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A EDUCAÇÃO FÍSICA E O TDAH: TRATAMENTO E APRENDIZAGEM PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES

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A EDUCAÇÃO FÍSICA E O TDAH: TRATAMENTO E APRENDIZAGEM PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES

ELIZABETH FERREIRA DE SOUZA1 ROSANGELA DE ARRUDA SOUZA SANTOS2

1 Aluna de graduação do curso de Licenciatura em Educação Física da Escola de Educação Física de Assis - IEDA/UNIESP

2 Aluna de graduação do curso de Licenciatura em Educação Física da Escola de Educação Física de Assis - IEDA/UNIESP

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RESUMO

Este trabalho tem por objetivo identificar a importância das aulas de Educação Física no desenvolvimento dos aspectos afetivo-social e cognitivo para crianças e adolescentes com idade entre 04 e 12 anos que possuem o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) de forma lúdica: o transtorno vem causando um significativo impacto no convívio familiar e social desta criança, no rendimento escolar, no desenvolvimento emocional e em sua autoestima. A metodologia utilizada foi a análise de referências bibliográficas pertinentes ao propósito do trabalho. Por estas crianças com TDAH possuírem dificuldade de se desenvolver juntamente ou no mesmo tempo dos seus colegas e pelas próprias características deste transtorno, cabe ao professor de Educação Física, em suas aulas, mediar e participar do desenvolvimento delas. O professor pode buscar mais informações transdisciplinares que possam colaborar com informações abalizadas para benefícios do ensino-aprendizagem com alunos com TDAH. Neste sentido, os textos revisados indicaram que quando se conhece bem os diagnósticos, as causas, as características e as consequências do TDAH pode se fazer com que haja melhor rendimento do próprio trabalho da interação e socialização entre professor e aluno.

Palavras-chave: TDAH; Educação Física escolar; Inclusão escolar; Relação professor;

aluno; Interação e socialização.

ABSTRACT

This work aims to identify the importance of Physical Education classes in the development of social-affective and cognitive aspects for children and adolescents aged from 04 to 12 years who have the Attention-Deficit Hyperactivity Disorder (ADHD) in a playful way: the disorder has caused a significant impact on family and social life of the child, in school performance, emotional development and self-esteem. The methodology used was the analysis of pertinent reference to the purpose of the work. For these children with ADHD having difficulty developing together or at the same time their colleagues and by the characteristics of this disorder, the teacher of Physical Education in their lessons facilitate and participate in the development of these children. The teacher may seek more information transdisciplinary to collaborate with authoritative information to benefit teaching and learning with students with ADHD. In this sense, the revised texts indicated that when it knows the diagnosis, causes, characteristics and consequences of ADHD can make there a better yield of own work and socialization of social interaction between teacher and students.

Keywords: ADHD; Physical education; School inclusion; Teacher; student relationship;

Interation and socialization.

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Introdução

Nos dias de hoje é comum encontrar crianças que apresentam conduta inapropriada para sua idade. É difícil controlar seu comportamento, suas emoções e seus pensamentos. Essas crianças têm grande dificuldade para prestar atenção e se concentrar. É possível que todos esses sintomas não sejam falta de conduta educacional familiar ideal, esses sintomas podem estar ligados a um distúrbio, um transtorno genético conhecido por Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) que pode ocorrer durante a gestação e pode ser identificado como um transtorno orgânico desenvolvido por meio de situações externas. (REED, 2006). Os estudos só comprovam a existência do distúrbio a partir de determinada idade que está relacionada ao período escolar, ou seja, a partir dos 4 anos de idade. Antes desse período o diagnóstico não é confiável, pois é nesta fase que se confunde o transtorno com um comportamento arteiro da criança.

Dada esta situação, o presente estudo se justifica, pois há a necessidade de um estudo mais aprofundado para que se chegue a um resultado positivo e mais seguro nos quais as informações possam ser avaliadas com segurança e deste modo se possa alcançar um diagnóstico relevante do possível problema.

