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APRENDIZAGEM E DEFICIÊNCIA INTELECTUAL:

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Conhecimento em Destaque (Edição Especial. 2019) 167

APRENDIZAGEM E DEFICIÊNCIA INTELECTUAL:

UMA ANÁLISE A PARTIR DO OLHAR PEDAGÓGICO

Joseane Santos Souza de Oliveira

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Rachymir Siqueira Dias Furtado

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RESUMO

A Educação Especial é uma temática que vem sido amplamente discutido no âmbito educativo, especialmente a partir da aprovação da legislação nessa área e do processo de inclusão que vem ocorrendo nas instituições de ensino. Diante disso, o estudo sobre a Deficiência Intelectual contribui para compreender as especificidades dessa deficiência e como pode ser realizada a inclusão no espaço escolar. O presente artigo tem como objetivo compreender o processo de inclusão do aluno com Deficiência Intelectual a partir de um olhar pedagógico.

A metodologia utilizada foi uma abordagem qualitativa por meio de uma pesquisa de revisão bibliográfica. Concluiu-se com a realização desse estudo que o processo de inclusão dos alunos com Deficiência Intelectual deve ocorrer por meio de uma prática pedagógica adaptada através do processo de autorregularão da aprendizagem, ou seja, o deficiente intelectual irá assimilar os conteúdos de acordo com as suas possibilidades de incorporá-lo ao que já conhece. Dessa maneira haverá o respeito as suas limitações e o reconhecimento das suas capacidades cognitivas.

Palavras-chave: Deficiência Intelectual. Aprendizagem. Prática Pedagógica.

1 INTRODUÇÃO

A inclusão do aluno com Deficiência Intelectual no espaço escolar tem sido alvo de discussão, esse processo de inclusão vem ocorrendo desde a década de 1990, entretanto, a partir da aprovação da legislação educacional e da

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Graduanda do Curso de Pedagogia pela FABRA - Faculdade Brasileira, Serra/ES.

Pesquisadora do Programa de Residência Pedagógica promovido em parceira CAPES/FABRA.

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Graduanda do Curso de Educação Física pela FABRA - Faculdade Brasileira, Serra/ES.

Pesquisadora do Programa de Residência Pedagógica promovido em parceira CAPES/FABRA.

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publicação da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva em 2008 e das Diretrizes do Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica no ano de 2009 é que essa temática passa a receber uma atenção especial do poder público, no âmbito acadêmico e até mesmo nos meios de comunicação.

Diante disso, é compreensível que trabalhar com o desconhecido provoque medo e incertezas no cotidiano do docente, bem como demanda tempo para desenvolver os trabalhos mais indicados para tais alunos. Entretanto esses fatos não poderão ser utilizados com desculpas para que o professor não procure profissionais capacitados para orientá-los em relação à educação dos alunos com grande potencial.

Sendo assim, se faz necessário à realização de estudos e pesquisas na área, além da promoção de formação de profissionais para atuar com esses alunos, discussão sobre essa temática nos cursos de licenciatura e abordagem desse assunto na formação continuada de professores para que possa ser feito a identificação desses alunos no espaço escolar.

E a partir da identificação devem-se buscar maneiras para oferecer um atendimento educacional direcionado as suas necessidades de aprendizagem;

além disso, haverá uma maior possibilidade de que seus direitos educacionais sejam realmente cumpridos. Os estudos sobre essa temática têm indicado que existe a necessidade de um atendimento educacional especializado desde a infância, preferencialmente nas instituições de ensino ao longo da Educação Básica, pois esse é o local e o tempo apropriado para o desenvolvimento de suas habilidades e potencialidades.

O Objetivo Geral desse estudo é compreender o processo de inclusão do aluno

com Deficiência Intelectual a partir de um olhar pedagógico. E os Objetivos

Específicos são: fazer uma contextualização sobre Educação Especial; realizar

um estudo sobre Deficiência Intelectual; mostrar a importância da inclusão do

aluno com Deficiência Intelectual na escola; refletir sobre a aprendizagem de

alunos com Deficiência Intelectual num olhar pedagógico.

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O interesse por esse tema surgiu a partir da participação das alunas no Programa Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência desenvolvido pelo Centro de Ensino Superior FABRA através de convênio com a CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento do Pessoal de Ensino Superior) em parceria com uma escola de Ensino Fundamental do município de Serra\ES. A partir do contato com essa realidade surgiu o interesse de pesquisar sobre essa temática.

