, bem como o externo. Em específico, o setor da paletização recebe uma produção diária de 7.780 caixas para o primeiro turno, e o segundo 7.000 caixas.

A pesquisa foi realizada no setor da paletização. No primeiro turno, a jornada de trabalho registrada estende-se das 06h30min às 16h18min. Durante a jornada de trabalho são asseguradas três pausas térmicas distribuídas a cada uma hora e quarenta, de vinte minutos cada, subdivididas em duas pela manhã e uma a tarde realizadas fora do ambiente de trabalho. É assegurado também um intervalo de refeição de 60 minutos. Essa jornada se estende de segunda a sexta-feira.

Observa-se um ambiente estreito, com pouca extensão e poucos metros de largura, dificultando a passagem de máquinas e pessoas ao mesmo tempo. Segundo o Art. 253 da CLT, este ambiente de trabalho é considerado uma área fria devido a temperatura ser inferior a 10°C. Observa-se a realização de muita força física, pois, na atividade de montar paletes, pode haver incidência de problemas nas costas, já que o colaborador utiliza muito os membros superiores e levantamento de peso. Este setor pode apresentar riscos físicos, riscos ergonômicos e de acidentes, pelo motivo de o ambiente não ter uma metragem adequada para execução das atividades e também porque os colaboradores estão expostos a estes riscos. Dessa forma, são distribuídos equipamentos de proteção individual (EPIs) de acordo com a necessidade do processo.

A paletização é o setor que inicia após a embalagem secundária, ele envolve desde o túnel de congelamento até o strechamento dos paletes. O túnel tem por objetivo congelar os produtos assim que os mesmos terminam de ser embalados, não devendo os produtos apresentar uma temperatura superior a 10°C antes de entrarem nos túneis de congelamento. Os produtos têm permanência de aproximadamente 18 horas a uma temperatura de -32°C a -40°C, devendo a temperatura interna do produto, na saída destes, ser de -18°C quando se trata de produtos destinados à exportação, e até -12°C quando os mesmos são destinados ao mercado interno, ou de acordo com as exigências dos clientes.

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O congelamento é realizado por meio de congelamento rápido, o que evita a formação de grandes cristais de gelo nos produtos. Depois de congelados, ou resfriados, os produtos são retirados do túnel através de um elevador que deposita as caixas sobre uma esteira.

O processo de paletização tem início com os produtos saindo do túnel de congelamento, sendo que a quantidade de caixas que entra no túnel é a mesma que sai. Os produtos que saem do túnel não são separados por código de item, saem de forma aleatória. Estes produtos podem vir embalados de duas formas: em caixas de papelão (exportação), fechadas ou abertas; ou em sacos plásticos (mercado interno). Logo após os produtos passam pelo detector de metais, seguem pela esteira, após passam pela máquina plastificadora cuja função é ajustar o filme ao tamanho da embalagem. As caixas, após o processo de plastificação e o seu encolhimento, seguirão por uma esteira onde o layout da mesma apresenta-se em “L” até a área de paletização, onde os operadores de produção as separam conforme o tipo de produto e as colocam em paletes de madeira. Nesta esteira encontram-se oito operadores do sexo masculino, sendo cada um responsável por montar paletes. Estes operadores ficam localizados entre a esteira e os paletes.

A tarefa avaliada consiste na paletização de caixas retangulares de papelão, com peso que varia de 10 a 20 Kg. O processo ocorre de maneira que o produto chegue ao trabalhador por meio de uma esteira. O operador fica ao lado da esteira, pega as caixas com as duas mãos e as coloca nos paletes, que ficam localizados em frente à esteira, formando os paletes e colocando em cada um somente um tipo de produto, classificado pelo código impresso na etiqueta adicionada na caixa. É cumprido o empilhamento padrão pré-estabelecido alinhadamente conforme instrução técnica. Na pilha, as caixas são colocadas com etiqueta para o lado externo para fácil visualização, com a preocupação de não haver mistura de produtos.

