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Incorporação de Biossensores no Soldado do Futuro

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Academic year: 2023

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Incorporac¸ ˜ao de Biossensores no Soldado do Futuro

Alferes Aluno Jos ´e Miguel Martinho Silva

Dissertac¸ ˜ao para obtenc¸ ˜ao do Grau de Mestre em

Engenharia Eletrot ´ecnica Militar, na especialidade de Transmiss ˜ oes

Orientadores: Professor Doutor Jo ˜ao Paulo Neto Torres Professora Doutora Maria Jo ˜ao Marques Martins

J ´ uri

Presidente: Major (Doutor) de Transmiss ˜oes Lu´ıs Xavier Mendonc¸a Dias Orientador: Professor Doutor Jo ˜ao Paulo Neto Torres

Vogal: Coronel Henrique Martins dos Santos Cunha

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EP´IGRAFE

Any sufficiently advanced technology is indistinguishable from magic.

Arthur C. Clarke

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Agradecimentos

A presente dissertac¸ ˜ao constitui o culminar de seis anos de trabalho e aprendizagem no percurso do mestrado em engenharia eletrot ´ecnica militar, na especialidade de Transmiss ˜oes da Academia Militar.

Desse modo, um conjunto de desafios e obst ´aculos foram ultrapassados com o apoio de todos os que depositaram a sua f ´e em mim. Posto isto, apresento o meu profundo reconhecimento a todos os que me acompanharam neste percurso.

Antes de mais, gostaria de agradecer aos meus orientadores, Professor Doutor Jo ˜ao Paulo Neto Torres e Professora Doutora Maria Jo ˜ao Marques Martins, cujos conhecimentos e experi ˆencia foram inestim ´aveis para a concretizac¸ ˜ao desta dissertac¸ ˜ao. A sua ajuda, motivac¸ ˜ao, orientac¸ ˜ao e empenho verificaram-se cruciais para o desenvolvimento deste trabalho. Foi um privil ´egio e uma honra ter traba- lhado com esta equipa.

Gostaria tamb ´em de agradecer aos meus pais pela sua amizade, motivac¸ ˜ao e todo o apoio incondi- cional ao longo do meu percurso acad ´emico. Bem como, `a minha namorada pela paci ˆencia, motivac¸ ˜ao, companheirismo, amizade e tempo gasto a ajudar-me.

Estou profundamente grato por ter tantas pessoas na minha vida que me desejam bem e que esti- veram sempre prontas a ajudar-me. A todos os meus amigos e camaradas, gostaria de agradecer por estarem presentes quando mais precisava. Estou deveras satisfeito por todos os momentos que a vida acad ´emica e militar me tem proporcionado e pela segunda fam´ılia que a vida castrense me deu.

A todos aqueles que n ˜ao foram aqui mencionados, mas que tiveram um impacto na minha vida, positivo ou negativo, agradec¸o-vos por me terem transformado na pessoa que hoje sou.

A todos v ´os, o meu sincero obrigado!

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Resumo

Atualmente, e cada vez mais, a utilizac¸ ˜ao de biossensores est ´a presente no nosso quotidiano, sendo que a sua aplicac¸ ˜ao surge em v ´arias ´areas da nossa sociedade. Como tal, e dada a sua import ˆancia, a evoluc¸ ˜ao dos mesmos ´e uma grande prioridade da comunidade cient´ıfica, de forma a estabelecer diversas formas de tirar proveito destes e torn ´a-los cada vez mais eficientes.

Esta dissertac¸ ˜ao insere-se no estudo de biossensores com recurso a el ´etrodos pr ´e-gelificados.

Inicialmente, desenvolveram-se testes e experi ˆencias com os componentes com o objetivo de com- parar, testar e identificar poss´ıveis dificuldades com o microcontrolador da BITalino e os seus sensores, bem como, a compatibilidade com o Arduino Uno e as vantagens e desvantagens da utilizac¸ ˜ao deste.

Este trabalho focou-se na an ´alise da capacidade de extrac¸ ˜ao de informac¸ ˜ao relativa `a qualidade dos treinos, estado emocional dos militares, carga e consci ˆencia cognitiva, assim como a condic¸ ˜ao f´ısica do Soldado do Futuro, atrav ´es dos seus sinais biol ´ogicos, extra´ıdos e processados pelos biossensores e microcontrolador da BITalino, de forma autom ´atica. Esta an ´alise materializou-se experimentalmente atrav ´es da classificac¸ ˜ao de dois estados emocionais, calmo e stress, para os quais se atingiu at ´e 98,18% de exatid ˜ao.

Palavras Chave

Biossensores; Microcontrolador; Informac¸ ˜ao; Autom ´atica.

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Abstract

Currently and increasingly, the use of biosensors is present in our daily lives, and its application appears in various areas of our society. As such, and given its importance, its their evolution is a major priority of the scientific community, in order to establish various ways to take advantage of them and make them more efficient.

This dissertation is part of the study of biosensors using pre-gelled electrodes.

Initially, tests and experiments were developed with the components in order to compare, test and identify possible difficulties with the BITalino microcontroller and its sensors, as well as, the compatibility with the Arduino Uno and the advantages and disadvantages of its use.

This work focused on the analysis of the ability to extract information on the quality of training, emo- tional state of the military, load and cognitive awareness, as well as the physical condition of the Soldier of the Future, through their biological signals, extracted and processed by BITalino’s biosensors and microcontroller, automatically. This analysis materialized experimentally through the classification of two emotional states, calm and stress, for which up to 98.18% accuracy was achieved.

KeyWords

Biosensors; Microcontroller; Information; Automatic.

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´Indice Geral

1 Introduc¸ ˜ao 1

1.1 Enquadramento . . . 1

1.2 Motivac¸ ˜ao . . . 2

1.3 Objetivos e tarefas . . . 2

1.4 Descric¸ ˜ao sum ´aria dos cap´ıtulos . . . 3

2 Estado da arte 5 2.1 Microcontroladores . . . 5

2.2 Transmiss ˜ao e recec¸ ˜ao de dados . . . 6

2.3 Sensores . . . 8

2.3.1 Biossensores . . . 9

2.3.2 Eletromiografia . . . 12

2.3.3 Eletrocardiograma . . . 12

2.3.4 Atividade eletrod ´ermica . . . 13

2.3.5 Eletroencefalografia . . . 14

2.3.6 Aceler ´ometro . . . 15

2.4 Atuadores . . . 16

2.5 Aprendizagem autom ´atica . . . 16

2.5.1 Interpretabilidade. . . 17

2.5.2 Selec¸ ˜ao de caracter´ısticas . . . 19

3 Descric¸ ˜ao f´ısica dos dispositivos utilizados 21 3.1 M ´odulo central . . . 21

3.2 Sensores . . . 22

3.2.1 Eletromiografia . . . 22

3.2.2 Eletrocardiograma . . . 24

3.2.3 Atividade eletrod ´ermica . . . 27

3.2.4 Electroencefalografia . . . 29

3.2.5 Aceler ´ometro . . . 31

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3.2.6 Sensor de luz. . . 33

3.2.7 Bot ˜ao . . . 34

3.3 Atuadores . . . 34

3.3.1 Light-Emitting Diode . . . 34

3.3.2 Buzzer . . . 35

3.3.3 Digital-to-Analog Converter . . . 35

3.4 Testes e experi ˆencias com os componentes . . . 36

3.4.1 Projeto 1 . . . 37

3.4.2 Projeto 2 . . . 37

3.4.3 Conclus ˜oes . . . 38

4 Testes e desenvolvimento do processo de classificac¸ ˜ao 39 4.1 Recolha de dados . . . 40

4.2 Preparac¸ ˜ao de dados . . . 42

4.2.1 Selec¸ ˜ao de carater´ısticas . . . 43

4.3 M ´etodos de aprendizagem e classificac¸ ˜ao . . . 44

4.3.1 An ´alise discriminante linear . . . 45

4.3.2 Regress ˜ao log´ıstica . . . 45

4.3.3 Support vector classification . . . 46

4.3.4 Classificadorridge . . . 48

4.3.5 Gradiente descendente estoc ´astico . . . 49

4.4 Certificac¸ ˜ao dos algoritmos . . . 50

4.5 Conclus ˜oes . . . 52

5 Conclus ˜ao e perspetivas de trabalho futuro 55

Bibliography 56

A C ´odigo do projeto 65

B Tabelas de resultados 81

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´Indice de Figuras

2.1 Rede m ´ovel associada a uma redes de sensores. . . 7

2.2 Esquema de um biossensor. . . 10

2.3 Modelo dimensional de emoc¸ ˜oes. . . 11

2.4 Relac¸ ˜ao entre interpretabilidade e exatid ˜ao. . . 18

3.1 M ´odulo central dividido em blocos. . . 22

3.2 Sensor para Eletromiografia. . . 22

3.3 Posicionamento dos el ´etrodos do EMG no b´ıceps braquial (destacado a vermelho) para vers ˜aoStandard, `a esquerda, e para aAssembled, `a direita. . . 23

3.4 Dados de sa´ıda do sensor (sinal adquirido do b´ıceps braquial atrav ´es da flex ˜ao do coto- velo e antebrac¸o em supinac¸ ˜ao). . . 24

3.5 Sensor para Eletrocardiograma. . . 25

3.6 Posicionamento dos el ´etrodos do ECG conforme a configurac¸ ˜ao de Einthoven, com o sensor com cabos dos seguintes comprimentos: 1.5cm (+e−) e 3cm (refer ˆencia). . . . 25

3.7 Posicionamento dos el ´etrodos do ECG conforme a configurac¸ ˜ao de Einthoven, com o sensor que possui cabos com 30 cm de comprimento (+,−e refer ˆencia). . . 25

3.8 Dados de sa´ıda do sensor (sinal adquirido em descanso). . . 26

3.9 Sensor para a Atividade Electrod ´ermica.. . . 27

3.10 Posicionamento dos el ´etrodos para a AED. . . 28

3.11 Dados de sa´ıda do sensor (sinal adquirido em momento de stress de um indiv´ıduo a observar um v´ıdeo dejumpscare). . . 29

