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Personalidade e Crescimento Pessoal Cap.1e2

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Academic year: 2021

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PERSONALIDADE

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F145p Fadiman, Jarnes

Personalidade e crescimento pessoal / James Fadiman e Robert Frager; trad. Daniel Bueno - 5. ed. - Porto Alegre : Artmed, 2004.

1. Psicologia - Desenvolvimento - Personalidade. I. Frager, Robert. II. Título.

CDU 159.923.2

Catalogação na publicação: Mônica Ballejo Canto - CRB 10/1023 ISBN 85-363-0207-0

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PERSONALIDADE

E CRESCIMENTO PESSOAL

James FADIMAN

Robert FRAGER

5

1

edição

Tradução: Daniel Bueno

Consultoria, supervisão e revisão técnica desta edição: Bernard Range

Doutor cm Psicologia Instituto de Psicologia, UFRJ Marta Rezende Cardoso (Cap. 1)

Doutora em Psicopatologia Fundamental e Psicanálise Université Paris VII

Ana lila Lejarraga (Cap. 2) Doutora em Saúde Coletiva Instituto de Medicina Social, UERJ Rogério Christiano Buys (Caps. 14 e 15)

Doutor em Psicologia Instituto de Psicologia, UFRJ

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Obra originalmente publicada sob o título Personality & personal growth

© Prentice Hall, 2002 ISBN 0-13-040961-8 Capa Gustavo Macri Preparação do original Josiane Tibursky Leitura final Aline Pereira Supervisão editorial Mônica Ballejo Canto

Projeto e editoração

Armazém Digital Editoração Eletrônica - Roberto Vieira

Reservados todos os direitos de publicação, em língua portuguesa, à ARTMED® EDITORA S.A.

Av. Jerônimo de Ornelas, 670 - Santana 90040-340 Porto Alegre RS

Fone: (51) 3330-3444 Fax: (51) 3330-2378

É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, no todo ou em parte, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (eletrônico, mecânico, gravação,

fotocópia, distribuição na Web e outros), sem permissão expressa da Editora. SÃO PAULO

Av. Rebouças, 1073 - Jardins 05401-150 São Paulo SP

Fone: (11) 3062-3757 Fax: (11) 3062-2487 SAC 0800 703-3444

* IMPRESSO NO BRASIL

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A nossas esposas: Ayhan e Dorothy

e filhos: Ariel, Eddie, John, Kenan, Renee e Maria e aos nossos Professores

Nossos sinceros agradecimentos também aos colaboradores: William Brater, Rebecca Caldwell, Jennifer Clements, Franz R. Epting, Judith V Jordan, Larry M. Leitner, Jean Baker Miller, Bernard J. Paris, Kaisa Puhakka, Jonathan D. Raskin, Irene Pierce Stiver,

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AUTORES

James Fadiman Doutorado em Psicologia pela Universidade de Stanford, leciona na San Fran-cisco State University, na Brandeis University e em Stanford. Tem sua própria empresa de consultoria e oferece seminários para executi-vos e educadores nos EUA e no exterior. É au-tor ou organizador de livros sobre saúde holís-tica, estabelecimento de metas e psicologia anormal, além de editor de duas revistas. Tam-bém é membro da diretoria de diversas cor-porações ligadas à preservação dos recursos naturais.

Robert Frager Doutorado em Psicologia Social pela Universidade de Harvard, onde foi professor-assistente de Erik Erikson. Leciona Psicologia na UC Berkeley, na UC Santa Cruz e é fundador e primeiro presidente do Instituto de Psicologia Transpessoal. Também foi Pre-sidente da Associação de Psicologia Transpes-soal. Autor de diversos livros e inúmeros arti-gos em psicologia e áreas afins, atualmente é diretor do programa de orientação espiritual no Instituto de Psicologia Transpessoal em Paio Alto, Califórnia.

Utilizo os conhecimentos psicológicos e clíni-cos que adquiri na escola de pós-graduação em uma variedade de áreas além da psicolo-gia. Embora tenha sido orientador educacio-nal universitário por muitos anos e continue dando aulas de psicologia, tenho me dedica-do mais ao trabalho de consultoria com cien-tistas e homens de negócios. Minhas pesqui-sas iniciais sobre estados alterados de cons-ciência me permitiram descobrir a profunda sabedoria das culturas indígenas e não-ociden-tais. Descobri com prazer que a sabedoria an-tiga revelou-se imensamente prática. Este livro me ofereceu oportunidade de reu-nir diferentes pontos de vista que me pare-ciam pessoalmente úteis, ainda que os cria-dores destas idéias fossem mutuamente an-tagônicos.

Atualmente dou aulas sobre resolução criati-va de problemas e inventividade para uma im-portante empresa de produtos eletrônicos do Vale do Silício, estou concluindo um segundo romance, continuo escrevendo uma série de contos, além de estar envolvido com diversas empresas ambientais iniciantes.

Tive a sorte de ter conhecido e trabalhado com muitos teóricos e terapeutas notáveis, cujo tra-balho é apresentado neste livro; pessoalmen-te me submeti à análise junguiana, à pessoalmen-terapia Gestalt, à terapia reichiana e neoreichiana, e ao grupo de trabalho rogeriano. Também já vivi em templos zens, retiros iogues e centros sufistas; estudei e pratiquei essas tradições. Além de ensinar psicologia, sou instrutor de aikido, a arte marcial japonesa, a qual pratico há mais de trinta anos. Fui aluno direto do fundador do aikido. Ele foi o primeiro de uma série de professores maravilhosos que me en-sinaram o que Maslow chamava de confins da natureza humana. Em parceria com Jim Fadiman, organizei uma coletânea de históri-as, poesias e ensinamentos sufisthistóri-as, intitulada

Essential sufism (HarperSanFrancisco, 1997),

e escrevi Heart, Self, and Soul (Quest, 1999), um livro sobre psicologia sufista.

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PREFÁCIO

Mais uma vez fizemos mudanças para facilitar a leitura do livro, tornando-o útil è mais atual, sem contudo perder a ênfase que mantivemos desde a primeira edição. Apresentamos aos estudantes um livro que os apoia e incentiva a utilizarem a si mesmos como principal modo de avaliar cada teoria. Cada capítulo lhes oferece oportunidades para validar seus insights através da experiência direta e, observando ' suas próprias reações, chegar a suas próprias conclusões sobre a utilidade e o valor

de cada teoria.

Cada capítulo continua enfocando os aspectos mais fortes da teoria e os motivos pelos quais ela continua sendo amplamente utilizada, em vez de suas limitações. Que-remos que os estudantes possam testar e retestar a validade ou a utilidade das teorias conforme suas próprias experiências de vida e bom senso.

Sabemos igualmente que a maioria dos estudantes que utilizam este texto não prosseguirão em estudos de pós-graduação, nem se tornarão psicólogos profissionais. Aqueles que o fizeram nos disseram que este volume foi-lhes muito útil como referên-cia em sua formação adicional, enquanto que aqueles que não continuaram nos infor-mam que seu entendimento das questões aqui levantadas enriqueceu suas vidas.

Quase a mesma coisa acontece com professores e autores.

Embora os proponentes especializados de cada teoria tenham sido capazes de nos indicar áreas em que sua teoria tem sido aplicada com êxito, todos eles reconhe-cem que a pesquisa sobre esta, ainda que valiosa e empolgante, não é definitiva o bastante para lhes permitir afirmar que um ponto de vista contrário não poderia ser válido. Por isso, incluímos dados de pesquisa somente quando eles elucidam a teoria em discussão.

Gostaríamos de ter incluído outros autores cujo trabalho fez com que o campo progredisse, mas por motivos de espaço e por nossa inclusão de áreas além do escopo de muitos outros textos, isso não foi possível.

NOVIDADES NESTA EDIÇÃO

Precisamos dizer a verdade: são poucos os autores neste livro que escreveram material original desde nossa última edição. Assim, aproveitamos a oportunidade para examinar o texto propriamente dito. Examinamos cada linha de cada capítulo fazendo duas perguntas:

1. Como isso poderia ser dito de maneira mais clara? 2. Esta linha ou seção é realmente necessária?

Todos os capítulos foram aperfeiçoados e abreviados. A maioria deles, mesmo depois de nossos acréscimos subseqüentes, não ficaram mais longos do que antes.

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X PREFÁCIO

Como seria previsível, descobrimos erros que passaram despercebidos, em nossas quatro edições e revisões, pela leitura de quatro editores e pelo exame completo de quatro revisores. Por favor, informe-nos sobre erros que ainda deixamos passar.

