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CIÊNCIAS CONTÁBEIS TEMA: ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

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TEMA: ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

CIÊNCIAS

CONTÁBEIS CIÊNCIAS

CONTÁBEIS

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Centro Universitário Leonardo da Vinci Organização

Valdecir Knuth Conteudista Reitor da UNIASSELVI

Prof. Hermínio Kloch

Pró-Reitora de Ensino de Graduação a Distância Prof.ª Francieli Stano Torres

Pró-Reitor Operacional de Ensino de Graduação a Distância Prof. Hermínio Kloch

Diagramação e Capa Júlia Carolina Moser

Revisão:

Harry Wiese

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1 INTRODUÇÃO

Olá caro(a) acadêmico(a)!

Na atualidade, as empresas precisam identifi car e perceber a sua saúde econômica e fi nanceira de forma que possam planejar todas as suas ações de longo prazo. Essa percepção surge como uma forma ou ferramenta de identifi cação das necessidades de capital que a empresa venha a necessitar.

E como isso pode ser feito?

Uma das formas pode ser a Análise das Demonstrações Contábeis.

Por quê?

Porque é com o uso desta ferramenta de análise que o gestor ou contador poderá saber se a empresa possui recursos para pagar seus compromissos em curto prazo, ou se a empresa depende mais de capital de terceiros do que de capital próprio, ou ainda, como anda a rentabilidade da empresa, se o lucro que a empresa apresenta está de acordo com o que os administradores ou sócios esperam.

Mas, para que tudo isso?

Essa disciplina de Análise das Demonstrações Contábeis é uma peça fundamental para a gestão fi nanceira da empresa e visa atender em parte as necessidades de análise de crédito, entre outras coisas.

Então, vamos lá?

2 PRINCIPAIS RELATÓRIOS CONTÁBEIS 2.1 ASPECTOS INICIAIS

Vamos estudar de forma bem simplifi cada e objetiva o que é uma ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS, para que serve e qual é o tipo de resultado que pode contribuir para a área de gestão.

Você sabia que é na Contabilidade que estes relatórios são produzidos e quais são esses tipos de relatórios?

Os principais relatórios contábeis utilizados pelos gestores das empresas

são o Balanço Patrimonial e o Demonstrativo de Resultado do Exercício.

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2.2 O BALANÇO PATRIMONIAL

Você já ouviu falar em Balanço Patrimonial de uma empresa?

O Balanço Patrimonial refl ete a posição fi nanceira de uma empresa em um determinado momento (normalmente no fi m de ano). E essa posição fi nanceira é a fotografi a fi nanceira da empresa naquele momento.

Mas, no seu entendimento, o que signifi ca essa “fotografi a fi nanceira”?

Tente imaginar que a empresa está realizando seu fechamento anual de balanço em 31 de dezembro deste ano.

Nesta data, 31 de dezembro, a empresa irá apresentar toda a sua situação de BENS e DIREITOS (Ativos) e suas obrigações para terceiros (neste caso, os Passivos), juntamente com os recursos dos sócios representados no Patrimônio Líquido.

Então, podemos dizer que o termo balanço decorre do equilíbrio entre Ativo = Passivo + Patrimônio Líquido (PL). Parte da ideia de uma balança de dois pratos onde sempre encontramos igualdade, conforme demonstra a fi gura a seguir.

FIGURA 1 – DEMONSTRAÇÃO DO BALANÇO PATRIMONIAL

FONTE: Adaptado de: <http://ferrao.org/uploaded_images/balance.jpg>.

Acesso em: 24 maio 2012.

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Mas, lembre-se de que o Balanço Patrimonial nos apresenta o saldo das contas contábeis de um determinado momento.

Observe que a Contabilidade divide o Patrimônio em três partes distintas:

a) Primeira Parte: ATIVO – o Ativo é a parte positiva do nosso patrimônio, porque a empresa possui a posse ou direito de posse do conjunto de itens que compõem esta estrutura de contas.

Ele é composto pelo conjunto de bens e direitos (máquinas, equipamentos, duplicatas a receber, dinheiro em caixa e bancos).

b) Segunda Parte: PASSIVO EXIGÍVEL – o Passivo Exigível é a parte negativa do nosso patrimônio.

Ele é composto pelo conjunto das obrigações para com terceiros. O termo exigível signifi ca que possui vencimento e, portanto, algum dia alguém poderá cobrá-lo, caso você não o pague.

c) Terceira Parte: PATRIMÔNIO LÍQUIDO – o Patrimônio Líquido é a parte diferencial (diferença) entre o Ativo e o Passivo Exigível.

Também podemos chamá-lo de Passivo não Exigível, pois representa as obrigações para com os sócios da empresa, sendo que esta não tem vencimento.

IMPORTANTE

Grafi camente, podemos desenhar um Balanço conforme segue:

Assim, a expressão patrimonial origina-se do Patrimônio Global da empresa, que é o conjunto de bens, direitos e obrigações.

IMPORTANTE

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Balanço Patrimonial - Empresa A

X2 X1 X2 X1

Ativo 33.974.000 26.965.000 Passivo 33.974.000 26.965.000 Ativo

Circulante 8.996.000 6.566.000 Passivo

Circulante 4.999.000 3.822.000

Disponibilidades 922.000 1.430.000 Fornecedores 2.710.000 1.488.000 Clientes 1.256.000 1.575.000 Financiamentos

- CP 1.068.000 423.000

Estoques 5.055.000 2.535.000 Debêntures 35.000 84.000

Outros 1.763.000 1.026.000

Dividendos e Juros s/ Capital Próprio

94.000 932.000

Outros 1.092.000 895.000

Ativo Não

Circulante 24.978.000 20.399.000 Passivo Não

Circulante 13.283.000 8.945.000 Realizável a LP 3.620.000 1.741.000 Financiamentos

- LP 9.657.000 7.145.000

Ativo

Permanente 21.358.000 18.658.000 Outros 2.672.000 857.000 Particip.

Minoritárias 954.000 943.000

Patrimônio

Líquido 15.692.000 14.198.000 QUADRO 1 – MODELO DE BALANÇO PATRIMONIAL

FONTE: O autor

Veja, neste modelo, a composição dos Ativos, Passivo e Patrimônio

Líquido da empresa. Mas, para prosseguirmos com o nosso material de Análise

das Demonstrações Contábeis, teremos de verifi car o resultado da empresa.

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2.3 A DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO

No item anterior, você aprendeu que o Balanço Patrimonial representa a ESTRUTURA PATRIMONIAL da empresa, ou seja, existe toda uma estrutura física que serve para a empresa gerar riqueza. Contudo, o processo de geração de riqueza se dá através da apuração do lucro, que vamos estudar na DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO do exercício da empresa.

Para facilitar nosso trabalho, vamos estabelecer que o resultado do exercício fosse apurado no mesmo período em que se procede à apuração do Balanço Patrimonial. Como o próprio nome já diz, este relatório nos demonstra qual o resultado que a empresa obteve em um determinado exercício.

E como será o resultado apurado? Esse resultado poderá ser positivo, negativo ou nulo.

RESULTADO POSITIVO: Quando a empresa possui maior valor em receitas do que em despesas.

RESULTADO NEGATIVO: Quando a empresa possui menor valor em receitas do que em despesas.

RESULTADO NULO: Quando o valor das receitas se equivale ao valor das despesas (mas essa é uma situação que difi cilmente pode ocorrer).

IMPORTANTE

Vamos verifi car a seguir um modelo de Demonstração do Resultado do

Exercício - DRE.

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Demonstração dos Resultados - Empresa A.

