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MARIANA MARCELO CEOLIN EFEITOS DA DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL NO PÓS- OPERATÓRIO IMEDIATO DE LIPOASPIRAÇÃO NO ABDOME. Tubarão, 2006.

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MARIANA MARCELO CEOLIN

EFEITOS DA DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL NO

PÓS-OPERATÓRIO IMEDIATO DE LIPOASPIRAÇÃO NO ABDOME

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EFEITOS DA DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL NO

PÓS-OPERATÓRIO IMEDIATO DE LIPOASPIRAÇÃO NO ABDOME

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Fisioterapia, como requisito para obtenção do título de Bacharel em Fisioterapia.

Universidade do Sul de Santa Catarina

Orientador Profº. Msc. Ralph Fernando Rosas

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DEDICATÓRIA

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por estar sempre presente e pela saúde e oportunidades oferecidas.

Aos meus pais queridos, por me proporcionarem os melhores momentos de minha vida, pela paciência, compreensão, dedicação e pelo apoio constante.

A todos os meus amigos, principalmente as beleiudas Cristina, Tanise e Silvane, pelo carinho, pela amizade, pelas risadas, por todos os melhores momentos que passei na faculdade ao lado delas.

Aos amigos e colegas de sala, que de alguma forma, ajudaram e vivenciaram passo a passo desse trabalho. Posso afirmar que foram quatro anos formidáveis, e inesquecíveis!

Agradeço também aos meus avós e familiares, que acreditaram no meu trabalho e me ajudaram no que foi possível.

As pessoas especiais que fazem parte de minha vida, Zena, Urías e Uriana, pelo apoio e estímulo nessa longa jornada.

Ao Ilustríssimo Professor Ralph Fernando Rosas, por ter aceitado me acolher como orientanda quando me vi desorientada, pelas instruções, pela paciência e por me ajudar em meio a tantas dúvidas.

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Agradeço também a todas as pessoas, que de alguma forma fizeram parte da minha vida acadêmica, incluindo os componentes de minha banca, que se disponibilizaram avaliar-me.

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Há grandes homens que fazem com que todos se sintam pequenos. Mas o verdadeiro grande homem é aquele que faz com que todos se sintam grandes.

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RESUMO

A aplicação da drenagem linfática manual (DLM), uma técnica específica de massagem de manobras lentas e rítmicas, auxilia no aumento do transporte da linfa, sendo indicada no pós-operatório de lipoaspiração, já que o procedimento cirúrgico leva a formação de edema e a DLM ajuda a diminuí-lo. Este trabalho teve como objetivo analisar os efeitos da DLM no pós-operatório imediato de lipoaspiração do abdome. Foi utilizada uma ficha de avaliação preparada pelo investigador, fita métrica para perimetria e uma escala para verificar a satisfação da paciente quanto ao tratamento utilizado. Realizou-se um estudo de caso, do tipo multicaso, onde a amostra constituiu-se de três indivíduos do sexo feminino, com faixa etária de 20 a 30 anos de idade, em pós-operatório imediato de lipoaspiração no abdome, não fumantes, sedentárias após o procedimento cirúrgico, nuligestas e que utilizaram cinta compressiva no pós-operatório. Na avaliação constatou-se a presença de edema e dor no local lipoaspirado como queixa principal. As pacientes foram submetidas a 15 atendimentos de DLM, 3 vezes por semana, com duração de 50 minutos. Ao finalizar o tratamento, observou-se significativa redução do edema e na dor relatada pelas pacientes, ao término do tratamento e 1 mês após. A técnica proposta mostrou-se eficaz no tratamento do edema e da dor presente no pós-operatório de lipoaspiração. Sugere-se um maior número de aplicações desse tratamento para obtenção de resultados mais satisfatórios e, a colaboração das pacientes quanto à dieta alimentar equilibrada e manutenção do tratamento fisioterapêutico.

Palavras-chave: Drenagem linfática; Lipoaspiração; Período pós-operatório; Fisioterapia

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ABSTRACT

The application of manual lymphatic drainage (MLD), a specific technique of massage with slow and rythmical moves, helps the increase os lymph transport, being suitable in post-operative of lipposuction, since that the surgical procedure carries the formation os edema and the MLD helps to decrease it. This study had as objective to analyze the effects of MLD in immediately post-operative of lipposuction of abdome. It was used one evaluating fill that was prepared by the investigator, measuring tape and a scale to verify the satisfaction os the pacient concerning to the used treatment. It was realized one study of case, kind of multicase, where the sample was constituted by three female individuals, with age between 20 and 30 years old, in imediately post-operative of lipposuction of abdome, not smoker, sedentary, nuligesta, and that used compressive garment in post-operative. During evaluation, it was constated the presence of edema and pain in lipposucted place as principal complaint. The pacients were submitted to 15 attendences od MLD, 3 times per week, with duration of 50 minutes. In the end of the treatment, it was observed significative decreasement of edema and pain that was reported by pacients in the end of treatment and after 1 month. The proposed technique demonstrated to be effective in treatment of edema and pain that were presents in post-operative of lipposuction. It’s suggested a higher number of applications of this treatment to obtain more satisfactory results and, the co-operation of pacients concerning to balanced alimentary diet and maintenace of physiotherapic treatment.