3.12 Sensor para Electroencefalografia. . . 29

3.13 Posicionamento dos el ´etrodos para a EEG com a configurac¸ ˜ao do sistema 10-20. . . 30

3.14 Dados de sa´ıda do sensor (sinal adquirido em descanso). . . 31

3.15 Aceler ´ometro. . . 32

3.16 Dados de sa´ıda do sensor em movimento aleat ´orio (A1-Z ligado via UC-E6, A2-X e A3-Y ligados externamente via fiosdupont). . . 32

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3.17 Sensor de luz. . . 33

3.18 Resposta do sensor de luz, num ambiente escuro, com um LED a piscar uma vez. . . 34

3.19 Resposta do bot ˜ao ao ser pressionado. . . 34

3.20 LED ligado. . . 35

3.21 Buzzer. . . 35

3.22 Digital-to-Analog Converter. . . 35

3.23 M ´odulos BITalino, `a esquerda, e Arduino Uno, `a direita. . . 36

3.24 Arquitetura do sistema. . . 37

3.25 Arquitetura do sistema. . . 37

4.1 Metodologia do processo experimental adotado. . . 39

4.2 Alunos em teste, com os sinais biol ´ogicos, em tempo real, no monitor. . . 40

4.3 Oculos de realidade virtual Pico 2.´ . . . 41

4.4 Disposic¸ ˜ao dos el ´etrodos. . . 41

4.5 Ficheiro.txtproduzido pelosoftwareOpenSignals ap ´os o t ´ermino do teste. . . 42

4.6 Representac¸ ˜ao da matriz de trabalho. . . 43

4.7 Gr ´afico comparativo de tempos de leitura, em segundos, de ficheiros com 10 milh ˜oes de pontos. . . 43

4.8 Diagrama de medidas estat´ısticas para selec¸ ˜ao de carater´ısticas. . . 44

4.9 Representac¸ ˜ao de um exemplo de hiperplano. . . 47

4.10 Variac¸ ˜ao da margem com a mudanc¸a de C. . . 47

4.11 Func¸ ˜ao de par ´abola em duas dimens ˜oes. . . 49

4.12 Representac¸ ˜ao da matriz de confus ˜ao.. . . 50

4.13 Esquema de divis ˜ao e execuc¸ ˜ao do m ´etodok-fold, comk= 5. . . 51

A.1 File1.txtefile2.txtap ´os processo descrito. . . 65

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´Indice de Tabelas

2.1 Gamas de frequ ˆencia espec´ıficas das ondas cerebrais. . . 15

3.1 Configurac¸ ˜oes de Einthoven. . . 26

3.2 Configurac¸ ˜oes para AED. . . 27

3.3 Configurac¸ ˜oes do sistema 10-20. . . 30

3.4 Principais recursos das duas plataformas em comparac¸ ˜ao. . . 38

4.1 Resultados finais da an ´alise discriminante linear. . . 45

4.2 Resultados finais da regress ˜ao log´ıstica.. . . 46

4.3 Resultados finais da SVC. . . 48

4.4 Resultados finais do classificadorridge. . . 48

4.5 Resultados finais. . . 53

B.1 Resultados pr ´evios `a selec¸ ˜ao de carater´ısticas da an ´alise discriminante linear. . . 81

B.2 Resultados pr ´evios `a selec¸ ˜ao de carater´ısticas da regress ˜ao log´ıstica. . . 81

B.3 Resultados pr ´evios `a selec¸ ˜ao de carater´ısticas do SVC. . . 81

B.4 Resultados pr ´evios `a selec¸ ˜ao de carater´ısticas do classificadorridge. . . 81

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Listagens

A.1 C ´odigo de limpeza. . . 66

A.2 Produc¸ ˜ao dos gr ´aficos para os sensores sem filtro. . . 66

A.3 Produc¸ ˜ao dos gr ´aficos para os sensoresrawe filtrados (ECG). . . 66

A.4 C ´odigo para Arduino Uno que permite um LED piscar com o ritmo card´ıaco, lido pelo sensor. . . 67

A.5 C ´odigo para Arduino Uno que permite um buzzer ligar e desligar em resposta a contrac¸ ˜oes musculares. . . 67

A.6 C ´odigo de contagem de linhas. . . 68

A.7 C ´odigo de contagem de tempo. . . 69

A.8 C ´odigo que cria a matriz de trabalho.. . . 69

A.9 C ´odigo de selec¸ ˜ao das 100000 melhores caracter´ısticas. . . 70

A.10 C ´odigo de otimizac¸ ˜ao dos par ˆametros da regress ˜ao log´ıstica. . . 70

A.11 C ´odigo de otimizac¸ ˜ao dos par ˆametros da SVC. . . 73

A.12 C ´odigo de otimizac¸ ˜ao dos par ˆametros do classificadorridge. . . 77

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Gloss ´ario

OCCIPITOFRONTAL M ´usculo constitu´ıdo por uma porc¸ ˜ao anterior (frontal), que se insere na pele das sobrancelhas; numa porc¸ ˜ao posterior (occi- pital), que se insere na linha suprema nucal; unidas pela apo- nevrose epicraniana [1]. Tem um papel central na express ˜ao das emoc¸ ˜oes, nomeadamente da surpresa, porque eleva o superc´ılio que causa o aparecimento de pregas na pele ca- racter´ısticas dessa emoc¸ ˜ao.

CORRUGADOR DO SUPERC´ILIO M ´usculo de pequenas dimens ˜oes com forma piramidal que se insere na parte mesial do arco superciliar e na pele da so- brancelha. Tem como papel puxar as sobrancelhas para a linha m ´edia e causa a formac¸ ˜ao de pregas entre as sobrance- lhas [1].

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Acr ´ onimos

ACC Aceler ´ometro

ADN Acido Desoxirribonucleico´ ANOVA Analysis of Variance

AED Atividade Eletrod ´ermica BD Brac¸o Direito

BE Brac¸o Esquerdo

BLE Bluetooth Low Energy

BUZ Buzzer

DIY Do It Yourself ECG Eletrocardiograma

EEG Eletroencefalografia EMG Eletromiografia

FNIRS Functional Near-Infrared Spectroscopy FPGA Field-programmable Gate Array

GOx Glicose Oxidase IA Intelig ˆencia Artificial

IoT Internet of Things LED Light-Emitting Diode MCU Microcontroller Unit

MEMS Microelectromechanical Systems

PE Perna Esquerda

PPG Photoplethysmography PWM Pulse-width Modulation

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RGP Resposta Galv ˆanica da Pele

STASS Standard Architecture for Soldier Systems SVC Support Vector Classification

UI User Interface

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Cap´ıtulo 1

Introduc¸ ˜ao

Neste cap´ıtulo ´e realizada a introduc¸ ˜ao da presente dissertac¸ ˜ao, focada, primeiramente, no enqua- dramento do tema, de seguida, na motivac¸ ˜ao para realizar este trabalho e, posteriormente, nas tarefas e objetivos para a sua execuc¸ ˜ao. Por fim, ´e realizada uma descric¸ ˜ao sum ´aria dos conte ´udos abordados em cada cap´ıtulo.

1.1 Enquadramento

A avaliac¸ ˜ao da condic¸ ˜ao de um militar pode ser uma tarefa desafiadora na medida em que existem algumas situac¸ ˜oes complexas nas quais n ˜ao h ´a a possibilidade de ter um profissional de sa ´ude presente para avaliar a situac¸ ˜ao m ´edica dos militares e, por vezes, quando h ´a essa possibilidade, pode n ˜ao haver meios de obtenc¸ ˜ao da informac¸ ˜ao fisiol ´ogica para ser interpretada por estes em tempo ´util. Sendo que, nas situac¸ ˜oes mais cr´ıticas, o tempo para obter o diagn ´ostico ´e relativamente limitado.

Atrav ´es das novas tecnologias ´e poss´ıvel desenvolver modelos que, de forma autom ´atica, permitam que seja feita uma detec¸ ˜ao de anomalias fisiol ´ogicas e emocionais. Estes modelos tornam poss´ıvel alertar os profissionais de sa ´ude da necessidade de realizar testes de despiste em resposta `a detec¸ ˜ao de alguma anomalia que ocorra, com o objetivo de reduzir os efeitos de problemas detetados de forma tardia. Posto isto, o desenvolvimento de soluc¸ ˜oes com recurso a modelos de aprendizagem autom ´atica, no sentido de facilitar o trabalho dos profissionais de sa ´ude, tem aumentado gradualmente.

Os meios utilizados atualmente para prever anomalias fisiol ´ogicas consistem no acompanhamento em situac¸ ˜oes de elevado esforc¸o f´ısico por equipas m ´edicas e an ´alises ao sangue e `a urina. Estes m ´etodos s ˜ao insuficientes e t ˆem vindo a mostrar-se pouco eficazes na prevenc¸ ˜ao do agravamento de problemas de sa ´ude, principalmente em ambiente de instruc¸ ˜ao.

Quanto ao desenvolvimento e inserc¸ ˜ao deste tipo de tecnologias para fins militares, os estados- membros da Uni ˜ao Europeia devem reger-se pelaStandard Architecture for Soldier Systems(STASS)

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[2], por forma a existir estandardizac¸ ˜ao, interoperabilidade, forma de carregamento e portabilidade entre todas as nac¸ ˜oes pertencentes.

1.2 Motivac¸ ˜ao

Os militares portugueses s ˜ao destacados, constantemente, para ambientes operacionais onde o seu sucesso depende da sua capacidade de atuar r ´apida e eficazmente, de modo individual e em equipa.

Por esse motivo, os treinos, aos quais s ˜ao previamente sujeitos, devem ir al ´em das suas capacidades individuais e incluir a interac¸ ˜ao entre os membros da equipa, tal como se processam em ambiente operacional. Atualmente, o treino e avaliac¸ ˜ao do desempenho aquando destas interac¸ ˜oes ´e realizada, exclusivamente, atrav ´es da observac¸ ˜ao, que acarreta in ´umeras adversidades.