NOVA PEDAGOGIA

Endereços na internet. Como nossos alunos acostumaram-se a utilizar a internet, isso nos permitiu oferecer tarefas muito mais desafiadoras. Os alunos podem perse-guir interesses mais especializados, mesmo dispondo de acesso limitado a bibliotecas acadêmicas convencionais. Eles não tardam em descobrir que alguns sites da internet possuem peculiaridades incríveis que jamais poderiam ser igualadas pelas editoras universitárias. Além disso, existem cada vez mais professores no mundo inteiro que divulgam seu modo particular de trabalhai- com cada um de nossos autores. Os alunos não estão mais limitados a nossas próprias opiniões nem às opiniões de seu professor. Para cada teoria, incluímos endereços suficientes para oferecer um leque inicial de opções.

Os leitores estão convidados a enviar os sites de sua preferência que, por-ventura, não tenhamos incluído. Isso pode ser feito pelos endereços eletrônicos rfrager@earthlink.net ou jfadiman@aol.com.

Novo Capítulo. O capítulo sobre a psicologia de construto pessoal e psicologia cognitiva de George Kelly foi dividido em dois capítulos separados. O novo capítulo sobre Kelly foi escrito por três dos profissionais e pesquisadores mais conhecidos dos Estados Unidos: Franz Epting, da Universidade da Flórida, em Gainsville, Larry Leiter, da Universidade de Miami, em Oxford, Ohio, e Jonathan Raskin, da Universidade Estadual de Nova York, em New Paltz. Eles nos convenceram de que nossa visão ante-rior de Kelly, identificando-o como teórico cognitivo, baseava-se em uma compreen-são insuficiente de seu trabalho. Sabemos agora que Kelly pertence à linhagem de teóricos humanistas, à qual pertencem Rogers e Maslow. Sua obra é profundamente otimista, e a terapia oriunda de seu trabalho é decididamente pragmática.

Alterações por Capítulo. Como assinalamos, todo os capítulos sofreram profun-das alterações: o texto foi alterado, as referências foram atualizaprofun-das e sites na internet foram acrescentados. A ordem dos capítulos também foi alterada para que autores mais estreitamente vinculados ficassem mais próximos. Além disso, foram feitas as seguintes mudanças específicas em cada capítulo:

• Capítulo 4 - CarI Gustav Jung e a psicologia analítica. O capítulo foi considera-velmente rescrito para tornar os complexos conceitos junguianos mais compreen-síveis. Particularmente, acrescentamos referências a pesquisas atuais que têm apli-cado a teoria junguiana em novas áreas.

• Capítulo 5 - Alfred Adler e a psicologia individual. Expandimos e reescrevemos o resumo da abordagem teórica básica de Adler, e também incluímos referências a aplicações interculturais da teoria adleriana.

• Capítulo 6 - Karen Horney e a psicanálise humanística. A seção sobre terapia é totalmente nova e incorpora conferências proferidas por Horney a terapeutas em treinamento, descobertas há pouco tempo e nunca publicadas anteriormente. • Capítulo 7 - A psicologia d a s mulheres. Na última edição, este era o capítulo

mais radical do livro. Ele agora está mais radical ainda. Deixamos de lado nosso estilo usual para poder criar o maior impacto possível sobre os alunos. O conteúdo questiona diretamente algumas das afirmativas feitas em quase todos os outros capítulos. Para dar mais vividez à teoria, incluímos uma descrição do que pode acontecer quando uma mulher aplica estes insights a si mesma. A autora, Rebecca Caldwell, generosamente nos permitiu incluí-la aqui.

(10)

PREFÁCIO XÍ

Além disso, acrescentamos uma seção de Jennifer Clements, membro de um grupo de pesquisadores que têm aplicado os insights desenvolvidos pela equipe do Stone Center na criação de novos modos de se fazer pesquisa. A "investigação orgâ-nica" utiliza os pressupostos básicos de relacionamento e igualdade, os quais influ-enciam não apenas os tipos de pesquisa que podem ser experimentados, mas tam-bém os seus efeitos sobre os indivíduos, o pesquisador e tamtam-bém sobre seus eventu-ais leitores.

• Capítulo 8 - Erik Erikson e o ciclo de vida. Revelamos o papel central desempe-nhado por Joan Erikson como co-autora e colaboradora de seu marido. Ela tem sido subestimada ou completamente ignorada na maioria das discussões sobre o trabalho de Erikson. Também acrescentamos uma nova seção significativa sobre desenvolvimentos recentes, incluindo pesquisa e texto sobre identidade e geratividade.

• Capítulo 9 - Wilhelm Reich e a psicologia somática. Reduzimos o capítulo e acrescentamos novas referências, incluindo uma publicação recente de revistas de Reich e um apanhado geral sobre os princípios e práticas das terapias somáticas. • Capítulo 10 - William J a m e s e a psicologia da consciência. O capítulo inteiro

foi aperfeiçoado por Eugene Taylor, da Universidade de Harvard. Taylor, como ele próprio disse, "corrigiu inúmeras pequenas questões", acrescentou várias no-vas seções sobre a orientação básica de James, assim como seções sobre o traba-lho de James com drogas psicodélicas, meditação, parapsicologia e múltipla per-sonalidade.

• Capítulo 11 - B. F. Skinner e o behaviorismo radical. Quando Skinner faleceu, seus inúmeros adversários, por não terem mais com quem brigar, passaram a dis-cutir outras questões. Conseqüentemente, ocorreu uma diminuição do interesse efetivo por Skinner. Demos menos importância às questões pelas quais Skinner lutou e nos concentramos mais em seu tremendo impacto sobre toda a psicologia. • Capítulo 13 - George Kelly e a psicologia do construto pessoal. Inteiramente

novo, como dissemos anteriormente.

• Capítulo 14 - Carl Rogers e a perspectiva centrada na pessoa. Diversas mudan-ças foram feitas para alinhar os conceitos básicos do capítulo com a influência crescente de Rogers, principalmente fora dos Estados Unidos.

• Capítulo 15 - Abraham Maslow e a psicologia transpessoal. Incluímos novo material sobre autores transpessoais, incluindo Stanislav Grof e Ken Wilber. • Capítulo 16 - Ioga e a tradição hindu. Acrescentamos novo material

comparan-do os princípios básicos entre as disciplinas contemplativas.

• Capítulo 17 - Zen e a tradição budista. O capítulo sobre budismo inclui uma discussão que compara o conceito budista do se//com aquele de Karen Horney e da teoria psicológica ocidental em geral, além de uma comparação das teorias budista e psicanalítica.

• Capítulo 18 - Sufismo e a tradição islâmica. O capítulo inclui novas citações do poeta Rumi e de outros destacados poetas sufistas. Todo o capítulo foi remodelado pela inclusão de material de um novo volume sobre sufismo e psicologia.

Comentários, críticas e sugestões serão bem-vindos.

Agradecemos aos revisores, cujas sugestões e correções reforçaram partes impor-tantes do texto. São eles: Beverly J. Goodwin, Doutor da Indiana University of Pennsylvania, Myron M. Arons, Doutor da State University of West Geórgia, e John Robertson, Doutor da North Hennepin Community College. Também expressamos nos-sos sinceros agradecimentos a Sharon Rheinhardt, por seu apoio a esta edição. Somos especialmente gratos pela sabedoria, bom humor e bom senso de Kim Gueterman, nossa editora de produção, que se esforçou para que este volume fosse o mais bem planejado e livre de erros possível. Sua dedicação e seus próprios padrões de exigência nos fizeram trabalhar com muito mais afinco nas revisões e melhorias finais.

(11)

V

SUMÁRIO

Prefácio ix 1. Introdução 19

Uma abordagem construtiva da teoria da personalidade 19

Teorias da personalidade 20 Expandindo o alcance da teoria da personalidade 20

A estrutura dos capítulos 23 Endereços na internet 28 Referências bibliográficas 28

2. Sigmund Freud e a Psicanálise 29

História pessoal 29 Antecedentes intelectuais 32

Principais conceitos 33 A estrutura da personalidade 35

Fases psicossexuais de desenvolvimento 37 As idéias de Freud sobre as mulheres 40 Dinâmica: ansiedade, psicanálise e trabalho do sonho 41

Estrutura 45 Terapeuta/terapia 47

Avaliação 49 A teoria em primeira mão: excerto de Estudos sobre a histeria 51

Destaques do capítulo 54 Conceitos-chave 55 Bibliografia comentada 56 Endereços na internet 57 Referências bibliográficas 58

3. Anna Freud e os Pós-freudianos: Melanie Klein, Donald Winnicott,

Heinz Kohut e a Terapia da Gestalt de Fritz e Laura Perls 61

Anna Freud /. 61 Desenvolvimentos adicionais na teoria psicanalítica:

Melanie Klein, Donald Winnicott e Heinz Kohut 67

William Brater

Desenvolvimentos adicionais na teoria psicanalítica:

a terapia da gestalt de Fritz e Laura Perls 74 A teoria em primeira mão: três excertos de Anna Freud 81

A teoria em primeira mão: excerto de Fritz Perls, Gestalt therapy verbatim 82

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14 SUMÁRIO

Conceitos-chave 84 Bibliografia comentada 85 Endereços na internet 86 Referências bibliográficas 86