X2 X1

Receita Líquida de Vendas 19.841.000 15.374.000 (-) Custos das Vendas (14.188.000) (10.099.000)

Lucro Bruto 5.653.000 5.275.000

Receitas/Desp. Operacionais (1.131.000) (978.000)

Resultado Financeiro (553.000) 923.000

Result. Equiv. Patrimonial 7.000 (389.000)

Amortização de Ágio (1.411.000) (767.000)

Total (3.088.000) (1.211.000)

Lucro Operacional 2.565.000 4.064.000

(-) Prov. IRPJ/CSLL (928.000) (816.000)

Atribuições Estatutárias (7.000) (1.000)

Particip. Minoritários (205.000) (215.000)

Total (1.140.000) (1.032.000)

Lucro Líquido Exercício 1.425.000 3.032.000

QUADRO 2 – DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO

FONTE: O autor

Observe que a Demonstração de Resultados apresenta em primeiro

lugar as RECEITAS (entradas de recursos) e, em seguida, todas as DESPESAS

(saída de recursos), o que nos dá a entender que a empresa “espera” uma

determinada quantia de entrada de recursos para, em seguida, apurar o que a

empresa terá de saída de recursos. Desta forma, pode-se apurar o lucro ou o

prejuízo da empresa.

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Vamos, a seguir, estudar de que forma podemos analisar um Balanço Patrimonial.

Para facilitar nossos estudos e seguir a coerência dos exemplos, utilizaremos os mesmos dados do Balanço Patrimonial e da Demonstração do Resultado do Exercício constantes nos quadros 1 e 2.

ESTUDOS FUTUROS

3 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 3.1 O UNIVERSO DA ANÁLISE

3.1.1 Um breve histórico

Podemos afi rmar que a Análise das Demonstrações Contábeis é tão antiga quanto a própria Contabilidade. Reportando-se para o início provável da Contabilidade (mais ou menos 4.000 anos antes de Cristo), em sua forma primitiva, foram encontrados os primeiros registros de inventários de rebanhos (naquela época o ser humano concentrava mais a sua atenção para a principal atividade econômica: o pastoreio) e a maior preocupação era a variação de sua riqueza (variação do rebanho, aumento ou redução do número do rebanho).

Então, caro(a) acadêmico(a), praticamente se pode afi rmar que análise da variação da riqueza gerada entre a comparação de dois inventários em momentos distintos leva-nos a uma primeira ideia de que aquela análise (tão antiga quanto a própria Contabilidade) é possível.

Entende-se que a variação do número de animais constantes no rebanho poderia defi nir o crescimento ou redução da riqueza do proprietário.

NOTA

Com o passar dos séculos, as atividades da Análise das Demonstrações

Contábeis foram se consolidando. Por volta do fi nal do século XIX é

possível observar que os banqueiros americanos começavam a solicitar as

Demonstrações Contábeis (que é praticamente o Balanço Patrimonial) das

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empresas que tinham por propósito contrair algum tipo de empréstimo. Os banqueiros sentiam a necessidade de “conhecer” a empresa em números, ou seja, saber como andava a saúde da empresa com seus resultados apurados.

No início, os banqueiros exigiam apenas o Balanço Patrimonial para a análise, daí a expressão “Análise de Balanços” que perdura até a atualidade.

Com o desenvolvimento do ciclo industrial, comercial e de serviços passou-se a exigir outras Demonstrações Contábeis para a realização da análise e, como consequência, para concessão de crédito, que são os resultados apurados na Demonstração do Resultado do Exercício. Porém, como a expressão “Análise de Balanços” já é tradicionalmente utilizada, passou a ser utilizada uma nova expressão chamada de “Análise das Demonstrações Contábeis”.

A Análise das Demonstrações Contábeis, também conhecida como Análise das Demonstrações Financeiras, passou a desenvolver-se cada vez mais, e, com o surgimento dos Bancos Governamentais, surgiram bastantes interessados na situação econômico fi nanceira das empresas tomadoras de diversos tipos de fi nanciamentos.

Com a abertura do Capital Social das empresas (Co = Corporation e S.A.= Sociedade Anônima) que permitiu a entrada e participação de pequenos ou grandes investidores como acionistas, possibilitou a escolha de empresas mais bem-sucedidas economicamente e fi nanceiramente no mercado. E esses investidores tornam a Análise das Demonstrações Contábeis um instrumento de grande importância e utilidade para as decisões em continuar investindo na empresa ou não.

Os diversos tipos de operações de compra e venda de mercadorias a prazo e inclusive as operações entre empresas do mesmo grupo, as decisões dos próprios gerentes (embora com enfoques diferentes em relação aos outros interessados) na avaliação da efi ciência administrativa e na preocupação do desempenho de seus concorrentes e as atividades operacionais dos seus funcionários, levam a consolidar a necessidade imperiosa da Análise das Demonstrações Contábeis.

3.1.2 Abrangência da análise de balanços

Como podemos conceituar a análise de balanços?

As interpretações desta pergunta e seu entendimento quanto à sua

essência podem nos levar a vários conceitos similares, porém basicamente

esses entendimentos convergem para:

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A arte de extrair informações úteis dos relatórios contábeis para os diversos objetivos econômicos que tivermos em mente.

Mas, por que pode ser considerada uma arte?

Embora existam alguns cálculos que podemos razoavelmente formalizar, não existe forma científi ca ou metodologicamente comprovada de inter- relacionar os índices de maneira a obter um determinado diagnóstico preciso, ou seja, cada analista pode realizar a sua interpretação e, com o mesmo conjunto de informações e de quocientes, chegar a conclusões diferenciadas.

3.1.3 Condições necessárias para análise de balanços

Todas as Demonstrações Contábeis (DC) devem ser analisadas:

Balanço Patrimonial (BP).

Demonstração do Resultado do Exercício (DRE).

Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (ou mutações do PL).

Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC).

A maior ênfase está voltada para a análise das duas primeiras demonstrações, uma vez que, por meio delas, são realizadas todas as análises Para que se realize uma boa análise de balanços, é necessário entender as premissas básicas da contabilidade que determinam a forma pela qual os demonstrativos contábeis (objetos de análise) são levantados ou produzidos.

Essas premissas são denominadas Princípios de Contabilidade e estão inseridas no Sistema de Informação.

Caro(a) acadêmico(a)! Os princípios contábeis têm seu surgimento a partir da observação dos fatos ocorridos na prática contábil. Os contadores observam a realidade a sua volta, formulam hipóteses com respeito ao objeto de estudo da Contabilidade, isto é, o patrimônio das organizações. Com isso, chegam a conclusões que permitam a sua aceitabilidade pela maioria dos estudiosos da Contabilidade e que se tornam princípios fundamentais os quais contribuem para a fundamentação científi ca da ciência contábil.

3.1.4 Demonstrações contábeis suscetíveis de análise

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de ordem fi nanceira e econômica.

A Demonstração dos Lucros e Prejuízos Acumulados e a Demonstração do Fluxo de Caixa também podem fazer parte do rol de ferramentas de Análise de Balanços, mas não é muito comum. Apenas para fi ns de conhecimentos gerais, a Demonstração do Fluxo de Caixa - DFC substituiu a Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos - DOAR com o advento da Comissão de Pronunciamentos Contábeis - CPC de número 03.

Nesta apostila, vamos utilizar as duas primeiras demonstrações contábeis.

Mas, atenção! Antes de realizar qualquer trabalho de análise de balanço, o primeiro passo é verifi car se estamos de posse de todas as Demonstrações Contábeis, inclusive notas explicativas.

Quais são os períodos de análises a serem realizados?

É desejável que se tenha em mãos as demonstrações de pelo menos três períodos. Assim é possível identifi car se a empresa teve evolução ou não nos seus indicadores econômicos e fi nanceiros.

NOTA

Outro ponto importante a ser observado junto às atividades de Análise de Balanços é quanto à credibilidade das Demonstrações Contábeis.

E onde podemos ter acesso a essa credibilidade?

Uma das ferramentas que um analista pode utilizar como forma de credibilidade na divulgação das Demonstrações Contábeis é o Parecer da Auditoria, pois com esse parecer é possível identifi car se o auditor emitiu algum tipo de opinião modifi cada ou não em relação aos demonstrativos emitidos.