Em função do que vem sendo descrito acima é que o presente estudo tem como objetivo desenvolver um trabalho no qual se possa identificar o problema na criança e no adolescente de 04 a 12 anos e tentar ajudá-los por meio das aulas de Educação Física.

Como produtos, a pesquisa abrange um campo de estudo complexo, porém com grande área para busca de informações e conhecimentos sobre o assunto em questão, por meio de pesquisas contendo citações de autores e ilustrações.

Quanto ao roteiro do conteúdo, este trabalho apresenta cinco tópicos, sendo o primeiro a Introdução. O segundo Revisão de Literatura, relacionado ao levantamento bibliográfico do assunto, no qual serão buscadas as informações baseadas em pesquisas de autores e de especialistas, além de tópicos sobre as características atribuídas às crianças e adolescentes com TDAH. O terceiro tópico aborda os benefícios da Educação Física Escolar no conteúdo e na formação educacional da criança e dos adolescentes. O quarto tópico apresenta alguns estudos relacionando de forma crítica e reflexiva às questões relacionadas ao TDAH e às implicações com a Educação Física Escolar. Por fim, as considerações finais que apontam caminhos para a inserção social dos portadores do transtorno.

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1 - REVISÃO DE LITERATURA

O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade é um dos mais frequentes distúrbios que ocorrem em crianças. A Hiperatividade, uma deficiência neurobiológica de origem genética, é um descontrole motor acentuado, que faz com que a criança tenha movimentos bruscos e inadequados, mudanças de humor e instabilidade afetiva. É neste sentido que o presente estudo segue descrevendo o conceito de Hiperatividade e as formas de diagnóstico e de tratamentos conhecidos.

1.2 - TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE (TDAH)

Não existe somente uma única forma de TDAH e com o tempo pode sofrer diversas alterações. Afeta a criança na escola, em casa e na comunidade em geral, muitas vezes, prejudica seu relacionamento com professores, colegas e familiares. É um transtorno que se produz devido a uma alteração do sistema nervoso central. O fator hereditário influi no desenvolvimento da síndrome, no qual cerca de 44% das crianças que tiveram pais ou mães hiperativas sofrem com o problema. Muitos pais e professores sentem dificuldades para identificar se a criança é portadora de TDAH ou se o que lhe falta são limites, pois as crianças nesses estados podem apresentar sintomas parecidos. A complicação do tipo neurológico se desencadeia em idades compreendidas entre os 3 e 4 anos, alcançando o nível mais crítico aos 6 anos. Os especialistas apontam que as crianças com hiperatividade não tratadas a tempo, terão problemas na adolescência e sofrerão problemas para relacionar-se. No entanto, um tratamento contínuo à medida que a criança vai crescendo permitirá que o transtorno se amenize, e inclusive que se consiga controlar, já que a síndrome não tem cura.

O TDAH é mais percebido em meninos do que em meninas, numa proporção de 2 meninos para cada 1 menina e que nos meninos os principais sintomas são a

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impulsividade e a hiperatividade, e nas meninas a desatenção. Os índices variam conforme a fonte de informação.

“Algumas crianças desenvolvem o transtorno bem precocemente, porém antes dos quatro ou cinco anos é muito difícil se fazer um diagnóstico preciso. É de origem orgânica e pesquisas apontam (Jensen, 1999) que as crianças mais propensas a desenvolver este transtorno são filhos de pais hiperativos (50%), irmãos (5% a 7%), gêmeos (55% a 92%) e que 50% a 60% ainda persistem com sintomas acentuados na fase adulta, pois não há cura” (GOLDSTEIN, 2006).

Muitos pesquisadores acreditam não ser hereditário e que seja consequência de algum desequilíbrio da química do cérebro. O Transtorno é causado por um mau funcionamento da neuroquímica cerebral. Ainda não foi descoberto o mecanismo exato, porém estudos confirmam que há uma alteração metabólica, principalmente na região pré-frontal do cérebro, principal reguladora do comportamento humano. Segundo Goldstein; Goldstein, 1994 “Algumas crianças, entretanto, podem apresentar sintomas de hiperatividade como resultado de ansiedade, frustração, depressão ou de uma criação imprópria”.