4 Carl Gustav Jung e a Psicologia Analítica 89

História pessoal 89 Antecedentes intelectuais 92 Principais conceitos 94 Dinâmica 106 Estrutura 109 Avaliação 111 Desenvolvimentos recentes: a influência de Jung 113

A teoria em primeira mão: excertos de Psicologia analítica 113

Destaques do capítulo 114 Conceitos-chave 115 Bibliografia comentada 116 Endereços na internet 116 Referências bibliográficas 117

5 Alfred Adler e a Psicologia Individual 120

História Pessoal 120 Antecedentes intelectuais 122 Principais conceitos 124 Dinâmica 131 Estrutura 133 Avaliação 136 Desenvolvimentos recentes: a influência de Adler 137

A teoria em primeira mão: excerto de Interesse social 137

Destaques do capítulo 138 Conceitos-chave 139 Bibliografia comentada 140 Endereços na internet 140 Referências bibliográficas 140

6 Karen Horney e a Psicanálise Humanística 142

BernardJ. Paris

História pessoal .^. 143

Antecedentes intelectuais 146 Principais conceitos 148 O novo paradigma de Horney 151

Dinâmica 158 O processo de psicoterapia 160

Aplicações não-clínicas de Horney 162

Avaliação 164 Conclusão 165 A teoria em primeira mão: excerto de Auto-analise 165

Destaques do capítulo 166 Conceitos-chave 167 Bibliografia comentada 169 Endereços na internet 170 Referências bibliográficas 170

(13)

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SUMÁRIO 15

A Psicologia das Mulheres: Jean Baker Milier, Irene Pierce Stiver,

Judith V. Jordan, Janet L. Surrey, Rebecca Caldwell e Jennifer Clements 172

Seção 1, Uma abordagem relacionai 172 Jean Baker Milier, Irene Pierce Stiver, Judith V. Jordan, Janet L. Surrey

Principais conceitos 173

Dinâmica 177 Terapia relacionai, 181

Avaliação 182 A teoria em primeira mão: excerto de Womeris growth in connection 183

Seção 2. Curando a crise relacionai 184

Rebecca Caldwell

Seção 3. Pesquisa orgânica: uma metodologia de pesquisa

transpessoal/feminista 186 Jennifer Clements

Antecedentes intelectuais 186 Uma metáfora fundamental 187

O processo 187 A metodologia em ação 188 Destaques do capítulo 188 Conceitos-chave 190 Bibliografia comentada 191 Endereço na internet 192 Referências bibliográficas 192 Erik Erikson e o Ciclo de Vida 195

História pessoal 195 Antecedentes intelectuais 197 Principais conceitos 198 Dinâmica 211 Estrutura 213 Avaliação 215 A teoria em primeira mão: excerto de Infância e sociedade 216

Destaques do capítulo 217 Conceitos-chave 218 Bibliografia comentada 218 Endereço na internet 219 Referências bibliográficas 219 Wilhelm Reich e a Psicologia Somática 221

História pessoal 221 Antecedentes intelectuais 223 Principais conceitos 224 Dinâmica 227 Estrutura 231 Avaliação 233 Outras abordagens da psicologia somática 234

Avaliação 240 A teoria em primeira mão: excerto de Me and the orgone 241

Destaques do capítulo 242 Conceitos-chave 243 Bibliografia comentada 243 Endereços na internet 244 Referências bibliográficas 244

(14)

16 SUMÁRIO

10. William James e a Psicologia da Consciência 247

História pessoal 248 Antecedentes intelectuais 250

Principais conceitos 251 Dinâmica: forças que favorecem e limitam o crescimento pessoal 260

Estrutura 264 O papel do professor 264

Avaliação 265 A psicologia da consciência 266

Avaliação 275 A teoria em primeira mão: excertos de Palestras para professores

e de Variedades da experiência religiosa 276

Destaques do capítulo 277 Conceitos-chave 279 Bibliografia comentada 280 Endereços na internet 280 Referências bibliográficas 281 11. B. F. Skinner e o Behaviorismo Radical 286

História Pessoal 286 Antecedentes intelectuais 288

Principais conceitos 290

Estrutura 399 Avaliação 307 A teoria em primeira mão: excerto de "Humanismo e behaviorismo" 308

Destaques do capítulo 309 Conceitos-chave 310 Bibliografia comentada 311 Endereços na internet 312 Referências bibliográficas 312

12. Aplicações da Psicologia Cognitiva 315

Kaisa Puhakka

Avaliação 322 A teoria em primeira mão: terapia cognitiva 322

Ciência cognitiva e experiência humana: uma nova parceria 323

Destaques do capítulo 323 Conceitos-chave 323 Bibliografia comentada 324 Endereços na internet 324 Referências bibliográficas 324 13. George Kelly e a Psicologia do Construto Pessoal 327

Franz R. Epting, Larry M. Leitner, Jonathan D. Raskin

Introdução 327 História pessoal 328 Antecedentes intelectuais 329 Principais conceitos 330 Dinâmica 340 Diagnóstico 344 Terapia 345 Avaliação 348

(15)

SUMÁRIO 17

A teoria em primeira mão: excerto de The Psychology ofthe Unknown 348

Destaques do capítulo e Conceitos-chave 349

Bibliografia comentada 350 Endereços na internet 351 Referências bibliográficas 351

14. Carl Rogers e a Perspectiva Centrada na Pessoa 354

História pessoal 354 Antecedentes intelectuais 358

Principais conceitos 359

Dinâmica 364 Estrutura 366 A Pessoa em funcionamento perfeito 369

Terapia centrada na pessoa 370 Grupos de encontro 373

Avaliação 375 A teoria em primeira mão: as idéias de Rogers 377

A ligação com a teoria 378 Destaques do capítulo 379 Conceitos-chave 380 Bibliografia comentada 380 Endereços na internet 381 Referências bibliográficas 381

15. Abraham Maslow e a Psicologia Transpessoal 385

História pessoal 385 Antecedentes intelectuais 387

Principais conceitos 388

Dinâmicas 398 Estrutura 400 Desenvolvimentos recentes: a influência de Maslow 402

Avaliação 402 Psicologia transpessoal 403

A teoria em primeira mão: excerto de 'A experiência de platô" 409

Destaques do capítulo 410 Conceitos-chave 411 Bibliografia comentada 412 Endereços na internet 412 Referências bibliográficas 413

16. loga e a Tradição Hindu 415

História 415 Principais conceitos 417

Dinâmica 431 Estrutura 433 Avaliação 435 A teoria em primeira mão: excertos de Radha: diary of a womarís search 436

Destaques do capítulo 437 Conceitos-chave 437 Bibliografia comentada 439 Endereços na internet 439 Referências bibliográficas 439

(16)

1

18 SUMÁRIO

17. Zen e a Tradição Budista 441

História 441 Principais conceitos 443

Dinâmica 451 Estrutura 454 Avaliação 460 Desenvolvimentos recentes: a influência do budismo 462

A teoria em primeira mão: excertos de The wild white goose 463

Destaques do capítulo 464 Conceitos-chave 464 Bibliografia comentada 465 Endereços na internet 465 Referências bilbiográficas 466

18. Sufismo e a Tradição Islâmica 468

História 469 Principais conceitos 474

Dinâmica 476 Estrutura 482 Avaliação 487 A teoria em primeira mão: excerto de Forty days:

the diary ofa traditional solitary sufi retreat 488

Destaques do capítulo 489 Conceitos-chave 490 Bibliografia comentada 491 Endereços na internet 492 Referências bibliográficas 492 Créditos 495 índice onomástico 497 índice analítico 507

(17)

1

INTRODUÇÃO

Este texto tem por objetivo oferecer a você um conjunto mundial e intercultural de conhe-cimentos para lhe ajudar a explorar a nature-za humana. Em todos os capítulos desta quin-ta edição apresenquin-tamos uma variedade de fer-ramentas para que você possa adquirir uma maior compreensão tanto de sua própria per-sonalidade quanto da de outras pessoas.

UMA ABORDAGEM CONSTRUTIVA DA TEORIA DA PERSONALIDADE

Abordamos cada teoria da maneira mais positiva e favorável possível. Cada capítulo foi lido e avaliado por teóricos e praticantes de cada sistema para assegurar que nosso modo de tratá-lo fosse relativamente abrangente e preciso. Em alguns casos, os melhores profissionais dos Es-tados Unidos escreveram o capítulo segundo nossas especificações. Evitamos tanto quanto possível a tendência de criticar ou depreciar qualquer teoria. Ao contrário, procuramos des-tacar as virtudes e a eficácia de cada aborda-gem. Também procuramos não ser partidários nem irrefletidamente ecléticos. Entretanto, nos-sas escolhas foram intencionalmente tendencio-sas. Incluímos os pensadores cuja importância e utilidade são evidentes na psicologia e deixa-mos de lado outros pensadores conhecidos que pareciam menos úteis ou menos compatíveis com o objetivo geral deste volume.

