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CENTRAIS ELÉTRICAS DE RONDÔNIA S/A

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Processo:

TOMADA DE PREÇOS N.º 004/2007

Assunto:

JULGAMENTO RECURSO ADMINISTRATIVO – PROPOSTA COMERCIAL

Recorrente:

COOPERATIVA DOS TRABALHADORES EM PORTARIA,

LIMPEZA, CONSERVAÇÃO DE PRÉDIOS COMERCIAIS, INDUSTRIAIS E AFINS - COOPLIMPRED

.

Os membros da Comissão Permanente de Licitação - CPL da Centrais Elétricas de

Rondônia S/A – CERON, formalmente designada por meio da RES-120/2007,

julgam e respondem o Recurso Administrativo interposto pela Licitante

COOPERATIVA DOS TRABALHADORES EM PORTARIA, LIMPEZA,

CONSERVAÇÃO DE PRÉDIOS COMERCIAIS, INDUSTRIAS E AFINS –

COOPLIMPRED, com fulcro na Lei 8.666/93, Art. 109, § 4º, e demais dispositivos

aplicáveis, nos termos a seguir aduzidos:

Do Recurso e das Alegações

Trata-se de recurso administrativo interposto, onde a autora, após identificar-se e

citar textos da Ata de Julgamento, alega que:

“Ao contrário do alegado na Ata de Julgamento que desclassificou a recorrente do

certame, os custos previstos para gastos com recursos humanos não estão

desconformes aos mínimos exigidos pela legislação, senão vejamos:

A alegação inicial formulada no edital da Licitação é de que o salário mínimo a ser

pago ao eletrotécnico deve ser de R$ 965,49 (novecentos e sessenta e cinco reais e

quarenta e nove centavos), e para o eletricista a quantia de R$ 801,88 (oitocentos e

um reais e oitenta e oito centavos), conforme os termos do piso salarial estabelecido

pela Convenção Coletiva de Trabalho – SINTELPES – RO / SEAC –RO 2007, valores

estes referenciados e acrescidos da monta de 7,5% (sete e meio por cento) referente ao

reajuste previsto no Acordo Coletivo estabelecido pela categoria em janeiro de 2007.

Não pode prosperar como definitiva e servir de parâmetro absoluto tal alegação, haja

vista que em se tratando a recorrente de uma Cooperativa de Trabalho é regida e

regulamentada por lei específica, da qual não é atingida.

Pelo princípio da razoabilidade consideramos inicialmente a questão do reajuste de

7,5% (sete e meio por cento) determinado na planilha. Esclarece que ao contrário do

que foi formalizado, tal reajuste não foi inserido expressamente na PLANILHA, isso

porque os itens 1.5 (de ambas as planilhas – eletricista e eletrotécnico – anexo IV –

Recursos Humanos) encontram-se sem qualquer preenchimento, em branco, ou seja,

um erro material que interfere diretamente no resultado do certame pois se inserido

como deveria ter sido inviabilizaria o valor estimado da obra, e sua manutenção como

está torna a inserção.

Frisa que conforme se vê dos documentos apensados a proposta inicial, a recorrente

estabeleceu como salário mínimo para a função de eletrotécnico o valor de R$ 890,00

(2)

(oitocentos e noventa reais), o valor de R$ 739,00 (setecentos e trinta e nove reais)

para o eletricista, valores estes discutidos e acertados como definitivos entre os

cooperados filiados a recorrente, assim sendo, plausíveis e, - desconsiderado o

reajuste de 7,5% irregularmente inserido nas contas mas não na planilha expressa,

equiparados aos pisos salariais das categorias.

Assim demonstra a recorrente que os valores apresentados para pagamento da

proposta inicial tem fundamento, plausibilidade e equiparação ao mínimo da

categoria, considerando que por se tratar de cooperativa de trabalho não pode ser

atingida por norma regulamentadora de categoria diversa.