Ocorrido o preenchimento completo dos paletes, outro colaborador retira os paletes e transporta os produtos com ajuda de uma transpaleteira-torre até o suporte da Máquina de Stretch. Após efetuado o Stretch, o mesmo é retirado pela segunda transpaleteira e depositado na entrada da expedição.

Há uma exceção para os produtos paletizados com baixo volume de expedição. Conforme descrito acima, os produtos não saem em sequência do túnel, os de menor produção são conduzidos até os paletes que estão distribuídos próximo à parede, ocorrendo o seguinte fluxo: o funcionário deposita o produto sobre o palete que está ao lado da esteira, vem um segundo funcionário retira o produto que foi depositado sobre o palete e o deposita sobre o estrado que está próximo à parede, realizando assim um reprocesso de trabalho. Isso ocorre devido ao espaço físico ser restrito, não tendo espaço próximo à esteira. Este reprocesso ocorre eventualmente durante a jornada de trabalho.

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Os principais riscos à saúde do colaborador estão relacionados ao transporte das caixas de 10 Kg a 20 Kg, à elevação acima da altura dos ombros para formação de paletes de até 1,61 metros de altura, e aos abaixamentos para iniciar a formação da pilha. Essa atividade apresenta acentuado problema postural, principalmente para inserção dos primeiros blocos no chão, devido a altura e a postura exercidas serem inadequadas.

Para análise da tarefa, o trabalho desempenhado pelos operadores foi subdividido em três fases:

1ª Fase – PEGA: ao retirar a caixa da esteira a postura adotada foi de tronco em rotação lateral, membros superiores abaixo da linha dos ombros e membros inferiores apoiados no solo.

2ª Fase – TRANSPORTE: ao realizar o transporte das caixas o funcionário se encontra com rotação de tronco, membros superiores abaixo da linha do ombro e membros inferiores apoiados no chão. O tempo de execução dessa atividade varia de acordo com a quantidade de caixas que saem do túnel de congelamento. Com a utilização de um pedômetro pôde-se constatar que a média percorrida por dia pelos trabalhadores foi de 20 km/dia, destes estima-se que o colaborador percorreu 4,86 km com manuseio de peso.

3ª Fase – DEPOSIÇÃO DA CAIXA SOBRE O PALETE: para fins de observação dividimos a atividade em 3 possibilidades:

I. Parte mais baixa do palete: a postura adotada no início da montagem dos paletes é de membros superiores abaixo da linha do ombro e está em movimento, o tronco do funcionário se encontra flexionado, membros inferiores apoiados em apenas um membro inferior, outro membro inferior somente apoiado em flexão plantar, a altura em relação à base do palete é de 14 cm. II. Parte media do palete: a colocação das caixas em uma altura de 96 cm em

relação à base do palete, observa-se uma postura de membros superiores abaixo da linha do ombro e membros inferiores apoiados no solo.

III. Parte mais alta do palete: ao realizar o término da montagem do palete em uma altura de 1,61 metros em relação à base do palete, a postura adotada foi de membro superior acima da linha do ombro e membros inferiores apoiados no chão.

De acordo com o quadro abaixo pode-se observar os ângulos articulares do corpo realizado pelos funcionários ao realizarem a montagem dos paletes.

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Quadro 1 – Biofotogametria postural

Fonte: Elaborado pela autora (2016).

Biofotogametria (Postura) Ângulo % Tempo

OMBRO Flexão 73° Abdução 63° LOMBAR Flexão 0° OMBRO Flexão 67° Abdução 54° LOMBAR Flexão 163° INICIO Palete: OMBRO Flexão 109° Abdução 75° LOMBAR Flexão 194° MEIO Palete: OMBRO Flexão 95° Abdução 64° LOMBAR Flexão 141° FIM do Palete: OMBRO Flexão 93° Abdução 48° LOMBAR Flexão 90°

Tempo de espera até a próxima caixa

(tempo parado dentro do ciclo). Postura neutra 72% 15% 15% Fase 1 – PEGA Fase 2 – TRANSPORTE Fase 3 – DEPOSIÇÃO 4% 9% 15%

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As posturas adotadas nas fases de trabalho que merecem atenção a curto prazo correspondem às atividades de transporte que envolvem carregamentos de peso. Observa-se, no Quadro 1 acima, que o tempo de deposição é o principal fator de trabalho ocupando a maior parte do tempo do ciclo; nesta fase constata-se uma sobrecarga maior de ombro e coluna lombar. Percebe-se também que 72% do tempo o colaborador encontra-se em postura neutra, que é o tempo onde o mesmo espera até vir à próxima caixa a ser paletizada.

