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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO CENTRO MULTIDISCIPLINAR DE ANGICOS

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO

CENTRO MULTIDISCIPLINAR DE ANGICOS – CMA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIAS - DENGE CURSO DE BACHARELADO EM ENGENHARIA CIVIL

ISAAC EMANUEL DO NASCIMENTO

ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DE RESÍDUO DE QUARTZITO COMO AGREGADO MIÚDO EM CONCRETO CONVENCIONAL

Angicos/RN 2018

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ISAAC EMANUEL DO NASCIMENTO

ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DE RESÍDUO DE QUARTZITO COMO AGREGADO MIÚDO EM CONCRETO CONVENCIONAL

Monografia apresentada à Universidade Federal Rural do Semiárido – UFERSA, Campus Angicos, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil.

Orientador (a): Prof(a). Dra Marcilene Vieira da Nóbrega

Angicos/RN 2018

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N244e Nascimento, Isaac Emanuel do.

Estudo da Utilização de resíduo de quartzito como agregado miúdo em concreto convencional / Isaac Emanuel do Nascimento. - 2018.

46 f. : il.

Orientadora: Marcilene Vieira da Nóbrega.

Monografia (graduação) - Universidade Federal Rural do Semi-árido, Curso de Engenharia Civil, 2018.

1. Resíduo de quartzito. 2. Material alternativo. 3. Resistência à compressão. 4.

Absorção de água. I. Nóbrega, Marcilene Vieira da, orient. II. Título.

© Todos os direitos estão reservados a Universidade Federal Rural do Semi-Árido. O conteúdo desta obra é de inteira responsabilidade do (a) autor (a), sendo o mesmo, passível de sanções administrativas ou penais, caso sejam infringidas as leis que regulamentam a Propriedade Intelectual, respectivamente, Patentes: Lei n° 9.279/1996 e Direitos Autorais: Lei n°

9.610/1998. O conteúdo desta obra tomar-se-á de domínio público após a data de defesa e homologação da sua respectiva ata. A mesma poderá servir de base literária para novas pesquisas, desde que a obra e seu (a) respectivo (a) autor (a) sejam devidamente citados e mencionados os seus créditos bibliográficos.

O serviço de Geração Automática de Ficha Catalográfica para Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC´s) foi desenvolvido pelo Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da Universidade de São Paulo (USP) e gentilmente cedido para o Sistema de Bibliotecas

da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (SISBI-UFERSA), sendo customizado pela Superintendência de Tecnologia da Informação e Comunicação (SUTIC) sob orientação dos bibliotecários da instituição para ser adaptado às necessidades dos alunos dos Cursos de Graduação e Programas de Pós-Graduação da Universidade.

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Dedico o presente trabalho primeiramente a Deus, pela sua infinita misericórdia e proteção.

A toda minha família e meus queridos amigos, que tanto me apoiaram para chegar até aqui.

A Prof.(a) Dra Marcilene Vieira da Nóbrega, minha orientadora e amiga.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, digno de toda honra e toda glória, por estar presente constantemente em minha vida, me guiando, livrando-me de todo mal, me dando sabedoria para que eu pudesse desenvolver da melhor forma possível este trabalho e por colocar as pessoas certas no meu caminho.

Agradeço aos meus pais, Francisco Alberto do Nascimento e Derlice Ferreira Reinaldo, por serem os melhores pais desse mundo, por todos os ensinamentos, por toda paciência, toda confiança, e que sempre me apoiaram e incentivaram em busca dos meus sonhos. Sou grato por todo sacrifício, esforço e investimento feito para que eu pudesse chegar até aqui e usufruir de uma universidade federal, meu muito obrigado do fundo do meu coração.

Aos meus irmãos, Abraão Sérvulo do Nascimento e Esaaú Alberto do Nascimento, pela irmandade e união, aquele abraço.

Em especial a minha tia, Socorro Nascimento e a tia do meu pai, Nina, que desde o início se disponibilizaram por contra própria a ajudar financeiramente, com o propósito de me mantar na cidade de Angicos e diminuir as despesas para os meus pais.

Agradeço a todos que fazem parte da minha família de uma forma geral, primos, tios, avós, etc.

A minha orientadora científica, Marcilene Vieira da Nóbrega, pela orientação, os ensinamentos repassados e as demais contribuições para o desenvolvimento deste trabalho e para o meu crescimento acadêmico e pessoal. Agradeço pela paciência, pela ajuda, disponibilidade, compreensão e confiança depositada em mim, que claro só poderia vir de uma excelente profissional e uma pessoa magnífica que tenho uma enorme admiração, meu muito obrigado.

Agradeço aos meus caros amigos que moram ou moraram comigo durante alguns anos na cidade de Angicos/RN buscando o mesmo objetivo, Adalberto Júnior, Vitor Phablo, Jeferson Felipe, Arthur Soares e Esdras Emanuel, compartilhando de momentos alegres e também tristes, mas que apesar das adversidades da vida conseguimos lidar e enfrentar os obstáculos na irmandade e com união.

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A técnica do laboratório do curso de Engenharia Civil da UFERSA – campus Angicos, Adna Melo por me auxiliar sempre que tive a necessidade.

Também agradeço ao técnico do laboratório do curso de Edificações do IFRN campus Mossoró, Valteson da Silva e a própria instituição IFRN por abrir as portas e ajudar sempre que preciso nos ensaios tecnológicos.

Aos amigos, Vinicius Alves, Sandro França, Gabriel Lima, Arthur Vale, Heitor Figueiredo, Tatiane Milene, Italinara Rayne, Letícia Costa, Bianca Mirelly, Kenny Albert e aos demais que conquistei durante todo o curso.

A todos os professores da UFERSA – campus Angicos que tive a oportunidade de poder aprender e adquirir conhecimento contribuindo grandemente na minha formação acadêmica.

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“Nossa maior fraqueza está em desistir. O caminho mais certo de vencer é tentar mais uma vez.”

(Thomas Edison).