“Este transtorno é considerado uma doença relacionada à essência de produção de determinados neurotransmissores que são substâncias produzidas em maior ou menor quantidade no sistema nervoso central e regula o funcionamento do mesmo,” (ARAUJO, 2003).

De acordo com o CONNERS (2009) não existe exame para diagnosticar TDAH, por isso o diagnóstico é um processo de múltiplas e amplas avaliações. É preciso estar atento à presença de sintomas que são parecidos com sintomas de outros transtornos.

Ansiedade, depressão e certos tipos de problemas de aprendizagem causam sintomas semelhantes aos provocados pelo TDAH. O mais importante é ter cautela ao levantar o histórico clínico da criança, na qual se inclui dados recolhidos de professores, pais e de adultos que interagem de alguma maneira com a criança avaliada, um levantamento do funcionamento intelectual, social, emocional e acadêmico, além de exame médico, geralmente neuropediatra, bem como testes psicológicos ou neurológicos.

Segundo EIDT e TULESKI (2005), a questão é complexa e envolve fatores macroestruturais e não apenas individuais. Este assunto demonstra ainda não haver

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consenso científico, existindo muitas lacunas a serem preenchidas com pesquisas mais abrangentes, que considerem as diferenças sociais e culturais. A análise da literatura sobre esse transtorno aponta dificuldades para o diagnóstico e intervenção com crianças consideradas portadoras de TDAH, devido à falta de clareza e sua delimitação frente a outros quadros com sintomas semelhantes.

“TDAH é uma doença de desenvolvimento comportamental e o tratamento é diferencial para cada grau do distúrbio. Para o nível mais baixo da doença se faz necessário apenas de um apoio psicológico enquanto no grau mais elevado é necessário a utilização de medicamentos psicoestimulantes juntamente com terapia comportamental. "(ARAUJO, 2003).

Sabe-se que o fator que mais caracteriza a hiperatividade é a pouca capacidade da criança se concentrar e prestar a atenção no que está fazendo sem se distrair com outros estímulos externos. Essas crianças estão sempre em movimento e não conseguem ficar paradas mesmo que outras pessoas exerçam uma força enorme em sua direção, pois, esse tipo de criança sente uma grande necessidade de prestar a atenção em estímulos novos e por vezes sem relevância, passam uma impressão de que dificilmente conseguem finalizar uma atividade iniciada, pois, assim que começa uma tarefa se distraem e começam a fazer outra coisa e assim consecutivamente, deixando inúmeras tarefas incompletas. Há de se concordar que a competência necessária para trabalhar com tais fatos não faz, habitualmente, parte da formação dos educadores. Ainda que o educador tenha ciência de que deve aceitar as crianças com necessidades especiais, inclusive as hiperativas, em suas classes regulares, uma grande parte demonstra sérias resistências para estar com essas crianças. Essa grande parte avalia que o número de crianças que apresentam algumas dificuldades na aprendizagem é grande, e a presença dessas crianças com TDAH ocasiona uma responsabilidade a mais, para o qual não se acham preparados segundo a Associação Brasileira de Déficit de Atenção Associação Brasileira de Déficit de Atenção (ABDA, 2005).

O diagnóstico do TDAH é feito por profissionais especializados por meio de uma avaliação clínica baseada no histórico de vida da criança. A avaliação é feita desde a infância uma vez que o transtorno é crônico e já nasce com a criança.

Deste modo, é que a seguir será discutido no próximo tópico sobre as características dessas crianças diagnosticadas com TDAH.

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CARACTERÍSTICAS ATRIBUÍDAS A CRIANÇAS DIAGNOSTICADAS COM TDAH:

O TDAH pode ser classificado em três tipos:

Predominantemente desatento:

• Não consegue prestar muita atenção em detalhes ou comete erros por descuido.

