FAPAS
Fundo para a Protecção dos Animais Selvagens
RELATÓRIO E CONTAS 2018
Entre os objetivos principais do FAPAS está o desenvolvimento de atividades associadas a projetos de conservação, no qual a associação tem já algum historial de bons resultados e a que se pretende dar continuidade.
Este relatório também espelha como o FAPAS tem acompanhado e participado na definição de políticas públicas que promovam um desenvolvimento sustentável e assegurem a preservação dos recursos naturais. Pode-se também constatar o fomento do interesse pela natureza, através da informação e formação da opinião pública, através da divulgação, sobretudo entre os jovens, da urgência em conservar a natureza e da necessidade de uma intervenção ativa na sua proteção, perseguindo uma Educação Ambiental aberta, transversal e participada (objectivos da Estratégia Nacional de Educação Ambiental) e considerando os objectivos do Acordo de Paris e da Agenda 2030.
promoção da cidadania ambiental e participação pública. O apoio do Professor Destacado pela Agência Portuguesa de Ambiente é também de salientar neste processo.
A comunicação é outro aspeto a privilegiar, reposicionando o FAPAS na sua relação com os meios de comunicação social nos temas ambientais relevantes, mas também contribuindo com posições públicas fundamentadas e com informação fidedigna e credível através dos canais de comunicação próprios (website e redes sociais), que permitam informar e sensibilizar todos os cidadãos, conquistando novos defensores das causas ambientais.
ENQUADRAMENTO
O FAPAS é uma organização não governamental de âmbito Nacional, sem fins lucrativos, constituída em 1990 por pessoas com longa experiência no domínio da conservação da Natureza, vocacionada para a promoção de ações que visam a proteção e recuperação da fauna e flora selvagens.
Agindo sempre de forma livre e independente, o FAPAS é financiado com as quotas dos seus sócios, com patrocínios de diversas entidades para campanhas específicas, e com verbas comunitárias para o desenvolvimento de projetos. Conta ainda com o apoio técnico de biólogos, advogados e outros especialistas, para suporte científico e legal das suas ações. O FAPAS tem vários delegados distribuídos pelo país, no Alentejo, Lisboa, Ribatejo e Viana do Castelo.
para desenvolver atividades de educação ambiental, assunto abordado com mais detalhe abaixo.
PROJETOS DE CONSERVAÇÃO
Os projetos de conservação têm sido um dos enfoques da intervenção do FAPAS ao longo dos anos, e o ano de 2018 não foi exceção. Durante o ano, foram dinamizadas várias ações com o intuito de, em parceria com outras entidades e cidadãos anónimos, contribuir para a melhoria e recuperação do estado de conservação de habitats e espécies. nomeadamente com as seguintes iniciativas:
- Plantação de árvores na Serra da Estrela, em parceria com o Município de Seia e o CISE – Centro de Interpretação da Serra da Estrela, envolvendo alunos e professores, que plantaram espécimes de carvalho-negral e teixo. Esta iniciativa, promovida pelo 10º ano consecutivo, contribui para a recuperação ambiental da Mata do Desterro.
- Gestão de espaços para conservação da natureza, nomeadamente a micro-reserva de orquídeas de Cumes, em Sicó/ Alvaiázere, e o polo de nidificação de peneiros em São Vicente, Elvas, em parceria com a Quercus.
- Deu-se início aos trabalhos de construção de um alimentador de abutres, em Marvão
- Estão em curso negociações com as Infraestruturas de Portugal para construção de um abrigo para aves e morcegos, numa antiga casa de guarda-linha junto à antiga estação da CP da Beirã (Marvão);
- Colocação de plataformas sob ninhos de andorinhas , em Marvão.