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RESUMO

Devido à grande geração de resíduos provenientes do beneficiamento de rochas ornamentais, com cerca de mais de 1,5 Mt e, que por diversas vezes são descartados inadequadamente no ambiente, causando impactos ambientais negativos, surge à necessidade de comprovar a viabilidade técnica do concreto produzido com os resíduos gerados no beneficiamento do quartzito. O presente estudo tem como objetivo avaliar o comportamento do concreto confeccionado com agregado miúdo oriundo dos resíduos de quartzito através de ensaios tecnológicos, em substituição parcial e total do agregado natural. A caracterização física dos resíduos de quartzito foi realizada por meio do ensaio de peneiramento, utilizando a série normal de peneiras. O ensaio de resistência à compressão e absorção por imersão foram realizados seguindo procedimentos descritos na NBR 5739 (2018) e NBR 9778 (2005). Os resultados apresentaram um baixo teor de absorção para os diferentes traços em estudo e uma uniformidade entre si, havendo variações desprezíveis. A resistência à compressão simples apresentou uma diminuição e um posterior aumento, conforme se iria aumentando o teor de substituição, chegando a resultados que viabilizam o uso destes resíduos em 50, 75 e 100% como agregado miúdo em concreto convencional.

Palavras-chaves: Resíduo de quartzito. Material alternativo. Resistência à compressão. Absorção de água.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - (a) Usina piloto de argamassa e (b) britador. ... 28

Figura 2 - Resíduos do beneficiamento do quartzito. ... 31

Figura 3 - Corpos de prova (a) antes, (b) após a desmoldagem e (c) durante a cura. ... 33

Figura 4 - Ensaio de peneiramento com auxílio do misturador mecânico. ... 34

Figura 5 - Ensaio de compressão com o auxílio de prensa hidráulica. ... 35

Figura 6 - Curva granulométrica do QS. ... 38

Figura 7 - Valores obtidos no ensaio do Slump ... 39

Figura 8 - Detalhe do Slump Test para o traço com 75% de substituição. ... 40

Figura 9 – Resistência à compressão simples aos 28 dias de cura. ... 41

Figura 10 - Teores de absorção por imersão para os concretos estudados. ... 43

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Principais tipos de cimentos normalizados no Brasil. ... 18

Tabela 2 - Limites da distribuição granulométrica do agregado miúdo. ... 20

Tabela 3 - Tipos de trabalhabilidade e variações do abatimento. ... 22

Tabela 4 - Proporções das misturas. ... 32

Tabela 5 - Ensaio granulométrico do resíduo de quartzito. ... 37

Tabela 6 - Módulo de finura e diâmetro máximo do resíduo de quartzito. ... 37

Tabela 7 - Consistência ... 39

Tabela 8 - Resultados obtidos no ensaio de resistência à compressão simples. ... 41

Tabela 9 - Absorção aos 28 dias de cura. ... 42

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Sumário

1 INTRODUÇÃO ... 14

1.1 OBJETIVOS GERAL E ESPECÍFICOS ... 16

1.1.1 Objetivo Geral ... 16

1.1.2 Objetivos Específicos ... 16

2 REFERÊNCIAL TEÓRICO ... 17

2.1 CONCRETO – MATERIAIS CONSTITUINTES ... 17

2.1.1 Cimento Portland ... 17

2.1.2 Agregados ... 18

2.1.3 Água de amassamento ... 20

2.2 PROPRIEDADES DO CONCRETO ... 21

2.2.1 Propriedades no estado fresco ... 21

2.2.1.1 Consistência / Trabalhabilidade ... 21

2.2.2 Propriedades no estado endurecido ... 22

2.2.2.1 Resistência à compressão ... 23

2.2.2.2 Absorção de água ... 24

2.3 ROCHAS ORNAMENTAIS ... 24

2.3.1 Concreto com utilização de resíduos de rochas ornamentais ... 25

2.3.2 Resíduos do beneficiamento de rochas ornamentais ... 26

2.3.2.1 Resíduos de quartzito ... 27

2.4 CONCRETO COM UTILIZAÇÃO DE RESÍDUO DE QUARTZITO... 28

3 MATERIAIS E MÉTODOS ... 30

3.1 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL ... 30

3.2.1 Cimento Portland ... 30

3.2.2 Agregado graúdo (brita) ... 30

3.2.3 Agregado miúdo (areia natural) ... 30

3.2.4 Água de amassamento ... 31

3.2.5 Resíduo de beneficiamento de quartzito ... 31

3.3 CONFECÇÃO DOS CORPOS DE PROVA ... 32

3.3.1 Definição do traço ... 32

3.3.2 Moldagem e cura dos corpos de prova (cp’s) ... 32

3.4 ENSAIOS REALIZADOS ... 33

3.4.1 Ensaio de granulometria ... 33

(13)

3.4.2 Ensaio no concreto no estado fresco ... 34

3.4.2.1 Ensaio de consistência ou abatimento do tronco de cone (Slump Test) 34 3.4.3 Ensaio no concreto no estado endurecido ... 35

3.4.3.1 Ensaio de resistência à compressão simples ... 35

3.4.3.2 Ensaio de absorção ... 35

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 37

4.1 CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DOS RESÍDUOS DE QUARTZITO ... 37

4.2 ENSAIO NO CONCRETO NO ESTADO FRESCO ... 39

4.2.1 Ensaio de consistência ou abatimento do tronco de cone (Slump Test) 39 4.3 ENSAIO NO CONCRETO NO ESTADO ENDURECIDO ... 41

4.3.1 Ensaio de resistência à compressão simples (RCS) ... 41

4.3.2 Ensaio de absorção por imersão ... 42

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 44

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 45

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1 INTRODUÇÃO

O concreto é um dos materiais mais consumidos pela humanidade e um dos materiais que exigem em sua produção grande quantidade de recursos naturais. É necessária na sua obtenção a utilização de agregado miúdo (areia natural), que pode ser substituído por material alternativo, quando comprovado sua viabilidade técnica como agregado em concreto.

Relacionado à construção civil e que vem causando preocupação aos órgãos ambientais é a extração e beneficiamento de rochas ornamentais. Estas rochas são utilizadas com funções estéticas, tendo aplicações em revestimentos de piso, fachada, em bancadas, pias e lavatórios de banheiro, e em peças decorativas (VIDAL et al., 2011).

No processo de extração e beneficiamento dessas rochas, estima-se que no país sejam geradas cerca de 1,5 milhões de toneladas (Mt) dos resíduos finos e 1 Mt de resíduos grosseiros e, que por diversas vezes são descartados inadequadamente, gerando montanhas de resíduos a céu aberto, causando assim impactos negativos na região em que está localizada a mineradora (VIDAL et al., 2013).

O estudo do uso de materiais alternativos, e especificamente de resíduos de rochas ornamentais, tem tido grande importância para viabilizar do ponto de vista econômico e técnico o emprego destes materiais, como agregados para pavimentação, para confecção de concreto e argamassa, etc.