Nestas fases de trabalho pode-se visualizar fatores de risco para o desenvolvimento dos DORT, como adoção de posturas constrangedoras (rotação de tronco), carga osteomuscular e invariabilidade da tarefa, carregamento contínuo de caixas de 10 a 20 kg (BARBOSA, 2002). A má postura pode originar vários problemas posturais e de saúde. Muitos desses problemas acabam lesionando a coluna vertebral, e são mais disseminados do que outros. As deformidades posturais acontecem quando os músculos observados apresentam alterações na curvatura cervical como cifose, lordose, escoliose, atrofias e sinais de traumatismos (NATOUR, 2004).

Na atividade de deposição da caixa sobre o palete, a postura deve merecer atenção imediata. Há uma maior carga na coluna lombar devido à sustentação contínua das caixas (20 Kg), o que pode gerar uma decorrência maior de dor. O manuseio incorreto das cargas, as posturas inadequadas e o levantamento da carga exigido nessa atividade pode provocar degeneração dos discos articulares (RIO; PIRES, 2001).

National Institute for Occupational Safety and Health (NIOSH) baseou-se nos

trabalhos de Chaffin para determinar valores limites para a força de compressão dos discos intervertebrais entre L5 e o sacro, bem como o manuseio em determinadas posições, particularmente tendo que pegar a carga no chão, aumenta consideravelmente a ocorrência de lombalgia (SILVA FILHO; BOGADO JUNIOR, 2004).

Visto as exigências posturais, há a demanda de analisar-se o risco gerado a partir do manuseio de peso. Risco este que será o embasamento da probabilidade de lesão e orientará as modificações futuras neste setor.

Ao realizar a análise utilizando a equação nova de NIOSH (atualizada junto a COLOMBINI; OCCHIPINTI, 2012), constatou-se que as características mais importantes observadas, no momento, foram distância horizontal elevada (acima de 50 cm) devido o colaborador não poder dar a volta no palete, e ao ambiente de trabalho apresentar espaço restrito para execução desta atividade.

Outro fator original foi o manuseio de 15,2 toneladas de trabalho por dia por funcionário. Dentre estas 15 toneladas 10,5; 12,5; 15,5; 17,5; 18,5; 20,5 são as faixas médias de peso manipulado, sendo que 72,8% de peso manipulado consiste na faixa de 15

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e 18 kg, 7,3% do peso manipulado encontra-se na faixa de 18 e 20 kg, os demais abaixo de 15 kg.

O risco nestas condições mencionadas é crítico. Este fato foi comprovado com a aplicação da Equação de Levantamento NIOSH, pois as tarefas avaliadas apresentaram-se bastante desfavoráveis, ocasionando aos trabalhadores um alto risco ergonômico.

Buscando melhores condições ambientais e, desta forma, menores riscos relacionados à saúde e segurança dos funcionários ligados à empresa frigorífica estudada, foi realizada uma simulação tendo como base as mesmas características da tarefa com algumas medidas modificadas, que são:

Melhorar o layout da área de trabalho fazendo com que a manipulação dos materiais seja realizada dentro de uma área de alcance ao trabalhador, ou seja, que ele possa dar a volta no palete e com isto o alcance máximo ser de 50 cm de profundidade;

Implantação de uma mesa pantográfica giratória, que é um equipamento destinado a ergonomia ou transferências de carga, proporcionando condições de trabalho para os colaboradores com elevação das cargas até as posições de trabalho, mantendo uma distância de 50 cm do solo e não ultrapassando 1,25 cm de altura, eliminado esforços repetitivos e preservando a saúde do ser humano;

Contratar novos trabalhadores totalizando 13 funcionários na atividade para atuarem, principalmente, nas atividades que exigem maiores esforços musculares e com isto tenham menos de 10 ton/dia por funcionário;

Realizar um treinamento com os trabalhadores para que os mesmos possam localizar as pegas, de modo que a carga possa ser realizada na frente do corpo (manter o centro de gravidade da carga próximo ao corpo do trabalhador); Realizar um estudo quanto ao uso de embalagens verificando as que possuem

uma melhor aderência e bons pontos de fixação para o carregamento manual de cargas.