Key-words: Lymphatic drainage; Lipposuction; Post-operative period; Aesthetics Physical

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LISTA DE FIGURAS

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LISTA DE GRÁFICOS

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LISTA DE QUADROS

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 13

2 EFEITOS DA DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL NO PÓS-OPERATÓRIO IMEDIATO DE LIPOASPIRAÇÃO NO ABDOME ... 16

2.1 Sistema linfático ... 16

2.1.1 Fisiologia do sistema linfático ... 19

2.2 Lipoaspiração e complicações do pós-operatório ... 20

2.3 Drenagem Linfática Manual (DLM) ... 22

2.3.1 Efeitos da drenagem linfática manual ... 25

2.3.2 Manobras de drenagem linfática ... 26

2.3.3 Indicações da drenagem linfática manual ... 27

2.3.4 Contra-indicações da drenagem linfática manual ... 27

3 DELINEAMENTO DA PESQUISA ... 28

3.1 Tipo de pesquisa ... 28

3.1.1 Quanto ao nível ... 28

3.1.2 Quanto aos procedimentos ... 29

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3.2 Parâmetros para determinação dos casos a serem estudados ... 30

3.3 Instrumentos utilizados para coleta de dados ... 30

3.4 Procedimentos utilizados na coleta de dados ... 31

3.5 Análise dos dados ... 32

3.6 Comitê de ética e pesquisa (CEP) ... 32

4 RELATO DOS CASOS E RESULTADOS ... 33

4.1 Relato de caso – paciente 1 ... 33

4.2 Relato de caso – paciente 2 ... 35

4.3 Relato de caso – paciente 3 ... 36

5 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ... 38

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 41

REFERÊNCIAS ... 42

APÊNDICES ... 45

APÊNDICE A - Ficha de Avaliação ... 46

APÊNDICE B - Escala de Satisfação ... 49

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1 INTRODUÇÃO

Na incessante busca pelo corpo perfeito, cada vez mais as pessoas, sejam elas homens ou mulheres, se submetem às intervenções cirúrgicas para que o corpo desejado seja alcançado sem tanto esforço.

A lipoaspiração, que segundo Utiyama et al (2003), consiste na remoção cirúrgica de gordura subcutânea, realizada por meio de cânulas submetidas a uma pressão negativa e introduzida por pequenas incisões na pele, pode ser considerada um dos maiores avanços dos últimos tempos, sendo hoje em dia, um dos procedimentos mais utilizados para que se consiga o corpo considerado perfeito.

Mas para alcançar um resultado estético mais satisfatório, é necessária uma preocupação com os cuidados do pré e pós-operatório, acelerando a recuperação e prevenindo complicações mais comuns.

Após a lipoaspiração, que costuma agredir bastante os tecidos locais, ocorre com freqüência à formação de fibrose e com isso edema na área lipoaspirada, podendo levar a dor.

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A fisioterapia através da drenagem linfática manual tende a prevenir e diminuir o edema, melhorando o efeito estético, aumentando a satisfação dos pacientes quanto ao resultado do procedimento cirúrgico.

Diante do que foi exposto, procura-se com esse estudo, buscar respostas a seguinte questão: Quais os efeitos da Drenagem Linfática Manual sobre o pós-operatório de lipoaspiração no abdome?

Perante tamanha procura pela lipoaspiração, temos hoje uma grande quantidade de pacientes em pós-operatório com fibrose e edema presente no local lipoaspirado, e com dor em conseqüência dessa agressão ao organismo.

A importância da drenagem linfática nesse pós-operatório é amenizar esses efeitos, evitando a dor e auxiliando nas atividades da vida diária no pós-operatório.

Com isso, o fisioterapeuta pode usar esse recurso da drenagem para ajudar na reabsorção dos líquidos pelos capilares linfáticos, diminuindo assim o edema, e com isso a dor.

Por tudo o que foi explanado, esta pesquisa teve como objetivo geral analisar os efeitos da drenagem linfática manual no pós-operatório imediato de lipoaspiração do abdome. Para tal pesquisa, foram desenvolvidos objetivos específicos como: avaliar as alterações cutâneas decorrentes do trauma cirúrgico como: edema através da perimetria; análise da dor através da escala visual análoga (EVA) e presença de hematomas e fibrose através da inspeção e verificar o grau de satisfação das pacientes após o término do tratamento realizado, através da escala de satisfação.

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2 EFEITOS DA DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL NO PÓS-OPERATÓRIO IMEDIATO DE LIPOASPIRAÇÃO NO ABDOME

Com base na literatura, serão expostos os componentes a ser enfatizado nessa pesquisa, contribuindo assim para uma melhor compreensão do assunto abordado.

2.1 Sistema linfático

No corpo humano temos o sistema linfático, formado por um conjunto de canais que formam uma densa rede capilar por todo o organismo tendo seu ponto de “início-fim” nos coletores pré e pós-linfáticos, os gânglios linfáticos (BRUHNS; RUZENE; SIMÕES, 1994).

Ferrandez et al (2001), afirma que o sistema linfático está presente em todas as regiões dos membros. A pele, o tecido subcutâneo, as aponeuroses, os músculos, os tendões, os ossos, as articulações, as cápsulas articulares e suas dependências ligamentares, os nervos e os próprios vasos são objetos de uma cobertura linfática.

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Figura 1: O sistema vascular linfático superficial. A: face anterior; B: face posterior. Fonte: Guirro e Guirro (2004, p. 24).