Esta pesquisa é importante pela sua contribuição para a melhoria das ações efetivas que promovam a acessibilidade e a participação social dos alunos com Deficiência Intelectual no espaço escolar. Essa temática contribui para a compreensão a respeito da relação que se estabelece entre a Educação Especial e o processo de inclusão escolar e acesso aos serviços educativos básicos para esse público.

Além desse aspecto o estudo sobre o processo de inclusão do aluno com Deficiência Intelectual é indispensável aos professores da classe regular, aos professores especialistas e aos demais profissionais da educação, pois favorece o desenvolvimento de uma prática pedagógica que contribua para a inclusão dos alunos com deficiência de acordo com as suas necessidades sociais e de aprendizagem.

E ainda, cabe ressaltar a contribuição dessa temática para o poder público no sentido de auxiliar na criação, revisão e aperfeiçoamento de políticas públicas.

Por meio da atuação do Ministério da Educação e das Secretarias de Educação é possível promover a organização das escolas para o atendimento à diversidade humana e de aprendizagem dos alunos. Contemplando em seus projetos pedagógicos, o atendimento a essa diversidade, atentando para a superação das barreiras arquitetônicas, atitudinais, pedagógicas presentes no cotidiano escolar.

2 METODOLOGIA

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A metodologia utilizada foi uma abordagem qualitativa e para a coleta de dados foi utilizada a Pesquisa Bibliográfica com busca de informações em livros, revistas acadêmicas, periódicos, legislação da educação e páginas da internet.

Foi feito um levantamento de materiais que abordam sobre os seguintes temas:

Educação Especial e Deficiência Intelectual.

A pesquisa bibliográfica é aquela que se realiza a partir do registro disponível, decorrente de pesquisas anteriores, em documentos impressos, como livros, artigos, teses etc. Utiliza-se dados ou de categorias teóricas já trabalhadas por outros pesquisadores e devidamente registrados. Os textos tornam-se fontes dos temas a serem pesquisados. O pesquisador trabalha a partir das contribuições dos autores dos estudos analíticos constantes dos textos (SEVERINO, 2007, p. 122).

A Pesquisa Bibliográfica nos possibilita um aprofundamento na discussão sobre o tema pesquisado, além disso, permite ao pesquisador o estudo de uma gama de fenômenos mais ampla do que poderia pesquisar pessoalmente. Esse método não representa a repetição do que já foi escrito sobre determinado tema, mas proporciona o estudo sob uma nova abordagem, chegando a resultados diferenciados.

Para o desenvolvimento da fundamentação teórica, a presente pesquisa recorreu às contribuições dos seguintes autores: Constituição Federal, Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Resolução CNE/CEB nº 2/2001, Plano Nacional de Educação, Decreto nº 5.296/2004, Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, Carvalho (1999), Freire (1999), Glat e Blanco (2007), Hoffmann (1966), Honora e Frizanco (2008), Mantoan (2003 e 2012), Meirieu (2005), Rosa e André (2006).

A partir da revisão de literatura, esse estudo foi organizado da seguinte maneira:

inicialmente foi realizada uma breve conceituação sobre Educação Especial,

depois foi apresentado o conceito, o contexto histórico e a legislação sobre

Deficiência Intelectual e ainda foi feito um estudo sobre o processo de inclusão

do aluno com Deficiência Intelectual na escola. E por final foi feita uma reflexão

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sobre a aprendizagem de alunos com Deficiência Intelectual num olhar pedagógico.

3 EDUCAÇÃO ESPECIAL

O ser humano já nasce com uma tendência hábil para a aprendizagem. A criança está pronta para aprender quando ela apresenta um conjunto de condições, capacidades, habilidades e aptidões consideradas como pré-requisito para o início de qualquer aprendizagem. Prontidão para aprender significa um conjunto de habilidades que a criança deverá desenvolver de modo a tornar-se capaz de executar determinadas atividades.

A escola é por excelência o espaço privilegiado para a construção do conhecimento sistematizado, por sua vez, ela contempla a diversidade, ou seja, as diferentes aptidões entre os alunos. Ao mesmo tempo, ela responde pelo ideologizado “ensino de qualidade para todos”, como também a preparação para a vida em sociedade.

Educação Especial é um processo educacional escolar definido por uma proposta pedagógica que assegure recursos e serviços educacionais especiais, organizados institucionalmente para apoiar, complementar, suplementar e, alguns casos, substituir os serviços educacionais comuns. De modo a garantir a educação escolar promover o desenvolvimento das potencialidades dos educandos que apresentam necessidades educacionais especiais, em todas as etapas e modalidades da educação básica (BRASIL, 2001).