Cada um dos pensadores deste livro ofe-rece algo de especial valor e relevância, iso-lando e esclarecendo diversos aspectos da na-tureza humana. Achamos que cada um deles é essencialmente "correto" em sua própria área de conhecimento. Não obstante, apresentamos algumas divergências cruciais entre os

pensa-dores, cujas disputas muitas vezes se parecem com a conhecida história dos cegos que encon-tram um elefante. Ao tocar uma parte do ele-fante, cada um deles supunha que a parte sob seus dedos continha a chave para a aparência total do animal.

Na versão original da fábula, os cegos eram filósofos enviados a um estábulo com-pletamente escuro por um sábio rei (que pro-vavelmente estava cansado de suas divergên-cias acadêmicas). Cada um dos filósofos in-sistia que sua experiência limitada, e a teoria baseada naquela experiência, era a totalida-de da verdatotalida-de.

Nós utilizamos uma abordagem diferen-te. Partimos do pressuposto de que cada teo-ria tem algo relevante para cada um de nós. Por exemplo, aqueles que recebem seu salá-rio conforme suas horas de trabalho podem descobrir que o conceito de B. F. Skinner de programas de reforço elucida seu comporta-mento no local de trabalho. Contudo, é pro-vável que a leitura de Skinner não ajude as pessoas a compreender por que participam de serviços religiosos. Para isso, os textos de Carl Jung sobre o poder dos símbolos e o signifi-cado do self provavelmente serão mais úteis. Assim, em momentos diferentes ou em dife-rentes áreas de nossas vidas, cada teoria pode oferecer orientação, elucidação ou clareza.

É provável que você sinta muito mais afi-nidade por alguns pensadores apresentados neste livro do que por outros. Cada pensador está escrevendo sobre determinados padrões básicos da experiência humana; com freqüên-cia, sobre padrões provenientes de suas pró-prias vidas. É possível que você aprecie aque-las teorias que se concentram em padrões que mais se assemelham aos seus.

(18)

20

JAMES FADIMAN & ROBERT FRAGER

Cada capítulo discute uma teoria ou pers-pectiva que contribui para nosso conhecimento geral do comportamento humano. Estamos con-vencidos de que, além de nosso padrão biológi-co inato de crescimento e desenvolvimento, pos-suímos uma tendência para o crescimento e de-senvolvimento psicológico. Esta tendência, des-crita por diversos psicólogos como um esforço para a auto-realização - o desejo de compreen-der a si mesmo e a necessidade de utilizar ao máximo nossa própria capacidade -, é um de nossos pressupostos e caracteriza este texto de modo especial.

TEORIAS DA PERSONALIDADE

Antes de Freud e dos outros grandes pen-sadores da personalidade, não havia, no oci-dente, grande interesse pelas teorias da perso-nalidade. As doenças mentais eram considera-das conseqüências inexplicáveis de possessão "alienígena" ou demoníaca de indivíduos que, em outros aspectos, eram considerados racio-nais e lógicos. De fato, os primeiros médicos especializados no tratamento de doentes men-tais eram chamados de "alienistas".

Uma das maiores contribuições de Freud foi insistir que os eventos mentais são regidos por regras e por uma estrutura de causa e efei-to. Ele observou os pensamentos e comporta-mentos irracionais e inconscientes de seus pa-cientes e percebeu que eles se enquadravam em certos padrões. Freud inaugurou, assim, uma "ciência do irracional". Além disso, ele re-conheceu que a maioria dos padrões de com-portamento observados em pacientes neuróti-cos e psicótineuróti-cos pareciam ser variantes intensi-ficadas dos padrões mentais observados em pessoas normais.

Jung, Adler e muitos outros desenvolve-ram as idéias de Freud. Na teoria de Jung, o inconsciente do indivíduo inclui não apenas memórias pessoais (como Freud havia enfati-zado), mas também material do inconsciente coletivo de toda a humanidade. Alfred Adler e outros concentraram sua atenção no ego como um sofisticado mecanismo de adaptação ao am-biente interno e externo.

Karen Horney explorou a psicologia do ego e também foi pioneira no desenvolvimen-to da psicologia das mulheres. Em cerdesenvolvimen-to sen-tido, expandiu a teoria psicanalítica para in-cluir as mulheres. Seu trabalho foi levado

adiante por várias gerações de pensadoras. Entre as de maior prestígio está o grupo de Stone Center, cujo trabalho teórico de amplo reconhecimento é apresentado no Capítulo 7, "A psicologia das mulheres".

William James, contemporâneo de Freud e Jung, estava mais interessado na própria consciência do que em seus conteúdos. Em sua exploração de como a mente funciona, J a m e s foi um p r e c u r s o r dos psicólogos cognitivos. Foi também o fundador dos estu-dos da consciência, campo em que os pesqui-sadores investigam temas como os estados al-terados de consciência, incluindo sonhos, me-ditação e biofeedback.

Pensadores norte-americanos posteriores, tais como George Kelly, Carl Rogers e Abraham Maslow, ocuparam-se com as questões de saú-de e saú-desenvolvimento psicológico. Nas convin-centes palavras de Maslow, "é como se Freud tivesse nos fornecido a metade doente da psi-cologia e agora devêssemos completá-la com sua metade saudável" (Maslow, 1968, p. 5).

EXPANDINDO O ALCANCE DA TEORIA DA PERSONALIDADE

Nos últimos anos, três abordagens da na-tureza e do funcionamento humanos tornaram-se cada vez mais importantes: a psicologia cog-nitiva, a psicologia das mulheres e as aborda-gens não-ocidentais. Nossa inclusão dessas áre-as visa estender os limites e o alcance dáre-as pers-pectivas tradicionais sobre a teoria da perso-nalidade.

Psicologia cognitiva

A psicologia cognitiva tornou-se impor-tante em muitas áreas da psicologia, inclusive na teoria da personalidade. Ela oferece tanto um modo de analisar o funcionamento da pró-pria mente quanto um modo de apreciar a ri-queza e complexidade do comportamento hu-mano. Se pudermos melhor compreender como pensamos, observamos, nos ocupamos e lem-bramos, seremos capazes de compreender mais claramente como estes blocos de construção cognitivos acarretam medos, ilusões, trabalhos criativos e todos os comportamentos e eventos mentais que nos fazem ser quem somos.

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PERSONALIDADE E CRESCIMENTO PESSOAL 21

O t r a b a l h o p i o n e i r o do psicólogo George Kelly salientou a i m p o r t â n c i a de c o m p r e e n d e r intelectualmente n o s s a experiência. Para Kelly, todas as pessoas são cientistas, f o r m u l a n d o teo-rias e hipóteses sobre si m e s m a s e os o u t r o s .

A psicologia das mulheres

U m a s e g u n d a i m p o r t a n t e a b o r d a g e m d a natureza e do f u n c i o n a m e n t o h u m a n o s , a i n d a um p o u c o fora do círculo a c a d ê m i c o , r e c o n h e -ce as diferenças e n t r e h o m e n s e m u l h e r e s . Pa-rece a b s u r d o , m a s a m a i o r i a das teorias da per-sonalidade e a m a i o r i a dos outros textos didá-ticos c o n t i n u a m e v i t a n d o essa q u e s t ã o crucial (Madden e H y d e , 1 9 9 8 ) . Nossa p r i m e i r a edi-ção, escrita n o início d a d é c a d a d e 1970, in-cluía um c a p í t u l o c h a m a d o "A psicologia das mulheres". N a q u e l a época, h a v i a m u i t o inte-resse, mas p o u c a p e s q u i s a substancial. Em nos-sa s e g u n d a edição, excluímos o c a p í t u l o e in-corporamos a q u e s t ã o d a s diferenças sexuais no resto do t e x t o . Em nossas terceira e q u a r t a edições, e m b o r a a i n d a i n c o r p o r á s s e m o s o as-sunto em m u i t o s d o s c a p í t u l o s , tivemos o privilégio d e t r a b a l h a r com u m g r u p o d e e s t u d i o sos e t e r a p e u t a s e m i n e n t e s q u e g e n e r o s a m e n -te se d i s p u s e r a m a escrever u m a exposição ori-ginal da c o n t r i b u i ç ã o especial dos e s t u d o s fe-mininos a o c a m p o d a p e r s o n a l i d a d e . N a pre-sente edição, a c r e s c e n t a m o s u m l o n g o r e l a t o pessoal d e u m a a l u n a sobre s u a d e s c o b e r t a d e si mesma, bem c o m o u m a seção sobre um n o v o conjunto de i n s t r u m e n t o s de p e s q u i s a prove-niente d e s t e s n o v o s e n t e n d i m e n t o s . As im-plicações d e s t a m u d a n ç a de foco recém come-çam a ser a p r e c i a d a s , n ã o a p e n a s no o c i d e n t e (Macoby, 1 9 9 8 ; Valsiner, 1 9 8 9 ) , m a s t a m b é m em suas aplicações m a i s a m p l a s na c o m p r e e n -são d e m o d e l o s d e d e s e n v o l v i m e n t o não-oci-dentais (Korbei, 1 9 9 8 ; F a d i m a n , 2 0 0 0 ) .