Atrav ´es dos sensores do BITalino, ´e poss´ıvel retirar os dados biom ´etricos dos indiv´ıduos em treino e obter indicadores que permitem avaliar, otimamente, a qualidade dos treinos, o estado emocional dos militares, a sua carga e consci ˆencia cognitiva, assim como a sua condic¸ ˜ao f´ısica. Recorrendo a umUser Interface(UI), o instrutor, ou respons ´avel pela monitorizac¸ ˜ao do treino, poder ´a retirar notas e gravar o desempenho dos instruendos, enquanto o treino ocorre [3]. Adicionalmente, este sistema tamb ´em pode ser utilizado em combate dando informac¸ ˜ao, em tempo real, aos comandantes da operac¸ ˜ao e, por sua vez, ao escal ˜ao superior. ´E poss´ıvel tamb ´em beneficiar destes sistemas para o aumento da produtividade do dia a dia do militar, atrav ´es do estudo do seu estado emocional.

A an ´alise visual do indiv´ıduo por parte do instrutor ´e deveras insuficiente, tornando o estudo destes dados extremamente importante. No treino, em particular, h ´a que ter sempre presente a parte emocio- nal e o estado an´ımico dos militares, que lhes permite ir mais al ´em do que apenas o seu estado f´ısico lhe permite.

1.3 Objetivos e tarefas

No presente trabalho ´e abordado o tema dos biossensores e as caracter´ısticas pelas quais a sua implementac¸ ˜ao no meio militar ´e vantajosa, recorrendo a componentes da PLUX Wireless Biosignals S.A.

O principal objetivo deste trabalho foi realizar um estudo sobre as informac¸ ˜oes que os sensores do BITalino (r)evolution Plugged Kit fornecem e efetuar uma extrac¸ ˜ao de sinais fisiol ´ogicos permitindo, de forma autom ´atica, diferenciar dois estados emocionais distintos, calmo estress, com o intuito de tirar ilac¸ ˜oes das maneiras de tornar estes sistemas ´uteis no meio militar. Por forma a atingir estes objetivos, foram conduzidos testes experimentais a par de um estudo te ´orico aprofundado.

De forma a atingir estes objetivos foram definidas v ´arias tarefas, enumeradas seguidamente.

(25)

1. Processo de obtenc¸ ˜ao de informac¸ ˜ao;

2. Levantamento do estado da arte e compreens ˜ao das tem ´aticas em estudo;

3. Testes e experi ˆencias com os componentes;

4. Testes e desenvolvimento do processo de classificac¸ ˜ao;

5. Ajustes e revis ˜ao;

6. Conclus ˜ao.

1.4 Descric¸ ˜ao sum ´aria dos cap´ıtulos

Esta dissertac¸ ˜ao ´e constitu´ıda por 6 cap´ıtulos, sumariamente infra descritos.

O cap´ıtulo1, a introduc¸ ˜ao, enquadra o tema e o seu contexto, a motivac¸ ˜ao para o desenvolvimento do trabalho nesta ´area e os objetivos associados.

No estado da arte, correspondente ao cap´ıtulo 2, s ˜ao abordados os conceitos te ´oricos principais, instrumento base para o progresso deste trabalho, tais como, os sistemas de controlo de sensores (microcontroladores), as redes de comunicac¸ ˜ao associadas e as diversas utilizac¸ ˜oes para cada sensor.

O cap´ıtulo3, a descric¸ ˜ao f´ısica dos dispositivos utilizados, apresenta as ferramentas utilizadas que permitir ˜ao atingir o objetivo deste projeto, com as respetivas respostas dos diversos sensores, retiradas na totalidade de testes realizados pelo autor da presente dissertac¸ ˜ao em si pr ´oprio. Bem como, os testes e experi ˆencias com os componentes foram feitos com o objetivo de comparar o m ´odulo central Arduino Uno com o BITalino. Para al ´em disso, foram bastante ´uteis numa adaptac¸ ˜ao `a utilizac¸ ˜ao dos sensores da BITalino, permitindo que no cap´ıtulo seguinte a execuc¸ ˜ao da parte da colec¸ ˜ao de dados fosse mais flu´ıda.

Por forma a explicitar os testes e desenvolvimento do processo de classificac¸ ˜ao utilizado s ˜ao abor- dados, no cap´ıtulo 4, todos os passos desde o processo de recolha de dados at ´e `a validac¸ ˜ao dos modelos de classificac¸ ˜ao que se mostraram mais adequados ao trabalho desenvolvido.

Por fim, no cap´ıtulo5, a conclus ˜ao, ´e sumariado todo o trabalho desenvolvido neste semestre, as dificuldades sentidas na realizac¸ ˜ao do mesmo e as perspetivas de trabalhos futuros.

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Cap´ıtulo 2

Estado da arte

Neste cap´ıtulo s ˜ao abordados teoricamente os temas em que ´e baseado o presente trabalho, focando-se no estado da arte das redes de biossensores com utilidade para o Soldado do Futuro e na criac¸ ˜ao e desenvolvimento da tecnologia, at ´e `a atualidade, que permite fazer uma monitorizac¸ ˜ao em tempo real de um indiv´ıduo, bem como as suas diversas aplicac¸ ˜oes.

2.1 Microcontroladores

Um sistema pode ser definido como uma combinac¸ ˜ao de partes para executar uma tarefa es- pec´ıfica [4]. O BITalino ´e um sistema composto por diversos m ´odulos como, por exemplo, o de controlo, baseado no microcontrolador ATmega328P; o de gest ˜ao de energia e o de comunicac¸ ˜ao, que utiliza bluetooth v2.0 da classe 2 para transferir os dados para outro ponto (computador ou telem ´ovel). A tarefa espec´ıfica do BITalino ´e captar e processar sinais biol ´ogicos [5]. Pode ser classificado mais es- pecificamente como sistema embebido, isto ´e, um sistema de controlo de dispositivos t ´ecnicos ou de processos associados ao controlo de dispositivos, que recorre, principalmente, a micro-processadores, microcontroladores,Field-programmable Gate Array (FPGA), entre outros, e que se encontram conec- tados com o objeto a controlar [6]. Este tipo de sistemas podem ser classificados como sistemas de tempo real.

Num sistema de tempo real, a qualidade da resposta depende do intervalo de tempo em que s ˜ao produzidos os resultados e n ˜ao dos produtos finaisper si [7]. Estes sistemas s ˜ao caraterizados por um grande espetro de complexidade, desde um simples microcontrolador de um sistema de detec¸ ˜ao de inc ˆendios at ´e ao amplamente sofisticado, complexo e distribu´ıdo sistema de controlo de tr ´afego a ´ereo.

Outros sistemas de tempo real s ˜ao os de comando e controlo. Em alguns destes sistemas de tempo real tem sido integrada Intelig ˆencia Artificial (IA), conferindo-lhes novas capacidades, aptid ˜ao de adaptac¸ ˜ao e melhoria autom ´atica do sistema, com o preju´ızo de criac¸ ˜ao de novos requisitos e complexidades [8].

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Uma das formas mais utilizada para desenvolver estas plataformas embebidas ´e com recurso a mi- crocontroladores, descritos como um dispositivo eletr ´onico criado com o intuito de controlar de forma autom ´atica dispositivos t ´ecnicos, atrav ´es da aplicac¸ ˜ao de um dado algoritmo. Os controladores pro- gram ´aveis s ˜ao compostos por diversos componentes, que variam conforme o seu prop ´osito e custo, sendo a maioria dotada de um processador e mem ´oria, bem como componentes modulares que im- plementam func¸ ˜oes de entrada e de sa´ıda de sinais anal ´ogicos e digitais, transmiss ˜ao e recec¸ ˜ao de informac¸ ˜ao e controlo de redes. Desde o final dos anos 70, os microcontroladores t ˆem-se espalhado globalmente [6] e s ˜ao componentes essenciais nas redes de biossensores, sendo as carater´ısticas que tornam este tema francamente relevante para o projeto a capacidade de captar os dados, executar um pr ´e-processamento e transmitir a informac¸ ˜ao, atrav ´es dos seus diversos m ´odulos.

2.2 Transmiss ˜ao e recec¸ ˜ao de dados

Os avanc¸os tecnol ´ogicos est ˜ao presentes em diversas ´areas, especialmente na sa ´ude e bem estar.

Desde o in´ıcio desta evoluc¸ ˜ao, t ˆem existido amplas mudanc¸as, sendo que aInternet of Things (IoT) tem-se tornado num conceito cada vez mais presente no mundo do conforto f´ısico e psicol ´ogico.

Kevin Ashton criou o termoIoTem 1999. Atrav ´es daIoT, os objetos est ˜ao cada vez mais ligados, este conceito pode ser descrito como a combinac¸ ˜ao de esforc¸os humanos e tecnol ´ogicos para que haja mais interac¸ ˜ao entre todos os acontecimentos e os aparelhos em nosso redor, atrav ´es da Internet [9].

Como tecnologia de recolha, an ´alise e transmiss ˜ao de dados, aIoTcontinua a melhorar, sendo que v ´arias aplicac¸ ˜oes empregues nos sistemas de sa ´ude fazem uso deste recuso e est ˜ao cada vez mais presentes no nosso quotidiano. NaIoT, os dispositivos recolhem e partilham informac¸ ˜ao diretamente entre si e com a cloud, tornando mais r ´apida e precisa a recolha de informac¸ ˜ao e an ´alise de dados.

Com isto, surgem incont ´aveis possibilidades de elevado interesse nas diversas ind ´ustrias, dando azo a criac¸ ˜oes como, por exemplo, autom ´oveis que sentem o desgaste e agendam a sua manutenc¸ ˜ao ou comboios que calculam e relatam, dinamicamente, as horas previstas de chegada aos passageiros em espera, entre outros. As comunicac¸ ˜oes s ˜ao feitas por meio de dispositivos, de longo e curto alcance, com ou sem fios, em diferentes tipos de ambientes de rede, tais comointranet,extraneteinternet.