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
O FAPAS tem promovido e desenvolvido ações de sensibilização e ateliers para a comunidade escolar quer em contexto de sala de aula quer no terreno e cujas temáticas estão incluídas no plano educativo da escola. Perseguindo uma Educação Ambiental aberta, transversal e participada o FAPAS tem promovido, entre outras, as seguintes iniciativas:
- Percursos interpretativos no estuário do Douro, no Parque da Cidade do Porto e no Baixo Vouga Lagunar;
- Ações de intervenção nos ecossistemas dunares (arranque de
Carpobrotus edulis e plantação de Amophila arenaria);
- Colocação de caixas-ninho para chapins nos recintos escolares;
- Dinamização de uma mostra de cartazes escolares no âmbito da Celebração da importância da Floresta Autóctone, com o apoio da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira em que participaram cerca de 4500 alunos de 15 concelhos da região Norte e Centro do País que plantaram 400 árvores autóctones (carvalhos, pinheiros-mansos, medronheiros e freixos);
- Conferências descentralizadas no âmbito do ciclo da Floresta Autóctone; - Comemoração da Semana do Ambiente e da Energia em Parceria com
o Centro de Educação Ambiental da Quinta do Covelo;
- Produção de duas exposições itinerantes com o apoio de Autarquias: “O Homem, o Litoral e a Conservação da Natureza” e “A Fauna e a Flora da Serra do Caramulo”.
especial no Rio Inha, as ameaças que pairam sobre eles, assim como a problemática dos impactes das espécies não indígenas invasoras é fundamental para suprir a quase ausência de materiais informativos e didáticos sobre estes temas. Como tal, no âmbito da tipologia “participação passiva do público” produziu-se uma exposição interpretativa itinerante do tipo roll up, de fácil transporte, constituída por 10 painéis x2 para circular pelas escolas. Em complemento e para apoio da referida exposição, foi elaborado um desdobrável com uma tiragem de 3.000 exemplares, que permite constituir-se como uma ferramenta de abordagem das temáticas em questão junto dos alunos do 1.º, 2.º e 3.º ciclos do ensino básico. É ainda de referir o website construído para ser uma ferramenta visitável em www.fapas.pt.
- “Economia de água de rega em jardins”: o FAPAS viu igualmente aprovado pelo Fundo Ambiental um segundo projecto, “Economia de água de rega em jardins”. A água é um bem escasso pois de toda a água do Planeta apenas 3% é água doce e, portanto, diretamente utilizável pelo Homem; e dessa, 2/3 estão nas calotes polares, sob a forma de gelo; da que resta há, ainda, que excluir as águas poluídas de muitos rios e lagos. Por isso, acrescido das alterações climáticas e da crise hídrica, não é atualmente admissível planear e construir jardins que gastem muito mais água do que a pluviosidade média do local onde são feitos. Assim, transformou-se um canteiro da entrada do Centro de Produção do Porto da RTP, utilizando um conjunto de plantas que que tem em comum a sua rusticidade e resistência à seca. O projecto terá continuidade em 2019.
entre alunos, professores e técnicos de ambiente. As Jornadas englobaram comunicações/debates com prestigiados oradores, especialistas nas temáticas a abordar, bem como visitas guiadas e ateliers vários, valorizando a componente prática da formação contínua; - Iniciou-se a organização de divulgação de uma visita de estudo às
Lagoas de Villafáfila (Espanha), a realizar em 2019;
- Iniciada a preparação das XX Jornadas de Conservação da Natureza e Educação Ambiental, a decorrerem em 2019, em Arcos de Valdevez.
POLÍTICAS DE AMBIENTE
No seguimento das atividades o FAPAS procurou acompanhar aspectos relacionados com a Rede Natura 2000, nomeadamente no Parque Nacional Peneda-Gerês, Parque Natural da Serra da Estrela, Parque Natural do Douro Internacional, Parque Natural Litoral Norte, Ria de Aveiro, entre outras. Dada a relevância do tema tendo em conta os objectivos e a missão do FAPAS, a Associação é representante das ONGA nos seguintes órgãos consultivos:
- Conselho Estratégico do Parque Nacional Peneda Gerês. - Comissão de Acompanhamento Ambiental do Sabor.