Nesse sentido a instituição escolar deve se adaptar para atender as necessidades dos alunos com necessidades educacionais especiais possibilitando uma inserção social mais ampla, voltada para a prática da cidadania, valorizando o educando e respeitando suas diferenças. Ressaltamos assim o que diz o Plano Nacional de Educação,

Dessa forma não é o aluno que se adapta a escola, mas é ela que,

consciente de sua função, coloca-se à disposição do aluno, tornando-

se um espaço inclusivo. Nesse contexto, a educação especial é

concebida para possibilitar que o aluno com necessidades

educacionais especiais atinja os objetivos da educação geral [...].

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Dessa forma, a educação especial – agora concebida como conjunto de conhecimentos, tecnologias, recursos humanos e materiais didáticos que deve, atuar na relação pedagógica para assegurar resposta educativa de qualidade às necessidades educacionais especiais – continuará atendendo, com ênfase, os grupos citados inicialmente (BRASIL, 2001).

É importante evidenciar que a Educação Especial e Educação Inclusiva não são a mesma coisa. Educação Especial é o ramo da Educação que se ocupa da educação de pessoas com necessidades educacionais especiais. Ela está organizada para atender as especificidades dos alunos com necessidades especiais através de materiais adequados, equipamentos e professores especializados.

Educação Inclusiva é o processo em que se amplia à participação de todos os estudantes. É uma abordagem humanística, democrática, que percebe o sujeito e suas singularidades, tendo como objetivos o crescimento, a satisfação pessoal e a inserção social de todos.

A escola inclusiva pode ser pensada no sentido de trazer para o ensino regular aqueles que foram afastados, por motivos, características ou circunstâncias diversas. A Educação Inclusiva vai mais longe e tenta aproximar os “iguais”

daqueles discursivamente “diferentes”.

A escola inclusiva deve promover o acesso, a permanência e o sucesso desses alunos na rede regular de ensino, de forma real, já que existem tantas possibilidades de fazê-lo. O tema inclusão comporta aspectos tanto educacionais quanto sociais e, neste sentido, oportunizar a igualdade na educação é algo que contribui para o fim das desigualdades. A proposta da educação inclusiva considera o reconhecimento das diferenças e busca adequar condições para que essas diferenças não sejam obstáculos para a formação do indivíduo, respeitando suas limitações.

A inclusão é uma possibilidade de aperfeiçoamento da educação para o

benefício de todos os alunos com deficiência, que depende da disponibilidade

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das pessoas envolvidas para enfrentarem as inovações e as dificuldades advindas das necessidades desses alunos.

Ensinar é marcar um encontro com o outro e inclusão escolar provoca, basicamente, uma mudança de atitude diante do outro, esse que não é mais um indivíduo qualquer, com o qual topamos simplesmente na nossa existência e/ou com o qual convivemos um certo tempo de nossas vidas. Mas alguém que é essencial para nossa constituição como pessoa e como profissional e que nos mostra os nossos limites e nos faz ir além (FREIRE, 1999 p. 69).

Sob este olhar, a inclusão passa a se constituir como um movimento que visa à transformação da sociedade. O debate acerca da inclusão de alunos com necessidades educativas especiais tem levado a muita discussão e levantado algumas polêmicas. A educação precisa questionar alguns paradigmas para compreender a inclusão em sua comunidade escolar.

A educação inclusiva tem sido conceituada como um processo de educar conjuntamente e de maneira incondicional, nas classes do ensino comum, alunos ditos normais com alunos - portadores ou não de deficiências - que apresentem necessidades educacionais especiais. A inclusão beneficia a todos, uma vez que sadios sentimentos de respeito à diferença, de cooperação e de solidariedade podem se desenvolver (CARVALHO, 1999, p. 38).

Para o exercício do ato de ensinar, indiferente às diferenças, entendidas como desigualdades, se faz necessária a prática de uma pedagogia interativa e aberta ao diálogo, que possa abordar variados níveis de compreensão, visando ao desempenho dos alunos. No processo de interação entre aluno – professor, o aluno aprende a refletir sobre os conhecimentos e a ter competência para lidar com as situações que se apresentam. Sobre as diferenças das capacidades acadêmicas observadas em sala de aula, Carvalho (1999, p. 22) comenta que se faz:

Necessário que todos os professores assumam que as diferenças

individuais no processo de aprendizagem são inerentes à condição

humana e explicam porque: alguns alunos são mais dedicados e

esforçados; outros dão preferência a determinados conteúdos; há

aqueles que são mais lentos, ENQUANTO outros realizam a

transferência de aprendizagem com enorme facilidade. Alguns exigem

muitos estímulos para se manterem atentos e interessados enquanto

há os que aprendem com, sem ou apesar do professor.