Dentre os agregados oriundos dos resíduos da extração e beneficiamento de rochas ornamentais, tem-se o resíduo de quartzito. A rocha de quartzito é composta por quase 80% do mineral quartzo, sendo uma rocha proveniente do metamorfismo do arenito. Este resíduo tem sido alvo de investigação como agregado para pavimentação, na produção de concreto, argamassa, cerâmica e peças pré- moldadas.

Relacionado aos usos desse resíduo pode se considerar a substituição da areia natural em concretos pela areia artificial oriunda da reciclagem dos resíduos de quartzito. Estudos realizados por Francklin Junior (2009), ao utilizar rejeito de quartzito como agregado graúdo no concreto, foi obtido, referente aos aspectos

(15)

15

tecnológicos como, trabalhabilidade, resistência à compressão, exsudação, segregação, resultados satisfatórios na sua utilização.

Por haver altos índices de desperdício nas etapas de obtenção e beneficiamento das rochas ornamentais, o resíduo de quartzito se mostra como uma alternativa para agregados na construção civil, tornando-se atrativo para estudos sobre o seu comportamento como agregado miúdo em concretos convencionais.

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1.1 OBJETIVOS GERAL E ESPECÍFICOS 1.1.1 Objetivo Geral

Estudar o comportamento de concreto convencional confeccionado com agregado miúdo oriundo de resíduo de quartzito.

1.1.2 Objetivos Específicos

 Caracterização do resíduo através do ensaio peneiramento, seguindo procedimentos descritos pela NBR NM 248 e NBR 7211.

 Verificar a consistência do concreto no estado fresco por meio do ensaio de abatimento do tronco de cone descrito pela NBR NM 67.

 Verificar a resistência à compressão através do ensaio de compressão axial descrito pela NBR 5739.

 Verificar a absorção de água por imersão, seguindo procedimentos descritos pela NBR 9778.

(17)

17

2 REFERÊNCIAL TEÓRICO

2.1 CONCRETO – MATERIAIS CONSTITUINTES

O concreto é um material composto basicamente por Cimento Portland, agregado miúdo (areia natural), agregado graúdo (brita) e água, onde as características destes materiais influenciam diretamente nas propriedades da mistura, tanto no estado fresco quanto no estado endurecido (BAUER, 2016).

2.1.1 Cimento Portland

O Cimento Portland é definido, de acordo com Neville (2016), um produto resultante da pulverização do clínquer, sendo este último constituído pela mistura e homogeneização de materiais calcários e argilosos. No processo de moagem do clínquer é adicionado o sulfato de cálcio (gesso) para regular a pega do cimento.

Ocorrem reações químicas durante o processo de obtenção do clínquer que resultam na produção de compostos, estes responsáveis pelas propriedades finais de concretos e argamassas, tais são: silicato tricálcico (C3S), silicato bicálcico (C2S), aluminato tricálcico (C3A) e ferro aluminato tetracálcico (C4AF). O C3S desempenha papel importante no ganho de resistência nas primeiras idades; o C2S, além de influenciar na resistência também é responsável pelo processo de endurecimento nas idades mais avançadas; o C3A influência ainda na resistência no primeiro dia de cura, para o tempo de pega da mistura e contribui com o calor de hidratação; por último, o C4AF influência somente no tempo de pega (BAUER, 2016).

O Cimento Portland é o principal responsável pela resistência mecânica da pasta que envolve o agregado graúdo, resistência essa obtida após o fim da pega e início do processo de endurecimento da pasta. O cimento possui partículas muito finas na sua composição, variando as propriedades do concreto ao depender do teor de finos presentes. Na medida em que há o aumento da finura do cimento a resistência na argamassa, e consequentemente no concreto, melhoram, havendo diminuição na exsudação permeabilidade, aumento na coesão e trabalhabilidade da mistura (BAUER, 2016). Na Tabela 1, são apresentados os principais tipos de cimentos normalizados no Brasil.

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Tabela 1 - Principais tipos de cimentos normalizados no Brasil.

Cimento

Classes de Resistência

(MPa)

Clinquer + Sulfatos

(%)

Escoria (%)

Pozolana (%)

Materiais Carbonáticos

(%)

CPI (NBR 5732/91) 25-32-40 100 0

CPI-S (NBR 5732/91) 25-32-40 99-95 1-5

CPII-E (NBR

11578/91) 23-32-40 94-56 6-34 0-10

CPII-Z (NBR

11578/91) 25-32-40 94-76 6-14 0-10

CPII-F (NBR

11578/91) 25-32-40 94-90 6-10

CPIII (NBR 5735/91) 25-32-40 65-25 35-70 0-5

CPIV (NBR 5238/91) 25-32 85-45 15-50 0-5

CPV-ARI (NBR

5733/91) --- 100-95 0-5

Fonte: Bauer e Sousa (2005).

2.1.2 Agregados

A NBR 9935 (ABNT, 2011), define agregado como um material granular, geralmente inerte, com dimensões e propriedades adequadas para preparo de concreto ou argamassa.

Segundo Bauer (2016), o agregado é um material particulado, incoesivo e de atividade química praticamente inerte com diferentes faixas granulométricas. Podem ser classificados segundo a origem, sendo natural ou industrializado, e segundo as dimensões das partículas, agregados miúdos ou graúdos.

Os agregados naturais são todos aqueles que já se encontram particulados na natureza por meio de erosão, como por exemplo, a areia e cascalho. Os artificiais se diferenciam dos agregados naturais por serem obtidos por meio de processos mecânicos e industriais, como por exemplo, a britagem e moagem de rochas (BAUER, 2016).

Para determinação da classificação segundo as dimensões de suas partículas, a NBR 9935/2011 ainda define agregado miúdo e graúdo, sendo assim:

agregado miúdo, todo aquele material cujos grãos passam pela peneira com abertura de 4,75 mm e ficam retidos na peneira de malha 150 μm; agregado graúdo,

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todo aquele material que passam pela peneira com abertura de malha de 75 mm e ficam retidos na peneira de malha 4,75 mm.

Pelo fato do agregado constituir cerca de ¾ do volume do concreto, sua qualidade passa a ter uma grande importância, podendo este limitar a resistência do concreto, uma vez que o agregado possua propriedades indesejáveis. Agregados com boa qualidade oferecem melhor durabilidade e estabilidade dimensional (NEVILLE, 2016).