A IoTpode ser utilizada em diversos cuidados cl´ınicos, por exemplo, em pacientes hospitalizados cujo estado fisiol ´ogico requer especial atenc¸ ˜ao sendo que, atrav ´es destas tecnologias, podem ser mo- nitorizados continuamente com recurso a m ´etodos n ˜ao invasivos. Esta situac¸ ˜ao exige que os sensores recolham informac¸ ˜ao fisiol ´ogica e, posteriormente, a enviem aos prestadores de cuidados para an ´alise e revis ˜ao. A utilizac¸ ˜ao desta t ´ecnica melhora a qualidade dos cuidados de sa ´ude, eliminando a necessi- dade de envolver uma recolha e an ´alise de dados ativa. Esta tecnologia fornece os meios para aceder e controlar duas categorias de dispositivos, os que t ˆem intelig ˆencia e os que s ˜ao ativados externamente

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atrav ´es de cabos e/ou wireless, estas comunicac¸ ˜oes devem sempre ser feitas com as medidas de seguranc¸a adequadas, conseguir uma conetividade generalizada e uma grande integrac¸ ˜ao, fornecendo servic¸os tais como monitorizac¸ ˜ao, localizac¸ ˜ao, controlo, relat ´orios, apoio `a decis ˜ao, entre outros.

AIoTcarateriza-se por ser um sistema global que, com a passagem dos anos, tem compreendido progressivamente mais dispositivos e aplicac¸ ˜oes, incluindo sensores, atuadores, microcontroladores e dispositivos de comunicac¸ ˜ao m ´ovel. A maioria destes s ˜ao utilizados na monitorizac¸ ˜ao da sa ´ude, diagn ´osticos e tratamentos personalizados, atempados e convenientes, com a vantagem de reduc¸ ˜ao de custos associados.

Uma rede m ´ovel associada a uma rede de sensores, tal como na figura2.1, integra tecnologias para transmitir e receber dados, para os quais s ˜ao, tipicamente, utilizados um de 3 tipos de protocolos de comunicac¸ ˜ao:bluetooth,zigbeeouwi-fi[10]. Sendo obluetootho principal foco neste relat ´orio, devido ao m ´odulo central em utilizac¸ ˜ao estar equipado com um bloco de transmiss ˜ao desta tipologia.

Figura 2.1:Rede m ´ovel associada a uma rede de sensores.

O bluetooth ´e uma tecnologia de transfer ˆencia de dados sem fios, IEEE 802.15.1, que opera na banda de frequ ˆencia de 2.4 GHz a 2.48 GHz, dividida em 79 canais de 1 M Hz de largura, sendo amplamente utilizado para a comunicac¸ ˜ao cont´ınua de curto alcance, entre dispositivos m ´oveis.

Comparado com outras tecnologias, ´e das que consome menos energia para comunicar com ou- tros terminais e, uma vez que emprega uma tecnologia de salto de frequ ˆencia, tem uma resist ˆencia relativamente maior `a interfer ˆencia na transmiss ˜ao de dados.

O BITalino tem na sua composic¸ ˜ao um m ´odulo Bluetooth Low Energy (BLE), desenvolvido como uma atualizac¸ ˜ao dobluetoothcl ´assico. Como sugere o nome,BLE ´e uma tecnologia de comunicac¸ ˜ao que economiza energia e foi concebida para dispositivos de baixo consumo, tais como redes de sen- sores. Ao contr ´ario do bluetooth cl ´assico, a banda de frequ ˆencia est ´a dividida em 40 canais de 2 M Hzde largura e, em dispositivosBLE, as transfer ˆencias de dados s ˜ao feitas atrav ´es de transmiss ˜oes curtas, separadas por per´ıodos de espera, o que contribui bastante para a poupanc¸a de energia, em comparac¸ ˜ao com o modo sempre ativo dos dispositivos combluetoothcl ´assico [11].

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2.3 Sensores

Os sensores est ˜ao presentes em todo o lado, o planeta est ´a repleto destes e das suas aplicac¸ ˜oes.

Alteram a nossa vida, facilitando-a e tornando-a mais confort ´avel, atrav ´es de, por exemplo, aplicac¸ ˜oes para ligar luzes, ventoinhas e televis ˜oes, ajustes autom ´aticos de temperatura, alarmes de inc ˆendio, detec¸ ˜ao de objetos nas manobras de um carro, entre tantos outros, com os mais variados n´ıveis de complexidade [12].

Um sensor ´e um dispositivo que recebe um sinal ou est´ımulo e tem uma resposta sob a forma de sinal el ´etrico. Estes dispositivos s ˜ao ´uteis num grande espetro de ´areas cient´ıficas e, por este motivo, existem diversos tipos que respondem a diferentes est´ımulos como, por exemplo, est´ımulos f´ısicos, qu´ımicos ou biol ´ogicos. O sinal de entrada, mecanismos de convers ˜ao, custo, precis ˜ao e intervalo de sensibilidade, bem como a resposta, podem variar conforme a sua aplicac¸ ˜ao [13]. Posto isto, destacam- se dois tipos principais de sensores, os passivos e os ativos:

• Um sensor passivo n ˜ao necessita de uma fonte de energia para produzir o sinal el ´etrico em res- posta ao est´ımulo, pois este ´e suficiente para produzi-lo. Isto ´e, o sensor, atrav ´es da energia fornecida pelo sinal de entrada, gera os dados de sa´ıda, como por exemplo um termopar, um foto-d´ıodo ou um sensor piezoel ´etrico.

• Um sensor ativo, por outro lado, requer uma fonte de energia externa para o seu funcionamento, denominada como sinal de excitac¸ ˜ao. Esse sinal ´e alterado pelo sensor, de forma a produzir o sinal de resposta. Estes sensores s ˜ao, por vezes, denominados de sensores param ´etricos porque as suas propriedades alteram-se em resposta a um evento externo e estas, por sua vez, podem ser convertidas num sinal el ´etrico. As propriedades do sensor alteram o sinal de excitac¸ ˜ao e este fornece a informac¸ ˜ao desejada. Por exemplo, um termistor ´e um semicondutor sens´ıvel `a temperatura. Este sensor n ˜ao gera nenhum sinal el ´etrico mas, quando uma corrente el ´etrica, isto

´e, o sinal de excitac¸ ˜ao, passa por este, a sua resist ˆencia pode ser medida atrav ´es da variac¸ ˜ao da corrente e/ou tens ˜ao ao longo do termistor. Estas variac¸ ˜oes, apresentadas em Ohm, est ˜ao diretamente relacionadas com a temperatura, atrav ´es da sua func¸ ˜ao de transfer ˆencia.

Os sensores podem tamb ´em ser classificados de acordo com sinal que atua como est´ımulo, por exemplo t ´ermico, magn ´etico, ´otico, mec ˆanico, biol ´ogico, qu´ımico, entre outros, sendo o foco deste tra- balho os biossensores [12].

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2.3.1 Biossensores

Atualmente, o estudo e aplicac¸ ˜ao de biossensores tem, cada vez mais, a atenc¸ ˜ao dos engenheiros.

Para al ´em das diversas aplicac¸ ˜oes cl ´assicas no ramo da medicina, criou-se um novo paradigma que utiliza uma analogia de computac¸ ˜ao f´ısica [14] e pode ser descrita como computac¸ ˜ao fisiol ´ogica. As novas aplicac¸ ˜oes dos biossensores tornaram-se, por este motivo, um tema de ampla relev ˆancia na comunidade dos engenheiros e, por consequ ˆencia, h ´a grandes evid ˆencias de que o estudo dos sinais biol ´ogicos e dos seus sensores ´e um ramo de interesse em crescimento.

O primeiro biossensor foi desenvolvido, em 1962, por Clark e Lyons que imobilizava Glicose Oxi- dase (GOx), com a finalidade de quantificar a concentrac¸ ˜ao de glicose de uma amostra [15,16]. Des- creveram como fazer melhores sensores eletromec ˆanicos (PH, polarogr ´afico, potenciom ´etrico ou con- dutom ´etrico), atrav ´es de um ´unico el ´etrodo de oxig ´enio, acoplado a um contra-el ´etrodo.

De acordo com Thevenot, T ´oth, Durst e Wilson [17], um biossensor ´e um sistema integrado com a capacidade de fornecer informac¸ ˜ao espec´ıfica quantitativa ou semi-quantitativa, com recurso a um ele- mento de detec¸ ˜ao biol ´ogica (recetor bioqu´ımico), que esteja em contacto direto com um transdutor. Um biossensor deve ser distinguido, notoriamente, de um sistema de an ´alise biol ´ogica que requer ac¸ ˜oes adicionais de processamento, como por exemplo a aplicac¸ ˜ao de um reagente. Al ´em disso, um bios- sensor deve distinguir-se de uma biosonda, caracterizada pela descartabilidade ap ´os uma utilizac¸ ˜ao ou pela falta de capacidade de monitorizac¸ ˜ao cont´ınua.

Todos os biossensores s ˜ao compostos por dois elementos distintos, presentes na figura 2.2, uma entidade de reconhecimento biol ´ogico, na proximidade de um transdutor.

O bioreceptor ´e caracterizado por ser sens´ıvel ao sinal biol ´ogico (ex: enzima, ´Acido Desoxirribonu- cleico (ADN), anticorpo), ou seja, deteta o elemento procurado, denominado de analito. O transdutor converte a resposta, resultante da interac¸ ˜ao do analito com o bioreceptor, num sinal el ´etrico, sendo a sua intensidade direta ou inversamente proporcional `a concentrac¸ ˜ao do analito. Os transdutores eletro- mec ˆanicos s ˜ao utilizados, frequentemente, no desenvolvimento de biossensores. Estes sistemas t ˆem bastantes benef´ıcios, tais como: baixo custo,designsimples e pequenas dimens ˜oes. Os biossensores podem tamb ´em ser baseados em gravimetr´ıa, colorimetria ou detec¸ ˜ao ´otica [18].

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Figura 2.2:Esquema de um biossensor [18].

Os biossensores t ˆem in ´umeras vantagens, sobrepondo-se `as an ´alises convencionais, por permiti- rem que o estudo dos sinais biol ´ogicos de um indiv´ıduo seja menos dependente de instalac¸ ˜oes laborato- riais de an ´alise. Por este motivo, o custo dos processos com recurso a biossensores, comparativamente aos convencionais, torna-os ainda mais apreciados [19].

Apesar da vasta diversidade de biossensores, estes podem ser agrupados em dois grupos distintos, invasivos e n ˜ao invasivos.