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A efetivação da inclusão parte do princípio que as escolas estejam aptas e preparadas para atender todos os alunos, seja estes com necessidades especiais ou não, para que juntos possam desenvolver suas competências com dignidade e acima de tudo, possam ter suas diferenças respeitadas.

Abrir a Escola para todos não é uma escolha entre outras: é a própria vocação dessa instituição, uma exigência consubstancial de sua existência, plenamente coerente com seu princípio fundamental. Uma escola que exclui não é uma escola: é uma oficina de formação, um clube de desenvolvimento pessoal, um curso de treinamento para passar em concursos, uma organização provedora de mão-de-obra ou uma colônia de férias reservada a uma elite social. A Escola, propriamente, é uma instituição aberta a todas as crianças, uma instituição que tem a preocupação de não descartar ninguém, de fazer com que se compartilhem os saberes que ela deve ensinar a todos.

Sem nenhuma reserva (MEIRIEU, 2005, p. 44).

Meirieu (2005) ensina o verdadeiro papel da escola, a inclusão dos alunos sem nenhuma reserva, respeitando as diferenças; esse é o primeiro passo para a construção de uma escola mais justa e capaz de transformar a realidade do nosso país. As políticas públicas em Educação Especial têm sido discutidas e implementadas nas instituições educacionais brasileiras a partir da aprovação de leis e da criação de programas de atendimento as pessoas com necessidades educacionais especiais no ensino regular.

A preparação da escola, principalmente do docente, os recursos e a infraestrutura adequada são fundamentais para que a inclusão possa ocorrer no ambiente escolar. O professor deve estar ciente da sua responsabilidade enquanto educador, buscando métodos e meios para que, como os outros discentes, o aluno com necessidades educacionais especiais consiga compreender os conteúdos propostos pelo currículo escolar.

4 DEFICIÊNCIA INTELECTUAL

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) o vocábulo deficiência

provém do latim deficientia e está relacionado a algo que possua falhas,

imperfeições, não é completo. Essa palavra é utilizada para se referir ao aspecto

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biológico da pessoa que apresenta ausência ou disfunção de uma estrutura psíquica, fisiológica ou anatômica.

A Deficiência Intelectual, por sua vez, tem como característica a redução no desenvolvimento cognitivo, ou seja, o indivíduo possui um desenvolvimento intelectual abaixo do esperado para a sua idade. “A deficiência intelectual não é considerada uma doença ou um transtorno psiquiátrico, e sim um ou mais fatores que causam prejuízo das funções cognitivas que acompanham o desenvolvimento diferente do cérebro” (HONORA; FRIZANCO, 2008, p. 103).

No Decreto nº 5.296/2004, a pessoa com Deficiência Intelectual é a pessoa que,

[...] tem o funcionamento intelectual significativamente inferior à média, com manifestação antes dos dezoito anos e limitações associadas a duas ou mais áreas de habilidades adaptativas, tais como:

comunicação; cuidado pessoal; habilidades sociais; utilização dos recursos da comunidade; saúde e segurança; habilidades acadêmicas;

lazer e trabalho (BRASIL, 2004, p. 02).

É importante evidenciar a diferença entre Deficiência Mental e Doença Mental.

A primeira caracteriza-se por um déficit intelectual inferior à média, porém não incapacita as pessoas que se enquadram nessa característica de obterem ao aprendizado. O que ocorre é que esses têm um tempo diferenciado de aprendizado. Já as pessoas com Doença Mental têm a percepção da realidade alterada, como psicoses, neuroses e a demência.

A sociedade passou a defender a educação para deficientes em meados dos séculos XIX e XX, até então esses indivíduos eram vistos como diferentes, doentes, débeis e a segregação era a única saída para essa minoria tão rejeitada do convívio social. Essas crianças deficientes eram retiradas do meio familiar ou mandadas para hospitais psiquiátricos, onde ficavam segregadas junto com adultos loucos. As crianças eram torturadas, lhes eram tirada sua identidade como sujeito, como ser humano e até mesmo sendo lançada a própria sorte.

Médicos começaram a perceber a importância da pedagogia, criando instituições

escolares ligadas a hospitais psiquiátricos. A educação nessa época era

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oferecida de maneira isolada e as crianças especiais eram enviadas para instituições especializadas que existem até hoje como o Instituto Benjamin Constant e o Instituto Nacional de Educação de Surdos - INES.

Até a metade do século XX, a educação especial, se caracterizou pela ausência de qualquer política, para quem possuía algum tipo de deficiência mental, entretanto para deficientes visuais, auditivos e físicos, estes em menor escala eram considerados e havia um atendimento em instituições especializadas.