A dimensão e forma das partículas do agregado graúdo influenciam na resistência final do concreto. Agregados naturais possuem partículas mais arredondadas e lisas, já os artificiais ao passarem por britagem e moagem, tendem a apresentar partículas com forma mais alongadas e ásperas. Dependendo do tamanho e proporção de partículas alongadas na mistura, pode ser que estas influenciem negativamente muitas propriedades do concreto, pois quanto mais alongada e maior a dimensão das partículas, a tendência é que se forme um filme de água junto a superfície do agregado, enfraquecendo a interface pasta-agregado (MEHTA; MONTEIRO, 2008).

A textura do agregado é outra propriedade influente na resistência do concreto. De acordo com Mehta e Monteiro (2008), o concreto produzido com agregado com textura rugosa apresentará resistência um pouco mais alta nas primeiras idades do que um concreto produzido com agregado liso, isto devido a melhor aderência entre a pasta de cimento hidratada e o agregado.

A distribuição granulométrica também afeta diretamente na qualidade do concreto. Agregados com granulometria contínua, ou seja, que não possuem deficiência e nem predominância em suas dimensões, produzem concretos mais compactos e mais trabalháveis (NEVILLE, 2016).

Nesta ótica, para a produção de concretos de boa ou má qualidade, a preocupação com a determinação da granulometria é fundamental, sendo concretos de má qualidade produzidos com agregados que possuem em toda a sua composição variação nas suas dimensões, a exemplo, a bica corrida. Na situação oposta, quando se quer ter um concreto de boa qualidade, se tem uma devida preocupação com as dimensões no agregado, separando-os em dois grupos, sendo eles: os agregados miúdos e os agregados graúdos (NEVILLE, 2016).

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20

A Tabela 2 apresenta os limites de distribuição granulométrica do agregado miúdo, segundo a NBR 7211.

Tabela 2 - Limites da distribuição granulométrica do agregado miúdo.

Peneira com abertura de

malha

Porcentagem, em massa, retida e acumulada Limites inferiores Limites superiores Zona

utilizável

Zona ótima

Zona ótima

Zona utilizável

9,5 mm 0 0 0 0

6,3 mm 0 0 0 7

4,75 mm 0 0 5 10

2,36 mm 0 10 20 25

1,18 mm 5 20 30 50

600 μm 15 35 55 70

300 μm 50 65 85 95

150 μm 85 90 95 100

Fonte: (ABNT, 2009).

Os agregados miúdos devem atender as seguintes exigências descritas na Tabela 2, estando dentro dos limites inferiores e superiores da zona ótima ou utilizável, para que possam ser adequadas ao uso em concreto.

2.1.3 Água de amassamento

A água de amassamento é importante no processo de mistura do cimento com os agregados. Ela oferece à mistura condições adequadas de trabalhabilidade, atuando nas reações de hidratação do cimento e consequentemente na sua resistência, porém, infelizmente ainda é pouca a importância se dada aos estudos acerca da qualidade da água (NEVILLE, 2016).

Além de a água atuar na trabalhabilidade e resistência do concreto, esta também desempenha importante papel em diversos aspectos, como por exemplo, a pega, hidratação, exsudação, retração por secagem, e vários outros (NEVILLE, 2016).

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21

De acordo com Mehta e Monteiro (2008), impurezas na água de amassamento podem não só influenciar na resistência e tempo de pega do concreto, mas também gerar patologias, como eflorescência e causar corrosão da armadura.

A NBR 15900-1/2009 aborda os requisitos em função de sua origem para a escolha da água de amassamento do concreto, estabelecendo exigências, entre outros aspectos, em relação aos teores de cloretos, de sulfatos e de álcalis.

2.2 PROPRIEDADES DO CONCRETO 2.2.1 Propriedades no estado fresco

2.2.1.1 Consistência / Trabalhabilidade

Segundo Bauer (2016), a consistência é um dos fatores mais importantes para se determinar a trabalhabilidade de um concreto. Tendo em vista que, em uma obra se tendo condições satisfatórias relativas às propriedades do agregado e certo processo de execução, a trabalhabilidade do concreto dependeria apenas da consistência da mistura. Poderia se ter uma série de misturas da obra com boa trabalhabilidade, porém, com consistência distinta, ou seja, é a natureza da obra que determina a consistência correta para cada uso.

O concreto deve ter uma trabalhabilidade apropriada para que se permita lançar e obter o máximo de adensamento com o mínimo de esforço possível, a fim de garantir uma boa resistência final. A importância de um bom adensamento está na relação entre o grau de adensamento e sua resistência, uma vez que, garantindo um total adensamento da mistura, o índice de vazios diminuirá (menor porosidade), assim, havendo um ganho de resistência (NEVILLE, 2016).

De acordo com Bauer (2016), dentre os fatores primordiais que afetam a consistência do concreto, se destaca com uma maior influência, o teor água/mistura, que a partir dele pode-se verificar indiretamente a influência da relação água/cimento (a/c) na consistência.

Outro fator que influência na trabalhabilidade é a granulometria e forma dos grãos dos agregados. Segundo Neville (2016), a necessidade de água para manter a trabalhabilidade de uma mistura aumenta conforme a quantidade de finos aumenta, pelo fato de possuir uma maior superfície específica e absorver parte da

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água. E de acordo com Bauer (2016), agregado com grãos mais arredondados produzem concreto com trabalhabilidade muito superior que com grãos alongados.

O ensaio abatimento do tronco de cone é o mais utilizado nos canteiros de obras para se medir a consistência do concreto fresco. Embora este seja considerado uma medida da consistência, ele não mede a trabalhabilidade do concreto, porém, fornece informações úteis sobre a uniformidade da mistura, podendo-se analisar se a sua trabalhabilidade é satisfatória. Na Tabela 3, é apresentado os tipos de trabalhabilidade e variações do abatimento (NEVILLE, 2016).

Tabela 3 - Tipos de trabalhabilidade e variações do abatimento.

Tipo de

trabalhabilidade Abatimento (mm) Abatimento zero 0

Muito baixa 0-10

Baixa 15-30

Média 35-75

Alta 80-155

Muito alta 160 ao colapso Fonte: Neville (2016).

2.2.2 Propriedades no estado endurecido

A escolha de um determinado material construtivo em que será posteriormente aplicada carga sobre o mesmo, deve-se levar em conta a sua capacidade de resistir aos esforços sem que se rompa (MEHTA; MONTEIRO, 2008).

