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EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: Entendimento e preocupação com a promoção da saúde

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Academic year: 2021

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EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR:

Entendimento e preocupação com a promoção da saúde

Nicanor da Silveira Dornelles1 Veronica Silva Rufino Dornelles2

Daniela Lopes dos Santos3

Resumo: A escola como espaço de produção e construção de conhecimentos, é o local ideal para que crianças e adolescentes adquiram bons hábitos de saúde. Objetivos: Verificar a preocupação dos estudantes com a saúde e o risco de doenças provocadas pelo sedentarismo e o entendimento que eles têm da Educação Física como disciplina voltada para promoção da saúde. Materiais e métodos: Pesquisa descritiva composta por 92 alunos da 8ª série do ensino fundamental, da Escola Estadual de Educação Básica Prof.ª Lelia Ribeiro do município de São Martinho da Serra - RS, Brasil. Como instrumento foi utilizado o Questionário para Avaliar o Papel da Educação Física Escolar na Promoção da Saúde. Resultados: 93,47% (n=86) dos alunos afirmam se preocupar com a sua saúde e 89,13% (n=82) com os riscos de doenças provocados pelo sedentarismo. Ao serem questionados se a disciplina de Educação Física se preocupa com a saúde, 84,78% (n=78) responderam “sim” e 93,47% (n=86) consideram que as aulas incentivam e promovem a saúde. Conclusão: Os estudantes em sua grande maioria se preocupam com sua saúde, e com os riscos de doenças provocados pelo sedentarismo; valorizam a Educação Física e a prática regular de exercícios físicos para a promoção da saúde.

Palavras chave: Escola; Saúde; Educação Física.

Introdução

A inatividade física é um importante fator de risco para as doenças crônicas não-transmissíveis (DCNTs). As DCNTs estão aumentando no público jovem, lideram as causas de morbimortalidade no Brasil e no mundo, e acarretam graves impactos pessoais, sociais e financeiros1. Os baixos níveis de atividade física entre

crianças e adolescentes têm sido atribuídos à sociedade contemporânea cada vez

mais agitada e competitiva, ao aumento do tempo em frente à TV, à Internet e aos

1. Mestrando em Educação Física - UFSM; Núcleo de Estudos em Exercício Físico e Saúde- NESEFIS,CEFD-UFSM.

2 Docente Especialista em Atividade Física e Saúde da Escola Estadual de Educação Básica Prof.ª Lelia Ribeiro; Núcleo de Estudos em Exercício Físico e Saúde- NESEFIS,CEFD-UFSM.

3 Docente Associada–CEFD-UFSM; Núcleo de Estudos em Exercício Físico e Saúde- NESEFIS,CEFD-UFSM.

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videogames, à diminuição do número de aulas de Educação Física nas escolas, à

redução das opções de lazer ativo em razão do crescimento da violência urbana e

da preocupação dos pais com a segurança dos filhos, levando ao sedentarismo,

com diversas consequências a saúde.

A escola sendo um espaço de produção e construção, em que crianças e adolescentes passam grande parte de seu tempo, no mínimo 14 anos de suas vidas, parece ser o local ideal para a aquisição de bons hábitos de saúde. A Educação Física Escolar possui um grande desafio, que é o de criar condições de autoconhecimento e desenvolvimento dos alunos nos domínios motores, cognitivos, afetivos e sociais, construindo assim uma vida ativa, saudável e produtiva, integrando de forma adequada e harmônica o corpo, mente e espírito por meio das vivências diferenciadas de atividade física na escola e fora dela.

A escola deveria ser o meio mais prático e fácil da criança adquirir hábitos de vida saudáveis, pois para muitos, a escola é o único meio disponível para a prática de atividades físicas. Estes hábitos criados durante a adolescência, até o final do ensino médio são aqueles que permanecerão por toda a vida desde que tenham significado.

Pelo bom senso, a escola, acompanhada do engajamento da família e das políticas governamentais de saúde, seria o local ideal para o início da educação para a saúde e a Educação Física Escolar seria a condutora principal deste processo pedagógico. Maitino aponta que o primeiro objetivo da inclusão da atividade física relacionada à saúde nos currículos da Educação Física deve ser para que as crianças realizem activity independence, ou seja, tornem-se independentes quanto às suas atividades. Os professores devem ajudá-las e encorajá-las a internalizar a motivação para serem ativas, de forma que, quando a motivação extrínseca dos professores for retirada, a criança continue com um estilo de vida ativo. Para conseguir esta independência, a criança deve entender os princípios sobre atividades que objetivam a saúde, além de saber como tomar decisões para implementar programas individuais que devem ser periodicamente redirecionados e modificados com o passar dos anos.

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3 - Existe preocupação por parte dos estudantes com os riscos de doenças provocadas pelo sedentarismo?

- Os estudantes entendem a Educação Física Escolar como disciplina voltada também para promoção da saúde?

Método

A pesquisa caracterizou-se como descritiva e o grupo estudado foi composto por 92 alunos da 8ª série do ensino fundamental, de uma escola pública da região central do estado do Rio Grande do Sul, no município de São Martinho da Serra – Brasil. Como instrumento de coleta de dados utilizou-se quatro questões do Questionário - Avaliar o Papel da Educação Física Escolar na Promoção da Saúde5; tomando-se por base a matriz analítica da categoria: preocupação e entendimento da Educação Física escolar para a promoção da saúde.

Os dados percentuais analisados advêm das respostas obtidas do questionário. Para uma melhor compreensão dos resultados, os percentuais são apresentados em forma de grupos, de acordo com sua abrangência e discutidos conforme os objetivos do estudo.