Teorias orientais da personalidade

Os três capítulos finais d e s t e livro s ã o dedicados aos m o d e l o s d e p e r s o n a l i d a d e d e s e n -volvidos em três disciplinas psicoespirituais do oriente: Ioga, Z e n - b u d i s m o e Sufismo. Os Ca-pítulos 16, 17 e 18 r e p r e s e n t a m u m a amplia-ção dos limites t r a d i c i o n a i s da teoria da perso-nalidade. A m e d i d a q u e a psicologia se t o r n a u m c a m p o d e e s t u d o mais i n t e r n a c i o n a l , m e

-nos d e p e n d e n t e dos pressupostos filosóficos e intelectuais dos Estados Unidos e da E u r o p a ocidental, esses outros p o n t o s de vista v ã o sen-d o m a i s a m p l a m e n t e i n c o r p o r a sen-d o s e m o u t r a s partes d o sistema e d u c a c i o n a l .

Essas teorias orientais foram desenvolvi-das em sociedades e sistemas de valor que fre-q ü e n t e m e n t e são m u i t o diferentes d a E u r o p a e dos Estados Unidos. As crenças e ideais oriun-dos dessas culturas enriquecem nossas idéias sobre o q u e é ser um ser h u m a n o .

As tradições religiosas subjacentes a es-tes sistemas - h i n d u í s m o , b u d i s m o e islamis-mo - r e p r e s e n t a m hoje as perspectivas de qua-se três bilhões de pessoas q u e vivem em mais de cem países diferentes. Essas três tradições s ã o s e g u i d a s pela m a i o r i a d a p o p u l a ç ã o m u n -dial e s ã o r e a l i d a d e s de vida p a r a seus segui-dores.

I n t e r e s s e c o n t e m p o r â n e o p e l o s s i s t e -m a s o r i e n t a i s . O interesse pelo p e n s a -m e n t o oriental c o n t i n u a c r e s c e n d o . Observa-se u m a proliferação c o n s t a n t e de cursos, livros e or-ganizações b a s e a d a s em disciplinas orientais diversas. Muitos ocidentais em busca de novos valores e d e s e n v o l v i m e n t o pessoal e espiritual se d e d i c a m ao e s t u d o ou à p r á t i c a intensiva de u m sistema oriental.

As teorias orientais incluem conceitos po-derosos e técnicas eficazes de desenvolvimen-to pessoal e espiritual. Tandesenvolvimen-to a pesquisa quan-to a aplicação prática destas disciplinas têm a u m e n t a d o n o ocidente.

Existe um reconhecimento crescente de que os psicólogos ocidentais podem ter subestima-do as psicologias e terapias de outras cultu-ras. Algumas disciplinas asiáticas possuem te-rapias sofisticadas, e estudos experimentais comprovaram sua capacidade de induzir efei-tos psicológicos, fisiológicos e psicoterapêu-ticos. Um número cada vez maior de ociden-tais, incluindo profissionais de saúde mental, utiliza hoje terapias asiáticas. Os benefícios incluem novas perspectivas sobre o funciona-mento, potencial e patologia psicológicos, bem como novas abordagens e técnicas. Além dis-so, o estudo de outros costumes e culturas muitas vezes tem o efeito saudável de revelar pressupostos etnocêntricos e crenças limitado-ras que não se supunham, levando assim a uma visão mais ampla da natureza e da tera-pia humana [...].

As psicologias asiáticas se concentram mais nos níveis existenciais e transpessoais e me-nos no patológico. Elas dispõem de mapas

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talhados dos estados da consciência, dos ní-veis de desenvolvimento e dos estágios de ilu-minação que vão além dos mapas psicológi-cos ocidentais tradicionais. Além disso, afir-mam possuir técnicas para induzir esses esta-dos e condições. (Walsh, 1989, p. 547-548) Estes capítulos oferecem a você a oportun i d a d e de cooportunsiderar, avaliar e, em certa m e -d i -d a , vivenciar essas perspectivas -da persona-lidade n o c o n t e x t o d e u m c u r s o d e psicologia crítico e c o m p a r a t i v o . Temos m u i t o s indícios do interesse e t e m p o q u e os e s t u d a n t e s já es-t ã o d e d i c a n d o a essas q u e s es-t õ e s .

O e s t u d o d a s p s i c o l o g i a s o r i e n t a i s . Por q u e e s t u d a r religiões e m u m c u r s o d e psicolo-gia? Para m u i t o s , a p a l a v r a religião tem fortes conotações d e d o g m a r í g i d o , m o r a l i d a d e con-vencional, etc. Essas idéias n ã o p a r e c e m parti-c u l a r m e n t e parti-c o m p a t í v e i s parti-com a psiparti-cologia.

É i m p o r t a n t e l e m b r a r q u e , n e s t e caso, estamos l i d a n d o com psicologias orientais e n ã o com religiões orientais. A ioga, o zen-budismo e õ sufismo originaram-se da necessidade co-m u co-m de explicar a r e l a ç ã o e n t r e experiência religiosa e vida cotidiana. Os guias espirituais estavam e n t r e os primeiros psicólogos no oci-d e n t e e no oriente. Eles precisavam compreen-d e r a compreen-d i n â m i c a emocional e pessoal compreen-de seus alu-nos, bem c o m o suas necessidades espirituais. A fim de c o m p r e e n d e r as questões que seus alu-nos defrontavam, os guias utilizavam primeira-m e n t e suas próprias experiências, princípio que vemos respeitado, n a a t u a l i d a d e , n a análise di-dática à qual os p s i c o t e r a p e u t a s se s u b m e t e m . Esses sistemas r e a l m e n t e diferem da maio-ria das teomaio-rias da p e r s o n a l i d a d e ocidentais por sua m a i o r p r e o c u p a ç ã o com valores e considerações morais e p o r s u a ênfase na r e c o m e n d a -ção de viver-se de a c o r d o com certos modelos espirituais. D e v e m o s viver d e n t r o d e u m códig o m o r a l , a r códig u m e n t a m , p o r q u e u m a vida m o -r a l m e n t e codificada tem efeitos definidos, - re-conhecíveis e benéficos à n o s s a consciência e bem-estar geral. E n t r e t a n t o , t o d a s as três psi-cologias vêem a m o r a l e os valores de um m o d o p r a g m á t i c o , até m e s m o iconoclasta. C a d a u m a dessas t r a d i ç õ e s enfatiza a futilidade e insen-satez de se valorizar m a i s a forma exterior do q u e a função interior.

Essas psicologias, c o m o suas equivalen-tes ocidentais, p r o v ê m da o b s e r v a ç ã o cuida-dosa da experiência h u m a n a . Elas se a s s e n t a m sobre séculos d e o b s e r v a ç õ e s e m p í r i c a s d o s

efeitos psicológicos, fisiológicos e espirituais de u m a v a r i e d a d e d e idéias, a t i t u d e s , comporta-m e n t o s e exercícios.

E n t r e t a n t o , a v i t a l i d a d e e i m p o r t â n c i a dessas psicologias tradicionais repousa na cons-t a n cons-t e cons-tescons-tagem, reformulação e modificação de suas idéias iniciais p a r a ajustarem-se a novos contextos e situações interpessoais, b e m c o m o a diferentes condições culturais. Em o u t r a s pa-lavras, estas psicologias seculares a i n d a s ã o p e r t i n e n t e s , a i n d a m u d a m e se d e s e n v o l v e m .

Carl J u n g escreveu, " o c o n h e c i m e n t o d a psicologia oriental [...] forma a base indispen-sável p a r a u m a análise crítica e u m a conside-r a ç ã o objetiva d a psicologia o c i d e n t a l " (em S h a m d a s a n i , 1996, p. x-xi). A c r e d i t a m o s q u e o d e s e n v o l v i m e n t o de u m a psicologia comple-ta r e p o u s a em n o s s o e s t u d o e c o m p r e e n s ã o do p e n s a m e n t o oriental.