3.1.5 Cuidados em um processo de análise

Ao iniciar o processo de análise de balanços, o analista deverá estar

atento a quatro situações distintas com relação às Demonstrações Contábeis,

para que se objetive realizar essa atividade com a máxima segurança possível.

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Sugestão de roteiro para avaliar a qualidade e a credibilidade das Demonstrações Contábeis:

1. O ideal

a) Buscar Demonstrações Contábeis publicadas em jornais que atendam aos requisitos legais (Lei das S/A).

b) Identifi car se as Demonstrações Contábeis estão assinadas por contador, com Relatório da Diretoria e Notas Explicativas completas.

c) Identifi car se há o Parecer da Auditoria de Pessoa Jurídica.

2. Situações que requerem cuidados do analista a) A apresentação de Demonstrações Contábeis em

que há Relatório da Diretoria sucinto demais, ou que contenham notas explicativas incompletas ou insufi cientes no âmbito informativo.

b) Apresentação de Demonstrações Contábeis com parecer da auditoria inconsistente.

c) Demonstrações Contábeis que não atendam a todos os requisitos da legislação em vigor.

3. Situações em que não há suporte de informações suficientes para análise:

a) Quando existe a hipótese da empresa trabalhar à base do Lucro Presumido, sem fazer contabilidade (nestes casos, as Demonstrações Contábeis poderiam ter sido elaboradas especialmente para este fi m).

b) Quando forem detectadas contradições nas Demonstrações Contábeis ou “exageros”

facilmente identifi cáveis em custos dos produtos vendidos com valores desproporcionais às suas receitas.

Quando houver claras evidências que a empresa não valoriza as informações da contabilidade, e/ou as Demonstrações Contábeis não refl etem a realidade da mesma. É o típico “vamos montar um balanço para o banco”, como se isso fosse algo trivial e sem importância.

NOTA

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3.1.6 Reclassifi cação das contas contábeis

Este tipo de procedimento signifi ca uma nova classifi cação das contas contábeis no balanço patrimonial, onde será realizado um novo reagrupamento de algumas contas nas Demonstrações Contábeis.

Entre outras palavras, serão realizados alguns ajustes necessários para melhorar a efi ciência da análise, mas nada que comprometa e veracidade e legalidade das informações contábeis ali contidas.

Com o uso do agrupamento de contas nas Demonstrações Contábeis, pode-se melhorar a situação econômico-fi nanceira da empresa usando-se de certos “artifícios legais”.

Por exemplo: uma empresa dispõe-se a vender um imóvel que até o momento estava classifi cado no Ativo Permanente. Classifi cando essa conta no Ativo Circulante, o analista poderá obter melhores evidências da situação fi nanceira a curto prazo. Todavia, não é fácil vender um imóvel e receber no mesmo ano. O ideal é classifi cá-lo no Realizável a Longo Prazo.

Outras vezes, apesar da imparcialidade do contador no agrupamento das contas, há necessidade de interferência do analista. É o caso de Receita Financeira, que legalmente é Operacional, mas na realidade deveria estar sendo classifi cada no grupo Não Operacional. Se quisermos apurar a verdadeira taxa de rentabilidade obtida pela atividade operacional, então teremos de reclassifi car tanto as Despesas Financeiras como as Receitas Financeiras no Grupo não Operacional.

Por quê?

Porque de acordo com a natureza das operações da empresa em razão do seu Contrato Social ou Estatuto Social, as operações não envolvem atividades fi nanceiras. Este é o caso do lojista, suas atividades são comprar e vender mercadorias e não gerar receitas oriundas de intermediação fi nanceira.

Veremos a seguir um exemplo de reclassifi cação:

Duplicatas descontadas (Classifi cada subtrativamente em Duplicatas a Receber no Ativo Circulante)

No caso das Duplicatas Descontadas deverão ser reclassifi cadas no

Passivo Circulante, pois, pelas peculiaridades da operação, ainda há o risco de

a empresa desembolsar o dinheiro obtido se seu cliente não liquidar a dívida

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junto ao banco. Desta forma, fi ca evidente que há o compromisso da empresa junto ao Banco que realizou o desconto e não o cliente da empresa.

Outro bom motivo para a reclassifi cação no Passivo Circulante é a padronização de critérios de tratamento para todas as empresas por parte do analista. Assim, se uma determinada empresa opera com Duplicatas Descontadas e outra empresa opera com Empréstimos Bancários (com depósito de duplicatas como garantia), ambas as empresas terão no Passivo Circulante uma dívida com terceiros, embora, no caso de duplicatas descontadas, exista apenas a coobrigação.

Vamos tomar como exemplo duas empresas fi ctícias. Admitimos que ambas tenham um Ativo Circulante de R$ 2.000.000,00 e um Passivo Circulante de R$ 1.000.000,00. Então, para cada R$ 1,00 de dívidas, há R$ 2,00 de valores do Ativo Circulante para a efetivação das liquidações dos seus compromissos fi nanceiros.

Na hipótese de ambas as empresas recorrerem ao mercado fi nanceiro para um reforço de Caixa na ordem de R$ 200.000,00, veja como fi caria a seguinte situação de liquidez.

A primeira empresa realiza um desconto de duplicatas, e a segunda, resolve obter um empréstimo bancário.

Então, caro(a) acadêmico(a)!

Como fi caria a situação de liquidez sem considerarmos as despesas fi nanceiras?

Observe a seguinte simulação:

EMPRESA A

Ativo Circulante R$ 2.000.000,00 Passivo Circulante R$ 1.000.000,00

+ Entrada R$ 200.000,00

( - ) Duplicata Descontada -R$ 200.000,00

Total R$ 2.000.000,00 Total R$ 1.000.000,00

Obs.: Nada alterou no índice de liquidez.

QUADRO 3 – SIMULAÇÃO

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EMPRESA B

Ativo Circulante R$ 2.000.000,00 Passivo Circulante R$ 1.000.000,00

+ Entrada R$ 200.000,00 + Empréstimos R$ 200.000,00

Total R$ 2.200.000,00 Total R$ 1.200.000,00

Obs.: Alterou o índice de liquidez.

FONTE: O autor

Vejamos:

 Empresa A: a relação será de R$ 2,00 para R$ 1,00

R$ 2.000.000,00 / R$

1.000.000,00 = R$ 2,00.

 Empresa B: a relação será de R$ 1,83 para R$ 1,00

R$ 2.200.000,00 / R$

1.200.000,00 = R$ 1,83.

Desta forma, as operações levaram a Empresa B a ter menor capacidade de pagamento e maior endividamento em relação à Empresa A. Não seria justo evidenciarmos um tratamento diferenciado para estas idênticas situações fi nanceiras.

Para “resolvermos” esta situação, precisamos reclassifi car as duplicatas para que a empresa A fi que em condição de igualdade de análise com a empresa B, ou que todas as empresas que operem com empréstimos fi quem em condições de igualdade com aquelas que operam com descontos.

Assim, padronizamos os relatórios contábeis para que sejam facilitadas as condições de análise.

4 ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Vamos estudar agora a estrutura das Demonstrações Contábeis. A atividade de análise das Demonstrações Contábeis envolve métodos de cálculos e interpretações de índices fi nanceiros para avaliar o desempenho das atividades da empresa e a sua efi ciência operacional.

Os demonstrativos básicos para a análise dos índices são:

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 Demonstração de Resultado do Exercício; e

 Balanço Patrimonial.

As duas principais características de análise de uma empresa são a comparação dos valores obtidos em determinado período com aqueles levantados em períodos anteriores e o relacionamento destes valores com outros afi ns. Dessa maneira, pode-se afi rmar que o critério básico que norteia a análise de balanços é a comparação. Para isso, é necessário atentar para alguns detalhes, como manter com esmero os registros contábeis da empresa.

Ainda que o Departamento de Contabilidade da empresa realize um grande esforço para manter os registros de forma correta, é altamente desejável que os relatórios fi nanceiros sejam auditados por auditor independente ou, pelo menos, tenha havido uma minuciosa revisão por parte da auditoria interna.