O sistema linfático representa dentro do corpo humano uma via secundária de acesso, por onde os líquidos provenientes do interstício são devolvidos ao sangue. Essa circulação linfática está diretamente ligada à circulação sangüínea e aos líquidos teciduais, sendo que estes são absorvidos e transportados pela extensa rede de capilares linfáticos, que através de vasos progressivamente maiores, desembocam no sistema venoso pelo coletor principal (MARX; CAMARGO, 1986).

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O sistema linfático também incluí os órgãos linfáticos. O sistema linfático drena o excesso de fluido dos tecidos e fornece mecanismo de defesa para o corpo. Quando o fluido tissular entra em um vaso linfático, passa a ser chamado linfa. O excesso de fluido tissular é filtrado através dos linfonodos e retorna à corrente sangüínea (MOORE, 1994).

Conforme Brobeck (1976), uma das funções mais importantes do sistema linfático é o retorno da proteína, água e eletrólitos dos espaços teciduais para o sangue. Os linfáticos são extremamente importantes na absorção de substâncias nutritivas, sobretudo das gorduras do trato gastrintestinal.

Substâncias nutritivas e outras estão continuamente passando através das paredes dos capilares sangüíneos para o líquido tecidual. A maioria destas substâncias volta facilmente aos capilares, com exceção das grandes moléculas de proteína. É, portanto, necessário que existam outros sistemas de capilares, cuja função seja absorver essas moléculas e devolvê-las à corrente sangüínea. Os vasos linfáticos atuam como um mecanismo para preencher esse requisito. Pelo fato de estarem internamente associados aos tecidos linfáticos, conduzem também linfócitos desses tecidos para a corrente sangüínea. (GARDNER; GRAY; RAHILLY, 1988, p. 43).

Os capilares linfáticos drenam a linfa dos tecidos e são, por sua vez, drenados por pequenos linfáticos. Eles juntam-se para formar vasos coletores cada vez maiores, ou troncos, que passam para os linfonodos regionais. Como regra geral, a linfa atravessa um ou mais linfonodos antes de entrar na corrente sangüínea (MOORE, 1994).

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Os vasos linfáticos contêm a linfa, líquido incolor e viscoso de composição quase igual à do líquido tecidual da parte do corpo onde ela flui. A composição da linfa é semelhante a do plasma sangüíneo. Todas as proteínas e hidratos de carbono no plasma estão também na linfa, embora em concentrações menores. A linfa contém leucócitos, principalmente linfócitos e poucas hemácias, o que contrasta com a composição plasmática do sangue (MARX; CAMARGO, 1986).

Para Leduc e Leduc (2000), a função principal do gânglio linfático é a preservação do organismo contra qualquer agressão de substâncias estranhas. Essa defesa é o resultado de uma reação imunológica muito complexa.

O gânglio linfático é composto de células linfóides e reticulares. As linfóides são portadoras de memória imunológica, sendo essenciais no mecanismo de reações imunitárias e as reticulares têm função de fagocitose e pinocitose (MARX; CAMARGO, 1986).

2.1.1 Fisiologia do sistema linfático

Segundo Marx e Camargo (1986), o sistema linfático tem como principal função, a remoção de proteínas, água e eletrólitos dos espaços tissulares e sua devolução à circulação sangüínea, sendo que somente através dos vasos linfáticos é que o excesso de proteínas acumulado no interstício pode voltar ao sangue. Ele tem então como função reabsorver e encaminhar para a circulação tudo aquilo que o capilar não consegue recuperar do desequilíbrio entre a filtração e a reabsorção.

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Godoy e Godoy (1999), afirmam que o sistema linfático também funciona como uma válvula de segurança, que evacua o excesso de líquido que entra no interstício.

Bruhns, Ruzene e Simões (1994), afirmam que o sistema linfático não possui um elemento de bombeamento tal como o sistema circulatório sangüíneo. A circulação linfática é produzida por meio de contrações do sistema muscular ou de pulsações de artérias próximas aos vasos linfáticos.

De acordo com Guyton e Hall (2002, p. 161) quase todos os tecidos do corpo tem canais linfáticos que drenam o excesso de líquido diretamente dos espaços intersticiais.

Conforme Marx e Camargo (1986, p. 48) “[...] o fluxo linfático assume um papel vital dentro do corpo humano, pois é ele que determinará o retorno protéico à circulação sangüínea.”

Leduc e Leduc (2000), afirmam que a linfa é reabsorvida por vasos linfáticos distribuídos em todo o corpo, os capilares linfáticos ou vasos linfáticos iniciais. Estes desembocam em vasos que transportam essa linfa, os pré-coletores ou pós-capilares, que, por sua vez, desembocam nos coletores.

Godoy e Godoy (1999) colocam que os principais fatores que influenciam o fluxo linfático são as contrações rítmicas dos vasos e as variações de pressão em suas paredes associadas aos batimentos dos vasos, compressão muscular e variação da pressão torácica e abdominal.

2.2 Lipoaspiração e complicações do pós-operatório

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Atua basicamente sobre a pele, estende muitas vezes o seu campo de ação sobre as estruturas mais profundas, a fim de restaurar a forma e função (AUN; BEVILACQUA, 1995).

Segundo Utiyama et al (2003, p. 436), a lipoaspiração ou lipossucção, consiste na remoção cirúrgica de gordura subcutânea, por meio de cânulas submetidas a uma pressão negativa e introduzida por pequenas incisões na pele.