IV. SALÁRIO MÍNIMO DE ENGENHEIRO:

O edital, obedecendo às normas legais, estabeleceu como teto mínimo para pagamento

do salário do engenheiro a quantia equivalente ao valor de 06 (seis) salários mínimos

vigentes, pelo trabalho de 06 (seis) horas diárias.

Alegou a recorrida que a recorrente não teria observado tal valor mínimo no

oferecimento de sua proposta, o que não condiz com a realidade dos fatos.

Vê-se no anexo IV da proposta ofertada pela recorrente que o valor compromissado

para o pagamento mensal do engenheiro contratado é razoavelmente superior ao

mínimo exigido.

Frisa ainda que conforme os termos do Contrato Particular de Serviços Técnicos, em

apartado, que faz parte do presente recurso, firmado entre a recorrente e seu

engenheiro contratado, fica estabelecido em sua cláusula 5ª que o honorário

profissional daquele refere-se aos mesmos 06 (seis) salários mínimos exigidos pela lei.

Dito isso, e comprovado o equívoco sobre o tema em questão, impugna a recorrente

desde já às alegações de não cumprimento do mínimo exigido para habilitação no

certame.

V. O PREÇO OFERTADO PELA RECORRENTE:

Entendeu inicialmente a eminente Comissão Julgadora que o preço ofertado pela

recorrente está inexeqüível por não ter atingido o patamar de 70% (setenta por cento)

do valor estimado para a obra, nos termos da Lei 8.666/93.

Ocorre que a referida alegação não está correta.

No Edital do presente certame, item 9.12.1 a recorrida CERON S/A através da CPL,

estimou como preço global para a execução da obra o valor máximo de R$ 312.132,75

(trezentos e doze mil, cento e trinta e dois reais e setenta e cinco centavos). (vide ainda

projeto básico TGD/007/2006 referente ao programa de eficiência energética, item

06, página 21).

Atendendo plenamente as normas do Edital, a Recorrente ofertou o preço de R$

217.492,68 (duzentos e dezessete mil, quatrocentos e noventa e dois reais e sessenta

e oito centavos).

(3)

Cumpre esclarecer que a recorrente não é uma firma comercial, constituída como

empresa limitada, ou qualquer outro tipo de empresa, é uma Cooperativa de Trabalho,

amparada pela Legislação Federal, regulada e regulamentada pela Organização das

Cooperativas do Brasil – OCB. Neste aspecto, deve ser tratada como tal.

Aduzido tal esclarecimento, frisa que em relação ao seu preço não foi considerada a

previsão legal da Instrução Normativa nº 03/2005 – INSS, que determina no inciso IV

de seu Artigo 86, o recolhimento de 15% (quinze por cento) do valor final para os fins

previdenciários,

Ou seja, do valor final ofertado pela recorrente, deve-se acrescer a quantia referente

a 15% (quinze por cento).

A recorrida em sua Nota de Esclarecimento n.º 03, tratando do tema, reconheceu a

obrigação acima citada, contudo, por equívoco deixou de considerar tal fato no

momento das análises das propostas.

Por adequação a verdade fática ao texto legal, e pela elaboração dos devidos cálculos

aritméticos, o valor real da proposta ofertada pela recorrente é de R$ 250.116,58

(duzentos e cinqüenta mil, cento e dezesseis reais e cinqüenta e oito

centavos), ou seja, valor não inferior ao mínimo exigido pela lei comparado ao teto

apresentado no item 9.12.1 do Edital da Licitação e não é inexeqüível como alegado,

devendo ser ratificadas tais informações na forma da lei.

VI. PROFISSIONAIS DA ÁREA DE ELETRICIDADES FILIADOS AO SINDICATO

REGULADOR – SINTELPES/RO X COOPERATIVAS DE TRABALHO

REGULAMENTADAS POR LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA E REGULADAS PELA

ORGANIZAÇÃO DAS COOPERATIVAS DO BRASIL – OCB

Conforme a recorrente vem explanando no presente petitório, a postura de tratativa

em relação à mesma deve estar alinhada com os termos estabelecidos na Lei nº

5764/71 que define a Política Nacional do Cooperativismo.