A resistência é a principal propriedade quando se analisa algum material quando se está sujeito a cargas. Esta expressa à relação tensão-deformação para distintos estados de tensões (compressão, tração, flexão, cisalhamento e torção), sendo para o concreto a resistência à compressão a propriedade mais relevante para análise, pelo fato deste material suportar maiores carregamento de compressão (MEHTA; MONTEIRO, 2008).

Aliado à resistência a compressão, outras propriedades se relacionam e influenciam na resistência do concreto, são elas: permeabilidade, porosidade,

(23)

23

durabilidade, retração, módulo de elasticidade, ductilidade e tenacidade (MEHTA;

MONTEIRO, 2008).

2.2.2.1 Resistência à compressão

A resistência do concreto é a propriedade mais importante, sendo ela a responsável por determinar a qualidade de um determinado concreto, embora outras propriedades como a durabilidade e permeabilidade tenham maior importância em algumas situações (NEVILLE, 2016).

Em sólidos, existe uma relação inversa entre a porosidade e a resistência. Em materiais multifásicos, como o concreto, cada componente tem sua influência na resistência final devido sua porosidade. A relação a/c é de grande importância tanto na determinação da porosidade quanto na zona de transição entre a pasta de cimento e o agregado graúdo, porém, outros fatores como adensamento e condições de cura devem ser levados em consideração (MEHTA; MONTEIRO (2008).

A relação a/c influencia diretamente na resistência do concreto. Uma mistura com uma relação a/c baixa, uma vez que possua um bom adensamento, resultará em um concreto com boa resistência, isto pelo fato do adensamento expulsar boa parte dos vazios da mistura e diminuir a quantidade de poros. Ao passo que há um aumento na relação a/c, a porosidade do concreto aumentará, além de enfraquecer a interface entre a pasta e agregado graúdo. Logo, a resistência possui uma relação inversamente proporcional com o fator a/c (NEVILLE, 2016; MEHTA; MONTEIRO, 2008).

Outros fatores ligados à resistência é a dimensão, forma, textura, mineralogia e distribuição granulométrica do agregado, que influenciam na interface da zona de transição, consequentemente, influenciando também na resistência. Misturas que possuem agregados com grandes dimensões e um grande consumo de cimento, aliado a um fator a/c baixo, tende a ocorrer micro fissurações na zona de transição, diminuindo assim a resistência do concreto (MEHTA; MONTEIRO, 2008).

Agregados com textura rugosa ou agregado britado produzem concreto com resistência um pouco mais alta nas primeiras idades, do que quando produzido com agregado liso. Esta propriedade também é afetada quando se modifica a composição mineralógica, como por exemplo, ao substituir um agregado calcário por

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24

um silicoso, pode-se resultar em uma melhor resistência (MEHTA; MONTEIRO, 2008).

2.2.2.2 Absorção de água

De acordo com a NBR 9778 (ABNT, 2005), que prescreve o modo pelo qual dever ser executado o ensaio para determinação da absorção de água, através de imersão, do índice de vazios e massa específica de argamassa e concreto endurecido, absorção de água é definida como a relação do acréscimo da quantidade de água devido à penetração nos poros e a sua condição de massa seca, ou seja, o processo pelo qual a água penetra pelos poros permeáveis de um corpo sólido, é expresso em porcentagem.

A absorção mede o volume de poros, e não a facilidade com que a água percola no interior do concreto. A porosidade e a permeabilidade são duas grandezas distintas e não necessariamente relacionadas, pois, pode se ter um concreto poroso e ao mesmo tempo pouco permeável, uma vez que, os poros não estejam interconectados, dificultando a passagem da água pelo concreto (NEVILLE, 2016).

Os valores de absorção não podem medir a qualidade de um concreto, em razão da condição de secagem, onde a secagem em temperatura normal não é tão eficiente quanto à secagem em altas temperaturas. Entretanto, concretos que possuem uma absorção bem menor que 10%, geralmente são concretos com uma boa qualidade (NEVILLE, 2016).

2.3 ROCHAS ORNAMENTAIS

A ABNT define na NBR 15012/2013 rocha ornamental como, um material pétreo natural utilizado em revestimentos internos e externos, estruturas, elementos de composição arquitetônica, decoração, mobiliário e arte funerária.

Segundo Chiodi e Rodrigues (2009), as rochas ornamentais e de revestimento, podendo ser denominadas também de pedras naturais, compreendem os materiais geológicos que podem ser extraídos em blocos ou placas, cortados em formas variadas e beneficiados por meio de esquadrejamento, polimento lustro, etc.

(25)

25

Destacam-se suas aplicações em edificações e peças isoladas (esculturas, tampos e pés de mesa, balcões e arte funerária).

De acordo com Vidal et al. (2013), a principal aplicação das rochas ornamentais na construção civil é no revestimento de edificações, seja em pisos, paredes ou fachadas, porém, também sendo bastante utilizadas em elementos funcionais (tampos de pias, balcões) ou ornamentação de ambientes.

As rochas são classificadas, segundo a origem, por rochas ígneas, sedimentares e metamórficas. As rochas ígneas são provenientes da solidificação do magma; as rochas sedimentares são rochas formadas a partir da deposição química ou detrítica das partículas da erosão de rochas preexistentes; por último, as rochas metamórficas são rochas resultantes do metamorfismo (aumento da pressão e temperatura) de outras rochas (CHIODI; RODRIGUES, 2009).

Dos tipos de rochas ornamentais, podem-se dividir entre três grupos composicionais, tais são: o das rochas silicáticas, o das rochas carbonáticas e o das rochas silicosas. As rochas silicáticas são compostas por minerais silicáticos e silicosos, ou apenas silicáticos (granito, pegmatito, xisto); as rochas carbonáticas compreendem as rochas constituídas por variáveis de calcita, dolomita e outros carbonatos, podendo conter eventualmente minerais silicáticos e/ou silicosos (mármore, travertino, calcário); e por fim, as rochas silicosas são primordialmente compostas por quartzo e/ou sílica amorfa, podendo conter minerais silicáticos e/ou carbonáticos (quartztito, quartzo) (CHIODI, 2018).

Entre as rochas mais utilizadas, destacam-se duas, os mármores e os granitos, por possuírem maior diversificação estética e resistência às solicitações impostas aos seus usos. Outros tipos de rochas ornamentais que também possuem grande utilização são os quartzitos, ardósias e serpentinitos (CHIODI; RODRIGUES, 2009).