A lipossucção, ou lipoaspiração, foi desenvolvida por Giorgio Fisher e seu pai, Arpad, entre 1974 e 1976, quando publicaram seu primeiro trabalho. Mais tarde foi aprimorada e divulgada por Illouz e Fournier, em Paris. Lawrence Field em 1977 foi o primeiro norte-americano a visitar a Europa para estudar a lipoaspiração (UTIYAMA et al, 2003).

“A lipoaspiração corresponde atualmente a uma técnica simples, rápida, pouco dispendiosa e, quando bem indicada, isto é, em adultos saudáveis com gordura localizada, apresenta excelentes resultados [...].” (UTIYAMA et al, 2003, p. 436).

“Através dessa técnica, consegue-se hoje realizar uma grande quantidade de correções que antigamente não eram possíveis, ou então o eram através de grandes cirurgias.” (RUZZANTE, 1986, p. 79).

A lipoaspiração é parte de um capítulo recente da cirurgia plástica, sendo que desde o seu surgimento várias alterações ocorreram em seus fundamentos e equipamentos, a fim de diminuir a incidência de seqüelas deixadas no pós-operatório (GUIRRO; GUIRRO, 2002).

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Com a lipoaspiração, podem acontecer alguns eventos clínicos comuns no pós-operatório. Esses eventos apresentam-se como: edema, hematomas, fibrose e outros (ILLOUZ, 1998 apud SILVA, 2001).

Através da drenagem linfática manual, a fisioterapia pode auxiliar na redução desses eventos clínicos, acelerando o processo de recuperação pós-operatória, prevenindo e controlando as complicações comuns.

2.3 Drenagem Linfática Manual (DLM)

Segundo Ribeiro (2003), a DLM é uma técnica específica de massagem, introduzida por Vodder (Alemanha) e mais recentemente por Leduc (Bruxelas), que tem como principal finalidade esvaziar os líquidos exsudados e os resíduos metabólicos por meio de manobras nas vias linfáticas e nos linfonodos.

Lopes (2002), afirma que a DLM é uma técnica massoterápica, criada e desenvolvida pelo biólogo e fisioterapeuta Dr. Phil Emil Vodder, no começo da década de 1930, que favorece a drenagem da linfa da periferia do organismo para o coração. Hoje considerada de ampla utilização no tratamento de várias patologias, a drenagem linfática manual desenvolve sua ação principal sobre o sistema circulatório linfático, ou seja, sobre “uma estrutura orgânica multifatorial”, formada pela linfa, vasos linfáticos e linfonodos. A aplicação auxilia o aumento do transporte da linfa, que melhora a vascularização, a anastomose linfolinfática e linfovenosa e proporciona maior resistência defensiva-imunitária do organismo, devido ao aumento de células imunitárias que veiculam no próprio sistema linfático.

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representam o início de um trabalho que levou à sistematização de uma técnica e que foi denominada drenagem linfática manual, que continua sendo aperfeiçoada, adquirindo hoje um lugar de destaque no tratamento de edemas e linfedemas, fazendo parte integrante da Fisioterapia Complexa Descongestiva reconhecido pela Sociedade Internacional de Linfologia (GODOY; GODOY, 1999).

A DLM drena os líquidos excedentes que banham as células, mantendo assim, o equilíbrio hídrico dos espaços intersticiais. Também é responsável pela evacuação dos dejetos provenientes do metabolismo celular (LEDUC; LEDUC, 2002).

Para Leduc e Leduc (2000), a DLM faz parte das técnicas utilizadas para favorecer a circulação dita “de retorno”.

É importante salientar que o termo massagem vem do grego (amasar) e se define como prensar com as mãos, amassar as diferentes partes do corpo para relaxar os músculos. Drenagem é uma palavra de origem inglesa e pertence ao léxico da hidrologia: consiste em evacuar um pântano do seu excesso de água por meio de canaletas que desembocam em um coletor maior, que por sua vez desemboca em um poço ou em um curso de água. A analogia é clara. Na drenagem linfática manual as manobras são suaves e superficiais, não necessitando comprimir os músculos, e sim mobilizar uma corrente de líquido que está dentro de um vaso linfático em nível superficial e acima da aponeurose. Com relação à pressão da mão sobre o corpo é universalmente reconhecida que essa deve ser leve para não produzir o colapso linfático [...] (GODOY; GODOY, 1999, p. 35).

Godoy e Godoy (1999) deixam claro que DLM e massagem são duas coisas completamente distintas. Afirma também que para realizar a DLM devemos ter consciência de que estamos drenando, e que para isso não há necessidade de movimentos fortes de compressão.

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“O processo de evacuação ocorre nos linfonodos que recebem a confluência dos coletores linfáticos. Este processo libera as vias linfáticas das regiões adjacentes à zona edemaciada, ou seja, as regiões que irão receber todo o líquido drenado.” (GUIRRO; GUIRRO, 2002, p. 74).

Ribeiro (2003) afirma que a DLM deve sempre ser iniciada pelo segmento proximal, pelas manobras que facilitem a evacuação, feitas nos linfonodos regionais, e só então deve seguir para as manobras de reabsorção e captação, realizadas ao longo das vias linfáticas e nas regiões de edemas.

Figura 2: Sentido do fluxo linfático, considerando os segmentos. Fonte: Guirro e Guirro (2004, p. 28).