A exigência imposta à recorrente de que a mesma deve fazer todos os pagamentos no

mesmo patamar do exigido pelos profissionais filiados ao sindicato SINTELPES não

pode prevalecer, visto que a mesma não contrata profissionais para a execução dos

serviços, seus obreiros são cooperativados, os quais conforme esclarecido,

regulamentados por norma específica.

A Lei nº 5764/71 define seu artigo 90º:

“Art. 90 – Qualquer que seja o tipo de cooperativa, não existe vínculo

empregatício entre ela e seus associados.” (grifamos)

o objetivo da norma é tratar de forma desigual os desiguais, ou seja, fazer tratamento

diferenciado entre os trabalhadores formais e os cooperativos, assim sendo, a

equiparação objetiva pela recorrida não pode subsistir, sob pena de termos de

queimar a nossa Carta Magna.

(4)

O art. 90º acima descrito é explícito ao firmar que trabalhadores cooperativados não

possuem qualquer tipo de vínculo empregatício. Se a relação de trabalho por eles não

é admitida pela norma como sendo de emprego formal, não podemos atribuir

cobranças à mesma não condizente com o texto legal.

Neste diapasão, pode e por obrigação legal comprova a sua regular inscrição junto a

sua entidade de classe, ou seja, a OCB - Organização das Cooperativas do Brasil,

podendo comprovar que têm atendido de forma abundante as normas

regulamentadoras do setor.

Pelo exposto, as cobranças formuladas pela recorrida são inexigíveis por força de lei,

devendo as mesmas deixar de ser realizadas, sob as penas legais, lembrando

novamente que o fazer justiça é tratar de forma desigual os desiguais.”

Conclui sua peça recursal esperando e requerendo “por adequação da verdade do

caso à norma legal” e que “seja declarada nula de plenos direitos – somente no que

se refere a desclassificação da recorrente”, reabilitando-a e declarando a mesma

vencedora do certame.

Das Contra-razões

Chamadas a manifestar-se na defesa de seus interesses, a empresa FUHRMANN &

CIA LTDA, dentre outras, alegou:

1. “Egrégio Julgador, as alegações da impugnada por legalidade não devem

prosperar, observa-se que a mesma não demonstra conhecer os princípios básicos

da igualdade, da isonomia e da probidade administrativa, onde O Zelo do BEM

PÚBLICO no julgamento de um processo de licitação não se baseia apenas de

tratar os desiguais e forma desigual, mas sim, julgar a Proposta mais vantajosa e

que além de atender as necessidades da Administração Pública, deve-se preservar

a garantia de seus direitos.”

2. “A impugnada declara em suas alegações que esta regida por uma Lei específica,

ou seja, a Lei 5.764/71 e que conforme seu artigo 90, não existe vínculo

empregatício entre ela e seus cooperados, ou seja, apenas interpõe mão-de-obra,

por isso não está obrigada aos parâmetros estabelecidos por categorias

específicas, no caso a comento (eletricistas e eletrotécnicos), assim a mesma

demonstra a SUMULA 331 DO TST (Tribunal Superior do Trabalho), onde a

contratação de trabalhadores por empresa interposta é ilegal, formando-se o

vínculo diretamente com o tomador dos serviços, que no caso em tela é a Centrais

Elétricas de Rondônia S/A CERON, não obstante deve-se salientar a

responsabilidade da Comissão Permanente de Licitação no seu julgamento das

documentações e Propostas apresentadas pelas licitantes;”

3. “Observa-se também que a impugnada não atendeu ao item 11.2 do edital, ou

seja, tendo em vista que a mesma apenas encontra-se no Certame como

intermediadora de Mão-de-obra, a Declaração de garantia firmada por seu Diretor

(5)