• Tem dificuldade em manter a atenção no trabalho ou no lazer.

• Não ouve quando abordado diretamente.

• Não consegue terminar as tarefas escolares, os afazeres domésticos ou deveres; de trabalho.

• Tem dificuldade em organizar atividades.

• Evita tarefas que exigem um esforço mental prolongado.

• Perde coisas.

• Distrai-se facilmente.

• É esquecido.

Figura1 – Caricaturas demonstrando exemplos de distrações que podem ser sintomas de TDAH para a criança com predomínio desatento.

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Fonte:

http://3bp.blogspot.com/_pjfacuuczo/siadijzghhi/aaaaaaaabfi/0egawv3s1vk/s200/hiperativi dade6mold+2.jpg;http://www.neuropedi.com.br/hiperatividade_pais.htm;

http://www.hiperatividade_pais.htm

Predominantemente hiperativo-impulsivo:

Dificuldade em permanecer quieto.

Mãos e pés inquietos ou agitados.

Faz várias coisas ao mesmo tempo.

Se envolve em situações de risco.

Sensação de ansiedade e inquietude.

Sensação de algo a fazer ou pensar, ou que está faltando alguma coisa.

Baixo nível de tolerância: não sabe lidar com frustrações, com erros (nem os seus, nem dos outros).

Instabilidade de humor, os fatores podem ser externos ou internos, uma vez que costuma estar em eterno conflito.

Dificuldade em expressar-se: muitas vezes as palavras e a fala não acompanham a velocidade da sua mente.

Dificuldade no domínio motor.

Noção temporal prejudicada.

Tendência a estar sempre ocupado.

Dificuldade de descontração ou sono.

Fala sem parar, sem dar oportunidades.

Podem mudar inesperadamente de planos, metas.

Sua impaciência faz com que responda perguntas antes mesmo de serem concluídas.

A comunicação costuma ser compulsiva, sem filtro para inibir respostas inadequadas, o que pode provocar situações constrangedoras ou ofensivas: fala ou faz e depois pensa.

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Impaciência marcante no ato de esperar ou aguardar por algo.

Compulsividade (compras, jogos, alimento).

Tendência a não seguir regras ou normas.

Ações contraditórias.

Depressões por exaustão cerebral.

Dependência química.

Baixa autoestima / reclamações.

Tem um temperamento explosivo: não suporta críticas, provocações e/ou rejeição.

Figura 2 Caricaturas demonstrando exemplos de distrações que podem ser sintomas de TDAH para a criança com predomínio Hiperativo Impulsivo.

Fonte:

http://www.neuropedi.com.br/hiperatividade_pais.htm;http://2.bp.blogspot.com/_cAyplgCNqz8/R340enKHzkl/

AAAAAAAAAGY/nmK3F6rARW0/s400/hiperatividade.jpg

Predominantemente com TDAH combinado:

É aquela criança que apresenta os três sintomas.

• Pode apresentar elevada taxa de prejuízo acadêmico.

• Maior presença de sintomas de conduta, de oposição e desafio (TOD=Transtorno Opositivo Desafiador, TC=Transtorno de Conduta).

Alguns especialistas dizem que o tipo predominantemente hiperativo/impulsivo e o tipo combinado podem ser vistos como sinônimos (PHELAN, 2005).

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Figura 3 - Caricaturas demonstrando exemplos de distrações que podem ser sintomas de TDAH para a criança com predomínio combinado.

Fonte: http://www.neuropedi.com.br/hiperatividade_pais.htm

E por meio deste estudo, buscaremos informações sobre a Educação Física Escolar e seus benefícios para a saúde física, psicológica e social.