2.3.1 Concreto com utilização de resíduos de rochas ornamentais

A utilização dos agregados alternativos na construção civil visa à diminuição do impacto ambiental relacionado à preocupação com a escassez da areia natural.

De acordo com estudos, são vários os tipos de agregados artificiais que podem ser utilizados para a produção de concreto convencional, substituindo parcialmente ou

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26

totalmente a areia natural, como por exemplo, os oriundos de rochas ornamentais, como o granito, quartzito, a mármore e etc.

O mármore é uma rocha ornamental que também pode ser utilizada como agregado na produção de concreto, fato esse comprovado por estudo feito por Coura (2009), onde foi utilizado o rejeito de mármore triturado como agregado miúdo em diferentes percentuais de substituição ao agregado natural e obtido melhores resistências à compressão, menor absorção de água e índice de vazios, viabilizando tecnicamente o uso deste resíduo.

Estudo realizado por Andrade et al (2016), em busca de avaliar o comportamento do concreto ao se utilizar o resíduo gerado do corte de granito e mármore, em substituição parcial da areia, a fim de fabricar blocos de concreto para vedação, obteve-se resultados satisfatórios. A resistência à compressão apresentaram valores maiores que o concreto feito com o traço de referência, e na medida q se aumentou a substituição no traço, houve a diminuição dos vazios.

Os resíduos de quartzito também tem sido uma das opções para pesquisadores que buscam materiais alternativos como agregado na construção civil. Segundo Guerreiro (2014), o concreto produzido com o agregado graúdo oriundo do quartzito tem propriedades mecânicas próximas, quando comparado com o concreto convencional, assim, podendo ser utilizado como agregado graúdo em estruturas de concreto.

2.3.2 Resíduos do beneficiamento de rochas ornamentais

Um dos setores que mais geram resíduos no mundo é o setor de mineração.

Estima-se que no Brasil houve uma geração de mais de 22 Mt de resíduos no ano de 2012, considerando uma taxa média de 17% de aproveitamento na produção de chapas. A maior parte dos resíduos, cerca de 20 Mt, formados por um resíduo mais grosseiro, por não possuírem mais características para serem aproveitados nas serrarias (VIDAL et al., 2013).

Diversas são as formas pensadas com o intuito de minimizar os impactos ambientais causados pela geração destes resíduos e maximizar o uso destes recursos naturais, na busca de viabilizar tecnicamente e aproveitar estes como materiais alternativos na indústria da construção civil, na própria indústria de rochas

(27)

27

ornamentais (uso em mosaicos, listelos, entre outros), a indústria cerâmica, etc (VIDAL et al., 2013).

2.3.2.1 Resíduos de quartzito

O quartzito é uma rocha classificada como metamórfica proveniente do metamorfismo (variação de temperatura e pressão) de rochas sedimentares, como por exemplo, o arenito. É uma rocha composta quase por completo pelo quartzo, com cerca de 80% de sua composição dominada por este minério. Possui uma textura granuloblástica (minerais não orientados), cores variadas que dependem dos minerais acessórios e com boa resistência mecânica (VIDAL, et al., 2012).

Durante o processo de extração por desmonte com o auxílio de explosivos, os resíduos gerados já não possuem mais características propícias para serem aproveitadas pelas serrarias. No processo de beneficiamento feito nas serrarias são gerados dois resíduos, um mais grosseiro resultante do aparelhamento dos ladrilhos denominado aparas, e um resíduo mais fino resultante do processo de corte da rocha por disco diamantado, este descartado em forma de afluente (água+pó) (VIDAL; CAMPOS; CORREIA, 2015).

De acordo com Altoé e Vidal (2017), a etapa de extração possui um aproveitamento inferior a 15%, e na etapa de beneficiamento (serragem) cerca de 26% dos blocos são transformados em resíduo fino (pó de quartzito). Logo, ambos os resíduos gerados apresentam cerca de 95% de quartzo, assim, tornando este resíduo atrativo para estudos como material alternativo na construção civil.

Devido a grande quantidade de resíduos de quartzito gerado durante a etapa de beneficiamento das rochas, e por ser uma atividade que vem causando impactos ambientais negativos e causando riscos à saúde de pessoas que moram próximos as serrarias que beneficiam a rocha para comercialização, principalmente por causa do pó emanado durante o corte do quartzito, empresários têm desenvolvido projetos para mitigar essa problemática.

Foi realizado um estudo, de acordo com Correia et al. (2012), onde mostra como é feito o aproveitamento dos rejeitos de quartzito, provenientes de duas serrarias localizadas na cidade de Várzea no Estado da Paraíba. Neste contexto, motivados pela mitigação dos problemas ambientais e sociais existentes, foi desenvolvido com a ajuda de microempresas da região uma usina piloto para

(28)

28

produção de argamassa colante e outros artefatos, como por exemplo, mosaicos para revestimento, lajotas, ladrilhos e blocos estruturais, a partir do resíduo grosseiro (aparas) gerado pelas serrarias.

Para produção da argamassa e demais subprodutos, a usina recebe os resíduos das serrarias vizinhas em dimensões grosseiras (aparas), logo depois é colocado as aparas em um britador de martelos e transportado por uma esteira até um moinho de martelos. O resíduo passa por peneiramento em dois decks giratórios (10 e 35 malhas), sendo o material passante na peneira abaixo de 35 malhas transportado para misturadores que produzem as argamassas colantes. Os demais resíduos acima de 10 e 35 malhas são aproveitados para a produção dos subprodutos (pré-moldados, mosaicos, lajota, ladrilhos, e etc.) (VIDAL; CAMPOS;

MARINHO, 2011). A Figura 1 mostra a usina piloto de argamassa e a britagem dos resíduos grosseiros oriundos do beneficiamento do quartzito.

Figura 1 - (a) Usina piloto de argamassa e (b) britador.

(a) (b)

Fonte: Autoria própria (2018).

2.4 CONCRETO COM UTILIZAÇÃO DE RESÍDUO DE QUARTZITO

Estudos comprovam e viabilizam o uso do resíduo de quartzito como agregado miúdo para a produção de concreto, a fim de diminuir a quantidade deste material que está disposto inadequadamente, impactando negativamente na natureza.