E x p e r i ê n c i a t r a n s p e s s o a l . Cada u m des-tes sistemas se concentra no desenvolvimento transpessoal, ou desenvolvimento além do ego e da personalidade. Eles partilham com a psico-logia transpessoal (ver Capítulo 15) a crença de que é possível, através da m e d i t a ç ã o e de outras disciplinas da consciência, entrar em pro-fundos estados de consciência q u e estão além (trans) de n o s s a experiência pessoal cotidiana. Em contraste, os psicólogos ocidentais geralmen-te discugeralmen-tem o desenvolvimento em geralmen-termos de fortalecimento do ego: m a i o r a u t o n o m i a , auto-determinação, auto-realização, liberdade de pro-cessos neuróticos e um e s t a d o m e n t a l saudá-vel. Entretanto, os conceitos de desenvolvimento transpessoal e de fortalecimento do ego p o d e m ser mais complementares d o q u e antagônicos. O p i o n e i r o p e n s a d o r da p e r s o n a l i d a d e , A n d r a s Angyal ( 1 9 5 6 , p . 4 4 - 4 6 ) , discute c a d a u m desses pontos d e vista.

Visto de uma dessas perspectivas [o pleno de-senvolvimento da personalidade], o ser hu-mano parece estar se esforçando basicamente para afirmar e expandir sua autodetermina-ção. Ele é um ser autônomo, uma entidade autodesenvolvida, que se afirma ativamente, em vez de reagir passivamente, como um cor-po físico, aos impactos do mundo circundante. Esta tendência fundamental se expressa no empenho da pessoa em consolidar e aumen-tar seu autogovemo, em outras palavras, exer-cer sua liberdade e organizar os elementos per-tinentes de seu mundo a partir do centro au-tônomo de governo que é o seu self. Tal ten-dência - a qual denominei "tenten-dência para a

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maior autonomia" - se expressa na esponta-neidade, na auto-afirmação e na busca de li-berdade e de domínio.

Vista de outro ângulo, a vida humana re-vela um padrão muito diferente do descrito acima. Nesta perspectiva, a pessoa parece pro-curar um lugar para si mesma em uma unida-de maior, da qual procura tornar-se uma par-te. Na primeira tendência, nós a vemos lutan-do em busca de centralidade em seu munlutan-do, tentando moldar, organizar os objetos e even-tos de seu mundo, trazê-los à sua própria ju-risdição e governo [como no desenvolvimen-to do ego]. Na segunda tendência, ela parece entregar-se de bom grado à busca de um lar para si mesma e tornar-se uma parte orgânica de algo que concebe como maior do que ela própria [como no desenvolvimento transpes-soal]. A unidade supra-individual da qual nos sentimos uma parte, ou da qual desejamos nos tornar uma parte, pode ser formulada de for-mas variadas de acordo com nossa experiên-cia cultural e compreensão pessoal.

Esta segunda tendência pareceria ser mais aplicável àqueles que já obtiveram um certo grau de autodomínio, maturidade e auto-rea-lização. O desenvolvimento de uma forte per-sonalidade autônoma e senso de identidade parece ser pré-requisito para este segundo tipo de desenvolvimento.

Os Capítulos 16, 17 e 18 apresentam teorias da personalidade abrangentes e prá-ticas descritas em termos psicologicamente pertinentes. Cada sistema preocupa-se pro-fundamente com as questões de valores fun-damentais, com a experiência transpessoal e com a relação do self individual com um todo maior. Cada teoria recebeu considerável aten-ção no ocidente, e muitos aspectos destes sis-temas já estão sendo aplicados em diferen-tes facetas da psicologia. A avaliação dos sis-temas orientais não difere dos julgamentos pessoais que lhe pedimos para fazer em re-lação às teorias ocidentais neste livro: elas lhe ajudam a compreender a si próprio e aos outros? Em que aspecto elas se assemelham à sua experiência pessoal?

História pessoal Antecedentes intelectuais Principais conceitos Dinâmica Crescimento psicológico Obstáculos ao crescimento Estrutura Corpo Relacionamentos sociais Vontade Emoções Intelecto Self Terapeuta/professor Avaliação

A teoria em primeira mão Destaques do capítulo Conceitos-chave

Bibliografia comentada Endereços na internet Referências bibliográficas

Uma das maiores dificuldades ao compa-rar e contrastar diferentes teorias da persona-lidade é que não apenas cada teoria deu sua própria contribuição distinta e única à totali-dade do conhecimento humano, como também cada uma delas tem abordagens, definições e dinâmicas próprias. Muitas vezes uma mesma palavra, como, por exemplo, self, tem signifi-cados muito diferentes de teoria para teoria. (Alguns pensadores até utilizaram a mesma pa-lavra de modo distinto em seus próprios escri-tos.) Para facilitar as coisas, procuramos des-crever cada teoria em termos de sua utilidade para a compreensão humana. Abordamo-nas não como um pesquisador, ou como um tera-peuta, nem como um paciente, mas principal-mente como pessoas que procuram compreen-der a si mesmas e aos outros. Felizmente, mui-tas das teorias têm pontos em comum e po-dem ser facilmente comparadas. Exceto quan-do não fazia sentiquan-do (por exemplo, em partes do Capítulo 3, "Anna Freud e os pós-freudia-nos", e no Capítulo 7, "A psicologia das mulhe-res"), utilizamos este sistema de organização.

A ESTRUTURA DOS CAPÍTULOS

Os capítulos geralmente se dividem nas seguintes seções (os exercícios de Reflexão pes-soal, como o da p. 29, distribuem-se ao longo de cada capítulo):

História pessoal

Cada capítulo apresenta a história pes-soal e os antecedentes intelectuais do pensa-dor. Esboçamos as principais influências sobre o pensamento de cada teórico, influências

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raizadas na infância, bem como em experiên-cias posteriores fundamentais.

Aprendemos que é mais fácil compreen-der uma teoria se soubermos mais a respeito de seu criador. Assim, as biografias apresenta-das em cada capítulo permitem que o leitor desenvolva uma idéia sobre a pessoa antes de começar a estudar sua teoria. Você descobrirá que a teoria de Skinner (ou de Freud ou de Rogers, etc.) faz muito mais sentido quando compreendemos sua origem na experiência de vida de seu criador.

Antecedentes intelectuais

Qualquer teoria deve parte de sua gêne-se e de gêne-seu degêne-senvolvimento às idéias dos ou-tros. Toda teoria foi desenvolvida em uma de-terminada sociedade, em uma dede-terminada época na história, época em que algumas ou-tras teorias e conceitos influenciaram o pen-samento de praticamente todos os escritores e investigadores. Uma idéia é na verdade parte de um ecossistema de teorias e conceitos re-lacionados. Muitas vezes é mais fácil apreciar o campo de ação de uma teoria se conhece-mos as principais correntes intelectuais de sua época. Por exemplo, a maioria das teorias de-senvolvidas no final do século XIX foram for-temente influenciadas pelos princípios dar-winistas de evolução, seleção natural e sobre-vivência do mais apto.

Principais conceitos

A parte principal de cada capítulo explo-ra a teoria, iniciando-se com um resumo de seus principais conceitos. Estes são a base sobre a qual repousa cada teoria e são os elementos que os psicólogos citam quando distinguem as teo-rias. Os conceitos também são o que cada pen-sador concordaria serem suas contribuições mais importantes para a compreensão humana.

Esta seção é chamada "Principais concei-tos", e não "Principais fatos". Seria estimulan-te dizer que os principais conceitos cobertos neste livro repousam, após muitos anos de pes-quisa, em bases factuais. Infelizmente não é assim. Ainda não existe muita comprovação objetiva para a existência do id, dos arquéti-pos, da sublimação, do complexo de inferiori-dade ou da projeção (principais conceitos dos

próximos cinco capítulos). Entretanto, existem comprovações empíricas de diversas idéias im-portantes, tais como os conceitos de identida-de e identida-desenvolvimento humano, identida-de Erikson, e o conceito de auto-realização, de Maslow.

Mais do que dados empíricos, o campo da teoria da personalidade contém um imenso volume de idéias brilhantes, observações cla-ras, métodos inovadores de tratamento e ex-posições perspicazes de conceitos que nos aju-dam a compreender a complexa realidade de quem somos.

O leitor poderá observar que raramente citamos pesquisas. Praticamente todos os pen-sadores são extremamente críticos quanto à validade e utilidade das pesquisas eventual-mente realizadas sobre suas teorias (Corsini e Wedding, 1989). Em vez disso, utilizamos o espaço limitado de que dispomos para cada teoria para torná-la o mais compreensível, cla-ra e vivida possível.

Dinâmica

Somos sistemas vivos, e não estáticos. Chamamos de crescimento psicológico nossos modos de procurar obter maior saúde e cons-ciência e de obstáculos ao crescimento as for-mas pelas quais o crescimento é retardado, obstruído, desviado, impedido ou corrompido.

Todas as teorias incluídas neste livro de-senvolveram um conjunto de intervenções, cha-madas de terapia, aconselhamento ou práticas

espirituais, para ajudar as pessoas a superar os

obstáculos e retornar ao crescimento normal. Embora sejam subprodutos fascinantes da teo-ria, estas intervenções não são discutidas mi-nuciosamente, porque este é um texto sobre a teoria da personalidade, e não sobre psicote-rapia.