É preciso tomar muito cuidado na utilização de valores extraídos de balanços iniciais e fi nais, principalmente na área de contas a receber e estoques, pois muitas vezes tais contas, nas datas de balanço, não são representativas das médias reais de período.

A análise de balanços limitada a apenas um exercício é muito pouco reveladora, salvo em casos de quocientes de signifi cação imediata.

Adicionalmente, é necessário comparar nossos quocientes e tendências com:

− os quocientes dos concorrentes;

− as metas previamente estabelecidas pela administração (quocientes-padrão).

O montante de uma conta ou de um grupo patrimonial quando tratado isoladamente não retrata adequadamente a importância do valor apresentado e muito menos seu comportamento ao longo do tempo. Por exemplo, o total dos custos de produção, por si só, representa pouco para o analista, mas se comparado com o montante das vendas ou com o valor desses mesmos custos levantados em outros exercícios sociais, refl etirá com maior clareza sua posição. Assim, a comparação dos valores entre si e com outros de diferentes períodos oferecerá um aspecto mais dinâmico e elucidativo à posição estática das Demonstrações Contábeis.

Este processo de comparação, indispensável ao conhecimento da

situação de uma empresa, é representado pela análise horizontal e pela análise

vertical.

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Podemos citar três tipos de análises: a análise cruzada, a análise horizontal e a análise vertical.

a) Análise Cruzada (ou Análise Cross-Sectional): envolve a comparação de índices fi nanceiros de empresas distintas (mas que atuam no mesmo ramo de mercado) em um mesmo espaço de tempo. Este tipo de análise é muito utilizado quando a empresa necessita comparar seus índices com outra empresa (possivelmente uma concorrente).

b) Análise Horizontal (ou Análise de Séries Temporais): avalia o desempenho da mesma empresa ao longo do tempo, ou seja, há a comparação do desempenho atual com o desempenho do passado.

Utilizando-se índices de análise horizontal, possibilita verifi car se a empresa está progredindo como planejado (ou não). Este tipo de análise é muito mais fácil de ser executado, já que a empresa normalmente tem em mãos seus balanços de períodos anteriores, podendo ser facilmente utilizado por empresários para avaliar o desempenho das suas próprias ações e o desenvolvimento destes índices ao longo dos anos.

A seguir, demonstraremos um exemplo de Análise Horizontal.

Balanço Patrimonial - Empresa A

X2 Evolução AH X1 AH

Ativo 33.974.000 25,99 125,99 26.965.000 100,00 Ativo Circulante 8.996.000 37,01 137,01 6.566.000 100,00 Disponibilidades 922.000 (35,52) 64,48 1.430.000 100,00 Clientes 1.256.000 (20,25) 79,75 1.575.000 100,00 Estoques 5.055.000 99,41 199,41 2.535.000 100,00 Outros 1.763.000 71,83 171,83 1.026.000 100,00 Ativo Não Circulante 24.978.000 22,45 122,45 20.399.000 100,00 Realizável a LP 3.620.000 107,93 207,93 1.741.000 100,00 Ativo Permanente 21.358.000 14,47 114,47 18.658.000 100,00

QUADRO 4 – BALANÇO PATRIMONIAL – ANÁLISE HORIZONTAL

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Passivo 33.974.000 25,99 125,99 26.965.000 100,00 Passivo Circulante 4.999.000 30,80 130,80 3.822.000 100,00 Fornecedores 2.710.000 82,12 182,12 1.488.000 100,00 Financiamentos - CP 1.068.000 152,48 252,48 423.000 100,00 Debêntures 35.000 (58,33) 41,67 84.000 100,00 Dividendos e Juros s/

Capital Próprio

94.000 (89,91) 10,09 932.000 100,00 Outros 1.092.000 22,01 122,01 895.000 100,00 Passivo Não

Circulante

13.283.000 48,50 148,50 8.945.000 100,00 Financiamentos - LP 9.657.000 35,16 135,16 7.145.000 100,00 Outros 2.672.000 211,79 311,79 857.000 100,00 Particip. Minoritárias 954.000 1,17 101,17 943.000 100,00 Patrimônio Líquido 15.692.000 10,52 110,52 14.198.000 100,00

FONTE: O autor

A fi nalidade principal da análise horizontal é apontar o crescimento de itens dos Balanços e das Demonstrações de Resultados (bem como de outros demonstrativos) através dos períodos, a fi m de caracterizar tendências.

De acordo com o quadro, vamos analisar o total de alguns grupos de contas contábeis e algumas contas isoladamente.

O total do Ativo em X1 era de R$ 26.965.000,00 e saltou para X2 no valor de R$ 33.974.000,00. Portanto, houve um incremento na sua avaliação horizontal de 25,99%.

Mas, isso é bom ou ruim?

Agora temos de verifi car se este crescimento foi em decorrência do aumento dos Passivos da empresa ou do Patrimônio Líquido.

Então, vamos analisar a evolução do Patrimônio Líquido.

O valor do Patrimônio Líquido evoluiu de R$ 14.198.000,00 para R$

15.692.000,00, ou seja, 10,52% de aumento. Logo, se o Patrimônio Líquido

não teve o mesmo aumento de 25,99%, mas apenas 10,52%, signifi ca que a

empresa buscou mais recursos de terceiros, isto é, realizou mais investimentos

contraindo dívidas.

(20)

No entanto, para defi nirmos se essa situação é boa ou ruim, devemos avaliar o retorno do investimento; se o investimento feito consegue ser pago de forma rápida e de preferência com recursos próprios.

Em contrapartida, é necessário analisarmos a evolução de algumas contas do ativo e, de acordo com o quadro 4, percebemos que houve um maior impacto do crescimento das contas do ativo no grupo do Ativo Circulante correspondente a 37,01% em que o saldo de X1 era de R$ 26.965.000,00 e X2 passou a R$ 33.974.000,00. A conta contábil que mais recebeu recursos foi a conta de estoques de mercadorias que saltou de R$ 2.535.000,00 para R$ 5.055.000,00 gerando um incremento de 99,41% durante o período analisado.

Com uma calculadora fi nanceira (HP), podemos utilizar a função Δ%

para descobrirmos estes percentuais de uma maneira mais rápida.

FIGURA 2 – CALCULADORA HP

FONTE: Disponível em: <www.hp.com.br>. Acesso em: 23 maio 2012.

Como fazer a operação da variação na HP 12c?

Vamos pegar a conta DEBÊNTURES:

 X1 = R$ 84.000 ENTER

 X2 = R$ 35.000 %

 VARIAÇÃO = (58,33%)

(21)

Viu como é fácil?

A variação horizontal serve para auxiliar a identifi cação da variação (evolução ou retrocesso) da empresa em determinadas contas contábeis que tiveram oscilação em um determinado período. E essa oscilação pode ser comparada durante vários períodos da empresa e assim verifi car o histórico dela em relação à sua participação no mercado.

NOTA

E a análise horizontal da DRE - Demonstração de Resultados?

A análise horizontal da DRE segue a mesma linha de raciocínio do Balanço Patrimonial.

Vejamos algumas contas do resultado.

Demonstração dos Resultados - Empresa A.

X2 Evolução AH X1 AH

Receita Líquida de Vendas 19.841.000 29,06 129,06 15.374.000 100,00 (-) Custos das Vendas (14.188.000)

40,49

140,49 (10.099.000) 100,00

Lucro Bruto 5.653.000 7,17 107,17 5.275.000 100,00 Receitas/Desp. Operacionais (1.131.000) 15,64 115,64 (978.000) 100,00 Resultado Financeiro (553.000) (159,91) (59,91)

923.000

100,00 Result. Equiv. Patrimonial 7.000 (101,80) (1,80) (389.000) 100,00 Amortização de Ágio (1.411.000) 83,96 183,96 (767.000) 100,00 Total (3.088.000) 155,00 255,00 (1.211.000) 100,00 Lucro Operacional 2.565.000 (36,88) 63,12 4.064.000 100,00 QUADRO 5 – DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DE EXERCÍCIO – ANÁLISE HORIZONTAL

(22)

(-) Prov. IRPJ/CSLL (928.000) 13,73 113,73 (816.000) 100,00 Atribuições Estatutárias (7.000) 600,00 700,00 (1.000) 100,00 Particip. Minoritários (205.000) (4,65) 95,35 (215.000) 100,00 Total (1.140.000) 10,47 110,47 (1.032.000) 100,00 Lucro Líquido Exercício 1.425.000 (53,00) 47,00 3.032.000 100,00

FONTE: O autor

Aqui na Demonstração de Resultado do Exercício - DRE também conseguiremos fazer a análise da variação da evolução ou redução dos valores de um exercício social para outro.