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2.3.1 Efeitos da drenagem linfática manual

Para Ribeiro (2001), a drenagem linfática manual possui os seguintes efeitos: - aumenta a circulação sangüínea e linfática;

- estimula a filtração e reabsorção nos capilares sangüíneos; - absorve os líquidos excedentes e proteínas do espaço intersticial; - estimula a contração da musculatura lisa dos vasos linfáticos; - estimula o trofismo na região aplicada;

- melhora a capacidade linfática, visando o restabelecimento da corrente circulatória periférica da lesão, a fim de manter o edema nas proporções mais discretas;

- melhorar a absorção intestinal, atuando na motricidade das alças; - produzir relaxamento das fibras musculares esqueléticas;

- reduzir a pressão hidrostática;

- melhorar a oxigenação e nutrição celular;

- aliviar a dor, devido à estimulação das grandes fibras sensoriais provenientes dos receptores táteis periféricos, que deprime a transmissão dos impulsos dolorosos;

- melhorar a textura e a elasticidade, na cicatrização, restabelecendo a corrente circulatória periférica da lesão;

- diminuir a probabilidade de fibrose ao redor dos adipócitos e a conseqüente formação de nódulos sobre a pele;

- melhorar a circulação local; - eliminar resíduos metabólicos; e

- em cicatrizes maduras, suprime aderências, amolecendo os tecidos.

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parassimpático, causando relaxamento; ação sedativa sobre os reflexos álgicos e ação sobre os gânglios com efeito imunológico.

2.3.2 Manobras de drenagem linfática

Guirro e Guirro (2002), afirmam que a DLM está representada principalmente por duas técnicas, a de Leduc e a de Vodder, e afirmam que ambas são baseadas nos trajetos dos coletores linfáticos e linfonodos, associando basicamente a três categorias de manobras: captação, reabsorção e evacuação, sendo que a diferença entre elas reside somente no local de aplicação.

Ribeiro (2001) coloca que o processo de captação tem como objetivo auxiliar na absorção do líquido intersticial excedente para dentro dos capilares linfáticos terminais e o aumento do fluxo em direção aos linfonodos regionais e, finalmente, em direção ao canal torácico e ao ducto torácico.

Guirro e Guirro (2002) afirmam que a captação é realizada diretamente sobre o segmento edemaciado, visando aumentar a captação da linfa pelos linfocapilares.

Na reabsorção, as manobras se dão nos pré-coletores e nos coletores linfáticos, os quais transportarão a linfa captada pelos linfocapilares (GUIRRO; GUIRRO, 2002).

“O processo de evacuação ocorre nos linfonodos que recebem a confluência dos coletores linfáticos.” (GUIRRO; GUIRRO, 2002, p. 76).

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2.3.3 Indicações da drenagem linfática manual

De acordo com Guirro e Guirro (2002), as manobras de DLM são indicadas na prevenção e/ou tratamento de: edemas, linfedemas, fibro edema gelóide, queimaduras, enxertos, acne, sensação de cansaço nos membros inferiores, dor muscular, pré e pós-operatório de cirurgia plástica, hematomas e equimoses, olheiras e até mesmo marcas de expressão.

Para Ribeiro (2001), também está indicada para gordura localizada, cicatrizes hipertróficas e retráteis, relaxamento e síndromes vasculares, microvarizes e varizes.

Lopes (2002) cita as seguintes indicações: retenção hídrica, afecções dermatológicas, rigidez muscular, período de TPM (tensão pré-menstrual), insônia, pré e pós-intervenção cirúrgica, hematomas, tratamento de acne, tratamento de telangectasias, tratamento de rejuvenescimento, tratamento de rosácea e tratamento do fibro edema gelóide.

2.3.4 Contra-indicações da drenagem linfática manual

Para Ribeiro (2003), as manobras de DLM são contra-indicadas na presença de processos infecciosos, neoplasias, trombose venosa profunda, asma, hipertireoidismo, hipertensão arterial sistêmica não controlada, estados inflamatórios, estado febril, erupções cutâneas, ferimentos, neurites e osteoporose.

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3 DELINEAMENTO DA PESQUISA

O delineamento da pesquisa, segundo GIL (1995, p. 70), “[...] refere-se ao planejamento da mesma em sua dimensão mais ampla [...]”, ou seja, no delineamento o pesquisador estabelece os meios técnicos da investigação, prevendo-se o tipo de estudo, a população e sua configuração, os instrumentos e procedimentos que serão utilizados na coleta de dados.

3.1 Tipo de pesquisa

A pesquisa enfatizada nesse contexto caracteriza-se de acordo com sua abordagem em quali-quantitativa, quanto ao nível de pesquisa em exploratória e quanto aos procedimentos em estudo de caso do tipo multicaso.

3.1.1 Quanto ao nível

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idéias, com vistas na formulação de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores.

3.1.2 Quanto aos procedimentos

A pesquisa é caracterizada como estudo de caso, do tipo multicaso, pois trata-se de um estudo realizado para verificar os efeitos da terapia no pós-operatório, constando de 3 indivíduos. Raüen (2002, p. 211), caracteriza os estudos de caso “[...] como estudos que visam à descoberta, que buscam retratar a realidade de forma completa e profunda.” O mesmo descreve multicasos como sendo o “estudo de dois ou mais sujeitos”.

3.1.3 Quanto à abordagem

Esta pesquisa possui uma abordagem quali-quantitativa, pois verificou-se a eficácia do tratamento através da perimetria pré e pós-aplicação das sessões de drenagem linfática manual e através de uma escala, que avaliou a satisfação dos pacientes após o tratamento.

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na co-participação das situações dos informantes. Então, podemos considerar a pesquisa quali-quantitativa como uma mescla de ambas as abordagens.