Com esta etapa de trabalho com alturas e alcances controlados, somados ao conhecimento do trabalhador e melhores pegas, atingiu-se um resultado de Índice de levantamento (LI) da equação de NIOSH de 2,0 no método tradicional e de 1,84 (homens entre 18 e 45 anos – características encontradas no local de trabalho), no cálculo atualizado por Colombini e Occhipinti. Neste cálculo atualizado este valor corresponde à presença de risco, mas ainda abaixo de elevado e abaixo também de crítico. Para se trabalhar na altura que a empresa deseja, a solução seria a utilização de outras máquinas como remontadora de palete, mas esta solução combinada é usual e complementar à tarefa avaliada.

(18)

Quadro 2 – O significado dos Lifting Index e as orientações operacionais

Fonte: Colombini e Occhipinti (2012).

Importante ressaltar que o tempo de cada atividade dentro do ciclo não se altera, mas as posturas críticas também são alteradas, haja visto que agora a altura mínima de deposição da carga e a altura máxima de deposição estão em alcance vertical compatível com o trabalhador e, devido a estruturação de layout, o alcance horizontal também foi adequado. A tarefa pode ter uma nova caracterização com alta redução de risco tomando como base as medidas simuladas.

Valor de

Lifting Index (LI) Nível de exposição Interpretação Consequências

0,8 < LI < 1,0 Área amarela

Borderline ou exposição

muito baixa

Exposição aceitável para a maior parte da

população ativa ou referência. Todavia, uma parte não desprezível dela

poderia ser exposta a níveis de risco muito

baixos Melhorar, se é possível, os fatores estruturais ou adotar medidas organizacionais, formar o pessoal especializado 1,0 ≤ LI < 2,0 Área vermelha baixa

Risco presente: nível baixo

Uma parte significativa da população ativa poderia ser exposta a um nível de

risco baixo

Reprojetar, assim que for possível, as tarefas e os postos de trabalho conforme prioridades. Formar o pessoal especializado e ativar o Acompanhamento Médico 2,0 ≤ LI < 3,0 Área vermelha média

Risco presente: nível significativo

Uma parte maior da população ativa poderia

ser exposta a um nível significativo de risco

Reprojetar, assim que for possível, as tarefas e os

postos de trabalho conforme prioridades

LI ≥ 3,0 Área vermelha intensa

(Violeta)

Risco presente: risco elevado

Absolutamente não adequada para a maior parte da população ativa

Reprojetar imediatamente as tarefas e os postos de trabalho. Formar o pessoal especializado e ativar o Acompanhamento Médico

(19)

4 CONCLUSÃO

Este trabalho de pesquisa foi desenvolvido com o objetivo de conhecer mais profundamente a tarefa de montar paletes de uma empresa, observando as posturas que os colaboradores assumem para a realização de tal tarefa e o conhecimento que o mesmo tem sobre a biomecânica humana e as consequências que o seu mau uso pode provocar.

Muitos produtos e postos de trabalho inadequados provocam estresses musculares, dores e fadiga que, às vezes, podem ser resolvidas com providências simples, incluindo o conhecimento sobre os prejuízos de tais trabalhos.

Os resultados do estudo de caso do setor da paletização na tarefa de montar palete demonstram que há sérios problemas quanto à montagem inicial e final do palete, onde possui risco crítico associado a este manuseio de peso. Foi verificado no estudo de caso que, com modificações e adequação do número de trabalhadores, é possível atingir uma redução significativa de risco o qual é compatível com a realidade deste meio industrial. Associado a outras condições organizacionais pode-se obter melhores resultados e novas pesquisas com outros estudos de caso podem se fazer necessárias.

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