Vamos a um exemplo?

As Receitas Líquidas de Vendas geraram um incremento de 29,06%, isto é, passaram de R$ 15.374.000,00 para R$ 19.841.000,00.

E como se calcula isso?

 Receita Líquida de Vendas = X2 R$ 19.841.000,00 / X1 R$ 15.374.000,00

= 1,2906 – 1,00 = 0,2906 x 100 = 29,06%

No entanto, se você observar a conta Lucro Líquido houve uma redução signifi cativa de 53,00%.

E como se calcula isso?

 Lucro Líquido do Exercício = X2 R$ 1.425.000,00 / X1 R$ 3.032.000,00 = 0,4700 – 1,00 = (- 0,5300) x 100 = (- 53,00 %).

Mas o que gerou essa queda no resultado líquido?

Neste caso, você terá de analisar conta a conta, e uma conta que teve forte impacto foi o Resultado Financeiro.

O Resultado Financeiro teve receitas em X1 no valor de R$ 923.000,00 e para X2 teve despesas no valor de (- R$ 553.000,00). Desta forma, teve um impacto de (- 159,91 %) durante o período.

O cálculo é feito da seguinte forma:

 Resultado Financeiro = X2 (- R$ 553.000,00) / X1 R$ 923.000,00 = (- 0,5991) – 1,00 = (- 1,5991) x 100 = (- 159,91 %).

Viu como é importante estudar essa variação?

(23)

Deste modo teremos oportunidade de verifi car quais contas contábeis tiveram maior ou menor impacto de receitas ou despesas no último exercício social.

Mas, além da avaliação da variação horizontal, temos a variação vertical.

c) Análise Vertical: também denominada de análise da estrutura, envolve a relação entre um elemento e o grupo que ele faz parte. Relaciona a parte com o todo. Este tipo de análise permite identifi car o valor de cada conta contábil que representa o valor total investido. A análise vertical envolve elementos homogêneos, mas relativos a um mesmo exercício social, ao contrário da análise horizontal, que é relativa necessariamente a exercícios distintos.

Objetivo: medir percentualmente cada componente em relação ao todo do qual faz parte, e fazer as comparações caso existam dois ou mais períodos.

NOTA

Vamos a um exemplo de Análise Vertical?

X2 AV X1 AV

Ativo 33.974.000 100,00 26.965.000 100,00 Ativo Circulante 8.996.000 26,48 6.566.000 24,35 Disponibilidades 922.000 2,71 1.430.000 5,30 Clientes 1.256.000 3,70 1.575.000 5,84

Estoques 5.055.000 14,88 2.535.000 9,40

Outros 1.763.000 5,19 1.026.000 3,80 Ativo Não Circulante 24.978.000 73,52 20.399.000 75,65 Realizável a LP 3.620.000 10,66 1.741.000 6,46 Ativo Permanente 21.358.000 62,87 18.658.000 69,19

QUADRO 6 – BALANÇO PATRIMONIAL – ANÁLISE VERTICAL

(24)

Passivo 33.974.000 100,00 26.965.000 100,00 Passivo Circulante 4.999.000 14,71 3.822.000 14,17 Fornecedores 2.710.000 7,98 1.488.000 5,52 Financiamentos - CP 1.068.000 3,14 423.000 1,57

Debêntures 35.000 0,10 84.000 0,31

Dividendos e Juros s/

Capital Próprio

94.000 0,28 932.000 3,46

Outros 1.092.000 3,21 895.000 3,32

Passivo Não Circulante 13.283.000 39,10 8.945.000 33,17 Financiamentos - LP 9.657.000 28,42 7.145.000 26,50

Outros 2.672.000 7,86 857.000 3,18

Particip. Minoritárias 954.000 2,81 943.000 3,50 Patrimônio Líquido 15.692.000 46,19 14.198.000 52,65

FONTE: O autor

Caro(a) acadêmico(a)! Veja que interessante!

Neste tipo de análise é possível identifi car quanto a empresa mantém investido em cada conta contábil em relação ao total de investimentos.

A seguir, vamos fazer algumas análises.

A Conta de Patrimônio Líquido dos Sócios teve um saldo de R$

14.198.000 em X1 e representava 52,65% do total investido de R$ 26.965.000 e, para X2, este percentual reduziu para 46,19% (Total de R$ 15.692.000 / R$

33.974.000).

O cálculo é feito da seguinte forma:

 X1 = Patrimônio Líquido = R$ 14.198.000,00 / R$ 26.965.000,00 = 0,5265 x 100 = 52,65%

 X2 = Patrimônio Líquido = R$ 15.692.000,00 / R$ 33.974.000,00 = 0,4619 x 100 = 46,19%

Contudo, fi ca a dúvida...

Se o valor do Patrimônio Líquido dos Sócios teve uma redução no total

de investimentos, o que gerou alta em outro grupo de contas?

(25)

Vamos verifi car o Passivo não Circulante.

O Passivo não Circulante teve em X1 uma participação de 33,17% do total de investimentos. E para X2 passou para 39,10%, portanto, houve um aumento de dívidas o que gerou uma redução dos investimentos dos sócios.

Logo, o cálculo é o seguinte:

 X1 = Passivo não Circulante = R$ 8.945.000,00 / R$ 26.965.000,00 = 0,3317 x 100 = 33,17%

 X2 = Passivo não Circulante = R$ 13.283.000,00 / R$ 33.974.000,00 = 0,3910 x 100 = 39,10%

E isso é comum acontecer?

É certo que sim! Todavia temos de verifi car se esse “endividamento”

não irá comprometer de forma signifi cativa o Fluxo de Caixa da empresa.

Agora vamos analisar algumas contas do grupo do Ativo.

O Ativo Circulante teve um investimento em X1 correspondente a 24,35% e o X2 aumentou para 26,48%.

O que isso pode signifi car?

Que é bem possível que parte do endividamento que vimos anteriormente tenha ido parar em conta caixa e bancos para um índice de liquidez imediata.

E como se calcula isso?

 X1 = Ativo Circulante = R$ 6.566.000,00 / R$ 26.965.000,00 = 0,2435 x 100 = 24,35%

 X2 = Ativo Circulante = R$ 8.996.000,00 / R$ 33.974.000,00 = 0,2647 x 100 = 26,47%

Outra conta contábil que teve variação signifi cativa foi a conta contábil de Realizável a Longo Prazo. Essa conta teve em X1 uma participação de 6,46% no total de investimentos e em X2 essa participação do total de investimentos foi para 10,66%.

Logo, o cálculo é o seguinte:

(26)

 X1 = Realizável a Longo Prazo = R$ 1.741.000,00 / R$ 26.965.000,00 = 0,0646 x 100 = 6,46%

 X2 = Realizável a Longo Prazo = R$ 3.620.000,00 / R$ 33.974.000,00 = 0,1066 x 100 = 10,66%

A conta contábil Outros também teve um incremento passando de 3,80% do total de investimentos para 5,19%.

O seu cálculo é o seguinte:

 X1 = Outros = R$ 1.026.000,00 / R$ 26.965.000,00 = 0,038 x 100 = 3,80%

 X2 = Outros = R$ 1.763.000,00 / R$ 33.974.000,00 = 0,0519 x 100 = 5,19%

Caro(a) acadêmico(a)! Vimos que não é difícil identifi car a análise vertical de um balanço.