OS BENEFÍCIOS DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR NA FORMAÇÃO EDUCACIONAL DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

A Educação Física Escolar surgiu da prática pedagógica, devido às necessidades sociais nas quais podiam ser identificadas em diferentes momentos históricos dando origem a diferentes entendimentos. A educação física quando inserida na escola, era vista como uma matéria menos importante do que a matemática, história, língua portuguesa, era visada como um momento para a prática da ginástica com a finalidade de manter o corpo saudável. Após muitas reformas na ideia da própria educação física, atualmente ela é uma disciplina complexa que deve trabalhar as suas próprias especificidades e se relacionar com os outros componentes curriculares. (PCNs 1997)

A Educação Física escolar tem como um de seus objetivos atuar na criação de uma interação e socialização entre os alunos. Já o educador deve levar aos seus alunos atividades que permitam uma movimentação variada e explorar o seu corpo e o ambiente em que estão situados, levando em conta o grau de desenvolvimento, em cada etapa da vida escolar e faixa etária, dando-lhes plena liberdade e espontaneidade de movimentos como saltar, correr, girar, arremessar, etc. Permitindo assim, vários benefícios como desinibição para participação das aulas, descarga de agressividade, manutenção da saúde e até corrigir equívocos nas atitudes e comportamento. Essas questões tornam-se cada vez mais pertinentes já que a educação física presente nos currículos escolares é

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muitas vezes o momento em que a criança tem para a prática de uma atividade física.

Pois, cada vez mais a maioria das crianças vivem isoladas em apartamentos, em frente à televisão, ao computador e rodeado de guloseimas e frituras, fazendo disso um hábito, contribuindo para o surgimento de futuros sedentários. (PCNs 1997)

Cabe aos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), documento oficial do Ministério da Educação, dar apoio à execução do trabalho do professor, tendo por função orientar e garantir investimentos no sistema educacional, socializando discussões, pesquisas e recomendações, com participação de técnicos e professores. Trata-se de um instrumento democrático, forçando a educação de qualidade para todos e a possibilidade de participação social.

Como referencial nacional, os PCNs (1998) estabelecem metas com função de subsidiar a elaboração ou revisão curricular de Estados e Municípios, dialogando com propostas já existentes e na elaboração de projetos como material de reflexão para Secretarias de Educação e cada instituição de ensino, em processo democrático e pelo trabalho diário dos professores sob discussão e reflexão frequentes de forma democrática, desde que esclareçam valores e propostas que orientam um trabalho educacional que atendam as reais necessidades dos alunos. Dentro da Educação Física Escolar segundo os PCNs (1998) devem haver três blocos de ensino. O primeiro bloco é constituído de jogos, ginásticas, esportes e lutas, o segundo contém atividades rítmicas e expressivas e o terceiro possui conhecimento sobre o corpo.

Já a Lei de Diretrizes e Bases (LDB – 9394/96 Art. 32) afirma que o objetivo do ensino fundamental é a “formação básica do cidadão”. Em seus quatros incisos, o art 32 esclarece que esse objetivo será atingido mediante “o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo” ( inciso I), “ a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político,da tecnologia, das artes e do valores em que se fundamenta a sociedade” (inciso II), “ o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem tendo em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores” ( inciso III) e através do “ fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social” ( inciso IV). (BRANDÃO, 2007 p. 87).

Para que seja feita uma socialização entre os indivíduos é necessário respeito entre todos e um trabalho desenvolvido através de opiniões diversas discriminativas.

Quando o educador intervém, suas aulas deixam de ser somente fundamentos esportivos e de treinamentos e passam a ser uma base social segundo Brandão (2007).

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Deste modo, o que se conclui é que a Educação Física é uma grande ferramenta para a formação e a inclusão social do educando, seja ele portador de deficiência ou não, desenvolvendo a responsabilidade, o trabalho em grupo, a cidadania e o respeito entre todos.

A partir das informações é que a seguir será estudado como se pode entender e fazer para ajudar as crianças com TDAH dentro do âmbito escolar através da Educação Física.