3.2 Parâmetros para determinação dos casos a serem estudados

A amostra desta pesquisa formou-se por 3 (três) mulheres em pós-operatório imediato de lipoaspiração no abdome, que foram atendidas na Clínica Escola de Fisioterapia da UNISUL, campus Tubarão, no período de ago./set. de 2006.

Para inclusão na amostra, foram utilizados os seguintes critérios: pacientes do gênero feminino, que tinham de 20 a 30 anos de idade, em pós-operatório imediato (menor que 10 dias) de lipoaspiração de abdome, não fumantes, que realizavam atividade física antes de submeterem-se ao procedimento cirúrgico e que pararam durante o tratamento fisioterapêutico, nuligesta e que utilizem anticoncepcional oral.

Como critérios de exclusão foram utilizados os seguintes critérios: não utilizar cinta no pós-operatório, que fizeram uso de diuréticos e analgésicos, que realizaram outra cirurgia abdominal concomitante com a lipoaspiração, e que continuaram alguma atividade física durante o tratamento fisioterapêutico.

3.3 Instrumentos utilizados para coleta de dados

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Para mensurar de forma objetiva os resultados, foram utilizados os seguintes instrumentos: fita métrica da marca Corrente® para perimetria na avaliação e reavaliação, e

escala de satisfação (apêndice B) na reavaliação, para avaliar o tratamento realizado.

3.4 Procedimentos utilizados na coleta de dados

Na coleta de dados, informou-se ao paciente sobre a realização da pesquisa, salientando seus objetivos e benefícios para o mesmo, e lhe foi entregue um termo de consentimento (apêndice C) para ser assinado.

No 1º atendimento realizou-se uma avaliação da paciente, na qual se verificou a presença de complicações no pós-operatório, como edema, fibrose e dor, além da cirtometria da área em que seria realizada a drenagem linfática manual (DLM).

Após a avaliação, foi dado início ao tratamento fisioterapêutico com a utilização da DLM, brevemente descrita no capítulo 2 como método terapêutico, por 15 sessões, sendo estas três vezes semanais com duração de 50 minutos.

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Ao término das 15 sessões previstas, refez-se a avaliação, utilizando uma ficha de avaliação, preparada pelo investigador (apêndice A), na qual foram coletados os dados para expor em forma de resultados o tratamento fisioterapêutico aplicado. Também foi realizada uma escala de satisfação (apêndice B) para avaliar o tratamento realizado.

Após 1 mês do término do tratamento, as pacientes foram contatadas novamente para comparecer a Clínica Escola de Fisioterapia da UNISUL, e então serem reavaliadas novamente pela EVA e também pela escala de satisfação.

A ficha de avaliação foi validada quanto à clareza/validade das questões/informações por 10 fisioterapeutas, que aprovaram todos os itens. Somente foi feita uma consideração de acrescentar a posição de trabalho da paciente na ficha. A escala de satisfação também foi conjuntamente validada. A mesma foi baseada em uma escala tipo Likert.

3.5 Análise dos dados

Os dados serão analisados conforme estatística descritiva simples, de forma comparativa, e expostos através de quadros (perimetria) e gráficos (avaliação da dor).

3.6 Comitê de ética e pesquisa (CEP)

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4 RELATO DOS CASOS E RESULTADOS

Após o término da fundamentação teórica, baseada em autores que descrevem sobre o sistema linfático, os efeitos da drenagem linfática manual, o procedimento cirúrgico da lipoaspiração que leva ao edema e a dor, os relatos de caso e os resultados obtidos com cada paciente através do tratamento serão descritos a seguir:

4.1 Relato de caso – paciente 1

Paciente S. L. R., 21 anos de idade, em 7º pós-operatório de lipoaspiração no abdome. Não fumante, sedentária após o procedimento cirúrgico, realizava caminhadas 3 vezes por semana antes da lipoaspiração. Tinha como queixa principal dor e edema no local lipoaspirado. Relatou aumento de 1 kg após a cirurgia. Não utilizava medicamentos para alívio da dor, nem diuréticos. Utilizou cinta compressiva no pós-operatório, nuligesta, utilizava anticoncepcional oral.

Apresentava edema em cacifo em todo o abdome, principalmente abaixo da cicatriz umbilical, hematoma em regiões difusas do abdome, dor a palpação na região dos pontos e onde apresentavam mais edema.

(35)

34

A paciente realizou 15 atendimentos fisioterapêuticos de drenagem linfática manual, sendo estes 3 vezes semanais, com duração de 50 minutos cada. Foi realizado perimetria da área abdominal antes e após os 15 atendimentos. Os resultados perimétricos estão descritos no quadro 1:

PERIMETRIA ANTES DEPOIS

10 cm acima 71 65,5

5 cm acima 67 65,5

Cicatriz umbilical 77 74

5 cm abaixo 82 79

10 cm abaixo 86 86

Quadro 1: Resultados da perimetria pré e pós-tratamento fisioterapêutico da paciente 1.

O gráfico 1 mostra a avaliação da dor da paciente descrita na EVA, antes, depois e 1 mês após o tratamento fisioterapêutico utilizando a DLM.

4 1 0 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Antes Depois 1 mês depois Graduação

da dor

Gráfico 1: Avaliação da dor da paciente 1 através da EVA, na avaliação, reavaliação e após 1 mês de tratamento.