A maior preocupação que o administrador ou analista deve ter na hora de analisar a participação de cada conta contábil no total de investimentos é saber se este valor investido contribui para a melhoria dos resultados da empresa.

Como assim? Identifi cando se a conta de Estoques houve um aumento dos valores investidos em relação ao seu total e comparando-o com o grupo do CMV (Custo das Mercadorias Vendidas). O valor do Custo das Mercadorias Vendidas irá gerar informações sufi cientes sobre o Giro de Estoques.

E a análise vertical da DRE - Demonstração de Resultados?

A análise vertical da DRE segue a mesma linha de raciocínio do Balanço Patrimonial.

Vejamos algumas contas do resultado.

(27)

Demonstração dos Resultados - Empresa A.

X2 AV X1 AV

Receita Líquida de Vendas 19.841.000 100,00 15.374.000 100,00 (-) Custos das Vendas (14.188.000) 71,51 (10.099.000)

65,69 Lucro Bruto 5.653.000 28,49 5.275.000 34,31 Receitas/Desp. Operacionais (1.131.000) 5,70 (978.000) 6,36

Resultado Financeiro (553.000) 2,79 923.000 6,00

Result. Equiv. Patrimonial 7.000 0,04 (389.000) 2,53 Amortização de Ágio (1.411.000) 7,11 (767.000) 4,99

Total (3.088.000) 15,56 (1.211.000) 7,88

Lucro Operacional 2.565.000 12,93 4.064.000 26,43

(-) Prov. IRPJ/CSLL (928.000) 4,68 (816.000) 5,31

Atribuições Estatutárias (7.000) 0,04 (1.000) 0,01 Particip. Minoritários (205.000) 1,03 (215.000) 1,40

Total (1.140.000) 5,75 (1.032.000) 6,71

Lucro Líquido Exercício 1.425.000 7,18 3.032.000 19,72 QUADRO 7 – DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DE EXERCÍCIO – ANÁLISE

FONTE: O autor

Na DRE - Demonstração de Resultado do Exercício - também conseguiremos fazer a análise da participação de cada conta contábil sobre o total gerado.

Vejamos um exemplo:

Uma conta contábil que teve variação signifi cativa foi a conta contábil

de custos das vendas (C.M.V. – Custo das Mercadorias Vendidas). Essa conta

teve em X1 uma participação de 65,69% no total das vendas realizadas

(pois, parte-se do pressuposto que as Vendas representam 100% do total

gerado no grupo da Demonstração de Resultado do Exercício), e para X2 essa

participação do total de custos foi para 71,51%.

(28)

E como se calcula isso?

 X1 = Custo das Vendas / Receita Líquida das Vendas = R$ 10.099.000,00 / R$ 15.374.000,00 = 0,6569 x 100 = 65,69%

 X2 = Custo das Vendas / Receita Líquida das Vendas = R$ 14.188.000,00 / R$ 19.841.000,00 = 0,7151 x 100 = 71,50%

E a conta de Lucro Líquido do Exercício?

Quanto à conta contábil Lucro Líquido do Exercício, esta teve uma redução no resultado do exercício de 19,72% do total das receitas de vendas para 7,18%.

Logo,

 X1 = Lucro Líquido do Exercício / Receita Líquida de Vendas = R$

3.032.000,00 / R$ 15.374.000,00 = 0,1972 x 100 = 19,72%

 X2 = Lucro Líquido do Exercício / Receita Líquida de Vendas = R$

1.425.000,00 / R$ 19.841.000,00 = 0,0718 x 100 = 7,18%

Caro(a) acadêmico(a)! Vimos que também não é difícil identifi car a análise vertical da DRE – Demonstração do Resultado do Exercício.

A maior preocupação que o administrador ou analista deve ter na hora de analisar a participação de cada conta contábil no total das receitas de vendas é se alguma despesa está muito alta, devendo-se verifi car as suas razões, e assim contribuir para a melhoria dos resultados da empresa.

Desta forma teremos oportunidade de verifi car quais contas contábeis tiveram maior ou menor impacto de receitas ou despesas no último exercício social.

A análise de balanços encontra seu ponto mais importante no cálculo e avaliação do signifi cado de quocientes, relacionando principalmente itens e grupos do Balanço e da Demonstração do Resultado.

5 ANÁLISE DE ÍNDICES FINANCEIROS

5.1 ASPECTOS INICIAIS

(29)

Na análise de índices fi nanceiros é estabelecida a relação heterogênea de um mesmo exercício, indicando-se quantas vezes o divisor está contido no dividendo, como na operação matemática da divisão. A questão é identifi car a participação de um determinado grupo de contas contábeis que permite liquidar determinados compromissos fi nanceiros.

Os indicadores fi nanceiros apurados na relação estabelecida na análise por quocientes podem ser classifi cados em:

Estáticos ou patrimoniais: quando são apurados entre a relação dos elementos patrimoniais, como na relação entre o ativo circulante e o passivo circulante na análise de liquidez corrente.

Dinâmicos ou operacionais: estes indicadores são obtidos com a apuração da relação entre elementos formadores do resultado, como na relação entre o lucro líquido e as vendas líquidas no cálculo da margem líquida.

De velocidade: estes indicadores são obtidos com a apuração dos índices na relação entre um elemento patrimonial e um elemento de resultado, como na relação entre o CMV e o Estoque Final ou Médio no cálculo do número de renovações dos estoques de mercadorias. Esses índices de velocidades podem ser denominados de Giro.

Então, caro(a) acadêmico(a)!

Vamos à prática?

Como estudamos em análise horizontal e análise vertical, há um Balanço Patrimonial e uma DRE – Demonstração de Resultado do Exercício, e vamos utilizar os mesmos dados para a resolução dos índices no nosso material de estudos.

Na próxima seção apresentaremos as fórmulas para o cálculo dos índices e o que cada um desses índices revela.

A parte de cálculo é bastante simples, principalmente para aqueles que já conhecem as Demonstrações Contábeis. O importante agora é saber interpretá-los, para fazer uma boa análise das Demonstrações Contábeis.

5.2 TÉCNICA DA UTILIZAÇÃO DOS INDICADORES

5.2.1 A análise da liquidez

(30)

A técnica de análise fi nanceira por quocientes é um dos mais importantes desenvolvimentos da Contabilidade, pois é muito mais indicado comparar, digamos, o ativo corrente com o passivo corrente do que simplesmente analisar cada um dos elementos individualmente.

A periodicidade da análise depende dos objetivos que se pretende alcançar. Tratando-se de análise para fi nalidades externas, basicamente um cálculo anual ou semestral é sufi ciente. Para a análise gerencial interna, alguns índices merecerão acompanhamento mensal, outros até de intervalos mais curtos, dependendo de quão crítico seja o índice como um dos sinais de alarme do sistema de informação contábil-fi nanceiro.

5.2.2 Principais quocientes de liquidez

Disponibilidades a) Quociente de Liquidez Imediata =

Passivo Circulante

Este quociente representa o valor de quanto dispomos imediatamente para saldar nossas dívidas de curto prazo. Considere-se que a composição etária do numerador e denominador é completamente distinta. No numerador temos fundos imediatamente disponíveis. No denominador, dívidas que, embora de curto prazo, vencerão em 30, 60, 90, 180 e até 365 dias.

E qual é o resultado apurado para a empresa A?

Liquidez Imediata

LI = Disponibilidades LI = 922.000 = 0,1844 Passivo Circulante 4.999.000

* Para cada R$ 1,00 em dívidas de CP, a empresa possui R$ 0,18 de valores disponíveis para pagar.

(31)

Ativo Circulante b) Quociente de Liquidez Corrente =

Passivo Circulante

Este quociente relaciona quantos reais dispomos, imediatamente disponíveis e conversíveis em curto prazo em dinheiro, com relação às dívidas de curto prazo. É um índice muito divulgado e frequentemente considerado como o melhor indicador da situação de liquidez da empresa.