- Conselho Estratégico da Reserva Natural das Dunas de S. Jacinto. Para além das preocupações específicas com áreas de elevado valor para a conservação de valores naturais, o FAPAS têm acompanhado de forma ativa diversas temáticas ambientais de carácter nacional e/ou local. É de destacar a nível nacional a participação ativa durante o ano de 2018:
do FAPAS como parceiro numa candidatura INTERREG ligada às questões Nucleares e estabeleceu a ligação com a Rede Tejo.
- A nível local, é de referir a participação na organização do ciclo de debates “O Direito à Cidade”, organizada em conjunto com AMO Portugal - Associação Mãos à Obra Portugal, APRUPP - Associação portuguesa de Reabilitação Urbana e Proteção do Património, Campo Aberto - Associação de Defesa do Ambiente, Espaço Musas - Horta Comunitária da Fontaínha, MIA - Movimento de Interpretação Ambiental de Vila Nova de Gaia (como observador participante), NDMALO - Núcleo de Defesa do Ambiente de Lordelo do Ouro, OPE - Organização para a Promoção dos Ecoclubes, Ordem dos Arquitetos Secção Regional do Norte e Quercus - Associação Nacional de Conservação da Natureza, é um outro exemplo da preocupação com as questões ambientais locais; Participação em debates no âmbito do Plano de Gestão do Parque das Serras do Porto – 2ª FASE – UMA AÇÃO COMUM; Participação nas I Jornadas de arboricultura, numa parceria com a Autarquia em Paços de Ferreira.
Foram feitos comunicados vários a propósito de:
- Suspensão da pesquisa de petróleo no Algarve;
- Alerta para a degradação da Reserva Ornitológica do Mindelo; - A problemática dos passadiços nas dunas;
- No âmbito da Coligação C6 foram feitos vários comunicados de imprensa sobre a rola-brava.
- Subscrito o manifesto “Pessoas pelo Clima”.
É de igual forma importante a adesão do FAPAS, a convite da Campo Aberto, à Aliança pela Floresta Autóctone.
Para além disso, durante o ano de 2018 o FAPAS continuou a participar no - Conselho Municipal de Ambiente de Gaia;
- Conselho Municipal de Ambiente do Porto;
- Coligação C6;
- Plataforma Sabor Livre; - Plataforma Convergir;
- Programa Antídoto Portugal;
FORMAÇÃO ACREDITADA
Durante o ano de 2018, o Centro de Formação do FAPAS (www. fapas.pt/cff) acreditado pelo Conselho Científico Pedagógico da Formação Contínua, dinamizou cinco cursos de formação envolvendo cerca de 220 docentes de vários níveis de ensino. Os cursos de formação dinamizados foram as seguintes:
- Um curso com a designação “Educação Ambiental para a Sustentabilidade”, realizado na Quinta de S. Brás, em Matosinhos;
- Um curso no âmbito das XIX Jornadas de Conservação da Natureza e Educação Ambiental, realizado em Vouzela, em parceria com a Câmara Municipal de Vouzela;
- Um curso com a designação “Vamos Proteger os Morcegos”, realizado em Lousada em parceria com o Município local.
- Um curso: “A importância da Biodiversidade: Vamos Proteger as Aves”, realizado no Museu Soares dos Reis, no Porto e em Vouzela.
COMUNICAÇÃO
No ano de 2018, o FAPAS continuou a pronunciar-se publicamente sobre matérias de carácter ambiental, centrada em questão que afetam direta ou indiretamente a fauna, flora e habitats em território nacional, sendo de destacar alguns comunicados e anúncios de projetos financiados pelo Fundo Ambiental.