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4.2 Relato de caso – paciente 2

Paciente C. F. Z. S., 29 anos de idade, em 5º pós-operatório de lipoaspiração no abdome. Não fumante, sedentária após o procedimento cirúrgico, realizava musculação 5 vezes por semana antes da lipoaspiração. Teve como queixa principal dor e edema no local lipoaspirado. Continuou com o mesmo peso após a cirurgia. Não utilizou medicamentos para alívio da dor, nem diuréticos. Utilizou cinta compressiva no pós-operatório, nuligesta, utilizava anticoncepcional oral.

Apresentava edema em cacifo em todo o abdome, principalmente abaixo da cicatriz umbilical, hematoma em regiões difusas do abdome, dor a palpação na região dos pontos e onde apresentavam mais edema.

A paciente não apresentou fibrose à palpação na avaliação e na reavaliação.

A paciente realizou 15 atendimentos fisioterapêuticos de drenagem linfática manual, sendo estes 3 vezes semanais, com duração de 50 minutos cada. Foi realizado perimetria da área abdominal antes e após os 15 atendimentos. Os resultados perimétricos estão descritos no quadro 2:

PERIMETRIA ANTES DEPOIS

10 cm acima 80 75

5 cm acima 82 76

Cicatriz umbilical 89 83

5 cm abaixo 94 89

10 cm abaixo 100 92,5

Quadro 2: Resultados da perimetria pré e pós-tratamento fisioterapêutico da paciente 2.

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36 4 1 0 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Antes Depois 1 mês depois Graduação

da dor

Gráfico 2: Avaliação da dor da paciente 2 através da EVA, na avaliação, reavaliação e após 1 mês de tratamento.

A paciente respondeu a escala de satisfação após os 15 atendimentos, e declarou estar muito satisfeita com o resultado.

4.3 Relato de caso – paciente 3

Paciente M. J. B., 28 anos de idade, em 7º pós-operatório de lipoaspiração no abdome. Não fumante, sedentária após o procedimento cirúrgico, realizava ginástica aeróbica 3 vezes por semana antes da lipoaspiração. Tinha como queixa principal dor e edema na região lipoaspirada. Relatou que emagreceu 1 kg após a cirurgia. Não utilizou medicamentos para alívio da dor, nem diuréticos. Utilizou cinta compressiva no pós-operatório, nuligesta, utilizava anticoncepcional oral.

Apresentava edema em cacifo em todo o abdome, principalmente abaixo da cicatriz umbilical, hematoma em regiões difusas do abdome, dor a palpação na região dos pontos e onde apresentavam mais edema.

(38)

A paciente realizou 15 atendimentos fisioterapêuticos de drenagem linfática manual, sendo estes 3 vezes semanais, com duração de 50 minutos cada. Foi realizado perimetria da área abdominal antes e após os 15 atendimentos. Os resultados perimétricos estão descritos no quadro 3:

PERIMETRIA ANTES DEPOIS

10 cm acima 72,5 71

5 cm acima 73 70,5

Cicatriz umbilical 83 79

5 cm abaixo 93,5 91

10 cm abaixo 98 97

Quadro 3: Resultados da perimetria pré e pós-tratamento fisioterapêutico da paciente 3.

O gráfico 3 mostra a avaliação da dor da paciente descrita na EVA, antes, depois e 1 mês após o tratamento fisioterapêutico utilizando a DLM.

4 0 0 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Antes Depois 1 mês depois Graduação

da dor

Gráfico 3: Avaliação da dor da paciente 3 através da EVA, na avaliação, reavaliação e após 1 mês de tratamento.

(39)

38

5 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

O presente trabalho procurou verificar os resultados da drenagem linfática manual no pós-operatório imediato de lipoaspiração no abdome, visto que após o procedimento cirúrgico a queixa quanto à presença de edema, dor e hematomas é freqüente nas pacientes.

Na avaliação realizada no início do tratamento, as pacientes que fizeram parte do estudo apresentavam edema em cacifo por todo o abdome, principalmente abaixo da cicatriz umbilical, hematoma em regiões difusas do abdome, dor a palpação na região dos pontos e onde apresentavam mais edema. Nenhuma paciente apresentou fibrose à palpação na avaliação. Após os 15 atendimentos de DLM no abdome, mostrou-se que houve diminuição significativa do edema e do hematoma, assim como redução da dor no local lipoaspirado.

Corroborando os achados, Soares et al (2005) afirmam que os sintomas do pós-operatório de cirurgias plásticas podem ser reduzidos através de atendimentos de fisioterapia, utilizando a drenagem linfática manual. Os autores ainda referem que nesse período, observa-se rapidamente a diminuição do edema e do hematoma, bem como a redução da dor, com favorecimento da neoformação vascular e nervosa, além de prevenir e minimizar a formação de cicatrizes hipertróficas ou hipotróficas, retrações e quelóides.

(40)

adjacente à lesão. Soares et al (2005) afirmam que quanto mais precocemente iniciada a drenagem linfática, menor a probabilidade do acúmulo de líquidos no local e mais rápida a recuperação dessas pacientes.

A diminuição do edema e hematoma presentes nas pacientes é explicada por Ribeiro (2000) que cita que a pressão exercida pela DLM atua sobre a circulação sangüínea venosa, deslocando-a em direção centrípeta, sendo que com o aumento da quantidade de proteínas que penetram nos capilares linfáticos, a pressão coloidosmótica do líquido intersticial diminuirá, levando a um aumento da reabsorção para os capilares venosos.