É preciso considerar que no numerador estão incluídos itens tão diversos como: disponibilidades, valores a receber a curto prazo, estoques e certas despesas pagas antecipadamente. No denominador, estão incluídas as dívidas e obrigações vencíveis a curto prazo.

E qual é o resultado apurado para a empresa A?

Liquidez Corrente

LC = Ativo Circulante LC = 8.996.000 = 1,7996

Passivo Circulante 4.999.000

* Para cada R$ 1,00 em dívidas de CP, a empresa dispõe de R$ 1,79 de bens e direitos de CP para pagar.

Ativo Circulante – Estoques c) Quociente de Liquidez Seca =

Passivo Circulante

Esta é uma variante muito adequada para se avaliar conservadoramente a situação de liquidez da empresa. Eliminando-se os estoques do numerador, estamos eliminando uma fonte de incerteza. Em certas situações, pode-se traduzir num quociente bastante conservador em função da alta rotatividade dos estoques. O quociente apresenta uma posição bem conservadora da liquidez da empresa em determinado momento, sendo preferido pelos emprestadores de capitais.

E qual é o resultado apurado para a empresa A?

(32)

Liquidez Seca

LS = AC - Estoque LS = 3.941.000 = 0,7884 Passivo Circulante 4.999.000

* Para cada R$ 1,00 em dívidas de CP, a empresa dispõe de R$ 0,78 de bens e direitos de CP (Menos Estoque) para pagar.

Ativo Circulante + Ativo Não Circulante d) Quociente de Liquidez Geral =

Passivo Circulante + Passivo Não Circulante

Este quociente serve para detectar a saúde fi nanceira (no que se refere à liquidez) de longo prazo do empreendimento. Mais uma vez, o problema dos prazos empobrece o sentido e a utilidade do quociente, a não ser que seja explicitamente levado em sua devida conta. Os prazos de liquidação do passivo e de recebimento do ativo podem ser o mais diferenciado possível, ainda mais se considerarmos que temos passivo e ativo em longo prazo.

E qual é o resultado apurado para a empresa A?

Liquidez Geral

LG = AC + ANC LG = 12.616.000 = 0,6901

PC + PNC 18.282.000

* Para cada R$ 1,00 em dívidas totais, a empresa dispõe de R$ 0,69 de bens e direitos de Curto Prazo e Longo Prazo para pagar.

Estes quocientes relacionam as fontes de fundos entre si, procurando retratar a posição relativa do capital próprio com relação ao capital de

5.2.3 Principais quocientes de endividamento

(33)

terceiros. São quocientes de muita importância, pois indicam a relação de dependência da empresa com relação ao capital de terceiros.

a) Quociente de Participação de Capitais de Terceiros sobre os Recursos Totais =

Passivo Circulante + Passivo Não Circulante __________________________

Ativo Total

Este quociente de grande relevância relaciona o Exigível Total (capitais de terceiros) com os recursos no ativo Total, expressa a porcentagem que o endividamento representa sobre os fundos totais e também signifi ca qual a porcentagem do ativo total fi nanciada com recursos de terceiros.

No longo prazo, a porcentagem de capitais de terceiros sobre os fundos totais não poderia ser muito grande, pois isto iria progressivamente aumentando as despesas fi nanceiras, deteriorando a posição de rentabilidade da empresa.

E qual é o resultado apurado para a empresa A?

Endividamento Total

ET = PC + PNC LI = 18.282.000 = 0,5381

Ativo Total 33.974.000

* Para cada R$ 1,00 do Ativo Total, R$ 0,53 estão atrelados a dívidas, ou seja, para cada R$ 1,00 recebido c/ a venda do ativo, R$ 0,53 seriam p/ cobrir essas dívidas.

b) Quociente de Capitais de Terceiros/Capitais Próprios =

Patrimônio Líquido __________________________

Passivo Circulante + Passivo Não Circulante Garantia de Capitais de Terceiros.

(34)

É outra forma de encarar a dependência de recursos de terceiros. Se o quociente, durante vários anos, for consistente e acentuadamente MENOR que 1 (um), denotaria uma dependência exagerada de recursos de terceiros.

Este quociente é um dos mais utilizados para retratar o posicionamento das empresas com relação aos capitais de terceiros.

Grande parte das empresas que vão à falência apresenta, durante um período relativamente longo, altos quocientes de Capitais de Terceiros/

Capitais Próprios.

Daí o cuidado que deve ser tomado com relação à projeção de captação de recursos quando vislumbramos uma necessidade ou uma oportunidade de expansão.

E qual é o resultado apurado para a empresa A?

Garantia de Capital de Terceiros

GCT = PL GCT = 15.692.000 = 0,8583

PC+PNC 18.282.000

* Para cada R$ 1,00 de dívidas, existem R$ 0,85 de Capital Próprio p/

quitá-las.

Aqui, percebemos que a empresa depende mais de capital de terceiros que de capital próprio. E isso é um sinal de cuidados a serem tomados.

c) Quociente de Participação das Dívidas de Curto Prazo sobre o Endividamento Total =

Passivo Circulante ____________________

Exigível Total

Representa a composição do endividamento total ou qual é a parcela que vence a curto prazo no endividamento total.

A empresa em franca expansão deve procurar fi nanciá-la, em grande

parte, com endividamento de longo prazo, de forma que, à medida que ela

ganhe capacidade operacional adicional com a entrada em funcionamento

dos novos equipamentos e outros recursos de produção, tenha condições de

começar a amortizar suas dívidas.

(35)

E qual é o resultado apurado para a empresa A?

Relação de Dívidas de CP c/ Dívidas Totais c/ Terceiros (PE)

Q = PC Q = 4.999.000 = 0,2734

PC+PNC 18.282.000

* Para cada R$ 1,00 de dívidas totais c/ terceiros, R$ 0,27 são de Curto Prazo e o restante são de Longo Prazo.

E o que isso representa? Representa que, entre o longo prazo e o curto prazo, o maior volume de dívidas da empresa está no Longo Prazo. Isso quer dizer que a empresa terá no mínimo um ano para planejar toda a sua estrutura de curto prazo, para se preocupar com seu passivo a partir de um ano.

5.2.4 Análise da rotatividade (do giro)

Estes quocientes, importantíssimos, representam a velocidade com que elementos patrimoniais se renovam durante determinado período de tempo. Por sua natureza, têm seus resultados normalmente apresentados em dias, meses ou períodos maiores.

A importância de tais quocientes consiste em expressar relacionamentos dinâmicos - daí a denominação de quocientes de atividade (rotatividade) - que acabam, direta ou indiretamente, infl uindo bastante na posição de liquidez e rentabilidade. Normalmente, tais quocientes envolvem itens do demonstrativo de posição (balanço) e do demonstrativo de resultados, simultaneamente.

Os prazos de rotação constituem-se em categoria de elevada importância para o analista. O balanço da empresa representa sua situação patrimonial em determinado momento, isto é, como se fosse uma fotografi a que mostra algo de forma estática, sem refl etir sua mobilidade, seu dinamismo.

A empresa, em suas operações, compra, fabrica, estoca, vende e recebe num processo dinâmico e contínuo.

Podemos destacar os seguintes prazos de rotação:

a) Rotatividade do Estoque de Produtos Acabados.

(36)

b) Prazo Médio de Recebimento de Contas a Receber.

c) Prazo Médio de Pagamento de Contas a Pagar.

d) Rotatividade do Ativo (Giro do Ativo).

a) Rotatividade do Estoque de Produtos Acabados =

Custo dos Produtos Vendidos ____________________

Estoque Médio de Produtos Acabados

Este quociente, muito divulgado, procura (mensurado pelo custo das vendas) representar quantas vezes se “renovou” o estoque por causa das vendas.