Presidente Senhor Valdemar de Jesus da Silva, (fl 605) tornou-se sem efeito

jurídico Legal, uma vez que, não havendo vínculo com seus cooperados a mesma

não pode garantir os serviços que, caso, viesse a ser a vencedora do certame,

seriam executados pelos “cooperados”

4. “Doutos Julgadores, analisando as planilhas de composição de custos e planilha

de composição do BDI, observa-se que a Impugnada considerou no seu BDI, o

percentual de 2.60% sobre a Mão-de-obra, referente à

mobilização/desmobilização, administração local e bonificação, e em impostos o

percentual de 17,71%, que são iguais às empresas normais, levando em

consideração o fato de ser uma cooperativa, é notório e de conhecimento que a

mesma tem várias isenções, o que vem a diminuir ainda mais o valor ofertado,

tornando ainda inexeqüível o valor proposto pela mesma, salienta-se

necessariamente que a mesma errou em suas planilhas, motivo contribuinte para

sua permanência desclassificatória.”

Conclui sua peça impugnatória, pedindo o provimento do recurso, e por força da

legalidade seja desconsiderado o Recurso Administrativo interposto pela

Impugnada.

Dos Fatos e do Direito

No dia 01 de junho de 2007, a Recorrida, após análise da proposta comercial

apresentada classificou a Recorrente e Impugnante, conforme o registro em ATA:

“...a comissão decidiu DESCLASSIFICAR as licitantes: Andrade & Vicente Ltda

e Cooperativa dos Trabalhadores em Portarias Limpeza Conservação de

Prédios Comercial e Industrial e Afins de Rondônia Ltda, por ter composto

seus custos de recursos humanos, para eletricista e eletrotécnico, com

salários mensais em desconformidade com as garantias convencionais e

constitucionais para os referidos profissionais, ou seja, salário abaixo do mínimo

vigente da categoria profissional...”

O edital, publicado no Diário Oficial da União – DOU em 09 de abril de 2007, trazia

dentre outras, as seguintes informações:

“9.12 Após a análise das propostas, serão desclassificadas, as propostas que:

9.12.1 apresentarem preços excessivos ou com valor global superior ao limite de

R$ 343.346,03 (trezentos e quarenta e três mil, trezentos e quarenta e seis

reais e três centavos), equivalente ao valor estimado acrescido de 10% (dez por

cento) , ou com preços manifestamente inexeqüíveis;

9.12.2 Não atenderem às exigências contidas nesta Tomada de Preços, ou

imponham condições não previstas no caderno editalício;

Registra-se que no decorrer da publicação do certame, não houve qualquer

manifestação contrária ao procedimento licitatório, sendo, portanto, aceitas as

condições estipuladas no Edital, que conforme ensina a doutrina e jurisprudência é

(6)

a Lei interna entre as partes, que a Recorrente sancionou ao formalizar sua

proposta.

Do Mérito

Antes de apreciar o mérito, a Recorrida analisa as razões do recurso administrativo e, embora não concordando com algumas das afirmações como por exemplo “as alegações esposadas não condizem com a totalidade dos fatos, deixando parte substancial da verdade do caso num segundo plano” destaca que a decisão de declarar a proposta da Recorrente desclassificada não teve o objetivo de prejudicar a ampla competição, nem desrespeito aos princípios básicos consagrados no art. 37 da CF/88, recepcionados pela Lei 8.666/93 e nos demais dispositivos aplicáveis. A decisão preservou a fidelidade ao instrumento convocatório – Lei entre as partes, ao qual, Licitantes e Licitador acham-se vinculados.

Dos Pisos Salariais.

Ainda que sendo a Recorrente cooperativa, não existe qualquer fundamento legal

para que se faça ajustes salariais, abaixo de piso mínimos conquistados por

categorias profissionais, através de convenção ou legislação própria.

Prova disso é que na sua peça recursal, a Recorrente se ateve apenas em citar que

na condição de cooperativa “não possui como obrigação atender aos parâmetros

estabelecidos por categoria específica, da qual não é atingida”, deixando de

mencionar doutrina, julgados e legislação sustentando suas afirmações.