A partir do século XX, a Educação Especial, passou por grandes transformações.

Na Dinamarca, por volta de 1950, surgem movimentos que prezavam pela integração de pessoas com deficiência mental. Essas mudanças foram significativas no que se refere à inclusão dos excepcionais em sistemas sociais, seja na área da educação, trabalho, família e lazer.

Segundo Mantoan (2012, p. 20) “A normalização visa tornar accessível às pessoas socialmente desvalorizadas condições e modelos de vida análogos aos que são disponíveis de um modo geral ao conjunto de pessoas de um dado meio ou sociedade [...]”. No que diz respeito a esse princípio que todos, sejam crianças ou adultos, que possuem necessidades especiais devem ser educados em um ambiente o mais próximo possível dos demais alunos.

No que diz respeito às reformas educacionais realizadas no Brasil na década de 1990, tendo em vistas as primeiras discussões acerca do atendimento escolar, teve como marco dois eventos mundiais a “Conferência Mundial de Educação para Todos” e a “Declaração de Salamanca” (1994).

Um dos itens que a Conferência Mundial de Educação para Todos propõe que as necessidades básicas de aprendizagem das pessoas com necessidades especiais necessitam de uma atenção especial sendo necessário tomar medidas que assegurem igualdade de acesso à educação e acesso ao sistema educativo.

A Declaração de Salamanca (1994), por sua vez, vai dizer que todas as

instituições escolares devem amparar/apoiar todas as crianças,

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independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, linguísticas ou outras. Possibilitando formas de educá-las, tendo acesso a uma educação inclusiva e de qualidade por meio de um currículo apropriado.

De acordo com Rosa e André (2006, p. 76) “esses dois documentos internacionais merecem destaque pelo seu conteúdo, apelo aos governos e a comunidade mundial, objetivando a eliminação do analfabetismo através da oferta da educação básica como meta a ser atingida”.

A Declaração de Salamanca ampliou o conceito de necessidades educacionais especiais, incluindo todas as crianças que por algum motivo não estejam conseguindo se beneficiar com a escola. Sendo assim, estão inclusas todas as crianças que independentemente de suas diferenças ou por variados motivos estejam fora da escola.

O que leva a se afirmar que as instituições escolares são ambientes democráticos e que deve estar acessível a todos, sendo assim, merece uma atenção especial dos governantes por meio da criação e ampliação de políticas públicas, aprovação de legislação, melhoria da infraestrutura das escolas, formação dos profissionais da educação.

No Brasil, as pessoas com necessidades especiais tem sua trajetória marcada por lutas, realizações, frustrações, sucessos e fracassos. Algumas dessas batalhas aconteceram na tentativa de que fossem cumpridas as determinações postas na legislação vigente.

A Constituição Federal de 1988 em seu artigo 205 nos diz: “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”

(BRASIL, 1988). Vemos com isso que todos devem ter acesso a escola com

igualdade de condições para nela permanecer e concluir seus estudos.

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A Constituição, também, designa em seu artigo 208. “O dever do Estado com a Educação será efetivado mediante a garantia de: [...] III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino [...]” (BRASIL, 1988).

O Estatuto da Criança e do Adolescente, no Artigo 54, inciso III: "É dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente: - III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino” (BRASIL, 1990). O dever do Estado é sempre lembrado e reforçado nos escritos das leis, demonstrando que essa esfera de poder tem grande responsabilidade sobre a questão.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - Lei nº 9.394/1996 - estabelece em seu artigo 4º, “III. Atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com necessidades especiais, preferencialmente na rede regular de ensino” (BRASIL, 1996). Dessa forma, a Educação Especial vai tomando forma e se fortalecendo enquanto política.

A formação dos professores para atuarem em educação especial passa a ser uma demanda incentivada. Passa a ser assegurados: “currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos, para atender às suas necessidades”.

Além da legislação citada acima foi desenvolvido pelo Ministério da Educação a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva.

Essa política foi criada em 2008 e tem como objetivo garantir a escolarização aos alunos com deficiência na sala de aula do ensino regular. Além da oferta de atendimento educacional especializado aos alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação (BRASIL, 2008).

4.1 INCLUSÃO DO ALUNO COM DEFICIÊNCIA INTELECUTAL NA ESCOLA

Partindo da premissa que a escola é um lugar democrático, as ações

desenvolvidas na mesma precisam estar em consonância com as

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especificidades dos alunos. Discutir sobre o desenvolvimento do aluno com Deficiência Intelectual é um grande desafio, levando em conta a significativa complexidade dessa área.