Estrutura

Procuramos ser consistentes a fim de ajudá-lo a comparar e contrastar as diferentes teorias, sem, contudo, ser rígidos ao ponto de sermos injustos com as teorias. Embora todas as teorias do livro possam afirmar que inclu-em todos os principais aspectos do funciona-mento humano, constatamos que cada uma delas enfoca mais claramente algumas áreas e negligencia quase totalmente outras. Muitas

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vezes o que dizemos sob um determinado

títu-lo se resume essencialmente a "Esta teoria não discute isto".

Corpo. Embora este seja um livro sobre teorias psicológicas, todas elas se baseiam no estudo de seres humanos corporificados, que respiram, comem, ficam tensos e relaxam. Al-gumas teorias atentam para o quanto o corpo físico influencia os processos psicológicos, ou-tras nem tanto.

Wilhelm Reich é provavelmente o pensa-dor ocidental mais preocupado com o corpo. Embora em seu trabalho posterior Freud te-nha dado menor relevo à libido, Reich tomou o conceito freudiano de libido como seu prin-cípio central. Para Reich, a liberação da bioenergia bloqueada é a principal tarefa da psicoterapia. Reich afirmava que mente e cor-po são uma coisa só; todos os processos psico-lógicos, pressupôs ele, são parte de processos físicos e vice-versa.

Relacionamentos sociais. Quando dize-mos que os seres humanos são animais sociais, estamos sugerindo que extraímos significado e satisfazemos nossas necessidades básicas es-tando uns com os outros - nas famílias, nos grupos de divertimento, nas amizades, nos gru-pos de trabalho, nos casais e nas comunida-des. Algumas teorias consideram estes grupos sumamente importantes, enquanto outras fo-calizam o mundo interior do indivíduo e ten-dem a ignorar as relações sociais. Por exem-plo, Karen Horney, que estava profundamente interessada nos determinantes culturais da per-sonalidade, definia neurose em termos de re-lacionamentos sociais. Ela analisou três padrões neuróticos clássicos: aproximar-se das pessoas, ir contra as pessoas e afastar-se das pessoas. Embora quase todos os capítulos se concen-trem em torno da questão do desenvolvimen-to individual, o capítulo sobre a psicologia das mulheres examina a centralidade dos relacio-namentos entre indivíduos. As questões levan-tadas nesse capítulo têm repercussão sobre to-dos os demais e devem ser mantidas em men-te duranmen-te a leitura do livro.

Vontade. Saint Paul disse: "Aquilo que eu faria, eu não faço. Aquilo que eu não faria, eu faço". Ele estava refletindo sobre a discrepân-cia entre suas intenções e sua capacidade de realizá-las.

Cada um de nós tem um interesse seme-lhante pelo que em nós se interpõe entre

nos-sas intenções ("Vou concluir a tempo a leitura de todo o material das aulas desta semana") e os resultados ("Vi dois filmes, fui a uma festa ótima, li um pouco, e só dei uma olhada no resto"). Muitas teorias tratam desta luta hu-mana fundamental: como transformar inten-ção em ainten-ção.

William James fez da vontade um con-ceito central em sua psicologia. Para James, a vontade é uma combinação de atenção e es-forço. Ela é um instrumento importante para concentrar a consciência. Segundo James, a vontade pode ser sistematicamente fortalecida e treinada. Já Skinner considerava a vontade um conceito confuso e irrealista, pois para ele todas as ações são determinadas, mesmo que não saibamos o suficiente para compreender como ou por quê. Portanto, a vontade não tem lugar na teoria de Skinner.

Emoções. Descartes escreveu: "Penso, logo existo". A psicologia acrescenta: "Sinto, logo sou plenamente humano". A teoria psico-lógica possui muitas formas de considerar os efeitos das emoções sobre todas as outras ati-vidades físicas e mentais.

Para Maslow e para as psicologias orien-tais, existem dois tipos de emoções: positivas e negativas. Maslow considera a calma, a ale-gria e a felicidade emoções positivas. Ele es-creveu que elas facilitavam a auto-realização. De modo análogo, a tradição da ioga distingue as emoções que conduzem a maior liberdade e conhecimento daquelas que aumentam a ig-norância.

Intelecto. As teorias da personalidade muitas vezes enfocam os seus aspectos irracio-nais. É interessante observar como os pensa-dores interpretam o funcionamento "racional" de formas muito diferentes e constatar que eles diferem amplamente quanto à importância que dão à racionalidade.

Para o pensador George Kelly, o intelec-to é um elemenintelec-to importante na construção de nossas concepções da realidade, sendo um conceito central em sua teoria. No sufismo, existem diversos níveis de intelecto, o que inclui a curiosidade, a lógica e a compreen-são empírica. Também existe o intelecto de-senvolvido, que inclui o coração da mesma forma que a cabeça.

Self. O conceito de seífé de difícil

compreen-são, nunca totalmente apreendido por nenhum teórico. Ele é mais do que o ego, mais do que o

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somatório dos fatores que constituem o indiví-duo; ele é menos limitado do que a personali-dade, mas a contém. Oselfé o conceito que mais desafiadoramente se afasta do mundo da ciên-cia pura, recusando-se a ser submetido à medi-ção objetiva. Parece confuso? É possível.

O self também pode ser "sentido". Você tem uma sensação clara de quem você é, não importa o quão doente esteja, o quão chatea-do possa ficar, qual seja sua idade. Um chatea-dos au-tores perguntou a seu pai, quando este tinha 88 anos, se alguma vez ele se sentira velho. Ele respondeu que, embora tivesse plena cons-ciência do quanto seu corpo estava envelheci-do, sua idéia de si mesmo parecia inalterada desde a infância. Suas atitudes, opiniões, com-portamentos, humores e interesses tinham mu-dado durante o curso de sua vida, mas este algo fugidio continuava igual. Algumas teorias evitam este nosso aspecto "escorregadio", en-quanto outras investem e fazem dele um con-ceito central.

Uma das maiores diferenças entre a ioga e o budismo, por exemplo, é o modo de definir

self. Na ioga, oselfé a essência eterna e

imutá-vel de cada indivíduo. Segundo o budismo, não existe um self central e imutável no indivíduo. Uma pessoa é simplesmente um conjunto impermanente de traços finitos. (Skinner diz algo muito parecido, porém de uma perspecti-va totalmente diferente.) O self maior, ou na-tureza de Buda, não é individual, mas do ta-manho de todo o universo.

Terapeuta/professor. Cada teoria con-tém idéias para ajudar as pessoas a crescer e obter maior prazer e integridade em suas vi-das. E, de acordo com seus principais concei-tos, cada teoria estabelece o tipo de treinamen-to que uma pessoa precisaria para se treinamen-tornar um terapeuta profissional, orientador ou guia qualificado. Há uma grande variação em rela-ção ao que se considera uma prepararela-ção acei-tável para este trabalho. Um psicanalista (nos Estados Unidos) geralmente é um médico que, depois de formado, se submete a um árduo trei-namento em psicoterapia psicanalítica por vá-rios anos, ao passo que um monge zen-budista aprende através de anos de meditação e ins-trução espiritual. Cada sistema faz exigências específicas a seus praticantes e estimula a evo-lução de diferentes habilidades.

Avaliação

Ao recapitular uma teoria, existe a ten-dência de assumir uma forte opinião em rela-ção ao valor de um conceito ou outro. Em vez disso, procuramos ficar de lado e deixar para você, leitor, a tarefa de avaliar cada pensador, não apenas conforme as normas acadêmicas e psicológicas tradicionais, mas também confor-me a utilidade que cada teoria possui para você pessoalmente, hoje ou no futuro.

A teoria em primeira mão

Sempre que possível, incluímos um lon-go trecho dos textos do próprio pensador, ou uma descrição do sistema em operação. Acha-mos que é importante que o leitor tenha con-tato com o estilo e personalidade de cada pen-sador. Gostaríamos que você lesse por si mes-mo alguma coisa que cada autor escreveu para obter uma idéia da sua "voz" e experimentar diretamente o que tornou seu trabalho impor-tante e procurado. Muitas vezes o estilo com o qual os pensadores apresentam suas idéias é tão singular e significativo quanto as próprias idéias. Além dos excertos, todos os capítulos incluem diversas citações à margem, que apre-sentam idéias úteis e expressivas sobre os prin-cipais pensadores, seus adeptos e, eventual-mente, seus críticos.

Destaques do capítulo

Para ajudá-lo a apreender os elementos essenciais de cada capítulo, incluímos um re-sumo das principais idéias e questões teóricas centrais discutidas em cada teoria.

Conceitos-chave

Um segundo elemento didático é a seção "Conceitos-chave", próxima ao final de cada capítulo. Esta lista, em forma de glossário, apre-senta as definições dos principais termos utili-zados por cada pensador.