Quanto ao aspecto da pele edemaciada, Winter (2005) afirma que a DLM faz com que a pele recupere o aspecto mais saudável e normal, pois a técnica tem como objetivo captar o líquido intersticial e fazer com que ele volte à circulação sangüínea, através dos movimentos suaves, lentos e rítmicos que promovem a desintoxicação dos tecidos e melhora da oxigenação e da nutrição celular.

As pacientes apresentavam dor à palpação na região dos pontos e no local onde havia maior presença de edema, sendo que após os atendimentos, houve diminuição desses, observados através da perimetria.

Ribeiro (2000) mostra que a DLM age no sistema nervoso vegetativo, pois os contatos do nível da pele transmitem aos receptores estímulos que serão interpretados pelo sistema nervoso autônomo, atenuando a sensação de dor no local drenado, promovendo relaxamento e o bem estar, através do efeito relaxante e reparador que a DLM proporciona.

(41)

40

Quanto ao nível de satisfação das pacientes, as mesmas foram questionadas após terem recebido os 15 atendimentos de DLM em relação ao tratamento recebido.

As pacientes receberam uma escala de satisfação (apêndice B) na reavaliação, onde todas responderam estar muito satisfeitas com o resultado obtido após os atendimentos.

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Atualmente, para se alcançar um padrão de beleza padronizado pela mídia, do corpo belo e magro, as mulheres, principalmente, submetem-se a exaustivos sacrifícios em busca desse corpo considerado perfeito. Muitas vezes para manter essa boa aparência estética, utilizam de medicamentos, dietas, exercícios e até intervenções cirúrgicas nessa busca. A fisioterapia dermato-funcional vem atuando de forma a auxiliar nessa busca pelo corpo desejado, ampliando cada dia mais a sua aplicabilidade, mostrando resultados.

A drenagem linfática manual corporal mostrou-se eficaz no pós-operatório imediato de lipoaspiração de abdome. O método utilizado possibilitou a obtenção de bons resultados, trazendo benefícios a paciente, tanto estéticos pela satisfação obtida com o tratamento, quanto pela redução da dor à palpação, podendo então ser adotado como um protocolo seguro de tratamento. Também se mostrou eficaz na prevenção de fibroses, pois com o tratamento, nenhuma paciente apresentou fibroses na avaliação nem na reavaliação.

Observou-se escassez de literatura sobre a utilização da drenagem linfática manual no pós-operatório de lipoaspiração, sendo que é de grande importância a opinião de outros autores sobre o assunto questionado.

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42

REFERÊNCIAS

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<http://www.fisioterapia.com.br/publicacoes>. Acesso em: 12 set. 2005.

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(46)
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46

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA – UNISUL CURSO DE FISIOTERAPIA

FISIOTERAPIA DERMATO FUNCIONAL

Ficha Para Avaliação e Tratamento Pós-Cirúrgico de Lipoaspiração

Nome: __________________________________________________ Idade: ___________ Endereço: ________________________________________________________________ Telefone: ________________ Data de Nascimento: ____/____/_______.

Altura: ___________ Peso Antes: ______________ Peso Após: ___________________ Data da cirurgia: _____________________ Tipo de anestesia: ___________________ Médico responsável: ______________________________________________________ Hábitos de vida: ( ) Fumante – ( ) Etilista – ( ) Sedentária - ( ) Outros

Outras cirurgias: _________________________________________________________ Problemas no Pós-operatório: _______________________________________________ Queixa Principal: ____________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ H.D.A.: ____________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________

Realiza algum tipo de atividade física? ( ) SIM ( ) NÃO

(49)

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Dor: ( ) SIM ( ) NÃO

Se sim, em que locais? ______________________________________________________

|_______________________________________________| EVA (Escala Visual Análoga)

Utiliza algum medicamento? _______________________________________________ Realiza ou realizou algum outro tratamento para redução do edema?

( ) Sim ( ) Não - Qual?______________________________________________

Perimetria: Cicatriz Umbilical:

5 cm acima: _______ cm 10 cm acima: _______ cm Sobre: _______ cm 5 cm abaixo: _______ cm 10 cm abaixo: _______ cm

Data da Avaliação: ____________________ Data Reavaliação: _________________

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(51)

50

ESCALA DE SATISFAÇÃO

Se pudesse qualificar o grau de satisfação obtido após o tratamento realizado com a Drenagem Linfática Manual, qual a sua opinião?

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA – UNISUL CURSO DE FISIOTERAPIA

TERMO DE CONSENTIMENTO

Eu, ____________________________________________, portador da identidade nº _________________________, declaro através deste que concordo plenamente com os termos do tratamento fornecidos pela acadêmica Mariana Marcelo Ceolin, sob orientação do Prof. Ralph Fernando Rosas.

Informo, outrossim, que estou ciente dos procedimentos, eventuais incômodos e benefícios decorrentes do tratamento. E, que posso abandonar, por livre e espontânea vontade, o referido tratamento a qualquer tempo, mas que, nesta condição, me torno responsável por possíveis prejuízos e/ou riscos a que estou me expondo.

Cientes dos termos acima, assinam as partes interessadas:

Assinatura: ________________________________________________________________ Nome por extenso do paciente voluntário da pesquisa.

Assinatura: ________________________________________________________________ Nome por extenso do acadêmico/pesquisador.

Assinatura: ________________________________________________________________ Nome por extenso do professor/supervisor da pesquisa.

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