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29

De acordo com estudos feitos por Russo (2011) foi comprovado que o resíduo de quartzito é viável para utilização na produção em pré-moldados de concreto, quando utilizado na faixa granulométrica indicada (pedrisco - #<6,3 mm). Podem ser obtidas peças com várias faixas de resistência e absorção.

O quartzito da cidade de Pirenópolis/GO, mais conhecido na região por Pedra de Pirenópolis, tem sido objeto de estudo para substituir o agregado miúdo natural na produção de concreto, em razão da grande quantidade de resíduo dispostas inadequadamente e o impacto ambiental negativo que tem gerado. Conforme estudo feito, a substituição da areia natural pelo quartzito é viável em proporções de até 75%, apresentando aumento da resistência à compressão em relação ao traço de referência para 28 dias, com substituições de 25%, 50% e 75% (MOREIRA;

MEDINA; LOURENÇO, 2014).

Estudos realizados comprovam que a substituição de areia de quartzito em concreto convencional com variadas proporções (10%, 20%, 30%, 50% e 100%), apresentou diminuição nos valores da trabalhabilidade devido aos finos existentes na areia de quartzito, porém, houve um aumento significativo na resistência à compressão simples, chegando a uma resistência de 18.86% superior em relação ao traço de referência. Este aumento de resistência foi justificado, segundo o autor, pela boa graduação da areia de quartzito, ofertando uma melhor compacidade ao concreto (KAVITHA; CHEELA; RAJU, 2015).

O microconcreto é um tipo de concreto produzido com agregados de pequenas dimensões, como por exemplo, o Grout. Segundo pesquisa realizada por Ferreira (2017), ao investigar o efeito da utilização do resíduo de quartzito como agregado miúdo, em diferentes faixas granulométricas na confecção do microconcreto, se puderam obter diferentes resultados ao se variar a relação a/c entre 0,55 e 0,80. Logo, sendo indicado o uso do fator a/c de 0,55, assim, produzindo um material menos poroso e permitindo obter melhores propriedades físicas e mecânicas do mesmo.

(30)

30

3 MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

Este referente estudo tem como propósito avaliar o comportamento do concreto convencional, produzido parcialmente e integralmente com o resíduo do beneficiamento do quartzito como agregado miúdo.

A fim de comparar o concreto produzido com a areia natural e o concreto produzido com o resíduo, foram realizados ensaios tecnológicos de caracterização física (distribuição granulométrica, módulo de finura e diâmetro máximo), consistência da mistura, resistência à compressão simples e absorção de água. Os parâmetros encontrados nos ensaios serviram de base para análise e posterior comparação.

3.2 MATERIAIS UTILIZADOS 3.2.1 Cimento Portland

O cimento utilizado nesta pesquisa foi o Cimento Portland CP IV 32 RS da marca Elo, adquirido no comércio local da cidade de Angicos/RN.

3.2.2 Agregado graúdo (brita)

O agregado graúdo também foi adquirido no comércio local, sendo utilizada a brita 01 (19 mm) para o referente estudo.

3.2.3 Agregado miúdo (areia natural)

O agregado miúdo utilizado foi uma areia natural com granulometria média, obtida no comércio local de Angicos/RN. Este foi substituído pelo resíduo de quartzito.

(31)

31

3.2.4 Água de amassamento

A água de amassamento usada para preparo do concreto foi disponibilizada pela UFERSA – Campus Angicos, que por sua vez é fornecida á instituição pela Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (CAERN). Esta possui características físicas e químicas adequadas para sua utilização na produção de concreto.

3.2.5 Resíduo de beneficiamento de quartzito

O material alternativo utilizado foi o resíduo do beneficiamento do quartzito cedido pela Empresa Tecquímica do Brasil, localizada no município de Várzea/PB.

Este foi utilizado em substituição parcial e total do agregado miúdo natural, e denominado: QS.

Na Figura 2 é apresentado o resíduo de quartzito obtido já na granulometria utilizada.

Figura 2 - Resíduos do beneficiamento do quartzito.

Fonte: Autoria própria (2018).

(32)

32

3.3 CONFECÇÃO DOS CORPOS DE PROVA 3.3.1 Definição do traço

Os traços em estudos foram feitos a partir do traço de referência (TR), constituído por Cimento Portland, areia natural média e brita 01 (19 mm) em suas devidas proporções para um fck de 25 MPa. No total foram produzidos cinco traços, o TR, três traços com substituições parciais do agregado miúdo natural pelo QS com 25%, 50% e 75% em massa, e um com substituição total, ou seja, 100%. Foi mantido a relação a/c de 0,47 obtido pelo TR para os demais traços estudados, fazendo somente a substituição do agregado miúdo em massa.

Na Tabela 4 são apresentadas as proporções das misturas com suas respectivas substituições em massa.

Tabela 4 - Proporções das misturas.

Substituição

(%) Cimento (Kg/m³) Areia natural (Kg/m³)

QS (Kg/m³)

Brita

(Kg/m³) Fator a/c

TR 425,53 672,04 0 1065 0,47

25% 425,53 504,03 168,01 1065 0,47

50% 425,53 336,02 336,02 1065 0,47

75% 425,53 168,01 504,03 1065 0,47

100% 425,53 0 672,04 1065 0,47

Fonte: Autoria própria (2018).

3.3.2 Moldagem e cura dos corpos de prova (cp’s)

Foram moldados seis corpos de prova cilíndricos com dimensões de (100x200) mm para cada um dos traços definidos, como mostra a Figura 3, em seguida curados inicialmente pelo período de 24h. Logo depois foram desmoldados e colocados em cura úmida em um tanque cheio d’água misturado com cal até o período de 28 dias a partir do término da moldagem. Para o auxílio e moldagem dos corpos de prova foi utilizado uma betoneira e um adensador mecânico (vibrador), oferecendo um melhor adensamento aos cp’s.

(33)

33

A Figura 3 apresenta os corpos de prova antes, após a desmoldagem e durante a cura.

Figura 3 - Corpos de prova (a) antes, (b) após a desmoldagem e (c) durante a cura.

(a) (b)

(c)

Fonte: Autoria própria (2018).

3.4 ENSAIOS REALIZADOS 3.4.1 Ensaio de granulometria

Foi realizada a caracterização física dos resíduos de quartzito para determinação de sua distribuição granulométrica, módulo de finura e dimensão máxima característica.