Os termos “integração” e “inclusão”, embora tenham significados semelhantes, são empregados para expressar situações de inserção diferentes e se fundamentam em posicionamentos teórico-metodológicos divergentes.

“Integração” refere-se mais especificamente à inserção de alunos com deficiências nas escolas comuns, mas seu emprego dá-se também para designar alunos agrupados em escolas especiais para pessoas com deficiência, ou mesmo em classes especiais, grupos de lazer ou residências destinadas para este fim. A “inclusão”, por sua vez, tem um sentido mais amplo, como coloca Mantoan (2003, p. 16):

Quanto à inclusão, esta questiona não somente as políticas e a organização da educação especial e da regular, mas também o próprio conceito de integração. Ela é incompatível com a integração, pois prevê a inserção escolar de forma radical, completa e sistemática.

Todos os alunos, sem exceção, devem frequentar as salas de aula do ensino regular.

A escola ideal é aquela que considera o aluno como sujeito, que trabalha com a intervenção e mediação, que faz seu planejamento de acordo com as reais necessidades dos alunos. É muito importante para o aluno relacionar o que está aprendendo com o seu cotidiano. Visando um trabalho coletivo para que o mesmo possa se desenvolver dentro da sala de aula junto com os colegas, e também possa ser trabalhado nas salas de recursos com a professora de educação especial.

A escola de qualidade são aqueles espaços educativos que promovem a constituição da personalidade de maneira autônoma e crítica, onde os estudantes vão se formando enquanto pessoa. Nesses espaços existe a valorização das relações sociais e afetivas seja na convivência com seus pares, nas atitudes dos professores, no processo de ensino em sala de aula.

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Nesta perspectiva o papel do professor requer um conhecimento amplo para assegurar ao aluno um desenvolvimento seguro. Umas das questões que os especialistas defendem é a formação continuada do docente. Não é porque a escola possui um professor de educação especial que os demais professores podem se eximir da responsabilidade para com o aluno especial. A escola como um todo, preferencialmente, deve envolver-se neste processo de inclusão.

Em relação aos profissionais da educação é preciso promover reuniões dos professores de Educação Especial com os professores das classes regulares para que seja feita uma troca de experiências. E ainda, promover capacitação para que todos os professores possam conhecer e entender o funcionamento da sala de recursos contribuindo para a correta utilização dessa ferramenta de apoio ao trabalho pedagógico do professor, como nos ensina Glat e Blanco (2007, p.

33),

O sucesso da Política de Educação Inclusiva depende diretamente da continuidade da existência dessa rede de suportes especializados, incluindo-se a formação inicial e continuada de professores especialistas nos diferentes tipos de necessidades especiais e níveis de ensino. Pois só o diálogo entre especialistas e generalistas fará com que a escola construa as melhores respostas educativas para todos os seus alunos.

É nessa perspectiva que a Resolução n° 2 da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação estabelece, vários critérios para os educadores que trabalham com alunos especiais. Segundo esta Resolução são considerados professores especializados em educação especial aqueles que desenvolveram habilidades e competências para identificar as necessidades dos alunos, implementar estratégias de flexibilização curricular, procedimentos didático-pedagógicos e práticas alternativas adequados ao atendimento dos alunos. Além de trabalhar em equipe, auxiliando o professor nas práticas que são necessárias para promover a inclusão dos alunos com necessidades educacionais especiais.

É importante avaliar também o nível de comprometimento intelectual do aluno,

visto que no nível leve e médio há uma maior possibilidade de intervenção. No

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nível alto de comprometimento suas necessidades se tornam mais evidentes, devido às repetições e dificuldades de interagir, tornando assim mais trabalhoso.

Em sala o ideal é utilizar vários recursos pedagógicos apropriados para se trabalhar com o aluno, entre eles: quebra-cabeças, jogos de memória e jogos com palavras. Materiais concretos manipuláveis que permitirão ao aluno uma melhor percepção do que se está trabalhando. Os usos de recursos tecnológicos também são ótimos para estimulação da aprendizagem.

O aluno com Deficiência Intelectual necessita de uma relação de muita confiança com o professor, e este, ao usar a afetividade como ferramenta pedagógica, conseguirá estabelecer essa relação com o aluno. Pode-se definir métodos e estratégias voltados para a comunicação e, para que isso ocorra, o professor precisará buscar formas eficazes para canalizar ações, que deverão funcionar como quebra de barreiras na comunicação do aluno, fazendo com que o mesmo possa estabelecer uma convivência social mais dinâmica e tranquila.

A inclusão desse aluno se dá primeiramente com a garantia de ingresso na unidade escolar, aprendizagem e evolução no processo de ensino, permanência desse aluno e o livre acesso de ir e vir. Sendo necessário que as instituições tenham acessibilidade para receber esses alunos e uma preparação por parte de todos os funcionários, desde o porteiro até o diretor.