Os sensores invasivos apresentam uma grande variedade dedesigns, por forma a enquadrarem- se em v ´arias necessidades. Contudo, ´e poss´ıvel que os sensores invasivos provoquem uma resposta que poder ´a resultar no seu revestimento com prote´ınas e outros res´ıduos biol ´ogicos, afetando assim a performance do sensor, mas, mais importante que isto, pode sujeitar o indiv´ıduo a um trauma cl´ınico.

A colocac¸ ˜ao de sensores `a superf´ıcie do corpo evita as dificuldades associadas aos m ´etodos inva- sivos. Por ´em, o espetro de diferentes tipos de testagem fica limitado aos est´ımulos que s ˜ao poss´ıveis captar `a superf´ıcie da pele [20].

A resposta fisiol ´ogica ao stress fornece ao organismo algumas capacidades, tais como maior vi- gil ˆancia, energia, regulac¸ ˜ao fisiol ´ogica e ativac¸ ˜ao imunol ´ogica, que ajudam o indiv´ıduo a sobreviver em casos cr´ıticos. At ´e um certo n´ıvel, ostress pode ser ´util em situac¸ ˜oes exigentes, por exemplo, para realizar um trabalho atempadamente ou para estudar para um exame. No entanto, quando excede determinados n´ıveis ou persiste durante demasiado tempo, pode n ˜ao ser ben ´efico, tornando-se preju- dicial para a sa ´ude, regulac¸ ˜ao emocional, produtividade e qualidade de vida. Com base na teorias de Lazarus, o que causa a reac¸ ˜ao aostress n ˜ao ´e apenas o stress ambiental, mas tamb ´em a emoc¸ ˜ao associada e o seu significado avaliado pela pessoa [21].

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A medic¸ ˜ao do stresspsicol ´ogico ´e, convencionalmente, realizada recorrendo a tr ˆes m ´etodos prin- cipais. A maioria dos diagn ´osticos psiqui ´atricos ou psicol ´ogicos de stress baseia-se em entrevistas, question ´arios e testes de auto-avaliac¸ ˜ao. Embora estes m ´etodos tenham sido validados, para obter resultados mais concretos e fi ´aveis, h ´a necessidade de medidas objetivas. Na pr ´atica, esta ´ultima consiste frequentemente em m ´etodos invasivos, ou seja, an ´alise de sangue ou amostras de cortisol, sendo que estas monitorizac¸ ˜oes n ˜ao podem ser realizadas a longo prazo e com frequ ˆencia [22]. Por este motivo, a an ´alise de dados fisiol ´ogicos para o reconhecimento do estado de stress ´e feita, cada vez mais frequentemente, pela combinac¸ ˜ao destes dados captados de uma forma n ˜ao invasiva, tais como o ritmo card´ıaco, atividade respirat ´oria, Atividade Eletrod ´ermica (AED), temperatura da pele, Photoplethysmography(PPG) ou Eletromiografia (EMG) [23].

Os biossensores t ˆem um papel com import ˆancia temporalmente crescente na ´area do reconheci- mento de emoc¸ ˜oes no geral, sendo estas um aspeto importante na comunicac¸ ˜ao e interac¸ ˜ao entre pes- soas. Apesar das emoc¸ ˜oes serem intuitivamente conhecidas, ´e dif´ıcil definir precisamente “emoc¸ ˜ao”. O fil ´osofo grego Arist ´oteles descrevia as emoc¸ ˜oes como um est´ımulo de avaliac¸ ˜ao de experi ˆencias com base no potencial de gerar dor ou prazer. Ao longo dos anos, t ˆem vindo a surgir outras definic¸ ˜oes, contudo, nos dias de hoje, ainda n ˜ao h ´a um consenso relativamente a estas [24]. De forma a compre- ender estas emoc¸ ˜oes, atrav ´es de sinais captados por sensores, ´e necess ´ario fazer uso de estrat ´egias de classificac¸ ˜ao [25], tal como o modelo dimensional na figura2.3.

Figura 2.3:Modelo Dimensional de Emoc¸ ˜oes [24].

Apesar da dificuldade de defini-la com precis ˜ao, a emoc¸ ˜ao est ´a sempre presente e ´e um fator impor- tante na vida humana. O estado emocional das pessoas influ ˆencia fortemente a sua forma de comunicar e, tamb ´em, a sua atuac¸ ˜ao e produtividade. Desta forma, este ´e um tema de elevada relev ˆancia no meio militar para o aumento da produtividade no dia-a-dia, bem como nas miss ˜oes em territ ´orio nacional e no estrangeiro.

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2.3.2 Eletromiografia

AEMGpermite o estudo da atividade muscular de um indiv´ıduo atrav ´es dos sinais el ´etricos emiti- dos pela musculatura esquel ´etica, fornecendo informac¸ ˜ao sobre a quantidade e qualidade da ativac¸ ˜ao el ´etrica gerada pelo m ´usculo [26]. ´E um dos melhores m ´etodos objetivos e informativos para o estudo da condic¸ ˜ao funcional do sistema nervoso perif ´erico, permitindo detetar patologias neste. Atrav ´es da EMG ´e poss´ıvel estabelecer a natureza da doenc¸a e efetuar um diagn ´ostico, que permite tamb ´em con- trolar objetivamente a efic ´acia de tratamentos, por forma a prever o tempo e as fases de recuperac¸ ˜ao do paciente.

No ˆambito das les ˜oes musculares, uma quantidade significativa de tratamentos inadequados ´e re- alizada devido `a gravidade da les ˜ao, erros de diagn ´ostico e intervenc¸ ˜ao qualificada tardia. A escolha dos m ´etodos de tratamento e reabilitac¸ ˜ao para este problema ´e realizada sem uma avaliac¸ ˜ao objetiva do estado estrutural-funcional dos m ´usculos. Para resolver este problema, uma soluc¸ ˜ao proposta pela comunidade de investigadores ´e a utilizac¸ ˜ao de dispositivos de monitorizac¸ ˜ao permanente dos sinais vitais de uma pessoa. Os dispositivos deEMGs ˜ao os indicados para fazer esta monitorizac¸ ˜ao, por ´em, estes s ˜ao no geral constru´ıdos com transmiss ˜ao de dados por fio. Por esse motivo, uma prioridade da investigac¸ ˜ao sobre dispositivos deEMG ´e a transmiss ˜ao de dados viawireless[27].

Quanto ao cansac¸o muscular, se este aumentar abruptamente ou for continuado por um longo per´ıodo de tempo, ser ˜ao causadas les ˜oes musculares, sendo que, se tal ocorrer, a func¸ ˜ao motora ir ´a diminuir [28]. De forma a evit ´a-lo, o per´ıodo de descanso deve ser feito num tempo m´ınimo estabe- lecido de acordo com o cansac¸o muscular, que nos dias de hoje pode ser detetado por meio de uma EMG[29].

Para al ´em disso, a comunidade cient´ıfica tem feito esforc¸os no sentido de ligar as respostas corpo- rais `as emoc¸ ˜oes, um exemplo disso ´e o estudo realizado por Yang Guangying e Yang Shanxiao [30]

que, com apoio do classificador autom ´atico, identifica alegria, raiva, tristeza e prazer, tendo assimEMG um papel importante nesta ´area.

2.3.3 Eletrocardiograma

As contrac¸ ˜oes card´ıacas ocorrem devido a um conjunto de impulsos el ´etricos que se sucedem no corac¸ ˜ao. O Eletrocardiograma (ECG) ´e obtido atrav ´es da monitorizac¸ ˜ao e gravac¸ ˜ao dessa atividade, que fornece informac¸ ˜ao sobre a sa ´ude, estrutura card´ıaca e respetiva funcionalidade [31].

Com as grandes alterac¸ ˜oes na sociedade, os cidad ˜aos t ˆem vindo a ser submetidos a um elevado aumento de stress, ansiedade, fadiga, entre outros, tornando a populac¸ ˜ao mais suscet´ıvel a contrair doenc¸as, sendo as mais comuns associadas ao corac¸ ˜ao. Dado este problema, as tecnologias t ˆem evolu´ıdo no sentido de permitir que cada pessoa possa ter acesso a alguns dos par ˆametros que s ˜ao

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indicadores dessas doenc¸as.

OECGtem grandes custos quando realizado em hospitais, para al ´em disso, obriga-nos a despender de tempo e ´e um processo com bastante complexidade. A comunidade cient´ıfica t ˆem tentado continu- amente encontrar uma alternativa para contornar este problema, chegando `a conclus ˜ao que uma das melhores soluc¸ ˜oes passa por recorrer `aIoTcomo ferramenta.

Para um n ´umero crescente de pessoas, os acess ´orios est ˜ao a tornar-se essenciais no seu quotidi- ano, alguns deles para a monitorizac¸ ˜ao cont´ınua do ritmo card´ıaco.

OECG ´e um m ´etodo preciso para determinar o ritmo card´ıaco mas, por norma, n ˜ao ´e pr ´atico para ser feito no dia-a-dia pois s ˜ao necess ´arios aparelhos n ˜ao port ´ateis. Portanto, a monitorizac¸ ˜ao do ritmo card´ıaco feita pelo pulso tornou-se bastante utilizada, sendo baseada em fotopletismografia (do ingl ˆes, PPG) nestes dispositivos. Diversos dispositivos comerciais, tais como os rel ´ogios da Apple, Garmin ou Samsung, incluem um sensorPPG. No entanto, em comparac¸ ˜ao com os dados tradicionais doECG, a estimativa do ritmo card´ıaco n ˜ao ´e t ˜ao precisa, especialmente em movimento, o que acaba sempre por acontecer devido `a atividade f´ısica do utilizador, reduzindo significativamente a qualidade do sinal PPG[32]. Desta forma, um sensorECG de pequenas dimens ˜oes pode ser uma soluc¸ ˜ao para estes problemas.

2.3.4 Atividade eletrod ´ermica

A AED capta as alterac¸ ˜oes na condut ˆancia da pele resultantes da atividade das gl ˆandulas su- dor´ıparas. Healey et al. [33] salientaram a relev ˆancia da junc¸ ˜ao da AED e do ECG como a melhor combinac¸ ˜ao para a detec¸ ˜ao de stress, entre outros sinais fisiol ´ogicos. Em particular, a AEDpoderia fornecer uma m ´etrica fi ´avel destresse tem sido utilizada como base fidedigna para comparar o desem- penho de outros sinais [34]. Alguns estudos j ´a utilizaram aAEDcomo ´unico sinal de entrada de um classificador supervisionado para discriminar se uma pessoa est ´a emstressou n ˜ao e para monitorizar a carga cognitiva e tarefas stressantes [35–37].