Desta forma fica o questionamento: As cooperativas podem pagar qualquer salários

sob a alegação de que são “valores estes discutidos e acertados como definitivos

entre os cooperados filiados à recorrente”?

A Cláusula Primeira da CONVENÇÃO COLETIVA DE TRABALHO DO SINTELPES /

SEAC-RO 2007, preceitua:

“A presente convenção coletiva de trabalho abrange todos os trabalhados e todas as

empresas de Asseio e Conservação, Prestação de Serviços e Terceirização do Estado

de Rondônia, sindicalizados ou não.”

Portanto, não existe fundamentação legal, para se afirmar que não podemos exigir

os pisos salários convencionados pelo SINTELPES - SINDICATO DOS

TRABALHADORES NAS EMPRESAS DE TERCEIRIZAÇÃO EM GERAL, E

PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DO ESTADO DE RONDÔNIA e SEAC/RO - SINDICATO

DAS EMPRESAS DE ASSEIO E CONSERVAÇÃO DO ESTADO DE RONDÔNIA.

Não foi trazido para processo, qualquer base legal, que possa comprovar a

desvinculação da Recorrente do SINTELPES ou qualquer fundamentação legal para

“acertos de salários” entre cooperados, à margem das garantias mínimas

asseguradas por convenções ou pela Constituição Federal de 1988.

(7)

Quanto aos modelos apresentados pela Recorrida no certame licitatório cabe

esclarecer: Tratam-se de modelos exemplificativos, pois alguns dos elementos

integrantes de custos são variáveis e dependem da característica e estrutura de

custos de cada licitante. Outros elementos são decorrentes de lei, acordos ou

convenções coletivas de trabalho, sendo responsabilidade da licitante informá-los

ou considerá-los corretamente para que não fique dissonante do previsto em lei,

sob pena do licitante suportar o ônus do seu erro. (Entendimento Jurídico do

Acórdão - AT n.º 963/2004-TCU-Plenário)

Do Salário do Engenheiro

Aqui registra-se um equívoco da licitante, pois o texto da Ata de Julgamento é claro

“...por ter composto seus custos de recursos humanos, para eletricista e

eletrotécnico, com salários mensais em desconformidade com as garantias

convencionais e constitucionais...”. O salário do engenheiro foi considerado correto.

Não foi feita qualquer alegação contrária ao salário do engenheiro.

Do preço ofertado

Não restam dúvidas quanto a condição jurídica da Recorrente, pois de fato,

trata-se de uma cooperativa, e este não foi discutido no assunto em comento.

Também não restam dúvidas quanto aos termos da IN do INSS – INSTRUÇÃO

NORMATIVA nº 003 de 14 de julho de 2005.

O que parece existir dúvida, para a Recorrente e não para a Recorrida, é que os

15% devem fazer parte de sua planilha de custos. Ora, conforme texto trazido pela

própria Recorrente, a contribuição prevista no artigo 86 da IN/003/2005, é de

responsabilidade da Recorrida, ou seja, é a CERON quem vai pagar. Não pode tal

valor figurar na proposta da Recorrente, como se fosse um valor a ser pago a

mesma pela realização do objeto do futuro contrato.

Se assim o fosse, também estaria a Recorrente desclassificada por não fazer

constar tal contribuição em sua proposta comercial, mas não é o caso.

Veja, a Recorrida através da Nota de Esclarecimento 003, expedida em 19.04.2007,

esclareceu “no caso de participação de Cooperativas de Trabalho, para

classificação final das licitantes, será realizada a equalização de preços, com a

aplicação de 15% sobre o valor da mão-de-obra da proposta comercial

apresentadas pelas mesmas.”