COMO A EDUCAÇÃO FÍSICA PODE COLABORAR DE FORMA CRITICA E REFLEXIVA NA EVOLUÇÃO DA CRIANÇA E ADOLESCENTE COM TDAH

O presente trabalho tem por objetivo discutir a importância da Educação Física na vida de crianças e adolescentes com TDAH e como um profissional da área deve agir em suas aulas de forma adequada para com essas crianças. Muitos educadores necessitam refletir a respeito de suas metodologias ou estratégias de aulas para turmas que possuem crianças com esse transtorno. Já os profissionais da Educação Física precisam de um preparo e interesse, além de dedicação e preocupação em identificar individualmente as necessidades cognitivas e características desses alunos, criando novas metodologias de ensino para um bom desenvolvimento e inclusão desses alunos dentro da realidade atual em que elas vivem.

Toma-se como consideração que estas crianças possuirão mais dificuldades em desenvolver os aspectos afetivo-social e cognitivo que seus colegas de turma, porém são capazes de ter o mesmo desempenho através de estratégias desenvolvidas e estimuladas pelo professor. (MACKENZIE, 2006).

Ao identificar o distúrbio por meio de questionários, o professor pode informar seus superiores que entrarão em contato com os pais. Esses por sua vez serão orientados a buscar ajuda especializada de médicos e psicólogos. Com o diagnóstico em mãos o professor saberá lidar e agir com a criança durante sua aula para não diferencia-las das outras, e assim buscar identificar suas dificuldades e limitações. É necessário que se faça uma parceria entre professores, que é quem passa mais tempo com a criança e percebe quando o aluno esta com problemas de aprendizagem, a família, para que possam dar continuidade na evolução do mesmo fora do ambiente escolar, e dos médicos, deixando- os sempre informado sobre o desenvolvimento da criança. A partir daí o professor conseguirá dar andamento em suas aulas proporcionando atividades e técnicas que

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ajudem o aluno com o distúrbio a manejar com mais eficiência suas dificuldades sem necessidade de parar o conteúdo programático, tornando a aula mais produtiva tanto para ele quanto para os alunos. (MATTOS, 2000).

Com toda a informação necessária sobre a criança possuidora do transtorno, o professor poderá utilizar-se do lúdico no processo de desenvolvimento e aprendizagem e a partir daí aplicará brincadeiras e jogos para acalmar ou prender a atenção dessas crianças, sem que o conteúdo programático seja alterado e que as outras crianças consigam participar da atividade. ( BROTTO, 2001).

Os alunos têm o professor de Educação Física como uma figura presente e que consegue com mais facilidade se aproximar, já que esse profissional possui características de uma pessoa amiga capaz de perceber algo diferente em cada aluno e tentar ajudá-los, fazendo com que eles sejam livres para expressar suas emoções.

Com um olhar voltado ao rendimento escolar dos alunos, o professor passará a ter mais prazer em atuar, trazendo benefícios a ele, ao aluno, a família e a sociedade em que esta criança vive. É importante ressaltar que aprendizagem apresenta grandes variedades e combinações de dificuldades e pontos fortes para cada aluno, os professores de educação física devem trabalhar com cada criança para identificar as áreas de distúrbio e ajudá-las a desenvolver estratégias de adaptação e superação.

De uma forma geral o processo de ensino- aprendizagem não ocorre de maneira uniforme com todas as crianças e adolescentes. Visamos com esse trabalho fazer algumas reflexões e estratégias para trabalhar com esses discentes e a partir de então focar os pontos fortes, assim permitir a interação do professor de educação física com o conteúdo desenvolvido na disciplina. Lembrando que o TDAH é um distúrbio que ao ser diagnosticado precocemente pode permitir que a criança tenha uma melhor qualidade de vida social e pessoal.(NEIRA, 2003).