Esta atividade est ´a associada `a reac¸ ˜ao “lutar ou fugir”, descrita pelo fisiologista Walter Bradford Can- non, em 1927 [38], sendo caracterizada com uma resposta fisiol ´ogica autom ´atica a um acontecimento stressante ou assustador. Para al ´em disso, Ali Rizwan et al. [39] conduziram um estudo que comprovou que, atrav ´es de um algoritmo de aprendizagem autom ´atica aplicado ao sinal extra´ıdo por um sensor de AED, ´e poss´ıvel identificar o estado de hidratac¸ ˜ao, o que ´e bastante importante no meio militar, visto que a condic¸ ˜ao f´ısica de um indiv´ıduo e a capacidade de dar continuidade prolongada a esforc¸os f´ısicos est ˜ao diretamente relacionadas com os seus n´ıveis de hidratac¸ ˜ao.

AAEDsalienta-se na medida em que est ´a unicamente sob o controlo do sistema nervoso simp ´atico e, para al ´em disso, ´e simples de medir com alguns el ´etrodos nos dedos. Por estas raz ˜oes, tem uma popularidade crescente como ferramenta do neuromarketing. Al ´em do mais, tamb ´em tem diversas

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potenciais aplicac¸ ˜oes, tanto na investigac¸ ˜ao como na medicina cl´ınica. Uma barreira `a sua utilizac¸ ˜ao ´e a falta de modelos estat´ısticos precisos baseados em fisiologia que fornec¸am uma vis ˜ao detalhada aos investigadores.

As abordagens existentes `a an ´alise daAEDtiram partido de impulsos discretos, subidas e descidas not ´aveis dos dados de sa´ıda, chamada Resposta Galv ˆanica da Pele (RGP). Os modelos da AED utilizam m ´etricas, tais como o n ´umero e amplitude das flutuac¸ ˜oes na condut ˆancia da pele.

Quando o nervo simp ´atico que enerva as gl ˆandulas sudor´ıparas aumenta os est´ımulos, devido `a ati- vidade simp ´atica, o suor ´e secretado e difunde-se para cima atrav ´es da conduta da gl ˆandula sudor´ıpara em direc¸ ˜ao `a superf´ıcie da pele [40]. Assim, ´e criado um caminho de resist ˆencia reduzida `a superf´ıcie da pele, que leva ao aumento da condutividade el ´etrica, aRGP. O aumento ´e transit ´orio porque quan- tidades ´ınfimas de suor evaporam imediatamente ap ´os exposic¸ ˜ao ao ar. ARGP, dada por impulsos, ´e a forma de correlacionar aAEDcom a atividade simp ´atica [41].

Apesar dos esforc¸os realizados, existem barreiras metodol ´ogicas que impedem a exportac¸ ˜ao dos estudos baseados unicamente emAEDpara o nosso dia-a-dia. Primeiramente, os sinais deAEDs ˜ao distorcidos pelo ru´ıdo e movimento, cujo espetro de frequ ˆencias ´e pr ´oximo e sobrep ˜oem-se `a banda de frequ ˆencia daAED. Al ´em de que, no quotidiano, um indiv´ıduo ´e exposto a m ´ultiplas situac¸ ˜oes destress que podem ser intervaladas por curtos espac¸os de tempo, levando a respostas eletrod ´ermicas sobre- postas. Esta sobreposic¸ ˜ao ´e uma das maiores limitac¸ ˜oes daAED, podendo dar origem a uma conclus ˜ao errada atrav ´es da an ´alise do sinal. Por esse motivo, quando utilizados m ´etodos autom ´aticos de an ´alise atrav ´es da computac¸ ˜ao, deve ter-se principalmente em atenc¸ ˜ao o controlo das carater´ısticas extra´ıdas, mas n ˜ao s ´o, s ˜ao tamb ´em importantes os custos computacionais, o risco de overfitting do modelo, a realizac¸ ˜ao de uma classificac¸ ˜ao imparcial e independente do sujeito. Contudo, apesar de haver v ´arios problemas associados `a an ´aliseAEDextra´ıda no decorrer de um dia de um indiv´ıduo, este m ´etodo de estudo destressdemonstra-se mais preciso quando comparado com os m ´etodos convencionais [42].

2.3.5 Eletroencefalografia

A Eletroencefalografia (EEG) permite o estudo da atividade cerebral de um indiv´ıduo atrav ´es dos sinais el ´etricos emitidos pelos dois hemisf ´erios do c ´erebro ao longo do tempo [43]. Este procedimento

´e considerado excecional para estudar a atividade cerebral devido `as suas vantagens, tais como ser um m ´etodo n ˜ao invasivo que mede diretamente as atividades neuronais e possuir a capacidade de fazer medic¸ ˜oes em tempo real, expondo o indiv´ıduo a diferentes situac¸ ˜oes de forma a obter um bom diagn ´ostico da sua resposta emocional a estas. Atrav ´es deste procedimento, ´e poss´ıvel relacionar a atividade cerebral direta e particularmente a certas emoc¸ ˜oes.

Hans Berger, o inventor da EEG, apresentou um m ´etodo para captar diferentes ondas cerebrais, presentes no c ´erebro humano. O neuro-sinal, baseado naEEG, ´e processado em dados com determi-

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nadas bandas -Delta,Theta,Alpha,BetaeGamma. Estas categorias s ˜ao determinadas por diferentes pot ˆencias de ondas cerebrais em gamas de frequ ˆencia espec´ıficas, como se pode verificar na tabela 2.1.

Tabela 2.1:Gamas de frequ ˆencia espec´ıficas das ondas cerebrais [44].

Ondas Cerebrais Frequ ˆencia[Hz]

Delta 0.1-4

Theta 4-7

Alpha 8-12

Beta 13-30

Gamma >30

In ´umeras pessoas t ˆem-se dedicado a realizar investigac¸ ˜oes subordinadas ao estudo das emoc¸ ˜oes recorrendo `aEEG. Um dos resultados com mais relevo ´e o importante papel da banda de frequ ˆencia Alpha, sendo que Kostyunina et al. [45] descobriram que diferentes estados emocionais mostram dife- rentes frequ ˆencias de pico nesta banda.

AEEG´e um dos melhores m ´etodos para monitorizac¸ ˜ao comportamental, emocional, de processos cognitivos, entre outros. A an ´alise destas situac¸ ˜oes tamb ´em pode ser realizada atrav ´es de express ˜oes faciais e da fala. Por ´em, como aEEGextrai dados fisiol ´ogicos diretamente ligados ao sistema nervoso central, a informac¸ ˜ao ´e mais fidedigna pois estes sinais fisiol ´ogicos n ˜ao podem ser ocultados, devido `a sua natureza proveniente de flutuac¸ ˜oes internas da informac¸ ˜ao neuronal. Destaca-se uma das grandes desvantagens daEEG: ser bastante afetada pela movimentac¸ ˜ao do indiv´ıduo [44].

2.3.6 Aceler ´ ometro

Os aceler ´ometros s ˜ao dos sistemas micro-eletro-mec ˆanicos mais simples, convertem acelerac¸ ˜ao linear ou angular numa resposta el ´etrica atrav ´es de condensadores que est ˜ao associados a cada um dos eixos X, Y e Z [46].

O Aceler ´ometro (ACC) permite a an ´alise do movimento de um indiv´ıduo e, atualmente, tem de- sempenhado um papel muito importante no mundo dos desportos e da medicina, principalmente na recuperac¸ ˜ao de pacientes. Desta forma, pode ser tamb ´em relevante para uma avaliac¸ ˜ao de um treino ou exerc´ıcio militar.

Na atualidade, os fisioterapeutas e m ´edicos avaliam os resultados de reabilitac¸ ˜ao observando ape- nas o indiv´ıduo em causa. Cada fisioterapeuta ou m ´edico que avalia o progresso do paciente, fornece o seu pr ´oprio diagn ´ostico, sendo que estes resultados podem ser totalmente diferentes, dando origem a uma tardia avaliac¸ ˜ao do progresso do paciente. Para al ´em disso, desta forma, n ˜ao ´e poss´ıvel um indiv´ıduo monitorizar os seus progressos sem um profissional das ´areas supra-referidas. Utilizando o ACCno processo de reabilitac¸ ˜ao, podemos melhorar a avaliac¸ ˜ao dos resultados e aumentar a sua efici ˆencia [47].

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No desporto, os treinadores ajudam o atleta dizendo-lhes como melhorar o seu desempenho, mas n ˜ao t ˆem uma ferramenta para monitorizar constantemente cada movimento do atleta. OACCpode ser a soluc¸ ˜ao para este problema, ao dar a informac¸ ˜ao ao formador e a profissionais de sa ´ude relativamente ao estado do atleta. Posto isto, permite que seja feito um treino mais adequado, melhorando as suas capacidades. Desta maneira, podemos dizer que oACCfornece informac¸ ˜oes cruciais aos terapeutas, m ´edicos e treinadores na decis ˜ao dos m ´etodos de tratamento, reabilitac¸ ˜ao e formac¸ ˜ao. Estes senso- res, de tamanho reduzido, podem ser acoplados dispersamente pelo corpo, permitindo uma melhor percepc¸ ˜ao dos movimentos do indiv´ıduo em estudo [48].

2.4 Atuadores

Um atuador ´e uma parte de um dispositivo ou m ´aquina que produz uma resposta quando recebe um sinal de controlo e est ´a principalmente ligado a movimentos f´ısicos, mas tamb ´em pode ser a reproduc¸ ˜ao de um som, emiss ˜ao de luz, entre outros [49]. Estes dispositivos t ˆem diversas funcionalidades e, atu- almente, existem in ´umeros esforc¸os no desenvolvimento de tecnologias de atuac¸ ˜ao para utilizac¸ ˜ao em dispositivos tais como: rob ˆos antropom ´orficos, micro-rob ˆos, rob ˆos micro-cir ´urgicos, pr ´oteses e ´org ˜aos artificiais [50], sendo que tamb ´em s ˜ao amplamente utilizados, a par de sensores, na produc¸ ˜ao de uma resposta ao sinal captado.