Assim, uma empresa que vendeu mercadorias (ou produtos) que custaram R$ 100.000,00, e que manteve um estoque médio durante o período de $ 20.000,00 terá um quociente de rotação de R$ 100.000,00 = 20.000,00

� 5 vezes, durante o período considerado.

Fórmula do Estoque Médio

EI = Estoque Inicial EF = Estoque Final

EM = EI + EF 2

O resultado apurado para a empresa A é o seguinte:

Prazo Médio de Renovação de Estoques

PMRE = CMV PMRE = 9.870.000 = 2,6008

Estoque Médio 3.795.000

* O estoque girou cerca de 2,6008 vezes durante o ano.

Prazo = Período Prazo = 365 = 140,3419

PMRE 2,6008

* A cada 140 dias (em média), a empresa renova seus estoques.

(37)

E o que isso representa?

Representa que o estoque girou 2,6 vezes ao ano em média (comprou e vendeu o estoque) e isso representou um giro completo a cada 140 dias.

O fato de girar em uma determinada quantidade de dias pode ser bom ou ruim de empresa para empresa. Isso depende, e muito, do seu ramo de atividade. Empresas do ramo alimentício têm um giro rápido, outros como a área de confecções podem ter um giro lento em função do sucesso ou não da vendagem das suas coleções.

b) Prazo Médio de Contas

a Receber =

(S.I. Dupl. a Receber + Vendas) – S.F.

Dupl. a Receber ____________________

Média de Valores a Receber Nota: S.I. = Saldo Inicial

S.F. = Saldo Fina

Este quociente indica quantos dias, semanas ou meses a empresa deverá esperar, em média, antes de receber suas vendas a prazo. O prazo médio de contas a receber deve ser obtido a partir do maior número possível de saldos. Deve representar a média do maior número possível de saldos da conta “Contas a Receber” (ou equivalente) durante o período observado.

As vendas médias (somente a parcela a prazo) são calculadas dividindo- se as vendas a prazo por 360 dias, 12 meses, etc., conforme o resultado expresso desejado, em dias, meses etc.

O resultado apurado para a empresa A é o seguinte:

Prazo Médio de Contas a Receber

PMCR = (SI Dupl. + Vendas) - SF Dupl PMCR = 20.160.000 = 14,2423

Média Valores Recb. 1.415.500

* A empresa vendeu e recebeu (renovou suas dupl. a receber) em média 14 vezes durante o ano.

Prazo = Período Prazo = 365 = 25,6279

PMCR 14,2423

* A cada 25 dias, a empresa efetuou uma venda completa.

(38)

E o que isso representa?

Representa que o prazo médio de contas a receber teve um giro de 14,24 vezes ao ano em média (emitiu duplicatas e as cobrou) e isso representou um giro completo a cada 25 dias em média.

O fato de girar em uma determinada quantidade de dias pode ser bom ou ruim de empresa para empresa, e isso depende muito do seu ramo de atividade. Algumas empresas têm giro de duplicatas mais rápido por que têm uma política de vender praticamente à vista ou com prazo muito reduzido de vendas. Outras empresas têm um giro mais demorado por que vendem a prestação, como é o caso das grandes redes de lojas comerciais.

O fato de uma empresa demorar mais ou menos para receber suas vendas a prazo pode derivar de vários fatores, tais como: usos e costumes do ramo de negócios, política de maior ou menor abertura para o crédito, efi ciência do serviço de cobranças, situação fi nanceira de liquidez dos clientes (do mercado) etc.

5.2.5 Prazo médio de pagamentos a fornecedores

O prazo médio de pagamento das compras indica quantos dias, em média, a empresa demora para pagar seus fornecedores. A fórmula é a seguinte:

PMPF = Compras

Média de Fornecedores

( C ) Compras  determinar o valor através da seguinte fórmula:

C = CMV – EI + EF CMV = EI + C – EF Onde:

C = Compras

C.M.V. = Custo das Mercadorias Vendidas EI = Estoque Inicial

EF = Estoque Final

Média de Fornecedores = (Saldo Inicial de Fornecedores + Saldo Final de

Fornecedores) / 2.

(39)

O resultado apurado para a empresa A é o seguinte:

Prazo Médio de Pagamento a Fornecedores

PMPF = Compras a Prazo (CP) PMPF = 12.390.000 = 5,9028

Média Fornecedores 2.099.000

Prazo = Período Prazo = 365

PMPF = 5,9028 = 61,8349

CP >>> CMV = EI + Compras - EF - Compras = EI - EF - CMV

- Compras = 2.535.000,00 - 5.055.000,00 - 9.870.000,00 ( x - 1 ) Compras = - 2.535.000,00 + 5.055.000,00 + 9.870.000,00

Compras = 12.390.000,00

* Indica que a empresa girou seu estoque por 5,9028 vezes durante o ano.

* Indica que a cada 61 dias em média, a empresa efetuou uma compra completa, ou seja, comprou e pagou.

E o que isso representa?

Teremos de fazer um cálculo do valor das compras médias realizadas durante o ano.

E como se faz isso?

Deve-se pegar o valor do Estoque Final e somar ao valor do Custo das Mercadorias Vendidas durante o período X2, e, em seguida, desconta-se o valor do Estoque Inicial, pois esse valor ainda não transitou pelo C.M.V. (Custo das Mercadorias Vendidas).

Com isso, foi gerado o valor das compras em R$ 12.390.000,00 durante

o período analisado.

(40)

Para sabermos o prazo em dias da renovação de estoques devemos pegar o valor das compras e dividir pelo valor médio de fornecedores (Média de Fornecedores = (Saldo Fornecedores X2 + Saldo Fornecedores X1 / 2).

5.2.6 Imobilização de capital próprio

O índice de Imobilização de Capital Próprio é um indicador que permite identifi car “quanto” a empresa possui investido no seu Ativo Permanente, com uso de recursos próprios (Patrimônio Líquido).

É um indicador importante, pois com ele pode-se identifi car se a empresa depende mais de recursos de terceiros ou próprio para fi ns de investimentos e, a partir daí, pode-se verifi car se a empresa está gerando recursos (riqueza) da produção com seus investimentos.

Veja a seguir a fórmula do índice.

I.C.P. = Ativo Permanente Patrimônio Líquido

Onde: I.C.P. = Imobilização de Capital Próprio

O resultado apurado para a empresa A é o seguinte:

Imobilização de Capital Próprio

ICP = Ativo Permanente ICP = 21.358.000 = 1,3611

Patrimônio Líquido 15.692.000

Prazo = Período Prazo = 365

PMPF = 5,9028 = 61,8349

* Indica que o PL e mais 36% dos outros Passivos estão aplicados no Ativo Permanente.

(41)

Caro(a) acadêmico(a), observe que o índice fi cou em 1,3611, ou seja, a empresa utiliza 100% do seu Patrimônio Líquido e ainda precisou recorrer a 36,11% de recursos de terceiros (provavelmente algum tipo de fi nanciamento que já foi pago ou que ainda terá que ser pago) para completar a sua necessidade de investimentos em imobilizado.

5.2.7 Rentabilidade do capital próprio

O índice de Rentabilidade de Capital Próprio é um indicador que permite identifi car “quanto” a empresa gerou de resultados em relação ao Patrimônio Líquido dos sócios.

Em outras palavras, quanto “rendeu” o investimento dos sócios durante um determinado período.

Com este indicador pode-se identifi car se a empresa está acompanhando o seu retorno de investimentos, pelo menos, comparando-se com alguma taxa de remuneração que o mercado fi nanceiro paga.

E como podemos fazer isso?

Veja a seguir a fórmula do índice.

R.C.P. = L.L.E.

Patrimônio Líquido

Onde: R.C.P. = Rentabilidade de Capital Próprio L.L.E. = Lucro Líquido do Exercício.

Rentabilidade do Capital Próprio

RCP = L.L.E. RCP = 3.390.326 = 0,2161

PL 15.692.000

* Indica que a remuneração do capital dos proprietários aplicados na empresa foi de 21,61%.

O resultado apurado para a empresa A é o seguinte:

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