A análise granulométrica foi feita por peneiramento para o QS, conforme procedimentos descritos na NBR NM 248 (2003). Foi utilizada a série de peneiras normal com abertura inferior a 4,75 mm e acima da peneira de abertura 150 μm com o auxílio do agitador mecânico, como mostra a Figura 4. Procedimento feito a fim de

(34)

34

se obter uma granulometria uniforme e adequada para poder ser usado como agregado miúdo em concreto convencional.

O ensaio de peneiramento com auxílio do misturador mecânico é mostrado na Figura 4.

Figura 4 - Ensaio de peneiramento com auxílio do misturador mecânico.

Fonte: Autoria própria (2018).

A areia de quartzito já foi obtida na granulometria utilizada, classificada em peneira giratória com abertura de malha #4 (4,75 mm) logo após a britagem e moagem das aparas de quartzito, resultantes do corte e posteriormente descartadas pela serraria. Processos esses realizados pela Empresa Tecquímica do Brasil ®.

3.4.2 Ensaio no concreto no estado fresco

3.4.2.1 Ensaio de consistência ou abatimento do tronco de cone (Slump Test)

O ensaio de consistência foi realizado por meio do ensaio de abatimento do tronco de cone, também conhecido como Slump Test, conforme prescrições descritas pela NBR NM 67 (ABNT, 1998). Foi feito o ensaio para cada traço, medindo posteriormente seus valores de abatimento, em milímetros.

(35)

35

3.4.3 Ensaio no concreto no estado endurecido

3.4.3.1 Ensaio de resistência à compressão simples

Para a determinação da resistência à compressão dos concretos estudos nesta pesquisa, foram utilizados quatro corpos de prova com dimensões (100x200) mm, para cada traço, aos 28 dias de cura, seguindo indicações prescritas pela NBR 5739 (ABNT, 2018). O ensaio foi realizado após a retificação dos cp’s com o auxílio de uma prensa hidráulica, disponibilizada pelo Laboratório de Construção Civil do IFRN – Campus Mossoró. Na Figura 5 é apresentando o ensaio de compressão com o auxílio da prensa hidráulica.

Figura 5 - Ensaio de compressão com o auxílio de prensa hidráulica.

Fonte: Autoria própria (2018).

3.4.3.2 Ensaio de absorção

A absorção de água foi determinada a partir do ensaio de absorção de água por imersão, seguindo os procedimentos descritos na NBR 9778 (ABNT, 2005). Foi utilizado dois corpos de prova com dimensões (100x200) mm, para cada traço em estudo, aos 28 dias de cura.

Foi calculada a absorção, em porcentagem, por meio da seguinte expressão:

(36)

36

Em que:

– é a massa da amostra saturada em água após imersão;

– é massa da amostra seca em estufa.

(37)

37

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DOS RESÍDUOS DE QUARTZITO

Foram feitos dois ensaios para análise granulométrica do QS, a fim de que o somatório das massas retidas em cada peneira não deferisse um erro de 0,3% da massa inicial da primeira amostra (ensaio a). A Tabela 5 mostra os resultados do ensaio granulométrico.

Tabela 5 - Ensaio granulométrico do resíduo de quartzito.

GRANULOMETRIA DO AGREGADO MIÚDO - NBR NM 248:2003 Abertura

da malha

das peneiras

(mm)

a) massa inicial seca (g) = 624,78

Massa retida Variações

+ 4 %

Massa retida média (%)

Massa retida acumulada

(%) b) massa inicial seca (g) = 624,57

Massa retida (g) Massa retida (%) Ensaio

a

Ensaio b

Ensaio a

Ensaio b

9,5 0,00 0,00 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%

6,3 0,00 0,00 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%

4,75 0,00 0,00 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0%

2,36 12,56 12,17 2,0% 2,0% 0,0% 2,0% 2,0%

1,18 129,72 133,09 20,8% 21,5% 0,7% 21,1% 23,1%

0,6 283,17 290,06 45,4% 46,8% 1,4% 46,1% 69,2%

0,3 140,73 131,85 22,6% 21,3% 1,3% 21,9% 91,1%

0,15 36,55 34,23 5,9% 5,5% 0,3% 5,7% 96,8%

Fundo 21,25 18,20 3,4% 2,9% 0,5% 3,2% 100,0%

Total 623,98 619,60 - - - - -

Fonte: Autoria própria (2018).

Na Tabela 6, é apresentado o módulo de finura e diâmetro máximo característico obtido pelo ensaio de granulometria do QS.

Tabela 6 - Módulo de finura e diâmetro máximo do resíduo de quartzito.

Ensaio QS

Granulometria

Módulo de finura (%) 2,82

Diâmetro máximo 2,36 mm Fonte: Autoria própria (2018).

(38)

38

A curva granulométrica do resíduo de quartzito é apresentada a seguir na Figura 6.

Figura 6 - Curva granulométrica do QS.

Fonte: Autoria própria (2018).

Ao analisar a distribuição granulométrica do resíduo de quartzito na Tabela 4, conforme especificação da NBR 7211 (ABNT, 2009), pode-se observar que o resíduo não se encontra na zona ótima, porém, ainda dentro dos limites (inferior e superior) da zona utilizável. Logo, o QS pode ser utilizado como agregado miúdo em concreto, pois está dentro das zonas estabelecidas por norma.

Os valores obtidos para o módulo de finura e diâmetro máximo do QS foram semelhantes ou próximos aos encontrados por Kavitha et al. (2015) e Moreira et al.

(2014), e estão dentro dos parâmetros para ser utilizados como agregado miúdo em concreto, seguindo recomendações da NBR 7211 (ABNT, 2009).

Na Figura 6, ao analisar os resultados obtidos na curva granulométrica do QS verifica-se que o resíduo apresenta uma distribuição granulométrica bem graduada, ou seja, o agregado não possui deficiência e nem predominância nas dimensões de seus grãos, oferecendo uma boa compacidade a mistura, considerando-se assim um fato benéfico. Conforme Metha e Monteiro (2008), agregados com granulometria contínua produzem misturas de concreto mais trabalháveis e econômicas.

6,3 9,5 4,75 2,36

1,18 0,3 0,6

0,15

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

0,1 1 10

Porcentagem retida acumulada

Abertura das peneiras (mm)

CURVA GRANULOMÉTRICA DO RESÍDUO DE QUARTZITO

Material Analisado

Zona Utilizável - Limite Inferior Zona Utilizável - Limite Superior Zona Ótima - Limite Inferior Zona Ótima - Limite Superior

Referências

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