Juntamente com os biossensores, os atuadores podem ser ´uteis na criac¸ ˜ao de um sinal de aviso ao indiv´ıduo em teste, como por exemplo uma vibrac¸ ˜ao quando o seu ritmo card´ıaco est ´a demasiado elevado ou na emiss ˜ao de uma luz quando os n´ıveis destressse aproximam de n´ıveis considerados cr´ıticos.

2.5 Aprendizagem autom ´atica

A aprendizagem autom ´atica, como um ramo da intelig ˆencia artificial, tem vindo a desempenhar um papel cada vez mais importante na investigac¸ ˜ao cient´ıfica nos ´ultimos anos. Foi descrita por Arthur Samuel, como o campo de estudo que d ´a aos computadores a capacidade de aprender sem ser expli- citamente programados [51].

Os algoritmos de aprendizagem podem ser divididos em v ´arios tipos de modelos de acordo com as caracter´ısticas do problema em quest ˜ao.

A aprendizagem supervisionada consiste num algoritmo que gera uma func¸ ˜ao para relacionar deter- minadas caracter´ısticas de um conjunto de dados com uma sa´ıda desejada. ´E constru´ıdo um modelo a partir de conjuntos de dados com o objetivo de fazer previs ˜oes em novos dados. Os algoritmos su- pervisionados podem ser subdivididos em problemas de classificac¸ ˜ao e regress ˜ao. Por um lado, nos

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problemas de classificac¸ ˜ao o objetivo ´e atribuir um resultado de entre um conjunto de categorias, como por exemplo stressou calmo. Por outro lado, a regress ˜ao tem como sa´ıda final um valor num ´erico e n ˜ao uma categoria.

Em contrapartida, na aprendizagem n ˜ao supervisionada, o modelo a utilizar n ˜ao tem resultados pre- definidos como refer ˆencia para aprender. Por consequ ˆencia, a aprendizagem ´e focada em encontrar semelhanc¸as nos dados em an ´alise e agrup ´a-los com base nas mesmas. Os algoritmos n ˜ao super- visionados podem ser subdivididos em problemas declustering e de associac¸ ˜ao. Relativamente aos primeiros, estes s ˜ao utilizados quando se pretende conjuntos distintos de dados. Nos algoritmos de associac¸ ˜ao, conforme o nome indica, pretende-se revelar associac¸ ˜oes em grandes conjuntos de dados, um exemplo comum deste sistema ´e a an ´alise das vendas para encontrar a melhor forma de colocar artigos numa loja.

Atrav ´es de uma combinac¸ ˜ao de ambas surge a semi-supervisionada, onde apenas alguns dos da- dos t ˆem os seus dados de sa´ıda identificados. Esta combinac¸ ˜ao tem, por norma, a quantidade de dados identificados bastante reduzida comparativamente aos n ˜ao identificados. Esta forma de aprendi- zagem pode ser ´util na medida em que o processamento de grandes quantidades de dados, no caso da aprendizagem supervisionada, pode ser bastante dispendioso ao n´ıvel de recursos de processamento e de tempo. Desta forma, atrav ´es da aprendizagem semi-supervisionada, poupa-se recursos e, para al ´em disso, est ´a menos sujeito aooverfiting[52].

2.5.1 Interpretabilidade

A gest ˜ao da sociedade era feita unicamente por seres humanos, no entanto isso pode vir a mudar.

Quando nos candidat ´avamos a um emprego ou empr ´estimo, o resultado final dessa candidatura era dado por uma pessoa. Se fossemos para um hospital, um m ´edico tentaria categorizar a nossa doenc¸a e recomendar o tratamento mais adequado. Para decis ˜oes como estas, h ´a uma explicac¸ ˜ao para a decis ˜ao tomada.

Se um pedido de empr ´estimo for recusado, por exemplo, ´e poss´ıvel compreender o racioc´ınio de quem tomou essa decis ˜ao para que numa pr ´oxima candidatura se possa preencher os requisitos ne- cess ´arios. Para al ´em disso, se a decis ˜ao for mal tomada, pode ser contestada podendo levar `a anulac¸ ˜ao da mesma. No hospital, a explicac¸ ˜ao de um m ´edico elucida-nos sobre a nossa condic¸ ˜ao.

Em contextos sociais, as raz ˜oes para uma decis ˜ao muitas vezes interessam. Por exemplo, causar intencionalmente a morte, comparativamente a involuntariamente, s ˜ao crimes distintos. No entanto, muitos dos modelos preditivos atuais n ˜ao s ˜ao interpret ´aveis, tornando imposs´ıvel explicar a tomada de decis ˜ao final [53].

Os modelos de aprendizagem autom ´atica t ˆem sido utilizados como uma ferramenta de soluc¸ ˜ao de problemas num grande espetro de ´areas cient´ıficas e da sociedade. No ramo da sa ´ude, surge o

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conceito de interpretabilidade a par destes modelos.

Apesar desta ferramenta j ´a ter provado ser ´util na ´area da sa ´ude, a interpretabilidade dos modelos, por vezes, pode ser um impedimento para uma maior adoc¸ ˜ao da aprendizagem autom ´atica em ambi- entes reais. Nesta ´area, apenas um alto desempenho das m ´etricas de validac¸ ˜ao dos modelos n ˜ao ´e o suficiente para que haja confianc¸a numa decis ˜ao que ´e feita por uma m ´aquina, visto que esta pode ter implicac¸ ˜oes diretas na sa ´ude de uma pessoa. Posto isto, h ´a que ser balanceada a interpretabilidade com o desempenho dos modelos de forma a obter o melhor desempenho, cumprindo os requisitos m´ınimos de interpretabilidade. Esta tarefa torna-se dif´ıcil devido `a relac¸ ˜ao entre este dois objetivos que, tal como se pode observar na figura2.4, quanto maior a exatid ˜ao, menor ´e a interpretabilidade [54].

Figura 2.4:Relac¸ ˜ao entre interpretabilidade e exatid ˜ao [54].

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2.5.2 Selec¸ ˜ao de caracter´ısticas

A selec¸ ˜ao de caracter´ısticas, como uma estrat ´egia de pr ´e-processamento de dados, ´e uma forma eficaz e eficiente na preparac¸ ˜ao de dados (especialmente, dados de grande dimens ˜ao) para diversos conjuntos de dados e problemas de aprendizagem autom ´atica. O objetivo da selec¸ ˜ao de caracter´ısticas s ˜ao a construc¸ ˜ao de modelos mais simples e compreens´ıveis, bem como, tornar os dados mais limpos, melhorando o desempenho dos modelos de aprendizagem [55].

A selec¸ ˜ao das caracter´ısticas deve ser distinguida da extrac¸ ˜ao de caracter´ısticas. Embora ambas as t ´ecnicas sejam utilizadas para reduzir o n ´umero de caracter´ısticas de um conjunto de dados, a extrac¸ ˜ao de caracter´ısticas ´e uma t ´ecnica de reduc¸ ˜ao na dimensionalidade que cria novas combinac¸ ˜oes de atributos, enquanto a selec¸ ˜ao de caracter´ısticas inclui e exclui os atributos que est ˜ao presentes nos dados sem os alterar [56]. As t ´ecnicas de selec¸ ˜ao de caracter´ısticas s ˜ao utilizadas principalmente quando a interpretabilidade do modelo ´e um requisito fundamental.

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Cap´ıtulo 3

Descric¸ ˜ao f´ısica dos dispositivos utilizados

O BITalino (r)evolution Plugged Kit ´e bastante vers ´atil e ´util no que toca `a aquisic¸ ˜ao de dados biom ´etricos. Este kit vem equipado com uma s ´erie de ferramentas, nomeadamente:

Sensores atuadores

Eletromiografia3.2.1 LED3.3.1 Eletrocardiograma3.2.2 BUZZER3.3.2

Atividade Eletrod ´ermica3.2.3 Digital-to-Analog Converter Eletroencefalografia3.2.4

Aceler ´ometro3.2.5 Luz3.2.6

Bot ˜ao3.2.7

Para al ´em dos sensores e atuadores, vem acompanhado de um m ´odulo central, 5 el ´etrodos pr ´e- gelificados, uma bateria de 700mAe um cabo de conex ˜ao UC-E6 para UC-E6.

3.1 M ´ odulo central

O m ´odulo central pode ser descrito separadamente de acordo com os seus 4 blocos funcionais representados na figura3.1; a vermelho, a Microcontroller Unit (MCU) baseada no microcontrolador ATmega328P; a preto, as portas f ˆemea UC-E6 que s ˜ao ainterfacede entrada e sa´ıda para controlo dos sensores e atuadores; a azul, o bloco de transmiss ˜ao com um BT121-A que est ´a destinado a aplicac¸ ˜oes que requerem conetividade tantoBLEcomo Bluetooth cl ´assico e, a verde, o bloco de alimentac¸ ˜ao com um interruptoron/off, uma entrada microUSB e um ponto de ligac¸ ˜ao para a bateria LiPo Battery 3.7V LP553436 700mA.

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Figura 3.1:M ´odulo central dividido em blocos.

3.2 Sensores

Nesta secc¸ ˜ao ´e feita uma descric¸ ˜ao detalhada de cada sensor, apresentando a forma como devem ser utilizados, as suas func¸ ˜oes de transfer ˆencia, os respetivos sinais em diversos cen ´arios e, por fim, as suas especificac¸ ˜oes e carater´ısticas.

3.2.1 Eletromiografia

O sensorEMGpermite o estudo da atividade muscular de um indiv´ıduo, fazendo a ligac¸ ˜ao ao mesmo atrav ´es de el ´etrodos pr ´e-gelificados ou secos. Tem uma configurac¸ ˜ao bipolar, ideal para a captac¸ ˜ao do sinal com baixo ru´ıdo, fornecendo assim dados biom ´etricos precisos para o desenvolvimento de projetos [57]. Na figura3.2 ´e poss´ıvel observar o sensor descrito.

Figura 3.2:Sensor para Eletromiografia [57].