No entanto, para haver inclusão é de fundamental importância que a escola respeite as características individuais de cada aluno, oferecendo lhes meios para que aconteça o desenvolvimento integral de todos. Sendo necessário que as escolas reconheçam e sejam responsáveis no que se refere às necessidades de seus alunos.

É de primordial importância que a gestão escolar desenvolva um plano

pedagógico com eficiência, respeitando as capacidades, as habilidades e os

limites de cada aluno, o professor deve trabalhar propondo atividades

diversificadas. Além disso, a instituição de ensino deve manter uma boa relação

com a família do aluno com Deficiência Intelectual, para que em conjunto

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professor e pais ou responsáveis possam trabalhar conhecendo as limitações não só na escola, mas na vida diária, e também quais são as habilidades que esses alunos possuem.

Além disso, a família precisa estar envolvida por meio da discussão de assuntos relevantes de interesse de todas as partes envolvidas. A escola pode convidar as famílias para palestras, debates, reuniões e também eventos culturais promovidos com objetivo de aproximar a família da escola. Essas ações são possibilidades que a escola pode implementar para promover a inclusão no cotidiano escolar.

Para que uma escola possa ser chamada de inclusiva é necessário se propor algumas soluções para os problemas encontrados. A direção escolar deve conseguir junto aos órgãos competentes recursos financeiros para construir as salas de recursos e equipá-las com todo o material necessário. Uma boa estrutura física é de suma importância para o bom aprendizado dos alunos com necessidades educacionais especiais embora não seja o único meio de promover a inclusão. Nesse sentido é essencial ter uma estrutura adequada para criar uma escola inclusiva. Da mesma forma que é fundamental definir um bom planejamento para que o aluno com deficiência possa desenvolver todo o seu potencial.

Sabe-se que não é uma tarefa fácil, é um desafio para muitos profissionais da

educação trabalhar com alunos que possuem Deficiência Intelectual, tendo em

vista a falta de preparação e até mesmo a má formação de muitos docentes e a

falta de qualificação para lidar com esse alunado. Muitas escolas infelizmente

não estão preparadas para a chegada desses alunos que necessitam de um

olhar diferenciado no que se refere a inclusão no ambiente escolar. Mas é por

meio da presença dessas crianças com necessidades especiais nas instituições

regulares que acontece a mobilização no sistema de ensino para atender de

forma adequada estudando em que sentido esse mesmo sistema precisa se

aprimorar.

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A escola comum se torna inclusiva quando reconhece as diferenças dos alunos diante do processo educativo e busca a participação e o progresso de todos, adotando novas práticas pedagógicas. Não é fácil e imediata a adoção dessas novas práticas, pois ela depende de mudanças que vão além da escola e da sala de aula. Para que essa escola possa se concretizar, é patente a necessidade de atualização e desenvolvimento de novos conceitos, assim como a redefinição e a aplicação de alternativas e práticas pedagógicas e educacionais compatíveis com a inclusão.

Um ensino para todos os alunos há que se distinguir pela sua qualidade. O desafio de fazê-lo acontecer nas salas de aulas é uma tarefa a ser assumida por todos os que compõem um sistema educacional. Um ensino de qualidade provém de iniciativas que envolvem professores, gestores, especialistas, pais e alunos e outros profissionais que compõem uma rede educacional em torno de uma proposta que é comum a todas as escolas e que, ao mesmo tempo, é construída por cada uma delas, segundo as suas peculiaridades.

4.2 OLHAR PEDAGÓGICO PARA A APRENDIZAGEM DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL

A Deficiência Intelectual coloca em xeque a função primordial da escola comum que é a produção do conhecimento, pois o aluno com essa deficiência tem uma maneira própria de lidar com o saber que, invariavelmente, não corresponde ao ideal da escola. Na verdade, não corresponder ao esperado pode acontecer com todo e qualquer aluno, mas os alunos com deficiência mental denunciam a impossibilidade de atingir esse ideal (BRASIL, 2004).

As outras deficiências não abalam tanto a escola comum, pois não tocam no

cerne e no motivo da sua urgente transformação: entender a produção do

conhecimento acadêmico como uma conquista individual. O aluno com

Deficiência Mental tem dificuldade de construir conhecimento como os demais e

de demonstrar a sua capacidade cognitiva (BRASIL, 2004).