Passa-se a entender que a partir dessas informações dar-se-a início as considerações finais do trabalho acima desenvolvido.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir dos objetivos propostos no presente estudo que foi de realizar uma revisão bibliográfica sobre as características atribuídas as crianças com TDAH e a inclusão escolar das mesmas, que acredita-se que os benefícios da prática de atividade física pelas crianças com o transtorno passaram a ter pontos positivos para o tratamento de TDAH. Com relação ao desempenho dos profissionais envolvidos, a criança com TDAH necessita ser observada pelo professor de forma que não a diferencie dos demais alunos,

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além de um preparo dos responsáveis pela criança no âmbito escolar para que possam socializa-las e interagi-las através de atividades lúdicas.

Goldstein (1994) acredita que o transtorno é causado por fatores externos, enquanto Araujo Filho (2003) acredita que fatores neurobiológicos e comportamentais são os responsáveis pela ocorrência do distúrbio. Assim sendo, o TDAH necessita de uma atenção e um estudo mais aprofundado para que se chegue a um diagnostico concreto.

Enquanto não se chega a uma resposta segura, é sugerido que os envolvidos com crianças com o distúrbio busquem se informar e estudar sobre o comportamento inadequado dessas crianças para que, através do lúdico, os profissionais da educação física possa destacar os pontos fortes e camuflar os pontos fracos podendo aumentar a autoestima do portador do transtorno e valorizá-los através da inclusão grupal e social, e assim promover o desenvolvimento e crescimento de sua autonomia, além de promover brincadeiras estruturadas que trabalhem e amenizem seus déficits na aprendizagem.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Apostila: Associação Brasileira de Déficit de Atenção (ABDA), 2005.

ARAÚJO FILHO, Dinizar de. Entrevista: Hiperatividade. Petrópolis. 2003.

BRANDÃO, Carlos da Fonseca. LDB passo a passo: Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (lei nº 9.394/96); comentada e interpretada, artigo por artigo. 3. Ed.

Atualizada. São Paulo: Avercamp 2007.

BROTTO, Fábio Otuzi. Jogos cooperativos: o jogo e o esporte como um exercício de convivência. Santos, SP: Projeto cooperação, 2001.

CONNERS, C. Keith. Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade: As mais recentes estratégias de avaliação e tratamento. 3. ed.Porto Alegre: Artmed, 2009.

EIDT, Nádia Mara e TULESKI, Silvana Calvo. Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade: Compreensão do Fenômeno a Partir da Psicologia Histórico- Cultural Artigo: Publicação, novembro/2005. Campinas, São Paulo.

EIDT, Nádia Mara. Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade: Diagnóstico ou rotulação? Dissertação de Mestrado, Campinas, São Paulo. Pontifícia Universidade Católica de Campinas. 216p.

GOLDSTEIN, Sam. Hiperatividade: Compreensão, Avaliação e Atuação: Uma Visão Geral sobre TDAH. Artigo: Publicação, novembro/2006.

GOLDSTEIN, Sam e GOLDSTEIN, Michael: tradução Maria Celeste Marcondes. Hiperatividade: Como Desenvolver a Capacidade de Atenção da Criança. Campinas, SP: Editora Papyrus, 1994.

MATTOS, Paulo. No mundo da Lua: perguntas e respostas sobre o transtorno de déficit de atenção com hiperatividade em crianças, adolescentes e adultos. São Paulo: Lemos Editorial, 2007.

MATTOS, Mauro Gomes de; NEIRA, Marcos Garcia. Educação infantil: construindo o movimento na escola. 3 ed. São Paulo: Phorte, 2000. 51p.

NEIRA, Marcos Garcia. Educação Física: desenvolvendo competências. São Paulo:

Phorte, 2003.

PHELAN, Thomas W. TDA-TDAH: Sintomas, Diagnóstico e Tratamento: Crianças e Adultos. São Paulo: M Books do Brasil Editora, 2005.

REED, Umbertina Conti: Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade e distúrbio de aprendizagem. Instituto da Criança HC-FMUSP, 2006.

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Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte- Vol 5 numero especial, 2006 – Maria Fernanda Tomé de Rizzo e Cristiane de Paula.

Referências

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