Os el ´etrodos, positivo e negativo, t ˆem de ser colocados ao longo do m ´usculo cuja atividade se quer analisar e, para al ´em disso, o el ´etrodo de refer ˆencia numa regi ˜ao de baixa atividade muscular como, por exemplo, o cotovelo ou a clav´ıcula.

Um exemplo de medida pode ser feito no m ´usculo b´ıceps braquial, destacado a vermelho na figura 3.3.

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Figura 3.3:Posicionamento dos el ´etrodos doEMGno b´ıceps braquial (destacado a vermelho) para vers ˜aoStan- dard, `a esquerda, e para aAssembled, `a direita [57].

A resposta deste sensor `as contrac¸ ˜oes musculares (que pode ser observada na figura3.4) ´e rece- bida pelo BITalino e varia entre 0 e 2n−1 (n =resoluc¸ ˜ao de amostragem), sendo convertida para a unidade original de medida deste sensor [mV], usando a seguinte func¸ ˜ao de transfer ˆencia3.1.

EM G(mV) = (ADC2n12)∗V CC

GEM G ∗1000 (3.1)

Com:

EMG(mV) SinalEMGem mili-Volt (mV)

ADC Dados das amostras do sensor/canal (valor digital) n Resoluc¸ ˜ao de amostragem

V CC Tens ˜ao (3,3V quando utilizado com o BITalino) GEM G Ganho (1009)

A func¸ ˜ao transfer ˆencia 3.1 d ´a assim origem `a resposta da EMG captada com o software Open- Signals [58] para um ficheiro .txt, ao qual ´e feito um ajuste recorrendo ao c ´odigo de limpeza A.1.

Posteriormente, ´e processado com o c ´odigoA.3, que d ´a origem `a figura3.4com o sinal em estadoraw e com o sinal filtrado, destacando os momentos de impulsos nervosos.

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Figura 3.4:Dados de sa´ıda do sensor (sinal adquirido do b´ıceps braquial atrav ´es da flex ˜ao do cotovelo e antebrac¸o em supinac¸ ˜ao).

Especificac¸ ˜oes:

• Ganho: 1009 • Gama de variac¸ ˜ao:±1,64mV (@VCC=3,3V)

• Imped ˆancia de entrada:10/7,5GΩ/pF • Consumo: 0,17mA

• Tens ˜ao de entrada: 2,0-3,5V • CMRR: 86dB

Caracter´ısticas:

• Medic¸ ˜ao diferencial bipolar • Alta relac¸ ˜ao sinal-ru´ıdo

• Sa´ıda anal ´ogica pr ´e-condicionada • De pequenas dimens ˜oes

• Sa´ıda de dados n ˜ao processados • F ´acil de utilizar

• Pode ser utilizado com o cabo de dois ou tr ˆes el ´etrodos (sendo necess ´ario s ´o um ponto de refer ˆencia quando se utilizam v ´arios EMGs)

3.2.2 Eletrocardiograma

O sensor de baixo ru´ıdo da Plux utiliza um tr´ıodo diferencial que permite uma aplicac¸ ˜ao r ´apida para a aquisic¸ ˜ao de dados, sendo poss´ıvel usar outras configurac¸ ˜oes para o mesmo prop ´osito. Odesign inovador do sensor anal ´ogico tem como sua principal func¸ ˜ao a an ´alise minuciosa da actividade card´ıaca de um indiv´ıduo, atrav ´es dos dados brutos fornecidos [59].

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Figura 3.5:Sensor para Eletrocardiograma [59].

Para a aplicac¸ ˜ao dos el ´etrodos deste sensor ´e utilizada a configurac¸ ˜ao de Einthoven. O tri ˆangulo de Einthoven tem tr ˆes variac¸ ˜oes diferentes que dependem da posic¸ ˜ao onde se coloca os el ´etrodos:

• Derivac¸ ˜ao D1: medic¸ ˜ao do Brac¸o Direito (BD) para o Brac¸o Esquerdo (BE)

• Derivac¸ ˜ao D2: medic¸ ˜ao doBDpara a Perna Esquerda (PE)

• Derivac¸ ˜ao D3: medic¸ ˜ao doBEpara oPE

Nas seguintes figuras s ˜ao demonstrados os locais recomendados para se colocar os el ´etrodos para oECG, nas diferentes configurac¸ ˜oes de Einthoven, dependendo dos sensoresECGa utilizar e respeti- vos tamanhos dos cabos.

Figura 3.6:Posicionamento dos el ´etrodos do ECG conforme a configurac¸ ˜ao de Einthoven, com o sensor com cabos dos seguintes comprimentos: 1.5cm (+e−) e 3cm (refer ˆencia) [59].

Figura 3.7:Posicionamento dos el ´etrodos do ECG conforme a configurac¸ ˜ao de Einthoven, com o sensor que possui cabos com 30 cm de comprimento (+,

−e refer ˆencia) [59].

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Ap ´os serem colocados os el ´etrodos no indiv´ıduo em teste, os cabos dos el ´etrodos devem ser ligados com uma das configurac¸ ˜oes presentes na tabela3.1.

Tabela 3.1: Configurac¸ ˜oes de Einthoven

El ´etrodo Positivo(+) El ´etrodo Negativo(-) El ´etrodo de Refer ˆencia

Derivac¸ ˜ao I BE BD PE

Derivac¸ ˜ao II PE BD BE

Derivac¸ ˜ao III PE BE BD

A resposta deste sensor `as contrac¸ ˜oes card´ıacas (que pode ser observada na figura3.8) ´e recebida pelo BITalino e varia entre 0 e2n−1(n=resoluc¸ ˜ao de amostragem), sendo convertida para a unidade original de medida deste sensor [mV], utilizando a seguinte func¸ ˜ao de transfer ˆencia:

ECG(mV) = (ADC2n12)∗V CC

GECG ∗1000 (3.2)

Com:

ECG (mV) Sinal ECG em mili-Volt(mV)

ADC Dados das amostras do sensor/canal (valor digital) n Resoluc¸ ˜ao de amostragem

V CC Tens ˜ao (3,3V quando utilizado com o BITalino) GECG Ganho (1019)

Na seguinte imagem ´e poss´ıvel observar a resposta do ECG, retirada com o software OpenSig- nals [58] para um ficheiro.txt, ao qual ´e feito um ajuste recorrendo ao c ´odigo de limpezaA.1. Posteri- ormente, ´e processado com o c ´odigoA.3, que d ´a origem `a figura3.8com o sinal em estadoraw, com o sinal filtrado evidenciando os momentos de pico, o batimento card´ıaco instant ˆaneo, em destaque, `a direita, o momento de batimento.

Figura 3.8:Dados de sa´ıda do sensor (sinal adquirido em descanso).

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Especificac¸ ˜oes:

• Ganho: 1019 • Gama de variac¸ ˜ao:±1,47mV (@VCC=3V)

• Largura de Banda: 0,5-100Hz • Consumo: 0,5mA

• Imped ˆancia de entrada:≥100GΩ • CMRR: 100dB

Caracter´ısticas:

• Medic¸ ˜ao diferencial bipolar • Sa´ıda de dados n ˜ao processados com qua-

• Sa´ıda anal ´ogica pr ´e-condicionada lidade para avaliac¸ ˜ao m ´edica

• Alta relac¸ ˜ao sinal-ru´ıdo • De pequenas dimens ˜oes

• F ´acil de utilizar

3.2.3 Atividade eletrod ´ermica

O sensor AED permite, `a semelhanc¸a da frequ ˆencia card´ıaca, traduzir o n´ıvel de entusiasmo, frustrac¸ ˜ao e t ´edio de um indiv´ıduo, sendo desta forma relevante para o estudo da situac¸ ˜ao do mi- litar em teste [60], fazendo a ligac¸ ˜ao ao mesmo atrav ´es el ´etrodos pr ´e-gelificados ou secos. Tem uma configurac¸ ˜ao bipolar, ideal para a captac¸ ˜ao do sinal com baixo ru´ıdo, fornecendo assim dados biom ´etricos precisos para o desenvolvimento de projetos [61]. Na figura 3.9 ´e poss´ıvel observar o sensor supra descrito.

Figura 3.9:Sensor para a Atividade Electrod ´ermica [61].

A aplicac¸ ˜ao dos el ´etrodos deste sensor, por norma, ´e feita entre dois dedos adjacentes de forma a medir a diferenc¸a de potencial na pele, por ´em, pode ser realizada de diversas formas. A diferenc¸a de potencial ´e medida entre os dois el ´etrodos utilizados (+ & -). Sendo poss´ıvel fazer esta conex ˜ao de duas formas diferentes observ ´aveis na tabela3.2.

Tabela 3.2:Configurac¸ ˜oes paraAED.

Eletrodo Positivo(+) Eletrodo Negativo(-) Derivac¸ ˜ao I dedo indicador dedo m ´edio Derivac¸ ˜ao II dedo m ´edio dedo indicador

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Na seguinte imagem ´e poss´ıvel observar o local preciso onde colocar os el ´etrodos:

Figura 3.10:Posicionamento dos el ´etrodos para aAED[61].

A resposta deste sensor (que pode ser observada na figura 3.11) ´e recebida pelo BITalino e varia entre 0 e2n−1(n=resoluc¸ ˜ao de amostragem), sendo convertida para a unidade original de medida deste sensor [µS], usando a func¸ ˜ao de transfer ˆencia3.3.

AED(µv) =

ADC

2n ∗V CC GAED

∗106 (3.3)

Com:

AED(µS) Sinal AED em microsiemens (µS)

ADC Dados das amostras do sensor/canal (valor digital) n Resoluc¸ ˜ao de amostragem

V CC Tens ˜ao (3,3V quando utilizado com o BITalino) GAED Ganho (0,132)

Na imagem3.11 ´e poss´ıvel observar a resposta doAED, retirada com osoftwareOpenSignals [58]

para um ficheiro.txt, ao qual ´e feito um ajuste recorrendo ao c ´odigo de limpezaA.1. Posteriormente,

´e processado com o c ´odigoA.3, que d ´a origem `a figura3.11com o sinal em estadoraw e com o sinal filtrado evidenciando o momento de pico, que corresponde ao aumento destress.

Referências

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