Resultados

Os resultados referentes à categoria: preocupação (tabela 1) e entendimento (tabela 2) encontram-se a seguir.

Tabela 1: Respostas relativas ao item preocupação

Sim Não

Você se preocupa com a sua saúde? 93,47 (86) 6,52 (6) Você se preocupa com os riscos de doenças

provocados pelo sedentarismo?

89,13 (82) 10,86 (10)

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4 Tabela 2: respostas relativas ao item entendimento

Sim Não Você entende a educação física escolar como

disciplina que se preocupa com a sua saúde?

84,78 (78) 15,21 (14)

A educação física na sua escola promove saúde? 93,47 (86) 6,52 (6) Valores representados em percentual (frequência): % (f)

Discussão

Sabendo-se da grande importância da atividade física regular na prevenção de doenças e a aquisição deste hábito desde a infância e adolescência é bastante razoável questionar o quanto as informações sobre saúde estão alcançando a população escolar.

No presente estudo constatou-se, que quase a totalidade dos alunos (93,47 %) se preocupa com a saúde e 89,13% com os riscos de doenças provocados pelo sedentarismo. A atividade física impede ou posterga o surgimento de hipertensão, reduz os sentimentos depressivos e a ansiedade, e pode, por meio de seu efeito sobre a saúde mental, aumentar a capacidade de aprendizagem. Em um estudo de base escolar na cidade de Pelotas/RS com 1233 adolescentes, com idades entre 13 e 19 anos, mais de 60% dos adolescentes associaram corretamente o hábito de realizar atividades físicas e prevenção de doenças crônicas como hipertensão, colesterol elevado, osteoporose e depressão.

Percebe-se que os estudantes aqui pesquisados, veem a Educação Física na sua Escola como disciplina que se preocupa com a saúde (84,78%) e como disciplina que promove a saúde (93,47%). Para Nahas, os programas de Educação Física no ensino fundamental e médio devem ser vistos como uma cadeia de experiências sequenciais e progressivas, para que possam manter o entusiasmo e o interesse dos alunos. O autor sugere que quando os alunos atingem 14 - 16 anos de idade (transição para o ensino médio) é preciso enfatizar os conteúdos sobre atividade física para aptidão física e saúde além de tratar destes conteúdos com uma instrução concentrada, através de meios adequados (discussões, experiências, realização de atividades) para que possam promover mudanças comportamentais mais permanentes.

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5 Nahas ainda destaca que o professor de educação física é um promotor de saúde na escola, que possui a responsabilidade de relacionar princípios de alimentação saudável, a prevenção de doenças cardiovasculares e conscientizar os alunos da importância de ter um estilo de vida ativo. Neste contexto Darido e Souza Júnior9 apontam sobre a necessidade da disciplina de educação física abordar diversos conteúdos para além do saber fazer, estimulando os alunos a conhecer e compreender a saúde relacionada a prática corporal estabelecendo uma interface rica de relações e significados para o aluno.

Conclusão

Através deste estudo pôde-se verificar que os alunos apresentaram em sua grande maioria preocupação com a sua saúde e com os riscos de doenças provocadas pelo sedentarismo e entendimento da Educação Física Escolar como disciplina voltada também para a promoção da saúde.

A atuação junto à escola, oferecendo ferramentas aos adolescentes por meio da orientação, educação, liberdade de expressão, e, fazendo deles, verdadeiros agentes em favor da saúde própria, bem como, da comunidade, é importante e necessária, pois quanto mais cedo forem proporcionadas atitudes preventivas e explicativas na busca do conhecimento à cerca das condições de saúde visando estilo de vida saudável, maiores serão as chances de se alcançarem resultados produtivos e efetivos na saúde presente e futura desses indivíduos.

Referências

ALVES, J.G.B. Atividade física em crianças: promovendo a saúde do adulto. Revista Brasileira Saúde Materno Infantil. Recife, v. 3, p. 5-6, 2003.

BRAGA, F.C.C. Desenvolvimento de força em crianças e jovens nas aulas de educação física. Dissertação (Mestrado).Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul. p. 16, 53,66; 2007

DARIDO, S.C.; SOUZA JÚNIOR, O. M. Para ensinar Educação Física: Possibilidades de intervenção na escola. Campinas, SP: Papirus, 2007.

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6 MAITINO, E.M. Fatores de risco da doença coronária em escolares do ensino básico e suas interfaces com a Educação Física. Tese (Doutorado) – Faculdade de Filosofia e Ciências, Universidade Estadual Paulista Campus de Marília, 1998. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Organização pan-americana da saúde. Escolas

promotoras de saúde: experiências no Brasil – Brasília DF, 2006 (http:/ /portal.saúde.gov.br).V

NAHAS, M.V. Atividade Física, Saúde e Qualidade de Vida. Conceitos e Sugestões para um Estilo de Vida Ativo. 6ª ed. Londrina: Midiograf, 2013. SANDERS, S.W. Ativo para a Vida. Porto Alegre: Artmed, 2005.

SILVEIRA, E.F.; SILVA, M.C. Conhecimento sobre atividade física dos

estudantes de uma cidade do sul do Brasil. Motriz, Rio Claro, v.17 n.3, p.456-467, jul./set. 2011.

SPHOR, C.F.; SANTOS, D.L.; CORAZZA, S.T.( et al.). Validação de Questionário para Avaliar o Papel da Educação Física Escolar na Promoção da Saúde. Anais do I Congresso de Iniciação científica e Pós-Graduação-SUL Brasil. Florianópolis-SC, 2010.

Referências

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