No que respeita à divulgação institucional para o exterior, complementando toda uma enorme quantidade de participações formais e informais em eventos, são de referir:
- mostra do Ambiente, organizada pelo NEBUP - Núcleo de Estudantes de Biologia da Universidade do Porto;
- participação na Feira do Livro do Porto; - Mercadeco - Palácio de Cristal do Porto; - venda de Natal, na sede do FAPAS; - AquaPorto.
EDIÇÕES
Durante o ano de 2018 não houve edição de novas publicações, tendo as iniciativas neste âmbito versado a divulgação e distribuição junto de entidades livreiras.
Foi contudo apresentada, junto de um parceiro, uma proposta de edição de um pequeno guia de árvores.
FUNCIONAMENTO ASSOCIATIVO
Jornadas Nacionais sobre Conservação da Natureza e Educação Ambiental, a formação acreditada para docentes, a comemoração de datas alusivas ao ambiente, projetos de plantação e recuperação de habitats e /ou espécies e ateliers em escolas bem como a coordenação de visitas guiadas à natureza e angariação de parceiros.
A partir de Agosto a Direção do FAPAS passou a contar com a colaboração, como assessor, do Doutor Nuno Gomes Oliveira.
No âmbito da reorganização do FAPAS procedeu-se:
- Preparação de um projeto de alteração dos estatutos a submeter à Assembleia Geral em Janeiro de 2019;
- Aplicação do Regulamento de Proteção de Dados (Regulamento (UE) 2016/679 de 27 de Abril) e reorganização do ficheiro de associados tendo sido, para tal, enviada uma carta a todos os sócios pedindo a atualização de dados;
- Retomado o processo de declaração da Utilidade Pública;
Foram realizadas obras de recuperação da sede, nomeadamente os dano provocados poer infiltrações.
No final de 2018 a associação tinha 2180 sócios efetivos.
DELEGAÇÕES REGIONAIS
As delegações regionais, nomeadamente a delegação de Lisboa, do Alentejo, do Ribatejo e de Viana do Castelo tem estado bastante inativas.
2018 2018
Custo das Mercadorias 1 510,03 € Vendas 6 569,46 €
Trabalhos Especializados 6 135,54 € Publicidade 4 000,00 € Honorários 17 165,00 € Exposição Serra do Caramulo 1 219,51 € Conservação Reparação(condomínio) 6 737,26 € Noite Europeia dos Morcegos 1 500,00 € Ferramentas e Utensílios 2 455,53 € Curso Iniciação Fotografia 175,00 € Material de Escritório 785,78 € Biodiversidade nas zonas costeiras 2 350,00 € Eletricidade 527,04 € Preservar a Biodiversidade 3 055,00 € Combustíveis 638,81 € Visita Sanábria e Vilafafila 720,00 € Água 397,04 € Atelier Pegadas e Sons 60,00 € Deslocações Estadas 5 678,70 € Ciência Viva 1 602,46 € Comunicação (telefone/internet) 1 718,56 € Educ. Ambiental p/ Sustentabilidade 450,00 €
Seguros 339,91 € Formações em Escola 1 876,00 €
Limpeza, higiene e conforto 45,80 € A Importância Biodiversidade 350,00 €
Serviços bancários 160,70 € Jornadas 3 259,55 €
Gastos c/ pessoal 11 186,54 € Quotas 165,00 €
Ciência Viva 784,00 € Fundo Ambiental 33 326,12 €
Impostos (Iva Projecto) 3 481,96 € Donativos 2 393,90 €
Amortizações do ano 1 602,14 € Juros 2,95 €
Juros 0,15 €
Quotizações 25,00 €
TOTAL DE CUSTOS 61 375,49 € TOTAL DE PROVEITOS 63 074,95 €
Saldo 1 699,46 €
Caixa 10,59 € Fornecedores 6 012,00 € Depósitos à ordem 33 722,00 € Outros Credores (Iva Seg. Social) 369,23 € Depósitos a prazo 0,00 €
Clientes 3 187,18 €
Saldos em 31 de Dezembro de 2018