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Bibliografia comentada Endereços na internet

Cada capítulo inclui uma bibliografia co-mentada. O capítulo em si é apenas uma intro-dução para um intrincado e complexo sistema de pensamento. Esperamos que você persiga as teorias que achar mais interessantes e valio-sas. Para facilitar este segundo passo, sugeri-mos livros que nos parecem mais úteis para compreender cada teoria.

Uma das melhores coisas que um profes-sor pode fazer pelos alunos é afastá-los de lei-turas de segunda categoria e direcioná-los para os livros mais úteis e/ou melhores de uma de-terminada área. (Despendemos uma enorme quantidade de tempo examinando os livros que são menos úteis sobre cada teoria, e achamos que você não precisa fazer o mesmo.)

Pela primeira vez incluímos alguns, e pos-sivelmente os mais importantes, endereços da internet para cada teoria. Também sugerimos alguns sites que são tão incrivelmente tenden-ciosos e opiniáticos que não pudemos deixar de incluí-los.

Referências bibliográficas

Incluímos as referências bibliográficas ao final de cada capítulo, em vez de reuni-las ao final do volume. Nossos alunos nos disseram que nosso texto lhes serve de referência para outras aulas, bem como para seu estudo pessoal de determinados pensadores. Por isso, manti-vemos as referências neste formato separado.

REFLEXÃO PESSOAL

• Questionário de História de Vida

Este é o primeiro de uma série de exercícios para prepará-lo para alguns dos conceitos apresentados. Até certo ponto, desenvolvemo-nos e somos condicionados por nossa experiência passada e, assim, abordamos qualquer material já inclinados a aceitar ou rejeitar algumas partes dele. Antes de ler este livro, talvez seja útil que você recapitule algumas das principais forças em seu próprio desenvolvimento. Registre suas respostas às per-guntas a seguir. Responda as perper-guntas da maneira mais livre e plena possível, pois este exercício se destina a seu uso pessoal.

1. Qual o significado de seu nome? Você tem o nome de algum parente? Seu nome tem um significado especial para você ou para sua família?

2. Que apelido(s) você prefere? Por quê?

3. Qual é sua identificação étnica e/ou religiosa? Se ela é diferente da de sua família, fale sobre a diferença. 4. Descreva seus irmãos e o que sente em relação a eles.

5. Descreva seus pais (padrasto/madrasta) e o que sente a respeito deles. 6. Com que membro da família você é mais parecido? Em quê?

7. Qual sua situação de vida atualmente - trabalho, moradia, e assim por diante? 8. Você tem sonhos ou devaneios recorrentes? Como são eles?

9. Que homens ou mulheres do passado você mais gosta e admira? Por quê? Quem você considera um modelo ideal?

10. Que livros, poemas, músicas ou outras obras de arte mais lhe influenciaram? Quando e como? 11. Que acontecimentos ou experiências interiores trouxeram ou lhe trazem mais alegria? 12. Que acontecimentos ou experiências interiores trouxeram ou lhe trazem mais tristeza? 13. Que ocupação você mais gostaria de ter caso pudesse fazer o que quisesse? Por quê? 14. Que ocupação seria a pior possível para você, algo que você detestaria fazer? Por quê? 15. Existe alguma coisa em você mesmo que você gostaria de mudar?

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28 JAMES FADIMAN & ROBERT FRAGER

Reflexões pessoais

Além desta estrutura geral, cada capítulo possui uma série de "Reflexões pessoais" para prepará-lo para alguns aspectos da teoria. A aprendizagem experíencial e a aprendizagem intelectual são processos complementares e não-contraditórios. O contato pessoal com um conceito oferece uma dimensão de proximida-de com a teoria que não poproximida-deria ser obtida por outros meios. Os exercícios foram testados e aperfeiçoados até que nossos alunos os consi-derassem úteis.

Recomendamos que você experimente o máximo possível de exercícios de reflexão pes-soal. Nossos próprios alunos constataram que isso realmente aprofunda sua compreensão do material, ajudando-lhes a recordar os concei-tos e aperfeiçoando seu conhecimento de si mesmos e dos outros.

ENDEREÇOS NA INTERNET

http://www.psych-central.com/

Recursos on-line para estudantes e professores de psi-cologia. Muitos links talvez lhe interessem.

h t t p : / / w w w . f i n d i n g s t o n e . c o m / m a i n . h t m

Um site com uma ampla gama de informações, links e sugestões práticas sobre muitas áreas da psicologia. Ex-perimente o 'Aska therapist" (Pergunte a um terapeuta). Perguntas sérias respondidas por profissionais atuantes. h t t p : / / w w w . p s y w w w . c o m / i n d e x . h t m l

Outro site destinado a estudantes e professores de psi-cologia. Muitas informações e links.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Angyal, A. ( 1 9 5 6 ) . A theoretical model for personality studies. In C. Moustakas (Ed.), 'lhe sei/. New York: Harper & Row.

Corsini, R., & Wedding, D. (Eds.). ( 1 9 8 9 ) .

Currentpsy-choüierapies (4a ed.). Itasca, IL: F.E. Peacock.

Fadiman, Jeffrey. (2000). South Africas "Black Market":

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Korbei, Lore. (1998). Client-cenleredpsychotherapy: 'lhe

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University Press.

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MA: Lexington Books.

Walsh, R. (1989). Asian psycholherapies. In R. Corsini D. Wedding (Eds.), Current psychotherapies (4a ed.).

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2

SIGMUND FREUD E A PSICANÁLISE

Não é possível dis-cutir todas as contribui-ções de Freud em ape-nas um capítulo. Portan-to, o que se segue é uma deliberada

simplifica-ção de um sistema complexo e intricadamen-te construído. Trata-se de um apanhado geral que pretende tornar o posterior contato com as idéias de Freud mais inteligível e permitir uma melhor compreensão dos pensadores cujas obras foram fortemente influenciadas por ele.

HISTÓRIA PESSOAL

Sigmund Freud nasceu em 6 de maio de 1856 em Freiberg, Morávia, atualmente parte da República Checa. Quando tinha 4 anos de idade, sua família sofreu reveses financeiros e mudou-se para Viena, onde Freud permane-ceu a maior parte de sua vida. Em 1938, ele foi para a Inglaterra para fugir da ocupação alemã da Áustria.

Durante sua infância, Freud sobressaiu-se como aluno. Apesar das limitadas condi-ções financeiras de sua família, com todos os oito membros vivendo juntos em um aparta-mento lotado, Freud, o primogênito, tinha seu próprio quarto e até uma lâmpada a querose-ne para estudar, enquanto o resto da família se arranjava com velas. No ginásio, ele conti-nuou tendo um excelente desempenho aca-dêmico. "Fui o melhor aluno de minha turma por sete anos. Ali desfrutava de privilégios es-peciais e quase não precisei fazer exames" (Freud, 1925a, p. 9).

O clima anti-semita predominante de sua época era tanto que, como Freud era judeu, a O trabalho de Sigmund Freud,

desenvol-vido com seus conhecimentos de biologia, neu-rologia e psiquiatria, propôs uma nova com-preensão da vida mental, a qual influenciou

profundamente a cultu-ra ocidental. Sua visão da condição humana, chocando-se violenta-mente contra as opiniões prevalecentes de sua épo-ca, ofereceu um modo complexo e convincente de compreender o fun-cionamento mental nor-mal e anornor-mal. Suas idéias foram como uma explosão que dispersou as concepções da natureza humana dos vito-rianos em todas as direções. Os aspectos obs-curos da psique humana por ele explorados aju-daram as pessoas a entender alguns dos hor-rores que ocorreram durante a Primeira Guer-ra Mundial e as mudanças tGuer-raumáticas que ela ocasionou em todos os países envolvidos no conflito.

Freud explorou áreas da psique que ti-nham sido obscurecidas pela moralidade e filosofia vitorianas. Ele criou novas aborda-gens para o tratamento dos doentes mentais. Seu trabalho contestou tabus culturais, reli-giosos, sociais e científicos. Seus escritos, sua personalidade e sua determinação em am-pliar as fronteiras de seu trabalho o manti-veram no centro de um intenso e inconstan-te círculo de amigos, discípulos e críticos. Freud constantemente repensava e revisava suas próprias idéias. É interessante que seus críticos mais severos incluíam pessoas que ele supervisionara pessoalmente em várias etapas de suas carreiras.

Sigmund Freud, pela for-ça de seus escritos e pela amplitude e audácia de suas especulações, revo-lucionou o pensamento, as vidas e a imaginação de uma era. [...] Seria difícil encontrar na história das idéias, até mesmo na his-tória da religião, alguém cuja influência tenha sido tão imediata, tão ampla ou tão profunda. (Wollheim, 1971, p. Ix)

Freud, juntamente com Marx e Darwin, é conside-rado a influência mais sig-nificativa sobre o pensa-mento ocidental moderno. (Nolan, 1999)

Referências

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