Portanto o valor proposto pela Recorrente é de R$ 217.492,68 (duzentos e

dezessete mil reais e sessenta e oito centavos, e se enquadra no termos da alínea

“a”, § 1º, Artigo 48 da Lei 8.666/96. Esse valor é o que efetivamente seria pago a

Recorrente caso fosse a futura contratada. Os 15% previstos na

IN/INSS/003/2005, seriam recolhidos ao INSS, e seria de responsabilidade da

Recorrida. Serviria de parâmetros apenas para estabelecer a ordem de classificação

das propostas, não tornar a proposta exeqüível.

(8)

Profissionais filiados ao sindicato regulador e cooperados.

Não existe, no processo, qualquer questionamento por parte da Recorrida fazendo

alusão a condição de cooperativa da Recorrente, e muito menos quanto a

regularidade ou desatendimento de normas, junto a OCB – Organização das

Cooperativas do Brasil.

E mais, o Edital não contempla quaisquer exigências que discrimine cooperativas,

ou que possa ferir qualquer princípio constitucional ou da legislação licitatório

vigente no país.

É importante lembrar que, de fato as cooperativas são detentoras de benefícios

especiais dos quais a jurisprudência é unanime em firmar entendimento acerca da

ilegalidade de equalização de proposta, pois tratam-se de benefícios legais, e estes

foram respeitados pela Recorrida. Ocorre que ao participar de uma licitação, as

cooperativas, como qualquer outro licitante, estão obrigados a cumprir as regras

ali expostas. Lembramos que neste caso não houve qualquer impugnação ao

instrumento convocatório.

Mesmo sendo cooperados e não tendo vínculo empregatício com a cooperativa, os

profissionais, não estão desvinculados de piso salarial. No caso específico de

Rondônia, os eletricistas e eletrotécnicos estão vinculados ao SINTELPES. Pisos

salariais que são garantias constitucionais, como é garantida pela constituição, a

criação de cooperativas formada por trabalhadores.

Em todas as planilhas apresentadas pela Recorrente (engenheiro, eletrotécnico e

eletricistas ) fez-se constar item 1. SALÁRIO MENSAL. Não fez distinção entre

cooperado ou não cooperado. E mais, apenas para o caso dos eletricistas indiciou

que seriam cooperados, deixando entender claramente que os eletrotécnicos não

eram cooperados. Os salários dos eletrotécnicos também foram “acertados” com a

cooperativa, sem observar a convenção que definiu piso salarial para a categoria?

Podem as cooperativas negociar livremente salários de categorias profissionais e

pagar qualquer valor, somente pelo fato de serem cooperados?

De concreto temos que a Cooperativa LIMPRED, apresentou as planilhas de

composição dos custos dos profissionais (eletricista e eletrotécnicos) com salário

abaixo dos convencionados para as categorias e ainda apresentou preço

manifestamente inexeqüível, no termos da alínea “a”, § 1º, artigo 48 da Lei 8.666/93.

Portanto não há reparos a serem feitos.

Da decisão

Considerando o exposto, a legislação aplicável, e, por apresentar o documento as

condições mínimas para ser admitido, a Comissão decide:

• Conhecer o Recurso interposto pela Licitante COOPERATIVA DOS

TRABALHADORES EM PORTARIA, LIMPEZA, CONSERVAÇÃO DE PREDIOS

(9)

COMERCIAIS, INDUSTRIAIS E AFINS – COOPLIMPRED, para no mérito negar

provimento total, mantendo a decisão exarada na ata de julgamento da

PROPOSTA COMERCIAL – fls. 647 e 648 dos autos, que considerou a Recorrente

desclassificada para o Certame;

Concordar parcialmente com o teor da Impugnação apresentada pela

licitante

Fuhrmann & Cia Ltda;

• Encaminhar os autos, com as informações pertinentes à autoridade superior na

pessoa do Senhor Diretor Presidente, para que sofra o duplo grau de julgamento,

com o seu “De Acordo”, ou querendo, formular opinião própria;

• Dê-se ciência da decisão à Recorrente e demais interessadas.

Porto Velho – RO, 27 de junho de 2007.

Moisés Nonato de Souza

Presidente da CPL

João Lopes de Lucena

Membro

José Victor da S. Filho

Membro

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