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E para superar esse desafio de educar os alunos com deficiência mental é preciso promover uma adaptação do conteúdo escolar. Essa adaptação é consequência do processo de autorregularão da aprendizagem, em que o aluno assimila o novo conhecimento, de acordo com suas possibilidades de incorporá- lo ao que já conhece. Assim, os alunos com deficiência mental serão naturalmente valorizados pelo reconhecimento de suas capacidades e respeito à suas limitações (BRASIL, 2004).

As instituições de ensino ao planejarem alternativas de atendimento ao aluno com Deficiência Intelectual precisam garantir a igualdade de oportunidade e uma gama de possibilidades para que cada um possa desenvolver o seu potencial.

Os programas de atendimento a esses alunos devem ser realizados por uma equipe multidisciplinar (professores, psicólogos, psicopedagogos, profissionais especializados em Deficiência Intelectual), além disso, é preciso respeitar as condições e características do lugar onde ele é realizado. Sendo assim, o processo de ensino precisa ser pensado e adaptado para esse aluno, pois ele apresenta necessidades de aprendizagem diferenciadas.

O educador, para praticar uma avaliação comprometida com a formação do educando necessita romper com os moldes da avaliação seletiva (com provas, fichas semestrais, em que assinala a nota ou conceito do aluno) e ressignificar a maneira com a qual ele poderia propor uma avaliação que esteja comprometida com os princípios básicos para o desenvolvimento do estudante.

A avaliação não é um momento retirado do processo, e, sim, o acompanhamento da criança através de atividades contextualizadas, reforçando o papel do educador investigativo, procurando refletir sobre o raciocínio do aluno, propondo o comprometimento do planejamento escolar para a construção do próprio conhecimento.

Para avaliar, é preciso compreender a lógica do processo de aprendizagem do

estudante, pois, cada um possui um ritmo diferente de desenvolvimento e que

deve ser respeitado no momento de promover a avaliação em sala de aula. Para

Hoffmann (1996), o acompanhamento do processo de construção do

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conhecimento se dá pela observação e reflexão permanentes sobre as manifestações dos alunos. Deve ser essencialmente contrária a uma concepção de julgamento de resultados.

E quando se refere aos alunos com Deficiência Intelectual é preciso pensar em um processo avaliativo inclusivo considerando as suas necessidades de aprendizagem, o seu ritmo, a sua capacidade. E se for necessário fazer as devidas adaptações nos instrumentos de avaliação para que esse aluno também possa participar

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esse estudo teve como objetivo compreender o processo de inclusão do aluno com Deficiência Intelectual a partir de um olhar pedagógico. O processo educativo das pessoas com deficiência passou, ao longo dos anos, por um processo de amadurecimento no sentido de atender as especificidades de cada deficiência. Diante disso, a discussão sobre o processo de inclusão do aluno com Deficiência Intelectual é fundamental no sentido de compreender os desafios e possibilidades dessa área.

A inclusão dos alunos com Deficiência Intelectual contribui para a construção de uma nova cultura de valorização das diferenças e está relacionada ao debate sobre a necessidade de inclusão e adaptação dos espaços, currículos e práticas escolares para atender a esse público.

Cada aluno com Deficiência Intelectual apresenta características diferentes, cada um tem um perfil próprio, cada um é um sujeito único. Diante disso, para promover a escolarização desses alunos se faz necessário um novo olhar sobre a prática educativa para que sejam feitas as devidas adaptações no conteúdo escolar e no processo de ensino.

Os métodos tradicionais de ensino dificilmente terão sucesso, sendo necessária

a busca de caminho alternativo. Para isso, os profissionais que atuam na escola

precisam ter conhecimento sobre a Deficiência Intelectual para promover o seu

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reconhecimento e o devido encaminhamento e atendimento escolar adequado levando esses educandos à inclusão no meio escolar e social.

O processo de ensino deve ser adaptado para atender aos alunos com Deficiência Intelectual, pois a sua aprendizagem ocorre de maneira diferenciada.

Esses alunos necessitam de uma estimulação maior que os outros alunos, além disso, a escola precisa ser flexível para realizar as devidas adaptações. Essas adaptações devem ocorrer no nível curricular, na gestão da escola, nas práticas pedagógicas, nas salas de recursos, nas políticas educacionais, na legislação para que esse estudante possa ser estimulado e valorizado no ambiente escolar.

A efetivação da prática educacional inclusiva não será garantida por meio de leis, decretos ou portarias que obriguem as escolas regulares a aceitarem os alunos com necessidades especiais. Ela será garantida se a escola estiver preparada para ser capaz de trabalhar com os alunos que chegam até ela, independentemente de suas diferenças ou características individuais.

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de Educação e dá outras providências. Presidência da República, Brasília/DF, 9

jan. 2001.

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